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GRAVEL ISSN 1678-5975 Junho - 2008 V.

6 – nº 1 125-138 Porto Alegre

Cronoestratigrafia da Bacia de Pelotas: uma revisão das seqüências


deposicionais
Barboza E.G.1, 2; Rosa M.L.C.C.2 & Ayup-Zouain R.N.2, 3
1
Departamento de Paleontologia e Estratigrafia – DEP/IG/UFRGS (eduardo.barboza@ufrgs.br);
2
Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica – CECO/IG/UFRGS;
3
Laboratório de Modelagem de Bacias – LABMOD/IG/UFRGS.

RESUMO

A Bacia de Pelotas é até o momento pouco conhecida em seus


aspectos cronoestratigráficos. Este fato deve-se a escassez de dados
disponíveis e ao pouco interesse da indústria petrolífera em realizar estudos
nesta Bacia. O presente estudo possui o objetivo de contribuir para um melhor
conhecimento das principais seqüencias deposicionais da Bacia de Pelotas
validando as mesmas em termos de ordem e escala temporal. Para tanto, foi
realizada uma revisão e a integração dos trabalhos desenvolvidos na Bacia
com a curva de variação eustática. Verificou-se que o sincronismo das
seqüências da Bacia de Pelotas possui um bom ajuste com a curva de variação
global. Um melhor ajuste para os limites, bem como para uma melhor
resolução em termos de seqüências de 3ª ordem, necessitaria de dados
sísmicos com melhor qualidade e das correlações dos limites de biozonas com
bacias vizinhas as quais são bem mais detalhadas.

ABSTRACT

Until this moment Pelotas Basin isn’t well known in its


cronostratigraphic aspects. It’s because the scarcity of available data and the
small interest of the petroleum industry to develop studies in this Basin. The
present study has the objective to improve the knowledge of the main
depositional sequences of the Basin, validating them in terms of temporal
scale. For such approach, a revision was done and the works developed in the
Basin were integrated with the eustatic curve. It was possible to verify that
Pelotas Basin sequences have a good adjustment with the global sea level
curve, which reveals their synchronism. A better adjustment of the limits, as
well as a better understanding in terms of 3ª order sequences, would need
seismic data with more resolution and the correlation with biozones limits in
neighboring basins, which are more detailed.

Palavras chave: Estratigrafia de Seqüências, curva de variação eustática, reservatórios.


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INTRODUÇÃO deposicionais da Bacia de Pelotas validando as


mesmas em termos de ordem e escala temporal.
Os aspectos cronoestratigráficos de uma Dessa forma, foi realizada uma revisão e uma
bacia sedimentar são de grande importância para integração dos trabalhos desenvolvidos na Bacia
um entendimento acerca da evolução da mesma. com a curva de variação eustática proposta por
Na Bacia de Pelotas esses aspectos até o Haq et al. (1987).
momento foram pouco abordados, o que está Como contribuição à comunidade científica
associado a nenhuma exploração do setor este trabalho apresenta dados até então descritos
petrolífero na mesma. O estágio atual do somente em dissertações e teses. Como
conhecimento está relacionado a trabalhos com resultado, demonstra que o sincronismo das
dados estratigráficos e sedimentológicos de seqüências da Bacia de Pelotas possui um bom
subsuperfície na porção emersa (Villwock & ajuste com a curva de variação global proposta
Tomazelli, 1995; Tomazelli & Villwock, 1991; por Haq et al. (1987).
Abreu et al., 1983; Toldo Jr. et al., 1991;
Dillenburg et al., 2000; Tomazelli & Villwock, CONTEXTO GEOLÓGICO E
2000; Barboza & Tomazelli, 2003; Barboza et al., ESTRATIGRÁFICO DA BACIA DE
2006; Tomazelli & Dillenburg, 2007). Outros PELOTAS
estudos de subsuperfície relacionados à região
marinha, constam com a reavaliação da bacia A Bacia de Pelotas foi definida por
realizada por Gonçalves et al. (1979) e os Ghignone (1960) como uma ampla bacia
trabalhos de Martins et al. (1967, 1972, 1996), preenchida por sedimentos terciários e
Martins & Urien (1976), Martins et al. (1978), quaternários, com uma superfície ocupada pelas
Martins (1983), Asmus (1981), Asmus & lagoas dos Patos, Mirim, Mangueira e do Peixe,
Guazelli (1981), Corrêa & Abreu (1984), entre outras, na costa do Rio Grande do Sul.
Fontana (1989, 1990ab, 1996), Dias et al. (1994) Uma seção geológica esquemática da Bacia de
e Abreu & Calliari (2005), entre outros. Pelotas foi definida por Villwock (1984), a qual
O objetivo deste estudo é contribuir para um está representada na Figura 1.
melhor conhecimento das principais seqüências

Figura 1. Seção geológica esquemática da Bacia de Pelotas (compilada de Ojeda y Ojeda & Cesero, 1973;
Ojeda y Ojeda & Silva, 1975; Gonçalves et al., 1979; Sanguinetti, 1979, 1980; Ornelas, 1981;
Asmus & Guazelli, 1981 e Ojeda y Ojeda, 1982 apud Villwock, 1984).

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Segundo Asmus & Porto (1972) a Bacia de Fontana (1990b, 1996) identificou uma Fase
Pelotas é definida como uma bacia marginal Pré-rifte e uma Pós-rifte. A primeira é
subsidente preenchida por seqüências clásticas representada por uma seqüência basáltica
continentais e transicionais. Sua origem está associada ao início do rifteamento. A segunda
relacionada ao rifteamento que marcou a corresponde ao soterramento das seqüências do
abertura do Atlântico Sul a partir do Jurássico, rifte sob um espesso prisma sedimentar. Uma
iniciando a formação das bacias marginais discordância de idade albo-aptiana encobriu
brasileiras. Dentro da classificação de Klemme todas as unidades inferiores pelo progressivo
(1980), enquadra-se no Tipo V – crosta onlap em direção à linha de charneira. No
intermediária e costeira, compreendendo o Mioceno a subsidência passou a ser mais efetiva
trecho meridional da margem continental pela atuação da flexura, acentuando-se os onlaps
brasileira ao sul da Plataforma de Florianópolis. costeiros notados desde o Paleoceno. No
Na porção rasa a espessura dos sedimentos Pleistoceno, um pacote de maior espessura foi
não excede 3.000 m, na área mais profunda depositado no Cone do Rio Grande. A
distinguem-se três compartimentos semi- configuração da bacia sugere um abatimento
isolados, com espessuras de 6.000, 7.000 e 8.000 longitudinal, relativamente raso. As falhas
m nos seus depocentros, respectivamente de normais e as linhas de flexura são paralelas à
norte para sul. Segundo Fontana (1989) a maior margem continental, formando degraus
espessura deve ultrapassar 10.000 m. escalonados (Fig. 2).
De acordo com Asmus (1983), a Bacia de A Planície Costeira do Rio Grande do Sul
Pelotas se diferencia das demais bacias da corresponde a uma feição fisiográfica onde estão
margem continental brasileira por registrar expostos os sedimentos da porção superficial da
apenas o último estágio evolutivo, o oceânico. Bacia de Pelotas, ou seja, os sedimentos da
Segundo esse autor, os registros dos estágios cobertura depositados desde o Terciário sob a
anteriores deveriam ocorrer mais afastados da influência de oscilações glacio-eustáticas do
linha de costa, e estariam encobertos por nível do mar e acentuadas variações climáticas.
espessos pacotes sedimentares.

Figura 2. Fisiografia e principais estruturas da Bacia de Pelotas e área continental adjacente (modificado de
Urien & Martins, 1978, apud Dillenburg, 1988).

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Villwock et al. (1986) agruparam os desenvolvimento e progradação da Planície


depósitos sedimentares da planície costeira em Costeira do Rio Grande do Sul. Os três
sistemas deposicionais. Nesse trabalho os primeiros sistemas do tipo Laguna/Barreira
autores identificaram quatro “Sistemas marcam episódios de variação do nível relativo
Laguna/Barreira” e um “Sistema de Leques do mar durante o Pleistoceno, enquanto o último
Aluviais” como responsáveis pelo desenvolveu-se no Holoceno (Fig. 3).

Figura 3. Perfil esquemático transversal aos sistemas deposicionais da Planície Costeira do Rio Grande do Sul
na latitude de Porto Alegre. As barreiras são correlacionas aos últimos maiores picos da curva
isotópica de oxigênio (modificado de Tomazelli & Villwock, 2000).

No estudo apresentado por Dias et al. (1994), A divisão da Bacia de Pelotas por Dias et al.
os autores reconhecem nove formações (1994) em nove formações litoestratigráficas são
litoestratigráficas na Bacia de Pelotas (Fig. 4). A descritas e reconhecidas como:
carta cronoestratigráfica apresentada por estes Formação Imbituba - designa as rochas
autores tem um caráter genérico, não basálticas subjacentes aos conglomerados
representando todas as relações estratigráficas Cassino. O basalto é cinza-escuro e castanho-
sugeridas pelos levantamentos sísmicos, nem avermelhado, com textura porfiritica a
todas as variações de conteúdo litológico do subafanitica, e tem amigdalas preenchidas por
pacote sedimentar. A generalização presente é quartzo, zeolitas, calcita e outros minerais. A
conseqüência do reduzido número de poços Formação Imbituba correlaciona-se com as
perfurados na Bacia de Pelotas. formações Camboriú, da Bacia de Santos, e
Cabiúnas, da Bacia de Campos.
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Figura 4. Carta cronoestratigráfica da Bacia de Pelotas (modificado de Dias et al., 1994).

Formação Cassino - é composta por 1994), designa os evaporitos neo-alagoas


clásticos grossos e finos, como conglomerado representativos da transição da sedimentação
polimitico cinzento e castanho e siltito argiloso continental para marinha. Está presente na
castanho-avermelhado, micáceo. A unidade porção norte da Bacia de Pelotas.
sobrepõe-se discordantemente aos basaltos da Formação Portobelo - denomina os
Formação Imbituba, estando recoberta, também calcarenitos creme-acastanhados e arenitos
em discordância, pelos arenitos Tramandaí. A muito finos, sobrepostos concordantemente aos
idade barremiana da Formação Cassino é evaporitos Ariri. É recoberta em discordância
deduzida a partir de sua posição estratigráfica, parcial pelos pelitos Atlântida e interdigita-se
visto tratar-se de uma unidade afossilífera. lateralmente com a parte inferior dos clásticos
Interpreta-se a deposição destes estratos como Tramandaí. Caracteriza-se por espessas camadas
leques aluviais sintectônicos, em ambiente calcárias, especialmente calcarenito bioclástico e
continental. A Formação Cassino pode ser oolítico, e calcilutito. A Formação Portobelo
correlacionada com a Formação Guaratiba, da equivale às unidades carbonáticas eoalbianas
Bacia de Santos, e com parte da Formação distribuídas pela costa brasileira: Formação
Lagoa Feia, da Bacia de Campos. Guarujá (Santos), Membro Quissamã (Campos),
Formação Curumim - formada por Formação Regência (Espirito Santo), etc.
traquiandesito cinza-esverdeado, é recoberta em Formação Tramandaí - nome proposto para
discordância tanto pelos carbonatos Portobelo os arenitos finos cinzentos, intercalados com
como pelos evaporitos Ariri. folhelhos, siltitos e calcários tàmbém
Formação Ariri - definida e caracterizada acinzentados, situados em discordância sob os
na vizinha Bacia de Santos (Pereira & Feijó, arenitos da Formação Cidreira e interdigitados
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lateralmente com os carbonatos e pelitos das se dá com as formações arenosas


formações Portobelo e Atlântida. A correlação neocretáceas/terciárias presentes em toda a costa
desta unidade se dá com os sistemas clásticos brasileira: Santos/Juréia/Iguape (Santos),
albo-cenomanianos comuns a muitas bacias Emborê (Campos), Rio Doce (Espirito Santo-
costeiras brasileiras: Formação Florianópolis Camamu/Almada), Marituba (Sergipe-Alagoas).
(Santos), Membro Goitacáz (Campos), Formação Imbé - denomina os pelitos,
Formação São Mateus (Espirito Santo), Membro notadamente folhelho e argila, sobrepostos,
Angico (Sergipe), etc. geralmente por discordância, aos clásticos finos
Formação Atlântida - designa os clásticos e Atlântida e interdigitados com os arenitos da
carbonatos finos situados entre os carbonatos Formação Cidreira. A Formação Imbé se
Portobelo e os clásticos finos da Formação caracteriza por folhelho, argila e siltito cinza-
Imbé. Caracteriza essa Formação uma espessa esverdeado, com raras camadas de arenitos
seção pelitica, composta por folhelho e siltito turbiditicos intercaladas.
cinzentos, com camadas de arenito muito fino,
argiloso e marga cinzenta. Correlaciona-se esta ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS
formação com as unidades pelíticas
albocenomanianas distribuidas pelas bacias Asmus & Ponte (1973), estudando as bacias
costeiras: Formação Itanhaém (Santos), Membro da margem leste brasileira definiram quatro
Outeiro (Campos), Formação Regência (Espírito principais estágios tectônicos e sedimentares:
Santo), Membro Quiepe (Camamu/Almada), pré-rifte, rifte, proto-oceânico e margem
Membro Taquari e Formação Cotinguiba continental.
(Sergipe), etc. Várias novas interpretações foram
Formação Cidreira - designa os clásticos elaboradas posteriormente (Ponte & Asmus,
grossos e finos interdigitados com os pelitos 1978; Ponte et al., 1980; Ojeda y Ojeda, 1982;
lmbé e sobrepostos em discordância aos arenitos Asmus & Baish, 1983; Bruhn et al., 1988;
Tramandaí. A unidade é caracterizada por Chang et al., 1988 e 1992; Guardado et al., 1990
arenito de muito fino até grosso, cinzento, e e Figueiredo et al., 1994) (Fig. 5).
argila cinza-escura. A correlação desta unidade

Figura 5. Composição da curva de subsidência e a sua relação com as megaseqüências das bacias
da margem leste brasileira (modificado de Chang et al., 1988).

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Atualmente, reconhece-se que desde o final (1990) e Koutsoukos et al. (1991) parece ser
do Jurássico até os dias de hoje a margem leste gradacional.
brasileira pode ser subdividida em seis Cada uma dessas megaseqüências pode ser
megaseqüências deposicionais (Fig. 6): composta por uma ou várias seqüências
deposicionais, de acordo com os modelos
- Megaseqüência continental pré-rifte; propostos por Mitchum (1977), e Van Wagoner
- Megaseqüência continental rifte; et al. (1988, 1990). Conforme Asmus (1975),
- Megaseqüência transicional evaporítica; Asmus & Guazelli (1981), Asmus (1982) e Dias
- Megaseqüência de plataforma carbonática rasa; et al. (1990), a evolução estratigráfica da Bacia
- Megaseqüência marinho transgressiva; de Campos compreende quatro das grandes
- Megaseqüência marinho regressiva. megaseqüências tectono-sedimentares, que
correspondem a três estágios evolutivos:
Essas megaseqüências são limitadas por
discordâncias regionais que, no caso das - Megaseqüência Continental (estágio rifte);
sucessões marinhas, podem ter relacionadas suas - Megaseqüência Transicional (estágio golfo
concordâncias relativas. Existe somente uma proto-oceano);
exceção que é o limite entre as megaseqüências - Megaseqüência Carbonática Marinha (estágio
transicional evaporítica e a de plataforma oceânico);
carbonática rasa, o qual segundo Guardado et al. - Megaseqüência Clástica Marinha (estágio
oceânico).

Figura 6. Seção geológica esquemática das bacias da margem leste brasileira, apresentando as
principais unidades litoestratigráficas e seus respectivos depósitos associados, bem como
a evolução dessas bacias desde a fase da megaseqüência deposicional continental Pré-
rifte (modificado de Bruhn, 1993).

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MEGASEQÜÊNCIA CONTINENTAL falhas antitéticas) e, a leste destas, para o mar


(Estágio Pré-Rifte) profundo, mostrando, por vezes, acentuados
mergulhos (Fontana, 1996).
A megaseqüência continental (Estágio Pré- O topo desta unidade aos 2.730 m, é
Rifte), de acordo com Fontana (1996) foi representado por uma sucessão de
amostrada junto aos poços rasos localizados na conglomerados com siltitos subordinados
região da planície costeira. Os sedimentos da (Fontana, 1996). As rochas conglomeráticas
Bacia do Paraná foram amostrados por um poço superpostas contém seixos, tanto das rochas
localizado na região costeira da cidade de metamórficas do embasamento, como das
Torres. Este poço encontrou rochas do vulcânicas básicas, evidenciando um provável
embasamento granítico aos 975 m de processo de soerguimento crustal que
profundidade, após atravessar os basaltos da acompanha a Fase Rifte (Turcotte et al., 1977)
Formação Serra Geral, os arenitos da Formação seguido de uma fase erosiva, tal como ocorre no
Botucatu, diversas soleiras de diabásio, os Eocretáceo da Bacia de Campos (Ponte &
folhelhos da Formação Irati, os folhelhos e Asmus, 1978). A presença de basalto vesicular
siltitos da Formação Palermo e os arenitos, oxidado, além de conglomerados com seixos
folhelhos e camadas de carvão da Formação Rio deste tipo litológico, indicam um intervalo de
Bonito. exposição e erosão antes da deposição da
Assim, é bem provável que boa parte da unidade sobrejacente.
margem continental da Bacia de Pelotas esteja Dois refletores fortes e descontínuos,
sobrejacente às rochas metamórficas de alto e delimitam a extensão vertical da
baixo graus do Escudo Sul-Rio-Grandense megasseqüência da Fase Rifte (Fig. 7). O
(Fontana, 1996). horizonte “R” representa a discordância que
marca o início da fase de fraturamento na Bacia
MEGASEQÜÊNCIA CONTINENTAL de Pelotas, sendo de dificil rastreamento, devido
(Estágio Rifte) certamente ao grande número de fluxos
interrompidos de lava, que causam um padrão
Esta unidade ocorre dentro dos meio-grabens caótico de reflexões na base da cunha.
assimétricos (formados, na maior parte, por

Figura 7. Seção sísmica na região norte da Bacia de Pelotas. Na cor vermelha, provavelmente, os
primeiros seaward-dipping-reflectors da bacia. O refletor B representa o contato entre as
lavas basálticas sotopostas e os sedimentos da Fase Rifte sobrepostos (B-D) (modificado
de Fontana, 1996).

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Esta cunha de rochas vulcânicas (Fontana, ao vulcanismo paleo-eocênico. Durante esses


1996), deve ser responsável pelo aparecimento períodos ocorreu um acréscimo substancial do
de uma forte anomalia magnética, mais antiga e aporte detrítico na margem continental sudeste-
mais próxima da costa. Entretanto, graças à sua brasileira. Assim, ao longo do tempo, formaram-
carga e às diferenças reológicas, esta cunha se diversos sistemas deltaicos progradantes,
poder ter propiciado, ou influenciado no como é o caso da feição denominada Cone do
desenvolvimento da zona de charneira no Rio Grande, com mais de 5.000 m de espessura
sentido da qual acunha toda a unidade. de sedimentos, do Mioceno ao Recente (Della-
Essa unidade serve de base à toda a Fávera, 2001).
Seqüência eocretácea superposta, sendo, por sua A partir do Paleoceno superior, começou a
vez, truncado por discordâncias/limites de delinear-se urna distinção entre plataforma e
seqüências, mais novas, tal como ocorre com talude, graças à construção de espessas cunhas
horizontes similares na costa sudoeste-africana regressivas. Anteriormente a este tempo, havia a
(Gerrard & Smith, 1982). predominância de uma geometria deposicional
do tipo rampa. Conforme com Fontana (1996),
MEGASEQÜÊNCIA TRANSGRESSIVA essa Megasseqüência foi subdividida em 10
(Estágio Oceânico) seqüências (Fig. 8).

A sedimentação marinha transgressiva CONCLUSÕES


ocorreu em resposta aos efeitos combinados de
subsidência (contração térmica amplificada pela De acordo com Fontana (1996) existe um
carga sedimentar) e uma tendência geral razoável sincronismo entre as discordâncias, os
eustática para elevação no nível do mar. limites de seqüências e as máximas inundações
Compreende os sedimentos depositados em mapeadas nas linhas sísmicas e poços da Bacia
ambiente tectonicamente pouco ativo, com de Pelotas com as previstas na curva de variação
contínua subsidência, permitindo, por aumento global do mar de Haq et al. (1987).
da taxa de acomodação, a deposição de espesso As diferenças podem variar entre 0,5 e 3 Ma,
pacote siliciclástico. atribuídos à ausência de precisão na datação dos
A partir do Aptiano, observa-se uma subida limites. As idades foram obtidas a partir de
gradual e de longa duração da curva eustática. amostras de calha em poucos poços numa bacia
No estágio inicial, a taxa de subsidência da praticamente desconhecida. Além, de serem
margem é normalmente maior do que a taxa de extraídas de locais em que os estratos são
entrada de sedimentos na bacia, já que há uma discordantes, e não onde constituem
grande quantidade de calor sendo gerada num concordâncias relativas.
curto espaço de tempo. Isto produz no arcabouço Assim, o sincronismo das seqüências da
sedimentar uma maior proporção de seqüências Bacia de Pelotas definidas por Fontana (1996)
ditas transgressivas ou mesmo de seções possuem um bom ajuste com a curva de variação
condensadas (Fontana, 1996). global. Observa-se no entanto, que as seqüências
definidas por Fontana (1996), representando o
MEGASEQÜÊNCIA REGRESSIVA (Estágio intervalo da megaseqüência correspondente ao
Oceânico) estágio transgressivo, correspondem à
seqüencias de 2ª ordem. A partir do Paleoceno
A segunda fase de deposição pós-deriva (megaseqüencia regressiva) as seqüências
continental é representada por um pacote definidas pelo autor são de 3ª ordem inseridas
desenvolvido a partir do Paleoceno superior, o em ciclos de 2ª ordem (Fig. 8).
qual é caracterizado por espessas cunhas Um melhor ajuste para os limites, bem como
clásticas progradantes. para uma melhor resolução em termos de
Ao longo da margem continental brasileira, seqüências de 3ª ordem necessitaria de dados
fruto do rearranjo e das mudanças nas taxas de sísmicos com melhor qualidade e correlações
convergência das placas Pacífica, Antártica e dos limites com bacias vizinhas bem mais
Africana e do tectonismo andino, ocorreram detalhadas nos intervalos de interesse
prováveis soerguimentos tectónicos associados econômico.

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Figura 8. Composição entre as seqüências propostas por Fontana (1996) e a curva de variação
global do mar de Haq et al. (1987).

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