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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências Agrárias


Curso: Engenharia Agro-pecuária

CADEIRA: Culturas arvenses

TEMA: Resumo das culturas

Discente: Docente:

183052071048 Quisito Raiva

Ulónguè, Maio de 2020


1-CULTURA DE TRIGO

Botânica/Descrição/Variedade

O trigo plantado no Brasil tem nome científico Triticum aestivum, L. Monocotiledonae,


Gramínae.

Planta pode atingir 0,5 a 1,5m. de altura, tem raízes em forma de cabeleira, caule oco e reto
(colmo), 6 a 9 folhas estreitas e compridas, flores em grupo de 3 a 5 formam espiguetas que se
agrupam em número de 15 a 20, formando espigas.

O fruto, uma cariopse, é seco, pequeno, chamado grão, conclue desenvolvimento 30 dias após
fecundação da flor.

Variedades para cultivo encontram se: BR-26 - São Gotardo (sequeiro e irrigado), BR-33 - Guará
(irrigado), BH-1146 (sequeiro), EMBRAPA-21 (sequeiro) Anahuac (irrigado).

Importância/Usos do Trigo

 O trigo fornece cerca de 20% das calorias provinientes de alimentos consumidos pelo
homem, possui uma proteína - glútem - não encontrada em outros grãos, o que faz do
trigo componente indispensável para muitos alimentos.
 O trigo é útil ao homem através de seus derivados imediatos farinhas (branca e integral) e
triguilho. Com as farinhas prepara-se diversos tipos de pão, macarrão, talharim, capeletes
e ravioles, carne de trigo (glúten), café de trigo, canjicas, bolos, esfilhas, massas (para
tortas, empadas, pastéis), panquecas, pizzas e outras. Com o triguilho prepara-se quibes,
torta de quibe, tabule, outros.
 Farelo de trigo (subproduto da obtenção da farinha branca) ou trigo integral adcionado
diariamente a mingaus, sopas, outros (1 a 5 colheres de sopa) propocionam bom
funcionamento do aparelho digestivo do homem prevenindo doenças do colon e reto,
apendicites, problemas cardíacos, entre outros.
 O farelo de trigo é usado em arraçoamento de bovinos, suínos e aves; a palha do trigo
pode ser devolvida ao solo (matéria orgânica), ou ser usada como cama para instalação de
animais.

Data de Sementeira: Abril – Maio

Planalto de Angónia: Março – Abril

Planalto de Lichinga: Fevereiro - Março

Rendimento: 1,5 – 3 ton/há

Preparação da Terra
a) Uma boa lavoura e duas gradagens podem ser suficientes para se ter uma boa cama para a
semente.

b) No caso de aplicar estrume este deve ser espalhado na primeira lavoura.

c) Se a sementeira for manual e em linhas é preciso abrir os sulcos à distância do compasso a


usar. Estes sulcos são úteis no caso de rega por gravidade.

Sementeira

O espaçamento entre fileiras deve ser de 20cm., profundidade do plantio de 5cm. (3cm. a 8cm.).
A densidade de semeadura deve proporcionar a existência de 60 plantas por metro linear e 300
plantas por metro quadrado (levando-se em conta a % de germinação da semente).

Irrigação

Água disponível, posição da fonte em relação ao campo cultivo a irrigar e tipo de solo indicam o
método de irrigação a utilizar.

A exigência em água pelo cultivo do trigo ao longo do ciclo depende do seu potencial de
produção. Em média produz-se 8 kg de grãos, por milímetro de lâmina de água aplicado.

Uma produtividade de 4.800 Kg/ha de grãos requererá ao longo do ciclo, uma lâmina de 600mm
de água.

Os métodos de irrigação sugeridos para pequenas e médias áreas de cultivo são:

 Irrigação por aspersão


 Irrigação por superfície

A Irrigação da cultura de trigo deve ser iniciada logo após o plantio e estende0se até o 102º dia
pós plantio num total de 24 aplicações de água ao longo do ciclo.

Pragas

Broca-do-colo ou lagarta-elasmo - Elasmopalpus lignosellus (Zeller, 1848) Lepidoptera,


Phycitidae.

Ocorre muito em trigo sequeiro; a praga pode atacar desde a emergência até perfilhamento. A
lagarta prefura as hastes do trigo.

Doenças

Helmintosporiose (mancha-foliar do trigo)

Tem como agente o fungo Bipolaris sorokiniana (Sacc.in Sorok) Schoem (forma assexuada) e
Cochliobolus sativus (Ito e Kurib) Drechs.ex.Dast (forma sexuada).
Colheita

Após 110 a 120 dias do plantio a colheita pode ocorrer. Quando toda a planta tiver coloração
amarelada típica de palhas, a espiga começar a dobrar-se e os grãos tormam-se duros e
resistentes à unha, o trigo deve ser colhido. A colheita manual deve ser feita em faixas pequenas
cortando-se a planta na sua base - com cutelo ou faca; feixes são reunidos em feixes maiores e
levados para debulha.

2-CULTURA DE GERGELIM

O Gergelim (Sesamum indicum L.), é uma planta produtora de óleo de excelente qualidade,
sendo uma das oleaginosas mais antigas e em utilização pela humanidade, com registros
superiores a 4.300 anos antes da era cristã.

Pertence à família Pedaliaceae,

CLIMA E SOLOS

O Gergelim é uma planta de grande adaptabilidade quanto ao clima, sendo que as maiores
produtividades são obtidas em condições tropicais e até mesmo subtropicais, necessitando boa
humidade e temperaturas em torno de 250C a 270C para o crescimento máximo, e em média,
necessita de pelo menos 2.7000C/dias de unidades de calor, não suportando frio, sendo que
abaixo de 100C, o metabolismo é paralisado.

Para produzir bem, em termos de sequeiro, necessita de pelo menos 400mm de chuvas
(4.000m3/ha), dos quais de 160 a 180mm no primeiro mês do ciclo.

Tem preferência por solos de textura média (sílico-argilosos) e com boa fertilidade natural e
profundidade de pelo menos 50cm.

ÉPOCA DE PLANTIO

Na actualidade recomenda-se o plantio no início da estação chuvosa, quando a precipitação


pluvial permite a humidade no solo necessária para seu preparo e a germinação das plântulas.

MÉTODOS E PROFUNDIDADE DE PLANTIO

Em função do pequeno tamanho das sementes do Gergelim, a semeadura deve ser rasa, no
máximo 3,0cm de profundidade como já foi comentado anteriormente e o plantio pode ser
manual ou mecânico, via máquinas simples.

ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTIO

No plantio de sequeiro, quanto irrigado, recomenda-se a utilização de população variando de


50.000 a 200.000 plantas/ha, espaçamento variando de 0,5m a 1,0m com cinco a dez plantas por
metro de fileira, sendo as maiores populações para cultivares precoces e não ramificadas, e os
menores, de 0,7m a 1,0m entre as fileiras para as cultivares de hábitos de crescimento
ramificado.

PRINCIPAIS DOENÇAS E PRAGAS

O Gergelim, dependendo da cultivar, das condições do cultivo, bem como do manejo cultural
fornecido, pode ser acometido por diversos agentes (bactérias, fungos, vírus, etc.), que causam
doenças, destacando-se a mancha angular que afecta em geral as folhas, produzindo lesões
angulares, cujo controle deve ser feito com o uso de cultivares resistentes ou tolerantes, como as
CNPA G3 e CNPA G4.

COLHEITA

a) Dependendo do ciclo da cultura e a altitude a maturação é atingida aos 105 – 140 dias depois
da germinação.

b) A rega deve parar um mês antes do início da colheita. Faz-se a colheita quando a humidade do
grão baixa até 15%.

ARMAZENAMENTO

Após a colheita e com as sementes separadas e secas, com o mínimo de impurezas possível,
deve-se fazer o ensacamento e o armazenamento em local seco e ventilado com estrato de
madeira para iniciar a comercialização.

3- A CULRURA DE GIRASSOL (HELIANTHUS ANNUUS.)

O girassol pertence a família Compositae é uma planta dicotiledônia de uso intensivo na área
agrícola, alguns relatos dizem que o centro de sua origem é no Peru, porem através de pesquisas
intensivas arqueólogos revelam que a 3000 anos A.C, índios norte americanos mais
precisamente situados nos estados de Arizona e Novo México já faziam o uso do seu cultivo para
fins alimentícios (SELMECZI-KOVACS, 1975). É uma cultura que se adapta bem a diferentes
condições edafoclimáticas do globo terrestre com isso ela é cultivada em todos os continentes,
hoje em termos de área plantada da cultura se atinge aproximadamente 20 milhões de hectares no
mundo.

O girassol (Helianthus annus L.) possui características especiais, seu grande potencial rentável
faz com que ainda mais produtores olhe para a sua produção e forma de cultivo e opte por
cultivar essa cultura tão versátil, seus principais produtos são o óleo produzido de suas sementes
e ração animal, além de ser amplamente utilizado na alimentação humana na forma de farinhas,
concentrados e isolados proteicos (CARRÃOPANAZZI; MANDARINO, 2005).

SOLOS E ADUBAÇÃO
Para a cultura do girassol são indicados os solos de textura média, profundos, com boa
drenagem, razoável fertilidade e pH variável de ácido a neutro (superior a 5,2). O girassol
proporciona ainda melhorias na estrutura e fertilidade dos solos uma vez que possui sistema
radicular profundo.

Adubação e calagem no girassol deve ser realizada junto a analise do solo do local, no caso de
solos que apresentem pH ácido, abaixo de 5,2, deve-se fazer calagem pelo menos três meses
antes do plantio, os solos que apresentam baixa, média e alta fertilidade têm demandado
aplicações de 40 a 60 kg/ha de nitrogênio, 20 a 80 kg/ha de P2 O5 e 20 a 80 kg/ ha de K2 O.

O nitrogênio deve ser parcelado, colocando-se 30% em fundação e o restante até 30 dias após a
emergência das plantas, principalmente em solos com textura arenosa. O girassol é sensível a
níveis baixos de boro no solo. Em solos pobres em boro, recomenda-se a aplicação de 1,0 a 2,0
kg/ha do elemento mediante a adubação de base ou de cobertura.

EPOCA DE PLANTIO

Em relação a época de plantio deve se verificar a época mais adequada para a região e condições
de humidade do solo. Precipitações pluviométricas entre 500 a 700 mm bem distribuídos ao
longo do ciclo resultam em rendimentos superiores a 1.400 kg/ha, apesar de constatações da alta
tolerância dessa cultura ao estresse hídrico.

PRAGAS E DOENÇAS

As principais pragas e doenças registradas na literatura que podem causar danos ao girassol nas
condições edáfoclimáticas são as seguintes: Vaquinha (Diabrotica speciosa), lagarta preta
(Chlosyne lacinia), percevejos (Nezara viridula, Piezodorus guildinii e Euschistus heros),
besouro do capítulo (Cyclocephala melanocephala), formigas, principalmente as saúvas (Atta
spp.), e a lagarta rosca (Agrostis ipsilon).

As doenças populares que afectam a cultura são: A mancha de Alternária (Alternaria helianthi), é
caracterizada por lesões necróticas localizadas nas folhas baixeiras. A podridão da raiz e do colo
das plantas é causada pelo fungo Sclerotium rolfsii. Este fungo, em geral, é beneficiado também
pelo excesso de humidade e altas temperaturas no ambiente (LOOSE et al., 2012).

COLHEITA

A colheita do girassol pode ser mecanizada ou semi-mecanizada. Ela é realizada 90 a 100 dias
após a emergência das plantas, quando o capítulo está com coloração castanha. A colheita
mecanizada pode ser feita com uma adaptação na plataforma de colheita do milho. A colheita
semi-mecanizada é semelhante à de feijão. A limpeza dos grãos é indispensável para a obtenção
de boa qualidade do óleo e da torta. O teor de humidade dos grãos para o armazenamento é de
11%, podendo o girassol ser colhido com 14 a 16% de humidade para posterior redução da
humidade a 11% (SCHWERZ et al., 2015).
4-CULTURA DE GIRASSOL

 Nome Científico: Helianthus annuus (do grego Helios =

sol, Anthos = flor e annuus = anual);

 Nome Popular: Girassol, mirassol;


 Gênero: Helianthus;
 Família: Asteraceae;
 49 espécies: 12 anuais e 37 perenes;

Data de sementeira: Norte e Centro: Fevereiro – Março

Sul: Janeiro - Fevereiro

Rendimento: 0,8-1,2 ton/ha

O girassol é uma cultura com certa tolerância à seca e pode ser produzido nas zonas com
chuvas escassas. Embora seja tolerante à seca, existe um período crítico que pode ocorrer antes e
durante a floração (normalmente inicia aos 70 dias depois da sementeira até aos últimos 30-40
dias).

Necessita de 500 – 600mm/ano de precipitação. É sensível aos excessos de humidade.

Em termos de necessidades climáticas, o girassol requer um clima quente mas também, aguenta
com o frio.

Em relação ao solo, o girassol precisa de solos bem profundos, frescos e bem drenados, ricos de
matéria orgânica e cal.

O girassol é cultivado principalmente pelos seus grãos que contém 22-50% de óleo.

Preparação da terra

Faça a lavoura com um arado ou enxada o mais cedo possível depois da colheita.
Mantenha a terra livre de capim.
Antes de Outubro, construa os camalhões de 90 em 90 cm com uma enxada de arado. Os
camalhões devem ter 30 cm de altura, transversal ao declive e paralelos ao contorno do
terreno.
O topo da camalhão deve-se deixar aberto se tiver estrume ou composto. O estrume ou
composto deve ser espalhado ao longo do rego sobre o camalhão e coberto com a terra.
Nas zonas secas, ligue os camalhões entre si, construindo pequenas paredes, distanciadas
por 2 m, com altura não superior a altura dos camalhões.
Caso não use camalhões, distribua uniformemente o estrume sobre todas a superfície do
solo.
Sementeira e compasso

 A sementeira do girassol começa em Janeiro na zona Sul e Fevereiro no Centro e


Norte. Semear com humidade suficiente no solo é importante para uma germinação
uniforme;
 O compasso é de 80 x 40 cm;
 Use a profundidade de 5 cm e cubra a semente com terra;
 Use uma semente por covacho; a quantidade de semente necessária é de 8-10 kg/há.

Adubação

Para aumentar o rendimento pode-se aplicar fertilizantes, numa dosagem/ha de 20 kg de N e 40


kg de P2O5 como adubação de fundo e 30 kg de N em cobertura 20 dias depois da emergência.

Amanhos culturais (sacha)

O girassol é competitivo. Quando herbicida aplicado, por exemplo o Lasso, passa a não haver
problemas com o capim.

 Mantenha a terra isenta de ervas e sache-a sempre que necessário construindo os


camalhões ao mesmo tempo. O campo deve estar livre de capim até aos 45 dias da
sementeira
 Em caso de chuva excessiva e inundações, desfaça as barreiras para a água escorrer.

5-CULTURA DE CANA-DE-AÇÚCAR

A cana-de-açúcar é uma cultura semiperene, ou seja, se mantém em produção, de forma viável,


durante 5 a 7 anos, mas vai perdendo seu vigor e produtividade no decorrer do tempo.

Preparo do solo

A cana-de-açúcar é uma planta de boa rusticidade, desenvolvendo bem em praticamente todos os


tipos de solo, devendo ser evitados solos com profundidade (perfil) inferior a 30 cm, lençol
freático muito alto, excessivamente arenosos e declivosos. O preparo do solo deve ser bem
executado, uma vez que o canavial vai permanecer por um período mínimo de cinco anos,
passando nesse período por operações de tratos culturais como capinas, cultivos, colheita e
embarque. A profundidade de preparo não deve ser inferior a 30 cm, pois é onde se concentra a
maior quantidade de raízes. Quando o terreno for plantado pela primeira vez, devem-se fazer
operações de destoca e enleiramento dos restos culturais.

Épocas de plantio

Cana de ano: outubro a novembro

Cana de ano e meio: janeiro a Março


O plantio de ano e meio deve ser garantido com a utilização de irrigação, visto que, dependendo
da região, a baixa precipitação pluviométrica poderá comprometer a produção da cultura. Na
impossibilidade de se fazer irrigação, é importante escolher uma área de baixada úmida que seja
bem drenada para evitar possíveis inundações.

Adubação

A adubação pode ser feita com a utilização de adubos orgânicos ou minerais. Podem ser
utilizados os seguintes adubos orgânicos: tortas oleaginosas, esterco de animais, restos de
culturas, compostagem e vinhoto do alambique. É importante lembrar que os resíduos orgânicos
devem ser aplicados bem curtidos. As quantidades a serem aplicadas dependerão do adubo, cujas
concentrações dos elementos variam de acordo com cada fonte.

Quanto à adubação mineral, o nitrogênio deve ser aplicado quando a cultura mostrar sintomas de
deficiência na cana-planta e a partir da soca, quando a cultura tem mostrado respostas
significativas. A quantidade de nitrogênio a ser aplicada dependerá do teor de matéria orgânica
do solo. Quando o teor for baixo, devem ser aplicados 60 kg/ha na cana-planta e 80kg/ha na
soca, devendo-se optar pelo sulfato de amônio, que é menos concentrado e tem custo menor.

A adubação fosfatada deve ser feita por ocasião do plantio, em fundação, que será suficiente para
todas as colheitas. Quando os solos tiverem baixa disponibilidade desse nutriente, recomendam-
se 120 kg/ha de P2O5. Para a adubação potássica, recomenda-se a aplicação no plantio e nas
socas em quantidades que vão variar em função da análise de solo. Quando o teor de potássio for
baixo, aplicam-se 120kg de K20/ha.

Irrigação

A precipitação pluviométrica ideal para a cultura é de 1.400 a 1.600 mm/ano bem distribuída, o
que nem sempre ocorre. Quando o produtor utiliza as épocas mais apropriadas de plantio, os
riscos são menores, porém quando os plantios são retardados há necessidade de se contar com a
irrigação.

Podem ser utilizados os seguintes sistemas: sulcos de infiltração e aspersão. O sistema de sulcos
de infiltração é recomendado para áreas planas e solos com textura média e argilosa. É
recomendada declividade menor ou igual a 2%. Esse sistema é de baixa eficiência, em torno de
60%, em função da resistência das plantas dentro do sulco quando a água passa.

Colheita

A cana-de-açúcar deve ser colhida crua e utilizada no máximo em 24 horas para evitar
fermentações indesejáveis. O corte deve ser feito rente ao solo, a fim de evitar perdas de matéria-
prima, infestação de pragas e brotações aéreas que prejudicam o desenvolvimento da soca. A
parte superior da cana-deaçúcar deve ser mantida e levada para a picadeira a fim de facilitar o
cultivo da soca.
6-CULTURA DE TABACO

Tabaco, cientificamente denominado de Nicotiana tabacum L., pertence à família Solanaceae e é


originário da América do Sul (SOARES, et al. 2008). A folha seca da planta Nicotiana tabacum é
usada para fumar, mascar ou aspirar (FIGUEIREDO, 2008).

CARACTERÍSTICAS DA PLANTA

A planta do tabaco pode atingir dois metros de altura, e se encontra, coberta de pelos viscosos.
Os caules apresentam-se eretos, robustos, cilíndricos e ramosos. As folhas são alternas, sésseis,
ovais ou lanceoladasponteagudas, inteiras, pegajosas, com nervuras muito salientes na página
inferior e de cor verde mais carregado na página superior, de cheiro fraco e sabor levemente
picante, amargo e nauseoso. As flores são grandes, rosadas, munidas de brácteas dispostas numa
espécie de panícula na extremidade dos ramos, tendo cálice tubuloso, esverdeado. Finalmente, o
fruto forma uma cápsula ovóide, encerrando numerosíssimas sementes muito pequenas, rugosas,
irregularmente arredondadas (BOIEIRO, 2008).

SOLO E CLIMA

O tabaco é cultivado em uma grande amplitude de climas, entretanto, necessita de 90 a 120 dias
sem geadas, cobrindo desde a fase de transplantio ao final da colheita. “Para um ótimo
desenvolvimento, necessita temperatura média diária entre 20 e 30º C. A cultura é sensível ao
encharcamento e exige solos bem arejados e drenados.” (DOORENBOS; KASSAM, 1994 apud
SCHMIDT, 2008).

PLANTIO

O plantio de tabaco se divide em duas fases: produção de mudas e cultivo em lavoura (SOUZA
CRUZ, 2010).

Produção de mudas

Para produção de sementes o site da Vitory Seed Company (2011) recomenda ensacar as flores
antes de estas abrirem, a fim de manter a pureza da variedade.

A produção de mudas em canteiros se concentra nos meses de junho e julho. As sementes


germinam de 12 a15 dias após plantio (HEEMANN, 2009). Em média 60 dias após o plantio de
sementes, as mudas atingem o ponto ideal para serem transplantadas para a lavoura (SOUZA
CRUZ, 2010).

Para obtenção de mudas de boa qualidade o solo deve ser fértil, poroso, profundo com boa
drenagem. Os canteiros devem estar localizados próximos a fontes de água e livres de ventos
dominantes para não prejudicarem o crescimento das mudas. Recomenda-se evitar lugares
sombrios e húmidos.

Lavoura

Depois de dois meses nos viveiros, as mudas estão prontas para serem transplantadas para o
campo, onde serão cultivadas por mais dois ou três meses. O transplante das mudas é realizado
entre Julho e Agosto.

Preparo do solo

Com tractores ou equipamentos movidos a tracção animal, o fumicultor lavra, gradea, aduba e
prepara os sulcos (camaleões ou vergas) no terreno para o plantio das mudas de tabaco.

O plantio directo tem a vantagem de proteger o solo, pois mantém uma camada de palha sobre o
mesmo, favorecendo a produção de fumo fisicamente mais limpo e, ao longo do tempo, reduz a
utilização de fertilizantes.

Transplante

Alguns dias antes do transplante das mudas para a lavoura definitiva, com objetivo de deixar as
mudas imunes aos insetos, pragas e, sobretudo à broca do fumo.

Para assegurar uma boa pega deve-se plantar em dias nublados e sem ventos, Devem-se evitar
temperaturas muito baixas, geadas podem provocar a morte das mudas e as temperaturas muito
baixas podem induzir o florescimento precoce.

Adubação

A adubação visa aplicar todos os nutrientes que a planta necessita para obter a máxima
produtividade e qualidade. Para a cultura do tabaco, não se almeja somente a produtividade, mas
a qualidade das folhas é fundamental.
A adubação depende de vários factores e não existe uma regra geral a seguir. Os factores que
devem ser previamente analisados são: tipo solo, planta, histórico da área, comportamento dos
fertilizantes no solo, na disponibilidade de capital do agricultor para aquisição de fertilizantes e
expectativa de produtividade.

DOENÇAS

O tabaco pode ser afectado por inúmeras doenças que podem diminuir a produtividade da cultura
e depreciar a qualidade do produto.

 Mosaico do Tabaco-TMV
 Fusarium
 Podridão de Pythium
 Rhizoctonia solani
 Murcha Bacteriana

PRAGAS

Os nematóides são organismos microscópicos que parasitam os órgãos subterrâneos (raízes,


rizomas, tubérculos e bulbos), desviando para sua nutrição os elementos destinados à nutrição da
planta. Estes organismos introduzem substâncias tóxicas que destroem as células e induzem a
formação de galhas.

Irrigação

 A irrigação será determinada pela quantidade de chuvas que a lavoura receberá, pela variedade
da planta e pelo tipo de solo, pois este determina a sua capacidade de retenção de água. Se
houver chuvas prolongadas, ou um excesso de irrigação, deve-se tomar cuidado com doenças
provenientes da umidade na lavoura, que podem acarretar a redução do rendimento da colheita
(MOORE; SUMNER, 2010, tradução nossa).

COLHEITA

As características que determinam o momento da colheita variam de acordo com o tipo de


tabaco. Os três tipos comuns de tabaco mais utilizados são Virginia (ou "curado em estufa"),
Burley e Oriental

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