Você está na página 1de 19

5/9/2011

Seminário Internacional:
Floresta Sustentável – Produção
Florestal e Gestão de Riscos

A Floresta e a Gestão de Riscos


Paulo Mateus

Porto | 06 de Maio de 2011

SUMÁRIO

1.Floresta - VALOR

2.Elencar os Riscos Reais

3.Riscos Percebidos e a Dinâmica da


Defesa da Floresta contra Incêndios

Porto | 06 de Maio de 2011

1
5/9/2011

Usos do solo em Portugal (IFN


1. Floresta - VALOR 2006 e FRA 2010).
Águas
2. Elencar os Riscos interiores
Reais 2%

3. Riscos Florestas
Percebidos e a Outros usos 37%
Dinâmica da 36%
Defesa da
Floresta contra
Incêndios
Matos,
pastagens
espontâneas Outras
e formações
improdutivos lenhosas
23% 2%

Espaço florestal – 64%.

Actualmente a ocupação florestal ascende a


3,45 milhões de hectares inseridos em 5,5
1. Floresta - VALOR milhões de hectares de espaços silvestres.
4000
2. Elencar os Riscos
Reais 3500

3000 Eucaliptais
3. Riscos
2500
Percebidos e a So uto s&Carvalhais

Dinâmica da 2000 Montado


Defesa da 1500
Floresta contra
Incêndios 1000
Pinhais & outros
500 Ard.,c.raso, N. ident.
outras
0
02 09 16 23 30 37 44 51 58 65 72 79 86 93 00
19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 20

Evolução da ocupação florestal em Portugal


continental 1902-2006.

2
5/9/2011

O espaço florestal português gera riqueza e bem-estar


para toda a sociedade, constituindo um dos
sustentáculos do desenvolvimento do País:
1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
3% do PIB nacional e 11% do PIB industrial;
Reais
11% das exportações, 1 € exportado produz 90
3. Riscos
Percebidos e a cêntimos de valor acrescentado;
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
contributo fundamental para as metas nacionais
Incêndios associadas ao cumprimento do Protocolo de Quioto –
sequestra 289 Mton do CO2;

260 000 postos de trabalho directos e indirectos.


A Estratégia Nacional para as Florestas avaliou em
1300 milhões de euros a contribuição anual para a
economia nacional (2001)

Mas….
nas últimas três décadas, factores externos e
1. Floresta - VALOR internos contribuíram para criar uma IMAGEM
de altos riscos de investimento e gestão
2. Elencar os Riscos associados ao Sector Florestal.
Reais

3. Riscos Riscos reais e Riscos percebidos


Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da A menos que os riscos sejam reduzidos, será
Floresta contra difícil continuar a assegurar o investimento
Incêndios privado no sector e poderá mesmo verificar-se
desinvestimento.

OBJECTIVO PRINCIPAL DA ESTRATÉGIA


FLORESTAL PARA A PRÓXIMA DÉCADA

DIMINUIÇÃO DOS RISCOS

3
5/9/2011

Risco Real - Ameaças à Sustentabilidade do Sector:

- as alterações climáticas, com a possível alteração das


1. Floresta - VALOR
espécies dominantes ou das áreas de distribuição de
2. Elencar os Riscos vários tipos de floresta.
Reais
- a falta de gestão florestal que decorre directamente
3. Riscos do abandono das actividades agrícolas, a desertificação
Percebidos e a
Dinâmica da
das zonas rurais e das mudanças que ocorreram na
Defesa da sociedade Portuguesa na segunda metade do século
Floresta contra XX.
Incêndios
- o fenómeno da internacionalização, com a evolução
das regras do comércio internacional - os requisitos de
certificação são um exemplo.
- a valorização recente dos serviços ambientais e a
necessidade de adaptação a esta realidade, que
destaca os esforços para mitigar as emissões de gases
com efeito de estufa, nomeadamente na sequência do
compromisso assumido no Protocolo de Quioto.

Risco Real - Ameaças à Sustentabilidade do Sector:

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos - a dimensão e sustentabilidade dos recursos


Reais - a fraca produtividade das espécies
3. Riscos
- a falta de ordenamento do território
Percebidos e a - a incipiente logística dos transportes
Dinâmica da - a pouca formação profissional
Defesa da
Floresta contra - a multiplicidade de instrumentos de comando e
Incêndios controlo:
- as numerosas tutelas administrativas
- o tipo de instrumentos legislativos, instrumentos
regulamentadores, instrumentos de planeamento
e instrumentos financeiros: Subsídios e Instrumentos
fiscais…

In Estratégia Nacional para as Florestas

4
5/9/2011

Riscos Percebidos, são as consequências visíveis


dos riscos reais:

1. Floresta - VALOR
A forma como as pessoas
2. Elencar os Riscos
Reais
comuns vêem os riscos que
afectam a floresta
3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
- o fenómeno dos incêndios florestais
Incêndios - o aumento da sensibilidade da floresta ao ataque de
pragas e doenças
- a possibilidade de infestação do território com
invasoras lenhosas.

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais
Risco Percebido
3. Riscos INCÊNDIOS FLORESTAIS
Percebidos e a 1. Elevado número de ignições
Dinâmica da
Defesa da 2. Elevado impacto dos incêndios
Floresta contra 3. Consequências negativas
Incêndios

5
5/9/2011

Risco Percebido
1. Elevado número de ignições
1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da 22.025
Floresta contra
Incêndios

5224

3968

Risco Percebido
2. Elevado impacto dos incêndios
1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios
130.258
85.495
(66%)
44.763

Ilha da Madeira N. Inc. Área ardida Pov. ardido Matos


Total 96 8625 4240 4385

6
5/9/2011

Risco Percebido
3. Consequências negativas dos incêndios

1. Floresta - VALOR 2003


2. Elencar os Riscos * 20 pessoas perderam a vida
Reais
* 420 000 ha queimados
3. Riscos * 12 dos 20 maiores incêndios de sempre
Percebidos e a
Dinâmica da * Afectou principalmente o centro e o sul
Defesa da
Floresta contra 2004
Incêndios
* Maiores incêndios na região sul
* 3 incêndios maiores do que 5 000 ha

2005
* 14 pessoas perderam a vida
* 300 000 ha queimados
* Maiores incêndios na região norte
* 8 incêndios maiores do que 5 000 ha

Risco Percebido
3. Consequências negativas dos incêndios
1. Floresta - VALOR € 700 3,50
milhões de toneladas de CO2
milhões de euros

2. Elencar os Riscos € 600 3,00


Reais
€ 500 2,50
3. Riscos
Percebidos e a
€ 400 2,00
Dinâmica da
Defesa da
€ 300 1,50
Floresta contra
Incêndios
€ 200 1,00
Meta do PNDFCI
€ 100 0,50

€0 0,00
200220032004200520062007200820092010
Perdas em euros (produtos e serviços) e emissões de CO2,
anuais desde 2002,
em virtude dos incêndios florestais

7
5/9/2011

Minimizar os Riscos Percebidos


1. Floresta - VALOR O trabalho focalizado nos “Riscos Percebidos” permite-
nos acelerar o processo de mudança, restaurando a
2. Elencar os Riscos
Reais confiança no sector florestal, de forma a criar
condições para atrair o investimento.
3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da Dinâmica F
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

Minimizar os Riscos Percebidos


1. Floresta - VALOR Actuação paralela e complementar à dos riscos reais,
que nos permite ganhar tempo no trabalho dos riscos
2. Elencar os Riscos
Reais reais.
3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da Dinâmica F
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

8
5/9/2011

Sistema holístico
Minimizar os Riscos Percebidos
SISTEMA e PLANO DE
1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

AFN - responsável pela coordenação do primeiro dos


três pilares do Sistema Nacional de Defesa da Floresta
Contra Incêndios (SNDFCI) - a Prevenção Estrutural.
GNR - coordena as actividades de vigilância e
fiscalização (segundo pilar).
ANPC - coordena o combate (terceiro pilar).

A Dinâmica da DFCI
assenta numa revolução ideológica
ideia
1. Floresta - VALOR
“o fogo é um mau patrão mas um bom empregado”
Provérbio Finlandês
2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

9
5/9/2011

em contraponto com

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais
Paradigma ainda vigente
“O fogo é um inimigo do florestal”
3. Riscos
Percebidos e a “Excluir o fogo da floresta”
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

Novo paradigma
GESTÃO INTEGRADA DO FOGO

O sistema DFCI, embora hoje em dia ainda muito


1. Floresta - VALOR
condicionado pelo paradigma anterior, que se baseia
2. Elencar os Riscos TEMPO
na necessidade de "combater o fogo”, dará, ano após
Reais
ano, e aproveitando o conhecimento crescente sobre o
3. Riscos fogo e seu comportamento, mais ênfase à “Gestão
Percebidos e a Integrada do Fogo” de forma a contribuir para o
Dinâmica da Dinâmica F
reequilíbrio das áreas florestais. Como resultado,
Defesa da
Floresta contra gastar–se-á menos energia no combate aos incêndios.
Incêndios
Este é, contudo, um processo lento.

10
5/9/2011

Dinâmica AFN-DFCI (Prevenção Estrutural)

1. Floresta - VALOR
Minimizar os Riscos Percebidos
2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos Reduzir a probabilidade de ignição - alteração


Percebidos e a
Dinâmica da do comportamento da população, devendo
Defesa da
Floresta contra
ser mais responsável e de maior respeito
Incêndios pelos espaços florestais – sensibilização .

Reduzir o impacto dos incêndios - aumento


da resiliência do território aos incêndios
florestais – gestão de combustíveis

Actuação das equipas do dispositivo integrado de prevenção


estrutural no âmbito da gestão de combustível

Prevenção Estrutural
Reduzir a probabilidade de
ignição - sensibilização
1. Floresta - VALOR
público generalista de
2. Elencar os Riscos carácter mais urbano, utiliza
Reais
meios como a televisão, a
3. Riscos rádio e a imprensa
Percebidos e a
Dinâmica da
nacionais.
Defesa da
Floresta contra
Incêndios população escolar, que têm a participação do
Ministério da Educação e/ou Confederação Nacional de
Associações de Pais, PROSEPE, entre outros.

grupos específicos de cariz rural (pastores,


agricultores), enquadrando as suas necessidades de
modo a harmonizar os vários usos do território.

11
5/9/2011

Prevenção Estrutural
Reduzir o impacto dos incêndios – Gestão de
combustíveis
1. Floresta - VALOR
Períodos de 3 anos (ciclo Área ardida
2. Elencar os Riscos
Reais
virtuoso):
100.000 hectares de espaço Área
3. Riscos intervencionada
florestal com gestão de matos
Percebidos e a
Dinâmica da (rede primária e secundária)
Defesa da
Floresta contra Potencia uma protecção estimada de 2.000.000
Incêndios
hectares de floresta.

Esta intervenção garante ainda a salvaguarda de pessoas e


bens em territórios de alto risco.
Deste trabalho faz parte a infraestruturação do território que
implicou a beneficiação anual de centenas de pontos de água
principais e milhares de km de caminhos florestais.

Soluções
GESTÃO INTEGRADA DO FOGO

Reduzir o impacto dos incêndios


1. Floresta - VALOR
263 equipas
2. Elencar os Riscos
Reais de sapadores
3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra pastoreio
Incêndios
Técnicas de gestão de combustível
recolha de
biomassa
para
energia

Fogo controlado

12
5/9/2011

GESTÃO INTEGRADA DO FOGO


Técnicas de gestão de combustível

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos PASTOREIO


Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

Promover o uso
tradicional do fogo –
incorporado como uma
importante ferramenta de
gestão.

Gestão de combustíveis / Gestão integrada de fogo


Reduzir o impacto dos incêndios – Gestão de
combustíveis
1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais
Uso do fogo - incorporado como uma importante
3. Riscos
Percebidos e a ferramenta de gestão no espaço florestal.
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

Perspectiva integrada de Gestão do Fogo

13
5/9/2011

GESTÃO INTEGRADA DO FOGO


Escala da paisagem

Challenge: Gestão de
combustível em locais
estratégicos

Fogo Controlado

(Pinus pinaster)
Rede regional de
Gestão de
combustível

(Pinus pinaster, Arbutus unedo,


Espanha Portugal Quercus ilex, Quercus pyrenaica)

Quinta da Nogueira National Forest


(nature reserve)

1.1. ESTATÍSTICA DE INCÊNDIOS


GESTÃO 1.1. ENQUADRAMENTO
FLORESTAIS
INTEGRADA DO FOGO
ESCALA DA PAISAGEM
ANÁLISE MENSAL - Organização
Ocorrências

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

REDE PRIMÁRIA DE FAIXAS


DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL

14
5/9/2011

GESTÃO INTEGRADA DO FOGO


ESCALA DA PAISAGEM

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
REDE PRIMÁRIA DE FAIXAS
Percebidos e a DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

GESTÃO INTEGRADA DO FOGO


ESCALA DA PAISAGEM

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos agricultura


Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

REDE PRIMÁRIA DE FAIXAS


DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL

15
5/9/2011

2. 1.1.
GESTÃO ENQUADRAMENTO
INTEGRADA
DEFESA DO FOGO
DA FLORESTA
ESCALA DA2.3.PAISAGEM
Execução
2.2.- Planeamento
ANÁLISE MENSAL Organização
Ocorrências

1. Floresta - VALOR MOSAICO DE PARCELAS


DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL
2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

Fogo controlado

GESTÃO INTEGRADA DO FOGO


À ESCALA DA PAISAGEM

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a Efeito da gestão do
Dinâmica da
Defesa da
combustível
Floresta contra na intensidade do fogo e
Incêndios potenciais prejuízos, num
sítio de rede Natura 2000
(Serra do Caldeirão fire,
Algarve, Julho 2004)

Challenge: Criar paisagens


inteligentes face ao fogo
Photograph by
Pedro Jesus - APFSC

16
5/9/2011

GESTÃO INTEGRADA DO FOGO


À ESCALA DA PAISAGEM

1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios moreira da silva (1991)

Povoamentos de elevada
densidade
(folha caduca ou
coníferas de folha miúda:
Serra do Marão , 2004 ciprestes, cedros, etc.)
Castanheiro percorrido por
incêndio em 1985

GESTÃO INTEGRADA DO FOGO


À ESCALA DA PAISAGEM

Efeito da idade dos povoamentos na intensidade do fogo.


Árvores jovens, não afectadas pelo fogo
(baixa inflamabilidade)
Árvores adultas,
destruídas pelo fogo (alta inflamabilidade)
Eucalyptus

Eucalyptus

Progressão do fogo Mortágua/Águeda big fire, 2005

17
5/9/2011

Dinâmica DFCI – caso de sucesso

1. Floresta - VALOR Incêndio no Marão (Amarante)


2. Elencar os Riscos (22.June.2009)
Reais

3. Riscos RESULTADO: supressão do


Percebidos e a flanco esquerdo do incêndio
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

INCENDIO

Paulo Fernandes [UTAD]

Dinâmica DFCI – caso de sucesso


Ancoragem de incêndio em parcela de gestão de
combustíveis
1. Floresta - VALOR

2. Elencar os Riscos
Reais

3. Riscos
Percebidos e a
Dinâmica da
Defesa da
Floresta contra
Incêndios

Serra do Marão, 10 de Setembro de 2009

18
5/9/2011

OBRIGADO

Com um esforço conjunto e persistente

Pela Floresta

Porto| 06 de Maio de 2011

19

Você também pode gostar