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Indice

1. Introdução.................................................................................................................................2

1.2. Objectivo geral do trabalho..................................................................................................3

1.2.1. Objectivos especificos.......................................................................................................3

1.3. Metodologia do trabalho.......................................................................................................3

1.3.1. Pesquisa bibliográfica.......................................................................................................3

2. Recursos Florestais e Faunisticos seu impacto ambiental e económico em Moçambique.......4

2.1. Conceitos fundamentais........................................................................................................4

2.1.1. Recursos Florestais...........................................................................................................4

2.2. Recursos Faunísticos............................................................................................................5

2.3. Protecção e Conservação da Flora e Fauna..........................................................................6

2.4. Utilização dos Recursos Florestais.......................................................................................6

2.5. Gestão dos Recursos Florestais e Faunisticos em Moçambique..........................................7

2.6. Cobertura florestal em Moçambique....................................................................................8

2.7. Reservas florestais em Moçambique....................................................................................9

2.8. Desmatamento......................................................................................................................9

2.9. Sustentabilidade das Florestas Moçambicanas...................................................................10

2.9.1. Sistemas agro-florestais..................................................................................................11

2.9.2. Utilização da Fauna Bravia.............................................................................................12

2.9.3. Reflorestamento..............................................................................................................13

3. Conclusão...............................................................................................................................14

4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................15
1. Introdução
Quando falamos sobre biodiversidade, referimo-nos à diversidade de organismos vivos
existentes nos ecossistemas, sejam ele micro, sejam micro-organismos
A fauna e a flora podem muitas vezes ser específicas de determinadas regiões e influenciadas
pelos fatores ambientais locais.
Fauna é o nome que se dá à diversidade de animais de uma determinada região. Flora é a
diversidade de plantas de uma região. A flora é indispensável para a manutenção da vida na
Terra, pois ela é a responsável pelo processo fotossintético.
O presente trabalho, vai aboradr sobre “Recursos Florestais e Faunisticos seu impacto ambiental
e económico em Moçambique”. Em Moçambique a política nacional sobre as florestas e a fauna
tem um horizonte de longo prazo e actualmente a sua materialização está sendo reflectida no
programa nacional de florestas e fauna bravia. Ao longo desta unidade irá estudar as politicas e a
gestão dos recursos florestais e faunisticos, protecção e conservação da floresta e fauna bravia.

A maioria dos moçambicanos vive em áreas rurais e depende dos recursos naturais para a sua
subsistência diária. Segundo Nhabanga e Ribeiro (2009), apenas 7 a 9% da população total de

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1.1. OBJECTIVOS

LIBANEO (2002:104) afirma que “objectivo, é um fim a ser alcançado, alvo a ser alcançado”.
Por conseguinte, de acordo com a citação que apresentamos acima, o nosso trabalho apresenta
dois objectivos, sendo um geral e outros de caracteres específicos.

1.2. Objectivo geral


Fazer uma busca exploratorio sobre os Recursos Florestais e Faunisticos seu impacto ambiental e
económico em Moçambique

1.2.1. Objectivos especificos


 Caracterizar os recursos Florestais e Faunisticos seu impacto ambiental e económico em
Moçambique;
 Descrever a importancia dos recursos Florestais e Faunisticos e seu valor económico em
Moçambique.

1.3. Metodologia do trabalho

1.3.1. Pesquisa bibliográfica


Segundo (LAKATOS 1991:98) abrange toda literatura já tornada publica em relação ao tema em
estudo.

A pesquisa bibliográfica consistira basicamente na recolha de informações sobre o ensino de


geografia na actulaidade. Estas informações deverão ser adquiridas em artigos científicos, livros
e publicações da internet.

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2. Recursos Florestais e Faunisticos seu impacto ambiental e económico em Moçambique
2.1. Contextualização
2.1.1. Conceito fauna
Fauna é um substantivo feminino que define um conjunto de animais de convivem em um
determinado espaço geográfico ou temporal.
A fauna está relacionada com a biodiversidade, ou seja, uma extensa variedade de seres vivos,
sejam animais ou plantas. A biodiversidade é a responsável em estabelecer o equilíbrio da vida
em nosso planeta.
Existem vários tipos de fauna, que variam a partir das diferentes regiões da Terra, no entanto,
podemos dividir essas variações de faunas em dois grandes grupos:
Fauna doméstica animais que necessitam da intervenção humana para se
alimentar/sobreviver/desenvolver, e a Fauna silvestre quando os animais não precisam dos seres
humanos para se alimentar ou se desenvolver.
 

2.1.2. Conceito flora


De forma geral, a flora representa os organismos vivos do Reino Animal, ou seja, as plantas de
determinada região.
O termo designa, ainda, a variedade de plantas de um ecossistema ou bioma. O Brasil, por
exemplo, possui a maior biodiversidade do mundo quando o assunto é flora.
Cada região possui características específicas em relação à flora. Essas características são
determinadas por fatores como o clima, a temperatura, a manutenção do sol e a incidência de
raios solares,
Além da variedade de plantas, o termo flora também é utilizado para designar um conjunto de
micro-organismos.

2.1.3. Recursos Florestais


Os recursos florestais inventariados em 1994 com base na imagem satélite, mostram que o pais
possui cerca de 62 milhões de ha (78% da superfície do País) de formações florestais de
diferentes densidades e composição. Dados quantitativos de extensão de recursos florestais são
agora disponíveis por tipos, classes de usomde terra e por províncias.

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A área florestal, com potencial para produção de madeira, é estimada em 19 milhões de ha. Nesta
categoria de floresta produtiva estima-se um volume comercial em pé (acima de 40 cm DAP1)
de aproximadamente 22 milhões de metros cúbicos, o que permite um corte anual de 500 mil
metros cúbicos, considerando todo o leque de espécies com potencial de utilização industrial.
Porém, só 10 à 15% do volume existente é constituído por espécies com boa aceitação no
mercado internacional.
A indústria florestal em Moçambique é composta essencialmente por fábricas de pequena
capacidade e com equipamento obsoleto.
Há algumas excepções, como as Indústrias Florestais de Manica (IFLOMA) e algumas serrações
no Sul e Norte do País. A capacidade de produção estima-se em 129 000 m3, desta apenas
cerca de 30% é efectivamente utilizada. A maior parte das unidades de transformação foram
privatizadas. Não obstante a privatização, tanto os níveis de produção como os índices de
aproveitamento continuam baixos (30%), devido ao abastecimento irregular da matéria-prima e
ao equipamento obsoleto.
2.2. Recursos Faunísticos
Devido ao período de instabilidade que o País atravessou, o subsector possui pouca informação
sobre a existência, distribuição e composição da fauna bravia. Inventários realizados em 1990 no
complexo de Marromeu indicam uma quebra de 80% no efectivo animal no período de 1977 à
1990. Julga-se que este nível de quebra seja uniforme para o resto do País como resultado de
uma caça descontrolada. Assiste-se, contudo, ao reaparecimento de fauna bravia em muitas
zonas onde, devido à seca e guerra, os animais foram considerados desaparecidos.
Em relação as áreas de conservação, sucessivos instrumentos legislativos criaram 21 áreas de
conservação - Parques Nacionais, Reservas e Coutadas - com uma área total equivalente a cerca
de 6,7 milhões de hectares. Devido ao longo período de abandono, estas áreas requerem
reavaliação em termos de limites, objectivos e categorização. Por outro lado, há indicações de
que alguns sistemas ecológicos não estão cobertos pela rede existente de áreas de
conservação.
Embora a paz tenha sido alcançada, o acesso às áreas é ainda afectado pela incidência de minas e
ocupação humana descontrolada; Além disso, as vias de acesso para a Reserva do Gilé, de
Niassa, os Parques Nacionais de Zinave e de Banhine estão completamente destruídas, bem
como as suas Infra-estruturas.

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Existem no país 4 Parques Nacionais e 5 Reservas de Caça cobrindo uma área de
aproximadamente 1,6 milhões de hectares, todos eles proporcionando um habitat de ampla
diversidade biológica e, em alguns casos, com ocorrência de espécies endémicas. Como foi
acima mencionado, problemas de insegurança e instabilidade política conduziram a perdas
significativas de fauna bravia, assim como a falta de informação actualizada sobre a base do
recurso.
A Reserva de Niassa que realmente nunca foi abandonada porque não foi gravemente afectada
pela guerra é considerada como a que se encontra numa situação mais estável. Também o Parque
Nacional de Bazaruto que, por causa da sua localização nas ilhas não foi directamente afectado
pelas hostilidades, está sendo manejado para manter um nível razoável de eco turismo e pesca
desportiva.
Apesar das dificuldades logísticas, os Parques Nacionais e Reservas de Caça estão na fase de
recuperação, como é o caso da Reserva de Maputo, Reserva do Niassa, Parque Nacional de
Zinave e Gorongosa. Estes Parques Nacionais e Reservas ainda servem de
importantes habitats de conservação da fauna bravia. No entanto, é importante notar que alguns
deles estão a ser ocupados pela população rural. Poderão surgir conflitos difíceis de resolver se
não forem tomadas medidas a tempo. Por exemplo, no caso da Reserva de Maputo, muitos
acampamentos de populações podem ser observados no Leste e Sul, e do mesmo modo, a mesma
está sendo rodeada por crescentes áreas de aglomerados populacionais de deslocados e
refugiados.
Há no país, 13 Coutadas cobrindo uma área de aproximadamente 5,1 milhões de hectares,
maioritariamente, estão localizadas na parte central e austral do País, predominantemente na
província de Sofala.
2.3. Protecção e Conservação da Flora e Fauna
Moçambique é essencialmente um país agrário. Cerca de 78% da terra é coberta por formações
florestais ou outras formações vegetais que conferem ao País uma grande diversidade biológica e
um habitat para a fauna bravia.
Apesar deste potencial abundante, como resultado da combinação de uma herança colonial
desfavorável, políticas desacertadas, desastres naturais e guerra, a situação da segurança
alimentar principalmente nas zonas rurais é precária
2.4. Utilização dos Recursos Florestais

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A exploração florestal é caracterizada pela incidência de extracção de madeira em regime de
licença simples, em vez da exploração em regime de concessão.
Esta situação, conduz à proliferação de operadores dispersos em áreas extensas, cujo controle e
maneio torna difícil para as autoridades do sector.
Aliado a esta exploração desordenada, subsiste a exportação de toros, pois os operadores de
licenças simples, na sua maioria, não possuem capacidade industrial para o processamento local.
Contudo, a exploração de madeira no País situa-se entre 30% à 40% da Taxa anual de corte
(TAC) permissível, que é estimada em 500 000 metros cúbicos por ano.
Por outro lado, a exploração de lenha e carvão que se estima em cerca 16 milhões de metros
cúbicos por ano, destinados ao abastecimento de energia doméstica a cerca de 90% da população
moçambicana, constitui um desafio na procura de solução para uma utilização sustentável dos
recursos florestais.
A agravar esta situação, são as práticas agrícolas inapropriadas, que contribuem para um
aumento substancial do desmatamento de extensas áreas florestais.
O património florestal permanente do País não está demarcado, no sentido de definir com rigor,
quais as zonas que se destinam à protecção e aquelas que se destinam à produção florestal. A
floresta nativa nunca beneficiou de inventário florestal detalhado e plano de maneio, que sirvam
de base para o estabelecimento de concessões florestais.
As comunidades locais nas áreas de floresta produtiva sempre assistiram à exploração dos seus
recursos por operadores externos a área sem qualquer benefício ou envolvimento.
A fiscalização florestal está enfraquecida, pois os fiscais são insuficientes e os meios disponíveis
são limitados para a cobertura nacional necessária. Esta situação é agravada pela falta de
incentivos inerentes à actividade de fiscalização.
As 17 Reservas Florestais existentes encontram-se abandonadas por falta de recursos para a sua
manutenção e perpetuidade. Pelas mesmas razões, está impossibilitado o estabelecimento de
novas reservas.
2.5. Gestão dos Recursos Florestais e Faunisticos em Moçambique
A Política nacional sobre as florestas e a fauna tem um horizonte de longo prazo e a sua
materialização está sendo reflectida no Programa Nacional de Florestas e Fauna Bravia para os
próximos anos, e foi aprovado pelo Ministério da Agricultura e Pescas (MAP) no âmbito da
planificação em curso do Programa Nacional de Desenvolvimento Agrário (PROAGRI).

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Os recursos florestais e faunísticos têm sido considerados como um capital disponível que, com
baixos níveis de investimento, poderão gerar divisas através da exportação. Contudo, a
contribuição do subsector Florestal e Faunístico na economia de subsistência é muito maior que
o seu papel na economia formal. As estatísticas oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) ainda
não reflectem a contribuição deste subsector na economia do País, pois, cerca de 80% da energia
consumida no País, provém da biomassa lenhosa.
A procura anual desta fonte energética é estimada em 16 milhões de metros cúbicos por ano, o
equivalente a cerca de 706 milhões de dólares anuais que o (PIB) não tem contabilizado.
 Estima-se que cerca de 80% da população rural tem na carne de animais bravios e no
peixe das águas interiores, as suas principais fontes de proteína animal.
 Produtos derivados de florestas são o principal material usado para a construção de casas
para a maioria da população rural.
 A população rural ainda satisfaz várias necessidades básicas (comida, medicamentos,
instrumentos, recursos de pastagem) a partir das florestas.
 A revitalização de indústrias madeireiras e faunísticas (transformação de madeira, caça e
ecoturismo) vai fornecer oportunidades significativas de emprego, facilitando a
diversificação dos rendimentos familiares, num potencial, para o alívio da pobreza rural.
Pode-se concluir, deste modo, que o sector familiar é o principal consumidor e beneficiário dos
produtos da floresta e da fauna, e que a população rural tem em relação a estes recursos uma
dependência histórica, cuja continuidade exige o seu maneio sustentado.

2.6. Cobertura florestal em Moçambique


Cerca de 70% de país (54.8 milhões de hectares) é presentemente coberta de florestas e
outras formações lenhosas e a área florestal cobre cerca de 40.1 milhões de hectares (51% do
país), enquanto que outras formações lenhosas (arbustos, matagais e florestas com agricultura
itinerante) cobrem cerca de 14.7 milhões de hectares (19% do país) (Marzoli 2007).
As florestas produtivas (aptas para a produção madeireira) cobrem cerca de 26.9 milhões
de hectares (67% de toda a área florestal). Treze milhões de hectares de floresta não são
favoráveis para a produção madeireira, dos quais a maioria (9 milhões de hectares)
localiza-se dentro dos Parques Nacionais, Reservas Florestais e outras áreas de conservação. As
florestas que se beneficiam de alguma forma de protecção legal ou

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estado de conservação cobrem de cerca de 22% da área florestal do país. Enfim 4 milhões
de hectares de florestas (11%) foram classificadas como florestas de protecção(Marzoli 2007).
As províncias com maior contribuição para as florestas produtivas são Niassa (6.0 milhões de
hectares), Zambézia (4.1 milhões de hectares), Tete (3.3 milhões de hectares)
e Cabo Delgado (3.2 milhões).
As províncias com maior volume comercial de madeira; (7.7 m3/ha), Cabo Delgado (7.3 m3/ha)
e Sofala (7.1 m3/ha) e as espécies de valor comercial que apresentam maiores volumes são
Mopane, Umbila, Jambire e Chanfuta. Em termos de classes comerciais, 4% do volume
comercial disponível pertence as espécies produtoras de madeira preciosas, 21% para as de 1ª
classe, 44% para as de 2ª classe, 14% para as de 3ª classe e 17% para as de 4ª classe. (Marzoli
2007).
2.7. Reservas florestais em Moçambique
Existem actualmente cerca de 13 reservas florestais (Gomes e Sousa,1968) sendo uma na
Província de Maputo, 3 na província de Manica, 5 em Nampula, uma na Zambézia e 3 na
Província de Sofala, quase todas elas com populações humanas a residirem no seu interior, com
excepções das Reserva de Matibane e Licuáti, que permanecem até hoje apenas com populações
à sua volta e de Moribane que é habitada desde 1992. (Gomes e Sousa,1968citados por Sitoe et
al ,2003).

2.8. Desmatamento
O desmatamento intensivo e indiscriminado das florestas tropicais, além de diminuir o estoque
madeireiro, tem causado perdas irreversíveis da biodiversidade. Desse desmatamento, cerca de
17,5 milhões de hectares foram transformados em pastagens e, segundo estimativas existentes,
acredita-se que metade dessas áreas encontra-se degradada ou em estado de degradação. (Global
Forest ,2005).
Dada a importância das mudanças de cobertura florestal, uma metodologia baseada num modelo
matemático, empregando uma abordagem similar a adoptada pela FAO (FRA 1990), foi
desenvolvida para estimar as mudanças na cobertura florestal ao nível nacional.
Usando tal método a taxa anual de desflorestamento para o país inteiro foi estimado em 219,000
hectares por ano, o que significa uma taxa anual de mudança de -0.58%. A distribuição do
desflorestamento varia entre as províncias. Em termos absolutos, o valor mais baixo é

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encontrado em Inhambane com 11,000 hectares por ano perdidos, e o valor alto é encontrado em
Nampula com 33,000 hectares por ano. No entanto, em termos relativos a taxa anual de
desflorestamento mais baixa é encontrada na Província de Niassa (-0.22%) e a maior em Maputo
(-1.67%)(Marzoli, 2007)

2.9. Sustentabilidade das Florestas Moçambicanas


A finalidade de qualquer sistema de maneio florestal racional é conseguir que as florestas
forneçam continuamente benefícios económicos, ecológicos e sociais, mediante um planeamento
mínimo para o aproveitamento dos recursos madeireiros e não-madeireiros disponíveis (Gama et
al. 2005).
A Política de Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia (PEDFFB) define como objectivo
geral, para um horizonte a longo prazo o seguinte: “…proteger, conservar, desenvolver e utilizar
de forma sustentável os recursos florestais e faunísticos para o benefício económico, social e
ecológico da actual e futura gerações de moçambicanos…”.
Devendo, assim, haver um equilíbrio entre os objectivos de produção e conservação, bem como
entre os objectivos económicos, sociais e ambientais.
De acordo com Mackenzie (2006) três pilares são fundamentais para uma gestão sadia do sector
das florestas com vista a garantir o desenvolvimento local a longo prazo: (i) um sistema para
limitar o corte anual para níveis que possam ser sustentáveis a longo prazo; (ii) concessões
florestais, com planos de maneio, de áreas suficientes para serem económicas; e (iii)
processamento dentro do país com uma capacidade industrial que esteja em equilíbrio com a
produtividade das florestas.
No entanto, de acordo com Nhantumbo & Macqueen (2004), citados por Nube (2013), o elevado
nível de pobreza em Moçambique constitui o principal constrangimento para a gestão sustentável
dos recursos naturais comprometendo os três pilares para uma gestão sadia referidos por
Mackenzie (2006). A fome e a urgência de satisfação de necessidades básicas não permitem que
a comunidade tenha um horizonte de planificação e uso dos recursos a longo prazo. Assim, o
Governo de Moçambique, definiu em 1997, na sua Política e Estratégia de Florestas e Fauna
Bravia o objectivo social referente ao “envolvimento das comunidades locais no maneio e
conservação dos recursos florestais”, tendo em consideração a dependência das comunidades

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pelos recursos naturais. Com base nesse conhecimento, surgiram as iniciativas de Maneio
Comunitário dos Recursos Naturais (MCRN) que visam melhorar simultaneamente as condições
de vida das comunidades rurais e garantir a participação e a gestão sustentável dos recursos
disponíveis. Mesmo assim, ainda não foram alcançados os resultados desejados, pois as
comunidades continuam sendo prejudicadas.
Segundo o IIAM (2009), a exploração de recursos florestais para diferentes fins e principalmente
a exploração de biomassa lenhosa e madeireira das florestas naturais, não está a ser realizada
com base num conhecimento da ecologia e requisitos das espécies nativas que compõem estas
formações, sua capacidade de regeneração e taxas de incremento, e nos processos de evolução e
sucessão florestal após perturbação. Isto resulta na degradação dos ecossistemas, pondo em causa
a sustentabilidade do recurso florestal. Assim sendo, é imprescindível que se adquira um
conhecimento destes processos fundamentais para que se desenvolvam programas de maneio que
garantam a capacidade de regeneração e desenvolvimento das espécies e que identi􀏐iquem
tecnologias silviculturais adequadas às diferentes formações florestais.

2.9.1. Sistemas agro-florestais


“Sistema agro-florestal é um nome colectivo para sistemas e tecnologias de uso da terra onde
lenhosas e perenes são usadas deliberadamente na mesma unidade de maneio da terra com
cultivares agrícolas e/ou animais em alguma forma de arranjo espacial e sequência temporal”
(Nair, 1993).
O objectivo principal dos SAFs é de optimizar o uso da terra, conciliando a produção florestal
com a produção de alimentos, conservando o solo e diminuindo a pressão pelo uso da terra para
produção agrícola. Áreas de vegetação secundária, sem expressão económica e social, podem ser
reabilitadas e usadas racionalmente por meio de práticas agro-florestais. Outro ponto importante
é a formação de sistemas ecológicos mais estáveis, com menor input de recursos externos e
maior auto-suficiência. (Daniel, 1999b)
O sistema garante a sustentabilidade da área, possibilitando a preservação do solo, pois a
presença das árvores, que têm a capacidade de capturar nutrientes de camadas mais profundas,
proporcionam maior cobertura e conservação do solo. O sistema agro-florestal, além de conciliar
produção e conservação da floresta, permite que a área produza no ano todo, alternando cultivos

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de ciclo curto com culturas perenes e frutíferas, ou seja, vários produtos produzidos ao mesmo
tempo e em épocas diferentes.
O Sistema Agro-florestal é uma opção estratégica para produtores familiares, graças à
diversificação da produção e rentabilidade. Além disso, fornecem numerosos serviços sócio
ambientais, que podem ser valorizados, com potencial de serem convertidos em créditos
ambientais e, assim, aumentar o valor agregado da propriedade agrícola, para esta eficiente
combinação das componentes agrícolas e arbórea é sem dúvida o estudo de crescimento das
árvores e a sua relação com a componente agrícola. (Daniel,1999b)
Leguminosas de uso múltiplo em sistemas agrio-silvipastoris têm sido usadas como
suplementação alimentar para o gado, principalmente na época seca. Podem ser plantadas em
associação com pastagens, e constitui 30% a 50% da dieta dos animais. Exemplo clássico é
Leucaena leucocephala, que tem cerca de 25% de proteína bruta em suas folhas, mas um alto
teor de mimosina, que impede o uso em mais de 30% da dieta de ruminantes e 10% de não-
ruminantes. Calliandra callothirsus também apresenta um alto teor de proteína bruta (22%), mas
uma menor digestibilidade (20.6 % DIVMS). Espécies como Gliricidia sepium, Erythrina
poeppigiana, Guazuma ulmifolia, Albizia falcataria apresentam altos teores de proteína bruta
(3,0% - 4,5% de N nas folhas) e digestibilidade acima de 40% DIVMS (Chavez, 1994).

2.9.2. UTILIZAÇÃO DA FAUNA BRAVIA


A maioria dos Parques Nacionais e Reservas de Caça estão degradadas, em relação à fauna e
infra-estruturas para administração e de promoção do eco turismo.
A caça furtiva continua, não só incidindo sobre as áreas livres, como também em reservas e
parques nacionais.
As coutadas de caça na sua maioria já se encontram adjudicadas a exploradores de safaris e
reflectem hoje problemas semelhantes de degradação já mencionados para os Parques e
Reservas, agravados pela ocupação por reassentamento das populações. A presença de população
dispersa nas coutadas constitui uma ameaça à indústria de safaris. Em algumas zonas do país, o
aumento da população de elefantes tem originado conflitos na ocupação de espaço com a
população e comunidades rurais. Por outro lado, o aumento da população de crocodilos também
em algumas zonas do país, tem provocado perdas humanas.

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2.9.3. Reflorestamento
Devido a relativa abundância dos recursos florestais naturais, a tradição do reflorestamento é
limitada em Moçambique. Os projectos de reflorestamento iniciados no fim da década de setenta
estão paralisados por falta de sustentabilidade técnica e financeira.
Os pequenos projectos de reflorestamento lançados na década de oitenta junto das comunidades
rurais não tiveram sucesso nem continuidade.
2.9.4. Fauna e flora em Moçambique

Moçambique é rico em fauna e flora. Nas terras altas do norte e no centro do país, há floresta
densa, no litoral há os mangais e no sul há savana e floresta aberta. Estes ecossistemas
constituem o habitat de várias espécies de animais, como hipopótamos, elefantes, macacos,
antílopes, leões, chitas, tartarugas e muitas aves. No país, há o Parque Nacional da Gorongosa,
que por causa da sua exuberância paisagística e particularidade da fauna bravia se tornou um dos
principais destinos turísticos.

Em Moçambique, há vários rios, como o Zambeze, o Limpopo, o Umbeluzi, o Matola, o Maputo,


etc. Moçambique é banhada pelo Canal de Moçambique, uma porção do Oceano Índico. O clima
de Moçambique é húmido e tropical, influenciado pela corrente quente do Canal de Moçambique
e pelo regime de monções do Índico.

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3. Conclusão

Moçambique é rico em fauna e flora. Nas terras altas do norte e no centro do país, há floresta
densa, no litoral há os mangais e no sul há savana e floresta aberta. Estes ecossistemas
constituem o habitat de várias espécies de animais, como hipopótamos, elefantes, macacos,
antílopes, leões, chitas, tartarugas e muitas aves. No país, há o Parque Nacional da Gorongosa,
que por causa da sua exuberância paisagística e particularidade da fauna bravia se tornou um dos
principais destinos turísticos.

Em Moçambique, há vários rios, como o Zambeze, o Limpopo, o Umbeluzi, o Matola, o Maputo,


etc. Moçambique é banhada pelo Canal de Moçambique, uma porção do Oceano Índico. O clima
de Moçambique é húmido e tropical, influenciado pela corrente quente do Canal de Moçambique
e pelo regime de monções do Índico.

Em Moçambique, a política e estratégia de desenvolvimento de florestas e fauna bravia


enquadra-se no programa do governo estabelecido pela resolução 4/95 de 9 de Maio da
Assembleia da República e na política agrária e estratégia de implementação aprovada pelo
Conselho de Ministro em Outubro de 1995.
As plantações destinadas á produção de combustível lenhoso, constituídas por eucaliptos, foram
estabelecidas ao redor dos três maiores centros urbanos.

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4. Referências Bibliográficas

 CARVALHO, J. O. P. de. (1997) Dinâmica de florestas naturais e sua implicação para o


maneio florestal. In: CURSO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL Curitiba.
Tópicos em manejo florestal sustentável. Colombo: EMBRAPA-CNPF, p.43-55.
(EMBRAPA-CNPF. Documentos, 34).
 DANIEL, O.; COUTO, L.; VITORINO, A. C. T. (1999b) Sistemas agro-florestais como
alternativas sustentáveis à recuperação de pastagens degradadas. In: SIMPÓSIO -
SUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA DE LEITE NO BRASIL, 1., 1999, Goiânia.
Anais... Juiz de Fora: Embrapa-CNPGL, p.151-170.
 HOUGHTON, R. A. (1994) As florestas e o ciclo de carbono global: armazenamento e
emissões actuais. In: EMISSÃO X SEQÜESTRO DE CO2 – UMA NOVA
OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS PARA O BRASIL.
 Mackenzie, C. 2006. Administração da floresta na Zambézia, Moçambique: Um
take-away chinês! Moçambique. 96p.
 MADER (1999) Política e Estratégia de Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia.
DNFFB. Maputo.19p
 MEYER, H. A.; RECKNAGEL, A.; STEVENSON, D. et al (1961). Forest Management.
2 ed. New York: The Ronald Press Company,. 281p.
 OMBE,Zacarias Alexandre e Fungulane Alberto, Alguns Aspectos da Historia da
Conservação da Natureza em Moçambique,1996.

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