Portugal: locus horrendus florestal.
Desde a política de florestação intensiva de pinhal do século XIX passando pela do Estado novo e do mais recente recurso eucaliptal, a contradição com D.Dinis o lavrador que teve o mínimo de sensibilidade com as nossas características mediterrânicas, demonstra-nos uma paisagem carbonizada sem paralelo. O pseudo sistema florestal, na sua maior parte privado, que se esquece das espécies arbóreas tipicamente mediterrânicas como o Quercus (Sobreiro e os vários t
Portugal: locus horrendus florestal.
Desde a política de florestação intensiva de pinhal do século XIX passando pela do Estado novo e do mais recente recurso eucaliptal, a contradição com D.Dinis o lavrador que teve o mínimo de sensibilidade com as nossas características mediterrânicas, demonstra-nos uma paisagem carbonizada sem paralelo. O pseudo sistema florestal, na sua maior parte privado, que se esquece das espécies arbóreas tipicamente mediterrânicas como o Quercus (Sobreiro e os vários t
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Portugal: locus horrendus florestal.
Desde a política de florestação intensiva de pinhal do século XIX passando pela do Estado novo e do mais recente recurso eucaliptal, a contradição com D.Dinis o lavrador que teve o mínimo de sensibilidade com as nossas características mediterrânicas, demonstra-nos uma paisagem carbonizada sem paralelo. O pseudo sistema florestal, na sua maior parte privado, que se esquece das espécies arbóreas tipicamente mediterrânicas como o Quercus (Sobreiro e os vários t
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Desde a política de florestação intensiva de pinhal do século XIX passando
pela do Estado novo e do mais recente recurso eucaliptal, a contradição com D.Dinis o lavrador que teve o mínimo de sensibilidade com as nossas características mediterrânicas, demonstra-nos uma paisagem carbonizada sem paralelo. O pseudo sistema florestal, na sua maior parte privado, que se esquece das espécies arbóreas tipicamente mediterrânicas como o Quercus (Sobreiro e os vários tipos de Carvalhos), as Fagáceas da qual a Azinheira e a Faia são os exemplares mais conhecidos, entre outras que constituem o coberto biogeográfico original e espontâneo de todo o mediterrânico, e, por isso mais adequadas ao nosso clima quente e seco dos verões. Assim apesar das monoculturas intensivas de pinhal e eucaliptal, estas deverão ser intervaladas pelas espécies acima referidas que se apresentam como um verdadeiro mecanismo de retardamento de propagação das ignições entre os pinhos e os eucaliptos. Com efeito, se existir um eficaz ordenamento florestal, é possível criar faixas florestais acabando com coexistência entre pinheiro e eucalipto (espécies não autóctones ou nativas) entremeando-as com Quercus e Fagáceas que estão mais preparadas para se protegerem e atrasarem a propagação dos incêndios. Se acaso repararmos no exemplar Sobreiro, verificamos que a sua casca, a vulgar cortiça, é a capa protectora que esta árvore dispõe para se proteger dos incêndios. Uma verdadeira especialização muito esquecida pelos proprietários que só vêm nela um recurso económico. Falando nisso, os sobreiros portugueses, apesar de velhos, são responsáveis por sermos, ainda, o primeiro produtor mundial de cortiça. Algo raro mas que está em risco de deixar de ser porque a nossa política de reflorestação não mais tem passado por aqui. Como tal, estamos em risco de perder essa hegemonia se não agirmos já porque já vamos tarde. Nos próximos dois anos vai ser necessário reflorestar as áreas queimadas, vai ser necessário haver melhor consciência florestal. Não adianta apontar o dedo aos responsáveis, até que as pessoas só acham que o governo é o responsável. Isto num contexto de que 69% da nossa área florestal é privada. Só a Suécia é que tem mais área privada, nível europeu. Nisto não vejo grande culpa no Estado. Toca aos privados agir, informarem-se, responsabilizarem-se pelo que é seu e alertarem os seus vizinhos. Os locus horrendus têm que acabar.