Você está na página 1de 11

Teste de avaliação 2 O mobilismo geológico e a Teoria da Tectónica de Placas

Vulcanismo

Nome ____________________________________ Turma _____ N.o ___ Data ___ /___ /____

Em cada item de escolha múltipla, selecione a opção correta.

GRUPO I

Paleontólogo descobre fóssil com mais de 300 milhões de anos


na Bacia Carbonífera do Douro
O paleontólogo e investigador do Instituto de Ciências da Terra da Universidade do Porto
descobriu, na Bacia Carbonífera do Douro (Fig. 1), em Gondomar, um fóssil de um novo grupo
de plantas em rochas com 300 milhões de anos. O novo fóssil batizado Iberisetum
wegeneri, em homenagem ao geólogo e meteorologista alemão Alfred Wegener, autor da
Teoria da Deriva Continental, representa um novo género e uma nova espécie de um grupo
extinto de plantas primitivas. O estudo foi publicado na revista Historical Biology com o
contributo de outros dois investigadores, Artur Sá, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro e Zbynĕk Šimůnek, do Instituto Czech Geological Survey. Uma das características
peculiares do Iberisetum wegeneri é possuir grandes bainhas foliares que funcionavam como
painéis solares, onde as folhas estavam orientadas para o sol, com a finalidade de maximizar
a captura de luz para a fotossíntese da planta primitiva. Esta morfologia funcional é o resultado
de uma adaptação evolutiva das plantas residentes às condições climáticas e ecológicas
restritas aos ambientes intramontanhosos da Bacia do Douro. A Bacia do Douro era parte
integrante da primitiva Ibéria que estava localizada em latitudes equatoriais (tropicais) no
Carbonífero superior, há cerca de 300 milhões de anos, e albergou uma grande diversidade de
flora. Um ambiente deposicional intramontanhoso como a Bacia do Douro favoreceu a
deposição e a preservação de muitos restos de flora (e alguns elementos faunísticos) no
registo fóssil na região. Esta região é uma das mais ricas em fósseis do Carbonífero da Bacia
do Douro, e já foram identificadas cerca de 12 novas espécies para a ciência. A fauna fóssil
identificada compreende também uma diversidade de bivalves fluviais (não marinhos).

Fig. 1 Bloco-diagrama interpretativo do sistema deposicional e dos respetivos subambientes


de sedimentação na Bacia Carbonífera do Douro.

Adaptado de www.natgeo.pt/ciencia/2021/02/paleontologo-descobre-fossil-com-mais-de-300-milhoes-de-anos-na-bacia-
carbonifera e Fernandes, I. Percursos Geológicos no Sulco Carbonífero Dúrico-Beirão (consultado em 20/02/2021)

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10 65


1. Identifique as rochas sedimentares detríticas que se encontram na Bacia Carbonífera do Douro.
____________________________________________________________________________________________

2. As rochas que contêm fósseis de Iberisetum wegeneri são da Era ______ e estes organismos
eram contemporâneos das ______.
(A) Mesozoica ... amonites
(B) Paleozoica ... trilobites
(C) Mesozoica ... trilobites
(D) Paleozoica ... amonites

3. Considere as afirmações seguintes relativas aos fósseis de Iberisetum wegeneri.


I. Apresentam evidências de adaptações a climas frios e montanhosos.
II. Permitem conhecer o paleoambiente terrestre.
III. Formam-se devido a um lento enterramento por sedimentos finos.
(A) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(D) I é verdadeira; II e III são falsas.

4. A Teoria da Deriva Continental de Wegener


(A) baseou-se em três tipos de dados que defendiam a existência de um supercontinente.
(B) foi apoiada pela Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos.
(C) explica o afastamento das placas litosféricas, a partir da zona do rifte.
(D) defende o imobilismo das placas litosféricas.

5. O carvão é uma rocha sedimentar ______ formada em ambientes ______.


(A) biogénica … continentais pantanosos
(B) biogénica … marinhos pouco profundos
(C) quimiogénica … continentais pantanosos
(D) quimiogénica … marinhos pouco profundos

6. Faça corresponder cada uma das afirmações da coluna A à respetiva designação, que consta na
coluna B.

Coluna A Coluna B
(a) Na Terra ocorrem transformações graduais e bruscas,
(1) Catastrofismo
responsáveis pela evolução da sua história. [ ____ ]
(2) Uniformitarismo
(b) Todas as mudanças na crosta terrestre ocorrem subitamente.
(3) Neocatastrofismo
[ ____ ]
(4) Atualismo geológico
(c) O estudo dos fósseis pode revelar a ocorrência de fenómenos
(5) Gradualismo
que se observam nos processos geológicos atuais. [ ____ ]

66 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10


7. Ordene as etapas identificadas pelas letras de A a D, de modo a traduzir a formação dos estratos
que contêm brechas na Bacia Carbonífera do Douro, segundo uma relação causa-efeito.
A. Diminuição progressiva do volume entre os sedimentos angulosos.
B. Transporte dos detritos até à Bacia Carbonífera do Douro.
C. Meteorização física e química das rochas.
D. Precipitação de substâncias químicas nos interstícios dos sedimentos
____________________________________________________________________________________________

8. Para determinar a idade absoluta de uma rocha, pode recorrer-se ao par de isótopos carbono-14
e nitrogénio-14 (14C /14N), que apresenta um tempo de semivida de 5730 anos. Os limites de
tempo cuja datação é possível utilizando o respetivo par de isótopos são entre os 100 e os 70 000
anos. Refira, justificando, se seria possível a utilização deste par de isótopos para datar rochas
que contêm fósseis de Iberisetum wegeneri.
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________

9. Explique que condições da Bacia Carbonífera do Douro permitiram a fossilização de Iberisetum


wegeneri.
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10 67


GRUPO II

Ridge-push e slab-pull – como se movem as placas litosféricas?


As placas litosféricas movem-se devido à fraqueza relativa da astenosfera e a fonte necessária
a este movimento é a dissipação de calor a partir do manto. De alguma forma, esta energia
tem de ser transferida para a litosfera e existem duas forças capazes de o conseguir: o atrito
e a gravidade. Relativamente à gravidade, os investigadores têm-se dedicado a estudar o
modelo ridge-push e slab-pull (Fig. 2). No ridge-push, o movimento das placas litosféricas é
causado pela maior elevação destas nas dorsais médio-oceânicas em relação à planície abissal.
A maior elevação é causada pela densidade relativamente baixa do material quente em
ascensão no manto. A gravidade faz com que a litosfera elevada empurre a litosfera que está
mais afastada. No slab-pull, o movimento das placas litosféricas é causado pelo peso das
placas frias e densas, afundando-se nas fossas oceânicas. Contudo, há evidências de que a
convecção que ocorre no manto complementa os processos de ridge-push e de slab-pull. A
ascensão de materiais nas cristas médio-oceânicas faz parte desta convecção. A maior parte
dos cientistas acredita que a astenosfera não é suficientemente forte para produzir o
movimento por fricção. Pensa-se que o arrastamento causado por blocos será a força mais
importante aplicada sobre as placas litosféricas. Modelos recentes mostram que a sucção nas
fossas também tem um papel importante. No entanto, é de notar que a placa Norte-
-Americana não sofre subducção em nenhuma zona e, ainda assim, move-se. O mesmo se
passa com as placas Africana, Euro-Asiática e da Antártida. As forças que realmente estão por
detrás do movimento das placas litosféricas, bem como a fonte de energia que as provocam,
continuam a ser tópicos de aceso debate e de investigações em curso.

Fig. 2 Movimento ridge-push (A). Movimento slab-pull (B).


Adaptado de https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/~ecfont/Geomag/Tectónica%20de%20placas.pdf
e Marshak, S. (2013). Essentials of Geology. 4.a edição (consultado em 23/03/2021)

68 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10


1. Segundo o documento, as placas litosféricas
(A) movimentam-se devido às forças junto à dorsal médio-oceânica e à fossa oceânica.
(B) subductam sem a intervenção das correntes de convecção.
(C) movimentam-se devido à transferência de calor da litosfera para a astenosfera.
(D) subductam apenas com a ação dos movimentos ridge-push e slab-pull.

2. As seguintes afirmações dizem respeito aos movimentos ridge-push e slab-pull.


I. Na dorsal médio-oceânica a densidade dos materiais é menor.
II. A densidade das placas litosféricas é menor nas fossas oceânicas.
III. A planície abissal tem um menor declive, comparativamente à dorsal médio-oceânica.
(A) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(C) I é verdadeira; II e III são falsas.
(D) III é verdadeira; I e II são falsas.

3. Nos limites convergentes, a placa litosférica


(A) oceânica subducta, uma vez que é menos densa do que a continental.
(B) continental colide com outra continental, formando cadeias orogénicas.
(C) oceânica colide com outra continental, formando um arco vulcânico insular.
(D) continental subducta, uma vez que é mais densa do que a oceânica.

4. As correntes de convecção são fluxos de materiais que ocorrem no ______ ou na ______. Nelas,
os materiais muito ______ e ______ densos sobem em direção à superfície.
(A) núcleo ... mesosfera ... quentes ... mais
(B) manto ... astenosfera ... frios ... menos
(C) manto ... astenosfera ... quentes ... menos
(D) núcleo ... mesosfera ... frios ... mais

5. A ascensão de magma ______ provoca a formação de nova ______, tornando-se ______ densa
à medida que se afasta da dorsal oceânica.
(A) na fossa oceânica ... astenosfera ... mais
(B) no rifte ... litosfera ... mais
(C) na fossa oceânica ... litosfera ... menos
(D) no rifte ... astenosfera ... menos

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10 69


6. A formação de uma cadeia orogénica resulta da colisão entre duas placas litosféricas, que
(A) por possuírem a mesma densidade, provocam o aumento da espessura crustal.
(B) convergem entre si, permitindo a manutenção da litosfera oceânica.
(C) mantêm entre si a espessura da crosta continental e formam nova litosfera.
(D) formam nova litosfera oceânica e aumentam a espessura crustal.

7. O movimento das placas litosféricas deve-se à


(A) viscosidade dos materiais na crosta
(B) rigidez dos materiais da astenosfera.
(C) rigidez dos materiais da geosfera.
(D) viscosidade dos materiais da astenosfera.

8. Na zona de rifte ascendem materiais


(A) com densidade superior às rochas encaixantes.
(B) que consolidam simetricamente em relação à dorsal oceânica.
(C) com densidade superior à câmara magmática.
(D) que consolidam de forma assimétrica em relação à dorsal oceânica.

9. Explique de que forma o modelo das correntes de convecção pode interligar-se com o modelo
em que ocorrem os movimentos ridge-push e slab-pull.
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________

70 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10


GRUPO III

Lusi – um vulcão de lama em contínua erupção há mais de 10 anos


O maior e mais destrutivo vulcão de lama do mundo nasceu perto da cidade de Sidoarjo, na
ilha de Java, Indonésia, consumindo várias aldeias e causando um grande impacto nas
comunidades próximas e nos campos que eram os meios de subsistência dos habitantes locais.
O vulcão de lama, conhecido por Lusi, formou-se no dia 29 de maio de 2006. No auge da sua
atividade emitiu, diariamente, cerca de 180 mil m3 de lama, que atingiu até 40 metros de
espessura em algumas aldeias. O pior episódio eruptivo provocou 13 mortos e destruiu as
casas de 60 mil pessoas.
As eventuais causas da ocorrência desta erupção estão em discussão. Uma das hipóteses
aponta para um sismo que ocorreu alguns dias antes da erupção, cujo epicentro se localizou
na região. Outra sugere que a erupção foi motivada por uma falha catastrófica do poço de
exploração de gás Banjar Panji 1 que estava a ser perfurado nas proximidades no momento.
Os vulcões de lama são extremamente comuns, existindo milhares de exemplos conhecidos
em todo o mundo. Podem apresentar muitas formas e tamanhos e exibem um
comportamento em parte semelhante ao dos vulcões propriamente ditos, passando por
longos períodos de inatividade com erupções violentas periódicas. Ao contrário dos seus
homólogos, cujos produtos vulcânicos se encontram a altas temperaturas, os vulcões de lama
emitem, geralmente, uma mistura fria de gás (metano), água e sólidos, que é empurrada para
a superfície pelo gás flutuante que ela contém. Normalmente, os vulcões de lama crescem
lentamente, isto é, camada sobre camada de lama. O Lusi é o vulcão de lama mais rápido que
se conhece. A lama emitida enterrou casas, fábricas, locais de culto e escolas.
Com base na informação disponibilizada pela empresa indonésia responsável pelo poço de
exploração de gás, os investigadores defendem que houve um influxo de água suficiente para
causar pressão nas rochas em torno do furo, fazendo com que estas fraturassem. A mistura
entre a água pressurizada e a lama subterrânea da Formação Kalibeng, que faz parte da
geologia de Java, surgiram rapidamente à superfície através de uma falha, formando o vulcão
de lama Lusi, apenas a 200 metros do local de perfuração.

Fig. 1 Contexto tectónico do vulcão Lusi e dois estratovulcões gémeos: Arjuno e Welirang.
Adaptado de www.ivar.azores.gov.pt/noticias/Paginas/20170727-vulcao-lama-lusi-indonesia.aspx e Wibowo. H. et al. (2018).
Sidoarjo hot mudflow (Lusi), Indonesia. IOP Conf. Ser.: Earth Environ. Sci. 212 012050 (consultado em 20/3/2021)

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10 71


1. O vulcão Lusi, ______ aos vulcões de atividade efusiva, cresceu ______.
(A) contrariamente … lentamente
(B) analogamente … lentamente
(C) contrariamente … rapidamente
(D) analogamente … rapidamente

2. Considere as afirmações seguintes, relativas à erupção do vulcão Lusi.


I. Os produtos resultantes da erupção estavam a elevadas temperaturas e no estado sólido.
II. A erupção foi provocada por um sismo, causado pela libertação de energia numa falha
tectónica.
III. A água, em profundidade, fraturou as rochas junto ao furo da exploração de metano.
(A) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(B) I é verdadeira; II e III são falsas.
(C) III é verdadeira; I e II são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

3. Ao contrário dos vulcões efusivos, os vulcões característicos das erupções explosivas emitem
(A) cinzas vulcânicas e escoadas lávicas basálticas.
(B) lapilli e escoadas lávicas andesíticas.
(C) piroclastos de fluxo e de queda.
(D) nuvens ardentes e mantos de lava básica.

4. A placa litosférica ______ subducta na direção ______.


(A) oceânica ... SO-NE
(B) continental ... SO-NE
(C) oceânica ... NE-SO
(D) continental ... NE-SO

5. As erupções no complexo vulcânico Arjuno e Welirang


(A) foram do tipo misto, com emissões de lavas básicas alternadas com piroclastos.
(B) resultaram da ascensão de magmas formados por aumento da temperatura e do
teor de água.
(C) foram do tipo efusivo, de acordo com o seu contexto tectónico.
(D) originaram cones com declives suaves e crateras de diâmetro considerável.

72 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10


6. Contrariamente ao complexo vulcânico Arjuno e Welirang, as ilhas do Hawai encontram-se num
contexto ______ e resultam da ascensão do magma a partir ______ provenientes do limite
manto-núcleo externo, originando erupções predominantemente ______.
(A) intraplaca ... pontos quentes ... explosivas
(B) interplaca ... plumas mantélicas ... explosivas
(C) intraplaca ... plumas mantélicas ... efusivas
(D) interplaca... pontos quentes ... efusivas

7. Considerando que a última erupção do complexo vulcânico Arjuno e Welirang foi em 1952, o
seu vulcanismo considera-se ______ e os seus cones vulcânicos apresentam ______ erosão.
(A) ativo ... intensa
(B) inativo ... pouca
(C) ativo ... pouca
(D) inativo ... intensa

8. Explique de que forma as características do vulcão Lusi determinam o risco elevado para a
população que habita nas suas proximidades.
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________

Item
Grupo
Cotação (em pontos)
I 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
5 7 7 7 7 7 7 12 12 71
II 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
7 7 7 7 7 7 7 7 12 68
III 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
7 7 7 7 7 7 7 12 61
TOTAL 200

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 10 73

Você também pode gostar