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TECTÔNICO GLOBAL

Tectônico Global

A deriva continental e a tectônica de placas são as duas principais teorias em geociências que, no
século passado, revolucionara o conhecimento sobre os processos geológicos atuantes no nosso
planeta. A Terra é um planeta dinâmico, atualmente acreditamos que a litosfera terrestre é
fragmentada em cerca de uma dúzia de placas, que se movem devido ao calor no interior da Terra
(correntes de convecção).

O nascimento da teoria da Tectônica de Placas ocorreu em 1620, quando o filósofo inglês, Francis
Bacon, percebeu o perfeito encaixe entre as linhas de costa atlântica da América do Sul e da África,
levantando a hipótese de que estes continentes estiveram unidos no passado. Porém esta teoria foi
cientificamente embasada mais tarde, apenas no início do século XX, quando o visionário explorador
alemão Alfredo Wegener forneceu bons argumentos para sustentar a teoria.

Wegener sugeriu que há certo tempo não havia o oceano Atlântico, e que as Américas estavam
unidas com a Europa, Ásia, África, Austrália e Antártica em um grande continente. Esse
supercontinente de 225 milhões de anos foi denominado de Pangea (Pan = todo; Gea = Terra), e esta
teoria passou a ser conhecida como Deriva Continental. Poucas ideias no mundo científico foram tão
fantásticas e revolucionárias quanto essa.

As principais evidências apontadas por Weger para comprovar os movimentos horizontais entre os
continentes foram: - coincidência entre as linhas de costas dos atuais continentes (encaixe perfeito), -
presença de fósseis em regiões da África e do Brasil, - evidências de glaciação, há aproximadamente
300 Ma, na região Sudeste do Brasil, Sul da África, Índia, Oeste da Austrália e Antártica. Em 1915,
Wegener reuniu todas as evidências em um livro denominado “A origem dos Continentes e Oceanos”.
Porém sua teoria não foi aceita pela comunidade científica, pois uma questão não podia ser
explicada: “Qual seria a força que movia os imensos blocos continentais?”.

Novas evidências surgiram após a Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento de modernos
equipamentos, como os sonares, que permitiam traçar mapas detalhados do fundo oceânico. Foram
descobertas as cordilheiras mesoceânicas (cadeias de montanhas), fendas e fossas profundas,
mostrando um ambiente muito mais ativo do que até então se acreditava. Outra importante
descoberta foi através do campo magnético do paleomagnetismo, que é o estudo das propriedades
magnéticas das rochas antigas. Como as rochas orientam-se segundo o campo magnético da Terra,
através desta técnica é possível datar o período de formação das mesmas.

Comprovou-se que as rochas existentes no fundo das bacias oceânicas apresentam idades
gradativamente maiores na medida em que se situam mais afastadas do centro de geração, ou seja,
do eixo da cordilheira. O campo magnético da Terra já teve sua polaridade invertida pelo menos 170
vezes nos últimos 100 milhões de anos, a última inversão ocorreu há cerca de 700 mil anos.

Em 1960 foi postulado por Harry Hess da Universidade de Princeton (EUA) o conceito de expansão
do assoalho oceânico. Ele propôs que na astenosfera há correntes quentes de material fundido,
devido à radioatividade natural do interior do planeta. Quando estas correntes ascendem, pois se
tornam menos densas devido à temperatura, e atingem a litosfera deslocam-se até resfriarem-se e
retornar ao interior da Terra, este movimento é chamado de “correntes ou células de convecção”.

A teoria estava completa, agora se conhecia de onde vem a força que move as grandes massas
continentais. Em determinadas ocasiões o magma que ascende atravessa a crosta oceânica e é
expelido ao invés de retornar ao centro da Terra, formando montanhas e vulcões submarinos.

Quando não é expelido o material empurra lateralmente a crosta para fora das fendas, desta forma
ocorre a expansão do assoalho oceânico, na forma de crosta oceânica basáltica. Este processo
ocorre nos chamados limites divergentes, que estão localizados nas cordilheiras mesoceânicas .

Portanto os continentes viajariam como passageiros, fixos em uma placa, como se estivessem em
uma esteira rolante. Desta forma a América do Norte e Europa gradualmente se separaram dando
lugar ao fundo submarino do Atlântico Norte e de modo similar o mesmo processo aconteceria em
todos os oceanos.

Surge então uma nova questão: como uma nova crosta é continuamente produzida e o tamanho do

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planeta não se altera? Bem a explicação para este fato é que existem regiões onde as antigas
crostas são destruídas, nos chamados limites convergentes (zonas de subducção), localizados nas
fossas submarinas. Nestas regiões a crosta oceânica mais densa mergulha para o interior da Terra,
até sofrer as condições de pressão e temperatura suficientes para sofrer fusão e ser incorporada
novamente ao manto.

A posição atual das massas continentais em relação ao globo terrestre é o reflexo do


trinômio Tectônica de Placas + Espalhamento do Fundo Oceânico + Deriva Continental.

Nos primeiros 500 milhões de anos de sua orígem (4.560 a 4.000 milhões de anos) a superfície da
Terra era muito pouco rígida. A individualização da crosta que constitui os continentes ocorreu a
aproximadamente 4.000 milhões de anos. Desde então as massas continentais vem mudando de
posição e de forma, sofrendo processos de orogenias, rifteamentos e granitização.

A maioria dos autores acredita que a tectônica de placas venha atuando desde o início
do Proterozóico (2.500 milhões de anos). Algumas evidências sugerem que esse processo deve ter
ocorrido já no Arqueano ( a partir de 3.800 milhões de anos) só que de uma maneira diferente da
atual, já que o fluxo térmico global era muito mais alto.

Geometricamente, essas massas continentais à deriva, tendem a se aglutinar de tempos em tempos


(segundo Bley, et al, 1995 seriam ciclos de 500 a 600 milhões de anos) formando supercontinentes,
que, com a continuidade dos processos tectônicos, se quebram em vários pedaços, recomeçando o
ciclo.

Segundo Park, 1997 durante o Arqueano, havia em torno de 20 áreas cratônicas já se estabelecendo,
como por exemplo o Escudo Báltico (atual Europa), partes da América do Norte e da China e, no
Brasil, o Craton Amazônico e o Craton do São Francisco, que apresentam idades que vão até 3.400
milhões de anos.

Rogers, 1996 sugere que o primeiro grande continente tenha sido formado a aproximadamente 3.000
milhões de anos. Esse continente se chamava Ur (o nome vem do alemão Ur, original, e também da
cidade de Ur, uma das mais antigas do mundo), e era constituído de cinco crátons e seus extensos
depositos de sedimentos, todos muito próximos: Kaapvaal, na África, Dharwar, Bhandara e
Singhbhum, na Índia e Pilbara, na Australia, e mais três pequenas áreas estáveis na Antártica.

No final do Arqueano (2.500 milhões de anos) várias áreas cratônicas já tinham se estabilizado, e
alguns autores sugerem que a maior parte dessas áreas cratônicas estaria aglutinada em um
supercontinente chamado Kenorano (Mason, 1995 e outros) sendo que os dados ainda não são
totalmente conclusivos.

Segundo Brito Neves et al. 1995 a dinâmica interna da Terra desfavorece o estabelecimento de
continentes gigantes, e os mesmos têm vida muito curta (em torno de 100 milhões de anos), uma vez
que enquanto algumas áreas ainda estão sendo coladas, outras já estão começando a se romper.
Assim sendo, o supercontinente Kenorano rapidamente se fragmentou em diversos blocos
continentais menores.

O Paleoroterozóico (2.500 à 1.600 milhões de anos) é marcado pela construção de plataformas


continentais em torno dos núcleos arqueanos estáveis associadas à magmatismo.

De 2.300 a 1.800 milhões de anos ( Períodos Riaciano e Orosiriano) evidências geológicas,


geofísicas e geocronológicas sugerem processos de aglutinação de massas continentais,
granitização e colagens orogênicas (Bley et al, 1996 e outros).Esses processos de colagem de
terrenos deixaram registros em diversos locais do mundo e recebem várias denominações:
Eburneano, Barramundi, Aravalli, Penoqueano, Hudsoniano, Rinkiano, Svecofeniano, etc. No Brazil
essa sucessão de colagens é chamada de Evento Transamazônico. Como resultado dessas colagens
temos a formação dos continentes Ártica (partes da América do Norte + Groenlândia + Sibéria) e
Atlântica (partes da América do Sul e África).

Após esse período em que os continentes só cresciam, no período Estateriano (1.800 à 1.600
milhões de anos) teve início uma fase de extensão (tafrogênese), que viria a resultar na quebra
desses grandes continentes em vários blocos menores.

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Ao longo do Mesoproterozóico (1.600 à 1.000 milhões de anos) uma nova sucessão de colisões entre
placas e orogeneses denominada Colagem Grenville foi responsável pela fusão de praticamente
todas as áreas continentais (Atlântica, Ur, Báltica e Antártica) em um gigantesco continente chamado
Rodínia (McMenamin & McMenamin, 1990 à partir da palavra russa: Rodina = terra mãe, e Hoffman,
1991), com uma área de 120 x 106km2.

Segundo Rogers, 1996 entre 900 e 700 milhões de anos o supercontinente Rodínia aparentemente
iniciou sua fase de quebras, e se fragmentou ao longo de dois grandes riftes, gerando tres blocos
principais: Gondwana Leste, Laurentia e Gondwana Oeste.

O Bloco Laurentia é constituido de partes da América do Norte e Europa, Groenlândia e Sibéria). O


bloco Gondwana Leste, compreendendo parte da África e Antártica (Craton Kalahari- Grunehogna),
Madagascar, Índia e Austrália permaneceu praticamente coeso até o Mesozóico. Já o bloco
Gondwana Oeste foi precocemente dividido em diversas áreas cratônicas: Amazônia, África Leste,
Rio de la Plata, e vários blocos menores: Pampia, Central de Goiás, Juiz de Fora, Luis Alves, entre
outros (Unrug, 1996).

Nos espaços entre esses blocos se desenvolveram riftes, aulacógenos e braços e/ou pequenos
oceanos (Bley, 1999). Nesse contexto, uma feição que merece destaque no nosso continente é o
desenvolvimento do Oceano Adamastor (Hartdany et al., 1985) entre o sudeste da América do Sul e o
Sudoeste da África, representado pelos sedimentos da Faixa Dom Feliciano e parte da Faixa Ribeira.
Já a separação entre Laurentia e Gondwana Leste a 720 milhões de anos (Powell et al., 1993) deu
orígem ao Oceano Pacífico atual.

Durante o Neoproterozóico (1.000 a 545 milhões de anos), os blocos constituintes de Gondwana


Leste e Oeste se movimentaram ao redor do globo e vieram estabelecer o
megacontinente Gondwana ( = terra dos Gonds, antigo povo da Índia), durante um estágio de
colagens chamado Evento Pan-Africano/ Brasiliano. Esse evento se iniciou a 750-730 milhões de
anos e teve suas últimas manifestações a 490 -480 milhões de anos, durante o Período Ordoviciano.
Como representantes dessas colagens no Brasil temos as faixas móveis Brasília (colisão entre o
Craton Amazônico e o Cráton do São Francisco - Pimentel & Fuck, 1992) e Ribeira (na sua porção
central representando uma colisão entre a Microplaca Serra do Mar e o terreno Juiz de Fora com o
Craton do São Francisco - Heilbron et al., 1998), dentre outras.

No início da Era Paleozóica nos deparamos com mais um processo de reorganização das massas
continentais, com um padrão complexo de movimento que inclui até rotação de continentes. Tem
inicio, então, uma nova fase extensional, fragmentando Laurentia, Báltica, Sibéria e Gondwana e
gerando o Oceano Iapetus (entre Laurentia e Gondwana).

No interior dos continentes os processos extensionais também atuaram, gerando subsidência de


várias regiões e permitindo o desenvolvimento de extensas bacias deposicionais, que no nosso
continente podem ser exemplificadas pelas bacias do Parnaíba, Amazonas e Paraná.

Com o decorrer da Era Paleozóica, a acreção de pequenos blocos litosféricos e colisões como
a Orogenia Appalachiana (colisão entre Laurentia e Gondwana) e a Orogenia Uraliana (colisão do
bloco da Sibéria com Laurentia) resultaram em um grande continente chamado Pangea (do
grego pan = toda + gea = terra). Esse continente tinha uma disposição alongada, se extendendo do
polo norte ao polo sul. O restante da superficie da Terra era coberto por um grande oceano chamado
Panthalassa (do grego pan = todo + thalassa = oceano), com excessão de um pequeno mar à leste
de Pangea, chamado Tethys (que hoje é representado pelo Mar Mediterrâneo).

O mesmo processo fusão/fissão, que possibilitou a união do Pangea, trata agora de rompe-lo e
separa-lo em blocos novamente. A separação desses blocos durou aproximadamente 100 milhões de
anos, se extendendo pelos períodos Jurássico e Cretáceo.
A primeira grande "quebra" separou Pangea em 2 blocos: Laurásia (América do Norte+Europa +Ásia)
e Gondwana (América do Sul, África, Antártica, Austrália e Índia).

Esses dois grandes continentes foram se subdividindo em blocos menores, e no final do Jurássico
tinhamos quatro grandes blocos: Laurásia, Índia, América do Sul + África e Austrália + Antártica.

Conforme os blocos continentais recém-partidos reiniciavam o processo de deriva continental,


recomeçavam as colisões. No final do Período Cretáceo tem início as orogenias Alpina, na Europa

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(colisão entre África e Europa), Laramide, na América do Norte ( colisão entre a placa do Pacífico e a
América do Norte) e Mirano, na América do Sul (colisão entre a placa de Nazca e a América do Sul.

Com relação aos estudos desses megaprocessos de formação e quebra de continentes no bloco que
hoje constitui a América do Sul, é necessária uma menção especial aos artigos de Benjamin Bley de
Brito Neves e colaboradores, inúmeras vezes citado no presente trabalho. Esse autor vem
trabalhando de forma sistemática há pelo menos 10 anos nesse assunto, e sua pesquisa gerou
diversos artigos, dentre eles: Brito Neves, 1990, 1992, 1993, 1998, 1999; Brito Neves & Cordani,
1991, Brito Neves & Sato, 1998 e Brito Neves et al., 1995, 1996, 1998.

A ideia da deriva continental foi proposta pela primeira vez por Alfred Wegener em 1912.
Em 1915 publicou o livro "A origem dos Continentes e dos Oceanos", onde propôs a teoria, com base
nas formas dos continentes de cada lado do Oceano Atlântico, que pareciam se encaixar.

Muito tempo antes de Wegener, outros cientistas notaram este fato. A ideia da deriva continental
surgiu pela primeira vez no final do século XVI, com o trabalho do cartógrafo Abraham Ortelius. Na
sua obra de 1596, Thesaurus Geographicus, Ortelius sugeriu que os continentes estivessem unidos
no passado. A sua sugestão teve origem apenas na similaridade geométrica das costas atuais
da Europa e África com as costas da América do Norte e do Sul; mesmo para os mapas relativamente
imperfeitos da época, ficava evidente que havia um bom encaixe entre os continentes. A ideia
evidentemente não passou de uma curiosidade que não produziu conseqüências.

Outro geógrafo, Antonio Snider-Pellegrini, utilizou o mesmo método de Ortelius para desenhar o seu
mapa com os continentes encaixados em 1858. Como nenhuma prova adicional fosse apresentada,
além da consideração geométrica, a ideia foi novamente esquecida.

A similaridade entre os fósseis encontrados em diferentes continentes, bem como entre


formações geológicas, levou alguns geólogos do hemisfério Sul a acreditar que todos os continentes
já estiveram unidos, na forma de um supercontinente que recebeu o nome de Pangeia.

A hipótese da deriva continental tornou-se parte de uma teoria maior, a teoria da tectônica de placas.
Este artigo trata do desenvolvimento da teoria da deriva continental antes de 1950.

A Deriva Dos Continentes

A crosta terrestre é formada de pedaços chamados placas, que andam à deriva sobre a camada de
rocha fundida do manto. Há sete placas principais e várias outras menores. As forças magnéticas do
interior da Terra fazem com que as placas se deslocarem lentamente pelo globo num vaivém
constante.

Os geólogos pensam que há cerca de 225 milhões de anos toda a Terra deste planeta estava unida
num "supercontinente" a que chamaram Pangeia. Mas, à medida que as placas se deslocaram, a
Terra deste supercontinente começou lentamente a separar-se. Chama-se a este movimento a deriva
dos continentes. Os mapas mostram o que os geólogos pensam sobre o modo como os continentes
se deslocaram e se afastaram até formarem as massas de terra que conhecemos atualmente.

No hemisfério Sul, há cerca de 150 milhões de anos, no período chamado Jurássico, as correntes de
convecção dividiram em pedaços o megacontinente Gondwana. Elas fraturaram a crosta terrestre e
separaram a América do Sul, África, Austrália, Antárctica e Índia. Nas regiões de Gondwana, que hoje
são Brasil e África, as correntes de convecção formaram fissuras e fraturas na crosta terrestre, o que
gerou derramamento de lava. A ação contínua dessas forças também rompeu completamente a
crosta terrestre e formou o oceano Atlântico. Porém, ele não parecia o vasto mar que é hoje: a
fragmentação de Gondwana formou apenas um pequeno oceano, que só cresceu quando Brasil e
África começaram a se afastar de forma gradual há, aproximadamente, 135 milhões de anos.

Movimento Entre Placas Divergentes

Ocorre quando as placas se movimentam para direções contrárias entre si. Esse processo acontece
principalmente nas áreas ao longo das cadeias meso-oceânicas. Essas cadeias são extensas
elevações submarinas, cuja topografia é muito mais acentuada e exuberante do que as tradicionais
zonas montanhosas existentes nos continentes - podem alcançar mais de 1.000 km de largura e
20.000 km de extensão e sua crista é marcada por profundas fendas ou fissuras. Quando as placas

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se afastam uma da outra, o material em estado de fusão - o magma - existente no topo da


astenosfera, sobe através das fendas, situadas na crista das cadeias submarinas, e extravasa-se
formando um novo fundo oceânico.

Movimento De Placas Convergentes

Este caso ocorre quando duas placas se chocam. Na maior parte das vezes, uma delas desliza por
debaixo da outra, formando profunda trincheira que penetra pelo fundo oceânico. A placa inferior
desliza no interior da astenosfera segundo um plano inclinado - entre 40º a 60º com relação a
horizontal. Essa região de junção de placas recebe o nome de Zona de Subdução ou Zona de
Benioff-Wadati. Mais de 3/4 dos terremotos do mundo ocorrem nesse tipo de limite de placas. É aí
também que se encontram os sismos de foco profundo, com 300 a 700 km de profundidade.

Ao subsidir para zonas mais profundas da astenosfera a placa rígida encontra altas temperaturas
podendo ser parcialmente fundida. Esse novo magma, que é menos denso que as rochas
circunvizinhas, sobe através de zonas de fraqueza da crosta e extravasa-se sob a forma de vulcões.
Aproximadamente 2/3 das erupções vulcânicas conhecidas ocorrem nesse tipo de limite de placas.

Exemplo clássico de placas convergentes é a de Nazca e a da América do Sul. A interação do


movimento dessas placas possibilitou a formação da Cadeia Andina e a trincheira oceânica Chile-
Peru.

Movimento Horizontal Ou De Falha Transformante

Separa placas que estão se deslocando lateralmente. O atrito entre as placas é grande de modo que
podem ocorrer grandes esforços e deformações nas rochas que, periodicamente, são liberados por
meio de grandes terremotos. Para esse caso, o melhor exemplo é a falha de Santo André, na
California, limitando a Placa Americana, com movimento geral na direção SE, da Placa do Pacífico,
com movimento geral na direção NW.

De acordo com a teoria da Deriva Continental, a crosta terrestre é uma camada rochosa descontínua,
que apresenta vários fragmentos, denominados placas litosféricas ou placas tectônicas. Essas placas
compreendem partes de continentes e o fundo dos oceanos e mares.

Portanto, as placas tectônicas são gigantescos blocos que integram a camada sólida externa da
Terra, ou seja, a litosfera (crosta terrestre mais a parte superior do manto). Elas estão em constante
movimentação (se movimentam sobre o magma do manto), podendo se afastar ou se aproximar
umas das outras. Esses processos são classificados em:

Zonas De Divergência – as placas tectônicas afastam-se umas das outras.

Zonas de convergência – as placas tectônicas se aproximam, sendo pressionadas umas contra as


outras. Esse fenômeno pode ser de subducção ou obducção.
Subducção – as placas movem-se uma em direção a outra e a placa oceânica (mais densa)
“mergulha” sob a continental (menos densa).
Obducção ou colisão – choque entre duas placas na porção continental. Acontece em virtude da
grande espessura dos trechos nos quais estão colidindo.

Esse movimento das placas tectônicas altera lentamente o contorno do relevo terrestre, elevando
cordilheiras e abrindo abismos marinhos. Outra consequência desse fenômeno (causado pelo
encontro das placas) são os terremotos e tsunamis (ondas gigantescas). Em 2004, no oceano Índico,
um terremoto de 9,3 pontos na escala Richter provocou um tsunami que ocasionou a morte de mais
de 230 mil pessoas.

Os movimentos das placas tectônicas foram comprovados através de pesquisas realizadas com
satélites artificiais. Foi detectado, por exemplo, que a América do Sul afasta-se 3 cm por ano do
continente africano.

As principais placas tectônicas são: Placa do Pacífico, Placa de Nazca, Placa Sul-Americana, Placa
Norte-Americana, Placa da África, Placa Antártica, Placa Indo-Australiana, Placa Euro-asiática
Ocidental, Placa Euro-asiática Oriental, Placa das Filipinas.

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Placas Tectônicas são porções da crosta terrestre (litosfera) limitadas por zonas de convergência ou
divergência.

Segundo a Teoria da “Tectônica das Placas”, a litosfera é constituída de placas que se movimentam
interagindo entre si, o que ocasiona uma intensa atividade geológica, resultando
em terremotos e vulcões nos limites das placas.

Atualmente considera-se a existência de 12 placas principais que podem se subdividir em placas


menores. Elas são: Placa Eurasiática, Placa Indo-Australiana, Placa Filipina, Placa dos Cocos,
Placa do Pacífico, Placa Norte-Americana, Placa Arábica, Placa de Nazca, Placa Sul-Americana,
Placa Africana, Placa Antártica e Placa Caribeana.

Os movimentos das placas são devidos às “correntes de convecção” que ocorrem na astenosfera
(camada logo abaixo da litosfera): as correntes de convecção são causadas pelo movimento
ascendente dos materiais mais quentes do manto (magma) em direção à litosfera, que, ao chegar à
base da litosfera, tende a se movimentar lateralmente e perder calor por causa da resistência desta e
depois descer novamente dando lugar à mais material aquecido.

No meio dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico existem cordilheiras que chegam a atingir até 4000
mil metros acima do assoalho oceânico chamadas de Cordilheiras “Meso-oceânicas”. Estas
cordilheiras se originam do afastamento das placas tectônicas nas chamadas “zonas de divergência”.
São locais onde as correntes de convecção atuam em direções contrárias originando rupturas no
assoalho oceânico pelas quais é expelido o magma da astenosfera. Dessa forma, ao esfriar, o
magma (ou lava basáltica) causa a renovação do assoalho oceânico.

Outro tipo de movimento das placas tectônicas acontece nas chamadas “zonas de convergência”
onde as placas se movimentam uma em direção à outra. Nesse caso, pode acontecer de uma placa
afundar por sob a outra nas “zonas de subducção”. Isso acontece entre uma placa oceânica e uma
placa continental porque a placa oceânica tende a ser mais densa que a placa continental o que faz
com que ela seja “engolida” por esta última. Um exemplo é a zona de subducção da Placa de Nazca
em colisão com a Placa continental Sul-Americana e responsável pela formação da Cordilheira
Andina.

Quando o movimento de convergência ocorre entre duas placas continentais, ou seja, de igual
densidade, ocorre o soerguimento de cadeias montanhosas como o Himalaia, por exemplo, que está
na zona de convergência das placas continentais Euroasiática e Arábica.

Placas Tectônicas

As placas tectônicas representam as diferentes partes da crosta terrestre e estão sempre em


movimento, causando alterações nas formas de relevo do planeta.

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Teoria da Tectônica de Placas

A crença de que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais, foi postulada pela
primeira vez em 1596 por um fabricante holandês, Abraham Ortelius, sugerindo que as Américas
"foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações”. A idéia de Ortelius foi
retomada posteriormente por outros cientistas, como Cuvier, Lord Kelvin e Beumont, numa linha de
pensamento conhecida como "contracionismo", que admitia uma possível movimentação lateral das
massas continentais como conseqüência de uma contração da Terra.

Pelegrini, em 1859, retomou as observações de Ortelius, sendo o primeiro cientista a defender a


fragmentação e deriva dos continentes vizinhos do Atlântico, baseando-se, também, em observações
de que determinados tipos de fósseis eram encontrados nos dois continentes.

Em 1888, Eduard Suess apresentou uma teoria global propondo que os continentes atuais teriam
origem em um enorme paleocontinente que teria se fragmentado e afastado uns dos outros. Esta
teoria baseava-se no pressuposto que o esfriamento gradual e contínuo da Terra poderia ter
originado movimentos regulares da crosta, os quais em determinados momentos da história geológica
assumiriam um caráter mais violento em conseqüência da ocorrência de fenômenos catastróficos.

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O início do declínio da perspectiva contracionista coincidiu com um período de controvérsia entre a


geologia e a biologia. Os “biólogos”, fortemente influenciados pelo advento da Seleção Natural de
Darwin, defendiam que uma ligação entre os continentes era fundamental para explicar a evolução
das diversas formas de vida, surgindo a "teoria das pontes continentais”, apoiada na constatação
inequívoca da existência de afinidades relativas a fósseis de animais e plantas entre África e América
do Sul, a Europa e a América do Norte e Madagascar e a Índia. Os atuais continentes teriam estado
ligados entre si por grandes massas terrestres, as chamadas pontes continentais, que
desapareceram por imersão. Esta teoria considerava que uma massa terrestre equivalente ao
tamanho de um continente podia tornar-se um mar, ou seja, defendia a movimentação vertical de
determinados segmentos da crosta terrestre em vez do deslocamento horizontal. Esta teoria
respondia aos dados da evidência paleontológica, mas não explicava a origem dos movimentos
verticais que seriam responsáveis pelas grandes massas atualmente desaparecidas.

A crença de que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais foi postulada pela
primeira vez em 1596 por um fabricante holandês, chamado Abraham Ortelius. Ele sugeriuque as
Américas "foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações”. Esta ideia
foi retomada posteriormente por outros cientistas, como Cuvier, Lord Kelvin e Beumont, numa linha
de pensamento conhecida como "contracionismo", que admitia uma possível movimentação lateral
das massas continentais como conseqüência de uma contração da Terra.

Pelegrini, em 1859, retomou as observações de Ortelius, sendo o primeiro cientista a defender a


fragmentação e deriva dos continentes vizinhos do Atlântico, baseando-se, também, em observações
de que determinados tipos de fósseis eram encontrados nos dois continentes.

Em 1888 Eduard Suess apresentou uma teoria global propondo que os continentes atuais teriam
origem em um enorme paleocontinente que teria se fragmentado e afastado uns dos outros. Esta
teoria baseava-se no pressuposto que o esfriamento gradual e contínuo da Terra poderia ter
originado movimentos regulares da crosta, os quais em determinados momentos da história geológica
assumiriam um caráter mais violento em conseqüência da ocorrência de fenômenos catastróficos.

O início do declínio da perspectiva contracionista coincidiu com um período de controvérsia entre a


geologia e a biologia. Os “biólogos”, fortemente influenciados pelo advento da Seleção Natural de
Darwin, defendiam que uma ligação entre os continentes era fundamental para explicar a evolução
das diversas formas de vida, surgindo a "teoria das pontes continentais”, apoiada na constatação
inequívoca da existência de afinidades relativas a fósseis de animais e plantas entre África e América
do Sul, a Europa e a América do Norte e Madagascar e a Índia. Os atuais continentes teriam estado
ligados entre si por grandes massas terrestres, as chamadas pontes continentais, que
desapareceram por imersão. Esta teoria considerava que uma massa terrestre equivalente ao
tamanho de um continente podia tornar-se um mar, ou seja, defendia a movimentação vertical de
determinados segmentos da crosta terrestre em vez do deslocamento horizontal. Esta teoria
respondia aos dados da evidência paleontológica, mas não explicava a origem dos movimentos
verticais que seriam responsáveis pelas grandes massas atualmente desaparecidas.

Em 1910, Taylor elaborou uma ousada explicação que, apesar de equivocada na sua formulação,
deu o primeiro passo não fixista sobre esta questão, onde segundo ele os continentes deslocavam-se
das altas para as baixas latitudes pela ação das forças provocadas pelo movimento de rotação da
Terra.

Entretanto, só em 1912 que a ideia da movimentação dos continentes foi seriamente considerada
como uma teoria científica, designada por "Teoria da Deriva dos Continentes", escrita em dois artigos
publicados pelo meteorologista alemão chamado Alfred Lothar Wegener. O autor argumentava que,
há cerca de 200 milhões de anos (durante o Triássico, quando a Terra era habitada por dinossauros),
havia um supercontinente, que ele denominou de "Pangea", onde todas as massas continentais
existentes estavam concentradas e que começou a fraturar-se.

Wegener deduziu que era fisicamente impossível para a maioria daqueles organismos ter nadado ou
ter sido transportado através de um oceano tão vasto. Para ele, a presença de espécies fósseis
idênticas ao longo dos litorais de África e América do Sul era a evidência que faltava para demonstrar
que, uma vez, os dois continentes estiveram ligados. No entanto, somente algumas décadas depois,

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com o avanço da sismologia (ciência que estuda os terremotos e a propagação das ondas sísmicas
no interior da Terra), conseguiu-se provar que a "litosfera" boiava sobre a "astenosfera" e isso era o
motivo do deslocamento das placas tectônicas.

Alfred Wegener morreu durante uma expedição meteorológica à Groenlândia, em 1930. Algumas
outras contribuições de Wegener na área diziam respeito à idade do assoalho oceânico, sugerindo
que os oceanos mais rasos eram mais jovens, ou seja, que a crosta oceânica mais espessa é mais
velha. Esta informação foi importante para o desenvolvimento da hipótese da "deriva continental" na
teoria da Tectônica de Placas. O autor foi muito contestado em sua época. No início da década de
1950, porém, as idéias de Wegener foram retomadas, face a novas observações e descobertas
científicas.

A Teoria
Considerando-se somente as propriedades químicas das rochas, a Terra pode ser dividida em:
núcleo, manto e crosta. Entretanto, baseando-se apenas nas propriedades físicas das rochas, a Terra
já pode ser dividida em núcleo, mesosfera, astenosfera e litosfera. Observe que essas subdivisões
simplesmente são coincidem (veja figura logo abaixo).

Acima: Representação da Estrutura Interna da Terra (Fonte: Site do USGS)

Desse modo, o planeta Terra pode ser comparado a um ovo, onde a gema corresponderia ao núcleo,
a clara equivaleria ao manto e a casca representaria a crosta, superfície terrestre a qual efetivamente
temos acesso.

A Terra é um planeta que tem um interior quente e parcialmente fluido. Vivemos no topo da litosfera,
uma camada sólida e rígida que recobre nosso planeta.

A litosfera é toda fragmentada em placas que deslocam entre si por se situarem sobre a astenosfera,
e flui lentamente. O calor interno da Terra e a fricção entre as placas fazem com que ocorram vulcões
e terremotos, principalmente nos limites das placas litosféricas. Em termos geológicos, uma placa é
um segmento rígido e sólido da crosta terrestre e constituído por diversos tipos de rochas. A palavra
tectônica tem sua origem no grego, equivalendo ao verbo construir. Juntando essas duas palavras,
obtêm-se a designação de "Tectônica de Placas", que se refere à teoria de que a superfície da Terra
é construída por placas. Assim, numa perspectiva simplificada, pode-se considerar que a teoria da
tectônica de placas defende que a camada mais exterior da Terra, a crosta, se encontra fragmentada
em cerca de 1 dúzia de placas de diferentes dimensões, que se movem umas em relação às outras,
ao deslizar sobre material mais quente e fluido do interior da Terra.

A crosta abaixo dos oceanos é constituída por rochas basálticas (minerais ricos em elementos
químicos pesados, por exemplo, ferro e magnésio). É chamada "crosta oceânica" e sua espessura
média varia de 5 a 10 Km. Já a crosta que forma os continentes é composta por rochas graníticas
(minerais com elementos químicos mais leves, por exemplo, silício e alumínio). Recebe a
denominação de "crosta continental", cuja espessura varia de 25 a 50 Km, podendo atingir 100 Km de
profundidade, sob grandes cadeias de montanhas.

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Os Limites das Placas Tectônicas

Existem três tipos de limites de placas tectônicas (veja ilustração global no final deste texto):

a) Divergentes - quando as placas se distanciam umas das outras e uma nova crosta é gerada.

b) Convergentes - quando uma placa colide com outra, mergulha sob a outra, sendo que uma delas é
consumida.

c) Conservativos - quando não há produção nem destruição de crosta, as placas deslizam


lateralmente uma em relação à outra, ao longo de fraturas denominadas "falhas transformantes".

a) Limites Divergentes

Os limites divergentes ocorrem quando uma nova crosta oceânica é criada, com movimentação
horizontal das placas em sentido oposto. Desse modo, o surgimento de um oceano se inicia com a
fragmentação de um continente, em regime tectônico extensional (veja modelo esquemático abaixo).

No primeiro estágio de "abertura de um oceano" ocorre um leve soerguimento e posterior


abaulamento da crosta continental, até que eventualmente ocorra o seu fraturamento. Uma grande
depressão se desenvolve no continente e a água do mar invade as terras mais baixas, formando
lagos salinos. A atividade vulcânica é intensa, pois o afinamento crosta continental faz com que a
camada quente e fluída abaixo da litosfera (a astenosfera) se aproxime da superfície. Esse tipo de
ambiente geotectônico é chamado de "rift valley" (termo geológico em inglês que significa "vale de
fendas de grande extensão"). O exemplo atual de um continente nesta fase de fragmentação é o “Rift
Valley” Africano, na África Oriental (Etiópia, Uganda, Quênia, República do Congo, Tanzânia, Malui e
Moçambique).

No segundo estágio, a divergência das forças se acentua e a crosta continental se fragmenta


formando dois continentes, agora separados por um oceano encaixado em uma grande fratura. A
ascenção do material magmático quente da astenosfera gera uma série de atividades vulcânicas,
formando um denso assoalho de composição básica (basalto), denominada crosta oceânica. O termo
básica se refere ao conteúdo de SiO2 dos magmas que formam estas rochas.As bordas continentais
soerguidas tornam-se "área fonte" (onde ocorre intemperismo e erosão das rochas) dos sedimentos
depositados nas bacias oceânicas adjacentes. O exemplo atual de um oceano nesse estágio de
abertura é o Mar Vermelho que separa a Península Arábica da África Oriental.

Se a divergência prossegue, chega-se ao terceiro estágio da "formação de um oceano". O calor vindo


da astenosfera fica restrito à região oceânica central, onde a atividade vulcânica intensa forma a
Dorsal ou Cadeia Meso-Oceânica. À medida que as placas se distanciam, mais frias ficam suas
bordas continentais (pois estão longe do centro de geração de calor) e estas são recobertas pelas
águas marinhas, formando a plataforma continental. O exemplo atual desse estágio é o Oceano
Atlântico que separa a América da África e Europa, cuja abertura teve início há 180 milhões de anos,
com a fragmentação do supercontinente Pangea, circundado por um único oceano existente na
época, chamado de Pantalassa (do grego que significa "todos os mares").

A velocidade de separação entre as diferentes placas varia, mas a média é sempre da ordem de
alguns centímetros a cada ano. Hoje em dia, uma das mais baixas taxas de separação de placas é de
cerca de 2.5 cm/ano, quer dizer 25 km em 1 milhão de anos (Cadeia do Ártico). A velocidade mais
rápida de separação acontece na Cadeia do Pacífico Leste, próximo à Ilha de Páscoa, com mais de
16 cm/ano.

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Acima: Limites de Placas Divergentes (Fonte: Projeto Caminhos Geológicos)

b) Limites Convergentes

Acredita-se que as dimensões das massas continentais não tenham variado significativamente desde
a formação do planeta Terra (4.5 Ga = bilhões de anos). As variações das dimensões das massas
continentais sugere que a crosta deve ser destruída na mesma medida em que é criada. Tal
destruição (reciclagem) da crosta ocorre ao longo dos limites convergentes das placas tectônicas, por
colisão ou porque uma placa mergulha sob a outra ("subducção") ou é até colocada sobre a outra
("obducção"), em regime tectônico compressivo.

O tipo de convergência de placas tectônicas depende do tipo de litosfera envolvida:

a) oceânica - continental;

b) continental - continental;

c) oceânica - oceânica.

. Convergência Oceânica-Continental

Se fosse possível drenar o Oceano Pacífico, junto a borda do continente sul-americano seria visto
uma longa e estreita fossa (ou trincheira) com um desnível de 8 a 10 km As fossas correspondem às
porções mais profundas dos oceanos e são criadas por subducção de crostas oceânicas nos limites
de placas convergentes (observe a figura abaixo).

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Acima: Convergência de Placa Oceânica com Placa Continental (Fonte: Site do USGS)

. Convergência Oceânica-Oceânica

Assim como ocorre uma zona de subducção na convergência oceano - continente, o mesmo
fenômeno se dá quando duas placas oceânicas se encontram. Neste processo também há a
formação de uma fossa oceânica. A Fossa das Marianas (paralela às Ilhas Marianas), com
profundidade próxima a 11 km, é produto da convergência da Placa do Pacífico com a das Filipinas.

Neste processo também ocorrem vulcões. Depois de milhões de anos de acúmulo de lavas desses
vulcões submarinos, formam-se inúmeras ilhas vulcânicas. Estas, por sua vez, dão origem aos
arquipélagos, conhecidos como "arcos de ilhas", situados atrás da zona de subducção (observe a
figura abaixo).

O magma que gera as rochas dos arcos de ilhas tem composição intermediária em relação ao ser
teor de SiO2, e recebe o nome de andesito). Sua formação está relacionada à fusão da crosta
oceânica subductada com o material ascendente da astenosfera. A placa descendente produz uma
fonte de acumulação de energia pela interação com a outra placa, levando a frequentes terremotos
de intensidade moderada a forte.

Acima: Convergência de Placa Oceânica com Placa Oceânica (Fonte: Site do USGS

. Convergência Continental-Continental

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Devido à diferença de densidade entre a crosta oceânica e a crosta continental, a crosta oceânica
(mais densa) é geralmente empurrada por baixo da crosta continental (menos densa), mergulhando
para as regiões mais profundas da Terra, ao longo da zona de subducção (veja o estágio 1 da figura
abaixo). Se esse movimento continua, a crosta oceânica é totalmente destruída, dando origem à
colisão de continentes. Nesse processo, os continentes se aglutinam uns aos outros, resultando
numa grande cadeia de montanhas (veja o estágio 2 do modelo). A Cordilheira dos Himalaias,
exemplo desse tipo de convergência, foi formada a partir da colisão das placas da Índia e da Ásia, no
processo iniciado há cerca de 70 milhões de anos e que continua até hoje em dia.

Ao contrário dos outros fenômenos, esse produz, no continente, forte deformação (dobramentos e
falhamentos) e intenso "metamorfismo" (processo pelo qual uma rocha é transformada em outro tipo
de rocha com características distintas, através de reações no estado sólido). O calor e pressão
podem ser tão intensos que as rochas podem começar a fundir, gerando magmas ácidos (em relação
ao conteúdo de SiO2), de composição granítica.

Acima: Colisão de Placas Continentais (Fonte: Projeto Caminhos Geológicos)

Na colisão de placas do tipo margem continental passiva, pode haver "cavalgamento" da crosta
oceânica sobre a crosta continental, através de processo tectônico muito complexo, denominado
obducção. Neste caso, são formados os "ofiolitos" (rochas que representam fatias de crosta oceânica
ou manto posicionados em meio a rochas continentais, geralmente associados com sedimentos
marinhos na zona de colisão de placas). Exemplos de ofiolitos são encontrados atualmente no Chipre
(Complexo de Troodos) e na Arábia Saudita (Montanhas de Omã).

c) Limites Conservativos

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O limite entre duas placas que deslizam lateralmente uma em relação à outra é definido como falha
transformante. Muitas falhas transformantes ocorrem nos oceanos, gerando feições do tipo zig-zag,
pois são transvervais às Cadeias MesoOceânicas. Entretanto, essas falhas podem se estender para
dentro do continente, como a Falha de Santo André, na Califórnia, nos Estados Unidos (veja figura
abaixo). Nesse caso, a Placa do Pacífico, onde está situada a cidade de Los Angeles, se desloca
para o norte, enquanto a Placa Norte-Americana, contendo a cidade de São Francisco, se movimenta
para sul. Quando a energia concentrada ao longo desses limites é liberada, há movimentação das
placas,ocorrendo uma série de terremotos com focos rasos e, portanto, altamente destrutivos.

Falha de Santo André, na Califórnia, nos Estados Unidos(Fonte: Site do USGS)

Formação de Hot Spot, nas Ilhas do Havaí, Oceano Pacífico (Fonte: Site do USGS)

Hot Spot

A maioria dos vulcões ocorre nas bordas de placas, mas existem exceções. No caso das Ilhas do
Havaí, situadas no meio da Placa do Pacífico, todas têm origem vulcânica, mas o limite de placa mais
próximo fica a cerca de 3.200 km de distância. Isto ocorre devido ao fenômeno conhecido como "hot
spot" (traduzido do inglês como "pontos quentes"). Os hot spots são registros pontuais de atividades
magmáticas relacionadas com ascenção de material do manto, denominadas "plumas do manto",
gerados devido à anomalias termais profundas. Imagine os continentes sendo “carregados” sobre a
crosta oceânica, como se fossem objetos em uma esteira rolante. Assim, enquanto uma placa se
move sobre um hot spot, o material do manto chega à superfície e forma vulcões, na verdade, ilhas
vulcânicas e até cordilheiras submarinas (veja figura acima).

No Brasil, alguns pesquisadores atribuem a sequencia de corpos de rochas alcalinas (minerais ricos
em sódio e potássio) alinhados na direção leste-oeste e separados por dezenas a centenas de

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quilômetros, desde Itatiaia, passando por Tinguá, Nova Iguaçu, Itaúna, Rio Bonito, Morro de São
João até Arraial do Cabo, todos no Estado do Rio de Janeiro, como resultado de antiga atividade
vulcânica produzida por hot spot, que estaria, atualmente, no meio do Oceano Atlântico. Esse
lineamento se estenderia também para o Estado de Minas Gerais, incluindo Poços de Caldas.
Datações das rochas dessas localidades revelam idades decrescentes de oeste para leste (veja
figura abaixo), fato considerado como forte evidência da passagem da Placa Sul-Americana sobre o
hot spot.

Distribuição das Rochas Alcalinas no Território Fluminense

Junção Tríplice

No início do processo de rifteamento, provavelmente induzido pela ascenção de plumas do manto


(hot spot), a crosta sofre ruptura ao longo de um sistema de fraturamento formando ângulos de 120
graus. Esse ponto único onde se inicia a fragmentação da crosta é denominado "ponto tríplice ou
junção tríplice". Um dos exemplos atuais de junção tríplice ocorre no Oceano Pacífico, entre as placas
do Pacífico, Nazca e Cocos.

De modo geral, essas fraturas da junção tríplice evoluem para três riftes, sendo que dois deles
formam oceanos e margens continentais passivas. Entretanto, a crosta é preservada de uma ruptura
completa ao longo da terceira fratura, tornando-se um rift abortado, que recebe a denominação de
"aulacógeno" (no Brasil, a Bacia do Recôncavo-Tucano-Jatobá, na Bahia, é considerada um exemplo
de rifte abortado). Atualmente, este processo está ocorrendo no Oriente Médio, entre a Arábia
Saudita e o nordeste da África, onde dois braços de riftes ativos formam o Mar Vermelho e o Golfo de
Aden. O terceiro rifte constitui o Rift Valley Africano, que se estende para dentro do continente
africano.

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Sabemos que a crosta terrestre corresponde à camada superior da Terra, que é formada por rochas
em seu estado sólido. Já as camadas inferiores – exceto o núcleo interior, que também é sólido –
apresentam-se em uma textura líquida ou pastosa. A grande questão é que a crosta terrestre não se
apresenta de maneira contínua ao longo de toda a extensão do planeta. Ela é fraturada em vários
“pedaços”, conhecidos como placas tectônicas.

A teoria que aponta a existência das placas tectônicas foi elaborada ao longo do século XX a partir de
evidências existentes na Dorsal Mesoceânica, no Pacífico, onde foi apontado o afastamento das
áreas continentais. Mas tudo isso veio das premissas da Teoria da Deriva Continental, que indicou o
movimento dos continentes, fato que sabemos que acontece ainda nos dias atuais, em um ritmo lento
para os olhos humanos, mas relativamente acelerado em termos geológicos.

A litosfera – nome dado para designar toda a porção sólida superior da Terra – é bastante fina em
relação ao interior do planeta, de forma que ela foi facilmente rompida ao longo do tempo em função
da pressão interna exercida pelo magma. O movimento das placas, resultado dessa ruptura, é
continuado em razão da pressão exercida pelas correntes ou células de convecção do magma
terrestre. Confira a imagem a seguir:

Movimento das células de convecção presentes no manto *

Nesse sentido, as placas tectônicas estão movimentando-se, mas nem sempre na mesma direção, o
que provoca o afastamento entre elas, em alguns casos, ou a colisão, em outros, havendo ainda os
movimentos laterais. Observe a imagem:

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Diferentes Movimentações Das Placas Tectônicas

Assim, os movimentos convergentes de obducção envolvem o conflito entre duas placas, mas sem o
afundamento de uma sob a outra, provocando a formação de limites conservativos. Um efeito
conhecido dessa ocorrência foi a formação da falha geológica de San Andreas, na América do Norte.
Já os movimentos convergentes de subducção são responsáveis pela formação de cadeias
montanhosas, como a Cordilheira dos Andes, na porção oeste da América do Sul.

Os movimentos divergentes, como o próprio nome sugere, representam as áreas de afastamento


entre duas placas tectônicas e a consequente formação de fraturas nessas localidades, onde também
o magma solidifica-se e renova a composição dessa crosta.

Além das alterações nas formas de relevo continentais e oceânicas, a movimentação das placas
tectônicas também acarreta outros fenômenos geológicos, como a ocorrência de terremotos e
também a manifestação dos vulcões. Não por acaso, os principais registros dessas ocorrências
manifestam-se nas áreas limítrofes entre uma placa e outra, cujo exemplo mais notório é o Círculo
de Fogo do Pacífico, uma área que se estende do oeste da América do Sul ao leste da Ásia e
algumas partes da Oceania. Nessa área, os terremotos – e, consequentemente, os tsunamis – são
frequentes e intensos.

Ao todo, existem várias placas tectônicas, conforme podemos observar no mapa acima. Em
algumas definições, o número delas é maior, pois subdividem-se conceitualmente mais vezes as suas
estruturas em razão de suas manifestações internas. As principais placas tectônicas são: Placa do
Pacífico, Placa Norte-Americana, Placa de Nazca, Placa do Caribe, Placa dos Cocos, Placa Sul-
Americana, Placa Africana, Placa Antártida, Placa Euro-asiática, Placa da Arábia, Placa do Irã, Placa
das Filipinas e Placa Indo-australiana.

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