Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“Há duas espécies de fadas: as fadas boas e as fadas más. As fadas boas
fazem coisas boas e as fadas más fazem coisas más.”
É desta forma que a autora começa por nos contar a história da fada Oriana,
uma fada boa, bonita, alegre e feliz, a quem um dia a Rainha das Fadas pôs ao
cuidado uma floresta, ficando a seu cuidado homens, animais e plantas que ali
viviam.
Certa manhã de Abril começou por visitar as casas pobres das pessoas, fazendo, com
o uso da sua varinha de condão, que ali aparecessem todas as coisas que faziam
falta. Primeiro visitou a casa de uma pobre velha, depois a de um pobre lenhador e
ainda visitou a casa de um pobre moleiro. Até que decidiu visitar a casa de um homem
muito rico, onde viu que apenas faltava calor humano. Oriana amoleceu-lhe o coração
e depois partiu dali e fez com que o homem rico praticasse boas ações.
Depois salvou um peixe de morrer asfixiado que prometeu ajudá-la se ela se
encontrasse em sarilhos. Por causa do peixe, conseguiu ver o seu reflexo na água e
achou-se muito bela.
Quando a noite caiu foi visitar o poeta que morava na floresta, a única pessoa
que a podia ver. Ela contava-lhe histórias encantadas, dançava á luz da Lua e enchia
o ar de música e ele declamava-lhe os seus poemas. Mas a sua grande cisma era a
sua beleza. Oriana estava encantada com a sua própria beleza refletida na água.
Á custa disto, e por influência do peixe, deixou de visitar o poeta e, um por um, foi
abandonando todos os homens, animais e plantas que viviam na floresta, menos a
pobre velha porque a ouvia falar da sua beleza enquanto fora jovem. Á custa dos
intermináveis elogios do peixe que salvara, tornou-se muito vaidosa, descuidando a
promessa que fizera á Rainha das Fadas e por isto mesmo ficou sem varinha de
condão e sem asas, e este foi o castigo pelo seu descuido. O peixe, a certa altura,
deixou de aparecer, os animais já haviam partido para muito longe, assim como foi
o moleiro, o lenhador e o poeta. Oriana foi então para a cidade á procura dos seus
amigos, mas eles não a reconheceram sem asas e sem varinha de condão. O lenhador
estava na prisão, a mulher do moleiro não sabia do filho e o poeta já não acreditava
em fadas.
Oriana só voltou a ter asas quando se esqueceu de si mesma e salvou a velha
de se atirar de um abismo, tal era a sua tristeza. Foi então quando os animais da
floresta lhe deram o filho do moleiro e ela devolveu-o á moleira, soltou o lenhador
da prisão e salvou o poeta da sua tristeza, levando-o de novo para a floresta e Oriana
voltou a encantar tudo em seu redor.
A fada Oriana