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Resenhado por Marcos Alvito – Professor do Departamento de História da Universidade Federal
Fluminense. Autor de As cores de Acari.
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neste vasto território de 10 mil km2 e apenas 8 mil habitantes, já foram registradas
1620 espécies de borboletas (estima-se que sejam 2000), 616 espécies de
pássaros, 113 espécies de anfíbios e 16 espécies de primatas, sem falar em mais
de 100 mil espécies de insetos. Estudos realizados por geólogos, ecólogos e
botânicos chegaram à conclusão de que a bacia do Alto Juruá “possui uma
notável diversidade de sistemas naturais”. Trata-se daquilo que os especialistas
chamam de fronteira biológica. Aqui a floresta ainda predomina, embora sejam
encontrados mais de dez tipos diferentes de formações florestais, onde se vêem
samambaias de até 5 metros de altura. Estes recursos têm sido utilizados – até
agora – sem causar impacto destrutivo, de tal modo que os sistemas naturais se
encontram em uma situação de “equilíbrio dinâmico”. A baixa densidade
demográfica e o estilo de vida extrativista causam alterações de uma ordem que
ainda permite à natureza recuperar-se. Um roçado abandonado, volta a ser
floresta em 60 anos.
A esta riquíssima biodiversidade, corresponde uma história igualmente
complexa e rica, que nos últimos 130 tem tido o seu ritmo ditado pela borracha.
Até 1912, a época “de ouro”, marcada pela vinda maciça de nordestinos, logo
enredados pelos patrões em dívidas contraídas no nefando sistema do barracão.
Tempo das “correrias”, matança organizada e sistemática de índios, assim
descrita por um padre francês ainda em 1925:
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