Você está na página 1de 20

Revista Brasileira de Geocíências 16(4): 350·369, dezembro de 1986

SISTEMA CLASSIFICATÓRIO APLICADO As BACIAS SEDIMENTARES


BRASILEIRAS •

ANTONIO MANUELF. DE FIGUEIREDO** e GUILHERMEP. RAlA GABAGLlA***

ABSTRACT Several types of sedimentary basin classifications have been proposed aU around the
world, before and after the onset of the Plate Tectonic Theory, and some of them were applied,~? the
Brazilian basins, principal1y Klemme's classiflcation. ln 1983, Exxon geologists Kingston, Dishroon
and Williams published their Global,Basin Classiflc.ation System where to each basin á formula wes
atributed, reflecting its tectoníc and sedimentary evolutíon. The components of this formula are coded
by letters and numbers representing stages of forming tectonícs, modifying tectcnics and also the
sedimentary package that fills up the basins. Therefore, this olassífication system, in contrast with
previous ones, allows a fast evaluation of the petroleum potencial of sedimentary basins, as well as the
characterization of fundamental differences among them. Some of the most representative Brazilian
petroleum-bearing basins are discussed in details in this paper uslng the Kingston's classification
system. AIso a general picture of the ln situ hydrocarbons volumes, discovered in the Brazilian basíns,
is displayed according to this classiflcation. These data are compared with the published ones by
Kingston and cc-workers based upon 800 basina of the world.

INTRODUÇÃO Nes1e artigo, sumarízam-se os resulta- sura de sedimentos). Este geólogo considerava que o pró-
dos do trabalho efetuado por um grupo de geólogos da prio peso da coluna sedimentar era responsável pela contí-
Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás), especialmente selecío- nua subsidência da área (geossinclinal) onde os sedimentos
nados para analisar as bacias brasileiras, visando classificá-las se acumulavam.
e compará-las de acordo com os mais modernos métodos Em 1866, o geólogo Dana utilizou este mesmo conceito
aceitos pela comunidade geológica, adotando-se principal- e associou-o às margens continentais, as quais considerou
mente a proposta de Kingston et ai. (1983a e 1983b), como bacias sedimentares resultantes de esforços crustais
tangenciais ligados ao resfriamento e à contração da Terra.
EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS ACERCA DAS CLASSIFI· Lançavam-se, portanto, as bases da Teoria Geossinclinal,
CAÇOES DAS BACIAS SEDIMENTARES Cerca de que seria posteriormente aperfeiçoada e ampliada por Stille
800 bacias ou províncias sedimentares estão presentes na (1940, apud Loczy & Ladeira 1976). O quadro lA mostra a
superfície do globo terrestre, das quais mais de 600 são proposta de subdivisão dos geossinclinais feita por este autor.
razoavelmente conhecidas quanto a seu arcabouço estrutu- Estes elementos estão descritos com grande detalhe nos
ral-estratigráfico (Fig. I). clássicos trabalhos de Auboin (1961, 1965, apud Loczy &
Desde os primórdios do estudo das bacias sedimentares Ladeira 1976) sobre a Teoria Geossinclinal.
sentiu-se a necessidade de ordenar este conhecimento, ca- Tais subdivisões das bacias sedimentares foram aceitas
racterizando e definindo diversas categorias de bacias, seja pela maioria dos geólogos da época e serviram de sustentá-
com interesse acadêmico, seja sob o ponto de vista econó- culo para classificações mais elaboradas. Deste modo, Kay
mico. As primeiras classificações, do fim do século passado (1947) reafirmou a terminologia definida por Stille (1940),
e da primeira metade deste século, possuíam enfoque pura- mantendo os termos "eugeossínclínal" e "rniogeossincli-
mente descritivo, suportadas em sua gênese pela aplicação nal", Subdividiu, entretanto, os parageossínclínaís (que cor-
da Teoria Geossinclinal, amplamente aceita até cerca de 20 respondem àqueies das zonas cratônicas de Stille) em vários
anos atrás. Importantes avanços nas ciências geológicas, a tipos, conforme mostra o quadro lB. Esta classificação ser-
partir do estudo do assoalho oceânico das planíceis abissais, viu de base para as primeiras tentativas de classificação de
permitiram o estabelecimento, nos anos 60, da teoria unífí- bacias por pesquisadores ligados à indústria do petróleo.
cadora da Tectõnica de Placas. O importante papel, no Assim, Weeks (1952), no célebre trabalho Factors of
mundo atual, do petróleo e de outros recursos minerais, Sedimentary Basin Development that ControlOil
presentes em várias escalas de abundância nas bacias sedio Occurrence, estabeleceu que a existência de petróleo em
mentares, conduziu a um considerável incremento na com- bacias sedimentares dependeria de dois fatores básicos: a.
preensão da origem e da evolução dessas bacias, o que per- tipo genético e arquitetura da bacia; e b. condições primá-
mitiu a elaboração de várias classificações aprimoradas ao rias, no substrato da bacia deposicional. O critério básico da
longo dos últimos 15 anos. classificação (Quadro 1C) então proposta por Weeks (op
A primeira tentativa de situar as áreas contendo rochas cit.) foi o enquadramento das bacias em função da posição
sedimentares em um contexto unitário foi elaborada por das mesmas em relação aos cinturões móveis lineares e às
Hall, em 1859, estudando as rochas dos Apalaches, EUA, e áreas estáveis (rígidas) da iitosfera. Neste trabalho, o autor
criando o conceito degeossinclinal (termo descritivo que se concluiu que .não existe um simples fator ou indicador
refere ao local onde é depositado grande volume ou espes- (yardstick) para explicar a incidência de hidrocarbonetos,

* Trabalho apresentado como conferência ao XXXIV Congresso Brasileiro de Geologia em Goiânía, GO, em outubro de 1986
** Petrobrás, Departamento de Exploração (Depex). Av. Chile, 65, sala 1356, CEP 20035, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
*.... Petrobrás, Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguezde Mello (Cenpes). Pça. Mahatma Gandhi, 14, sala 603, CEP 20031,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16, 1986 351

)
r ~REAS ,8ACIAIS 00 MUNDO

O (PROVINCIAS )

r:J ~
AREAS NÃO PROSPECTIVAS

Figura i - Areassedimentares do mundo (segundo Klemme i980)

cuja variação está relacionada, primordialmente, à arquíte- tectónica da bacia em relação aos limites da placa; forma e
tura da bacia e ao ambiente deposicional que nela se desen- idade da bacia; presença de um ou mais ciclos deposicíonais;
volve. e elementos associados à ocorrência de hidrocarbonetos.
King (1959) e Uspenskaya (1967) também contribuíram Tendo em vista a importância desta classificação ao longo
com a elaboração de novas classificações. Com o desenvolvi- dos anos 70 e início dos anos 80, por sua utilização em
mento da teoria unificadora da Tectónica de Placas, autores conjunção com a distribuição mundial dos campos gigantes
como Mitchell & Reading (1969) já consideravam as bacias de petróleo e do estudo estatístico de ocorrência ,de hidro-
sedimentares e as margens continentais à luz da separação carbonetos em cada classe de bacia (Quadro 2), ela será
das placas litosféricas, da criação da crosta oceànica e da apresentada com maior detalhe. Observe-se que na época,
existência de zonas de subdução e de arcos de ilhas. devido às dificuldades tecnológicas para a efetiva explo-
Dewey & Bird, em 1970, concluíram que a classificação ração e explotação de hidrocarbonetos em bacias sobre
de Kay (1947), com consideráveis modificações e acrés- crosta oceânica (águas profundas), estas não foram consíde-
cimos,poderia ser utilizada sob o novo enfoque da 'I'ectõní- radas por Klemme,
ca Global. Esta classificação, mostrada no quadro Il), foi Foram assim definidos por Klemme (1970, 1971,1975,
engendrada mais para definir os estágios de formação das 1980) oito tipos de bacia (Fig. 2), os quais são discutidos a
bacias ou geossinclinais do que para mostrar o produto final seguir:
da evolução do processo. • Bacias do Tipo i (interior Cratônico] • Jazem no interior
Klemme (1970, apud Halbouty et ai. 1970); com base das áreas eratónicas pré-cambrianas e têm fundo chato. São
na Tectónica de Placas, mas influenciado pelas idéias de preenchidas por depósitos de plataforma rasa (arenitos, fo-
Weeks, Uspenskaya e Kay, elaborou uma classificação de lhelhos, carbonatos e evaporítos) e sua gênese ainda é bas-
ampla aceitação na indústria do petróleo utilizando os se· tante discutida. Especula-se a existência de um rifte inicial
guíntes critérios fundamentais: tipo de crosta; posição geo- ou de um hot spot com a introdução de material mais denso
352 RevistaBrasileira de Geocíéncías, volume.Iõ, 1986

A E
INTERNIDE$ TIPOS DE BACiAS
EUGEOSSINCLlNAL ... OROGl:NESE PRIMÁRIA {

I
ARCOS PRIMÁRIOS
ESTRUTURAS AEGIOES DE:
ALPINDTIPAS

MIOGEOSSINCUNAL ... DROGl::NESEsecuN.


I EXTERNIDES
ARCOS SECUNOÁRIOS


MARGEM DIVERGENTE
(INCLUINDO TRANSFORMANTE)
DHTAS E LEQUES
DIVERG~NCIA

I
HQRSTE QRA6EN • RIFTES E GRABENS

I
ESTRUTURAS
DEFORMAÇÃO RESTRITA MACiÇOS
GERMANOTlPAS • TRANSCORRENTE
OAOGl:NESE SECUNOARIA $OERGUIMENTOS (INCLUINDO TRANSFORMANTE)
FOSSAS
• RETROARCO
• ANTE·ARCO
DEFOAMAÇAOAEGIONAL
EPIAOGlÕNESE [ BACIAS DOMOS
ARCOS
ESTRUTURAS
EPIROGl:NICAS • SIN~CLISE CRATON'ICA EXTENSÃO
• ANTEPAfS ',: COMPRESSÃO
..

B
1- ORTOGEOSSINCLlNAIS: F
....~ :~~g~~g~~~g~~~~s 1. BACIAS LOCALIZADAS SOBRE A LITOSFERA RíGIDA: NÃO
II - P6S-0RTOGEOSSlNCLlNAIS: ASSOCIADAS COM A FORMACÃO DE MEGASSUTURAS' '.
A· 'EPITEOSSINq.INAIS': SOBRE O EUGEOSS1NCllNAL 1.1· RELACIONADA COM A FORMAÇÃO DE CROSTA OCEÂNICA
,8 _ TAFROGEQ$$INCL1NAI$: GEOSSINCLlNAIS EM RI FTES 1.1.1 . RIFTES
C - PAAALIOGEOSSINCLINAIS: GEOSSINCLlNAIS COSTEIRAS
1.1.2 - BACIAS ASSOCIADAS A FALHAS TRANSFORMANTES'
III . GEOSSINCLlNAIS INTAACONTINENTAIS: OCEÃNICAS
A -EXOGEOSSINCL!fllAIS: GEOSSINCLlNAIS ADJACENTES 1.1.3 • PlANIC1E OCEÂNICA ABISSAL
8 • AUTOGEOSSINCLINAIS: GEOSSINCLlNAI$ EM PLATAFORMAS
1.1.4 • MARGEM PASSIVA DO TIPO ATLÂNTICO (PLATAFORMA,
C - ZEUGOGEOSSINCLINAIS: GEOSSINCLlNAIS EM "YOKED" (ZONA DEPRIMIDA ENTRE
001 ALTOSI TALUDE E SOP~), SITUADA NA.TRANSICÃOENTRE"~~,.
CROSTA CONTINENTAL E OCEANICA
1.1.4.1 . SOBREPOSTA A SISTEMAS DE RIFTESMAIS
ANTIGOS .
1.1.4.2 . SOBREPOSTA ASISTEMAS TRANSFORMANTES
c MAIS ANTIGOS' .'
GRUPO CLASSE E SUS.<:LASSE
1.1.4.3 - SOBREPOSTA A BACIAS RETRO-ARCO DO TIPO
(321) E (322)
MARGINAL MARGINAL ABERTA
lE XTRACONTINENTALI
1.2 - LOCALIZADA SOBAE LITOSFERA CONTINENTAL'
MARGINAL FECHADA PR~-MESOZÚICA

~.~~I.~S_C~tcT~L~kCAAJASOBRE
CINTURÃO INTRACONTINENTAL
MÓVEL
BACIAS DE SEGUNDA ORDEM DESENVOLVIDAS
1.2.1 - GRABENS-MA'iS'ANTIGOS
INTERMONTANA
NAS ZONAS MONTANHOSAS DOS CINTUROES 1.2.1.2 • LOCALIZADA SOBRE BACIAS RETRO·ARCO DO
MEDIANA MÓVEIS TIPO (322) MAIS ANTIGAS
PLATAFORMA DE ANTEPAIS 2. BACIAS PERISSUTURAIS SOBRE A LITOSFERA RfGIDA, ASSOCIADAS
INTERIOR PRÓXIMO COM A FORMAÇÃO DE MEGASSUTURA COMPRESSIONAL
REGIÕES
INTERIOR REMOTO. 2.1· FOSSA MAR1NHASOBRE CROSTA OCEÂNICA ADJACENTE À
ESTÁVEIS MARGEM DE SUBDUCÇÃO DO TIPO B
GRABEN OU MEIO·GRABEN
2.2· ANTE FOSSA E SEDIMENTOS PLATAFORMAIS SOTOPOSTOS,
COSTEIRAEST/WEL
SOBRE CROSTA CONTINENTAL ADJACENTE A MARGEM DE
SUBDUCÇÃO DO TIPO A
2.2.1 . RAMPA COM GRABENSSOTERRADOS, COM PEQUENO .
OUNENHUM-PALHAMENTO"" . . -. ,'o
o 2.2.2 . DOMINADAS POR FALHAMENTO
2.3· BACIAS "TIPO CHIN~S" ASSOCIADAS COM FALHAMENTO
TERMINOLOGIA INTERPRETAÇÁO DISTAL, RELACIONADAS A MEGASSUTURACOMPRESSIONAL,
AUTOGEOSSINCLlNEO BACIA INTRACRATÓNICANÃD·LINEAR E NÃO ASSOCIADAS À MARGEM OE SUBDUCÇÃO DO TIPO A
EPIEUGEOSSINCLINEO
FOSSA LIMITADA POR FALHAS FORMADA 3. BACIAS EPISSUTURAIS LOCALIZADAS E, EM SUA MAIOR PARTE"
DURANTE A DISTENSÃO CONTINENTAL CONTIDAS EM MEGASSUTURA COMPRESSIONAL
MIOGEOSS1NCLíNEO FOSSA ADJACENTE ÀMARGEM CONTINENTAL 3.1· ASSOCIADAS COM ZONA DE SUBDUCÇÃO DO TIPO B
O CUNHA OUE SE ESPESSAEM DIREÇÃO AO 3.1.1 . BACIAS ANTE·ARCO
MIOGEOCLINEO
~u O EPIEUGEOSSINCLINEO
OCEANO, ADJACENTE À MARGEM CONTINENTAL
COMO ACIMA I'" TM ROGEOSSINCLíNEOl
3.1.2 . BACIAS RETRO-ARCOCIRCUM~AC(FICAS
3.1.2.1 • BACIAS RETRO-ARCOSOBRE CROSTA
z OCEÂNICA E ASSOCIADAS COM SUBDUÇÇÃO
§w
O
~

~
o
z
PARALlOGEOSSINCLlNE O

LEPTOGEOSSINCLfNEO
CUNHA ESPESSACONSTRUfDA A PARTIR
DA MARGEM CONTINENTAL
eoee CONTINENTAL FAMINTO
PLANltlE OCEÁNICA ABISSAL E CADEIA
DO TIPO B (MARG~NAl STRICTO SENSU)
3.1.2.2 - BACIAS RETRO-ARCOSOBRE CROSTA
CONTIN.ENTAL OU INTERMEDIARIA,
ASSOCIADAS COM SUBDUCÇÃO DO'TIPO'S
"
O w
O
O
MESO·OCEÂNICA E MONTES SUBMARINOS
FOSSA DE CONTRAÇÃO OU COMPLEXO OE FOSSA
3.2· BACIAS RETRO-ARCO, AssodlADAS COM·COLlSÃO
CONTINENTAL E SO.BRE O LADO CÚNCAVO DO ARCO DE
.

,
W
w
K1NEGEOCLINEO
LOCALIZADA ENTRE AMARGEM CONTINENTAL
E A OROGENIA ORTOTECTÓNICA EM DESENVOL·
SUBOUCÇÃO DO TIPO A' ,. _ , "
3.2.1 - SOBRE CROSTA CQNTINENTALOU BACIAS TWO
VIMENTO
PAAMONIANA
FOSSA OU COMPLEXO OE FOSSAS DESENVOL· 3.2.2 - SOBRE C.ROSTA TRANSIC,IONALE OCEÂNICA OU BACIAS
EXOGEOSSINCLlNEO VIDO NO LOCAL OE UM MIOGEOSSINCLfNEO OU
MIOGEOCLíNEO MAiS ANTIGO
TIPO MEDITE RAÃNEO-OESTE
3,3 - BACIAS RELACIONADAS A SISTEMAS DE MAGACISALHAMENTO
FOSSA LIMITADA POR FALHAS. SITUADA EM
ZEUGOGEOSSINCLfNEO
ZONA OROGl:N ICA ORTOTECTÓN ICA
EPISSUTURAIS
3.3,1 - SACIA TIPO GREAT BASIN
PEOUENA BACIA OCEÁNICA ESTÁTICA, SITUADA 3.3.2 - BACIA TIPOCALIFORNIA ,-
ENTRE A MARGEM CONTINENTAL E O ARCO
IDIOGEOSSINCLfNEO OE ILHAS. .
PEQUENA BACIA OCEÁNICA OE CONTRAÇAo
SITUADA ENTRE ARCOS·OE·ILHA
O O
w OROGIÕNESE ORTOTECTÓNICA ENZIMÁTICA
G
~u ~ DESENVOLVIDA PELO DESLOCAMENTO HORI·

I
ARCO OE ILHAS ZONTAL E EMPILHAMENTO OE SEDIMENTOS
OCEÁNICOS E VULCÁNICOS, COM DEFORMAÇÃO 1. CENÁRIO INTRAPlACA
§ w FOSSAOCEÁNICA
E METAMORFISMO
LOCALIZADA NA ZONA DE CONSUMO OE PLACAS
1.1 - RIFTES CONTINENTAIS
1,2· BACIAS DE PLATAFORMÀ

~
O
O PLANfCIE ABISSAL OCEÁNICA, CADEIA 1.3 - BACIAS DE MARGEM PASSIVA
w LEPTOGEOSflINCLINEO
MESO·OCEÁNICAE MONTES SUBMARINOS
O 2. CENÁRIO EM FRONTEIRA DE PLACA'
O zw OCEANO EM ESTÁGIO FINAL OE CONTRAÇÃO
POR CONSUMO OE PLACAS EM MARGENS EM 2.1 . BACIAS DE ZONAS TRANSFORMANTES
PEOUENA BACIA COLISÃO 2.2· BACIAS DE ZONAS DESUBDUCÇÃO E DE COLISÃO
OCEÂNICA OCEANO EM ESTAGIO FINAL DE CONTRAÇÃO 2.2.1 . BACIAS DE ARCO INSULAR
POR CONSUMO DE PLACAS ENVOLVENDO UMA 2.2.2 - BACIAS LIGADAs À ZONA DE COLISÃO
.
ONICA MARGEM 2.2.3 - ALGUNS EXEMPLOS DE BACIAS COMPLE.XAS
EXOGEOSSINCLlNEO FOSSA EXTERIOR

Quadro 1 - Classificações propostas para as bacias sedimentares, segundo os seguintes autores: A. Stille(1940); B. Kay(1947);
C. Weeks (1952); D.Dewey &.Bird (1970;E. Hutt( 1978); F. Bally & Snelson (1980); e G. Perrodon (1983)
Revista Brasileira de Geocténctas, Volume 16, 1986 353

TiD~ da crostà Cratbnica IntermedUiria


Dados i~iPO de bacia_ Tipo I Tipo II Tipo III Tipo IV Tipo V Tipo VI Tipo VII Tipo VIII
estatrsticos
Reservas totais 60,0 1,7 64,0 12,0 8,0
0,67 240,0 460,0
(em 109 barris)
.
N. o de bacias com . 1 22 9 10 1 6 6 2
campos gigantes
N.o de campos 36· 2 23 11 9
1 89 90
glga_lJte~

Recuperação
estimada dêôleo ou .Ó
36.000· 100.000 140.000 200.000 18.000 260.000 160.000 200.000
gás (BBL por mllha ...
de sedimento) .

Reservas para-tipo
reservatório (109 BBL)
Arenitos 0,34 196,0 31,6 200,0 1,7 64,0 12,0 8,0 Ar. 61%
Carbonatos 0,33 46,0 18,6 260,0 ? Car.39%
Idadedas reservas
Terciário 7,0 12,0 80,0 1,1 64,0 12,0 8,0 174- 23%
Mesozóico 43,0 30,0 366,0 0,6 638- 66%
Paleozóico 0,67 90,0 8,0 6,0 104-12%
Blocos Dobras Estrutura
Grandes
Arcos Blocos Falhados Antlcllnals Falhadas de Fluxo
Tipos de trapas Arcos Anticllnals
Regionais Basculados Associados e Blocos Associadas Antlcllnals
estruturais Regionais e Blocos
e Recifes e Recifes
Falhados
a Variações Falhados a Variações de
EstratlgrlH. Estratlgráf. Rollover

Quadro 2 - Classificação proposta por Klemme (1970), em associação com dados estatisticos referentes à ocorrência de
hidrocarbonetos em cada tipo de bacia

na crosta, que criaria condições. para O desenvolvimento de • Bacias do Tipo IV (Extracontinental) - Este tipo de ba-
uma sinéclíse no interior do cráton, A Bacia de Illinois cia, .ímplantada em crosta intermediária, está associado com
exemplifica este tipo. pequenas bacias oceânicas. Algumas se estendem costa afo-
• Bacias do Tipo II (Intracontinental Composto) - Estão ra, como é o caso de bacias do Oriente Médio e da Venezue-
iocalizadas nas margens ativas dos crátons, ou em suas pro· la (4A); outras são abertas e parecem simplesmente submer-
ximidades, variando em tamanho de miogeossinclinais subo gir em direção ao mar (4C), como é o caso da Costa do
·continentais a pequenas bacias intermontanas. Do mesmo Golfo, North Slope etc. Outras, ainda, são freqüentemente
modo que.asbacias Interiores.estas bacias multicíclicas têm chamadas de antefossa e estão presentes ao longo de estreio
usualmente um ciclo inicial de sedimentos paleozóicos de tas porções do Tethys, tais como aMolasse Trough e a Bacia
plataforma. Em algumas delas este ciclo foi tectonizado pe- do Indus (413). Bacias do Tipo 4C podem transformar-se
los movimentos da orogenia herciniana, Esta seqüência é em Tipo 4A como resultado da colisão de placas contínen-
seguida pela deposição de sedimentos terrígenos de segundo tais. A continuação desta colisão pode destruir grande parte
ciclo do Paleozóico Tardio ou do Mesozóico, O tipo 2A da bacia Tipo 4A , deixando somente uma bacia do Tipo
(complexa), definido por Klemme em 1980, é formado por 413
bacias geralmente .multícfclicas, localizadas nas áreas exter- • Bacias do Tipo V . Este tipo de bacia pode corresponder
nas dos crátons, apresentando perfii assimétrico irregular de à fase final das bacias do Tipo III (rífte), que foram separa-
forma elíptica, Sua gênese parece estar relacionada a riftea- das por distâncias oceânicas. Estas bacias foram chamadas
menta múltiplo recoberto por uma sinéclise bastante simé- pelo autor de pull-apart, termo hoje mais utilizado pela
trícavque relembra o Tipo I anteriormente descrito, Exem- comunidade geológica para designar bacias originadas em
pios destes tipos são as bacias-de AIberta (2) e do Mar do áreas onde ocorre o deslizamento lateral de placas lítosférí-
Noite (2A). caso Elas estão localizadas em ambos os iados dos oceanos
• Bacias 40 TiPQ III (Rifte} ,Ê um tipo de bacia cratônica Atiántico e Indico, sendo difícil determinara taxa de espa-
que pode também representar uma área de espalhamento de thamento e a época de sua passagem para o Tipo V. São
assoalho oceânico incipiente, que permaneceu inatívo, Estas bacias lineares, com falhamentos down to sea, ocorrendo ao
bacias são de tamanho médio a pequeno, lineares e falhadas. longo da costa, Acredita-se que sua gênese esteja ligada à pre-
Este tipo parece ser de fundamental importância na geração sença de um estágio inicial rifte, ao qual se segue a introdução
das bacias sedimentares, podendo ocorrer em vários estágios de material básico, com a formação de um eixo de espalha.
do desenvolvimento de. quase todos os tipos de bacias. menta de fundo oceânico. Especula-se que a subsidência deste
Exemplos típicos de bacias rifte são o Golfo de Suez, a tipo de bacia seria causada tanto pelo resfriamento. termal
Bacia de Sirte e a do Recôncavo. do material básico introduzido (mais denso), quanto pelo
354 Revista Brasileira de Geociências, Volume 16, 1986

TIPO I - INTERIOR SIMPLES, ~.

~
«
~
z
w
z 'TIPO II - COMPOSTA
;:
z
o
u
er
er
~
z
- GRANDE
- PEQUEN"
I ~- 160 a 640!(m --- ----- -1

tx:
~
z
'"-c
~

~
(2A - COMPLEXA 1)
u
TIPO III - RIFTE

2 A

TIPO IV ~ AFIAS ABATIDAS


EM ASSOCIACAo COM PEQUENAS
BACIAS OCEÂNICAS (ffDOWNWARp U
)

A - fECHADA
B • EI1 FOSSA
C .: ABERTA

<I TIPO. V - "PULL-APART" 1- 80 O 160Km----4


:~
w - PARALELA
z
- TRANSVERSAL

~ ~ f--r.::~~~....~~~ "";llII
~ ~ TIPO VI - SUBDUCAO
~ ~ A - ANTE:ARCO
B - RETROARCO
;1 C - NÃO-ARCO

Z

~ r:T~I~PO~V~I:"'1--~M~E~D~IA~N~A------------;";'-'
>-
Z

TIPO VIII - DELTA N'

Figura 2 - aassificaçáo de Klemme (1980)

próprio peso de sedimentos fornecidos pela massa contínen- arcabouço tectónico diferente, nos quais esforços com-
tal adjacente. As bacias de Campos e Cabinda-Angola são .pressionais ou transpressionais se constituem igualmente em
exemplos típicos. importantes elementos.
Os dados da margem atlântica, conforme já salientaram • Bacias do Tipo VI . Ocorrem paralelamente às zonas de
Asmus & Porto (1972), indicam que dentro desta classe subdução, entre o continente e as bacias oceânicas. São de
pelo menos dois subtipos de bacias podem ser definidos. pequeno tamanho, principalmente terciárias de segundo ci-
Um corresponde ao subtipo paraielo, no qual ocorre exten- clo, e estão localizadas tanto transversalmente como seguin-
sa deposição de sal durante os estágios intermediários de do o strike de antigos eugeossinclinais deformados. Podem
desenvolvimento. Deste modo, sal mesozóico é encontrado ser subdivididas em três subtipos relacionados à existência
nas bacias costeiras do Canadá, Estados Unidos da América, de arcos-de-ilhas (6A ante-arco, 6B retro-arco e 6C não-
Brasil, África e Europa. O outro tipo parece ter sido forma- -arco) e sua gênese está diretamente ligada à evolução das
do pela movimentação leste-oeste de segmentos transfor- zonas de subdúção. As bacias de Talara, Sumatra e Los
mantes durante o rompimento do continente gonduânico, Angeles são representativas desta classe.
resultando, por exemplo, na formação de bacias entre o • Bacias do Tipo VII· Desenvolvem-se em áreas monta-
norte do Brasil e Libéria e Daomé, Este tipo parece não nhosas originadas por esforços compressionais criados pelo
conter grandes depósitos de sal e freqüentemente mostra choque de placas litosférícas ao longo de zonas de subdu-
RevistaBrasileira de Geoctênctas, Volume 16, 1986 355

ção, ou ainda ao longo de zonas de colisão de massas conti- Perrodon (1983), com enfoque na definição de sistemas
nentais.Sãoessencialmente formadas por calhas relacionadas petrolíferos em função da Teoria da Tectônica de Placas,
a movimentos cisalhantes (ou wrench) em áreastranstensio- definiu duas principais áreas de evolução de bacias(Quadro
nais localizadas dentro dos cinturões dobrados que circun- IG): o domínio intraplaca e o domínio das margensativas.
dam as margens convergentes de alguns continentes. Este Na primeira categoria, a evolução da bacia se inicia com um
tipo é exemplificado pelas baciasde Maracaibo e Gippsland. estágio de rifteamento que pode evoluir para uma bacia
• Bacias do Tipo VIII (Delta) - São bacias do Terciário intracratônica ou para uma bacia de margem passiva, in-
Tardio, formadas por deposição de grandes quantidades de cluindo os casos particulares das bacias deltaicas e bacias
sedimentos terrígenos trazidos por ~andes rios, como o associadas com movimentos laterais (strike-slip). Na segun-
Níger, Mississípi, Mackenzíe, Amazonas, Nilo etc., podendo da, estão: bacias do tipo cisalhante (shear) ou pull-apart nas
desenvolver-se em qualquer cenário tectõníco, áreas..de falhas transformantes; bacias de arco (ante-arco,
No decorrer da década de 70, algunsautores, a partirde íntra-arco e retro-arco) em áreas de convergência, se a sub-
diferentes enfoques, apresentaram outras classificações de ' dução ocorre com esforços menos elevados; ou bacias do
bacias. Entre os mais importantes podem ser citados tipo antefossa nos limites dos cinturões dobrados, nos casos
Perrodon (1977), Huff (1978) e Bally & Snelson (1980) de subdução com grandes esforços e colísão continental. Se-
(Quadros IE e IF). Nelas também foram consideradas as gundo o autor, as bacias da segundacategoria, ao contrário
áreasestáveis (cratônicas), divergentes, convergentes e trans- das demais, são instáveis e de pequena duração no tempo
correntes, dentro do contexto da Tectônica Global, geológico.
Bally & Snelson (1980), com uma visão original da Tec- Na comunidade geológica da Petrobrás, após o uso, du-
tônica de Placas, discutida no excelente artigo Realms of rante muitos anos, de uma classificação temporal bastante
Subsidence, apresentaram sua classificação (Quadro IF) ba- simpllficada (bacias paleozóicas, mesozóicas e cenozõícas),
seada na presença de zona ~e subduçãotípica (tipo a, ou a necessidade de se entender e agrupar geneticamente as
seja,daplaca oceânicasobacrosta continental) e .na existên- bacias sedimentaresbrasileiras também se manifestou na dé-
cia de outra zona de subdução, em posiçãosimétrica à primei- cada de 70, visando sobretudo,qualificar e quantificar, em
ra, envolvendo a crosta continental, que formariam um par grandes números, as nossas perspectivas petrolíferas. A elaâ-
de subduções dando origem a megassuturas, Dentro deste sificação de Klemme (1970) foi, desta forma, adotada e
conceito global, Bally & Snelson reclassificariam os geos- amplamente utilizada, tanto em relatórios internos como
sinclinals de Kay (1947) e as bacias de Weeks, de Uspens- em publlcações externas, com destaque para o trabalho pio-
kaya e de Klemme de modo bastante consistente, separan- neiro de Asmus & Porto (1972). Estes autores enquadraram
do: a. bacias localizadas dentro da litosfera rígida, não as bacias brasileiras nos tipos básícos, bem como discutiram
associadas à formação de megassuturas; b. bacias associadas particularidades de algumas delas que não haviam sido refe-
à formação de megassuturas compressionais ou baciasperi.. ridas na, classificação originai de Klemme (op. cit.). A par-
suturais; e, finalmente, c. bacias contidas nestas megas- tir deste trabalho inicial, os sucessivos avanços no conheci-
suturas ou bacias epí-suturaís, associadas a processos de sub- mento das bacias brasileiras foram registrados nos trabalhos
dução do tipo B. de Asmus (1975, 1979, 1981), Asmus & Porto (1980),
Klemme,em 1980" reviu sua classificação estudando Asmus & Guazelli (1981), AsrlIus & Ferrati(1978) e Asmus
mais de 600 bacias ou sub-bacías no mundo Inteiro. Man. & Baísch (1982). Ainda, em 1982, Szatmaríêr Porto elabo-
tendo então sel1,' tipos básícos, definidos em 1970, íntrodú- raram nova classificação das baciassedimentares brasileiras,
ziu algumas modificações, comentadas anterioimente,e na qual levaram em consideração diversas bacias terrestres
teceu diversas considerações sobre os métodos correntes de anteriormente não classificadas (Quadro 3).
avaliação do potencial petrolífero de bacias. Dentre estes Em dezembro de 1983, um grupo da Exxon llderado por
métodos destaca-se a utilização das técnicas de avaliação D.R. Kingston, C.P. Dishroon e P.A. Williams propõe um
múltipla, que consideram os fatores fundamentais para a sistema mais dinâmico de classificação de bacias. Tal siste-
'ocorrência de petróleo, isto é, gerador, reservatório, trapa e ma é fruto de sua experiência de IS anos na reconstituição
selante. Neste trabalho, Klemme ressalta o caráter dinâmico do movimento das placas tectônicas e sua impllcação no
das bacias, no contexto da Tectônica de Placas, no qual elas quadro evolutivo estrutural-estratigráfico nas baciasrelacio-
aparecem evoluindo, ao longo do tempo, de uma classe para nadas. O volume de dados disponíveis pela Petrobrás já per-
outra. O autor deixa então transparecer sua crescente preo- mite a utilização desta metodologia nas bacias brasileiras.
cupação em situar as bacias sedimentares dentro de uma
óptica mais evolutiva, e não simplesmente dentro de classes SI,STI'MAGLOBAL DI' CLASSIFICAÇÃO DE BACIAS
estanques(Fig. 3). ' (S.G.C.B.lOE I<INGSTON"ET AL. (1983) - PRINCIPIOS E
Bois, Bouche & Pelet (1982), estudando a distribuição METODOLOGIA Este sistema surgiuna literatura espe-
das reservas de petróleo desde o Cambriano até o Holoceno, cializada basicamente,como reflexo da tendência atual em
em função de sua situação geotectônica, definiram nove se agrupar as baciassedimentares segundouma óptica tecto-
tipos de bacias, em parte baseados em Bally & Snelson no-sedimentar evolutiva. Este sistema, de carãter fundamen-
(1980) e Huff(I978). talmente descritivo, constitui, igualmente, uma iniciativa no
Klemme (1983), em novo artigo que enfatiza a avaliação sentido de atender a uma necessidade crescente de criação
do potencial petrolífero das baciaspelo estudo do tamanho de uma llnguagem ínformatízável para os dados geológicos,
dos campos de petróleo nelas contidos, lançou uma nova de grande utilidade, sobretudo na esfera gerencial. Desta
classificação, em que só cinco tipos englobam seus oito ti- forma, na realidade, não se estipula, como tradicionalmente
pos anteriormente definidos. Este novo agrupamento cons- proposto por outras classificações, um rol de tipos de bacias
tituiu-se em uma nova tentativa do autor para dar uma lógica dentro do qual cada bacia estaria inserida. Mais adequado
genético-evolutiva à sua classificação de bacias. seria considerá-lo como um sistema de codificação pelo qual
356 RevistaBrasileira de Geocténctas, Volume 16,1986

ORTOOEO$SIRClíREO TIPO I TIPO III TIPO II-A


MIOOEO$SIRClíNEO ImRIOR Rim COMPLEXA
EUCEOSSIRClíNED
RíyELDOM~NíyELDOMAR
~/=
-~
AA ?

ORTOOEOSSlNClíREO
,~~-:I
"DO"'ARP"
I\ \ \
TIPO VI TIPO VII TIPO II TIPO I
SUBDUÇÃO MEDIANA COMPOSTA IRmlOR
TIPO V
'PUll-APART"
\
NíVEL DONAR'--=;:: IA e.: 88 RíVEL DO lAR
O=::----,;>J1:b

TIPO VIII
DELTA

.,
\ "OOIN'''P''
TIPO VI
SUIDuçÃO TIPO VII
, JlEDIANA
IC' "
NíVEL DO lAR

Figura 3 ~ Evolução geotectânica das bacias sedimentares (segundo Klemme 1980)


RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16, 1986 357

Classificação e Estilo Tect6nico • Posição da bacia na placa.


...
~

• Bacia Asmus & Porto 8z8tmari &


Resultam, desta forma, nove modelos teóricos e oito mo-
delos práticos de tipos de bacias. Quanto a tectónica forma-
:!! (19721 . (Termos
Porto (19821 dora, as bacias mais importantes, do ponto de vista de ex-
do Klemme 1971)
IntracratônJca de ploração de petróleo, são: Sinéclise Interior (IS), Fratura
0c.S!0 Pantanal
Bananal - interJor remoto Interior (IF), Sínéclise de Margem Continental (MS) e Cisa-
~,o
()N
Paraíba - Rifle Ihamento (LL) (Figs. 4A e 4B). Há ainda um tipo misto,
também de grande destaque para produção de hidrocarbo-
IntracontJnental
Acre II cratônlca da netos, cujas evidéncias para uma origem em Sinéclíse de
antefossa andJna Margem Continental (MS) não são suficientes, já que a bacia
Tacutu foi parcialmente destruída por um cinturão orogenético
Rlfte abandonado marginal. Este tipo é denominado Sinéclise de Margem Con-
Maraj6 III (autecôçeool
o Recon.lTucano tinental-Sinéclise Interior (MSIS). .
.2
-e
S Barrelrlnhas
~ Potlguar
:; Iserglpe/Alagoas Ciclos e estágios deposicionais (codificados por núma-
Bahla Sul III . V Alfte evoluindo ros) Neste caso considera-se, representando um ciclo, os
Espírito Santo para pull apart sedimentos e/ou vulcânicas depositados durante um perío-
Campos do tectónico. Este pacote de rochas deve ter significado no
Santos
Patotas desenvolvimento da bacia, tanto pela espessura como pela
duração no tempo geológico. A subdivisão em.estágios, aos
Paraná Intracratônlcas de
Maranhão quais correspondem precisamente os códigos numéricos,
I Interior remoto>
o Médio e baixo
amplos arcos regionais
faz-se de acordo com os princípios de análise estratigráfica
.2
-e amazonas referentes ao desenvolvimento de cunhas sedimentares

..j• Alto amazonas I


Intracratônlca de
Interior próximo
• efeitos orogênlcos
transgressivas-regressivas, a seguir descritos (Fig. 5):
• Estágio I - Sedimentos de origem não-marinha, geral-
mente com baixo potencial de geração de hidrocarbonetos
hercJnlanos
(incluem-se sedimentos lacustres oxidados não geradores).
Intracontlnel1tal Sobre estes sedimentos depositam-se, por transgressão, os
h
õ:õ
Bambuí
(São Francisco) - ci'atônlca da
antefossa sedimentos correspondentes ao Estágio 2.
.l;N
braslllana • Estágio 2 - Sedimentos de origem marinha [como defi-
niu Kingston et ai. (1983a)] e, também, sedimentos de ori-
gem lacustre (estes incluídos pelo grupo da Petrobrás), po-
tencialmente geradores de hidrocarbonetos. O primeiro sub-
Quadro ;J - Classificação das bacias sedimentares brasilei- grupo denomina-se 2M (marinho) e o segundo, 2L (lacus-
ras segundo Asmus & Porto (1972) e S'zatmari & Porto tre).
(1982) • Estágio 3 - Sedimentos continentais regressivos com bai-
xo potencial de geração de hidrocarbonetos. Embora pelo
trabalho original de Kingston et ai. (l983a) as discordâncias
regionais sejam tomadas também como representativas des-
te estágio, os autores do presente trabalho preferem não
considerar esta possibilidade.
a cada bacia corresponde uma fôrmula-síntese, permanente-
mente atualizada, cuja elaboração se faz com base nas infor-
Tactônica . modificadora da bacia (codificada por le-
mações geológicas então disponíveis a seu respeito. Neste
tras) Este Item, como critério classíficatôrío indepen-
artigo, além da codificação propriamente dita, serão apre-
dente, constitui uma das inovações do sistema proposto por
sentadas algumas planilhas representativas nas quais se en-
Kingston et ai. (1983a). Teoricamente, a tectónica é conside-
contram os elementos fundamentais que deram origem à
composição da fórmula-síntese, bem como a coluna sedi- rada modificadora quando ela se manifesta apenas afetando
o substrato e o pacote sedimentar já formado; não acar-
mentar dá bacia considerada. Desta forma, as analogias e
retando, portanto, a formação de nova área bacial. Entre-
comparações, por etapa evolutiva, se tornam mais evidentes.
A referida composição da fórmula é feita através de códi- tanto a distinção entre tectónica formadora e modificadora,
gos alfanumérícos que se reportam a: tectónica formadora na evolução de uma bacia sedimentar, nem sempre pode ser
da bacia; ciclos e estágios deposicionais; e tectónica modifi- feita com facilidade; A proposição de Kingston et ai. (op.
cadora da bacia. cit.) para caracterizar e classificar a tectónica modificadora
de uma bacia é feita com base apenas na distribuição espa-
cial e no tipo (critério qualitativo, portanto) de efeito sobre
Tectônica formadora da bacia (codificada por le- os sedimentos por ela afetados, e não propriamente pela
tras) A definição de tectónica formadora leva em conta causa. Aqueles autores utilizam-se do termo wrench, sensu
os seguintes fatores (Quadro 4): latu, referindo-seâ estruturação dos sedimentos (em diver-
• Composição da crosta subjacente, se continental ou sos graus de intensidade), cuja origem não esteja necessaria-
oceânica. mente relacionada a cinturões móveis adjacentes, que afe-
tem, lateralmente, toda a seqüêncía da bacia. Da mesma
• Tipo de movimento que a placa, na qual a bacia está forma, o termo aqui é aplicado a todas e quaisquer feições
contida, sofreu e que esteja relacionado com a sua formação, estruturais presentes nas áreas baciais, engendradas pelos
358 RevistaBrasileira de Geooíênctas, Volume 16, 1986

BACrAS EM CROSTA CONTINENTAL BACIAS FORMADAS INTEIRAMENTE EM CROSTA OCEÂNICA


1. COMPOSlCÃO DACROS-
TA SUBJACENTE:4 BA-
CIA I
BAOAS CONTINENTAIS
I
BACIAS oCEÂNICAS

I I
I
I
AREA OE MOVIMENTO DE ÁREA tE MOvIMENTO DE
I
ÂREA DEMOVIMENTO DE ÁREA DEMOIIMENTO DE
!_= 2. T!f'O DE MO"'MENTA· PLACAs DIVERGENTES PlIJCAS CONVERGENTES PLACAS CONVERGENTES PLACAS DIVERGENTES
Q

SQ:
CAO DE PLACA RELA-
CIONADA ~ FORMACAQ
DAB:ACIA
I
BACIAS/CICLOS)
I
BACIAS {CICLOS)
I
BACIAS(C1CLOS)
I
BACIAS{CICLOS)

~
n n
DIVERGENTES CONVERGENTES CONVERGENTES DIVERGENTES

'II--------l
3. R'JSrCÃa DA BACIA
INTERIOR
OE
MARGEM
DE
INTERIOR OE
PLACA. EM GERAL
• AOJACENTl:.
AMARGCM.OE
I
MARGEM
DE
DURANTE SUA FORMA· PlACA PU<:A PfID(lMA:4MARGEM SIJOOUCÇAO F'lACA
çAo, NA, PLACA
L1TOSFER1CA

MODELOS ~ICOS DE StNÊCUSE FRATIJRA SINÉClISE DE ISALHA~ FOSSA ISALHAtvENlO FRATURA SIN~CllSE
INlERIQR INTERIOR MARGEM CONTINENTAL AS9XIADA OCEÂNICO OCEÂNICA OCEÀNtCA
TIPOS DE B./lCIA CONTINENTAL CONTINENTAL CONTINENTAL

MODELOS PRÁTICOS DE
TIPOS OE BACIA

Quadro 4 - Fluxograma de identificação da tectónica formadora das bacias sedimentares. Oscódigos terminais seguem a ter-
minologia de Kingston et alo (1983a)

mais diversos esforços,cuja origemestaria relacionada à mo- seções estratigráficas evolutivas. Compilando-se todos estes
vimentação das placasIítosférícas, dados, pode-se, então, definir a fórmula da bacia, que a
Assim, tem-se três tipos de tectônica modificadora (Fig. classifica, A figura 7 ilustra o exemplo de classificação de
6): uma bacia da margem sul-atlântica. Observa-se que, nesta fi-
.. Cisalhamento (wrench) episódico adjacente ou dentro da gura, Kingston et ai. (1983a) compõem a fórmula final a
bacia(Fig. 6A). O grau de intensidade pode variar de a af, a partir do topo para a base da seqüência sedimentar. No
depender do efeito, ou seja, da(s) feição(ões) tectônica(s) presente trabalho, os autores adotam, ao contrário, a fór-
observável(eis). mula escrita da base para o topo, por julgaremcorresponder
.. Cinturões móveis adjacentes à bacia afetados por císalha- melhor à ordem natural de deposição da seqüência sedi-
mento (ou wrench). Analogamente, o grau de intensidade mentar e da evolução tectônica associada.
pode variar de a af, conforme ilustra a figura 68.
.. Cinturões totalmente dobrados, que caracterizamsuturas APLICAÇÃO DO S.G.C.B. ÀS BACIAS BRASILEI-
atuais ou passadas de placas convergentes (Fig. 6C). No RAS A aplicação dos conceitos classífícatôríos de
Fanerozôíco brasileiro, esta situação não se encontra repre- Kingston et ai. (1983) âs baciasbrasileiras foi idealizadaem
sentada. 1984 por Carlos Walter M. Campos, então diretor da Petro-
Para a elaboração desta classificação é preciso considerar brâs, e realizada por um grupo de trabalho. Este grupo,
todas as feições a.que acabamos de nos referir, fazendo-se coordenado por A.M.F. de Figueiredo, foi constituído por
necessária a confecção de: linhas sísmicas regionais, mapas, geólogos e geofísicos da Petrobrás, que exercem atividades
geológicos regionais e seções geológicas regionais. de interpretação nas diferentes bacias onde a companhia
Deste conjunto de dados pode-se obter a história geológi- atua na área de exploração e/ou produção de petróleo.
ca da bacia inserida no contexto da Teoria da Tectônica de Deste modo, embora os autores sejam os principais res-
Placas. Os grandes ciclos deposicionais e as discordâncias ponsáveis pela fórmula final representativa da evolução de
regionais devemser restaurados com a execução de séries de cada bacia, ela exprime seu estágio atual de conhecimento
Revista Brasileira de Geocténctas, Volume 16, 1986 359

ET APA 4

d~~, , 1
/ /

J _
I

ETAPA 3

...
:;0 ETAPA 2
..J..J
- o
o

r#l~
~W3
--
~ rl~
1
. -
-- "
... ..... .. .. . . ~~

A B

Figura 4 - A. R epresentação esquemática de tipos de bacias resultantes de diversas tectônicas f ormadoras (modificado de
Kingston et alo 19830): 1 - Bacia do tipo Sinéc/ise Interior (IS); 1/ - Bacia do tipo Fratura Interior (IF); 1/1 - Bacia do tipo
Sinéclise de Margem Continental (MS); I V - Bacia do tipo Sinéclise de Margem Continenta//Si néc/ise Interior (MSIS). B.
R epresen tação esquemática da evolução de bacias de cisa/hamento (LL - wrench). Etapa I: A bacia se fo rma por esforços ci-
sa/hantes em regime transtensiona/. Eta pa 2: Su bsid ência da bacia, com o aparecimento de esforços transpressivos. Eta pa 3 :
Incremento dos esforços transpressivos provocando soerguimento e erosão. Eta pa 4 : Parox ism o do cisalhamento, podendo
resultar na destruição da bacia através da f ormação de cinturões dobrados (L3FB) (adaptado de Kingston et alo 19830)

geológico. Evidentemente, em algumas delas foram conside- na definição das tectónicas (formada e/ou modificada)
radas hipóteses alternativas e, principalment e para aquelas atuantes na bacia. Obviamente, caso elas não sejam bem
sobre as quais a quantidade de dados disponíveis é pequena avaliadas, podem gerar fórmulas totalmente diferentes.
(como as bacias do Acre e Tacutu), a fórmula apresentada Chama-se a atenção de que este sistema classificatório en-
deve ser tida como preliminar. fatiza um caráter tectónico controlador dos ciclos sedimen-
Como já se referiu anteriormente, uma das maiores difi- tares, que poderiam ter outras origens, tais como variações
culdades encontradas na utilização da classificação residiu globais do nível do mar, principalment e no Terciário.
360 RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16, 1986

--
o ESTÁGIC!-2 a = IS 1, 2 b = IS 1
- +"",-".. -lbd~~

Figura 5 - Relação dos estágios deposicionais com as cunhas sedimentares transgressivas-regressivas. A - estão presentes os
três estágios e B - apenas dois (modificado de Kingston et al, 1983a)

Assim, admite-se, por exemplo, que a passagem da sedimen- existência de sedimentos terrígenos fmos lacustres, deposi-
tação transgressiva para a regressiva, ocorrida na transição tados em ambiente euxíníco, nos quais a preservação da
Paleoceno-Eoceno da Bacia de Campos, pode ter sido origi- matéria orgânica torna-os importantes para a geração de
nada por movimentação tectónica intraplaca relacionada à hidrocarbonetos.
reativação da Serra do Mar e não apenas por variações eustá- O ciclo 4, de idade aptiana, representa nova fase IS,
ticas. característica das bacias costeiras, e o início da subsidência
Nem todas as bacias sedimentares fanerozóicas brasileiras térmica que se segue ao fraturamento. Nele depositam-se
foram estudadas pelo grupo de trabalho. Assim, bacias con- sedimentos terrígenos grossos basais que são cobertos por
sideradas de menor importância no contexto exploratório pelitos, carbonatos e, principalmente, evaporitos marinhos,
de hidrocarbonetos - seja por sua diminuta área sedimentar os quais indicam a penetração de água salgada na bacia. Neste
(bacias interiores no Nordeste brasileiro, bacias do Vale do ciclo foram depositados e preservados espessos pacotes de
Paraíba etc.), seja por não possuírem características míni- folhelhos orgânicos (2M), que resultaram em importantes
mas adequadas à geração de quantidades comerciais de hi- rochas geradoras.
drocarbonetos (bacias do Pantanal, São Francisco, Bananal Seguem-se os ciclos 5, 6 e 7, todos incluídos no tipo MS
etc.) - não serão aqui discutidas. (sinéclise de margem continental). O ciclo 5 (Albiano ao
Comentam-se, a seguir, algumas classificações de bacias Santoniano) está constituído por carbonatos, margas e fo-
prolíferas em hidrocarbonetos, representativas dos tipos lhelhos (em on-Jap) representando o progressivo aprofunda.
mais comuns existentes no Brasil. Seções geológicas esque- mento da bacia. Passa-se, sucessivamente, de carbonatos de
máticas destas bacias estão mostradas na figura 8. águas rasas para margas e folhelhos de águas profundas.
Nos ciclos 6 e 7, inicia-se o preenchimento da bacia por
Bacia de Sergipe-Alagoas Sua fórmula classífícatôría é a sedimentos costeiros e marinhos (em off-lap) formador por
mais extensa dentre todas as bacias brasileiras, já que con- elásticos grossos (leques deltaícos), carbonatos de alta ener-
tém todas as fases e ciclos possíveis na evolução de gia (plataforma), margas, folhelhos e arenitos turbidíticos
nossas bacias costeiras (Quadro 5). (talude e bacia).
O ciclo I(IS) representa a sedimentação elástica de bacia Na evolução da Bacia de Sergípe-Alagoas, falhas normais
interlor (flúvío-glácío-marínha) implantada no fim do Paleo- foram a expressão mais importante da tectónica formadora
zóico. Discordantemente sobre este pacote foram deposita- durante o ciclo 3. No entanto, durante este ciclo ocorreu
dos os sedimentos continentais lacustres, jurássicos, em ba- uma fase tectónica modificadora (Lo), quando, devido ao
cia interior (IS) que antecedeu à abertura do Rifte Sul- ajustamento da bacia às tensões produzidas pelo estíramen-
-Atlântíco, Alguns intérpretes preferem considerar esta eta- to crustal e possível rotação diferencial das placas, desenvol-
pa evolutiva COmo a fase inicial de um ciclo IF devido a sua veram-se feições estruturais importantes, tais como falhas
gênese relacionada ao estiramento crustal, No entanto, a . transcorrentes e dobramentos de grande amplitude, onde
inexistência de falhamentos expressivos neste período depo- significativas quantidades de hidrocarbonetos foram aprisio-
sicional caracteriza uma tectónica formadora do tipo IS. nadas. Alternativamente, esses esforços compressionais po-
No Cretáceo Inferior (Berrísíano ao Barremiano), o ciclo dem ser considerados como diretamente relacionados à pró-
3 está constituído pela fase rifte formada por sedimentos pria tectónica formadora do ciclo. Nesta hipótese, ele cor-
flúvio-deltaico-Iacustres preenchendo meío-grâbens, Nestes responderia ii. um ciclo LL. Por outro lado, na área alagoana
lagos tectónicos desenvolvem-se estágios I, 2L e 3, em que a da bacia, existem evidências do desenvolvimento de grandes
notação 2L tem o significado de demonstrar claramente a falhas normais contemporâneas à deposição da seção salífe-
RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16, 1986 361

A B c
MUITO FRACO
(OU SEM EFEITO)
~---::. ==~~~T
=~-T~ =~--=-;;;
~/. [~
"- v- ~FB. ~
...
;;. =:; >...

MONTANHAS COM ESTRUTURAS


IMBRICADAS
; -c

FRACO
(PROVOCA D1ÁPIRO OE SAL ~FBb
OU FOLHELHOE FALHAS
DE CRESCIMENTO) ~
DOBRAS ABERTAS
MODERADO
(REJUVENESCIMENTO OE BLOCOS ~Fk
~"-'.'~'--.":
MAIS ANTlGOSMFRATURA INTERIOR
OU EMBASAMENTO) ._-_. --... -
-/ .
MODERADO A FORTE
(FORMA FALHAS OU DOBRAS
~Ld
.~.?=
~FBd DOBRAS COMPLEXAS IMBRICADAS
.:.. . .....
"EN ÉCHELON\l E li HORSETAIL")

~,,-j{:(,'
-, /;';
. _/.'
.:;. /~

CINTURÃO DOBRADO CISALHADO

Figura 6 - Representação esquemática dos tipos de tectónica modificadora (os códigos segundo Kingston et ai. 1983a): A -
Eventos decisalhamento (wrench) episódico naárea adjacente à bacia; B - Cinturões móveis adjacentes á bacia e causados por
compressão obliqua; e C - Cinturões móveis afetando a bacia em âreas convergentes

ra (Evaporitos Paripueira), o que caracteriza uma possível uma pequena incursão marinha no Terciário Médio.
extensão da tectônica formadora IF ou LL ao longo do No decorrer dos andares Buracica e Jíquíá, a bacia foi
ciclo 4. afetada por tectônica modificadora do tipo Lc, de natureza
Paralelamente a essas movimentações díastrôfícas, forma- extensional e transcorrente, possivelmente responsável pela
ram-se, ainda, importantes feições sinsedimentares, tais co- formação de diápiros de folhelhos que atingem a maior par-
mo falhas de crescimento afetando a espessa ação sedímen- te da seção rifle. Deste modo, embora represente uma bacia
tar rifle. Já nos ciclos 5 a 7, a seção sedimentar foi também altamente prolifera, toda à sua produção de petróleo está
afetada diretamente pela tectônica modificadora (Lb), rela- armazenada nos terrígenos das fases IS (pré-rífte) e IF, en-
cionada à existêncía de espessa seção de sais solúveis. O quanto as rochas geradoras situam-se tão-somente na fase
fluxo dessas rochas, altamente plásticas quando submetidas IF.
a pressões diferenciais, dão origem a falhamentos lístricos
que afetam toda a seção sedimentar sobreposta, podendo Bacia de Campos Difere basicamente da evolução apre-
evoluir para a formação de almofadas, domos e estruturas sentada para a Bacia de Sergípe-Alagoas pela aparente íne-
de colapso (casco de tartaruga), importantes no armadilha- xistência de uma bacia IS intracratônica paleozóica e, ainda,
mento de grandes reservas de petróleo. de uma fase jurássica IS antecedente ao rifle (Quadro 7).
Do mesmo modo, sedimentos equivalentes aos andares Rio
Bacia do Recôncavo Esta bacia teve um desenvolvímen- da Serra e Aratu Inferior não foram perfurados até o mo-
to estrutural-estratigrâfíco inicial similar ao descrito para a mento, mas, por outro lado, as lavas basálticas que formam
Bacia de Sergípe-Alagoas, até o fim do Eocretáceo (Quadro o assoalho da bacia apresentam datações equivalentes a es-
6). No ciclo 2, localmente desenvolveram-se evaporitos as- tes andares, devendo ser contemporâneas aos derrames Ser-
sociados aos red beds da Formação Aliança. Sendo, no en- ra Geral da Bacia do Paraná.
tanto, um rifte abortado ou aulacógeno, teve sua sedimenta- A tectônica modificadora principal da Bacia de Campos
ção interrompida no Aptiano (este andar já corresponde a está representada pela movimentação halocinética (Lb) ini-
uma fase termal IS) e, posteriormente, só foi submetida a ciada no Albo-Cenomaníano que se estende até o Recente.
362 RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16. 1986

torial brasileira, pode representar em sua evolução tectono-


-sedimentar, diversas bacias desta área (Quadro 8). Ela dife-
SEÇÃO GEOLOGICA re fundamentalmente daquelas da costa leste e nordeste (até
a sub-bacia de Mundaú) em sua tectõnica formadora estabe-
N.M lecida no Eocretáceo Tardio (Aptiano), estando relacionada
principalmente a esforços transcorrentes gerados peio desli-
zamento lateral das placas litosféricas. Neste contexto geo-
dinâmico, áreas transtensionais geram bacias do tipo LL,
que contrastam, em vários aspectos, com as bacias do tipo
IF das áreas predominantemente divergentes (compare as
figuras 4A II e 4B).
Deste modo, sobre uma bacia paleozóica e juro-triássica
(Bacia do Parnaíba ou Maranhão), que se estendia pelos
continentes sul-americano e norte-afrícano, até então unidos
o, aOkm
" (ciclos 1,2 e 3 do tipo IS), estabeleceu-se a bacia aptiana de
ESCALA HORIZONTAL
Barreirínhas, como uma fossapull-apart. Esta bacia foi rapi-
damente preenchida (ciclo 4) por espessa seção sedimentar
essencialmente terrígena flúvio-deltaica (Grupo Canárias).
PARÂMETROS CONSIDERADOS
Paralelamente à extensão crustal produzida por esforços
CiCLO
transtensionais que geraram tanto falhas normais como fa-
SEO. IDADE CICLO EVENTO ESTA'GIO
N' TECTÔN1CO DEPOSICIONAL lhas de deslizamento horizontal, intensa atividade argiloci-
nética atuava como elemento importante na definição de
QUATERNA'R10, SINÉCLlSE 2 MARINHO
4 A A MARGINAL 1 NÃO-MARINHO sua geometria. Esta bacia foi gradualmente invadida pela
EOM1QCENO (MS) TRANSGRESSIVO água do mar, possivelmente proveniente do Atlântico Nor-
Lc-
EOMIOCENO SINECLlSE 3 NÃO·MAR1NHO te, possibilitando, durante o Albiano (ciclo 5), o afogamen-
REGRESSIVO
B A MARGINAL
2 to da área e a instalação de espessa plataforma carbonática
MESOCRETÂCEO (MS)
Lc--
1 (Grupo Caju), típica de uma tectônica do tipo MS. No en-
MESOCRETACEO SINÉCLlSE 3 tanto, os principais falhamentos normais, com possíveis
2 C A INTERIOR 2 SAL componentes transcorrentes, continuaram extremamente
EOCRETÁCEO (IS) 1
ativos controlando as fácies carbonãtícas e impondo um
EOCRETÂCEO FRATURA estilo tectõníco bastante diferente do observado no cicio
1 D A INTERIOR :}NÁO'MARINHO
NEOJURÁSSICO (IF) MS equivalente na costa leste-nordeste, Nestas bacias, este
ciclo é caracterizado pela atuação de tectônica modificado-
ra (Lb) responsável pela movimentação salífera, ausente na
c>
,,~
,,~ ...~ ...~..." ... ,"
..)C"'~ Bacia de Barreirinhas. No fim do Albiano, e estendendo-se
FÓRMULA: "
MS -21/Lc IMS- 321/Lc/IS -321/IF-31 " pelo Cretáceo Superior, na porção leste da bacia ocorreram
importantes movimentos transpressionais que criaram enor-
mes estruturas anticlinais (possível tectõníca modificadora
Lc).
Sobre a seção do Grupo Caju, desenvolveram-se outras
Figura 7 - Exemplo de classificação de bacia da margem fases MS (ciclos 6 e 7) tipicamente regressivas, similares às
sul-atlântica, pelos critérios originais de Kingston et ai. descritas para as demais bacias costeiras, onde são comuns
(1983a) os escorregamentos e as falhas lístrícas, No entanto, os gran-
des elementos estruturais da bacia permaneceram ativos até
o Neoterciário.
Bacia do Alto Amazona. No interior do continente bra-
sileiro, cercadas por rochas pré-cambrianas do Escudo Brasi-
Na passagemPaleoceno-Eoceno, ocorreu importante episô- leiro, ocorrem imensas bacias, tais como as do Paraná, do
dio de reativação (Lc), ao qual estão associadas falhas nor- Pamaíba ou Maranhão e do Amazonas (Quadro 9). Todas
mais e transcorrentes, possivelmente relacionadas a pulsos elas, em maior ou menor grau, embora pareçam, em uma
tectônicos da Serra do Mar e à implantação das bacias ter- primeira e rápida análise, geologicamente bastante simples,
ciárias do Vale do Paraíba. foram afetadas por diversos ciclos tectônicos de alguma for-
Aparentemente, a existência de grandes volumes de hí- ma ligados à evolução e movimentação das placas litosféri-
drocarbonetos na Bacia de Campos, em relação a outras caso
bacias costeiras que lhe são; em teoria, similares, está díreta- Uma das mais conhecidas e estudadas sub-bacias contidas
mente ligada à otimização do trinômio geração-estrutu- nestas gigantescas áreas sedimentares paleozóicas é a do Al-
ração-reservatôrío. A maior parte dos hidrocarbonetos está to Amazonas, onde siguificativos volumes de gás foram des-
armazenada nos reservatórios dos ciclos MS, embora o gera- cobertos. Nesta bacia podem ser definidos oito ciclos IS sepa-
dor esteja localizado no ciclo IF, que indica terem sido os rados por discordâncias regionais. A origem desta sub-bacía
processos de migração e acumulação de hidrocarbonetos al- continua sendo extremamente discutível e não entraremos
tamente eficientes. no mérito da questão. Os ciclos IS suporpõem-se desde o
Ordoviciano, instalando-se sobre mm bacia pré-cambriana
Bacia da Barreirinha. Esta bacia, situada na costa equa- possivelmente do tipo IF (ciclo I). Em resposta às oscila-
Rev ista Brasileira de Geociéncias, Volume 16 . 1986 363

BollOA OE SERGIPE - A L.....4IrG06S BACIA DE: CAMPOS


SEçAo GEO LOOtcA S EÇÃO OEOLOOIC A
NN
N.

' 000

flÍlllU I512M3 / 15111 If l~ Uu (Ll ?l l 151211 1


( 1l51211/ llS 1211/ 115 2113) lb
ª",. -~; " ~~~~$1~~!§~~
lIIÍlIIU : II 11l llS11M I IMS 11 MIl. 1MS1Mll l.

BACIA DO RECÔNCAVO
SEÇÃO OEOLoG1CA

1lIJ) M ..... 1l.-.sl "'........""" 1 1- 1_ um I


Q- .q. . • .. se:
NW JS
* BAC1A DO ALTO AMAZ O NAS
SEÇÃO G EOLOGICA
NW
o -9- <:> ~
NN

fÓ' WIU : ISI1Ml / lSll / lfUUl. /I SI1ll/ MSI1M

BACIA ce: B A RREIRlI'lHA S fORllllA: lF(? )1211/15 12113/15l /IS12113 /1512 113 / IS13 / ld /15\3/ 1513
SEÇÃO OEOLOOICA

ó- <> <> <>

flÍlJ!.U : IS12Ml/ISIllIS12Mlll1l1lMlI
IMSI1M I M
S1Ml /MS1Ml ll.

Figura 8 - Seções geológicas esquemáticas das bacias de Sergipe-A lagoas, Recôncavo, Campos, Barreirinhas e Alto Amazonas,
destacando seus ciclos evolutivos, de acordo com a classificação de Kingston et ai. (1983a)

ções da placa lito sférica estabeleceram-se sucessivas fases de de intenso soerguimento, recobriram a bacia paleozóica.
sedimen tação marinha epiconti nental, que se altern aram Deste mesmo modo, podem ser descritas, por fórmulas
com períod os erosivos. A p artir do Neocarbonífero (ciclo similares, todas as demais bacias brasileiras, como é mostra-
5), a bacia torn ou-se rest rita, possivelmente pelo início da do, sumariamen te, na figura 9 e no qua dro lO. Este qu adro
elevação dos Andes e nela, em decorrência de clima extre- perm ite tambêm a análise, paralelament e a hist óri a geol ógica
mam ente árido, foram depositados espessos p acotes de eva- de todas as bacias, podend o-se assim estabelecerem-se analo-
poritos (anidrita e sais solúveis). No Jurássico, ocorreu mo- gias e dife renças no con texto evolutivo geotec tôni co de ca-
vimentação tectônica modificadora imp ortante (seja ligada da uma delas.
à abertu ra do Atlântico Nor te e do Golfo do México, seja à
zona de su bdução andin a), qu e resultou na intr odução de OCORR ~NCIA DE HIDROCARBONETOS ·(RESERVAS)
sills e diques de diabásio (fase tensional) e, posteriormen te, NAS DIVERSAS CATEGORIAS DE BACIAS DO S.G.C.B.
na formação de grandes falhas transcorren tes ao longo do Pano rama Mund ial O mesmo princípio de análise múlti-
eixo da bacia com dobramentos e falhamentos reversos pla na avaliação do potencial pet rolífero, já u tilizado por
arranjados en échelon (fase compressional). No Ne ocret áceo dive rsos outros au tores (especialmen te Klemm e 197 0 e
e n o Ter ciário, espessos ciclos (7 e 8) eminen temente ter- 1980), p ode, igualmente, ser aplicado através do sistema
rígenos, derivados da erosão da cadeia andina em processo proposto p or Kingston et ai. ( 1983a). Ent re os diversos fato-
364 RevistaBrasileira de Geocténctas, Volume 16. 1986

U"'OA(lES ESTRATIGRAfiA (VOLve TECi ICA OBSER'<Aç1lEs


COLUNA
CRQI.IO.ESTI\ATIGf!AFtCA$ r

MIOCHIO
Ir .AlATUIUl IftTERlOR

.
.. 01----11
.... O\.\OOCEIIO LL '"'ll'Rf:rocH'

Ftl • FALHI>$ NORMAIS


" .. I----f\!.'i;'!; FC • fl\LKOS DECl«::SCI_
... EOCEI/O IoIENro

'o
~ "
• " . TEIl • Tt:RRIGEJlOS .

"i "
i
CMII'CARaONATOS

E'\IlP'E\Ii!lPOl'lITOS

•• " o

~
• ~ '... C 'OJNTINENTAL
~ ~
: T • TIlANSlCIOIIAL
!
'"
~
Mil • MolIRIIlHO RUO

MP • MIIIIINHO PROfUNDO

L. CI5.AL~AAlENTO (PI-
6OOICO

f9 • CINTURÃO l108RADO

ESlÂGI9SnP9Se:i1OHA1i

l-~T=i:~"''''
•- ~~~::,':i;: ~- '.1
• _ , •• <00" .......
•l _

Quadro 5 - Classificação proposta para a Bacia de Sergipe-Alagoas. Fórmula: ISI2M3/IS13/IF12L3Lc(LL? j/IS12M/(MS


12M/MS12M/MS2M3j Lb

res e/ou combinação de fatores a serem considerados esta- corresponde ao gás não associado e ao gás associado ao
tisticamente, encontra-se a relação imediata: tipo de bacia óleo. Não foram considerados os volumes de hidrocarbonetos
(tectônica formadora) x reservas de óleo e/ou gás. descobertos em cotas batimétricas maiores que 400 m,
Os dados apresentados por Kingston et ai. (1983b), no Do ponto de vista de rochas-reservatório, a maior parte
artigo Hydrocarbon Plays and Global Basin Ciassífication, dos hidrocarbonetos descobertos até o presente se concen-
correspondem ao percentual em número de bacias que, por tra em quatro bacias (Campos, Recôncavo, Sergípe-Alagoas
tipo, são produtoras. Transcrevendo-os, temos (considere- e Potíguar), e nos ciclos IS, IF e MS, conforme mostra o
-se, como universo apenas os ciclos estudados pelos autores): quadro I l , Estas rochas-reservatório compreendem, es-
• 29% de todos os ciclos IS produzem hidrocarbonetos sencialmente, arenitos distribuídos na faixa entre 500 e
comercialmente; 3.000 m de profundidade. Os arenitos do ciclo IS, de idade
• 36% de todos os ciclos IF produzem hidrocarbonetos Jurássica, foram depositados predominantemente por pro-
comercialmente; cessos continentais flúvío-eôlícos de grande distribuição la-
• 20% de todos os ciclos MS produzem hidrocarbonetos 'teral, como, por exemplo, aqueles das Formações Sergi e
'comercialmente (Obs.: dos 60 deltas terciários conhecidos Serraria das bacias do Recôncavo e Sergipe-Alagoas, respec-
apenas quatro produzem comercialmente; e aqueles autores tivamente. Os arenitos do ciclo IF, do Cretáceo Inferior,
consideram a maioria dos ciclos MS como de risco elevado); foram depositados em ambientes lacustres (sistemas flüvío-
• 47% de todos os ciclos LL produzem comercialmente -deltaicos e de leques sublacustres) apresentando menor
hidrocarbonetos; continuidade lateral.
• 50% de todos os ciclos mistos MSIS produzem comer- Já os reservatórios dos ciclos MS são constituídos princi-
cialmente hidrocarbonetos. palmente por arenitos turbídíticos de margem continental,
Os demais ciclos são considerados, por aqueles autores, depositados em leques submarinos de extensão variável. Na
de elevado risco exploratório. Bacia de Campos, estes leques podem atingir áreas da ordem
de centenas de quílõmetros quadrados e idades variáveis do
Panorama Brasileiro Os dados pertinentes ao Brasil fo- Eocretáceo ao Mioceno,
ram extraídos do Relatório de Reservas de Petróleo da Pe- Secundariamente, reservatórios carbonáticos, seja conti·
trobrás e analisados qualitativa e quantitativamente. Para dos no ciclo MS do Albo/Cenomaniano na forma de barras
efeito de estimativa geológica, foi considerado o somatório e oólitos/oncolitos, seja contidos no ciclo IF do Cretáceo
dos volumes in place de óleo-equivalente (\.000 m" de gás Inferior, na forma bancos de coquínas, contêm importantes,
= I m3 de óleo) provado, provável e possível. O gás cubado reservas de hidrocarbonetos, principalmente na Bacia de
R e vista Brasileira de Geoci ências, Volume 16. 1986 365

U ~ '()il, DES
COc "", . ! STRATfG RA"A
o CRONOEST.... TIG'!Ji. .;:.S
'"

IF • FRATl)R" INTERtOIl

OC'G OCENO
EOCE'IO
PALEOCEf'1O
SUP E RIOR

FC ....cHASOECRUCI,
AL8 1" NO MUH O

F1 ·FAL....... T' ' 'NSCOIl,


IlEN1Es

TER . TE"" !oc NOS

NU' ' E""PORITOS

MR • .....' NIlO RASO

FB • C.. TU R,{o 008R" OO

U TAGI!?S !!EPOSlCIOHAIS

PER"' ' ' NO


.. ._
, - ::1"'''::::''0::::.''''
-,....... _
.._.,_,'........
- oe_
_,."
.

Quadro 6 - Classificação proposta para a Bacia do Recônca~o. Fôrmula: ISI 2M3/IS13/IFI2L3Lc/ISI2L3/MSI 2M

Campos. Outras rocha s-reservat ório podem, localmente. se ao nosso relativo pequeno conhecimento sobre este tipo de
tornar importantes, tais como folhelhos fraturado s (Campo bacia, bem como ao fato de elas, mundialmente, estarem,
de Candeias, no Rec õncavo), basalto s (Campo de Badejo, na na maioria das vezes, relacion adas a contexto geotectônico
Bacia de Campos) e rocha s metamórficas fraturad as (Campo convergente.
de Carrnópolis, na Bacia de Sergípe-Alagoas). CONCLUSÕES A aplicação da classificação de Kingston
Quanto às rochas geradoras, os estudos geoquímicos têm et al. (I 983a) às bacias brasileiras atende à crescente tendên-
revelado a presença de dua s prin cipais seções pelíticas res- cia dos exploracionistas das áreas sedimentares de as en-
ponsáveis pela geração dos hidrocarboneto s contidos nas tend erem e as sistematizarem dentro de critéri os geodinâ-
bacias brasileiras. Estas rocha s, presentes nos ciclos IF e IS, micos evolutivos.
estão, neste último, associadas à seção evaporítica. Por Este tipo de classificação permite, en tre outros as-
exemplo, na Bacia de Sergipe-Alagoas cerca de 70% dos pectos, cod ificar os eventos tect ónicos e sedimentares
hidrocarbonetos, até o mom ento localizado, foram gerados por meio de uma fórmul a-síntese pela qual os atri-
pelos folh elho s do ciclo IS evap on tico, e o restan te, por butos essenciais estão expressos sob a forma de letras e
rocha s do ciclo IF. Já nas bacias do Recõncavo e de Campos núm eros.
todos os hidrocarbonetos são pro venientes de geradores do
ciclo IF. A codificação, á primeira vista complexa, pode ser facil-
Para efeito de comparação com os dado s fornecidos por ment e tran spost a para a linguagem de computador, perrni-
Kíngston et ai. (I 983a) acerca do panorama mundial, foram tindo que se obtenha um banco de dados de fácil acesso e
computados no quadro 12 os percentuais dos ciclos tecto- manu seio, eventualmente útil para estu dos estatísticos e pa-
no-sedimentares produtores de hid rocarbonetos, conside- ra decisões gerenciai s.
rando-se apena s as bacias brasileiras de área estimada supe- Trata-se de uma classificação descritiva extremamente
rior a 7.500 km', e que estivessem claram ente individuali za- maleável, à qual novos estudos ou interpretaçõe s podem ser
das à época dos ciclos considerados. Como pode ser visto, rapidamente incorporados e, em alguns casos, levar a modi-
existe um excelen te paralelismo entre os núm eros compara- ficações substanciais de cada fórmul a. Vislumbra -se, até em
tivos dos ciclos do tipo IS e IF. A grande discrepância entre um futuro próxim o, a criação de códigos referente s aos
os núm eros repre sentativos do ciclo MS pode ser credita da aspec tos terrnom ecânicos que estão intimamente associados
ao avançado estâgio exploratório das bacias deste tipo na à evolução das bacias.
margem continental atlântica do Brasil em relação às bacias De qualquer modo, este sistema permite que grande s gru-
do mesmo tipo em margens semelh antes no resto do rnun- pos, similares aos já definidos por classificaçõe s an teriore s, se-
do. No entanto, a diferença no tipo LL deve estar associada jam igualmente esta belecidos.Tais grupo s estão relacionados à
366 RevistaBrasileira de Geociénctae, Volume 16, 1986

,~,
UN10ADl'S ESTAATIG~AFlA OBSERVAç/lES
CRON9l'STlIATIGIUiFt=AS COLUNA
, ; QUIoT. PI.I:<!ITOCENO
s.e
MIOC[NO

..
lF • FRAll.!RA INTERIOll

'" ·. OLIGOCCNll

·· "
" [aCENO
Fil _fALItAS NORMAIS

FC 'fALHAS DECRuel-
MENTo

~ ~.
z
•w .. FR • fALHAS REvalSAS

o VlA.C' VULCANOCLAS1l)$

.~ !
TER • TERRfGEH;lS

"i "• CAI\9·CARtlOIlA.TOS

~
• o
""
i E\l\p. EVAPORlles

ii'
•cw
~ '·. c ..CONTINENTAL
:
,•
~

."
ARATU
A. SERRA
O,JO~
....
'.',',',',','
',.,' , -,'
"'O"r"""
r"NUS el.,CAS L. C<$/lLtlIllolENTO [fi-
eoeeo

i ? Fil • CINTUAA'O OOBRAOO

.. ...
WM!9s flEP9S!99NA:LS
I _ """.'00«1«1"""'"
( _", ......
• _"_"'00"""''''''.''
." , "
"'"".U".. '
• - m:.\';;&......''"'·,.~

Quadro 7 - ClaSSIficação proposta para a Bacia de Campos, Fórmula: lF12L/IS12M/(MSl2M/Lc/MS2M3)Lb

UNIDADES [\lOCU OBSERVAÇllES LEoEt;()A


COLVI'lA ESTRATIGRAFIA
CfIONOl'.STRATlGIlIirnJlS
~ O\IOT. Pl.EO$lOCENO

" ,-
PIRADAS
IS • Of:PRE$S1o lNfERIOR
MIOcENO
IF • FRATURA mTERIOR

. o MS • OCl'RESSÃO /oIAROItlAt.

'·.
··
u F~ • FAL~AS HO,UAAIS

" " [oeEIVe


,- er .FALHAS lllA~SÇ()R­
gllM NUMDERTO RE:NT~S
ce
~
W
o .. CAMPOS FR .FALHAS RE:I'l:RSAS

vu..C' VIJl.CAHOCLASTOS

s" .
z
"
CAAlI'CARElONATOS
"
i •
• o I E\I\I' • EVAPORITOS

~
ii'~

'. u
.. ,
lGN .ROCilAs tGHEASNA
SEÇi:l sEOIMENTAA

•c
W
~ :
CAJU

o.,
c • COHTlItENTAL
T • TRANSICIONAL
,..
i
CANÁRIAS
MR'I,WIIHtIO RASO

MP 'MARI~HO PAOFuNOO

L. ClSALN/lMEHTO EPI-
seecc
FB • ClHfUR,(o OOBRAOO

fSf/(GIOS !lEP9/!EKlNA!S
, ~ =no:.=="''''
• - ~~::"':':I'::t'''''''M''
·"H+----+"""" •- ==".~~"""'..."'."

Quadro 8 - Classificação proposta para a Bacia de Barreirinhas. Fórmula: IS12M3/IS13/0SI3/LL12LM3/(MS12M/


MS2M3/MS23)Lc '
Re vista Brasileira de Geociências, Volume 16. 1986 367

u,_
·
It(· st.l)o . ~ 'O!o ......t .. l ( ,~ Clt!olotYo.C6u LHUD&
"" "

~
• ~
~
1$. c.:_ s1okl II.U_

~ ~
I r. F1tAn..-A ....E_

... . OI:_SUO - - .

- ~ J LL . · ..-.:IOCH·
' .. H .... .. . . _ _ S

~
.., ' ( . , ........ OI:(It(SQ-
1«"'0
'" ,,~
~ ~ff~ ~ ~ fT ' f AL"'S ' ~ A "SCOIl ·
M"'U
i ~JOI-l-=':~~~==~;:j=:::;;=c;] r ll 'r........ s Ot: VE ~ S U

~
e
3 ~ao
i
_ 01.'.0'
""'u..
, . LE....
"-"
~
Lfj 5 M
YuL( ' Wl.CANO<:L AUOS

U II " UII OQ(IIOS

CIoII8 ·c,oOltlO!lA'OS

~ ·E"_'OS

~
1.... . -elC/tM l_ AI ...

u~
Sft,/o S( _ on....
'In~.4 .
e • eotoTlU "'AL
U "
",""''';_
... ra •
.. 11· ......._ .... 10

m
'f.

~~ ~~
.. ,

L
.

_.
_ ~

. 0:-. ...... 10 t ... •

..
_ -o
.
~
C--
'
,. • g,'UII&o _ ""'00

., -- ---
U'"
"---'- '"
P,,'OSOillWS

...: :::."::-:.- ."


~

_ .< ~ rll~ '" II


u.
rz~ ~ ~ .- =='.~-'''' .'''
Quadro 9 - Classificaçdo proposta para a Bacia do A lto Amazonas. Fórmula: IF( ? )12M/IS12M3/IS I/!S I2M3/IS12
M3/!S12M3/IS13/L d/!S13/1S13

~
GEOLOGlCO PALEOZÓi CO ME SOZÓiCO CENOZÓICO
P~ FÓRMULA F INA L
BACIAS CAwloRO ISILIDEVICARIPER TR I JUR I K INF I K SUP TE RC lo
1 - ACRE ~ , Ir 'L l 1 1
, " " MSIS(?)I2M3/'F (l1.?l l3/F8e/ 1S13/ 1S13/FBc

2 • ALJO AMAZONAS IF(ll


A~ A~ ~ , " , " 1F(?!12M/1SI2M3/ISVLS12M3/lSt2M3IlS13IW ISI3/IS13

3 -TACUTU
--- IF l l l 1 1 IF(Ui'l2L ?M 3Lb/ Lc

-
+
~~Dljó~XO If l? l
~ +- I S , as
" ., "
4- IFW1S12M3/IS12M3/1S12M31...b/ Lc/IS13/MSl

-
~

1Ft ? )
....." ..... .,
, - MARAJO
" 1":1 IFlí'YISI2 M3/lS12M/ If( ?) 13/ MSI2M/ MS2M3
6 - CASSlPORE_ ., ., IF(LL?) 12L?M3/Lc!MS12M/(MS12M/MS2M3)Lb
7 - FOZDOAMAZQNAS
If l l l ? }
+- - - - - - - - - - - - -~ "
. -~ . VIZ<U
9 - LU S , IF!ll? )
o IF( U ~ ) 12 M 3/ Lc

I O - ~:~~~HÃO u ~ ., L.L12L?M3/MS12MLc/ MS2M3Lb

......... , , ., ......
" .........
rs rs •s vs

.- "
1 1- BARREIRINHAS 1S12t&'\SI!{CS'I3/U.I~MSI2M/MS2M3IMS23)Lc

12 - PARNAiBA ~ . IS
.............
JS
" •
rs
., .,
rs
.,
1F(?I13/1S12M3! ISl2M3/flS12M3/ISI 3)Lc/1S12L3

1 3 - ~~~ÃÍl~~~I~(
u ll. 12LM3 /MS ,2/ { MS12M/MS2M31Lb

+. " "
., • I ..... '
.,
., •
14 - MUNDAU I • I IF12L3/ IS12 M/( MSI2 M/ MS2M3) Lb
.,
15 - POTlGUAR
16 - PE RN~ M BUCO -
• " " ., o 111 1
.,
IF12L3Lc/ lS12M/ ( MSI2M/M S2M 3Lc ) Lb

PARA BA " IFI ?) 13/ MS12 M/ MS2M3Lb(? )

17 - SERGF'E-Al.AGOi\S ~ ," •• ., o
1Fl.!.:ol IS
I II
~s
t
., 1S12 M3/ISI~Fl 2L3lc(ll ~

rs
" •• " •rs
...,
IS( ? I
18 - TlCA NO-JATOBÁ ~ ~ o LS13<?l!1S12M.3/1S13/1f12 L3Lc/ lS13

19 - RECÔNCAVO ~ •" •• " .u" ., IS12M3/1S13/1f 12L3Lc/1S12L3/M912M


.,
.
20 - 8AHlA NORTE -
2 1 =CAMAMU-AlMADA •" .1 " " ., • I ••
.,
IS13!F 12L3l..c/ lS1 2M/{ MS12M/MS2M3)Lb
22 - JECIUlT1MiCNiA
23 -ClNlRJXATIBA + " IFI2 L3/ISI2M/(MS12M/MS2M3I Lb
., .,
24 - eseerc SANTO
2'- CAMPOS
• " 'Ia'
" .,
+ - ." ., "e s
IFI 2L3!1S12M/( MS12M/ MS2M3ILb

IF12L I tS12M/( MSI2M/ l.c / MS2M3) Lb

......
If IS

..."
26- SANTOS + 1f12L?3/ISI 2M/( M512M/ MS12M3/MS12M3I Lb

27-PARANÁ
IFI ? )
+-+ " rs
.z, ---. • " •
rs

., .,
1F(?)FB3B/ ISl3/IS12M/Lc/IS12M3/Lc/l S13Lc/1S13

28- PELOTAS +- - " IF12 L.?3/IS13/ M512M/MS2M3

Quadro 10 - Sumário de classificação das principais bacias sedimentares brasileiras, segundo critérios adaptados de Kingston
et al, (1 983a)
368 RevistaBrasileira de Geocténcíae, Volume 16, 1986

~-
BACIA
SEDIMENTAR IS, IS2 IF IS3 MS LL TOTAL

~LTO AMAZONAS 3~
0,9% »> .> .>: .> .> ~O,9°/,
MÉDIO AMAZONAS
~00% »> ~--- »> .>: .>: ---~"
FOZ 00 AMAZONAS
»> .> .> ~ ~ --------- 0.2% ~0,2°"
PLATAFORMA PARA'
.---------- .> .> .> ~ ----------- 0,0% ~0,00/,

BARREIRINHAS
»> .> .> ~------ ------------ ~ 0,0% ~ 0,0°";
MUNOAÚ
.>: .> ~ ~ ~ .> 0,0% 12% 02% ~ 14%
POTIGUAR .> .> ~ ~ ~ . > 0,1% 2,6% 8,0% ~1O,7°j,
SERGIPE I ALAGOAS
.> ~--;,;
O,G°/' /-;';:
2,6%
4~
10,3%
~/---
0,8%
------~ ~14,3°";
RECÔNCAVO/TUCANO SUL
.>: ~11,9°/' ~10,1% .> .>: .> ~22,0°1:
JEOUITINHONHA
.> ~°lPA .> .> ~ .> 0,0% ~ ap%
EspíRITO SANTO
.>: ~"
Og°/, .> .> ~ .> 10% ~ 19%
CAMPOS
.>: .> ~ »> 21% ~465% .> ~ 486%
SANTOS·
.> »>
.>: .> ~ 02% .>: ~ 02°A
TOTAL 3~ ~----' ~~ ~
0,9% 13,40/. 14,9% 14,1% ~56,9% /--- 0,0% ~100,20/.

'* Inclui reservatórios nos embasamentos cristalinos; IS-1,slnécllse Interior paleozóica


n Inclui reservatórios nas rochas vulcânicas;e 15-2, slnécllse Interior pré-rlfte
***valor estimado. 15-3, stnécnse Interior pós-rlfte

Quadro 11 - Volume de hidrocarbonetos (provado + provável + posstvel), nosreservatórios, por bacia e por ciclos correspon-
dentes (em milhões de metroscúbicos de óleo-equivalente e em porcentagem do volume total)

~
Bacias
Bacias
Mundiais
BrasllelrllS
Ciclo Klngston et ai.
(19B3)
este Trabalho
Tectono-Sedimentar
IS 29% ,26% (7 em 271
IF 36% 35% (7 em 20)
MS 20% 53% 19 em 171
L 47% 25% (1 em 4)

Quadro 12 - Quadro comparattvo dos percentuais dos CI-


clos tectono-sedimentares produtores de hidrocarbonetos
entre as bacias brasileiras e as do mundo. Entre parênteses,
o primeiro número representa quantos ciclos são produto-
res e o segundo, o total de ciclos considerados

existência de conjuntos de bacias geradas por diferentes tec-


tónicas formadoras/modíflcadoras, ligadas ao contexto geo-
tectónico evolutivo da placa sul-americana.

Agradecimentos Integraram o grupo de trabalho que


classificou as bacias brasileiras os geólogos Webster U.
Mohriak, Dayse Lúcide André, Mário Mendes, José I. Mo-
rais Jr., Carlos V. Beitrami, Isaías R. Brasil, Olívio B. da
Silva, Mário Vicente Caputo e Luís Felipe S.P. Marques.
Colaboraram ainda ativamente, neste trabalho, o geofísico
Paulo R. Johann e o geólogo Edson M. Ribeiro, bem como
muitos outros colegas do Departamento de Exploração
Figura 9 - Localização das bacias sedimentares referidas no (Depex), aos quais queremos deixar registrados nossos agra-
quadro 10 decimentos.
Revista Brasileira de Geociéncias, Volume 16. 1986 369

REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASMUS, H.E. - 1975 - Controle estrut ural da deposição mesozóica sification, Part 2. Amer. Assoe. Petr. Geo l., Mem, n .c 14, p.
nas bacias da margem continenta l brasileira. Rev. Bras. Geoc., 502- 55 5.
5(3) :160-175. HALL , J. - 1859 -Description and figures of the organic remainsfor
ASMUS, H.E. - 1979 - Conocímiento actual dei margen continen- the Lower Hilderberg Group and the Oriskany Sandstone.
tal brasííeiío. ln : CONG R. LATINOAM. GEOL. , 4 , Puert o Paleont., Geol. Surv. Albany , V. 3, 544 p-
Espa na, 1979 . (text o mimeogr. inédit o). HUFF, K.F . . 1978 - Frontiers of wor ld exploration. OU & Gas J.,
ASMUS, H.E. - 1981 a - Relacionamen to genéti co das feições geo- 76(40) :214-220.
lógicas da margem continental sudeste brasileira e da área conti- KAY. M. - 1947 - Geosyn clinal no menclatures and th e craton. vtm,
nental emersa adjace nte. ln : SIMP. REG. GEOL., 3, Curit ib a, A ssoe. Petr. Geol. Buli.• 31(7) :1289-1293 .
1981. A tas..., Curitiba, SBG/NSP, v. 1. p . 262-273 . KING, P.B. - 1959 - The evolution of North Amerlca. Prince ton ,
ASMUS, H.E: - 1981b - Geologia da margem cont inental brasi- University Press, 189 p.
leira. In : SCHOBBENHAUS, C. et al., eds. Geologia do Brasil. KINGSTON. D.R.; DISHROON. C.P.; WILLIAMS. P.A. - 1983 a -
Tex t o e xplicativo do Mapa Geológico do Brasil, escala Global basln classification system. Am. Assoc. Petr. Geol. Buli.
1:2.500.000. Brasília. DNPM. 67(1 2):2175 -2193 .
ASMUS. H.E. & BAISCH. O.R . - 19 82 - Dez anos (1 972-1982) da KINGSTON. D.R .; DISHROON. C.P.; WILLIAMS. P.A. - 1983b -
classificação das bacias sedimentares brasileiras: crít icas e reava- Hydr ocarbon play s and global basin classlficati on . Am. Assoe.
liações. Ciências da Terra, (7):8-12. Petr. Geol. Buli. 67(1 2):2194-219 8.
ASMUS, H.E. & F ERR ARI, A.L. · 1978· Hipótese sobre a causa do KLE MME, H.D. . 1971 - The giants and th e super-giants. Part 2 : to
tecto nismo cenozóico na região sudeste do Brasil. ln : Petro brás . find a giant , flnd lh e rigbt basín. Oil Gas. J., 69(10) :103-110.
Aspectos estruturais da margem continental leste e sudeste do KLEMME, H.D. - 1980 - Petroleum basins - classificatio n and
Brasil. Rio de Janeiro . CE NPES/ DINTEP. p. 75 -88. (Série Pro- characteristics. J. Petr. Geol., 3(2) :187 -207.
jet o REMAC. 4). KLEMME, H D. - 1983 - Field size distribution related t o basin
ASMUS, H.E. & GUAZE LLI, W. . 198 1 - Descrição sumária das characteristics. Oi! & Gas 1., 81(52):168-176.
estruturas da margem continental brasileira e das áreas oceâni- LOCZY. L. & LADEIRA . E.A. - 1976 - Geologia estrutural e int ro-
cas e con tinentais adjacentes . Hipótese sobre o tectonismo dução d geotectónica, São Paulo , Ed . E. Blüch er, 528 p.
causador, e impli cações para os progn ósticos do potencial de MITCHELL . A.H. & READING. H.G_- 1969 - Continental margins,
recursos minerais. ln : Petr obrás. Estruturar e tectonismo da g e o syn clin e s and o cean fIoo r s p r ea d i ng , I. Geoí.,
margem continental brasileira, e suasimplicações nos processos 77(6 6):629-646 .
sedimentares e na avaliação do potencial de recursos minerais. PERRODON , A. - 1977 - Concepts, mod eles et logique des bassins
Rio de Janeiro. CENPES/ DlNTEP. p. 187-269. (Série Proj eto sédimentaires. Buli Centro Rech. Expl. - Prod. Elf-Aquítaíne,
REMAC 2. 9) . 1(1):111 -130 .
ASMUS, H.E. & PORTO , R. . 1972 - Classificação das bacias bra si- PERRODON, A. - 1983 - G éodynamique des ba ssins sédimentaires
leiras segundo a tect ôn ica de placas. ln : CONG R. BRAS. et systê mes pétroliers. Buli. Centro Rech. Expl. . Prod. Elf·
GEOL. . 26. Belém. 1972. A nais...• Belém. SBG. v. 2 . p. 67-90 . -Aqu ítaíne, 7(2) :645-676.
ASMUS, H.E. & PORTO, R . -1 980 - Diferenças no s estágios iniciais SZATMARI, P. & PORTO , R. - 198 2 - Classificaçaõ tectónica das
da evolução da margem continental brasileira : possíveis causas e bacias sedimentares terrestres do Brasil, Rio de Janeiro : Petro-
impli cações. ln : CONGR. BRAS. GEOL. , 31, Camboriú, 1980 . brá s/Cenp es (rel. int . 67 3-270 3).
Anais..., Camboriú, SBG, v. 1, p , 225-239 . USPENSKAYA, N.Y. - 196 7 - Prin cipies of oil and gas territorie s
BALLY , A.W. & SNELSON, S. - 1980 - Realms of subsidence. Cano subdívisions and classificat ion of oi! and gas accumulations. ln :
So e. Petr. Geol., Mem. n.c 6, p. 9·2 4 . WORLD PETR . CONGR .• 7. México. 196 7. Proc.._, New Yo rk,
BOIS. C.; BOUCHE. P. ; PELET . R. - 1982 - Glo bal geologic Elsevier, v. 2, p . 96 1-969 .
histor y and distribuiton of hydrocarbo n reserves. Am er. A sso. wEE KS, L.G. - 1952 • Fact ors o f sedimentary basin development
Petr. Geol. Buli.• 66(9):1248- 1270 . that control oil ocourrence. Am. Assoc. Petr. Geol. Buli.
36(11 ) :20 71-21 24 .
DANA, J.D. - 1866 - Observat ions on the origin of sorne of th e
earth 's featu res. Am . J. Sei.• 2( 42):205-211 e 25 2-253.
DEWEY, J.F . & BIRD, J .M. - 1970 - Plate tectoni cs and geosyn-
clines. Tectonoplysics, 10(516):625-6 38.
HALBOUT Y, M.T.; KING. R.E.; KLEMME. H.D.; DOTT . R.H. ; MANUSCRITO 377
MEYERH OF F, A.A. - 1970 - World's giant oíí and gas fíelâs, Recebido em 27 de Agosto de 1986
geologic factors affecting their formatíon, anâ basín elas- Revisão aceita em 03 de Fevereiro de 1987

Os dado s geológicos não p odem jamais representar toda a realidade , mas dela podem ape nas se aproximar . O método de apr ox imação
difere de um auto r para out ro .
J. Pasek, 197 4 . Thesaurus of engineen ng geology. Bull.1A EG. (10) : p.5

Você também pode gostar