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Tema 3 – Os espaços organizados pela população

PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA AGRICULTURA


PORTUGUESA: SAU, IRRIGAÇÃO E MECANIZAÇÃO

Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha


Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha
PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA AGRICULTURA PORTUGUESA: SAU, IRRIGAÇÃO E MECANIZAÇÃO

Composição e
distribuição da SAU
Estrutura fundiária Irrigação e
mecanização
Formas de
exploração e Dimensão
natureza jurídica da económica das
SAU explorações

pp. 26-39
Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha
Principais problemas estruturais da agricultura portuguesa

 
Composição e 2 Formas de exploração e 3 Estrutura fundiária
1 distribuição da SAU natureza jurídica da SAU
 

Dimensão económica
4 das explorações 5 Irrigação e mecanização 6 Mão de obra agrícola

Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha


As exploraçõe
s agrícolas
ocupam uma s
Estrutura das explorações agrícolas uperfície de 5,1
milhões de hec
tares, o que
corresponde a
55,5% do
território nacio
nal. A SAU
representa 77,4
% da superfície
total das explo
rações.
Composição e distribuição da SAU

Estrutura das explorações agrícolas por região agrária, 2009-2019.


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Evolução e utilização da SAU Tendências
São terras frequentemente mobilizadas e que se
Terras destinam a culturas temporárias de sementeira
1 2
anual, geralmente associadas a um sistema de
aráveis
Aumento inédito da SAU
rotação Diminuição
cultural, incluindo as terrasdas
emterras aráveis
pousio. 
Composição e distribuição da SAU

São culturas lenhosas que ocupam o solo durante


3
Culturas Aumento da área das culturas e
vários anos, fornecendo repetidas colheitas
permanentes (excluem-se
das pastagens permanentes
as pastagens permanentes).
Problemas
É a superfície agrícola (geralmente inferior a 0,2
- Desinvestimento no cultivo de cereais, setor onde Portugal é
Horta hectares) ocupada com produtos hortícolas ou
altamente
familiar deficitário.
frutos e/ou flores destinados ao autoconsumo do
- Grande parte dos prados e pastagens permanentes são
agregado doméstico do produtor.
pobres por não sofrerem intervenções de melhoramento
(sementeiras, adubações,
Superfícies regas ou
semeadas ou drenagens).
espontâneas, em geral
Pastagens
- Forte aumento da produção intensiva e superintensiva
herbáceas, destinadas à alimentação do gado.
permanentes
ligada, sobretudo,
Ocupamao olivalpor
o solo e amendoal.
um período superior a 5 anos.
Evolução e utilização da SAU nos anos censitários de 1989 a 2019.  
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A vinha e as culturas arvenses incluem-se,
respetivamente, na fração de SAU correspondente às

A terras aráveis e culturas permanentes.

B culturas permanentes e terras aráveis.

C pastagens permanentes e horta familiar.

D terras aráveis e horta familiar.

Cultura da vinha, Esposende.

SOLUÇÕES
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A distribuição e composição da SAU por
Regiões Agrárias

O Alentejo absorve mais de metade da SAU do


Composição e distribuição da SAU

país, fruto do relevo aplanado, da fraca


densidade populacional e do povoamento
concentrado.

Composição da SAU muito variável de região


para região, em função de condicionalismos
como a aptidão dos solos, o clima, o relevo, as
políticas agrícolas, etc.
Repartição regional da SAU em 2019.

Ocupação cultural predominante da SAU, 2019.


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  A SAU pode ser explorada por:

Formas de exploração da SAU Arrendamento


Conta própria
 
Formas de exploração e natureza jurídica da SAU

•OAlternativa
produtor éaoo abandono das terras quando os proprietários,
proprietário;

POTENCIALIDADES
• Maior
por algum motivo, deixam
preocupação de as explorar;
em preservar a fertilidade do solo e
• investir
Diminuição dos custos sociais,
na modernização ambientais
das explorações parae rentabilizar
económicos a
resultantes
atividade do abandono de terras, tais como o desemprego,
agrícola;
• os incêndios, a degradação
Desenvolvimento da paralelas
de atividades paisagem,à aexploração
redução da-
biodiversidade,
valorização etc.
do património natural e cultural das áreas rurais
de pertença.

• Ameaça
O produtor
à valorização
utiliza umaeconómica
terra alheia,
e ambiental
com a qual
da não
SAU;possui
• Risco

FRAGILIDADES
nenhum detipo
abandono
de ligação;das terras devido às características

FRAGILIDADES
• socioprofissionais
Aumento do risco da de generalidade
esgotamento dos
dos proprietários:
solos, devido ao uso
de- práticas
classe envelhecida;
agrícolas intensivas e pouco cuidadas, com vista
à -obtenção
baixo nível
de repetidas
de instrução
colheitas
e de formação
e máximoprofissional;
rendimento.
- baixo conhecimento das novas tecnologias e técnicas de
produção modernas e inovadoras.

Formas de exploração da SAU, 2016.

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Natureza jurídica da SAU
 
Formas de exploração e natureza jurídica da SAU

Produtores Sociedades
Mão de obra singulares agrícolas
Mão de obra
familiar assalariada

Fraca capacidade Orientação para


de gestão e os resultados
comercialização
Ganhos de
Baixo potencial escala
técnico
Eficiência
Classe operacional
envelhecida
Elevado
Baixo rendimento rendimento e
e produtividade produtividade
Natureza jurídica do produtor agrícola, 2019.
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Estrutura fundiária Tendências

Diminuiu o n.º de explorações, mas aumentou


1
a área de SAU.

Prevalecem as unidades de pequena


Estrutura fundiária

2 dimensão: quase ¾ das explorações agrícolas


do país tem menos de 5 ha de SAU.

Forte concentração da SAU num reduzido n.º


de explorações: cerca de 6% das explorações
3
tem 50 ou mais ha de SAU o que corresponde
a mais de metade da SAU nacional (68%).

Explorações por classe de SAU, 2009-2019.

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Estrutura fundiária

Forte variabilidade regional

Principais contrastes
• Beira Litoral e Madeira: minifúndios.
• Alentejo: latifúndios

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola, 2019.


Estrutura fundiária

Predomínio do minifúndio

Excessiva fragmentação das explorações

Problemas
• Obstáculos à introdução de maquinaria e à
modernização dos sistemas de produção;
• Baixo rendimento e produtividade agrícolas. Dimensão média das explorações, 2019.

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Medidas de ajustamento da estrutura fundiária

Emparcelamento Corrigir a dispersão, a fragmentação, a configuração e a dimensão das


rural explorações, incluindo ainda melhorias nas redes viária e de drenagem. 

Promover o aproveitamento económico, ambiental e social das


Valorização
explorações, através de obras de melhoramento fundiário (eletrificação,
fundiária
Estrutura fundiária

sistemas de irrigação, infraestruturas de acesso às explorações, etc.

Disponibilizar terras com aptidão agrícola ou florestal, públicas ou


Bolsa Nacional privadas, para serem cultivadas, através de arrendamento ou compra.
de Terras (BNT) Mais-valias: facilitar o acesso à terra, evitar o abandono das áreas
rurais, da agricultura e da floresta; prevenir os incêndios florestais.

Explorar terras alheias, por exemplo, através da BNT. Mais-valias:


Arrendamento
corrigir a dimensão das explorações agrícolas, reduzir a dispersão da
rural
propriedade e aumentar o rendimento e produtividade agrícolas.
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Tendências
Dimensão económica (DE)

1 Aumento da DE média das explorações ditado por um


forte crescimento do VPPT.
Dimensão económica das explorações

2 Predomínio das explorações de muito pequena dimensão


económica (quase 3/4 do total de explorações).

• Baixa dimensão empresarial do setor;


• Prevalência dos produtores singulares, que
apresentam baixa capacidade de
investimento e poucos conhecimentos
técnicos, de gestão e comercialização.

Forte variabilidade regional: Alentejo e Ribatejo e Oeste


3 geram mais de metade do VPPT nacional - importância
da empresarialização agrícola nestas regiões.

Número de explorações e VPP, por DE e Região Agrária (2009-2019).


Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha
Em Portugal predominam as explorações de muito
pequena dimensão económica, facto que reflete

o fraco investimento no setor, maioritariamente


A
gerido por sociedades agrícolas.

B a importância da agricultura familiar, fortemente


orientada para o mercado.

o predomínio das sociedades agrícolas, que detêm


C
um maior potencial produtivo.

a baixa dimensão empresarial do setor, dominado


D
pelos produtores singulares.

Dimensão económica média das explorações, 2019.

SOLUÇÕES Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha
Irrigação Regadio

permite

• Regularizar a disponibilidade hídrica;


• Combater a erosão e desertificação;
• Atenuar os efeitos dos períodos de
seca, cada vez mais prolongados;
• Diversificar as culturas agrícolas;
Irrigação e mecanização

• Gerar mais rendimento por hectare.

contudo

A superfície regada representa só 14% da


SAU nacional.

A Madeira é a única região com mais de


metade da sua SAU regada.

Importância da superfície regada na SAU, por região agrária (%), 2019.


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Documento 1 - O Sistema Global de Alqueva

O Sistema Global de Alqueva tem em exploração 120 000 hectares


de regadio que compõem o Empreendimento de Fins Múltiplos de
Alqueva. O incremento da área regada ao longo da última década
permitiu a progressiva alteração do modelo da agricultura
Irrigação e mecanização

alentejana, tradicionalmente assente no sequeiro e que agora, com


a garantia de água de Alqueva, gera novas oportunidades nas
culturas de regadio e abre portas às agroindústrias. Equipados com
modernas técnicas de telegestão, os perímetros de rega de
Alqueva oferecem ao agricultor, não só a garantia de água mas,
também, a possibilidade de obter informação em tempo real e
adaptar a cada momento os períodos de rega de acordo com as
suas necessidades.
Fonte: https://www.edia.pt/ |consult. 29-07-2022|

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A mecanização da agricultura
Mecanização
portuguesa tem vindo a intensificar-se.

Problema?
Elevado grau de
envelhecimento do
Irrigação e mecanização

parque de máquinas
e tratores

compromete a (o):

• segurança dos agricultores;


• desempenho ambiental;
• rendimento agrícola.

Evolução daclasses
Tratores por utilização de tratores,
de idade 1999-2019.
e de potência, 2009-2019.
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Relação entre o
Índice de mecanização número de tratores e
a SAU explorada

O Alen
tejo é
com m a regi
enor í ão
mecan n dice d
ização e
média : em
, 1 tra
tor po
Irrigação e mecanização

cada 1 r
00 ha
de SA
U

• Maior dimensão fundiária;


• Predomínio do sistema
extensivo;
• Forte especialização
agrícola.

Índice de mecanização: tratores por 100 hectares de SAU, 2019. Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha
Máquina de vindimar.
Indica duas razões que comprovem a
importância do regadio nas regiões agrárias
do Sul do país.

Sugere uma explicação para a variação da


superfície regada no Alentejo nos últimos
anos.

Explica, apresentando duas razões, de que


forma a estrutura fundiária do país condiciona
a competitividade do setor agrícola. Variação da superfície regada por região agrária, 2009-2019.

SOLUÇÕES
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Tema 3 – Os espaços organizados pela população

PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA AGRICULTURA


PORTUGUESA: SAU, IRRIGAÇÃO E MECANIZAÇÃO

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A vinha e as culturas arvenses incluem-se, respetivamente
na fração de SAU correspondente às

A terras aráveis e culturas permanentes.

B culturas permanentes e terras aráveis.

C pastagens permanentes e horta familiar.

D terras aráveis e horta familiar.

Cultura da vinha, Esposende.

Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha


Em Portugal predominam as explorações de muito
pequena dimensão económica, facto que reflete

o fraco investimento no setor, maioritariamente


A
gerido por sociedades agrícolas.

B a importância da agricultura familiar, fortemente


orientada para o mercado.

o predomínio das sociedades agrícolas, que


C
detêm um maior potencial produtivo.

a baixa dimensão empresarial do setor,


D
dominado pelos produtores singulares.

Dimensão económica média das explorações, 2019.

Geografia A 11.o ano – Ana Borges * Isabel Costa * Liliana Rocha


Indica duas razões que comprovem a importância do regadio no Alentejo.

O regadio permite diversificar as opções culturais numa região onde impera a agricultura de sequeiro,
tornando o setor mais rentável. Por outro lado, atenua o problema da erosão e da desertificação das terras
alentejanas, muito afetadas por longos períodos de seca.

Sugere uma explicação para a variação da superfície regada no


Alentejo nos últimos anos.

A superfície regada no Alentejo mais do que duplicou nos


últimos anos devido ao Sistema Global de Alqueva, que tem
disponibilizado água para irrigar um número crescente de
explorações agrícolas.

Explica, apresentando duas razões, de que forma a estrutura


fundiária do país condiciona a competitividade do setor agrícola.
Variação da superfície regada por região agrária, 2009-2019.

O predomínio do minifúndio e a excessiva fragmentação das explorações agrícolas dificulta a introdução de


máquinas e tratores agrícolas, bem como a modernização dos sistemas de produção, contribuindo assim para
uma baixo nível de produtividade e rendimento agrícolas.
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