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Origem da soja no Mundo e Expansão da Soja no Brasil: A soja cultivada é

originária do leste da Ásia, mais precisamente do nordeste da China, região


conhecida como Manchúria. A soja chegou ao Ocidente no final do século X. No
Canadá, a soja foi inicialmente cultivada em pequena escala como planta forrageira.
D'Ultra, em 1882, fez o primeiro relato sobre a soja no Brasil, então cultivada na
Bahia. A produção de soja em escala comercial começou no Rio Grande do Sul por
volta de 1935. O primeiro país a importar a soja brasileira foi a Alemanha, em 1938.
Em 1950, a leguminosa expandiu-se para o Sudeste, Norte e Nordeste.

Cultivares da Soja: Sistema Intacta: Soja transgênica resistente ao herbicida


Glifosato, sendo produzida com tecnologias que permitem o controle das principais
lagartas que atacam a soja. O cultivo da soja intacta está associado a alta
produtividade e a redução do uso de defensivo agrícolas, reduzindo os custos de
produção. Existem diferentes tipos de cultivares de soja sendo que a escolha deve-se
basear a temperatura da região de cultivo. Soja RR: As cultivares de soja RR são
produzidas com a tecnologia Roundup Ready onde torna a planta tolerante a aplicação
de herbicidas, o cultivo de soja RR é associado ao aumento da produtividade da
lavoura, a economia de recursos, a otimização da colheita, a escolha da variedade
adequada para a sua região. Soja Convencional: A soja convencional é aquela que
passa por um processo de melhoramento genético natural, apesar disso, ela pode
apresentar alta produtividade e resistência a pragas. Esse tipo de semente tem
recuperado espaço no mercado.

Estádios fenológicos da soja: Período vegetativo (V): VE: Período de emergência


da plântula, onde os cotilédones ficam acima do solo. VC: Cotiledonar, onde os
cotilédones se encontram totalmente desenvolvidos. V1: Completo desenvolvimento
das folhas unifolioladas e a primeira folha trifoliolada. V2: Pode ser definido como o
segundo nó ou a segunda folha trifoliolada. V3: A planta apresenta 3 nós e a terceira
folha trifoliolada. Estádios reprodutivos: R1: Início do florescimento. R3: Início do
desenvolvimento das vagens.R6: Grão verde ou vagem cheia. R7: Início da maturação
fisiológica dos grãos. R8: Maturidade completa.

Temperatura: A soja se adapta melhor às regiões onde as temperaturas oscilam entre


20ºC e 30ºC sendo que a temperatura ideal para seu desenvolvimento está em torno
de 30°C. A semeadura da soja não deve ser realizada quando a temperatura do solo
estiver abaixo de 20°C. A faixa de temperatura do solo adequada para a semeadura
varia entre 20 °C e 30 °C. 25°C é a temperatura ideal para uma emergência rápida e
uniforme. Temperaturas acima de 40°C têm um efeito adverso na taxa de
crescimento.

Exigência Climática: Dos fatores de produção agrícola, o clima é o mais difícil de


controlar e o de maior impacto na obtenção da máxima produtividade. Estresses
abióticos, como seca, chuvas excessivas, temperaturas muito altas ou baixas, pouca
luz, etc., podem reduzir significativamente o rendimento das culturas. Certas
adversidades climáticas podem, em alguns casos, ser total ou parcialmente
amenizadas. Não é possível cultivar economicamente plantas que não sejam
adaptadas ao clima.

Sistema Plantio Direto: No Brasil, o SPD surgiu no início da década de 1970 a partir
de experiências pioneiras de produtores paranaenses. Foi somente a partir do final
da década de 1980 que sua adoção cresceu exponencialmente. É importante
ressaltar que o SPD é um sistema complexo que se baseia em várias premissas,
entre elas a semeadura direta.
Manejo do solo: O manejo do solo consiste em um conjunto de operações e práticas
realizadas com o objetivo de proporcionar ao solo condições favoráveis para a
semeadura, estabelecimento, desenvolvimento e produção das plantas cultivadas. O
manejo do solo é a primeira e talvez a mais importante operação a ser realizada. O
objetivo do manejo do solo é fornecer condições favoráveis por um período de tempo
ilimitado.

Plantio: O plantio de uma lavoura deve ser muito bem planejado, pois determina o
início de um processo que leva cerca de 130 dias. A densidade de plantio varia
basicamente com a cultivar e com a disponibilidade de água e nutrientes. A
distribuição cuidadosa das sementes nas fileiras, a profundidade de plantio e o
espaçamento entre fileiras são fatores determinantes para se obter a máxima
qualidade de plantio.

Profundidade: As plantas precisam de espaço, no qual suas raízes possam penetrar


livremente em busca de água e elementos necessários para o desenvolvimento da
planta. O sistema radicular de uma planta consiste em um eixo principal e um grande
número de raízes secundárias concentradas. As plantas precisam de espaço para
crescer e se desenvolver.

Época de semeadura: A definição da melhor época de semeadura da soja dentro do


período indicado deve ser fundamentada nas características de clima e solo da região.
Região norte e Nordeste: outubro a novembro; Região centro-oeste: setembro a
outubro; Região Sul e Sudeste: outubro.

Principais pragas da soja: Lagarta da soja: a lagarta da soja na fase larval passa
por 06 ciclos de desenvolvimento, a pequena lagarta geralmente é de cor verde, em
altas populações se essa lagarta não for controlada ela pode causar altas desfolhas, e
assim ocasionando as perdas na produtividade da lavoura. Lagarta das vagens: a
lagarta das vagens na fase laval transcorre em duas semanas durante o verão e em
quatro semanas durante o inverno, as lagartas totalmente desenvolvidas elas têm de
35 a 40 mm de comprimento, pode atacar as vagens e cortar a plantas no nível do
solo. Lagarta elasmo: a lagarta elasmo preferem os solos arenosos e causam
maiores problemas na estiagem, elas podem medir até 16mm, tem colocaração
esverdeada a azulada, a larva penetra na planta logo abaixo do nível do solo, cavando
uma galeria ascendente no caule. Percevejo castanho: as ninfas são brancas,
quando adultos tem coloração castanha, os adultos saem do solo em bandos durante
a estação chuvosa, adultos e ninfas sugam as raízes da soja, desde a fase de plântula
até a colheita. Tamanduá da soja: as larvas têm cor branco-amarela e a cabeça
marrom escura, quando adulta são carunchos de 8mm de comprimento, tem coloração
geral preta com listras amarelas, os danos são causados pelos adultos que raspam e
desafiam os tecidos do caule e ramos. Coro: o coro na fase larval dura cerca de 8,5
meses, as larvas do coro ocorrem no solo e são brancas, os adultos se agregam na
folhagem da cultura para o acasalamento, as larvas consomem principalmente as
raízes secundarias causando redução no crescimento das plantas. Arcaro verde: é
uma espécie mais frequente no Brasil porem é uma das menos agressivas em relação
aos outros arcaros, são 03 estagios de ninfas todas verde claro, os ovos são
depositados ao longo de toda a folha, seu ataque prejudica a atividade fotossintética
da folha. Arcaros rajados: é a segunda espécie mais frequente no Brasil, costuma ser
mais agressivo que o arcaro verde, mas ele é muito sensível a chuva, seu ataque
também prejudica a atividade fotossintética da folha.

Principais doenças da soja: Atracnose: a antracnose é uma doença que afeta a


fase inicial da formação das vagens, tem uma ocorrência maior na região dos
Cerrados, em anos chuvosos pode causar a perda total da produção, mas ocorre mais
de ter a redução no número de vagens. Podridão: a podridão radicular os sintomas
podem ser encontrados em qualquer estádio de desenvolvimento da cultura, as
sementes infectadas podem apodrecer ou germinar lentamente, solos com semeadura
direta também aumento a intensidade da podridão. Ferrugem: a ferrugem asiática os
primeiros sintomas são caracterizados por pontinhos sendo mais escuro que os
tecidos das folhas, o controle químico com fungicidas formulados tem se mostrado
bastante eficiente. Mancha olho de rã: a mancha olho de rã é o fungo e ele pode
infectar toda a parte aérea da planta, mas sendo mais comuns nas folhas, a lesão se
inicia com uma mancha circular verde-clara e evolui para manchas arredondadas.

Principais plantas daninhas da soja: Erva-de-são-joão: a erva de são joão é nativa


da América tropical, é uma espécie que pode florescer com dois pares de folhas
verdadeiras, sua propagação é exclusivamente por sementes, uma única planta pode
produzir cerca de 40 mil sementes. Capim-colonião: o capim colonião se propaga por
sementes e rizomas, é uma planta cultivada como forragem e foi introduzido como
pastos na época da escravidão. Joá-de-capote: o joa de capote é uma planta
originaria da América do Sul, o seu caule nas plantas grandes é bastante grosso na
parte inferior, é uma planta que pode produzir até 1.000 sementes.

Dessecação pré colheita e colheita da soja: Dessecação pré colheita: A


dessecação pré-colheita da soja é uma prática que só deve ser utilizada com o
objetivo de controlar ervas daninhas ou padronizar plantas com problemas de retenção
de caules e folhas verdes. Caso esta prática seja necessária, deve-se observar o
tempo adequado para realizá-la. Aplicações realizadas antes que a cultura atinja o
estádio reprodutivo R7 causam perdas de produtividade. Colheita: A colheita é uma
etapa importante no processo de produção da soja. Esta etapa deve ser iniciada assim
que a soja atingir o ponto de colheita (R8). É importante evitar perdas quantitativas e
qualitativas do produto. Isto porque estão sujeitas a riscos as culturas destinadas ao
consumo ou à produção de sementes.

Atividades desenvolvidas no estágio: O estágio foi realizado na Fazenda Santo


André, localizada no município de Bonfinópolis de Minas-MG. As atividades
desenvolvidas no estágio me permitiram vivenciar em campo, de todo o processo
agronômico necessário para o cultivo de grãos nas lavouras, desde o plantio até a
colheita. O tratamento destas sementes foi feito com os produtos dos fornecedores,
nomeadamente: inoculantes, nematicidas, biofungicidas e enraizadores. Esse
tratamento só era realizado quando as sementes não tinham tratamento próprio da
indústria. A semeadura da soja foi feita no sistema plantio direto, sendo realizada entre
o final de outubro e os primeiros 15 dias de novembro. O primeiro monitoramento foi
feito na fazenda junto com o agrônomo Rodrigo, para avaliar o desenvolvimento e o
estádio fenológico da lavoura. Inúmeras pragas, doenças e ervas daninhas são
capazes de aparecer nas lavouras ao longo de seu ciclo de desenvolvimento, podendo
afetar as estruturas da cultura e reduzir sua produtividade.

Pragas: Lagarta falsa-medideira: A lagarta falsa medideira são de cor verde claro
com listras brancas e pontos pretos, é uma praga de difícil controle, as lagartas
consomem o parênquima foliar deixando somente as nervuras da folha. Lagarta
enroladeira: A lagarta enroladeira a larva tem coloração marrom, a lagarta é de
coloração verde escura, as lagartas possuem o habito de enrolar ou de unir os folíolos
da soja. Percevejo marrom: Os percevejos marrons as ninfas têm o corpo alaranjado
e a cabeça preta, quando adultos apresentam a cor marrom escura, eles se alimentam
de vagens e grãos da soja causando perdas de rendimento e afetando a qualidade
das sementes. Percevejo verde: Os percevejos verdes as ninfas apresentam
coloração verde ou preta com diferentes manchas brancas e pequenos pontos pretos,
quando adultos tem a coloração totalmente verdes, causam danos semelhantes aos
provocados pelos outros percevejos. Vaquinha-verde ou patriota: A vaquinha verde
a larva é de cor amarelo pálido, quando adultos apresentam coloração verde, os
adultos se alimentam de folhas e brotos e tem preferência pelas folhas mais tenras.
Metaleiro: Os metaleiros são insetos alongados, tem coloração verde metálico
brilhante, provocam desfolhas de formas irregular.

Doenças: Oídio: O oídio é um parasita obrigatório que tem seu desenvolvimento em


toda a parte aérea da planta, a infecção pode ocorrer em qualquer fase do
desenvolvimento da planta sendo mais comum no início da floração, o método de
controle mais eficiente é o uso de cultivares resistentes. Nematoides de galhas: Os
nematoides em galhas apresentam manchas cloróticas ou necroses entre as
nervuras. O diagnóstico requer análise de solo e/ou amostras de raízes. Os métodos
de controle mais eficientes são a rotação de culturas e o uso de cultivares
resistentes. Mofo branco: O mofo branco O fungo é capaz de infectar qualquer parte
da planta. Alta umidade e temperaturas entre 10 °C e 21 °C favorecem o
desenvolvimento da doença. As aplicações de fungicidas podem ser realizadas no
início da floração e durante a floração. É difícil erradicar uma vez introduzido na
área.

Plantas Daninhas: Trapoeraba: a dispersão é feita por pedaços de galhos quando


espalhados, cresce bem em solos leves, férteis e úmidos, possuem uma cor muito
variada, mas com predominância de tons azuis. Buva: são espécies anuais,
herbáceas e eretas, com caules densamente frondosos. Os frutos são aquênios que
possuem uma estrutura denominada papilo piloso, que facilita sua dispersão pelo
vento. Capim-amargoso: Planta perene, herbácea, tufada, ereta, rizomatosa, com
caules estriados, 50-100 cm de altura. Nativa das regiões tropicais e subtropicais do
continente americano. As plantas desenvolvidas são evitadas pelo gado porque são
amargas.

A aplicação de fertilizantes via foliar durante os estágios vegetativo e reprodutivo inicial


das plantas pode facilmente suprir suas necessidades nutricionais. No diagnóstico
foliar, é importante determinar o nível crítico de cada elemento, que é definido como a
concentração do nutriente no tecido vegetal. Ao analisar os teores de nutrientes nas
folhas diagnósticas, deve-se compará-los com os teores obtidos em um banco de
dados. A dessecação foi antecipada em 7 a 10 dias, variando de acordo com a
quantidade de folhas verdes presentes nas plantas. Depois de aplicar o dessecante
onde a lavoura já estava no estádio R7, as próximas visitas do agrônomo Rodrigo
foram para identificar o teor de umidade do grão. O valor ideal de umidade para início
da colheita era de 14%, porém, outros fatores eram levados em conta, como a
quantidade de máquinas colhedoras disponíveis, área a ser colhida, estado físico dos
grãos, depois dessa analise era feito a colheita da cultura.

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