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Destinatários

Presidência da República Portuguesa; Assembleia da República Portuguesa; Governo


da República Portuguesa; Autoridades Públicas e Políticas Nacionais; Órgãos de
Comunicação Social

Suas Excelências e Caros(as) Destinatários,

Tema: Incêndios Florestais, Eucaliptos, (Re)Arborizações e Outras Questões - Mitos


& Factos

A mistificação e desinformação em torno do Eucalipto e o seu papel nos incêndios é


963004402

esmagadoramente grande. Tão grande que forçou uma alteração legislativa, no ano de
2017, com consequências que já são visíveis e que aumentarão em grande medida o
problema dos incêndios florestais no nosso território a curto/médio prazo.

Para além disso, existem outros problemas que têm condicionado fortemente o setor.
luisbarrospereira@gmail.com

Assim, o presente documento resulta da necessidade de desmistificar, analisar,


esclarecer e elucidar os decisores políticos acerca da relação entre incêndios florestais,
capital natural, erros estruturais e conjunturais. Esta análise foi estabelecida com base
em indicadores oficiais e citando autores e bibliografia de referência. Deste modo, é
possível efetuar uma análise crítica à situação presente, com o objetivo de induzir a
reflexão de possíveis soluções para o futuro.

Esta análise será efetuada em 6 breves capítulos.


Luís Barros Pereira

Melhores cumprimentos,

Luís Barros Pereira


Eng.º Florestal (Membro Sénior da Ordem dos Engenheiros); Técnico Superior do ICNF,
IP; Licenciado (pré-Bolonha) em Engenharia Florestal; Pós-Graduado em Sistemas de
Informação Geográfica e Pós-Graduado em Proteção Civil; Possui Especialização
Internacional em Fogos Florestais e é Membro da Sociedade Portuguesa das Ciências
Florestais e Membro da American Chemical Society; Integra o Comité de Peritos das
Nações Unidas sobre Gestão Global da Informação GeoEspacial - Rede do Setor Privado
(UNGGIM-Private Sector Network).
Facto 1 - O Eucalipto e o Fogo em Portugal
1

O presente esquema (Quadro 1) foi apresentado pelo Eng.º Investigador Doutor Paulo Fernandes (2022), da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Perito de renome mundial é, “tão-somente”, um dos 20
cientistas mais citados internacionalmente em matéria de Incêndios Florestais. Autor de inúmeras publicações
científicas foi, também, membro da Comissão Técnica Independente da Assembleia da República, responsável
pela análise dos Incêndios Florestais de 2017.

O Quadro 1 é exclusivamente baseado em ciência publicada e revista por pares e em dados oficiais.

Resumo:
Segundo o autor, “Nos incêndios de outubro de 2017 que a Comissão Técnica Independente reconstruiu não
houve diferenças entre velocidade do fogo em função da predominância por pinhal, Eucalipto ou matos. Em
condições de perigo reduzido a moderado/elevado, a velocidade do fogo em eucaliptal é claramente inferior a
pinhal e matos. Para condições mais extremas eis as referências que demonstram a ausência de diferenças:

https://annforsci.biomedcentral.com/articles/10.1007/s13595-019-0829-8

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1364815220306964

E, principalmente, esta (ver Fig. 3)

https://www.publish.csiro.au/wf/pdf/WF21171”

Por exemplo, na Turquia os Eucaliptos são usados como aceiros verdes (“corta-fogos”) em plantações de
Pinheiro-bravo (obviamente não defendo aqui esta solução para Portugal, contudo este exemplo serve para
ilustrar uma visão diferente que outro país do Mediterrâneo tem desta árvore, que aqui em Portugal é
completamente demonizada, sem qualquer fundamente científico).
Quadro 1 – O Eucalipto e o Fogo em Portugal – Questões Frequentes. (Fonte: Fernandes, 2022).
Facto 2 – Florestas Autóctones, Eucaliptos e Biodiversidade
2

Básica e resumidamente, uma árvore é composta quase exclusivamente por longas cadeias de Celulose (e
Hemicelulose), cuja estrutura química é C6H10O5, cadeias essas que são derivadas da Glicose (C6H12O6). Ou seja, a
Celulose (e o seu constituinte base, a Glicose), são exclusivamente constituídas por átomos de Carbono, Oxigénio
e Hidrogénio.

Como se constroem, então, estes “blocos/cadeias”? De onde provém a matéria-prima?

Muito resumidamente, o Carbono e o Oxigénio provêm do Dióxido de Carbono atmosférico (CO2) – através do
processo de Fotossíntese (Figura 1) –, sendo que, este CO2 é “o tal vilão” que convém subtrair da atmosfera para
mitigar as alterações climáticas. Quanto ao Hidrogénio, este simplesmente provém da água (molécula de água,
H2O).

Figura 1 – Esquema reduzido da Fotossíntese.

Assim nasce uma árvore (Eucalipto, por exemplo). É isto que faz uma Floresta crescer; nem mais, nem menos!

Portanto, desde que se esteja perante uma monocultura de uma determinada espécie arbórea, a biodiversidade
não é diferentemente afetada, simplesmente por se tratar de Eucalipto (versus Pinheiro, Sobreiro, olival intensivo,
etc).

Trata-se de mais um “mito urbano”, que importa desmistificar.

Importa referir que as áreas geridas pelos grupos produtores de papel e pasta de papel, em Portugal, incluindo as
suas plantações, desempenham funções de produção de madeira para pasta e papel e de biomassa para energia,
bem como funções de conservação do solo e da água, proteção da biodiversidade, sumidouro de carbono,
silvopastorícia, recreio e lazer. Tudo isto atendendo às mais recentes e elevadas exigências de sustentabilidade
(incluindo a económica) e de redução de riscos.
Por outro lado, a Floresta nativa (autóctone), cuja função primordial é a de Proteção – e que, em Portugal, já está
razoavelmente salvaguardada, através da Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) –, tem o seu papel e o seu
lugar. Contudo, a sua (utópica) expansão dificilmente satisfará as necessidades e as exigências que a sociedade
atual evidencia relativamente a determinados produtos e serviços. Aliás, estudando a história da Floresta
portuguesa, verifica-se que a sua ocupação sempre foi evolutiva, tendo-se sempre ajustando às necessidades das
populações e dos seus proprietários, assim como às superiores necessidades nacionais. (Veja-se, por exemplo, o
Pinhal de Leiria. Dom Dinis (1261-1325), “O Lavrador”, promoveu a agricultura e a Floresta e fundou várias
comunidades rurais, distribuindo terras incultas a famílias por todo o país. Em 1312, fundou a marinha Portuguesa,
e ordenou a construção de várias docas e de uma armada, tendo para isso, aproveitado as madeiras do Pinhal de
Leiria para a construção de edifícios e frotas navais. Simultaneamente, protegia o pinhal, uma vez que este
protegia as terras agrícolas do avanço das areias costeiras. Por outro lado, e em contraponto, Portugal já foi um
país praticamente desarborizado, em meados do séc. XIX).

Resumo:
A Floresta é um recurso renovável e, como renovável que é, impõe-se a sua gestão racional e sustentável.
Pragmaticamente, um regresso ao passado não tem sustentação técnico/científica, e não satisfará os paradigmas
da sociedade atual, sob pena da sua imposição forçada contribuir para o aumento do abandono rural e perda de
rendibilidade, num recurso natural que é, já de si, pouco apelativo nas condições atuais.

Onde deve existir Floresta de proteção, pois que exista e que seja devidamente preservada. E, onde existir
capacidade produtiva, que esta seja plenamente aproveitada, sem “remorsos” e “sentimentos de culpa”. O país
não se pode dar ao luxo de desperdiçar os parcos recursos que possui!

Facto 3 – Mitigação das Alterações Climáticas. Sequestro de Carbono.


3 Eucaliptos, Pinheiros e espécies autóctones

As Florestas plantadas de Eucalipto e Pinheiro-bravo destacam-se, em Portugal, pela capacidade de sequestro de


carbono, tendo em conta os valores disponíveis para as principais espécies Florestais. A renovação constante
destas espécies (decorrente da exploração Florestal) permite a continuidade desta função e um efeito mitigador
das alterações climáticas de modo sustentado.

Importa notar que a capacidade de sequestro de carbono depende de vários fatores, desde o tipo de solo e clima,
à água disponível, para referir apenas algumas variáveis. A fixação de carbono depende, ainda, da taxa de
crescimento das plantas, que variam entre espécies e ao longo da vida de cada uma. Assim, uma espécie de
crescimento rápido (p.ex., o Eucalipto) pode sequestrar mais carbono anualmente, comparativamente a outras
espécies Florestais. Por outro lado, e como estas espécies têm rotações (período entre a plantação e o corte/abate)
mais curtas, às quais se seguem novos ciclos de plantação e exploração (novas rotações), a eficiência na fixação
de carbono por parte destas espécies de crescimento rápido pode ser substancialmente superior
(comparativamente a uma Floresta autóctone) (Quadro 2).

Assim, importa saber qual a capacidade de sequestro de carbono de diferentes espécies Florestais?

Sistema Valor médio (toneladas de CO2 e/ou de C por hectare Método de Referências
Florestal e por ano cálculo

Eucalipto 15-32 t CO2/ha/ano; Fluxo de carbono (1)

ou 4,1-8,73 t C/ha/ano

Montado 1-5 t CO2/ha/ano Fluxo de carbono (1)


ou 0,27-1,88 t C/ha/ano

Pinheiro- 15-26 t CO2/ha/ano Variação de stocks (1)


bravo ou 4,1-7,09 t C/ha/ano

Eucalipto Perto de 33 t CO2/ha/ano Fluxo de carbono (2)


ou 9 t C/ha/ano

Montado 3,7-11 t CO2/ha/ano Fluxo de carbono (2)


ou 1-3 t C/ha/ano

Eucalipto 6,65 t ha C/ha/ano (24,39 t CO2/ha/ano) Variação (3)(4)


4,8 t C/ha/ano para t ≤ 5 anos de stock de
7,25 t C/ha/ano para 5 < t < 10 anos biomassa total
9,15 t C/ha/ano para t ≥10 anos

Pinheiro- 7,3 t C/ha/ano (26,77 t CO2/ha/ano) Variação (3)(4)


bravo 7,9 t C/ha/ano para t ≤ 25 anos de stock de
7,2 t C/ha/ano para 25 < t < 50 anos biomassa total
6,4 t C/ha/ano para t ≥ 50 anos

Pinheiro- 3,95 t C/ha/ano (14,48 t CO2/ha/ano), com uma variação Variação (5)
bravo entre 1,45 e 7,55 t C/ha/ano, em povoamentos com idade de stock de
média de 38 anos biomassa aérea

Carvalho- 3,65 t C/ha/ano (13,38 t CO2/ha/ano), com uma variação Variação (5)
negral entre 1,5 e 6,05 t C/ha/ano, em povoamentos com idade de stock de
média de 55 anos biomassa aérea
Castanheiro 3,93 t C/ha/ano (14,41 t CO2/ha/ano) em povoamentos com Variação (6)
28 anos de idade de stock de
biomassa aérea

Pseudotsuga 3,49 t C/ha/ano (12,80 t CO2/ha/ano) em povoamentos com Variação (6)


28 anos de idade de stock de
biomassa aérea

NOTAS:

i. para avaliar o efeito da idade, foram estabelecidas classes de idade considerando que Eucaliptos com 10
anos e Pinheiros com 50 anos são árvores adultas;
ii. A diferença entre valores (inclusive para a mesma espécie) explica-se, principalmente, pelos diferentes
métodos usados para estimar a quantidade de carbono sequestrado;
iii. Apesar de sabermos que uma tonelada de C é equivalente a 3,667 toneladas de CO2 e que a fixação de
carbono pode ser estimada a partir de valores de produtividade primária líquida (NPP) considerando
que 50% da matéria seca produzida é carbono, nem sempre é fácil interpretar a literatura disponível.

Quadro 2 – Capacidade de sequestro de carbono de algumas espécies Florestais.

(1) Relatório sobre a Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment (cap. 20). 2009;
(2) O futuro da Floresta em Portugal. 2014;
(3) Estimating net primary production in 'Eucalyptus globulus' and 'Pinus pinaster' ecosystems in
Portugal. 2005;
(4) Accuracy of remote sensing data versus other sources of information for estimating net primary
production in Eucalyptus globulus Labill. and Pinus pinaster Ait. ecosystems in Portugal. 2014;
(5) Aboveground biomass and net primary production of pine, oak and mixed pine–oak forests on
the Vila Real district, Portugal. 2013;
(6) Growth dynamics and productivity of pure and mixed Castanea Sativa Mill. and Pseudotsuga
menziesii (Mirb.) Franco plantations in Northern Portugal. 2013.

Resumo:
Qualquer que seja o método de estimação da quantidade de Carbono (ou Dióxido de Carbono) fixado pelos
diferentes sistemas Florestais em estudo, afigura-se por demais evidente que o Eucalipto tem um desempenho
claramente superior (seguido do Pinheiro bravo) no que concerne à mitigação das alterações climáticas. Também
neste campo, a aposta exclusivamente em espécies indígenas (autóctones) não traria vantagens, pelo contrário.

Ou seja, para a mitigação das alterações climáticas e o cumprimento das ambiciosas metas internacionais a que
Portugal está obrigado, o Eucalipto afigura-se destacadamente como a espécie com maior potencial, seguida da
exploração do género Pinheiro (Pinus spp.).
Facto 4 – Desinteresse e abandono (após 2017) dos terrenos rurais, que urge
4 inverter

É do conhecimento público que 82,4% da Floresta portuguesa é privada (isto sem contar com a gestão
comunitária, vulgo baldios). Para além disso, estamos perante micropropriedades, nas quais muitas vezes nem se
conhecem os proprietários. Ora, sendo a Floresta 82,4% privada, será que as políticas públicas têm ido ao
encontro deste atores (proprietários), promovendo e favorecendo ações que estimulem o investimento (privado)
na Floresta?

Penso que não!

Basta um olhar atento para alguns números oficiais, relativamente às ações de arborização e rearborização (ao
abrigo do Regime Jurídico para as Ações de Arborização e Rearborização, RJAAR), partindo dos registos do ICNF,
IP.

Com a entrada em vigor, em 17 de outubro de 2013, do regime jurídico aplicável às ações de arborização e
rearborizações (RJAAR), Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho, alterado e republicado pela Lei n.º 77/2017, de
17 de agosto, pelo Decreto-Lei nº 12/2019, de 21 de janeiro, e, pelo Decreto-Lei n.º 32/2020, de 1 de julho,
compete ao ICNF, IP. assegurar os procedimentos de autorização e comunicação prévia das ações de arborização
e rearborização, instituindo um sistema de controlo, avaliação e informação.

Principais Indicadores RJAAR (outubro de 2013 a 30 de junho de 2021 – 93 meses)

(Fonte: Dados públicos do ICNF, IP., publicados em março de 2022, acessíveis em https://icnf.pt).

Os valores aqui apresentados não abrangem as ações de (re)arborização resultantes do aproveitamento da


regeneração natural dos arvoredos, assim como os eventuais adensamentos realizados em povoamentos
Florestais já instalados, por se encontrarem fora do âmbito do RJAAR. Os resultados apresentados dizem respeito
ao tratamento da informação disponível durante o período compreendido entre outubro de 2013 e 30 de junho
de 2021.

Em termos globais (RJAAR; ProDer, PDR2020, Dec. IA e ICNF, IP.) foram aprovados, neste período, 163.526 hectares
relativos a ações de (re)arborização, representando o Eucalipto 60%, seguido de outras folhosas (9%), Sobreiro
(9%) e, Pinheiro-bravo com 8%.
Análise das dinâmicas Florestais (art.4.º e 5.º do RJAAR) (Figuras 2 a 4)

Processos submetidos ao ICNF, IP. – Foram submetidos 46.097 pedidos de (re)arborização, correspondendo a
186.572 hectares. Foram autorizados/validados por parte do ICNF, IP. 77% do número total, a que corresponde
119.340 hectares.

Foram aprovados 20.639 processos de autorização com um total de 106.822 hectares e, validadas 14.377
comunicações prévias com um total de 12.518 hectares.

Quanto às novas áreas de Floresta (arborizações), correspondem a 25.766 hectares, recorrendo maioritariamente
a Eucaliptos (43%), seguindo-se o Pinheiro-manso com 15% e o Sobreiro com 14%.

Em 74% da área das rearborizações autorizadas/válidas não foi proposta alteração de espécie, correspondendo a
povoamentos em fim de ciclo ou com produtividade abaixo das potencialidades (95% respeitam a eucaliptais e 2%
a Pinheiro-bravo).

A rearborização de áreas de pinhal com Eucalipto-comum corresponde a 11% da área dos pedidos de
rearborização, sendo a substituição de Pinhal bravo por Eucalipto o tipo de alteração mais frequente no período
de 2013-2017. Esta tendência reduziu-se drasticamente no primeiro semestre de 2018, face à alteração da
legislação em vigor (este assunto será retomado mais à frente).

Figura 2 – Distribuição percentual da área dos processos, segundo a ocupação Florestal.


Figura 3 – Distribuição das arborizações autorizadas/validadas, por ocupação Florestal (em % de área).

Figura 4 – Distribuição de rearborizações autorizadas/validadas, por ocupação Florestal (em % de área).

(Nota: Arborizar significa florestar pela 1ª vez; pode tratar-se, por exemplo, de um campo agrícola ou de uma terra
em pousio convertidos, etc. Rearborizar significa florestar uma terra onde já existia previamente Floresta (ou
matos)).
Outro dado importante é a distribuição dos processos por classe de área - Dos 35.016 processos
autorizados/validados, 28.030 correspondem a áreas de intervenção inferiores a 2 hectares, representando 80%
do número total de processos e 15% da área total (17.506 hectares). Na região centro, esta dimensão média caiu
para cerca de 0,6 hectares.

Alerta! Inversão da situação

Pela análise dos dados oficiais em vigor, verifica-se que, até início de 2018, a espécie claramente privilegiada pelos
proprietários (detentores de 82,4% da área Florestal nacional), no uso da sua liberdade de escolha, de direitos
fundiários e de racionalidade financeira, era (em particular, no norte e centro) o Eucalipto (arborização ou
rearborização). Motivação – o Eucalipto, para o pequeno proprietário, é quase exclusivamente a única espécie
Florestal (à data) com alguma rendibilidade, assim como apresenta um período de retorno do investimento
relativamente curto; por outro lado, este retorno financeiro mais célere (12 anos Vs. outras espécies que podem
demorar décadas), permite aos proprietários correrem um menor risco no investimento face à ocorrência (e
recorrência) de incêndios florestais.

Como se pode constatar, até este ponto de inflexão (início de 2018), as áreas Florestais aumentaram
continuamente e, inclusivamente, assistiu-se a que antigos campos agrícolas improdutivos ou incultos foram
arborizados, contrariando, assim, a ausência de gestão (fator crítico, número um, para a prevenção e supressão
de incêndios florestais).

Porém, e citando o próprio ICNF, IP., “Com a entrada em vigor da Lei n.º 77/2017, de 17 de agosto, não ocorreu
autorização/validação de novas áreas de Eucalipto. (…) Desde janeiro de 2018, não são permitidas ações de
arborização com espécies do género Eucalyptus spp.”.

A situação é desesperante, do ponto de vista do proprietário de terrenos rurais (Agrícolas ou Florestais) que, pura
e simplesmente, e face à perspetiva de não obter rendimento económico com as opções que, à data, dispõe, pura
e simplesmente opta por deixar os terrenos ao abandono. E é precisamente isso que está a acontecer (Figuras 5
e 6).

Através dos dados oficiais publicados pelo ICNF, IP. (Figuras 5 e 6), pode constatar-se o decréscimo acentuado no
número de pedidos de licenciamento e da área a (re)arborizar.
Distribuição do número total de processos submetidos
(autorização e comunicação), por região
12000
10980
10000
9537

8000 8179

6000 6090

4000 3527
3336
2881
2000
1567

0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Total Norte Centro

Figura 5 – Distribuição do número total de processos submetidos ao ICNF, IP. (autorização e comunicação), por
região.

Ações de (re)arborização autorizadas/validadas ou realizadas,


segundo a ocupação Florestal (IFN) - (área, em hectares)
40 000

35 000
33814
30 000 30468
25 000
23200
20 000
18 837 18277 17570
15 000 12198

10 000 9162
5 000

0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Ocupação Total Eucalipto Pinheiro-bravo

Figura 6 – Ações de (re)arborização autorizadas/validadas ou realizadas, segundo a ocupação Florestal (IFN).


Atual e pragmaticamente, – e se nada for feito para contrariar esta tendência –, o abandono das terras (enquanto
opção financeira e de direito), é o ato de gestão mais racional para os proprietários Florestais.

E, é precisamente isto que está a acontecer (tal como se pode observar nas figuras anteriores).

O atual abandono das terras e a ausência de investimento na Floresta, traduzir-se-á a curto/médio prazo em
situações de enorme acumulação de biomassa, com aumento da perigosidade e severidade dos incêndios florestais.

Por outro lado (e não menos importante), esta situação incrementará o abandono do mundo rural. Este, já por si,
está muito pressionado: situações de seca e insuficiência de humidade no solo e nas culturas; ataques de fatores
bióticos (diminuição da apicultura por aumento descontrolado da Vespa velutina/Asiática; expansão da área de
acácias (vulgo, mimosas); desflorestação e diminuição considerável das áreas de Pinhal-bravo, devido aos ataques
do nemátodo da madeira do Pinheiro); elevado risco com os fatores abióticos (seca; incêndios Florestais; situações
extremas de instabilidade atmosférica).

Com o incremento (até ao início de 2018) de atividades florestais localizadas no mundo rural, pelas ações de
(re)arborização e sua concomitante exploração (manutenção, limpezas, cortes, etc.), tudo contribuía para
fomentar uma autêntica microeconomia local (existência de prestadores de serviços associados aos cortes,
adubações, podas e limpezas de mato, abertura e manutenção de caminhos, plantações e retanchas, etc.; e, por
consequência direta, a existência de empresas de venda e/ou manutenção de material mecânico, viveiros
Florestais, empresas de corte e extração de madeira, entre outras atividades). Infelizmente, tudo isto, a
curto/médio prazo diminuirá drasticamente.

Resumo:
Até ao início de 2018, o setor apresentava uma dinâmica sempre crescente. Porém, a partir dessa data, tem havido
um decréscimo acentuado. Pode o Estado ficar “impávido e sereno” com a atual situação de empobrecimento
social, económico e ecológico das nossas áreas rurais e, o consequente aumento exponencial do risco associado
aos incêndios Florestais? Urge, pois, rever (com caráter de urgência) a legislação, nomeadamente aquela que
restringe fortemente a (re)arborização com Eucalipto.
Facto 5 – Perda de rendibilidade, e outros pequenos (grandes)
5 constrangimentos do setor

Na Figura 7 apresenta-se, como ponto de partida, um diagrama que expressa o Ciclo Vicioso do Empobrecimento
da Floresta. Todos os problemas infra elencados, mais cedo ou mais tarde, acabarão por conduzir o setor Florestal
a este paradigma.

Figura 7 – Ciclo Vicioso do Empobrecimento da Floresta.


Constrangimento #1:
A portaria 15-A/2018, de 12 de janeiro, define as “Distância às estremas dos prédios confinantes” a que as novas
(re)arborizações deverão obedecer. Trata-se, respetivamente, de 10 metros e 5 metros a terrenos Agrícolas e
Florestais confinantes.

Ora, até aqui tudo bem, não estivéssemos nós em presença de minifúndio em grande parte do território nacional
(e, em particular, no norte e centro do país, que são precisamente as regiões com maior número de pedidos de
novas plantações). Vamos aqui simular o problema, na prática, tomando como ponto de partida 2 prédios rústicos
fictícios de minifúndio (um, inferior a 2 hectares, segundo as estatísticas anteriormente apresentadas; outro, com
aproximadamente, 0,6 hectares, de acordo com a média da região centro).

Exemplo 1: terreno com 19.288m2.

Aplicando o regulamento (que é de caráter obrigatório), existe uma diminuição da área a (re)arborizar entre 14 a
27%, de acordo com a distância às estremas de 5 metros e 10 metros, respetivamente (Figura 8).

Figura 8 – Simulação da diminuição de área de um terreno, por aplicação das diretrizes legais.
Exemplo 2: terreno com 6.073m2.

Aplicando o regulamento, existe uma diminuição da área a (re)arborizar entre 26 e 48% (!!!), de acordo com a
distância às estremas de 5 metros e 10 metros, respetivamente (Figura 9).

Figura 9 – Simulação da diminuição de área de um terreno, por aplicação das diretrizes legais.

(Nota: Todos os cálculos foram efetuados com recurso a ferramentas digitais de mapeamento, no caso, o Software
de Sistemas de Informação Geográfica, QGis (v. 3.16.14)).

Ou seja, somos confrontados com reduções significativas da área útil disponível para a plantação, que se cifram
entre 14 e 48%. Obviamente, quanto menor for a dimensão dos terrenos, maior será esta diminuição, o que tem
tido implicações significativas em grande parte do território nacional, em particular nos minifúndios do norte e
centro.

Estas áreas onde não é permitida a plantação ficarão sem utilização (o que resulta em perda de produtividade,
económica e ecológica) e estarão sujeitas à invasão por espécies lenhosas do género Acácia (“mimosas”), erosão
do solo (por exposição aos elementos sem a devida proteção arbórea) e/ou invasão por matos (com o óbvio
aumento do risco espacial de Incêndio Florestal).
Acresce a isto, a existência de várias restrições e servidões públicas (importantes para a salvaguarda do bem
público) a que os proprietários estão sujeitos, e que implicam afastamentos das plantações a casas, edificações,
linhas de água, poços e pontos de água, caminhos e rede viária, via-férrea, aerogeradores, redes energéticas,
redes de gás, redes de defesa da Floresta contra incêndios, etc., etc., etc.

A perda de capital natural (por força legislativa) e a consequente diminuição de produtividade, condicionam
naturalmente o investimento que um proprietário rural possa fazer. Também esta situação veio contribuir para o
abandono rural. É mais um fator (para além dos anteriores).

Perante este problema, a lei existente deveria ser revertida e, relativamente às estremas, dever-se-ia remeter esta
situação para o Código Civil (artigos 1366º a 1369º) – com as necessárias adaptações –, pois a natureza e a Floresta
não têm fronteiras.

Constrangimento #2:
A proibição, em determinadas épocas do ano (normalmente na primavera), da utilização de máquinas e da
execução de inúmeras operações Florestais, devido à proteção da fauna e avifauna, a que se juntam outras
proibições, noutras alturas do ano. Estas últimas, nomeadamente, são devidas às medidas de defesa da Floresta
contra incêndios Florestais (as quais ocorrem, principalmente, em grande parte do verão). Tudo isto se traduz em
fortes limitações operacionais para as empresas Florestais e do ambiente (às quais acrescem outras restrições,
como as meteorológicas).

Como resultado, não existe – do ponto de vista das empresas e do mercado – grande atratividade para o exercício
destas atividades, uma vez que são fortemente condicionadas e penalizadas pela via legislativa. Veja-se um
exemplo prático, a enorme dificuldade que há em contratar, entre outras, empresas para efetuar as limpezas de
mato com vista à diminuição do perigo de incêndios Florestais.

O problema é que todas estas restrições, infelizmente, não levam em linha de conta a realidade, nem a
fundamentação técnica e científica existente. Tais restrições têm sido aplicadas por via meramente administrativa,
cumprindo calendários ideológicos ou de comunicação social, não levando em linha de conta a realidade existente.
Concretamente, e mais uma vez usando os dados oficiais do ICNF, IP., podemos observar o real peso do conjunto
das operações Florestais no problema dos Incêndios Florestais em Portugal (Quadro 3).
Quadro 3 – Impacto das operações florestais nos Incêndios florestais em Portugal (período de 2001 a 2021).
(Fonte: https://icnf.pt).
Não é proibindo (em inúmeras alturas do ano) os operadores da Floresta e Ambiente de trabalharem que se
resolvem os incêndios (ou os problemas da biodiversidade), ainda para mais quando a sua contribuição é residual
(Quadro 3). Tudo isto contribui para conduzir à asfixia financeira estas indispensáveis empresas (as quais já são
escassas), e que se movimentam num mercado em decadência e pouco competitivo. Para além disso, a sua mera
presença nos espaços florestais significa “mais olhos” na Floresta, uma vez que dependem dela e a conhecem,
podendo atuar prontamente em caso de ignição. Conclui-se que as atividades destas empresas não podem estar
reféns dos alertas (não raras vezes previsionais) da Proteção Civil. O problema existente tem de ser encarado pelas
diferentes óticas, Florestal, económica e financeira, e não andar ao reboque de interesses corporativos, da opinião
pública ou das políticas de curto prazo.

Constrangimento #3:
Os proprietários (usufrutuários ou arrendatários) rurais, ao abrigo das normas dispostas no Sistema Integrado de
Gestão de Fogos Rurais (ex-conceito de Defesa da Floresta contra Incêndios), são obrigados (coercivamente) a
limpar os terrenos, nos espaços que se denominam de Redes Secundárias de Faixas de Gestão de Combustíveis.
Estas redes englobam os caminhos, a rede viária, a área envolvente a habitações, aglomerados populacionais,
parques de campismo, zonas industriais, pontos de água, etc.

Para isso, todos os anos (e, por vezes, mais do que uma vez por ano) os proprietários são obrigados a proceder ao
corte e remoção de árvores (se existirem) e à limpeza dos matos. Até aqui, tudo bem! O problema é que os
proprietários despendem, em média, cerca de 1.000€/hectare/ano para efetuar essas operações (tomando como
referência os valores descritos na Matriz de Custos da Comissão de Acompanhamento para as Operações
Florestais, CAOF).

E, quem é que paga? O proprietário (arrendatário ou usufrutuário) dos terrenos, obviamente.

Ou seja, o proprietário (que não conta com apoios do Estado, e que retira poucos – ou nenhuns – rendimentos
dos terrenos rurais) vai ter de arcar, todos os anos, com estes custos. Para além disso, ainda perde a produção
nessas faixas de proteção (que têm de se apresentar limpas todo o ano). E, quais são as contrapartidas?
Nenhumas! O proprietário simplesmente é obrigado a proteger bens que não são seus (quer sejam públicos ou
privados). Ou seja, o proprietário paga para proteger bens de terceiros! A pergunta que deixo no ar é esta: fará isto
algum sentido? Poderá um proprietário suportar e financiar este sistema eternamente? Ou, pelo contrário, não
deveria haver uma forma de ressarcimento, compensação ou mutualização das despesas?

Constrangimento #4:
Legislação – O referido Regime Jurídico Aplicável às Ações de Arborização e Rearborizações (RJAAR) entrou em
vigor em 17 de outubro de 2013, pelo Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho. Este, em menos de 9 anos já foi
alterado e republicado pela Lei n.º 77/2017, de 17 de agosto, pelo Decreto-Lei nº 12/2019, de 21 de janeiro, e
pelo Decreto-Lei n.º 32/2020, de 1 de julho. Conte-se, ainda, com o (transitório) Decreto-Lei n.º 148/2017, de 5
de dezembro, a que acrescem 3 Portarias e 2 Despachos Regulamentares.

Portugal teve um Código Florestal, em 2009, que durou pouco mais de 2 anos em vigor.

A legislação do setor Florestal encontra-se dispersa (por entre legislação ambiental, da proteção civil, entre outras),
sofrendo grandes alterações em curtos espaços de tempo (faltando-lhe estabilidade, o que gera incerteza no setor,
incerteza esta que, por si só, também é contrária ao investimento).

Impõe-se a racionalização e simplificação do quadro legislativo, a sua adequação à realidade vigente (acolhendo,
entre outras, algumas das sugestões a problemas aqui elencados) e a criação de um Código Florestal.

Floresta – Pensando Além do Horizonte (Conclusões)


6

A Floresta nacional distingue-se da generalidade dos países europeus, pelo facto de ser maioritariamente (82,4%)
propriedade privada. Logo, os proprietários (arrendatários ou usufrutuários) terão sempre de fazer parte da
solução (e não, parte do problema, como resultado de más decisões – ou indecisões – do Estado português).

É urgente mudar de paradigma!

Foram aqui enumerados diversos constrangimentos que têm levado à perda de competitividade do setor florestal
e à diminuição da sua atratividade para captar investimentos.

O sector Florestal, até pelo desempenho que já conseguiu alcançar, apresenta-se como uma base sólida para
futuro desenvolvimento e uma alternativa promissora para manter e aumentar a competitividade e criar
empregos produtivos. Apesar de todas as contrariedades aqui elencadas (e a listagem não é exaustiva), tem-se
mostrado um setor resiliente. Porém, essa resiliência não é ilimitada.

A Floresta tem um ciclo de crescimento longo, como longos são também os períodos de retorno económico-
financeiros, para além de riscos (bióticos e abióticos) cada vez maiores. Como tal, urge estabelecer políticas e criar
medidas legislativas que permitam ultrapassar o curto (e míope) ciclo político (de 4 ou 5 anos), encontrando
pontos de convergência e consensos entre os diversos atores políticos e a sociedade.

Aumentar a produtividade, a rendibilidade económico-financeira e diminuir os riscos da Floresta portuguesa.


Apostar na especialização do território – diferenciação geográfica das funções dominantes do espaço Florestal
estabelecidas em função das produtividades potenciais lenhosas. Distribuição no território continental das três
espécies Florestais (sem preconceitos político-ideológicos, pseudocientíficos ou pseudo-ambientalistas) –
Pinheiro Bravo, Eucalipto e Sobreiro – que estão integradas em fileiras Florestais. Aumento do valor dos produtos.
Racionalizar e simplificar o quadro legislativo.

Criar um regime de bonificações fiscais (IRS, IRC e, talvez incluindo reduções no IMI em prédios urbanos, como
forma de compensação direta), para quem investe na Floresta (criando riqueza, reduzindo riscos no território,
absorvendo Dióxido de Carbono, melhorando o regime hídrico, promovendo a paisagem e a biodiversidade,
sustentando o turismo, educando, etc.) e, para quem promove a redução de riscos (limpando as ditas faixas de
gestão de combustíveis, para proteção de terceiros).

Importará, também, esclarecer e informar a opinião pública, a Comunicação Social e os principais stakeholders,
com base em informação racional, técnica e cientificamente correta, pois só assim teremos uma sociedade justa
e equilibrada, precavendo desnecessárias e evitáveis dicotomias do tipo urbano/rural.

Só assim, podemos afirmar: Floresta – Pensando Além do Horizonte.

Referências Bibliográficas

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Comissão Técnica Independente (2017). Análise e apuramento dos factos relativos aos incêndios que ocorreram
em Pedrógão Grande, castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Arganil, Góis, Penela,
Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã, entre 17 e 24 de junho de 2017. Assembleia da República; Outubro de 2017.

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ICNF, 2022. Ações de arborização e rearborização – Principais indicadores. Nota informativa n.º 15 (outubro de
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https://icnf.pt/florestas/arborizacoes

https://icnf.pt/florestas/gfr

https://Florestas.pt/

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