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AMAZÔNIA EM CHAMAS
DESMATAMENTO, FOGO E
PECUÁRIA EM TERRAS PÚBLICAS
Caroline S. C. Salomãoa, Marcelo C. C. Stabilea, Lucimar Souzaa, Ane Alencara, Isabel Castroa,
Carolina Guyota & Paulo Moutinhoa
a. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
E-mail: caroline.salomao@ipam.org.br
Introdução
Resumo
As terras públicas, que incluem terras in-
• 44% do desmatamento anual na
dígenas (TIs), unidades de conservação
Amazônia, em 2019 e 2020, ocorreu
(UCs) e as glebas públicas não destinadas,
em terras públicas;
ocupam cerca de 276 milhões de hectares
no bioma Amazônia (figura 1; tabela 1) – se • 67% do desmatamento registrado
fosse um país europeu, só perderia em terri- nas terras públicas em 2019 e
tório para a Rússia. 2020 aconteceu nas florestas não
destinadas (FPND);
Essas áreas são constantemente pressio-
• Entre 1997 e 2020, 87% do
nadas por invasões e atividades ilegais, que
desmatamento nas terras públicas
geram desmatamento e fogo (Alencar et al.,
atingiu as chamadas glebas públicas
2021). Em 2019 e 2020, cerca de 44%, da
não destinadas; 52% deste desmate
derrubada anual de florestas na Amazônia
ocorreu nos últimos dez anos;
aconteceu em terras públicas.
• Terras indígenas e unidades de
Consideradas um patrimônio dos brasilei- conservação são as terras públicas
ros, as florestas que cobrem estas terras menos desmatadas;
públicas estão, por princípio, sob o domínio
• Das áreas desmatadas em florestas
da União e dos Estados. A eles, portanto, é
públicas não destinadas, cerca de
conferida a responsabilidade de proteção.
75% viraram pasto e se mantiveram
assim após dez anos da conversão;
Contudo, a realidade ambiental no chão é
outra. A ausência atual de ações de controle • Em média, 22% da área desmatada
e combate a ilícitos ambientais na Amazô- nas glebas públicas não destinadas
nia resulta na ocupação e na apropriação é abandonada, apresentando algum
ilegal – grilagem – deste patrimônio, com grau de regeneração da vegetação
avanço do desmatamento e das queima- após cinco anos.
das na região (Azevedo-Ramos et al., 2018, 1
2020; Alencar et al., 2020). Em certa medida, legislações ambiental e fundiária que visam
o avanço da grilagem é consequência de a regularização futura de terras, entre elas
alterações sequenciais de mudanças nas muitas invadidas e ocupadas ilegalmente.
1. Lei 11.284/2006
– Artigo 4o “Art. 4º A
gestão de florestas
públicas para pro-
Figura 1. Categorização das terras públicas na Amazônia, entre glebas públicas não destinadas e dução sustentável
destinadas. Fonte: IPAM compreende:
I - a criação de flores-
tas nacionais, esta-
As pastagens, em comparação com outros cem ativas e perenes ou são abandonadas. duais e municipais,
nos termos do art. 17
usos do solo, parecem ser a principal ferra-
da Lei nº 9.985, de 18
menta para a ocupação de terras públicas Nesta nota técnica, nós avaliamos a evolu- de julho de 2000, e
na Amazônia, em especial em regiões de ção da trajetória de conversão ilegal de flo- sua gestão direta;
fronteira de desmatamento (Tyukavina et restas em terras públicas em outros usos da II - a destinação de
al., 2017). No entanto, pouco se sabia em terra entre 1997 e 2020, com ênfase nas gle- florestas públicas às
que proporção às pastagens têm sido usa- bas públicas ainda não destinadas (figura comunidades locais,
nos termos do art. 6º
das para a ocupação ilegal destas terras, ou 2), de forma a responder a algumas dessas desta Lei;
ainda quanto destas pastagens permane- questões.
III - a concessão
florestal, incluindo
florestas naturais
ou plantadas e as
unidades de manejo
das áreas protegidas
referidas no inciso
I do caput deste
artigo.”
2
Figura 2. Terras públicas localizadas no bioma Amazônia e suas classificações. Fonte: IPAM, a partir de
dados de Funai, ICMBio, Incra e SFB.
bases de dados, o que pode implicar, uma TI, FPND e OTND. Adicionalmente, no caso
vez resolvida a sobreposição pelos gover- das FPND e OTND, também se analisou esta
nos, que os dados apresentados nesta nota evolução nos intervalos de tempo citados
estejam superestimados ou subestimados. acima: 2006-2010, 2011-2015 e 2016-2020.
Particularmente para os dois últimos perío-
Para definir a dinâmica do desmatamento dos citados, examinou-se a dinâmica de uso
nas terras públicas, destinadas (UC e TI) ou e ocupação do solo com base na Coleção
não (FPND e OTND, figura 1), foram utiliza- 6 do MapBiomas entre 2010 e 2020 (anos
dos os dados históricos do Prodes Ama- finais ao primeiro e último período de análi-
zônia para o período de 1997 a 2020 (INPE, se). Assim, foi possível avaliar a trajetória do
2021). A análise também foi feita consi- uso do solo pós-desmatamento naquelas
derando recortes temporais específicos terras públicas.
(2006-2010, 2011-2015 e 2016-2020), que
se relacionam com artigos encontrados nas Por fim, nós utilizamos as declarações de
leis federais 11.952/2009 e 13.465/2017 posse, até 2020, registradas no Cadastro
(Brasil, 2009; 2017) e nos decretos federais Ambiental Rural (CAR) que se encontram
9.309/2018 e 10.165/2019, os quais alte- sobrepostas às terras públicas e a suas dife-
ram as datas de reconhecimento para a rentes categorias analisadas. Nós assumi-
regularização fundiária de áreas de posse mos que o registro de posse no CAR sobre
e podem impactar o processo de regulari- terra pública indica claro indício de grilagem,
zação e incentivo a ocupação irregular de podendo resultar em desmatamento ilegal.
terras públicas (anexo 1).
Resultados
Por fim, para identificar as trajetórias do uso Cerca de 44% do desmatamento anual nos
do solo nas áreas desmatadas dentro das dois últimos anos (2019 e 2020) no bioma
terras públicas, foram utilizados dados da Amazônia ocorreu em terras públicas.
Coleção 6 do MapBiomas (2021), que per- Entre 1997 e 2020, um total de 21 milhões
mite acompanhar a dinâmica de mudança de hectares de florestas foram destruídas,
de uso do solo anualmente de 1985 a 2020. ou 8% dos 276,5 milhões de hectares de
A acurácia geral do MapBiomas para o florestas públicas existentes da Amazônia
bioma Amazônia é de 97%. Esses dados fo- Legal. É uma área maior do que o Paraná. A
ram reclassificados e reagrupados em três emissão de gases estufa associada a essa
classes: (1) floresta primária ou secundária/ destruição chega, no período analisado, a
regeneração; (2) pecuária; e (3) outros usos. 10,2 gigatoneladas de CO25, corresponden-
do a cinco anos de emissões nacionais de
Uma vez organizadas essas três bases de gases estufa do Brasil (SEEG, 2020).
dados (fundiária, desmatamento e uso e
5. Consideramos
ocupação do solo), combinamo-as de for- Terras destinadas versus não destinadas
uma densidade
ma a quantificar e analisar a evolução e a ex- Dos 21 milhões de hectares desmatados média de carbono de
tensão de desmatamento de 1997 a 2020, entre 1997 e 2020 nas terras públicas, a 132 tC/ha.
nas seguintes categorias fundiárias: UC, menor proporção ocorreu nas glebas já des-
4
Tabela 1. Área e percentual de floresta e desmatamento nas principais categorias de terras pú-
blicas até 2020. Fonte: IPAM, com dados do ICMBio, Incra, INPE, Funai e SFB.
Até 2005, quase todo desmatamento regis- tou para 85% no período de 2015 a 2020
trado nas glebas sem destinação ocorria (figura 4). No agregado, de 2006 a 2020, o
nas outras terras não destinadas. Após desmatamento em FPND representou 76%
2006, quando a Lei de Florestas foi decre- do registrado em glebas sem destinação
tada, a situação se inverteu: altas taxas – e, somente nos últimos dois anos (2019
passaram a ser registradas nas florestas e 2020), o desmatamento nas FPND res-
não destinadas: de 2006 a 2010, 73% do pondeu por 67% do total de desmatamento
desmatamento em glebas não destinadas registrado nas terras públicas da Amazônia,
ocorreu em FPND. Esta proporção aumen- destinadas ou não.
Tabela 2. Área de CAR nas glebas não destinadas da Amazônia. Fonte: IPAM, com dados do Incra e do SFB.
Uso do solo nas terras griladas ração de vegetação florestal, de acordo com
Além da pretensa declaração de posse via a Coleção 6 do MapBiomas.
CAR, a grilagem avança tentando dar um ca-
ráter “produtivo” à terra ilegalmente ocupa- Esse padrão – a maior parte da área desma-
da. Uma vez a floresta derrubada e queima- tada convertida para pastagens, enquanto
da, a tendência é a instalação de pastagens. uma parcela menor se regenera – parece
se consolidar ao longo do tempo. Em 2010,
Em 2020, por exemplo, a pecuária era o 79% das florestas públicas não destinadas
principal uso do solo em 75% das áreas (FPND) eram ocupadas por pasto e 19% por
desmatadas das florestas públicas não regeneração, enquanto nas outras terras
destinadas, aproximadamente 2,6 mi- não destinadas (OTND) 73% eram pasto e
lhões de hectares. Nas outras terras não 25%, regeneração (figura 5). As áreas des-
destinadas, o padrão se repete (tabela 3). É matadas com CAR seguiram uma dinâmica
importante notar que, em 2020, aproxima- semelhante de uso e ocupação do solo que
damente 20% da área desmatada em FPND as áreas desmatadas sem CAR.
e OTND apresentou algum grau de regene-
Tabela 3. Proporção do desmatamento entre 2011 e 2020 e uso do solo em 2020 nas glebas
sem destinação da Amazônia. Fonte: IPAM, com dados do Incra, INPE, MapBiomas 6 e SFB.
Outras
terras não
14.829.277 2% 74% 20% 6%
destinadas
(OTND)
Figura 5. Evolução do uso das áreas desmatadas as glebas sem destinação na Amazônia por
período estudado. Fonte: IPAM, a partir de dados do Incra, Inpe, MapBiomas 6 e SFB.
gicos e econômicos, além do próprio custo pecuária. Em boa parte, o regime de chuvas
de conversão da vegetação nativa em pasto na Amazônia e fora dela depende de um
(Garcia et al., 2017), com o comprometi- volume de florestas mantida preservadas
mento da biodiversidade (Solar et al., 2015) (Leite-Filho et al., 2021) e, como apresen-
e de inúmeros serviços ecossistêmicos tando nesta nota, em boa medida estas são
(Strand et al., 2018; Strassburg et al, 2014). públicas.
Cabe lembrar, ainda, que essa vegetação
secundária muito dificilmente voltará às Portanto, a grilagem precisa ser, urgente-
condições originais e está mais susceptível mente, combatida. Para tanto, ações de
a novas degradações, por exemplo, pelo comando e controle aliada ao fim de propo-
fogo (Alencar et al., 2020). sições executivas7 ou legislativas8 para se
anistiar ocupação ilegal de terras públicas
Finalmente, como já demonstrado por es- devem ser perseguidas. Esse movimento
tudos anteriores (Soares-Filho et al., 2010; cria instabilidade política e institucional,
Kruid et al., 2021), as terras públicas já desti- além de uma espécie de “corrida” para
nadas apresentam grau de desmatamento a ocupação irregular de terras públicas,
e grilagem bem menor. Por exemplo, nos destinadas ou não, na expectativa de uma
encontramos que as TI e UC ocupam 71% mudança futura da legislação em seu be-
de todas as terras públicas da Amazônia nefício, com impacto direto sobre os ativos
(tabela 1), mas concentraram apenas 13% ambientais do Brasil.
da área total desmatada até 2020 (figura 3).
7. Por exemplo, os
É necessário frisar, contudo, que a regulari- Decretos Federais
No caminho inverso, as glebas públicas não zação fundiária em OTNDs é possível à luz nos 9.309/2018 e
destinadas (FPND e OTND) cobrem 29% de normativas relacionadas à regularização 10.165/2019, que
propuseram a exten-
da área total de terras públicas (tabela 1), ambiental (anexo 1) e de programa oficiais
são da data de corte
mas concentraram 87% do desmatamento como o Terra Legal. Já as FPNDs, conforme de 2008 para 2014
acumulado (figura 3) até 2020. Novamente disposto na Lei de Gestão de Florestas Pú- para concessão da
aqui, a indicação é que grilagem avança blicas de 2006, não são passíveis de legali- titularidade da terra,
e outras iniciativas
como o novo motor da destruição florestal zação para uso particular.
que mantêm a data
na região. Nas OTNDs, a supressão da ve- de corte em 2014 e
getação ocorreu, em grande parte, antes de Recomendações flexibilizam outros
2005, mas de 2006 até 2020 a proporção de critérios, como
tamanho mínimo
desmatamento ocorrendo nas FPND osci- • Os governos estaduais e federal devem
do imóvel, além de
lou entre 73% e 85% do total (figura 4). avançar com a destinação de florestas pú- propor a dispensa de
blicas federais e estaduais para unidades vistoria para regulari-
O avanço rápido e amplo da grilagem sobre de conservação, terras indígenas, florestas zação da posse.
terras públicas na Amazônia impõe um de produção, entre outras categorias previs- 8. Por exemplo, as
sério risco aos esforços do país no cum- tas pela Lei 11.284/2006, que rege a gestão Leis 510/2020 e
2633/2021 atual-
primento de suas metas de redução de de florestas públicas; mente em debate no
emissões (Albuquerque et al., 2019; IPCC Senado.
2021), bem como a própria produção agro- • Promover, por parte dos poderes Execu-
10
tivo e Legislativo, debates claros e trans- tos (GTFI), Selo Verde etc, inclusive com o
parentes sobre legislações referentes à intuito de se separar a grilagem de terras de
regularização fundiária, fazendo valer a Lei produção pecuária;
13.465/2017;
• Apoiar, por parte dos frigoríficos, seus for-
• Combater as ocupações ilegais em flo- necedores em atividades de capacitação
restas públicas não destinadas, incluindo em temas como melhoria produtiva e regu-
nesta ação os CAR a elas sobrepostos e larização ambiental e fundiária, de forma
declarados nos banco de dados cadastrais a promover o uso e a ocupação do solo já
dos estados; aberto, de forma sustentável e legal;
Sugestão de referência
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