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Bacia do Paraná

Edison José Milani1, José Henrique Gonçalves de Melo2, Paulo Alves de Souza3,

Luiz Alberto Fernandes4, Almério Barros França5

Palavras-chave: Bacia do Paraná l Estratigrafia l carta estratigráfica

Keywords: Paraná Basin l Stratigraphy l stratigraphic chart

introdução nal Mato-Grossense e o Arco de Asunción. Para sul-


sudoeste, a bacia prolonga-se ao Uruguai e Argen-
tina, enquanto a borda norte-nordeste parece re-
A Bacia do Paraná é uma ampla região sedi- presentar um limite deposicional original, o que é
mentar do continente sul-americano que inclui por- sugerido pela natureza persistentemente arenosa
ções territoriais do Brasil meridional, Paraguai orien- das diferentes unidades sedimentares da bacia na-
tal, nordeste da Argentina e norte do Uruguai, tota- quele domínio.
lizando uma área que se aproxima dos 1,5 milhão O arranjo espaço-temporal das rochas que
de quilômetros quadrados. A bacia tem uma forma preenchem a Bacia do Paraná constitui tema entre
ovalada com eixo maior N-S, sendo seu contorno os mais presentes na bibliografia geocientífica brasi-
atual definido por limites erosivos relacionados em leira, contando-se certamente em alguns milhares
grande parte à história geotectônica meso-cenozóica os trabalhos já publicados abordando os diferentes
do continente. O flanco leste da bacia, aí compreen- aspectos desta questão. Desde o último quarto do
dido o trecho entre o Sudeste brasileiro e o Uruguai, século passado, inúmeros pesquisadores envolveram-
foi profundamente modelado pela erosão em fun- se com a geologia da bacia, destacando-se o relató-
ção do soerguimento crustal associado ao rifte do rio de White (1908), que é considerado o “marco
Atlântico sul, tendo a remoção de seção sedimentar zero” na sistematização estratigráfica da Bacia do
sido estimada em até 2.500 m (Zanotto, 1993). Já o Paraná. Na história de investigação geológica da ba-
flanco ocidental é definido por uma feição estrutural cia, algumas obras assumiram particular relevância como
positiva orientada a norte-sul, um amplo bulge flexural sínteses de caráter regional, aí incluídos os trabalhos
relacionado à sobrecarga litosférica imposta ao con- de Sanford e Lange (1960), Northfleet et al. (1969),
tinente pelo cinturão orogênico andino (Shiraiwa, Schneider et al. (1974), Soares et al. (1978), Almeida
1994). Sobre o bulge inserem-se a região do Panta- (1980), Fulfaro et al. (1980) e Zalán et al. (1990).

1
Centro de Pesquisas da Petrobras/P&D de Exploração/Geologia Estrutural & Geotectônica
e-mail: ejmilani@petrobras.com.br
2
Centro de Pesquisas da Petrobras/P&D de Exploração/Bioestratigrafia e Paleoecologia
3
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/IG) - Porto Alegre - RS
4
Universidade Federal do Paraná (UFPR/DG) - Curitiba - PR
5
E&P Exploração/Geologia Aplicada a Exploração/Modelagem de Sistema Petrolífero

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 265-287, maio/nov. 2007 | 265


O registro estratigráfico da Bacia do Paraná oceânica do Panthalassa. Uma série de episódios oro-
compreende um pacote sedimentar-magmático com gênicos é reconhecida na história fanerozóica dessa
uma espessura total máxima em torno dos 7 mil margem (Ramos et al. 1986). A geodinâmica da borda
metros, coincidindo geograficamente o depocentro ativa do Gondwana influiu decisivamente na história
estrutural da sinéclise com a região da calha do rio evolutiva paleozóica-mesozóica da Bacia do Paraná. A
que lhe empresta o nome. Um sem-número de uni- análise integrada da subsidência da bacia, confronta-
dades foram formalizadas neste século de estudos da às grandes orogêneses acontecidas na borda conti-
da bacia no intuito de descrever-lhe o arcabouço es- nental (Milani, 1997), revelou uma relação entre ciclos
tratigráfico e compreender seu desenvolvimento geo- de criação de espaço deposicional na área intracratônica
lógico. O cumulativo de trabalhos produziu um qua- e os referidos episódios orogênicos. A flexura litosférica
dro hoje bem amadurecido em seus aspectos litoes- por sobrecarga tectônica, propagada continente aden-
tratigráficos. O posicionamento cronoestratigráfico tro a partir da calha de antepaís desenvolvida na por-
dos sedimentitos da Bacia do Paraná, entretanto, ção ocidental do Gondwana foi interpretada como ten-
ainda encerra uma série de questões pela falta de do sido um importante mecanismo de subsidência du-
efetivos elementos bioestratigráficos de amarração rante a evolução da Bacia do Paraná. Outros investiga-
às escalas internacionais de tempo geológico. dores interpretaram diferentemente a origem e evolu-
Milani (1997) reconheceu no registro estratigrá- ção da bacia: para Zalán et al. (1990), a contração
fico da Bacia do Paraná seis unidades de ampla escala térmica que teria sucedido aos fenômenos tectono-
ou Superseqüências (Vail et al. 1977), na forma de magmáticos do Ciclo Brasiliano seria um importante
pacotes rochosos materializando cada um deles inter- mecanismo ligado à implantação da sinéclise. Já para
valos temporais com algumas dezenas de milhões de Fulfaro et al. (1982), um conjunto de calhas
anos de duração e envelopados por superfícies de dis- aulacogênicas orientadas segundo a direção NW-SE
cordância de caráter interregional: Rio Ivaí (Ordoviciano- teriam sido “as precursoras da sedimentação cratônica”.
Siluriano), Paraná (Devoniano), Gondwana I A implantação da Bacia do Paraná deu-se na
(Carbonífero-Eotriássico), Gondwana II (Meso a forma de depressões alongadas na direção NE-SW,
Neotriássico), Gondwana III (Neojurássico-Eocretáceo) segundo a trama do substrato pré-cambriano (Milani,
e Bauru (Neocretáceo). As três primeiras superseqüên- 1997). As zonas de fraqueza do embasamento, cor-
cias são representadas por sucessões sedimentares que respondentes ao arcabouço brasiliano impresso nes-
definem ciclos transgressivo-regressivos ligados a osci- sa região, foram reativadas sob o campo compres-
lações do nível relativo do mar no Paleozóico, ao passo sional originado na borda do continente pela Orogenia
que as demais correspondem a pacotes de sedimentitos Oclóyica (Ramos et al. 1986), do Neo-Ordoviciano,
continentais com rochas ígneas associadas. As unida- originando, assim, espaço à acomodação da primei-
des formais da litoestratigrafia, quais sejam os grupos, ra unidade cratônica da bacia: a Superseqüência Rio
formações e membros comumente utilizados na des- Ivaí. O topo desse pacote é assinalado pela discor-
crição do arranjo espacial dos estratos da bacia, inse- dância neossiluriana, a que se associaram a exposi-
rem-se como elementos particularizados neste arcabou- ção subaérea das unidades previamente acumula-
ço aloestratigráfico de escala regional. das, significativa remoção erosiva e o estabelecimento
de um vasto e regular peneplano.
Retomada a subsidência, acumulou-se a Su-
perseqüência Paraná, devoniana, um pacote caracte-

síntese evolutiva rizado por uma notável uniformidade faciológica em


toda sua grande área de ocorrência. Sua espessura é
variável, uma vez que a porção superior da Superse-
A evolução tectono-estratigráfica da Bacia do qüência Paraná foi severamente esculpida por suces-
Paraná, no interior cratônico do Gondwana, conviveu sivos eventos erosivos superpostos, ocorridos entre o
com o desenvolvimento de ativos cinturões colisionais final do Neodevoniano e o Carbonífero Médio. Estes
a ela adjacentes que definem uma extensa faixa posi- foram provavelmente pontuados por breves fases de
cionada junto à margem sudoeste do paleocontinente sedimentação no Fameniano terminal e Eocarbonífe-
- os Gondwanides (Keidel, 1916), ao longo da qual, ro, com registros litológicos hoje quase totalmente per-
durante todo o Fanerozóico, tem tido lugar uma rela- didos por erosão, porém detectáveis por associações
ção de convergência entre o Gondwana e a litosfera de palinomorfos dessas idades, retrabalhados no Gru-

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po Itararé. A discordância neodevoniana (“pré- associação de vertebrados, possui grande identidade com
Itararé”) define um notável marco na geologia do a paleofauna presente em seções sedimentares da Ar-
Gondwana. Na Bacia do Paraná, demarca uma im- gentina e África do Sul (Barberena et al. 1991). Com o
portante lacuna em sua história tectono-sedimentar, continuar do Mesozóico, prosseguiriam as condições de
nela estando implícito um hiato de cerca de 70 Ma. erosão em ampla escala ligadas à abrasão eólica do
Sua origem tem sido interpretada como decorrente substrato no interior do Gondwana, refletindo-se na Ba-
primordialmente de fatores tectônicos ligados à Oro- cia do Paraná como a mais pronunciada lacuna de seu
genia Herciniana (Zalán, 1991; López-Gamundí e registro estratigráfico. Sobre a superfície assim estabele-
Rossello, 1993). Contudo, a paleoposição em altas cida, acumular-se-iam extensos campos de dunas a par-
latitudes da placa gondwânica durante o Devoniano tir do final do Jurássico, sucedidas pelas rochas magmá-
terminal e Eocarbonífero (Caputo e Crowell, 1985; ticas eocretácicas relacionadas aos momentos iniciais de
Caputo et al. 2008), com o desenvolvimento intermi- ruptura do paleocontinente, no conjunto compondo a
tente de calotas de gelo em áreas próximas e tam- Superseqüência Gondwana III.
bém sobre parte da Bacia do Paraná, além do grande No Eocretáceo, a crosta terrestre foi submetida
rebaixamento do nível do mar que deve ter acompa- a um colossal fendilhamento, associado a magmatis-
nhado o ápice dessas glaciações, certamente consti- mo basáltico de proporções sem similares na história
tuíram fatores decisivos à atual inexistência de um do planeta. Neste evento rompeu-se o megacontinente
registro mississipiano na bacia. Gondwana e iniciou-se a evolução do oceano Atlânti-
Com a migração do Gondwana para norte, a co Sul. O magmatismo Serra Geral marcou o fim de
acumulação sedimentar na Bacia do Paraná foi reto- eventos de sedimentação extensiva na grande área
mada, no final do Westfaliano (Daemon e França, interior do megacontinente. Após a abertura do Ocea-
1993; parte terminal do Moscoviano, de Gradstein et no Atlântico, a Plataforma Sul-Americana manteve o
al. 2004). A implantação da sedimentação carbonífera caráter ascensional generalizado - iniciado ainda ao
sucedeu um tempo de profundas alterações tanto tempo da sedimentação Botucatu - até que o acúmulo
tectônicas quanto climáticas. O pacote que sucede à de quase 2.000 m de espessura de lavas basálticas
discordância neodevoniana, a Superseqüência Gond- determinasse a inversão deste comportamento, na
wana I (Milani, 1997), materializa um ciclo transgres- busca de novo ajuste isostático da porção litosférica
sivo-regressivo completo, fruto da invasão e posterior onde agora estavam acumulados os derrames Serra
saída do Panthalassa sobre o interior do Gondwana. Geral. Cessadas as atividades vulcânicas e promovi-
Sua porção mais inferior corresponde à sedimenta- dos os ajustes isostáticos, definiu-se uma depressão
ção ainda diretamente ligada ao degelo da calota sobre o pacote basáltico onde, no Neocretáceo, viria
polar, sendo caracterizada por depósitos em que fo- a se acumular a derradeira superseqüência na área
ram importantes os mecanismos ligados a fluxos de ocupada pela Bacia do Paraná. O material siliciclásti-
massa e ressedimentação. O ciclo sedimentar alcan- co proveniente de alteração e erosão de rochas pa-
ça condições de máxima inundação no Artinskiano e leozóicas e pré-cambrianas expostas nas bordas al-
encerra com sistemas deposicionais continentais à cançou o interior após erosão e transporte por cente-
entrada do Triássico. A acumulação da Superseqüên- nas de quilômetros. Fernandes e Coimbra (1996) ex-
cia Gondwana I foi acompanhada de um progressivo cluem a seqüência neocretácea do registro sedimen-
fechamento da Bacia do Paraná às incursões mari- tar da Bacia do Paraná por considerá-la acumulada
nhas provenientes de oeste. O caráter de bacia intra- em uma nova bacia, denominada Bacia Bauru.
cratônica vai então paulatinamente sendo assumido, A sedimentação na Bacia Bauru ocorreu em
e a bacia acaba sendo aprisionada no árido interior condições semi-áridas, mais úmidas nas margens e
continental do Gondwana mesozóico. desérticas em seu interior. Na região de Uberaba (MG)
A chegada do Triássico assistiu a uma distensão preservam-se registros de depósitos mais proximais
generalizada na porção sul do paleocontinente Gond- originais da parte oriental, tais como associações de
wana (Uliana e Biddle, 1988). A Superseqüência Gond- fácies areno-conglomeráticas, de leques aluviais e
wana II da Bacia do Paraná, de ocorrência restrita às sistemas fluviais entrelaçados distributários. O avan-
porções gaúcha e uruguaia da bacia, insere-se neste ço da sedimentação levou ao soterramento progres-
contexto regional e parece representar uma sedimenta- sivo do substrato basáltico por extensa manta de len-
ção acumulada em bacias do tipo gráben. O conteúdo çóis de areia, com pequenas dunas e lamitos (loesse
fossilífero desses estratos, na forma de uma importante retido em baixios eventualmente úmidos/aquosos).

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Neste contexto, os poucos depósitos fluviais corres- noroeste paranaense. O Basalto Três Lagoas (Milani
pondem a fluxos desconfinados de enxurradas de et al. 1994) foi amostrado no poço epônimo, perfu-
deserto (wadis). No eixo central da calha elíptica ajus- rado junto ao Rio Paraná na porção central da bacia,
tou-se um sistema regional de drenagem de nordes- e constitui uma singular ocorrência de material ígneo
te para sudoeste, entre as bordas da Bacia Bauru e a associado aos sedimentitos Rio Ivaí.
periferia do deserto interior Caiuá, quente e seco. Esta unidade, a mais antiga já identificada na
Durante a deposição da Superseqüência Bauru Bacia do Paraná, assenta-se diretamente sobre os diver-
houve dois períodos de maior intensidade de even- sos domínios do embasamento da sinéclise. Seu topo é
tos intrusivos de natureza alcalina: 87-80 Ma e 70- demarcado por uma superfície de discordância de
60 Ma (Almeida e Melo, 1981). Seu registro é carac- abrangência regional que justapõe os estratos eossiluria-
terizado por corpos intrusivos que pontuam as mol- nos da porção superior do Grupo Rio Ivaí, quando este
duras da bacia, mais freqüentes nas bordas setentri- exibe seu registro completo àqueles do Eodevoniano,
onais. No interior da bacia essa atividade ígnea foi da base da Formação Furnas. O pacote ocorre desde a
registrada como sismitos em pacotes sedimentares, porção catarinense da bacia até os estados de Mato
assim como na intensa silicificação de arenitos em Grosso e Goiás. Apresenta uma tendência regional de
áreas de intersecção de feições tectônicas regionais espessamento para oeste, rumo ao Paraguai oriental,
de direção SW-NE com o Arco de Ponta Grossa, na onde encontra correspondência litoestratigráfica nos gru-
porção sul da bacia (Fernandes et al. 1993). O único pos Caacupé e Itacurubi, que lá alcançam uma espessu-
registro de magmatismo extrusivo sinsedimentar co- ra total em torno dos 1.000 m.
nhecido são os analcimitos Taiúva, que ocorrem Três unidades constituem o Grupo Rio Ivaí: as
na borda leste da bacia no Estado de São Paulo. formações Alto Garças, Iapó e Vila Maria (Assine et al.
1994). A Formação Alto Garças, com espessura máxi-
ma da ordem de 300 m, é essencialmente arenosa,
podendo incluir um conglomerado basal quartzoso, que

Superseqüência Rio Ivaí passa para arenitos conglomeráticos com estratificação


cruzada. Predominam nessa formação arenitos
quartzosos finos a grossos, pouco feldspáticos, que na
Rochas sedimentares supostamente pré- sua porção superior podem apresentar-se síltico-argilo-
devonianas foram primeiramente identificadas na ba- sos e de cor avermelhada. A Formação Alto Garças
cia por Maack (1947), em mapeamento do flanco apresenta icnofósseis do gênero Skolithos (Milani, 1997),
leste no Estado do Paraná. Em subsuperfície, o acom- observados em testemunhos cortados no poço epônimo.
panhamento geológico relatou a presença de um pa- Contudo, essa formação ainda não revelou um con-
cote denominado “arenito pré-Furnas” na seção pe- teúdo fossilífero significativo que lhe indicasse a idade.
netrada pelo poço de Alto Garças, em Mato Grosso. Paleocorrentes em estratos cruzados de natureza flu-
Mas somente a partir do final da década de setenta é vial, que aparecem na base dessa unidade, em aflora-
que sedimentitos pré-devonianos seriam conclusiva- mentos no flanco ocidental da bacia, apontam no sen-
mente datados e mapeados, inicialmente no flanco tido sudoeste.
norte (Faria e Reis Neto, 1978; Popp et al. 1981) e, a A Formação Iapó é constituída por diamictitos
seguir, por correlação de dados de subsuperfície (Zalán de cores diversas, com matriz síltico-arenosa e clastos
et al. 1987), nas demais porções da Bacia do Paraná. de natureza variada, cujo persistente posicionamen-
Ao pacote subjacente à Formação Furnas, uma to estratigráfico tanto em superfície quanto em se-
vez individualizado e mapeado em escala de bacia, ções de poços empresta-lhe a condição de um notá-
tem sido atribuídas diversas denominações em estu- vel horizonte de correlação, desde o flanco seten-
dos de síntese publicados nos últimos anos. É assim trional da bacia até a porção centro-sul da mesma,
que tanto a Superseqüência Rio Ivaí, de Milani (1997), já no Estado do Paraná. Seu contato abrupto com os
quanto a Seqüência Ordovício-Siluriana, de Milani et arenitos da Formação Alto Garças denota uma im-
al. (1995), a Seqüência Tectonossedimentar portante descontinuidade na história de sedimenta-
Ordovício-Siluriana, de Soares (1991), e o Grupo Rio ção. Os diamictitos Iapó são sucedidos pelos depósi-
Ivaí, de Assine et al. (1994), correspondem à mesma tos da Formação Vila Maria, cujos pelitos fossilíferos
seção de sedimentitos e às rochas magmáticas asso- representam o marco estratigráfico mais importante
ciadas, bem representadas no poço de Rio Ivaí, no de toda a Superseqüência Rio Ivaí.

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A Formação Vila Maria foi descrita por Faria da unidade até o nível dos pelitos da Formação Vila
(1982) a partir de estudos no sudoeste de Goiás. Para Maria, que manifestam a máxima inundação desse
este autor, a denominação referia-se a todo o pacote ciclo sedimentar. Daí para o topo desenvolve-se a por-
de sedimentitos cratônicos estratigraficamente soto- ção regressiva, de pequena expressão em território
posto à Formação Furnas, que na região estudada brasileiro devido à pronunciada remoção erosiva acon-
inclui diamictitos na base, folhelhos fossilíferos e are- tecida com o evoluir da discordância “pré-Furnas”. No
nitos intercalados a siltitos na porção superior. Poste- Paraguai, o trecho regressivo encontra-se bem preser-
riormente, Assine et al. (1994) redefiniram a unidade vado, correspondendo aos arenitos finos, micáceos e
pela subtração dos diamictitos, por eles considerados fossilíferos da Formação Cariy.
como correspondentes à Formação Iapó. Desse modo,
restringiram a Formação Vila Maria ao pacote pelítico
sobreposto, que grada para termos arenosos no senti-
do do topo, no conjunto com poucas dezenas de
metros de espessura. Os folhelhos são, em geral, de Superseqüência Paraná
cor vermelha, micáceos e com aspecto ferruginoso,
porém localmente cinza-escuros e bastante fossilíferos. Os sedimentitos devonianos que ocorrem
Por sua vez, os arenitos e siltitos da porção superior no Sul do Brasil constituem de longa data temas de
exibem estratificação cruzada do tipo hummocky. investigações científicas. Segundo Salamuni e Biga-
Gretas de contração também ocorrem no intervalo rella (1967), as primeiras descrições relativamente
superior (Faria, 1982), o que sugere uma eventual organizadas dos estratos devonianos da Bacia do
exposição subaérea da superfície deposicional. Paraná são devidas a Derby (1878). Seguiram-se os
O conteúdo fossilífero característico faz da For- trabalhos de Kayser (1900), Clarke (1913) e Kozlowski
mação Vila Maria e, sobretudo, de sua correspondente (1913), todos voltados para aspectos sedimentológicos
paraguaia, a Formação Vargas Peña, um intervalo-cha- e paleontológicos desse pacote. É atribuída a Olivei-
ve para a cronoestratigrafia do Siluriano da Bacia do ra (1912) a pioneira divisão do pacote devoniano da
Paraná. Tomadas em conjunto, são registrados nessas região meridional da bacia em “Grés das Furnas”,
unidades megafósseis marinhos como graptólitos, “Xistos de Ponta Grossa” e “Grés de Tibagi”. Evans
trilobitas, braquiópodos, gastrópodos, biválvios e ostra- (1894) definiu a “Série Chapada” referindo-se à se-
codes (Popp et al. 1981; Wiens, 1990; Boucot et al. 1991; ção devoniana aflorante no Estado de Mato Grosso.
Melo, 1993; Uriz et al. 2008), além de palinomorfos Desde cedo, foi reconhecida uma divisão natu-
como quitinozoários (Wood e Miller, 1991; Grahn et al. ral do pacote devoniano da Bacia do Paraná em duas
2000; Grahn, 2006), miósporos e acritarcos (Gray et al. unidades: um pacote arenoso inferior, a Formação Fur-
1985, 1994). Do ponto de vista bioestratigráfico, os ele- nas, e outro pelítico, sobreposto a Formação Ponta Gros-
mentos de maior relevância na caracterização da idade sa. Mas se um consenso acerca do empilhamento es-
são os graptólitos (gêneros Monograptus e Diplograptus), tratigráfico foi logo estabelecido, o mesmo não pode
quitinozoários e miósporos (Mizusaki et al. 2002; Mauller ser dito acerca da nomenclatura desse pacote. Pairam,
et al. 2004; Grahn, 2006). Tal associação posiciona o da mesma forma, importantes debates acerca da natu-
intervalo estratigráfico em questão no Llandovery reza da sedimentação Furnas (continental versus mari-
(Eossiluriano), confirmado também pela datação abso- nha), de sua idade (mormente a de sua porção inferior,
luta (Rb–Sr) de pelitos da Formação Vila Maria (435,9 + afossilífera), e também quanto à sua relação de conta-
7,8 Ma, fide Mizusaki et al. 2002), que corresponderia to com a sobrejacente Formação Ponta Grossa (se tran-
à transição Aeroniano/Telychiano na escala sicional ou discordante). Dois termos, a “Série Paraná”
geocronométrica de Gradstein et al. (2004). A mesma (Moraes Rêgo, 1931) e a “Série Campos Gerais” (Oli-
idade é indicada pelos graptólitos e palinomorfos da veira, 1927), disputaram a primazia de nomear a seção
Formação Vargas Peña no Paraguai oriental (Mauller et devoniana da Bacia do Paraná. A partir de Lange e
al. 2004; Grahn, 2006; Uriz et al. 2008). Petri (1967) tem prevalecido a denominação litoestrati-
A sucessão de fácies no pacote Rio Ivaí docu- gráfica de Grupo Paraná, empregada por diversos pes-
menta o primeiro ciclo transgressivo-regressivo da se- quisadores até os dias atuais. O Grupo Paraná da litoes-
dimentação cratônica da Bacia do Paraná. A nature- tratigrafia encontra correspondência em denominações
za da sedimentação é dominantemente marinha, com de cunho aloestratigráfico tais como Seqüência
o trecho transgressivo estendendo-se desde a base Tectonossedimentar Devoniana-Mississipiana (Soares,

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 265-287, maio/nov. 2007 | 269


1991), Seqüência Devoniana (Milani et al. 1994) e Su- membros: Jaguariaíva, Tibagi e São Domingos (Lange
perseqüência Paraná (Milani, 1997). e Petri, 1967). O inferior, que materializa o afogamen-
O pacote devoniano da bacia, o Grupo Paraná, to dos sistemas transicionais da porção superior da
apresenta uma espessura máxima em torno dos 800 m, Formação Furnas, é representado por folhelhos com
como no poço de Alto Piquiri, perfurado na região oeste cerca de 100 m de espessura, contendo lentes de are-
do Estado do Paraná. Possança similar é observada no nito fino com estratificações retrabalhadas por ondas.
Paraguai oriental, onde a ocorrência de estratos devo- Nos 20 m superiores desse pacote, ocorre um folhelho
nianos em subsuperfície, sugerida já por Lange e Petri preto laminado, carbonoso, que configura um impor-
(1967), foi finalmente comprovada por trabalhos palino- tante marco de correlação estratigráfica em subsuper-
lógicos efetuados pela Petrobras (inéditos). Na maior par- fície, além de constituir potencial gerador de hidrocar-
te da bacia, esta superseqüência assenta-se sobre os bonetos gasosos em toda sua área de ocorrência, no
estratos ordovício-silurianos do Grupo Rio Ivaí, mas tam- domínio central da Bacia do Paraná. O Membro Tibagi,
bém pode ser encontrado diretamente sobre os litotipos areno-síltico, corresponde à porção média da Forma-
do embasamento da sinéclise. A base do pacote ção Ponta Grossa, refletindo um contexto regressivo
devoniano coincide com uma superfície de discordância de progradação de sistemas deltaicos provenientes da
notavelmente regular e aplainada, de tal sorte que sua borda nordeste, onde é bastante expressivo o aporte
geometria regional, em particular a da Formação Fur- dos termos arenosos (Andrade e Camarço, 1982). O
nas, configura um imenso blanket, com cerca de 250 m Membro São Domingos, dominantemente pelítico,
de espessura em toda sua ampla área de ocorrência. O documenta nova inundação em ampla escala, que
topo do pacote é assinalado por outra discordância re- fecha o registro devoniano pré-”struniano” da sinécli-
gional, desenvolvida no final do Devoniano e sobretudo se. A Formação Ponta Grossa ultrapassa os 600 m de
no Carbonífero. O estabelecimento desta superfície espessura em subsuperfície, com 300 m remanescen-
erosiva subtraiu importantes registros sedimentares da tes em afloramentos. Sedimentitos devonianos ocor-
Bacia do Paraná, correspondentes ao Devoniano termi- rem também no Uruguai, onde são reunidos sob a
nal e quiçá ao Eocarbonífero. denominação de Grupo Durazno.
A Formação Furnas é representada por uma su- Assine (1996) demonstrou que os arenitos Fur-
cessão de arenitos quartzosos brancos, médios a gros- nas encerram um rico conteúdo icnofossilífero, impor-
sos, caulínicos e exibindo estratificações cruzadas de tante argumento a favor da hipótese de acumulação
várias naturezas. Próximo à base, são freqüentes leitos em plataforma marinha rasa. A datação dessa unida-
conglomeráticos com até 1 m de espessura. Na sua por- de ainda é problemática no que diz respeito à sua por-
ção intermediária, dominam arenitos de granulometria ção inferior, sedimentada talvez ainda no Siluriano ter-
média, que se intercalam a delgados níveis de siltito e minal. O mesmo não se aplica à porção superior, onde
folhelho muscovítico, salientando o aspecto estratificado ocorrem – desde o Paraná até Goiás e Mato Grosso –
desse intervalo. Cruzadas do tipo espinha de peixe ocor- pelitos portadores de plantas continentais do grupo das
rem neste nível intermediário da formação (Assine, 1996). Psilophytales, conhecidas desde Bigarella et al. (1966),
Para o topo, arenitos médios a grossos passam a domi- e hoje posicionadas no Lochkoviano superior não-ter-
nar, mas também aparecem camadas de arenitos muito minal (Gerrienne et al. 2001). Os miósporos associados
finos com estratificação do tipo hummocky. Em subsu- a essas tafoflórulas, inicialmente datados como
perfície, a porção mais superior da Formação Furnas praguianos por Dino e Rodrigues (1993), na verdade
mostra um incremento paulatino nas leituras do perfil de corroboram a idade Neolochkoviana indicada pelas plan-
raios gama, o que indica um aumento contínuo de argi- tas, e pertencem a palinozona Mórfon Emsiensis, de
losidade, evidenciando uma passagem gradacional para Rubinstein et al. (2005). Esta datação, aliada à relação
a Formação Ponta Grossa. As “camadas de transição” de gradacionalidade entre as formações Furnas e Pon-
de Petri (1948), um conjunto de fácies com arranjo gra- ta Grossa em escala de bacia, confirma que o Grupo
nodecrescente que inicia na base com o típico “arenito Paraná tenha se depositado - inteiramente ou na sua
Furnas” e que culmina a algumas dezenas de metros quase totalidade - durante o Devoniano.
acima nos folhelhos da Formação Ponta Grossa, parece Quanto às pesquisas bioestratigráficas na Forma-
materializar em afloramentos o referido intervalo de ção Ponta Grossa, o trabalho de Clarke (1913), basea-
gradação indicado nos perfis de poços. do num abundante acervo coletado em afloramentos
A Formação Ponta Grossa foi descrita inicialmen- no Estado do Paraná, é considerado um marco na clas-
te no Estado do Paraná, onde é representada por três sificação dos macrofósseis dessa unidade. Lange (1954)

270 | Bacia do Paraná - Milani et al.


e Sommer (1954) sintetizaram os conhecimentos acu- se, aqui, pela informalidade nomenclatural do
mulados até então sobre a paleofauna e a paleoflora “diamictito Ortigueira”.
do Devoniano paranaense, respectivamente. Na pri- A Superseqüência Paraná constitui o segundo
meira, predominam invertebrados marinhos como ciclo transgressivo-regressivo do registro estratigráfico
braquiópodos, trilobitas, biválvios, gastrópodos, anelí- da Bacia do Paraná. O pacote Furnas exibe uma ca-
deos e equinodermos. A tafoflora da Formação Ponta racterística assinatura transgressiva que vai culminar
Grossa evidencia o sensível avanço evolutivo já alcan- nos pelitos da base da Formação Ponta Grossa, estes
çado no Devoniano, com representantes de Psilophyta- documentando a primeira grande inundação do ciclo
les, Lepidodendrales, Lycopsidales e Hyniales. Entre- devoniano, durante o Praguiano – Eo-emsiano. Um
tanto, foi por meio de zoneamentos palinoestratigráfi- segundo episódio de expansão marinha seria atingida
cos, estabelecidos em subsuperfície com base em no Mesodevoniano (transição Eifeliano/Givetiano), que
quitinozoários (Lange, 1967; Grahn et al. 2000, 2002; promoveu uma conexão entre as bacias do Paraná e
Grahn, 2005; Gaugris e Grahn, 2006) e miósporos do Parnaíba, evidenciada paleontologicamente por
(Daemon et al. 1967; Loboziak et al. 1988, 1995, 1998; megafósseis e palinomorfos. O afogamento marinho
Dino et al. 1995; Melo e Loboziak, 2003), que se data- na Bacia do Paraná persistiu até pelo menos o Fras-
ram com precisão os estratos Ponta Grossa. Os resulta- niano, embora não com a magnitude e o desenvolvi-
dos das investigações mais recentes indicam que o mento anóxico observados então nas bacias paleozói-
pacote pelítico devoniano, preservado atualmente na cas do Norte brasileiro. No seu conjunto, o pacote Ponta
Bacia do Paraná, depositou-se do Praguiano ao Grossa registra condições de mar alto, sendo a seção
Neofrasniano não-terminal. Registros mais jovens do dominantemente pelítica pontuada localmente por
Devoniano foram erodidos, mas palinofloras relictas do progradações arenosas, a mais significativa delas cor-
Fameniano terminal (“Struniano”) foram documenta- respondendo ao Membro Tibagi.
dos, possivelmente in situ, em diamictitos do poço
Ortigueira, no Paraná (Loboziak et al. 1995).
Esses diamictitos, aqui informalmente desig-
nados segundo o poço de mesmo nome, ocorrem no
testemunho n°14 (entre 953-954,5 m) e assentam-se Superseqüência
sobre pelitos frasnianos da Formação Ponta Grossa.
Foram analisados palinologicamente por Loboziak et Gondwana I
al. (1995), que os atribuíram a palinozona LN da Eu-
ropa Ocidental (Streel et al. 1987), equivalente à Zona O pacote gondwânico da Bacia do Paraná, do
LVa de Melo e Loboziak (2003), constatando ainda a qual esta unidade constitui a porção dominantemente
presença de palinomorfos retrabalhados do Givetiano paleozóica, tem-se constituído em inesgotável acervo
e Frasniano. Sua litologia foi descrita sumariamente para pesquisas há mais de um século. Isso é decorrente
por Caputo et al. (2008), como sendo diamictitos cin- do interesse mineiro em função da existência dos leitos
zentos, constituídos por clastos de granulometria va- de carvão da Formação Rio Bonito, das ocorrências de
riada (desde arenosa até seixos), dispersos numa ma- urânio nesta mesma unidade e do potencial petrolífero
triz argilosa a síltica, micácea, maciça. Esse mesmo - tanto pela presença de rochas geradoras como de
intervalo fora atribuído por Lange (1967) à Formação rochas-reservatório - que esta superseqüência encerra.
Ponta Grossa (Frasniano, intervalo bioestratigráfico D5), Embora o registro inicial da seção gondwânica
tendo sido posteriormente relacionado por geólogos remonte a Derby (1878), foi White (1908) quem pri-
da Petrobras ao Grupo Itararé (Formação Campo meiro agrupou o conjunto de estratos em questão
Mourão). Cumpre salientar que é praticamente im- no “Sistema de Santa Catarina”, constituído pela
possível distinguir litologicamente os diamictitos “Série de São Bento” (“eruptivas da Serra Geral,
neocarboníferos dos neofamenianos, estes com redu- grés de Botucatu e camadas vermelhas do Rio do
zida espessura, sendo necessário recorrer-se à palino- Rasto”), “Série de Passa Dois” (“rocha calcárea da
logia para separá-los. Além disso, é comum o retra- Rocinha, schistos da Estrada Nova, schisto negro de
balhamento de palinomorfos “strunianos” nos diamic- Iraty”) e “Série de Tubarão” (“schistos de Palermo,
titos do Grupo Itararé, conforme já salientado por grés do Rio Bonito com estractos carboníferos, con-
Loboziak et al. (1995). Em função dessas ressalvas e glomerados de Orleans, grés amarellos e schistos
até que sua mapeabilidade seja demonstrada, optou- em solo de granito”).

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Em seus traços gerais, tal divisão pioneira man- individualmente o Grupo Itararé e Formação Aquidaua-
tém-se até hoje, sendo que a visão litoestratigráfica na, Grupo Guatá, Grupo Passa Dois e formações
contemporânea do pacote permo-carbonífero da Ba- Pirambóia e Sanga do Cabral. No conjunto, esta grande
cia do Paraná deve-se em grande parte à síntese de unidade aloestratigráfica posiciona-se temporalmente
Schneider et al. (1974). Num enfoque aloestratigráfico, entre o Moscoviano (Neocarbonífero) e o Scythiano
Soares (1991) referiu-se a este pacote como Seqüên- (Eotriássico).
cia Tectonossedimentar Pensilvaniana-Permiana, en- Durante boa parte do Eocarbonífero, o Gond-
quanto Milani et al. (1994) designaram-no Seqüência wana sul-ocidental postou-se a elevadas latitudes e
Carbonífera-Eotriássica. tornou-se o sítio de extensa glaciação continental. A
A ausência de fósseis da coluna geocronológica presença de geleiras foi fator inibidor a uma efetiva
padrão, tais como amonóides e conodontes, e a es- organização de sistemas deposicionais e à acumula-
cassez de datações absolutas - uma vertente de pes- ção sedimentar expressiva. Este período reflete-se no
quisa que só há poucos anos está sendo praticada registro estratigráfico da Bacia do Paraná como uma
para esse pacote - impedem um posicionamente geo- significativa lacuna entre os estratos neodevonianos
cronológico mais acurado das seções gondwânicas. da Formação Ponta Grossa e os neocarboníferos do
As idades atribuídas às unidades dessa superseqüên- Grupo Itararé e Formação Aquidauana. Com a pro-
cia são baseadas em dados paleontológicos advindos gressiva migração do paleocontinente para norte, afas-
de diversos grupos fósseis, principalmente palinomor- tando-se assim do foco da glaciação, a sedimentação
fos para as unidades dos grupos Itararé, Guatá e base - em um contexto periglacial - foi retomada nessa
do Passa Dois (Formação Irati), (Daemon e Quadros, área, no final do Moscoviano.
1970; Souza e Marques-Toigo, 2005; Souza, 2006) e A porção inferior da Superseqüência Gondwa-
vertebrados (tetrápodes da Formação Rio do Rastro, na I é representada pelos depósitos ainda diretamente
por exemplo Cisneiros et al. 2005; Lucas, 2006). ligados à fase de degelo dos grandes glaciares mississi-
Idades absolutas têm sido obtidas mais recen- pianos. Para o Grupo Itararé e Formação Aquidauana,
temente, com relativa convergência de informações França e Potter (1988) definiram ciclos de sedimentação
até o presente momento apenas para a Formação com afinamento de grão para cima que corresponde-
Irati (Santos et al. 2006; Rocha-Campos et al. 2007). riam a mudanças climáticas cíclicas dentro do regime
De qualquer modo, pelo posicionamento estratigráfi- glacial, cada um deles ligado a uma subida do nível
co relativo das diversas unidades, a obtenção de ida- relativo do mar. Tais ciclos iniciam em pacotes arenosos
des absolutas robustas para o horizonte Irati tem que gradam para cima a seções argilosas, nessas últi-
impactado fortemente o ajuste do biozoneamento mas sendo comuns intercalações de lamitos seixosos (dia-
desta seção à escala de idades absolutas, com altera- mictitos). As maiores espessuras preservadas da seção
ções da ordem dos 30 Ma em relação aos esquemas glaciogênica encontram-se na porção centro-norte da
anteriormente praticados. Está em curso uma verda- bacia, onde atingem mais de 1.300 m. Para França e
deira releitura da Estratigrafia do Permo-Carbonífero Potter (1988), a Formação Aquidauana equivale estrati-
da Bacia do Paraná, e antecipam-se para os próximos graficamente ao Grupo Itararé, porém sua ocorrência
anos novos resultados de forte impacto no tema. restringe-se ao domínio setentrional da sinéclise e deste
A Superseqüência Gondwana I (Milani, 1997) último se diferencia basicamente por sua generalizada
engloba o maior volume sedimentar da Bacia do oxidação e cor vermelha.
Paraná, aflorando num cinturão quase contínuo ao lon- Constituem os depósitos glaciogênicos da Bacia
go do perímetro da sinéclise e exibindo, em subsuperfí- do Paraná diamictitos maciços ou estratificados, com
cie, uma espessura total máxima da ordem de 2.500 m. seixos e blocos de múltiplas litologias e áreas-fonte que
Esta unidade encerra em seu registro atributos sedi- evidenciam o trabalho das geleiras carreando imenso
mentares que refletem uma grande variedade de con- volume sedimentar para a bacia. As fácies arenosas,
dições deposicionais sucedendo-se no tempo e evoluindo maciças, gradadas ou com ondulações unidirecionais
entre um contexto neocarbonífero de sedimentação totalizam o maior volume sedimentar do pacote glacial
com marcada influência glacial até um amplo e árido e correspondem, segundo Eyles et al. (1993), a contex-
interior continental com domínio de campos de dunas tos de sedimentação turbidítica. São comuns corpos
eólicas já na chegada do Mesozóico. arenosos apresentando deformações sinssedimentares
Esta superseqüência inclui os pacotes sedimenta- ligadas a escape d’água ou dobras diversas. Os pelitos
res que, sob a ótica da Litoestratigrafia, caracterizam foram associados a processos de decantação quando

272 | Bacia do Paraná - Milani et al.


maciços, e a sedimentação turbidítica quando finamen- influência marinha pode manifestar-se como pacotes
te laminados. Esses mesmos autores advogaram uma pelíticos de espessura importante, como é o caso do
importante contribuição de fluxos gravitacionais na se- Membro Paraguaçu, no conjunto traduzindo uma pro-
dimentação glaciogênica da Bacia do Paraná, sendo gressiva subida do nível do “mar Palermo” que, a se-
para eles a presença de fácies de ressedimentação em guir, recobriria por completo a bacia. Localmente, sob
todos os domínios da bacia uma forte evidência de condições de restrição lagunar ao longo da franja litorâ-
um substrato acidentado e elevado aporte sedimen- nea, desenvolveram-se turfeiras que deram origem aos
tar. Dois outros litotipos, embora de ocorrência subor- carvões do Membro Siderópolis.
dinada, são bastante característicos desse pacote: os A unidade superior da Formação Rio Bonito com-
“ritmitos” e os tilitos (Rocha-Campos, 1967). Os pri- preende arenitos finos, siltitos e siltitos carbonosos que
meiros incluem os chamados varvitos, originados por se intercalam a camadas de carvão (Bortoluzzi et al.
variações climáticas sazonais em lagos periglaciais, 1987). O carvão ocorre na porção meridional da Bacia
enquanto os tilitos verdadeiros, de presença muito local do Paraná, sendo Bonito, Barro Branco e Candiota, den-
no Itararé, relacionam-se a pavimentos estriados im- tre outras, unidades de grande significado na Geologia
pressos no substrato pela ação mecânica da geleira Econômica da região Sul do País. As camadas de car-
em movimento, geralmente orientando-se a N-S ou vão na região de Candiota (RS) arranjam-se num pa-
NW-SE (Rocha-Campos, 1967; Gesicki et al. 1996). drão retrogradacional (Alves, 1994), sucedendo-se tem-
Com base nos palinomorfos (Souza, 2006, em parte poralmente de sul para norte segundo a tendência
reinterpretado no presente trabalho), ao Grupo Itararé transgressiva que dominava a sedimentação em maior
é atribuída uma idade entre o Moscoviano terminal escala. No domínio norte, a seção correspondente aos
(Neocarbonífero) e o início do Sakmariano (Eopermia- intervalos médio e superior da Formação Rio Bonito,
no), ao passo que a Formação Aquidauana - com seu em conjunto com a Formação Palermo, são agrupados
conteúdo palinológico referido à “zona G” de Daemon na Formação Tatuí (Schneider et al. 1974).
e Quadros (1970) -, constitui um registro sedimentar A Formação Palermo é constituída por siltitos e
exclusivamente neocarbonífero. siltitos arenosos cinza-amarelados, sendo a conspícua
A deglaciação trouxe como conseqüência dire- bioturbação uma característica onipresente em sua ocor-
ta uma subida do nível relativo do mar, conceitualmen- rência pela bacia. Arenitos finos em corpos de geome-
te identificada como “transgressão permiana” por tria lenticular e estratificação do tipo hummocky ocor-
Lavina e Lopes (1987). Sucedem os estratos glaciogê- rem localmente no Palermo. Folhelhos cinza-escuros tam-
nicos o pacote sedimentar do Grupo Guatá, na porção bém aparecem, compondo um horizonte de correlação
meridional da bacia, e o das formações Tietê (senso regional relacionado à máxima inundação da Superse-
Fulfaro et al. 1991) e Tatuí no domínio centro-norte; no qüência Gondwana I (Milani, 1997). Tal horizonte confi-
Uruguai, equivale à Formação Três Islas. A par de dis- gura igualmente um notável marco bioestratigráfico no
tintas denominações locais, o pacote pós-glacial defi- zoneamento palinológico de Daemon e Quadros (1970),
ne uma cunha transgressiva em onlap de sul para nor- posicionando-se temporalmente no Artinskiano (Souza,
te que inicia com os depósitos da Formação Rio Bonito, 2006). No seu conjunto, o Grupo Guatá tem idades en-
tradicionalmente interpretados como constituindo um tre o Sakmariano e o Artinskiano.
“extenso front deltaico” (Northfleet et al. 1969). Uma Acima, a Formação Irati documenta um mo-
notável ciclicidade sedimentar pode ser observada no mento singular na evolução da bacia: uma efetiva
pacote Rio Bonito, traduzindo oscilações do nível de restrição à circulação de águas entre a sinéclise e o
base na bacia de acumulação. Em função desta carac- oceano Panthalassa culminou por desenvolver um
terística, em que se alternam pacotes ora dominante- contexto ambiental hipersalino na bacia interior. Sob
mente arenosos e ora pelíticos, a unidade foi dividida tais condições, acumularam-se carbonatos e evaporitos
em três membros: Triunfo, Paraguaçu e Siderópolis na porção norte, e folhelhos betuminosos na porção sul
(Schneider et al. 1974). da bacia, estes exibindo um conteúdo orgânico quanti-
A tendência transgressiva da sedimentação pós- tativo que atinge níveis dos mais elevados já registra-
glacial se manifesta desde a base do Grupo Guatá, dos em depósitos sedimentares do planeta, da ordem
sendo comuns retrabalhamentos dos lobos deltaicos de 23%, qualificando-os como um gerador em poten-
por ação de marés. A completa seção da Formação cial para acumulações petrolíferas na área. Singular
Rio Bonito é pontuada por níveis marinhos em grande também é a paleofauna de vertebrados encontrada no
parte representados por tempestitos (Castro, 1991). A Irati, com os gêneros Mesosaurus e Stereosternum, rép-

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teis que permitiram a Du Toit (1927), ainda muito cedo centes lacustres da “Bacia Passa Dois”. Tal interpreta-
neste século, sugerir a deriva continental como uma ção, associada à presença de répteis da biozona de
possibilidade científica, em função da correlação de Lystrosaurus do Scythiano (Eotriássico) nos estratos da
tais fósseis com os equivalentes encontrados nos depó- Formação Sanga do Cabral (Lavina, 1988), corrobora o
sitos da Formação Whitehill, na África do Sul. A Forma- posicionamento da porção terminal da Superseqüên-
ção Irati, ajustada aos esquemas internacionais pela cia Gondwana I no início do Mesozóico. No domínio
datação geocronológica de zircões nela presentes (cin- setentrional, um contexto sedimentar análogo ao da
zas vulcânicas), posiciona-se atualmente no neo-Ar- Formação Sanga do Cabral é conhecido como Forma-
tinskiano (Santos et al. 2006). Na sucessão sedimentar, ção Pirambóia. Trata-se de depósitos fluviais e eólicos
segue a Formação Serra Alta um pacote de folhelhos compondo uma cunha que se adelgaça para sudoeste
cinza-escuros finamente laminados, produto de decan- no sentido da porção paranaense da bacia.
tação de argila em um contexto marinho de baixa ener- Em síntese, no arcabouço aloestratigráfico da
gia (Gama Jr., 1979) e interpretados como os depósitos Bacia do Paraná, a Superseqüência Gondwana I do-
relativos ao “afogamento” do “golfo Irati”. Na realida- cumenta um ciclo transgressivo-regressivo comple-
de, a última incursão marinha importante documenta- to, que se inicia na base do pacote glacial pensilva-
da na Bacia do Paraná. niano, atinge condições de máximo afogamento
A sedimentação Passa Dois “pós-Serra Alta” de- marinho na Formação Palermo no Artinskiano, e
senvolveu-se acompanhando uma definitiva tendência encerra em depósitos continentais que colmatariam
regressiva em grande escala. Sistemas continentais pas- a sinéclise já no início do Mesozóico.
sam a dominar a bacia de acumulação, representando
o assoreamento da bacia remanescente. Depósitos do-
minantemente pelíticos, com estruturas sedimentares
ligadas à ação de marés na Formação Teresina, dão
lugar a um complexo progradacional de red beds in- Superseqüência
cluindo lobos deltaicos, pelitos lacustres, arenitos eólicos
e depósitos fluviais (Lavina, 1988) da Formação Rio do Gondwana II
Rasto, que se desenvolveram no sentido geral de no-
roeste para sudeste. No domínio paulista da bacia, a O estabelecimento da ocorrência do Sistema
Formação Corumbataí, documentando um amplo sis- Triássico na Bacia do Paraná apresenta um forte vínculo
tema de planície de marés, é a equivalente litoestrati- ao pacote pelítico fossilífero da Formação Santa Maria,
gráfica da Formação Teresina. A fauna de vertebrados que ocorre na porção gaúcha da bacia e que, em ter-
(pareiassaurídeos) da Formação Rio do Rasto, registra- mos de conteúdo fossilífero, não encontra analogia nos
da em afloramentos do Paraná e Rio Grande do Sul demais domínios da sinéclise. O posicionamento destes
(Cisneros et al. 2005), são referíveis aos faunacrons red beds com restos de vertebrados no arcabouço estra-
Gamkano e Hoedemakerano da biocronologia global tigráfico da bacia, pelo caráter limitado de sua área de
de tetrápodes permianos de Lucas (2006), cuja idade é ocorrência, tem suscitado controvérsias ao longo de sua
guadalupiana (mesopermiana). Contudo, o maior de- história de investigação, iniciada com a definição das
senvolvimento em espessura sedimentar da Formação “Camadas Santa Maria” por Moraes Rego (1930) apud
Rio do Rasto em subsuperfície permite especular-se que Baptista et al. (1984). Além disso, os pelitos Santa Maria
essa unidade possa atingir o Permiano Superior - Triássico ocorrem inseridos numa espessa seção dominantemen-
inicial no interior da bacia, em seções não representa- te arenosa, em grande parte afossilífera, que abarca o
das na faixa de afloramentos. intervalo entre o pacote reconhecidamente de idade
Na porção gaúcha da Bacia do Paraná, uma permiana da Formação Sanga do Cabral e a Formação
espessa sucessão flúvio-eólica com até 500 m de Botucatu, do Neojurássico-Eocretáceo, de tal sorte que
possança, como constatado pelo poço de Alegrete, diversos aspectos da estratigrafia desta porção da bacia
corresponde à Formação Sanga do Cabral, unidade que ainda estão por ser adequadamente equacionados.
se prolonga ao Uruguai nos depósitos da Formação A identificação pioneira da presença de restos
Buena Vista. O pacote Sanga do Cabral foi interpreta- fósseis de vertebrados na seção sedimentar em questão
do por Lavina (1988) como um equivalente lateral da remonta ao início do século (Woodward, 1907 apud
Formação Rio do Rasto, que representaria o avanço Faccini, 1989). Investigações do conteúdo fossilífero da
para norte de sistemas continentais sobre os remanes- Formação Santa Maria que se tornaram clássicas foram

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as de Huene (1928) apud Scherer (1994) e Huene (1942) quanto que os pelitos lacustres teriam se acumulado jun-
apud Bortoluzzi e Barberena (1967), dedicadas ao estu- to às porções mais subsidentes. A ciclicidade observada
do de répteis e reconhecendo já àquela época a maio- neste pacote, em que se intercalam pelitos lacustres e
ria dos grupos presentes (Dicynodontia, Cynodontia, arenitos fluviais, teria se desenvolvido em resposta a va-
Pseudosuchia, Rhynchocephalia e Saurischia). Gordon riações do nível de base do lago em função de um con-
Jr. e Brown (1952) apud Bortoluzzi e Barberena (1967), trole combinado da tectônica e do clima (Milani et al.
na pesquisa de plantas fósseis; Pinto (1956) apud 1998). A Formação Santa Maria, o clássico registro
Bortoluzzi e Barberena (1967), observando e descreven- ladiniano-noriano da região central do Rio Grande do
do plantas fósseis e invertebrados (Crustacea e Insecta), Sul, corresponde à sedimentação lacustre - e fluvial asso-
e Price (1946, 1947) apud Bortoluzzi e Barberena (1967), ciada - que aconteceu em resposta a um pulso de subsi-
igualmente voltada aos vertebrados fósseis. dência nos grábens meso-neotriássicos da Bacia do
Mas certamente estes estratos se notabilizaram Paraná. De todo o modo, a pronunciada erosão a que
na bibliografia geocientífica por sua paleoherpetofauna, foi submetido este pacote, principalmente durante o de-
tendo os estudos sistemáticos dos restos de vertebrados senvolvimento da ampla superfície de deflação eólica
da Formação Santa Maria efetivamente implementados ligada à Formação Botucatu, dificulta sobremodo uma
a partir da década de 70. Barberena (1977) mostrou a reconstituição mais confiável do contexto paleofisiográfico
primeira subdivisão bioestratigráfica para o intervalo se- do Meso-Neotriássico da Bacia do Paraná.
dimentar da Formação Santa Maria, na forma de três
cenozonas (Therapsida, Rhynchocephalia e Dicroidium).
As duas primeiras baseadas em répteis e dotadas de
extensão lateral considerável, ao passo que a última
apóia-se em plantas fósseis e tem caráter fortemente Superseqüência
local. Esse autor estabeleceu meticulosa correlação en-
tre as zonas de associação e a fauna triássica da Argen- Gondwana III
tina, concluindo por um posicionamento da seção sedi-
mentar da Formação Santa Maria entre o Mesotriássico A Superseqüência Gondwana III, denominada
e o Neotriássico. como “Seqüência Jurássica-Eocretácica” na concep-
Em dados de subsuperfície, observa-se que a se- ção de Milani et al. (1994), compreende o intervalo
ção correspondente à Superseqüência Gondwana II exi- do registro estratigráfico da Bacia do Paraná em que
be um contato basal nítido, em que depósitos pelíticos se posicionam os sedimentitos eólicos da Formação
sobrepõem-se abruptamente aos arenosos da unidade Botucatu e os magmatitos da Formação Serra Geral.
anterior. Este contato abrupto, na realidade refletindo Tal seção, se acrescida do pacote sedimentar
uma rápida “transgressão lacustre” sobre a superfície suprabasáltico, encontrará correspondência no Gru-
de discordância que marca o topo da Superseqüência po São Bento, de Schneider et al. (1974). A Superse-
Gondwana I, poderia ser indicativo de um episódio de qüência Gondwana III é amplamente distribuída pela
afundamento acelerado do substrato e desenvolvimen- Bacia do Paraná, e seus sedimentitos continentais são
to de uma bacia faminta. O posterior preenchimento representados dominantemente por fácies eólicas. A
por aportes arenosos progradacionais encontra-se docu- Formação Botucatu constitui-se quase totalmente, em
mentado nos dados de poços que amostraram essa se- toda sua ampla área de ocorrência, por arenitos mé-
ção sedimentar. O conjunto pelitos lacustres/progradações dios a finos de elevada esfericidade e aspecto fosco,
arenosas é recoberto em contato abrupto pelos arenitos róseos, que exibem estratificação cruzada tangencial,
da Formação Tacuarembó no Uruguai e pelos da For- de médio a grande porte, numa assinatura faciológica
mação Botucatu no Rio Grande do Sul. muito característica que possibilita um pronto reco-
Assim, o conjunto de atributos da Superseqüên- nhecimento do “deserto Botucatu” em todos os pon-
cia Gondwana II permite uma interpretação de que a tos em que aflora. Junto à base, localmente ocorrem
subsidência meso-neotriássica da Bacia do Paraná po- ventifactos (Almeida e Melo, 1981) derivados de um
deria estar relacionada ao desenvolvimento de grábens persistente retrabalhamento eólico sobre depósitos flu-
distensivos assimétricos, acomodando-se a drenagem viais subjacentes ao campo de dunas.
fluvial sobre a rampa flexural deste sistema, com mer- Com mais freqüência na porção norte da ba-
gulho regional do substrato para norte na porção gaú- cia, mas também no Rio Grande do Sul, ocorrem ele-
cha e para sul em uma calha uruguaia análoga, en- mentos sedimentares de origem ligada a fluxos aquo-

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sos, na forma de arenitos médios a grossos, em cor- canismo fissural que as afetou no Mesozóico, consti-
pos lenticulares exibindo ciclos gradacionais, com tuindo ampla província magmática que, no conjunto
arenitos conglomeráticos associados, interpretados de todas as áreas por ela compreendidas, define a
como produzidos por episódios torrenciais (Almeida maior manifestação ígnea não-oceânica durante o
e Melo, 1981), num contexto alúvio-fluvial. Esta Fanerozóico e uma importante contribuição à gera-
fácies repete-se ciclicamente com gradação para a ção da crosta continental do planeta. De alguma for-
fácies eólica, significando múltiplos eventos e uma ma, a série de episódios magmáticos aí envolvidos
certa proximidade a paleomargem do erg. Junto ao está vinculada aos campos tensoriais e fenômenos
topo da unidade, e mesmo em lentes sedimentares endógenos que levaram à desagregação do Pangea.
intercaladas aos derrames basais do Serra Geral, Na Bacia do Paraná, o evento traduziu-se como uma
são relatadas ocorrências de sedimentitos lacustres espessa cobertura de lavas, uma intrincada rede de
com até 10 m de espessura, na forma de ritmitos diques cortando a inteira seção sedimentar e múlti-
com termos argilosos, sílticos e arenosos arranjados plos níveis de soleiras intrudidas segundo os planos
segundo uma bem-definida estratificação plano-pa- de estratificação dos sedimentitos paleozóicos. Pra-
ralela (Almeida e Melo, 1981). Deve-se ressaltar, ticamente nenhuma região da bacia foi poupada pela
as fácies que não a eólica quebram apenas muito invasão magmática e, hoje, após mais de 100 Ma
localmente o monótono e o amplo domínio dos cam- de retrabalhamento erosivo, ainda restam cerca de
pos de dunas e interdunas secas que constituem a três quartos da área total da bacia recobertos pelas
Formação Botucatu. rochas ígneas da Formação Serra Geral, com uma
Se por um lado inexistem dificuldades na in- espessura remanescente que se aproxima dos 2.000 m
dividualização do Botucatu naqueles sítios em que na região do Pontal do Paranapanema (SP).
ele é exclusivamente eólico, tornando-se bastante De maneira generalizada, constituem a For-
óbvio, nestes casos, o caráter discordante de seu mação Serra Geral termos petrológicos dominados
contato basal, alguns embaraços surgem quando por basaltos toleíticos e andesitos basálticos, ocor-
ocorrem em sua porção inferior estratos de origem rendo subordinadas quantidades de riolitos e
alúvio-fluvial, o que é geralmente o caso na porção riodacitos (Peate et al. 1992). Geoquimicamente,
paulista da bacia. Fulfaro et al. (1980) apontam a ocorre uma diferenciação destas rochas ao longo da
dificuldade em se determinar a posição do contato bacia em termos de conteúdo de TiO2 (Bellieni et al.
Botucatu-Pirambóia, esta última faciologicamente 1984) e de elementos-traço, especialmente Y e Yb
caracterizada por sedimentitos flúvio-eólicos (Peate, 1989 apud Gomes, 1996). Tais pesquisas con-
texturalmente similares aos da primeira. Soares duziram ao reconhecimento de uma distribuição es-
(1972) considera transicional esta relação de con- tratigráfica seqüencial entre os termos geoquimica-
tato, e engloba estas duas formações em sua “Se- mente diferenciados, interpretada inicialmente por
qüência Tectonossedimentar Triássico-Jurássico” Peate et al. (1992) como devida a uma migração da
(Soares, 1991). Caetano-Chang e Wu (1993), inse- fonte magmática de sul para norte ao longo da ba-
rindo elementos de análise faciológica, argumen- cia. A abordagem geoquímica no estudo das rochas
tam a favor de uma discordância entre estas unida- da Formação Serra Geral (Bellieni et al. 1984;
des, sendo a sedimentação Botucatu precedida pelo Mantovani et al. 1985) definiu que na porção norte
desenvolvimento de uma superfície de deflação da bacia dominam rochas enriquecidas em TiO2, ao
eólica que se associaria a um hiato erosivo “de tem- passo que no sul prevalecem as pobres neste consti-
po relativamente curto”. Em subsuperfície, pode- tuinte, tendo tais autores creditado esta variação a
se acompanhar a distribuição da Formação Botucatu uma composição diferenciada já em nível de fonte
em dados de poços, podendo-se perceber um es- primária do magma. O manto sob esta área não se-
pessamento desta unidade no sentido do domínio ria homogêneo em termos composicionais quando
norte da Bacia do Paraná. analisado regionalmente. Fodor et al. (1989), por seu
turno, preferem explicar a variação do teor de TiO2
por diferentes graus de assimilação crustal pelo mag-
magmatismo Serra Geral ma em seu trânsito até a superfície.
Em termos geocronológicos, com base em de-
Dentre as características comuns às bacias terminações pelo método K/Ar, as magmáticas Ser-
cratônicas sul-americanas encontra-se o intenso vul- ra Geral foram assinaladas ao intervalo temporal de

276 | Bacia do Paraná - Milani et al.


147 a 119 Ma (Amaral et al. 1966; Cordani e Van- a Superseqüência Bauru é formada pelos grupos
doros, 1967). A utilização mais recentemente da téc- cronocorrelatos Caiuá e Bauru (passagem lateral gra-
nica Ar/Ar tem alterado este quadro. Renne et al. dual e interdigitada). O primeiro compreende as for-
(1992), datando rochas coletadas em quatro seções mações Rio Paraná, Goio Erê e Santo Anastácio. O
verticais na porção sul da Bacia do Paraná, concluiu segundo é composto pelas formações Uberaba, Vale
ter sido o evento Serra Geral extremamente rápido, do Rio do Peixe, Araçatuba, São José do Rio Preto,
a 133 ± 1 Ma e com duração aproximada de 1 Ma. Presidente Prudente e Marília, além de rochas vulcâ-
Entretanto, com base na estratigrafia proposta por nicas alcalinas intercaladas, os Analcimitos Taiúva
Peate et al. (1992) para as lavas da Bacia do Paraná, (Fernandes e Coimbra 2000; CPRM 2004, 2006).
percebe-se que a amostragem de Renne et al. (1992) O Grupo Caiuá corresponde a trato de sistemas
centrou-se em dois tipos magmáticos em particular - eólico interior do Deserto Caiuá (Fernandes, 2006):
Gramado e Urubici -, não sendo os resultados de tais depósitos de complexos de dunas de cristas sinuosas
datações representativos para a província no seu todo. eólicas de grande porte (draas), de região central de
Turner et al. (1994) apresentaram dados Ar/ sand sea (Formação Rio Paraná); depósitos periféricos,
Ar realizados a partir de amostras coletadas a dife- de dunas eólicas de porte moderado, de cristas sinuo-
rentes níveis estratigráficos dentro do pacote de la- sas, e interdunas úmidas/aquosas (Formação Goio Erê);
vas, selecionadas adequadamente para caracterizar e depósitos de lençóis de areia, em extensas e monóto-
em termos geocronológicos os diversos tipos mag- nas planícies desérticas, marginais do sand sea. (For-
máticos da proposta de Peate et al. (1992). Os resul- mação Santo Anastácio). A Formação Rio Paraná com-
tados demonstraram uma distribuição de idades de- preende arenitos quartzosos finos a muito finos (rara-
crescente a partir de 137,8 ± 0,7 Ma para níveis da mente médios a grossos) marrons avermelhados a
base da capa ígnea, em subsuperfície no Estado de arroxeados, bem selecionados, supermaturos, com típi-
São Paulo, até 126,8 ± 2,0 Ma em amostras de su- ca estratificação cruzada de médio a grande porte.
perfície do Uruguai. Amostras provenientes da re- Apresenta lamitos arenosos maciços intercalados, com
gião trabalhada por Renne et al. (1992) forneceram menor freqüência. No Pontal do Paranapanema (SP)
resultados similares aos relatados naquele trabalho. foram descritas dobras convolutas métricas entre por-
Diques com direção NW-SE, incluídos no conjunto ções não-deformadas, interpretadas como sismitos
do Arco de Ponta Grossa, resultaram em 134,1 ± 1,3 (Fernandes et al. 2007). A Formação Goio Erê é com-
Ma e 130,5 ± 2,8 Ma, enquanto outros de orienta- posta por arenitos quartzosos finos a muito finos (algu-
ção NE-SW, amostrados ao longo da Rodovia Rio- mas vezes médios) marrons avermelhados a cinza-
Santos mostraram idades entre 133,3 ± 1,7 Ma e arroxeados, subarcoseanos, mineralogicamente maturos
129,4 ± 0,6 Ma. Este conjunto de resultados posiciona e texturalmente submaturos. Formam camadas tabula-
o evento Serra Geral entre 137 e 127 Ma. res com estratificação cruzada, alternadas com maci-
ças, às vezes com laminação plano-paralela, ondula-
ções de adesão, climbing ripples eólicos e pequenas
dobras convolutas, todas descontínuas e mal defini-

Superseqüência Bauru das. A Formação Santo Anastácio é constituída por


estratos tabulares de espessura decimétrica, de areni-
tos quartzosos subarcoseanos finos a muito finos, ma-
A cobertura pós-basáltica constitui unidade si- ciços, pobremente selecionados, com fração silto-ar-
liciclástica psamítica acumulada em condições semi- gilosa subordinada.
áridas a desérticas. Tem espessura máxima preserva- O Grupo Bauru corresponde a depósitos de tra-
da de cerca de 300 m e área de ocorrência de 370.000 to de sistemas de clima semi-árido, formado por le-
km2, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, ques aluviais marginais, lençóis de areia atravessados
Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, assim como por sistemas fluviais efêmeros e zona endorrêica palu-
no Nordeste do Paraguai. A Superseqüência Bauru dial, que alimentaram o deserto interior correspondente
tem contato basal discordante (não-conformidade), ao Grupo Caiuá. A Formação Vale do Rio do Peixe
sobretudo com basaltos da Formação Serra Geral. Em compreende estratos tabulares de arenitos finos a fi-
sua base geralmente ocorre delgado estrato de as- nos marrons claros rosados a alaranjado, de seleção
pecto brechóide com clastos angulosos de basalto, moderada a boa. Intercalados com siltitos ou lamitos
matriz arenosa imatura. Em termos litoestratigráficos, arenosos de cor creme a marrom, maciços ou com

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 265-287, maio/nov. 2007 | 277


estratificação plano-paralela pouco definida, fendas além de fragmentos de ossos, ventifactos). Tem conta-
de ressecação e feições tubulares (bioturbação). Os are- to interdigitado complexo e irregular com o Membro
nitos têm aspecto maciço ou estratificação cruzada ta- Ponte Alta. Em afloramentos tal passagem correspon-
bular e acanalada de médio a pequeno porte ou de a contatos bem definidos, geralmente entre litofácies
estratificação/laminação plano-paralela grosseira (super- não cimentadas (Serra da Galga) e litofácies intensa-
fícies onduladas com climbing ripples eólicos, ondula- mente cimentadas (Ponte Alta). Em termos regionais,
ções de adesão e planos com lineação de partição). o Membro Ponte Alta tem passagens graduais para o
Corresponde a depósitos eólicos de extensas áreas pla- Serra da Galga em todas as direções. O Membro Serra
nas de lençóis de areia e campos de dunas baixas, com da Galga reúne importantes jazigos de ossos de répteis
depósitos de loesse retidos em corpos aquosos efêmeros. de grande porte da bacia (dinossauros, crocodilos e
No norte do Paraná há ocorrência restrita de conglome- quelônios), além de invertebrados. O Membro Ponte
rados e arenitos conglomeráticos imaturos, ricos em Alta é formado por unidades detríticas arenosas imatu-
ventifactos. Denominada Litofácies Mairá, foi interpre- ras, intensamente cimentadas por carbonato de cálcio:
tada como depósitos de deflação retrabalhados por en- calcários arenosos maciços, conglomeráticos de matriz
xurradas de deserto (wadis). A Formação Araçatuba ca- arenosa (conhecidos como casco-de-burro), e calcários
racteriza-se por estratos tabulares silto-arenosos muito finos fragmentados. Os conglomerados são polimíticos
finos, de cor cinza-esverdeado, de aspecto maciço, com (quartzo, quartzito, arenito, pelitos carbonáticos, basalto
estratificação plano-paralela, moldes e pseudomorfos de e fragmentos de outras rochas alteradas), de clastos
cristais fibrorradiados (gipsita), marcas onduladas (climbing subangulosos a subarredondados, centimétricos (2-7 cm;
ripples), gretas de ressecação e marcas de raízes. Apre- até 15 cm). Os calcários finos têm cor levemente
senta freqüente cimentação e crostas carbonáticas pa- esverdeada e textura de mosaico (pseudobrecha), com
ralelas à estratificação. Nas bordas de sua área de expo- texturas de crescimento expansivo (displacive). Os mem-
sição ocorrem corpos com contatos e estratificação in- bros Ponte Alta e Serra da Galga ocorrem intimamente
terna sigmoidal de baixa inclinação e/ou estratificação associados. Regionalmente, a passagem entre as duas
contorcida mal definida (deslizamentos subaquosos). unidades é gradual, por variação da intensidade de
Acumulou-se em ambiente paludial de águas salinas rasas cimentação, e algumas vezes brusca. Fernandes (1998)
e pouco agitadas, com períodos de exposição. A Forma- supôs que a diferenciação foi sobretudo pós-sedimen-
ção Uberaba compreende arenitos muito finos a lamitos tar, pela formação de zonas de calcretes freáticos (Mem-
siltosos cinza-esverdeados a verde-oliva, com notável bro Ponte Alta). Desta forma, ambos correspondem a
quantidade de grãos clásticos de perovskita. Ocorre em depósitos de leques aluviais medianos a distais, com
estratos tabulares e lenticulares, de estrutura maciça, sistemas fluviais entrelaçados associados, com even-
com estratificação cruzada tabular/acanalada ou tuais intercalações de depósitos de pequenas dunas
laminação plano-paralela. Apresenta intercalações se- eólicas. Nesse contexto, ocorrem ainda depósitos de
cundárias de argilitos, arenitos conglomeráticos e con- fluxos densos esporádicos (clastos imersos em lamitos).
glomerados de matriz arenosa. Corresponde a depósi- O Membro Echaporã sustenta planaltos digitiformes,
tos de sistema fluvial entrelaçado e de fluxos em lençol. mais expressivos nas regiões de Marília e Echaporã. É
A Formação Marília é composta por três mem- constituído por estratos tabulares maciços em geral de
bros: Serra da Galga, Ponte Alta e Echaporã. Os dois 1 m de espessura, de arenitos finos a médios, imatu-
primeiros ocorrem apenas no Triângulo Mineiro (MG). ros, com frações grossas e grânulos em quantidades
Em São Paulo é representada apenas pelo seu Mem- subordinadas, de cor bege a rosa-pálida. Em geral, os
bro Echaporã, que também aflora no Triângulo Minei- estratos têm maior desenvolvimento de nódulos e cros-
ro. O Membro Serra da Galga compreende arenitos tas carbonáticas no topo. Às vezes, discreta concentra-
grossos a finos imaturos, freqüentemente conglomerá- ção de clastos na base. Raras vezes exibe estratificação
ticos, amarelo-pálidos a avermelhados, com intercala- cruzada de médio porte. As litofácies conglomeráticas,
ções secundárias de conglomerados e lamitos. Os are- de poucos centímetros de espessura, são constituídas
nitos apresentam estratificação cruzada tabular por intraclastos centimétricos (carbonáticos e lamíticos)
tangencial na base e acanalada, de médio a pequeno e por extraclastos silicosos (quartzo, quartzito e arenito
porte. Os conglomerados são texturalmente imaturos e silicificado, alguns deles ventifactos). São freqüentes
polimíticos (quartzo, quartzito, calcedônia, nódulos car- intercalações de delgadas lentes de lamitos arenosos
bonáticos remobilizados, arenitos, pelitos, fragmentos de cor marrom de espessuras centimétricas a
de basalto e outras possíveis rochas ígneas alteradas, decimétricas (até 1 m), de base côncava e topo hori-

278 | Bacia do Paraná - Milani et al.


zontal. O Membro Echaporã encerra em São Paulo a
Litofácies Rubião Júnior, de ocorrência restrita às ime- referências bibliográficas
diações de Botucatu. Corresponde a depósitos mais
proximais, correlatos geneticamente aos do Membro ALMEIDA, F. F. M.; MELO, M. S. A. Bacia do Paraná e o
Serra da Galga em Minas. É composto por estratos vulcanismo mesozóico. In: INSTITUTO DE PESQUISAS
arenosos médios a grossos, de seleção moderada a TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – IPT.
má, com intensa cimentação carbonáticas, intercala- Mapa Geológico do Estado de São Paulo, São Paulo:
dos com conglomerados polimíticos (basalto, domi- IPT, 1981, v.1, p.46-81. Escala l:500.000.
nantes, quartzo, quartzito, milonito, silexito, geodos
de quartzo, nódulos carbonáticos remobilizados). O ALMEIDA, F. F. M. Tectônica da Bacia do Paraná no
Membro Echaporã formou-se como depósitos de len- Brasil. São Paulo, Paulipetro, 1980. 187 p.
çóis de areia, onde se desenvolveram calcretes
freáticos e pedogenéticos. A Formação São José do ALVES, R. G. Correlação estratigráfica de alta resolu-
Rio Preto compreende arenitos finos a muito finos com ção aplicada ao Permiano Inferior da Bacia do Paraná
frações de areia média e grossa secundárias, de cor na região de Candiota, Rio Grande do Sul. 1994. 114
marrom claro a bege, com estratificação cruzada p. Tese (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande
acanalada e tabular tangencial na base, freqüente- do Sul, Porto Alegre, 1994.
mente conglomeráticos. A formação apresenta inter-
calações subordinadas de arenitos a siltitos com
AMARAL, G.; CORDANI, U. G.; KAWASHITA, K.; REYNOLDS,
estratificação plano-paralela, marcas onduladas e
J. H. Potassium-argon dates of basaltic rocks from Southern
lamitos argilosos maciços. Os clastos são nódulos car-
Brazil. Geochimica et Cosmochimica Acta, Oxford, v. 30,
bonáticos, fragmentos de lamitos e argilitos, seixos
n. 2, p. 159-189, 1966.
silicosos, fragmentos de ossos e outros bioclastos. Exi-
be cimentação carbonática com freqüência. Corres-
ANDRADE, S. M.; CAMARÇO, P. E. N. Seqüências sedi-
ponde a depósitos arenosos pouco maturos, freqüen-
mentares pré-carboníferas dos flancos nordeste da Bacia do
temente conglomeráticos, de barras e planícies flu-
Paraná e sudoeste da Bacia do Parnaíba e suas possibilida-
viais de sistemas de canais entrelaçados, amplos e
des uraníferas. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 32.,
rasos. A Formação Presidente Prudente é composta
1982, Salvador. Anais do... São Paulo: Sociedade Brasilei-
por arenitos muito finos a finos marrons avermelhados
ra de Geologia, 1982. v. 5, p. 2132-2144.
claros a bege e lamitos arenosos marrons escuros. As
lentes arenosas exibem estratificação cruzada
ASSINE, M. L. Aspectos da estratigrafia das seqüên-
acanalada e sigmoidal (unidades de corte-e-preen-
cias pré-carboníferas da Bacia do Paraná no Brasil.
chimento). Os estratos tabulares de arenitos e siltitos
1996. 207 p. Tese (Doutorado) - Universidade de São
exibem estratificação plano-paralela, marcas ondula-
Paulo, São Paulo, 1996.
das, climbing ripples, brechas intraformacionais (argi-
litos, intraclastos carbonáticos, silicosos e fragmentos
de ossos). Correspondem a depósitos de sistema flu- ASSINE, M. L.; SOARES, P. C.; MILANI, E. J. Seqüências
vial meandrante arenoso fino, de canais rasos com tectono-sedimentares mesopaleozóicas da Bacia do
sinuosidade relativamente baixa, composto pela Paraná. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo,
alternância de depósitos de preenchimento de canais v. 24, n. 2, p. 77-89, 1994.
amplos, com depósitos de planícies de inundação/rom-
pimento de diques marginais (crevasse). Estes últimos BARBERENA, M. C. Bioestratigrafia preliminar da Formação
podem preservar esqueletos e carcaças menos desar- Santa Maria. Pesquisas, Porto Alegre, v. 7. p. 111-119, 1977.
ticulados, como cascos de tartarugas. Os Analcimitos
Taiúva (não-aflorantes) são rochas extrusivas de natu- BARBERENA, M. C.; ARAÚJO, D. C.; LAVINA, E. L.;
reza alcalina intercaladas na parte superior Formação FACCINI, U. F. The evidence for close paleofaunistic
Vale do Rio do Peixe, com espessura máxima de 15 m. affinity between South America and Africa, as indicated
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BACIA DO PARANÁ

SEDIMENTAÇÃO
NATUREZA DA
LITOESTRATIGRAFIA
GEOCRONOLOGIA AMBIENTE
DISCORDÂNCIAS
Ma DEPOSICIONAL
FORMAÇÃO MEMBRO
ÉPOCA IDADE
65

CAM PAN IAN O

RIO PR.
NEO SAN T O N I AN O 260
CRETÁCEO

C O N I AC I AN O
T U R O N I AN O
C E N O MA N IA N O
100
AL B I AN O

AP T IAN O
EO
BAR R E M IA N O SERRA
HAU T E R I V I AN O GERAL N. PRATA 1700
M E S O Z Ó I C O

VALAN G I AN O GONDWANA
B E R R I AS I AN O
BOTUCATU 450 III

150 T I T H O N I AN O
NEO
JURÁSSICO

OXF OR DIAN O
CALLOVIANO
MESO BATHONIANO
BAJOCIANO
AALENIANO
T OAR C I AN O
EO
S I N E M U R I AN O
HETTANGIANO
200 R HAE TI AN O
TRIÁSSICO

N O R I AN O
NEO
CAR N IAN O
CONT.

300
LAD I N IAN O
MESO
AN ISIANO
OLENEKIANO
CONTINENT.

250 EO I NDUANO
LO PIN G IAN O 650
PASSA

GONDWANA I
PERMIANO

CAP I TA N IAN O
DOIS
G UADALU PIAN O 850
100
AR T I N S K IA N O
MARINHA

C I SU RAL I ANO
SAK MAR I AN O 350
AS SELIANO
300 G Z H E L I AN O 1500
CARB O NÍ FE RO

KASIMOVIANO
M O S C O V IAN O
BAS H K I R I AN O

V I S EAN O

350 T O U R NA I S I AN O
P A L E O Z Ó I C O

FAM E N IAN O
D E VO N IAN O

NEO

PARANÁ
PARANÁ
MARINHA

F RA S N IA N O
660
G I V E TI AN O
MESO
E I F E L IAN O
400 E M S I AN O
EO
P RAG U I AN O
L O C H K O V I A N O C. M. 337
PRIDOLI
LUDLOW
WENLOCK
MAR.

LIAN D O VE R Y TE LYC H IAN O 38


RIO IVAÍ

RIO IVAÍ

70
CONT./
MAR.

450 NEO KAT I AN O


SAN D B IA N O 253
DAR R I W I L I AN O
MESO
DAP I N G IA N O

EO
CAM B RIANO

500

E M BASAM E N T O

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