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Geologia do Brasil II – Parte 3 + Soares et al. (1974 e 1978) e Almeida et al.

(2000)
aplicaram a conceituação de Sloss para as sinéclises
>Sequências Cratônicas (ciclos T-R)
brasileiras, definindo seis ciclos
- Bacias Sedimentares : áreas da superfície terrestre tectonossedimentares, designados por letras gregas.
que sofrem ou sofreram subsidência continuada. + As sequências cratônicas propostas por Sloss (1963)
seriam as supersequências na conceituação de Vail. O
Subsidência pessoal da Exxon em estudos de bacias.
+ Resposta a uma mudança de estado na crosta ou na 1. Sugeriram uma subdivisão do intervalo de tempo
litosfera; das sequências cratônicas, identificando assim um
+ Lento movimento em direção ao centro da Terra. número maior de sequências.
Tem como principal agente a tectônica global. 2. Introdução da variação eustática como
+ Taxas de subsidência comuns: 10-3 - 100 m/1000 controladora da formação das sequências,
anos. abandonando o controle eminentemente tectônico de
+ Trata-se de um processo lento, mesmo Sloss (1963).
comparando-se a outros eventos geológicos. + Para as bacias paleozoicas brasileiras, a
+ A velocidade de movimento das placas tectônicas é transposição direta do conceito esbarrou nas
de 10-2 m/ano. dificuldades de:
A subsidência nas bacias é 1000 a 10.000 vezes mais a. se estabelecer um arcabouço cronoestratigráfico
lenta que movimentação das placas. confiável, quer pela ausência ou não
reconhecimento de eventos magmáticos
- Mas é capaz de deixar registros de sucessões passíveis de datação, intercalados nos depósitos
estratigráficas de alguns milhares de metros sedimentares.
- Refletindo a tectônica, paleogeografia e a b. imprecisão na definição do arcabouço sedimentar
paleontologia da região onde se formam. impossibilitando a cronocorrelação dos vários
depocentros paleozoicos impedindo a
- A maior parte do Tempo Geológico foi dividido com caracterização paleogeográfica mais acurada do
base nessa sucessão. registro sedimentar preservado.
+ Dessa forma, a divisão do registro sedimentar em
> Bacias Intracratônicas Brasileiras são Bacias em
conjuntos de estratos priorizou a identificação das
Rampa.
discordâncias de caráter regional como delimitadores
+ por possuir enormes dimensões; dos pacotes, que são as sequências de Sloss.
+Lenta taxa de subsidência (na ordem de cm/1.000
anos); >Transgressões e Regressões :
+ E plataforma com mergulho muito suave, o que Mares epicontinentais rasos transgrediram através o
origina linhas de tempo praticamente horizontais; Craton da Laurásia (norte-americano) e também do
+ A história evolutiva é caracterizada por longos Gondwana (sul-americano) durante o Paleozóico
períodos com baixa taxa de sedimentação e outros Inferior com o derretimento das geleiras nível do mar
períodos de soerguimentos e erosão. subiu. Os mares regrediram com a ampliação das
+ O registro sedimentar preservado nas bacias geleiras e o nível do mar baixou.
paleozoicas brasileiras sugere homogeneidade de
eventos de deposição ou de erosão e/ou não >Discordâncias :
deposição. Durante as regressões, o antigo assoalho marinho foi
+ A primeira tentativa de correlação de eventos exposto à erosão, criando extensas discordâncias que
paleozoicos sincrônicos foi proposta por Sloss (1963). marcam os limites entre as sequências
+ individualizou seis conjuntos de estratos limitados transgressivas-regressivas.
por descontinuidades inter-regionais no registro • As discordâncias cobrem um intervalo de tempo
sedimentar do Cráton Norte-Americano e Russo. maior, perto do centro do Cráton.
+ Caracterizou cada pacote, e cunhou o termo • As discordâncias próximo da borda do Cráton
sequência: conjunto de estratos separados por abrangem menos tempo, isto se elas estiverem
discordâncias regionais no interior das bacias, ou suas presentes.
conformidades correlativas, que são zonas de • Isso ocorre porque as bordas do Cráton são mais
deposição contínua. propensas a ficarem inundadas.
• O centro do Cráton é inundado apenas durante os
períodos de significativas altas do nível do mar ou >Ciclos Tetônicos e sequências sedimentares das
transgressões. Bacias Paleozoicas Brasileiras.
- Bacias Intracratônicas Paleozoicas :
> Sequências Cratônicas : + História de Movimentos Verticais da Área Cratônica.
- As discordâncias podem ser usadas para + Sucessões cíclicas de eventos deposicionais e
correlacionar sequências particulares de uma região erosivos.
para outra. + Síncronas no Cráton Brasileiro e de outros
- As sequências limitadas por discordâncias às vezes Continentes.
são chamadas de sequências cratônicas. + Ciclos tectono-sedimentares -> sequências
+ Controle eminentemente tectônico.
> Sequências Transgressivas – Regressivas : A
transgressão e regressão dos mares (epicontinentais - Soares et al., 1978: Análise Comparativa da Evolução
rasos ) que dominaram no Paleozóico depositaram Cíclica das Áreas Cratônicas da América do Norte e
sequências sedimentares que refletem o Brasil.
aprofundamento e o raseamento das águas. São as . Dados e Critérios :
chamadas sequências transgressivas-regressivas + Volume e Espessura de Sedimentos / Unidade de
(Ciclos T – R) Tempo.
+Área de Sedimentos preservados – Unidades
>Mudança Global do Nível do Mar Estratigráficas.
+ Sequências transgressivas-regressivas similares são + Episódios de Transgressão e Regressão.
encontradas em outros continentes, sugerindo que as + Discordâncias e sua natureza.
mudanças globais do nível do mar causaram as + Espessuras das Sucessivas Unidades Estratigráficas
transgressões e regressões. nos Depocentros.
+ Mudanças globais do nível do mar provavelmente
estão relacionadas com glaciações e/ou espalhamento - Vail et al. (1977): Introduzem a variação eustática e
do fundo oceânico. a consideram como controladora da formação das
+ Durante tempos de rápida propagação oceânica, o sequências.
vulcanismo da cadeia meso-oceânica desloca a água
do mar sobre os continentes.
> Curva de Vail : Sequências Cratônicas correspondem
à Curva de Vail de mudança global do nível do mar;
A Curva de Vail é derivada de perfis sísmicos-
estratigráficos, que permitem o rastreamento das
discordâncias através do Cráton e nos espessos
pacotes de rochas sedimentares da margem
continental.
“ Muito Importante !! “ e, localmente, grauvacas e conglomerados -
associadas a rochas carbonáticas e vulcânicas.

>Sequência Beta:

- Correspondem ao Estágio IIi - Estabilização (Almeida,


69) / Plataforma Estável (Zalán, 2004) - Correlativos à
Sequência “Tippecanoe” do cráton EUA e base do
Ciclo Caledoniano da plataforma Russa.
- Consolidação do Gondwana - formação de espessas
coberturas descontínuas e diácronas.
- Marcam a implantação das grandes sinéclises
intracontinentais brasileiras.
- Marcam estabilização da Plataforma Sul-Americana.
- Calma tectônica notável e mudança significativa no
padrão de sedimentação.
- Representam uma fase de deposição
dominantemente marinha = Talassocrática.
- Inclui estratos do Ordoviciano Superior - Siluriano
(450 – 420 M.a.)
-Depósitos variados (continentais, marinhos, glaciais)
com predomínio de depósitos marinhos – plataformas
rasas.
>Sequência Alfa: - Rochas vulcânicas = Basalto Três Lagoas – precursor
da Bacia do Paraná.

>Sequência Gama:

- Correspondem ao Estágio I -Transição (Almeida, 69) /


Plataforma Transicional (Zalán, 2004).
- Correlativos à Sequência “Sauk” do cráton EUA e
base do Ciclo Caledoniano da plataforma Russa
- Marcam a transição do Ciclo Brasiliano–estágio de - Correspondem ao Estágio IIs - Estabilização (Almeida,
consolidação plataformal=Paraplataforma 69)/ Plataforma Estável (Zalán, 2004).
- Marcam o início da deposição sedimentar nas bacias - Correlativos à Sequência “Kaskaskia” do cráton EUA
intracontinentais brasileiras. e base do Ciclo Hercyniano da plataforma Russa.
- Eventos distensionais - Pouco conhecida – -Marcam a implantação das grandes sinéclises
distribuição areal – idade – origem. intracontinentais brasileiras.
- Inclui estratos do Cambriano – Ordoviciano Médio - Marcam estabilização da Plataforma Sul-Americana.
(540 – 450 M.a.). - Calma tectônica notável e mudança significativa no
- Depósitos dominantemente continentais – Grábens padrão de sedimentação.
(Vulcânicas = andesitos e riolitos) - Clásticos Imaturos - Representam uma fase de deposição
(arenitos basais imaturos, arcóseos, siltitos e folhelhos dominantemente marinha = Talassocrática.
- nclui estratos do Devoniano – Carbonífero Inferior desenvolvimento de falhamentos normais rúpteis e
(Mississipiano) (420 – 323 M.a.). dúcteis. Ex: Bacias do tipo rifte.
- Depósitos variados (marinhos, glaciais, continentais) + Subsidência flexural: Soerguimento tectônico
com predomínio de depósitos marinhos – plataformas devido a colisão entre continentes gera sobrecarga na
rasas – principais geradoras no Devoniano Sup. crosta ± rígida, que afunda ou flexiona, gerando uma
(Frasniano). bacia. A largura e a espessura da bacia variam
conforme a rigidez da placa. Ex: Bacia foreland (ante-
>Sequência Delta: país).
>Bacias Associadas ao contexto Intraplaca (Bacias
Intracratônicas) - Sinéclises Paleozóicas
+ Intracratônica = depressões estabelecidas na sua
formação, sobre áreas estáveis (crátons).
+ Sinéclise = regiões deprimidas (ou negativas) de uma
plataforma, geralmente isométricas em planta,
produzidas por lenta subsidência.
+ Intracratônica = Sinéclise - sinônimos para vários
- Correspondem ao Estágio III - Estabilização (Almeida, autores – Raja Gabaglia e Milani (1990).
69) / Plataforma Estável (Zalán, 2004). + Intracontinental = utilizam o termo bacia
- Correlativos à Sequência “Absaroka” do cráton EUA e intracontinental - Milani e Thomaz Filho (2000).
base do Ciclo Hercyniano da plataforma Russa.
- Permanecem as condições de estabilização da >Evolução Paleogeográfica / Ambiental
Plataforma Sul-Americana e a deposição nas grandes Bacias do tipo rampa de interior cratônico -> Possuem
sinéclises intracontinentais brasileiras – Extrema enormes dimensões mergulho do substrato muito
calma Tectônica. suave originando linhas de tempo praticamente
- Representam uma mudança na fase de deposição horizontais.Baixa taxa de subsidência (na ordem de
que passa a ser dominantemente continental = cm/1.000 anos) longos períodos com baixa taxa de
Geocrática. sedimentação períodos que compreendem
- Ascensão da plataforma como um todo – Sem soerguimentos e erosão.
ocorrência de grandes trangressões marinhas. + Características :
- Inclui estratos do Carbonífero Superior - pequeno mergulho do assoalho da bacia -> pequeno
(Pennsylvaniano ) - Permiano (323 - 250 M.a.). espaço de acomodação.
- Depósitos variados (continentais, glaciais, marinhos) - qualquer queda relativa do nível do mar -> provoca
com predomínio de depósitos continentais áridos extenso movimento regressivo.
(evaporitos). - qualquer subida do nível do mar ->provoca grandes
- Bacias Sedimentares: inundações, que representam depósitos quase
As bacias sedimentares são áreas da superfície cronocorrelatos à grandes distâncias.
terrestre que sofreram ou sofrem subsidência, e onde - Estas inundações podem ser consideradas como
acumulam-se espessas camadas de sedimentos. A datum de correlação entre as bacias.
subsidência é parcialmente induzida pelo peso dos - como elementos balizadores de arranjos
sedimentos. Comandada mais intensamente por paleogeográficos.
mecanismos tectônicos, como abatimento de blocos + Origem: bacias intracratônicas -> polêmicos e
crustais em escala regional, subsidência térmica ou controversos -> sem haver, consenso.
compensação isostática, dentre outros mecanismos. >Modelos envolvendo a origem das bacias
- Principais Tipos de Subsidência : intracratônicas:
+ Compensação Litostática: efeito de carga sobre a 1. Aumento na densidade da crosta por mudança de
litosfera (capa de gelo sobre ocontinente) fase para eclogito, como aceito para a Bacia de
desequilíbrio térmico associado com densificação da Michigan.
litosfera provoca um fluxo astenosférico, gerando um 2. Rifteamento conexo à colocação de uma pluma
mecanismo de compensação isostática. Ex: Bacias termal na base da litosfera. Ex. Bacia de Illinois.
cratônicas. 3. Metamorfismo termal da crosta inferior para
+ Subsidência mecânica: Afinamento e ruptura da condições limite de fácies anfibolito e xisto verde,
crosta ou litosfera por estiramento crustal e como sugerido para as bacias intracratônicas
australianas.
4. Subsidência mecânica causada pelo excesso não - Reorganização estrutural de uma zona estável que se
compensado de massas associadas a intrusões ígneas. fragmenta segundo zonas de fraqueza (fraturas pré-
Ex. Bacia de Williston. existentes), proporcionando a formação de bacias
5. Reativação tectônica ao longo de estruturas intracratônicas.
antigas, como sugerido para as sinéclises brasileiras. - Ocorrem no interior de continentes, distantes das
6. Subsidência termal, como se admite para a Bacia de margens das placas, em áreas cratônicas.
Illinois.
7. Fusão parcial na crosta inferior e drenagem da
fusão ígnea resultante para cadeias mesooceânicas
por vulcanismo, tendo como consequência a
subsidência da bacia acima da zona a partir da qual a
fusão ígnea foi removida. - Podem se alojar dentro de um baixo relativo criado
8. Variações de tensões intraplaca, assumindo a placa entre dois orógenos em fase de denudação ocorrência
um comportamento viscoelástico (como se têm de rearranjos isostáticos/flexurais de pequena
explicado as bacias intracratônicas australianas). subsidência.
9. Subsidência termal após intrusão de granitos > Sinéclises Paleozóicas Brasileiras :
anorogênicos em resposta a variação do fluxo de calor - Bacias Intracratônicas (Sinéclises Paleozóicas)
durante a quebra dos supercontinentes. Bacia do Paraná
10. Subsidência termal seguida de subsidência Bacia do Parnaíba
mecânica decorrente de excesso de massa não Bacia do Amazonas
compensado isostaticamente, gerado pelo Bacia do Solimões
resfriamento de intrusões ígneas.
11. Subsidência causada por eventos tectônicos
atuantes na margem da placa.
> Abordagem Multidisciplinar em qualquer estudo
de Bacias
+ Sedimentologia, Estratigrafia, Paleontologia,
Geofísica, Petrografia, Petrologia, Geologia Estrutural,
Tectônica, Geoquímica, Matemática, etc.
: Indicador significativo de alteração de estado de
tensão na litosfera - Mudança de espessura crustal -
Alteração Térmica - Alteração do estado de tensão
(Soerguimento, Subsidência).

Bacias Sedimentares ->Resultado de Processos->


Situação de desequilíbrio da distribuição de massa na
litosfera -> Soerguimento Subsidência. > Estágio de Transição (~500-450 m.a)
- Condições paraplataformais
Processos formadores e modificadores (origem e - Diminuição dos processos de dobramentos
evolução) de Bacias. - Predomínio de falhamentos -> processo gerador de
- Análise de Bacias Sedimentares : estudo das bacias.
sequências de rochas sedimentares e - Formação de riftes diversos (eventos distensionais).
vulcanosedimentares para determinar: História de - Sedimentação dominantemente detrítica
subsidência; Arquitetura estratigráfica; Evolução continental.
paleogeográfica; - Presença comum de material vulcânico
- Bacias Associadas ao contexto Intraplaca (Bacias (magmatismos ácidos a intermediários.
Intracratônicas) - Praticamente afossilífero.

> Estágio de Estabilização(~450-220 m.a)


- Condições ortoplataformais.
- Calma tectônica.
- Mudança no padrão de sedimentação.
- Ausência de Magmatismo.
+ Fase Talassocrática:
- Condições marinhas de deposição
- Formação das grandes sinéclises paleozóicas
- Extensos ciclos de transgressão/regressão marinhos
- Soergumento e submersão via suaves/amplas
oscilações epirogênicas
- Forte caráter regional destas oscilações T/R –
correlação lito/crono

+ Fase Geocrática:
- Extrema calma tectônica
- Ascensão da plataforma como um todo
- Desfavorável à acumulação e retenção de
sedimentos
- Não ocorrem ingressões marinhas
- Extensas capas de material desértico

> Estágio de Reativação (~140-1,75 m.a)


Reativação Wealdeniana = Ativação Meso-Cenozóica
- Quebra do Pangea.
- Reavivamento tectônico da Plataforma Brasileira
- Fragmentação do Gondwana e abertura do Atlântico
- Manifestações magmáticas básicas recorrentes
- Imensos derrames de basaltos e intrusões de
diabásio.

- Rifteamentos : I = (~220-140 m.a) ;II = (~140-110


m.a); III = (~113-98 m.a)

- Deriva Continental: (~ 98-0 m.a)


> Ciclos tectônicos do Brasil: O ciclo atual está em
desenvolvimento desde o início da ruptura do Pangea.
À direita estão indicados os supercontinentes.

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