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2o -05-04

RELEVO BRASILEIRO;
Uma Nova Proposta de Classificação

Jurandyr Luciaoo Saoches ROM

A NATUREZA DA QUESTÃO ao ensino médio e de primeiro gr»"- ^_.tpjpiinftnte *m-


..possfveljintender-se o relevo brasileiro scn> que se^
Os livros didáticos de geografia para o primeiro tenha uma visão ampla do que ocorre a nível das
grau editados na atualidade mostram-se extremamente -trutufqs que os sustentam,, bern çpmg do__qu_e_ Qgorreu
de sã tua lizados no que se refere aos novos conheci- .ao longo do Cenozóico^quanto aos processos erosi-
mentos que se tem a respeito do relevo brasileiro. .vos. responsáveis pela su§ escujjurãcãõ! É TfreqQente
Com frequência continuam reproduzindo informações passar-se aos estudantes a ideia de que o país se
da geomorfologia do Brasil que se reportam a década constitui de terrenos antigos e que por isto caracteri-
de 1940, mais especificamente explorando as velhas za-se por apresentar topografias modestas, sem ocor-
concepções largamente ensinadas pelos livros do rências de áreas serranas. De fato, as estruturas que
ilustre geógrafo e professor Aroldo de Azevedo, que sustentam as formas do relevo do Brasil são em gran-
nu sua época sonhe desem|>enhar com brilho e ho- de parte antigas, datando do pré-Cambriano, en-
nestidade a fundão de mestre e pesquisador, liníre- quanto outras como as bacias sedimentares sfio mais
tanto, ao longo destes quarenta anos, novos conheci- recentes, geradas ao longo do Fanerozóico.
•mentos foram ineo|X)rudos na literatura, mas infeliz-
mente não foram absorvidos pelos autores dos livros Deste modo percebe-se unia nítida confusão
didaíivos mums. entre as idades e géneses das estruturas, de um lado e
as das formas de relevo esculpidas sobre as primei-
As propostas então existentes relativas às for- ras. de outro, frffio se pode Jamais ct>nruprtir n qtie
IIULH preílomiiiames do relevo brusilei.ro valorizam r£ itliuiq__e pAnp-fiit Haa formas com itlmfa r. flAr)tnyt,rfBii
com treqiiénciu as dificuldades que se tem para esta- estruturas^ Se as estruturas e litolouias sSo predomi-
belecer uma adequada classificarão. Os problemas a n t i a s Q mesmo a&o..se_..Qdeder
_ daa
que impedem o bom entendimento, quase scmprv s fio relcyji que sáq mui^o rnfljfl fatQ
decorrentes tia cxtcnsivkludc do território, da fraca a muito tempo conhecido, que o relevo brasileiro teve
atividude de pesquisa básica, e inclusive da comple- suas formas esculpidas preferencialmente ao longo de
xidade do padrões de forma que o relevo brasileiro Cenozóico. Os trabalhos de Ab'Saber (1949 e 1969;
apresenta. Apesar que,.de modo simplista o território sobre o rftnio da epirogfinese pós-cret&ica e portantc
nacional é tido como de relevos de altitudes modestas Cenozóica, bem corno sobre os processos circunde
constituído por antigas estruturas e "velhos planal- nudacionais do pós-Cretáceo, são extremamente im-
tos" associado:} a algumas planícies de génese re- portantes paru se ter um adequado entendimento so-
cente, na realidade o grau de complexidade é eleva- bre a génese e idade das formas do relevo do Brasil
do. A grande variedade de estruturas geológicas de Assim, n&o basta entender como formaram- se as ba-
diferentes ii^ologias e idades, juntamente com a di- cias sedimentares Faperozóicas, os cinturões orogfr
versidade dimidie a atual e pretérita que se observa nicos do pré-Cambriano Superior e como evoluiu i
ao longo do território, possibilitou gerar uma vasta consolidação da Plataforma Brasileira, se, não enten
gama de formas de relevo que oferecem enorme desa- der-se como evoluiu o relevo durante e após o soer
fio a uma adequada classificação. Desde a classifica- guimento generalizado, po/ém desigual da plataformi
ção proposta e, amplamente divulgada, do prof. ao longo do Cenozóicor^Os ensinamentos de Ab*Sa
Aroldo de Azevedo, muitas contribuições de âmbito ber (op cit) informap) com clareza que o. relevo bra
genérico foram feitas principalmente pelo prof. Aziz _sileiro passou por processos erosivos ao longo d<
Nacib Ah'Saber que em geral não foram incorporadas Terciâno e início do Quaternário que resultaram n
/
atual configuração morfológica. ^Estes processos são
PS responsáveis pela génese das formas atuais, que
ãp rr^pifestam através de diferentes padrões, graças
possibilitando com isto obter-se uma síntese do rele-
vo abrangendo todo país. S
à$ |mpogicfies estruturais e tectôn^» rte um ladn a Somente após ter-se uma visão geral e precisa
^daa variações climáticas Cenozóicas de outro.X dos eventos geomórficos do Brasil é que se pode
chegar a uma classificação generaliata que expressas-
No trabalho de Ab'Saber (1972) que trata do se uma síntese o mais fiel possível da realidade. En-
Significado das Depressões Periféricas e Superfícies tretanto, para atingir-se isto e esboçar um cartograma
Aplanadas na Compartnnentacão do Planalto Brasi- esquemático de apoio visual foi necessário estabele-
leiro, fica evidenciado a importância das influências cer os critérios teórico-metodológicos que serviram
endogenéticas e exogenéticas na elaboração dos de apoio a uma adequada classificação. s
compartimentos do relevo. Neste trabalho sobres-
saem-se os extensos corredores rebaixados por erosão
que circundam as três grandes bacias sedimentares
Fanerozóicas. Percebe-se com clareza que o,relevo Ar Classificações Anteriores
do país está compartimentado em formas esculpidas
nas bacias sedimentares soerguidas e coroadas por As primeiras classificado; datam do século XIX
depressões marginais ou periféricas, que se interpõem e refletem o estágio de conhecimento que se tinha na
a planaltos e serras esculpidos em estruturas cristali- época. De acordo com Azevedo (1949), as mais anti-
nas ou mesmo sedimentares rígidas e antigas (maci- gas são de Aires de Casal (1817), de Alexandre von
ços antigos). Humboldt que perduram por quase todo o século XIX
e de Orville Dcrby (1884).
De 1970 à primeira metade da década de 1980 a
pesquisa sistemática desenvolvida ao longo de todo o Delgado de Carvalho (1923) reformulou a pro-
território nacional através do Projeto Radambrusil li-
posta de Orville Derby definindo Ires maciços: o
gado ao Ministério das Minas e linergia, possibilitou
Atlântico; o Central e o Nortista, tendo sido consa-
obter-se uma "radiografia" completa do território
grada no curso secundário. Outras classificações
brasileiro quanto aos recursos naturais. Utilizando-se
dos produtos de um sensor moderno "as imagens de também foram feitas como as de Pierre Dçnís (1929),
radar", pode-se executar em um espaço de tempo re- von Engeln, Alberto Betim, Preston James, Fábio de
lativamente curto um levantamento nacional e obter-Macedo Soares Guimarães, Froes de Abreu e Aroldo
se o reconhecimento geral dos solos, cobertura ve- de Azevedo (1949). A classificação do prpf. Arq|do
de Azevedo ao contrário^aj dçmais procúfa_dàr:-um
getal, geologia, recursos hidrfços, e geomorfologia/
No âmbito do relevo obteve-se revelações importan- tratamento mais coerente às grandes unidades. Era
tes que ampliaram os conhecimentos existentes, ou geral as classificações anteriores definiam as unida-
então confirmaram fatos que já haviam sido generi- des empregando denominações geomofológicas mis-
camente aventados. Q grande mérito deste enorme turando termos eminentemente geológicos, como
trabalho de mapearnento sistemático do Projeto Ra- exemplo Planalto Cristalino. Hm outros casos empre-
dambrasil foi possibilitar que se obtivesse de forma
gava-se uma mistura de oíenomj naçõesregionais tipo
claramente registrada todos os eventos gcomórficos Chapadões Centrais ao ladp de Serras do Espinhaço,
de maior expressão areal. Infelizmente por dificulda-
outras denominações extremamente gerais tipo Maci-
des iniciais de estabelecimento de metodologia ade-ço Atlântico, Maciço Nortista e Maciço Central.
quada à escala de mapeamento, processou-se ao lon- Azevedo (1949) denominpu as. grandes unidades em
go do tempo quatro diferentes tipos de representação
Planaltos e Planícies. Isto demonstra que havia uma
cartográfica/Por motivos até então desconhecidos preocupação em valorizar a nomenclatura geomorfo-
não publicou-se até o momento um mapa síntese cm lógica, empregando-«e a geológica apenas cru um se-
cscaiu compatível que abrangesse todo território na-
gundo nível quando se fez uma nUfior especificação.
cional.
Deste modo o Planalto Brasileiro que foi comparti-
Com os trabalhos do referido projeto pode-se mentado em Planalto Atlântico, Meridional e Central,
chegar às informações mais precisas e perceber-se sofre um terceiro nível de tratamento onde aparece-
com maior clareza os eventos geomórficos até então ram denominações como Serras Cristalinas, Planalto
registrados parcetadamente. Deste modo conheceu-se Arenftico-Basáltico, Planalto Sul Goiano, Planalto
as verdadeiras dimensões dos eventos identificados Sul Amazônico c muitos outros.
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De qualquer modo não eliminou-se a combina- dos processos atuais na esculturaçâo das formas de
ção gcomórfica-geológica associadas às regionais pa- relevo, apoiando-se na relação cobertura vegetal, tipo
ra denominação das unidades. Ab'Saber organizou de clima e modelado predominante do relevo.
era 1962, tendo sido publicade^em 1970, nova divi-
são do relevo do Brasil, onde aparecem denomina- . Estes domínios que associam-se principalmente
ções geomórficas associadas às regionais. As deno- as regiões climato-botânicas receberam denominacóes_
minações são Planalto das Guiarias, Planalto Central, como:
Planalto Nordestino, Planalto do Maranhfto-Piauf,
Planalto Meridional e Serras e Planaltos do Leste e , I - Domínio dos chapadõea tropicaig. f
Sudeste. Tal proposta certamente resultou de uma estaçoesrecobertos por cerrados
tentativa de simplificação do mapa geomorfológico 2 - Domínio jlaa regiões serranas tropicais tími-
preliminar apresentado por este autor em 1960 extre- das ou dos mares de morros extensivamente
mamente mais carregado de informações e ao mesmo , frios
tempo carente de critério teórico metodológico único. t, 3 - Domínio das depressões se mi-áridas, pon-
tilhada$ de jnseibcrgs. dotadas de drenagem intejTny-
Neste mapa preliminar os eventos geomorfoló- tente e recobertas por caatingas extensivas
gicos registrados são denominados por uma associa- 4 - Domínio de planaltos suo-tropicaisn reco-
ção de termos geomorfológicos, geológicos de caráter . bertos por araucárias e pradarias de altitude—
estrutural e de cronologia. Pode-se citar como exem- ... 5___—JOonunjo das coxiihas subtropicais uru-
plo os Planaltos Sedimentares, onde aparecem as c guajp-sul riograndensc recobertas; pnr p^Haria^ m^e-

Cuestas, chapadas e chapadões Devonianos. •Jas —


6 — Ppmfniq das terras baixas equatoriais, es-
Ab'Saber (1964) no capítulo 111 da obra deno- , tensívamcnle florestam da amayAnia brasileira.
minada Brasil a Terra e o Homem — vol. I, mais uma
vc/ com u preocupação de "homogeneizar a nomen- Pode-sc observar, portanto, que tal classificação
clatura das grandes parcelas do Planalto Brasileiro" tem muito a ver com o clima e a cobertura vegetal no
propõe as seguintes denominações: primeiro nível de tratamento e subordinadainente apa-
rece o modelado do relevo predominante de cada
1 - Planalto Central ou Goiano-Mu to grosstnsc área. SSo valorizados Q} processos n^prfodjnámiços
2 — Planalto Meridional ou Gondwftníco Sul atuais cm cada um dos domínios morfoclirnádcos,
Brasileiro mas jícrde-se a iiiformação da rnacrx^oinpartirncnta-
3 - Planalto Nordestino ou da Borborema e . cão e os efeitos dos paleo-climas na esculturação.
chapadas circundantes
4 — Planalto do Meio Norte ou do Maranhão-
Piauf A PROPOSTA DA NOVA CONCEPÇÃO
5 — Planalto Oriental e Sul-oriental ou Planalto
Atlântico do Brasil de Sudeste Embora de forma não explícita, está claro que
há uma dificuldade grande em se estabelecer a nível
Neste mesmo trabalho remete para futuras clas- de generalização uma adequada classificação do rele-
siíicuçocs puramente gcomorfológicas a responsabili- vo brasileiro. Isto M deve muito mais pela dificulda-
dade em se estabelecer um tratamento das unidades de de se estabelecer critérios coerentes de classifica-
do relevo sem que se recorra aos domínios morfoes- ção do que do desconhecimento do território que está
trutunús ou então rnorfbclunáticos. razoavelmente desvendado com o mapeamento siste-
mático de reconhecimento do Projeto Radambrasil.
JÉ ainda Ab'Sabcr que propõe em 1969 uma ou- Como as formas de relevo resultam tanto dos proces-
tra divisão do relevo do Brasl, agora valorizando os sos endógenos quanto dos exógenos, e relativo aos
processos fomentados pelos climas atuais. Com esta exógenos ocorrem formas geradas tanto noi climas
preocupação define os. Domínios Morfoclimáticos pretéritos quanto nos, atuais, toma-se delicado esta-
Jlraiilciroa. R*ta ('Injisificnçftu valoriza a dlnftmica belecer uma cluiificftção que valorize todas as vá-
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riáveis motoras da morfogênese. Em função deste ,A concepção desta proposta, a nível de Brasil,
problema há uma tendência em se classificar, bem considerando o elevado grau de generalização neces-
como representar o relevo, dando-se ênfase maior ora sário e em função da escala de representação e finali-
ao estrutural ora ao climático. Deste modo, é fre- dade a qu§l se D ré s ta .Je vá em consideração o estrutu-
qtiente a indentificação e registro das grandes unida- valoriza o modeladojcprescntado
des gcomurf o lógicas através das morfoestruuiras de aqui pelas macro compartJmentayões que o relevo
um lado ou então dos domínios morfoc lunáticos de -: brasileiro apresenta. Deste modo o primeiro taxon
outro. considerado é eminentemente geomorfològico. nepre-
r sentado pelos Planaltos. Depre«n>e« e Planfciea O
segundo taxon, tenta classificar os planaltos em fun-
Tanto uma classificação como outra apresentam ção do caráter estrutural que apresentam e deste mo-
problemas sérios. Ao empregar-se como critério as
do surge os Planaltos esculpidos em:
morfbestruturas as denominações bem como a deli- • Bacias Sedimentares
mitação cartográfica das unidades ficam extrema-
• Intrusões e Coberturas Residuais de Platafor-
mente vinculadas a geologia o que acaba por colocar
ma
em plano secundário os limites do modelado. No ou-
• NiScleos Cristalinos Arqueados
tro caso ao dar-se denominações apoiadas no quadro • Cinturões Orogênicos
climato-botânico, as unidades acabam por valorizar Este segundo taxon não foi aplicado para as de-
em primeiro plano o tipo climático dominante, forte- pressões porque estas constituem superfícies de ero-
mente associado ao fitogeográfico e o modelado apa- são embutidas, por entre os planaltos e algumas delas
rece também de forma secundária. Embora esta clas- se extendem por mais de uma estrutura, definindo-se
sificação acentue a importância dos processos morfo- mais pelo caráter escultural.
dinâmicos operantes na atualiUade, a geometria das
formas fica praticamente esquecida. A concepção de
Mcschcrikov íl*J6H) relotjva as noyfle» tlc O terceiro taxon é o que dejmejiominaJmcnte
trutura, morfoctimática c_morluef«:ulmni. es cada uma das unidades morfoesculturais. liste se
permite uma solução para a classificação e represen- aplica tanto aos planaltos, como as depressões e pla-
tação do relevo diferente das até então elaboradas. nícies.
o
Como exemplos, Planaltos da Amazónia
A noção dç mofoestrutura está extremamente Oriental, Planalto e Chapada dos Parecia, Depressão
/vinculada ft influência da estrutura geológica na gé- Marginal Norte Amazdnica, Planície do Rio Ara-
nese das fornias. Já. a do moriocUmáUca. associa-te guaia, ctc.
aos ripoa climáticos determinantes nos processos
morfodin&micos que operam na atualidade na escultu- Dentro desta concepção teòrico-metodológica,
ruçao da» fornma. Por outro lado ai unidades ou ro-
chegou-se a vinte e oito (28) macro unidades geo-
nas rnorfoescuiturais distinyuem-sc r.lanimftnln dn«
* morfológicas, que denominou-sç de unidades mor-
unidades ou zona y niorfoclimáticaa. As unidades
foesculturais tais como segue:
tnortoescuiturais nflo correspondem exclusivamente
às forma» de relevo dos climas atuaia. mas também
influência- prptéritna
paisagem marcas de sua presença através
ÍÍA& paleoformas e da roacro^compartimentaçao. Ge- OS PLANALTOS
neticamente as unidades mqrfoesculturais são resul-
tantes de processos gerados por climas e paleocUmas Planaltos em Bacias Sedimentares:
que esculpiram formag de relevo em diferentes es-
truturas. Assim, uma unidade morfoescultural, que se • Planalto da Amazónia Oriental
distingue cm função das formas de relevo predomi- «ANU^lKftte^
nantes, qualquer que seja sua génese ou idade, pode • Planaltos e Chapadas da Bacia do Pamaiba
abranger uma ou mais estruturas geológicas. • Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná
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Planaltos em Intrusões e Coberturas Residuais de moríocronologia são mais significativas a partir do


Plataforma Cretáceo ou seja ao longo do Terciário-Quaternário.
É fato consumado pelos trabalhos de Ab'Saber, Al*
• Planaltos Residuais Norte Amazônicos incida e muitos outros que praticamente toda com-
• Planaltos Residuais Sul Amazônicos partimentação do relevo brasileiro atual tem fortes li-
• Planaltos e Chapadas do Parecis v
gações genéticas com o soerguimento da Plataforma
Sul Americana ao longo do Cenozóico (epirogênese
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados pós-cretácea) e com os processos erosivos de caráter
circundenudacionais que ocorreram principalmente a
• Planalto da Borborema partir do Terciário Superior» ao Quaternário Inferior
• Planalto Sulriograndense (Neogeno). Lembrando entretanto que o soergui-
mento da Plataforma não se deu de forma igual tanto
Planaltos em Cinturões Orogênicos espacialmente quanto na velocidade. Por outro lado»
os processos erosivos, que tiveram como motores a
• Planaltos-e Serras do Atlântico Leste Sudeste epirogênese e os diversos climas, também não tive-
• Planaltos e Serras de Goiás-Minas ram o mesmo vigor ao longo do espaço e do tempo.
• Serras Residuais do Alto Paraguai Assim, em função da maior ou menor atuaçao da
tectôníca, dos diferentes graus de resistência das li-
tologias, dos diversos arranjos de estrutura, e da
AS DEPRESSÕES maior ou menor agressividade dos climas, ora mais
*>* An^s&A/j». O&oeN-rto L secos (áridos e semi-áridos), ora dmidos a semi-úmi-
Depressão Marginal Norte Amazônica dos com várias alternâncias ao longo do Terciário
Depressão Marginal Sul Amazônica Superior ao Quaternário inferior (Neogeno), permiti-
Depressão do Araguaia ram a esculturação de diversos modelados, que po-
Depressão Cuiabana dem receber diferentes tratamentos classificatórios
Depressões do Alto Paraguai-Guaporé face à escala de abordagem e a metodologia de apoio.
Depressão do Miranda
Depressão Sertaneja e do São Francisco Para chegar-se a esta proposta de identificação
Depressão do Tocantins das macro unidades do relevo brasileiro, foram fun-
Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do damentais as contribuições dos trabalhos de Ab*Saber
Paraná (1949, 1964, 1969, 1970, 1971) e praticamente todos
Depressão Periférica Sulriograndense os relatórios e mapas produzidos pelo Projeto Ra-
dambrasil da série Levantamento dos Recursos Natu-
rais para todo o país. Devido « escala de apresenta-
AS PLANÍCIES ção, que se restringe a.uma figura de ilustração, foi
necessário estabelecer um elevado grau de generali-
• Planície do Rio Amazonas zação e consequentemente simplificação, obtendo-se
9 Planície do Rio Araguaia um quadro síntese dos rpacro-compartimentos do re-
• Planície e Pantanal do Rio Guaporé levo do país (Figura 1). Como a finalidade é didática
• Planície e Pantanal do Rio Paraguai ou Matogros- e claramente voltada para o ensino da Geografia do
sense Brasil de l- e 2fi grau», não se vê ncjt» simplificação
• Planície das Lagoas dos Patos-Mirim grandes problemas..
• Planícies e Tabuleiros Litorâneos

SÍNTESE DESCRITIVA DAS UNIDADES As- Unidades dos Planaltos:

Ao considerar-se a macro comparti me n tacão do As áreas representadas por compartimentos de


relevo brasileiro não se pode negligenciar a natureza planaltos foram classificadas em quatro grandes cate-
morfogcnética deste. Deste modo, toda a história e gorias a que denominou-se de Planaltos em:
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1 — Bacias Sedimentares exibe terrenos baixos, inferiores a 200 metros cfe al-
2 — Intrusões e Coberturas Residuais de Plata- titude, sendo fracamente dissecados em formas de to-
forma pos planos ou levemente convexizados, esculpido*
3 — Núcleos Cristalinos Arqueados nos sedimentos Tcrciários Quaternários da formação
4 — Cinturões Orogênicos. Só limões. Enquadrou-se esta unidade na categoria de
planalto, pela impossibilidade de enquadrá-lo nos de
Independente da influência estrutural que marca planícies ou de depressões face sua génese. Entre-
cada unia destas unidades, elas assumem em grande tanto, trata-se de uma superfície extremamente plana
maioria o caráter de formas residuais. Este aspecto com um ténue processo fluvial de dissecação que im-
decorre do falo de que tais planaltos estão circunda- pede de caracterizá-la como planície. Tanto a norte
dos por extensas áreas de depressões relativas e que quanto ao sul faz limite sem ruptura de nível com as
por conseguinte põem em ressalto os relevos mais Depressões Marginais Norte e Sul AmazÔnicas.
altos que ofereceram maior dificuldade ao desgaste
erosivo. Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaiba
apresentam um modelado muito mais complexo. Todo
Planaltos em Bacias Sedimentares limite sul e oeste desta unidade é marcado por con-
tato com as depressões circundantes através de escar-
Os Planaltos em Bacias Sedimentares sSo quase pas caracterizadas por frentes de Cuesta, enquanto
que inteiramente circundados por depressões periféri- o limite norte coalesce em praticamente toda sua ex-
cas ou marginais. Estas unidades também se caracte- tensão com os terrenos baixos da bacia Amazônica.
rizam por apresentar nos contatos (planaltos-depres- O sul desta unidade é demarcado pela frente de
sóes) os relevos escarpados caracterizados por frentes Cuesta do Ibiapaba ou serra Grande do Piauí, mas
de Cuestas. lísulo representados pelos Planaltos da mostra para o interior da bacia outros degraus meno-
Bacia Amazônica (Oriental e Ocidental), Planaltos e res correspondentes a frentes desdobradas. Na extre-
Chupadas da Bacia do Purnaíba e Planaltos e Chapa- midade oeste o fato se repele, observando-se frentes
das da Bacia do Paraná. de Cuesta desdobradas, destacando-se entre estas os
degraus das serras do Lajeado e do Estrondo no norte
Na bacia Amazônica dislinguc-se claramente as de Goiás. Na parte mais central da bacia ocorrem
duas unidades individualizadas tanto pelo modelado extensas superfícies altas e planas caracterizadas por
quanto pela génese. Ò Planalto da Amazónia Oriental chapadas como a das Mangabeiras onde as altitudes
caracteriza- se por um modelado c associação de for- atingem mais de l .000 metros. Serve como divisor de
mas de topos convexos ou plnnos com ocorrência águas dos rios São Francisco e Tocantins a chamada
descontínua de morros residuais de topos planos. En- serra do Divisor que corresponde a um prolonga-
quanto os relevos residuais est&o quase sempre asso- mento para sul da bacia do Parnaiba. Este trecho, que
ciados aos sedimentos Tcrciários da formação Barrei- na realidade se constitui em unia alongada chapada, é
ras., os terrenos mais dissecados eslflo esculpidos nos demarcada a teste e oeste por relevos escarpados, en-
sedimentos páleo-mesozóicos. Tanto a norte quanto a quanto que ao sul conecta-se em nível com a superfí-
sul, este planalto tem limites claramente definidos por cie plana c alta de Brasília. Os topos planos e amplos
mudanças bruscas no modelado, sendo as vezes em deste Planalto é sustentado pelos sedimentos do Cre-
fornia de escarpa. O limite norte é definido por uma táceo, enquanto os trechos dissecados e os escarpa*
frente de Cuesta onde as altitudes estão em tomo do dos, normalmente associam-se aos sedimentos mais
400 metros nos trechos mais altos, enquanto que no antigos do Devoniano e Carbonífero.
sul o aspecto é de relevo cuestifbrme sem entretanto
caractcrizar-se por escarpa, com os trechos mais altos Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná
ultrapassando os 300 metros. englobam terrenos sedimentares com idades deede o
Devoniano ao Cretáceo, bem como extensa ocorrên-
Amazónia Ocidental, enquadra-se cia principalmente na parte sul da bacia, das rochas
no que Ab'Sabcr (I9M) incluc nas terras baixas vulcânicas básicas e ácidas do Jura-Cretaceo. Todo
Amazônicas Hstn vasta área do oeste da Amazónia contato desta unidade com as depressões circundan-
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tcs é feito através de escarpas que se identificam co- do de serras e morros isolados associados a intrusões
mo frentes de Cuesta única ou desdobradas em duas graníticas, derrames vulcânicos antigos e de dobra-
ou mais frentes. Na borda leste aparece com uma mentos com ou sem metamorfisrno, todas formações
única frente no Estado de Sfio Paulo, mas nos Esta- datadas do pré-Cambriano inferior ao superior. O
dos do Paraná e Santa Catarina desdobra-se em duas Planalto c Chapada dos Parecia, cuja litologia data do
frentes, uma nos terrenos do Devoniano e outra nas Cretáceo é exceçâo.
t*
formações vulcânicas do jura-cretáceo. No Rio Gran-
de do Sul a escarpa é sustentada quase que exclusi- Os Planaltos Residuais Norte Amazônicos, que
vamente pelas rochas vulcânicas. se estendem desde o Amapá até o norte do Estado do
Amazonas, e que apresentam altimetrias que chegam
No setor a nordeste (centro-sul de Goiás) e Mi- a atingir os 3.000 metros (Pico da Neblina), mas que
nas Gerais na maior parte do trecho os contatos são no geral oscilam entre 600 a 1.000 metros. Consti-
nivelados com os planaltos, não observando-se de tuem-se em áreas serranas descontínuas representadas
forma contínua uma depressão típica. Já, na extremi- por relevos de aspecto residual, interpenetrados pela
dade noite, ainda no Estado de Goiás verifica-se o superfície da Depressão Marginal Norte Amazônica.
contato com a Depressão do Araguaia através de três Estas formas de relevos estão esculpidas em diferen-
frentes de Cucstas desdobradas da chamada serra do tes litologias da Plataforma AmazÔnica (Norte) que
Caiapó. Neste trecho as frentes são sustentadas pelas correspondem as rochas sedimentares, (pré-Cambria-
formações do Devoniano, do Carbonífero e do Jura- no) sobretudo arenitos, vulcânicas ácidas, bem como
Cretáceo. Na porção oeste e noroeste no contato com intrusões graníticas do pré-Cambriano Médio a Supe-
o Pantanal Matogrossense e a Depressão Cuiabana rior. Sobressaem-se alguns nomes de serras como
também observam-se frentes de Cuestas desdobradas Taperapecô", Imeri, Parima, Cotrimani, Açorai, Tu-
obedecendo a mesma sequência da secção norte. Es- mucumaque, Jpitinga, Navio, entre outras.
tas frentes ora definem patamares horizontalizados
ora patamares inclinados para depressões monoclinais
embutidas no planalto. Suo frequentes nas bordas Os Planaltos Residuais Sul Amazônicos abran-
norte e noroeste, a presença de extensas superfícies gem uma área bem mais extensa da Plataforma Ama-
aitas e planas que atingem entre 900 e 1000 metros zÔnica (Sul), estendendo-se desde o sul do Pará até
de altitude denominadas de chapadas. São exemplos RondÔnia. É uma vasta área toda pontilhada por in-
marcantes as chapadas do Alto Taquarí, Maracaju, trusões graníticas do pró-Cambriano Superior que
Guimarães, do SW cie Goiás, do Triângulo Mineiro determinam formas de relevo cm morros de topos
(Uberlândia). A borda da bacia nos Estados de convexos com distribuição espacial descontínua. Al-
Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Ge- gumas serras como Goro ti ré, Gradaus e Seringa, sâp
rais e SÃO Paulo raramente ultrapassam os 1000 me- exemplos deste tipo de relevo. Juntamente com tais
ti-os de altitude, enquanto noa estados do sul ganha intrusões ocorrem estensas área* de coberturas aedí-
altura a partir do Paraná, atingindo em torno de 1.500 mentares antigas (pró-Cambriano 9 do Paleozóico in-
metros no nordeste do Rio Grande do Sul. No setor ferior) que frequentemente definem formas de relevos
sudeste deste planalto, que corresponde as áreas mais residuais de topos ré til juizados e planos chegando a
elevadas das bordas da bacia, ocorrem superfícies alguns casos a cofígurar à« chamada» chapadas. Entre
aplanadas de forte condicionamento estrutural, que estes casos estão a chapada do Cachimbo e as serres
coincidem com as áreas dos campos limpos de Gua- de Cubencranquem, Dardauelos,Caiabis, Providên-
rapuava (PR), Hcrciliíjpolis-lraní e Campos Novos cia, Pacaás Novos. Há ainda, relevos residuais escul-
(SC) e Vacaria (RS), otije os solos sfio rasos e pre- pidos em estruturas marcadas por vulcanísmo antigo»
valece as formações rochosas vulcânicas ácidas. associadas com sedimentos, intrusões e dobramentos
com mctaformismo como ocorre com a serra dos Ca-
Planaltos cm Intrusões f Coberturas Residuais de rajás entre outras menores. Todo esse pontilhado
Plataforma descontínuo de relevos residuais sustentados por se-
dimentos antigos, intrusões, vulcanismo ou ainda do-
Estas unidades não se constituem exclusíva- bramentos com metamorfúmo, aâo interpenetrados
nente por coberturas sedimentares residuais de di por uma superfície mais baixa e aplanada representa-
versos ciclos erosivos, mas também por um pontilha- da pela Depressão Marginal Sul Amazônica.
33

O Planalto e Chapada dos Parecia envolve uma Apesar da presença de segmentos de topos retiliniza-
grande área que HC estende desde o leste de Mato dos, o modelado dominante sfio as formas convexas
Grosso ao sudeste de Kondõnia. Corresponde a uma esculpidas cm litologias do cristalino representadas
faixa de terrenos sedimentares (arenito) datados do por intrusivas ou ainda metamórfícas de diferentes
Cretáceo com recobriinento descontínuo de detritos idades ao longo do pré-Cambriano, O Planalto Sul-
finos tidos como do Terciário. Está parcialmente aã riograndense com litologias diferenciadas também de
porção do divisor de águas Amazonas-Paraguai-Gua- idades e géneses diversas ao longo do pré-Cambriano
poré e apresenta altitudes em tomo de 800 metros no apresenta modelado com formas ligeiramente conve-
trecho da chapada (secção sudoeste da unidade), en- xas, entretanto os níveis altimétricos mais elevados
quanto que no restante as altitudes variam entre 450 a nfio ultrapassam os 450 metros.
650 metros. As fornias predominantes do relevo são
as de topos planos a ligeiramente convexizadas, o Planaltos em Cinturões Orogênicos
que caracteriza a suavidade da topografia, embora no
conjunto esta seja de caráter residual. Na parte norte Os planaltos que ocorrem nas faixas de oroge-
esta unidade ao sofrer um rebaixamento contínuo e nia antiga, correspondem a relevos residuais susten-
gradativo coalesce com a superfície da Depressão tados por litologias diversas, quase sempre mctafórfi-
Marginal Sul AmazÔnica no nfvel dos 400 metros. Já, cas associadas com intrusivas. Estas unidades estão
a leste e a sul os limites com as Depressões do Ara- em áreas de estruturas dobradas correspondentes ao
guaia, Cuiabana e do Alto Paraguai é feito através de geossinclíneos Paraguai-Araguaia, Brasília e Atlân-
escarpas de aspecto cuestitonne, com um ou mais de- tis. Nestes planaltos, em função da natureza estrutu-
graus, configurando respectivamente as serras do ral, é onde encontra-se inúmeras serras, quase sempre
Koncudor, Daniel c Tupirapuã associadas a resíduos de estruturas em anticlinais ou
siiifliiuiis intensivamente atacados por processos ero-
sivos tanto cio pré-Crctácco quanto do Tcrciário-
Planaltos eni Núcleos Cristalinos Arqueados
Quaternário.
listas unidades estão representadas pelo Pla- Os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Su-
nalto da Borborema na parte oriental do nordeste e deste, que associam-se ao Geossinclfneo Atlantis é o
pelo Planalto S u lriogranUen.se no sudeste .do Rio que apresenta maior grau de complexidade. Sua gé-
Grande do Sul. Tanto um quanto outro fazem parte nese v incuta-se a vários ciclos de dobramentoa
do cinturão orogênico da faixa Atlântica, entretanto acompanhados de metamorfismos regionais, falha-
receberam esta denominarão por se encontrarem re- mentos e extensas intrusões. As diversas fases oroge-
lativamente isolados e corresponderem a segmentos néticas do pré-Cambriano foram sucedidas por ciclos
dos dobramentos antigos soerguidos era forma de de erosão. O processo epirogenético poVCretaceo
abobada. Nos dizeres de Ab'Saber (1972) "O nor- que perdurou pelo menos até o Terciário Médio ge-
deste Oriental e o Sudeste do Rio Grande do Sul são rou o soerguimento da Plataforma Sul Americana,
áreas dos escudos orientais sul-aroericanos onde é reativou falhamentos antigos e produziu escarpas
particularmente expressiva a presença de núcleos acentuadas como as da serra da Mantiqueira, do Mar
cristalinos de conformação geral dômica". Estas uni- e fossas tectdnicas como as do médio Vale do Paraí-
dades comporta m-w como maciços antigos intensa- ba do Sut. A forte influência estrutural e tcctônica
mente trabalhados por processos erosivos que .se de- Cenozóica impede de correlacionar-se com segurança
senvolveram ao longo do Cenozóico. Verifica-se que níveis altimétricos com as idades das superfícies de
no reverso de ambos gerou-se estensas depressões erosão.
que acabam por se interpor entre os maciços antigos
e aã bacias sedimentares do Paraná no sul e do Par- De qualquer modo pode-se verificar a presença
naíba no nordeste. de diversos níveis morfológicos de caráter regional
que vão desde 800 metros, passando para 1.000 a
O Planalto da Borborema ocupa a posição a 1.200 metros, mas que em segmentos mais isolados
leste do estado de Pernambuco e as áreas mais eleva- ultrapassam os 2.000 metros. Nesta unidade incluem-
das atingem entre BQQ a 1.000 metros de altitude. se além das áreas planai Ucas da faixa do litoral deli-
34

mitados por escarpas, a estensa serra do Espinhaço serrana de modelado peculiar nfio sofreu metamorfo-
que abrange terrenos desde as proximidades de Belo sismo regional e também nfio está associada a intru-
Horizonte (MG) até o médio vale do rio São Francis- sões como nos demais, constituindo-se quase exclu-
co no centro-oeste da Bahia. O modelado dominante sivamente por rochas sedimentares antigas dobradas
do Planalto Atlântico constitue-se por formas de to- por processos orogenéticos e posteriormente desgas-
pos convexos, elevada densidade de canais de drena- tadas por vários ciclos erosivos, gerando os níveis
gem e vales profundos. É a área do "Domínio dos que oscilam entre 600 a 800 metros de altitude.
Mares de Morros" definidos por Ab'Saber (1970).

Os Planaltos e Serras de Goiás-Minas estão as- Ar Unidades das Depressões


sociados a faixa de dobramentos do Geossinciíneo
Brasília. Estende-se desde a área Central de Goiás As depressões no território brasileiro têm uma
(bacia do alto Tocantins) até o sudoeste de Minas característica genética muito marcante que é o fato de
Gerais rcgiSo da serra da Canastra. Este planalto con- terem sido geradas por processos erosivos circunde-
figura-se como verdadeiras serras residuais, como nudacionais com atuaçao acentuada nos contatos das
ocorre com as serras da Canastra (MG), da Bocaina, bordas das bacias sedimentares com maciços antigos.
Dourada e Geral do Paraná em Goiás. Estas serras As atividades erosivas com alternâncias de ciclos se-
comportam-se como resíduos das antigas dobras, cos e ciclos tímidos esculpiram ao longo do Terciário
constituindo alinhamentos de cristas que ora repre- Superior e do Quaternário Inferior as depressões pe-
sentam bordas de anticlinais interiormente erodidos, riféricas, as marginais, c as monoclinais, que apare-
ora em abas de sinclinais alçadas. São sustentadas cem circundando as bordas das bacias e se interpon-
com frcqiiência por rochas metamórficas, sobretudo do entre estas e os maciços antigos do cristalino.
quartzitos, entretanto, também associam-se a elas in-
trusões de natureza granítica. São freqilentes as ocor- A atuaçao das atividades erosivas evidente-
rências de estcnsos topos planos com aspectos de mente não ocorreram somente ao longo das atuais
chapadas como ocorre em trechos da serra da Canas- depressões mas também sobre os planaltos, entretanto
tra, na chapada de Brasília, e dos Vendeiros, a nor- é nas primeiras, que as marcas paleocUmáticas são
deste do Distrito Federal. Estes topos planos asso- mais evidentes. É fato também marcante a estensivi-
ciam-se a superfícies de erosão que remontam ao pré- dade destas depressões avançando por estruturas
Cretáceo com reafeiçoamento no Tereiário-Quatemá- muito diferenciadas. Isto certamente deve-ie às alter-
rio. Esta unidade apresenta níveis altimétricos que nâncias das fases de pediplanaçfio dos períodos secos
oscilam entre 1.000 a 1.200 metros com alguns seg- com as de me teorização bio-tjufmica e erosão linear
mentos atingindo 1.400 metros ao norte do Distrito dos períodos dmidos. Em função da relação espacial
Federal. destas depressões com as estruturas das bacia* e dos
maciços antigos, Ab'Saber (1972) estabeleceu a se-
As Serras Residuais do Alto Paraguai também guinte classificação:
fazem parte de ostensa área pertencente ao chamado
Gcossinclíneo Paraguai-Araguai. Esta unidade tem • Depressões periféricas subsequentes
continuidade através de um segmento ao sul do Pan- • Depressões monoclinaia
tanal Matogrossense onde recebe a denominação de • Depressões marginais com cvcrsáo
serra da Bodoquena e outro segmento maior ao norte • Depressões marginais com eversáo e formação de
do Pantanal com a denominação de serra das Araras bacias dctrfticas modernas.
ou Província Serrana. São formas residuais de do-
bramentos em anticlinais e sinclinais, datados do Neste trabalho nãq houve preocupação em de-
pré-Cambriano, cujos processos erosivos do pré- nominar as depressões representadas seguindo rigi-
Crctáceo e do Cenozóico geraram formas de relevo damente a classificação genética de Ab'Sabcr (op
em feixes de cristas assimétricas e grosseiramente, pa- clt.). Procurou-se denominações já consagradas na
ralelas entre si, sustentadas por arenitos de alta re- literatura com alguma simplificação em decorrência
sistência. Ao contrario dos casos anteriores esta área da natureza deste trabalho: Entretanto houve preo-

9
35

cupação de identificar ao longo do texto os tipos tra- da bacia AmazÔnica, onde o contato se faz através de
tados pelo citado autor. patamares mal delineados que no conjunto lembram
uma frente de Cuesta descaracterizada pela erosão.
As depressões receberam aqui as seguintes de- Ao sul tem sua terminação no contato em nível com o
nominações: Planalto dos Parecia. A oeste avança em território da
Bolívia na fronteira do Estado de RondÔnia, en-
• Depressão Marginal Norte Amazônica quanto que para leste tem continuidade nas Depres-
• Depressão Marginal Sul Amazônica sões do Araguaia e Tocantins. O modelado é marca-
• Depressão do Araguaia do por formas de relevo de topos levemente convexi-
• Depressão Cuiabana zados, entretanto é característica marcante a intensa
• Depressões do Alto Paraguai-Guaporé presença de relevos residuais representados ora, por
• Depressão do Miranda intrusões graníticas, ora por coberturas sedimentares
• Depressão Sertaneja e do São Francisco antigas da Plataforma Sul Amazônica.
• Depressão do Tocantins
• Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do A Depressão do Araguaia é na realidade uma
Paraná estensão mais linear da Depressão Marginal Sul
• Depressão Periférica Sulriograndense Amazônica. Essa unidade acompanha o vale do Ara-
guaia, tendo na sua parte central a presença isolada
As Depressões Marginais Norte e Sul Amazôni- da Planície do Rio Araguaia, onde se insere a ilha do
ca enquadram-se na classificação de Ab'Saber (op. Bananal. É delimitada a oeste pelas bordas escarpa-
cit.) como sendo do tipo marginal com cversão. Isto das do Planalto dos Pareci s que localmente é conhe-
se deve ao fato de que ambas margeiam as bordas cida por serra do Roncador. A leste seu limite é feito
norte e sul da bacia omazômea e encontram-se total- por relevos mais elevados esculpidos em rochas-me-
mente esculpidas em litologias do cristalino da Plata- tamórfícas do geossinclfneo Paraguai-Araguaia é nos
forma Amazônica. A superfície destas depressões sedimentos da borda ocidental da bacia do Parnaíba
certamente passou por aplanamentos antigos anterio- representada aí pelos patamares da serra do Estrondo.
res a formação da bacia ainazõnica e posterior a for- No sul o limite é determinado pelas frentes da Cuesta
mação dosta sofreu exumação ao longo do Terciário- da borda setentrional da bacia do Paraná. O modela-
Quaternário, expondo novamente a referida superfí- do é marcado por formas de relevo quase plano com
cie- altimetrias que oacilaircdc 200 metros no norte a 350
metros na extremidade sul, A superfície dostá depres-
A Depressão Marginal Norte Amazônica, cujas são corta diversas formações rochosas, tais como as
altimetrias oscilam entre 200 e 300 metros, se inter- cristalinas da Plataforma Sul Amazônica e as metas-
põem entre as bordas da bacia Amazômca (sul), onde sedimentares do geossínclfneo Paraguai-Araguaia.
O contato se foz através de uma frente de Cuesta bera A Depressão Cuiabana, que se enquadra na
marcada e ao norte com os relevos residuais esculpi- classificação de Ab'Saber (op. cit.) como do tipo
dos no cristalino com intrusões e sedimentos de co- marginal de «versão encontra-se embutida entre as
berturas antigas, com contatos frequentemente escar- Serras Residuais do Alto Paraguai a oeste e norte e a
pados. Para Leste termina no litoral do Amapá, en- leste na escarpa de Cuesta da borda noroeste da bacia
quanto que para oeste avança para os territórios da do Paraná. Apresenta um modelado levemente con-
Colômbia e Venezuela nivelando-se com o. planalto vexizado esculpido nof metassedirnentos do Grupo
da Amazónia Ocidental. O modelado caracteriza-se Cuiabá também pertencente ao geossinclíneo Para-
por formas de topos levemente convexos ocorrendo guai-Araguaia. Esta unidade constitui-se em uma su-
alguns pequenos morros residuais geralmente asso- perfície em rampa que gradualmente se eleva dos 150
ciados a intrusões graníticas. metros no contato com o Pantanal aos 400 metros na
extremidade norte.
A Depressão Marginal Sul Amazônica, com gft-
nesc semelhante a anterior, é muito mais esteosa. As Depressões do Alto Paraguai-Guaporé estão
listn unidade tem limite setentrional na borda sul ligiitlas atravéa de um segmento levemente inclinado
36

posicionado entre as bacias do rio Jauru e do rio sempre associados as Utologias do cristalino quer se-
Guaporé. Grande parte destas unidades mostram-se jam elas metamórflcas ou intrusivas. Entretanto exis-
encobertas por sedimentos finos da mesma origem tem alguns relevos residuais de maior estensáo, es-
dos existentes no Pantanal de Mato Grosso e do culpidos em sedimentos do Cretáceo, como ocorre
Guaporé. A Depressão do Alto Paraguai abrange uma com as Chapadas do Araripe no interior de Pernam-
área maior delimitando-se pelas serras residuais no buco, Ceará e do Apodi nas proximidades do litoral
leste e pôl escarpas do Planalto dos Parecis a norte e do Rio Grande do Norte. Esta vasta depressão se in-
noroeste. Já, o trecho que compreende a Depressão terpõe entre o Planalto da Borboiema posicionado na
do Guaporé é bem estreita se interpondo de um lado extremidade oriental da região nordeste e as escarpas
com as escarpas dos Parecis e de outro com as Planí- de frente de Cuesta da Serra Grande ou Ibiapaba na
cies do Pantanal do Guaporé. As altitudes oscilam borda leste da bacia do Paraafba. O limite oeste es-
entre 150 a 200 metros em ambas. tende-se para sul ainda através de escarpas perten-
centes ora ã chapada das Mangabeiras, ora a chapada
A Depressão do Miranda ao sul do Pantanal da serra do Divisor ou serra Geral de Goiás. Inician-
Matogrossensc, é drenada pela bacia do rio homóni- do-se no norte e leste do litoral nordestino alonga-se
mo. Constitue-se em uma superfície baixa e muito para o interior acompanhando o médio vale do rio
aplanada cujas altímetrías estão entre 100 a ISO me- São Francisco. No trecho centro-sul interpõe-se entre
tros. Esta unidade é correspondente geneticamente à os feixes de cristas elevadas da serra do Espinhaço (a
Depressão Cuiabana ao norte, entretanto é de dimen- leste) e as escarpas esculpidas nos sedimentos da ser-
são muito menor. Está delimitada a oeste pelas cristas ra do Divisor (a oeste). As altitudes desta unidade
residuais da serra da Bodoquena e a leste pelas es- oscilam de 200 a 500 metros enquanto o modelado
carpas tipo frente de Cuestas da borda da bacia do caracteriza-se preferencialmente por formas aplana-
Paraná. Afunila-se para sul e termina com a junção das demonstrando fraca dissecação.
das cristas às escarpas, ao noite abre-se para o Pan-
tanal através da planície do rio Miranda. Tal unidade
está esculpida em Utologias do pré-Cambriano Supe- A Depressão Periférica da Borda Leste da Ba-
rior pertencentes ao Geossinclfneo Paraguai-Aia- cia do Paraná está esculpida quase que totalmente
guaía. nos sedimentos Páleo- mesozóicos da bacia. Apre-
senta características de modelado diversos em função
A Depressão do Tocantins1 de forma semelhante da influência tectónjca, variação Htológica e dos
à Depressão do Araguaia, acompanha o vale do rio graus de atuação dos processos morfodinflmicps dos
homónimo. Assume em grande parte de seu trecho mais variados ambientes paleoclimáticos. No trecho
norte a característica de depressão monoclinal por que compreende o território paulista esta unidade
encontrar-se seccionando a borda ocidental da Bacia apresenta altitudes que oscilam entre 600 a 750 me-
Sedimentar do Parnaíba. Na secção sul está esculpida tros, sendo que as altitudes maiores margeiam as es-
principalmente nas litologias do cristalino do Com- carpas da frente de Cuesta sustentadas principalmente
plexo Goiano. Pé norte para sul ganha lentamente pelos derrames basálticos. Na djreção do estado do
altitude atingindo em forno dos 400 metros na área de Paraná a unidade ganha altitude atingindo 900 metros
confluência dos rips Maranhão e Paraná, formadores e vão mudando as características morfológicas. En-
do Tocantins. De modo geral mostra um modelado quanto em Sfio Paulo passa-se de terrenos altos do
quase plano c portanto com fraco grau de dissecação. cristalino para a depressão mais baixa e esculpida em
sedimentos, nos Estados do Paraná e Santa Catarina
A Depressão Sertaneja e do São Francisco vai-se do cristalino aplanado para degraus mais ele-
compreende uma extensa área rebaixada e predomi- vados em sedimentos. Pftste modo, têm-se um trecho
nantemente aplanada, constituindo-se em uma super- do cristalino que pode-gê incluir na depressão. Diante
fície de erosão que secciona uma grande diversidade da maior dificuldade de denominação, a área do
de Utologias e arranjos estruturais. Esta superfície cristalino é conhecido nestes estados como Primeiro
apresenta inúmeros trechos com ocorrência de rele- Planalto, o degrau mantido pelos sedimentos Devo-
vos residuais denominados de inselbergues, quase nianos como segundo Planalto e o degrau sustentado
37

pelas rochas dos derrames como Terceiro Planalto. A onde observa-se maior permanência d'água de inun-
unidade tem terminação norte na serra da Canastra no dações com vegetação de gramfncas. A área mais
alto rio Grande, enquanto no sul estreitasse até desa- ampla desta planície ocorre na ilha do Marajó, mas
parecer quase no Litoral na fronteira dos estados do sua presença cWwircante ao longo de todo o rio
Rio Grande do Sul com Santa Catarina. Amazonas, bem como noi baixos curvos de Mui
ff afluentes.
A Depressão Periférica Sulhograndense guarda
algumas caracter/ucas genéticas e morfológicas à se- A Planície do Rio Araguaia ocorre sobretudo
melhança da unidade anteriormente descrita. Da no trecho de seu médio curso onde encontra-se a ilha
mesma forma que a anterior está esculpida principal- do Bananal. Esta unidade é extremamente plana
mente em sedimentos da borda da bacia sedimentar, constituída por sedimentos recentes e nivelados nos
encontrando-se entre relevo esculpido em maciço an- 200 metros de altitude com total recobrimento de ve-
tigo de um lado, e escarpas de borda de bacia de ou- getação de Cerrados abertos e campos limpos.
tro. FIsta unidade encontra-se entretanto em posição
altimétríca bem mais baixa, em torno dos 200 metros A Planície do Rio Guaporé que também se ca-
nos trechos mais nltos, sendo drenada pelas bacias racteriza por um pantanal, constitui-se em terreno
dos rios lacut' com drenagem subsequente e o ibicui plano, nivelado cm torno de 220 metros. Estende-se
com drenagem consequente. É delimitada a oeste e por território Boliviano e une-se ao Pantanal Mato-
noroeste por escarpas de frente de Cuestas em sua giossense drenado pelo rio Paraguai.
maior parte mantidas pelas rochas dos derrames.
A Planície e o Pantanal do Rio Paraguai ou
Matogrossense corresponde a uma significativa área
)
As UniiLiíies das Planícies de deposição de sedimentos aluviais recentes que
avança em direção à Bolívia e o Paraguai, com aíti-
Os relevos que se enquadram nas Planícies, ge- metrias que oscilam entre 100 a 150 metros. |
i
neticamente correspondem as áreas essencialmente
planas, geradas por deposição de sedimentos recentes As Planícies das Lagoas dos Patos e Mirim ge-
quer sejam de origem marinha, lacustre ou fluvial. radas pela dinâmica Ucposieional marinha e lacustre
S&o áreas portanto onde atualmente predominam os ocorrem em quase todo litoral do Rio Grande do Sul
processos agradacionais. Nesta categoria encontram- e avança em território do Uruguai. Já, as Planícies e
se as grandes unidades como aã Planícies dos Rios Tabuleiros Litorâneos representam pequenas planí-
Amazonas, Guaporé, Araguaia, Paraguai e u Planí- cies de foz de rios de menor porte como o Paraíba do
cies das Lagoas dos Patos e Mirim e inúmeras outras Sul, o Doce, nos estados do Rio de Janeiro e Espírito
pequenas planícies e tabuleiros ao longo do litoral Santo e Ribeira do Iguape em São Paulo, que têm
brasileiro bem como no interior do território. As pla- deposições significativas junto a foz. Entretanto em
nícies estão associadas aos depósitos recentes do direção ao litoral do nordeste as pequenas planícies
Quaternário, principalmente do Holoceno. se alternam com litoral pouco mais elevado mantido
pelas barreiros dos sedimentos Terciános.
A Planície do rio Amazonas, constitui-se em
uma unidade bem menor do que se pensava a alguns Esta síntese descritiva das unidades, apenas faz
anos atrás. Esta planície apresenta cordões mais ele- uma rápida referencia a cada uma delas. Deste modo
vados margeando o leito do rio, formando os diques deve ficar claro que não é possível em apenas um ar-
fluviais recobertos por florestas aluviais. Encontran- tigo esgotar ou pelo menos aprofundar Q assunto ao
do-se pouco mais afastado os pântanos que repre- nível desejado face a estensão do território e o grau
sentam es tensos trechos pouco mais baixos e planos de complexidade que o assunto apresenta. Assim,
38

aqueles que se interessarem por um conhecimento Many classifications nave been elaborated over the
mais completo das informações aqui arroladas deve- past century but, given to the same difficultica mentkmed
rão recorrer à bibliografia que serviram de apoio, e above, the results/syntbesis wcrc never cnlirely satisfactory.
Those works were always based on general geológica! re-
que se encontram listada no final deste capítulo. porta or on the inain morphological aspects. They aro gcnc-
raUy simple and the few more eomplex oncs to not show
Recebido para publicação em 26/01/88. dearly defínite ciíteríous, mixing frequently geology, mor-
phology, génesis and age In a chaotlc way.

ABSTRACT It is aim of tbe present proposal to give it a coherent


treatmcnt basing itself on tbe genética! conception of tbe
The classifica tio n of tbe Brazilian relief hás always morphosculptural unities commended by Mescheríkov
becn seen as an extremely complicate subject due to Brasil'» (1968).
large-scale tcrritory, the lack of baste researches. as well as
the complexity of ils structural and climatic componenu wi- UNITERMOS: Relevo brasileiro - unidades mor-
ch are resporuibte for its sculpture. foesculturais - classificação

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fj) PLANALTOS EM:
UNIDADES MORFO- ESCULTURAIS DO BRASIL
BACIAS SEDIMENTARES
l PLANALTO DA AMAZÓNIA ORIENTAL
3 PLANALTOS E CHAPADAS DA BACIA DO PARNAÍBA
4 PLANALTOS E CHAPADAS DA BACIA DO PARANÁ
INTRUSÕES E COBERTURAS RESIDUAIS DE PLATAFORMA
5 PLANALTO E CHAPADA DOS PARECIS
6 PLANALTOS RESIDUAIS NORTE AM AZO MICOS
7 PLANALTOS RESIDUAIS SUL AMAZÔNICOS

CINTURÕES OROGÊNICOS
8 PLANALTOS E SERRAS DO A T L Â N T I C O - LESTE-SUDESTE
9 PLANALTOS E SERRAS OE GOIÁS - MINAS
10 SERRAS RESIDUAIS DO ALTO PARAGUAI

NÚCLEOS CRISTALINOS ARQUEADOS


! l PLANALTO DA B O R B O H E M A
•) 2 PLANALTO SUL RtOGRANDCNSE

-> 13 DEPRESSÃO' MARGINAL "NORTE AMAZÕNICA


D 14 DEPRESSÃO MARGINAL SUL AMAZÕNICA
— 'j 15 DEPRESSÃO DO ARAGUAIA
16 DEPf»ESSÃ"Q CUIA B ANA
17 DEPRESSÃO DO ALTO PARAGUAI-GUAPORE
18 DEPRESSÃO DO MIRANDA
19 DEPRESSÃO SERTANEJA E DO SÃO FRANCISCO
20 DEPRESSÃO DO TOCANTINS
?| DEPRESSÃO PERIFÉRICA DA BORDA LESTE DA
BACIA DO PARANÁ'
22 DEPRESSÃO PERIFÉRICA SUL R10GRANQENSE

PLANÍCIES
— 23 PLANÍCIE DO RIO AMAZONAS
«E3E24 PLANÍCIE DO RIO ARAGUAIA
PLANÍCIE E PANTANAL 00 RK) OUAPORE
PLANICE E PANTANAL MATOGHOSSENSE
09HE327 PLANÍCIE DA LAGOA DOS PATOS E MIRIM
26 PLANÍCIES E TABULEIROS LITORÂNEOS

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