Você está na página 1de 2

O Renascer da Floresta

Era uma vez, uma floresta encantada com linda beleza, árvores
grandiosas e galhos que endossavam a magnificência do verde que se
espalhava, e nesse tal mundo natural, uma diversidade jamais vista.

Tal berço fazia existir além da majestosa selva, uma vila. Repleta de
sábios anciões que praticavam ensinamentos antigos. Nessa sociedade, se
destacava um ancião, Oliveira como se intitulava, regia aulas, palestras e
guardava a cultura milenar dos tais seres que ali viviam.

A floresta vivia bem e em sintonia com a vila, coexistiam sem


nenhuma relação desarmônica e nenhum mal que poderia ferir os
habitantes que ali se viam.

Os homens tinham hábitos diferentes, usavam roupões como


vestes, pescavam o bom peixe e se afligiam quando ouviam o rugido do
leão ao entardecer, eram seres civilizados e inofensivos, utilizavam a
manufatura e o artesanato para prover trocas com vilas mais próximas ou
girar a economia local.

Assim foi sendo, até que em um amanhecer, os saudosos rios que


levavam até a vila e ao centro da floresta, se viram pesados e turbulentos.
Grandes embarcações flutuavam e navegavam diante deles, chegaram à
costa e em um impulso, desceram novas pessoas, novas roupas, novos
costumes, nova cultura.

Não satisfeitos de invadir a majestosa selva, chegaram à vila,


proclamaram sua religião, sua forma de viver e estudar. Mostraram
especiarias e atraíram pessoas, o que poucos sabiam, é que enquanto tais
navegadores brilhavam, os bastidores escondiam horrores!

A encantada floresta era alimentada por um espírito sagrado em


forma de água, dando a seiva da vida para as espécies que ali habitavam.
Não demorou muito para essa seiva começar a ser extraída para ser
vendida em outras províncias. A rica biodiversidade virou uma pobre
verdade! Leões não rugiam mais, passarinhos não cantavam e as árvores
não tinham mais frutos.

Depois de muito tempo, tais invasores foram embora, porém, a seca


chegou. A floresta morria e a vila paralisou-se. O único com conhecimento
para fazer a seiva voltar a esbaldar, era o antigo sábio Oliveira, que fora
trocado por pedaços de bijuterias e quadros antigos. Sem mais seguidores,
se viu sozinho. Desolado pela sua linda floresta esvair com o tempo.
Entretanto, inconformado com a situação, recusou a renuncia, e em um
ato de bravura, fez o mito virar verdade. Utilizou de poções e
conhecimentos antigos e ocultos, fez chover no deserto e nevar no verão
como se dizia o ditado local.

E para salvar sua terra, transformou-se na própria seiva, sendo


infinita e regenerada por gerações pela sua força de vontade e amor sem
limites. A partir dali, ele era a fonte da floresta que um dia já tinha o
alimentado e a história da água se renovar, virou verdade. Pois dele se
originou a nascente.

Você também pode gostar