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1. INTRODUÇÃO
A Entomologia Florestal é um ramo da ciência florestal que trata do
estudo dos insetos associados às árvores e seus produtos, buscando reduzir as
perdas na qualidade e quantidade do fim a que se destinam, sem prejudicar o
ambiente. Para isso, é necessário saber como detectar, identificar e quantificar as
populações de insetos-praga florestais, determinar a importância dos danos
causados por eles, analisar as causas dos surtos e planejar e aplicar os princípios
e técnicas para a proteção de florestas e seus produtos, dentro dos princípios do
Manejo Integrado de Pragas (MIP).
O MIP é uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e
incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso integrado de todas
as técnicas de combate possíveis, selecionadas com base em parâmetros
econômicos, ecológicos e sociológicos, buscando manter a população dessas
pragas abaixo do nível de dano econômico.
Atualmente, essa filosofia é fundamental para o setor florestal, pois as
companhias florestais passaram a implantar programas de qualidade total,
buscando melhorar sua eficiência e competitividade, por imposição do mercado
internacional, que exige certificação florestal dos tipos Cerflor, ISO, SFC entre
outras, para atestar a qualidade técnica, ecológica e social das empresas, como
pré-requisito para a aquisição de seus produtos. Com isso, houve a necessidade
de se reestruturar, também, o controle de pragas florestais, que ainda utiliza
grande quantidade de inseticidas e de mão-de-obra, correndo riscos de
contaminação humana e ambiental.
1
Professor do Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras, Caixa
Postal 37, CEP 37200-000, Lavras, MG. E-mail: zanetti@ufla.br
2
Aluno de graduação em Engenharia Florestal da UFLA.
3
Alunos de Pós-graduação do Departamento de Entomologia da UFLA.
2
Data Acontecimento
Século XVII Criação da Silvicultura na Europa Central
Século XVIII Surgimento de grandes surtos de pragas florestais
1752 Publicação dos primeiros livros sobre pragas florestais. Shaffer
publica estudos sobre a ocorrência da lagarta Lymanthria dispar
(Lepidoptera: )
1772 Ocorrência de grandes surtos do escolitídeo Ipis typographus
(Coleoptera: Scolytidae) na Alemanha
1782 Criação dos primeiros laboratórios de entomologia florestal na
Alemanha
1830 Criação da Escola de Florestas de Eberswalde na Alemanha
1837 Ratzeburg publica estudos sobre insetos associados a florestas
1871 Morte de Ratzeburg (pai da entomologia florestal)
Séc. XIX Surgem os primeiros estudos sobre pragas florestais nos EUA.
Hopkins publica estudos sobre ataque de besouros da casca
Dendroctonus frontalis (Coleoptera: Scolytidae)
1939 Uso de DDT como inseticida
1947 Identificado o primeiro caso de resistência ao DDT
1962 Rachel Carson: publicação do livro “Primavera silenciosa”
1967 Surgem os primeiros conceitos de MIP
1970 a 1980 Proibição do DDT em vários países
Década 1980 Implantação de programas de MIP em diversos países
3
Data Acontecimento
Século XIX Criação da Silvicultura Brasileira com a implantação da
Floresta Nacional da Tijuca
1893 Forel publica “A fauna de formigas do Brasil”
1896 Dafert publica estudos sobre controle de formigas cortadeiras
1904 Hempel publica “Novo método de combate à saúva (Atta
sexdens) e outras formigas nocivas às plantas”
1904 Introdução do eucalipto no Brasil por Navarro de Andrade
1909 Navarro de Andrade publica “Os insetos nocivos do
Eucalyptus“
Década 1920 Surgem diversos estudos sobre levantamento de insetos
associados a essências florestais: eucalipto (Navarro de
Andrade); seringueira (Da Mata); palmáceas (Bondar); entre
outros.
1941 Silva e Almeida publicam “Entomologia Florestal: contribuição
ao estudo das coleobrocas”
Década 1940 Descoberta dos inseticidas clorados e uso no controle de
pragas florestais
Década. 1950- São publicados diversos estudos com saúva: biologia (Autuori
60 entre 1950 a 1955 e Mariconi entre 1960 e 1961); taxonomia e
distribuição (Gonçalves entre 1951 e 1955); controle (Vanetti
entre 1957 e 1961 e Santana entre 1951 e 1952), entre outros.
1960 Criação da primeira escola de florestas do país (Escola
Nacional de Florestas)
1963 Vanetti publica “Pragas de essências florestais”
1964 Início dos incentivos fiscais ao reflorestamento no Brasil
Década 1970 Expansão das escolas de florestas e dos reflorestamentos
1988 Fim dos incentivos fiscais aos reflorestamentos
Década 1990 Início dos programas de MIP e de certificação florestal e
reestruturação das empresas
florestal, então, é uma das áreas que deve ser contemplada pelo
manejador de florestas.
Inseto Praga
Ataque Dano
Econômico
Significativo
Injúria $
Perda ou
Dano
Planta
sua ação. A planta injuriada perde produção, que pode ser quantificada
monetariamente, recebendo o nome de Dano Econômico, que é definido como
qualquer perda econômica decorrente de uma injúria. Quando esse dano se torna
significativo diz-se que esse inseto se tornou uma Praga. A dúvida é saber quando
o dano econômico se torna significativo, e, para isso, foi criado o conceito de Nível
de Dano Econômico (NDE), que é a densidade populacional de uma praga capaz
de causar um prejuízo (dano econômico) de igual valor ao seu custo de controle.
Para calcular o NDE é necessário saber que a produção da cultura é
reduzida à medida que a densidade populacional da praga ou a sua injúria
aumenta (Figura 2).
Produção
T olerância/
Compensação Linearidade Insensibilização Insensibilidade
Supercompensação
Densidade populacional/Injúria
$
Valor da
Produção
Custo
Controle
NDE DP=0
Incremento das
$ Receitas de P2 Incremento
dos Custos
Incremento das
Receitas de P1 d
c
X0 X1 X2
Intensidade de Controle de Pragas
Combate
NDE
Populacional
Densidade
NC
PE
Tempo
Talhão 2
Talhão 1 Talhão 3
2º - Eleger as pragas-chave
ND
NC
PE
Tempo
Combate
ND
NC
PE
Tempo
Combate
Densidade Populacional
ND
NC
PE
Tempo
d) Praga severa: são aquelas cujo ponto de equilíbrio é sempre maior que
o nível de controle ou de dano econômico (Figura 10).
Densidade Populacional
PE
ND
NC
Tempo
a) Avaliação do ecossistema
b) Tomada de decisão
Planejamento de combate
Meses J F M A M J J A S O N D
Talhões a combater 1 2 5 7 8 9
Custo do combate $ $ $ $ $ $
a) Métodos de amostragem
Regular Ao acaso Agregada
< = >
2 2 2
c) Plano de amostragem
d) Tipo de caminhamento
Ziguezague Serpenteado
Espiral
e) Componentes da amostragem
1
20
f) Instrumentos de amostragem
imagem orbital disponível no Brasil e que poderiam ser utilizados para amostragem
de insetos em reflorestamentos são: Landsat (pixel de 20x20m) e o Spot (pixel de
5x5m).
o
c) Lei dos agrotóxicos: a lei n 7802/89, regulamentada pelo decreto nº 4074/02,
tem por finalidade controlar a fabricação, formulação, comércio e uso
adequado, em termos de toxicidade, segurança, eficiência e idoneidade dos
inseticidas, recolhimento de embalagens, entre outros, além de obrigar o uso
do Receituário Agronômico (RA) para qualquer atividade envolvendo o uso
destes produtos. O RA é um parecer técnico sobre a situação fitossanitária do
reflorestamento e que tem a finalidade de instituir o uso adequado dos
agrotóxicos. Tem por objetivo maximizar a eficiência no controle com o uso
24
a) Graus de resistência
- imunidade: planta que não sofre danos;
- resistência: planta que, devido a suas características genéticas, sofre
um dano menor que outras em igualdade de condições; e
- suscetibilidade: planta que sofre um dano maior que outras em
igualdade de condições.
b) Tipos de Resistência
- antixenose ou não-preferência: as plantas são menos preferidas para
a alimentação, abrigo ou oviposição pelas pragas;
- antibiose: as plantas afetam a biologia da praga;
- tolerância: a planta suporta o ataque da praga sem afetar sua
produção, nem a biologia da praga;
- pseudo-resistência: resistência não transmitida hereditariamente.
+
concentração de K . Isso gera uma diferença de potencial elétrico de +40 mV
(potencial de ação) entre o interior e o exterior do axônio. A abertura dos canais de
+
Na dura cerca de 0,002 a 0,003 segundo e a membrana torna-se, novamente,
+ +
impermeável aos íons Na (fechamento do canal de Na ). Este processo é passivo,
ou seja, sem o gasto de energia (ATP).
Para restabelecer o repouso, a membrana do axônio torna-se permeável
+ + +
aos íons K (abertura do canal de K ) e força a entrada de K para o interior do
+ +
axônio através do consumo de ATP que é chamado de BOMBA NA -K . Este
processo é ativo, ou seja, ocorre gasto de energia (ATP). No interior do axônio a
+ +
enzima ATP-ase quebra a ligação ATP-K , liberando K e ATP.
Quando o impulso elétrico chega na porção final do axônio, a membrana
++ ++
próxima à sinápse torna-se permeável a íons Ca (abertura do canal de Ca ),
que ficam no exterior das fendas sinápticas. Estes íons ativam as vesículas
secretoras de substâncias neurotransmissoras (acetilcolina, principalmente),
liberando esta substância na fenda sináptica. A substância neurotransmissora
acopla-se ao receptor sináptico da membrana pós-sináptica do outro axônio,
++
transmitindo o impulso elétrico. A membrana se torna impermeável ao Ca
++
(fechamento do canal de Ca ), que volta para o exterior do axônio.
Após a transmissão do impulso elétrico, ocorre a liberação da enzima
neurotransmissora (acetilcolinesterase), que degrada a acetilcolina, ligada ao
receptor pós-sináptico, em colina e ácido acético, cessando a transmissão do
impulso e tornando a membrana pós-sináptica livre para receber um novo
estímulo.
Desta forma, o impulso segue até um músculo específico que irá reagir
(contrair, por exemplo) e isso é chamado de ação excitatória. Para que este
músculo volte à posição normal (relaxar) o cérebro deve enviar uma nova
mensagem, chamada de ação inibitória. Esta nova mensagem é transmitida pelos
axônios e pelas sinápses inibitórias, num processo semelhante ao que ocorre nas
sinápses excitatórias, porém, o neurotransmissor é o ácido -aminobutírico
-
(GABA) e o íon envolvido é o Cl .
O mecanismo de ação dos principais grupos de inseticidas é:
- Organofosforados e Carbamatos: ligam-se a acetilcolinesterase
inativando-a e impedindo que ocorra a quebra da acetilcolina. Com isso os
receptores pós-sinápticos ficam sobrecarregados e não receberão novos
estímulos. Isso faz com que não chegue estímulos aos músculos, o que
paralisará a respiração muscular, causando a morte do inseto.
- Clorados do Grupo do DDT e Piretróides: atrasam o fechamento dos
+
canais de Na , hiperexcitando o axônio e levando à exaustão muscular.
- Clorados do Grupo do BHC, Neonicotinóides e Ciclodienos: acoplam-
-
se ao receptor do GABA, impedindo a abertura dos canais de Cl ,
provocando hiperexcitação, convulsões, paralisia e morte do inseto.
34
g) Seletividade de inseticidas
Tais substâncias devem ter um espectro de ação suficiente para atuarem somente
nos insetos-alvo, preservando os demais insetos. Como poucos inseticidas
disponíveis no mercado apresentam tal vantagem, podem-se reduzir os impactos
negativos dos outros inseticidas não seletivos, utilizando-os de forma criteriosa,
das seguintes maneiras:
- emprego deles quando necessário: somente quando a população do
inseto estiver acima do nível de dano econômico;
- estabelecimento de condições adequadas de aplicação: dosagens
adequadas e melhores formulações, época, métodos e locais de
aplicação. Exemplos: uso de iscas tóxicas (iscas granuladas) que atraem
somente o inseto-alvo, uso de plantas armadilhas ou cultura armadilha que
são iscadas com feromônio ou com atraentes alimentares ou são
precoces, onde se aplica o inseticida somente nelas, evitando atingir toda
a área; uso de inseticidas sistêmicos que afeta somente os insetos que se
alimentam da planta; aplicação em horários específicos onde somente a
praga está em atividade etc.;
- desenvolvimento de novos inseticidas e de métodos de aplicação mais
específicos e de menor impacto ambiental. Exemplos: uso de inseticidas
biológicos como o Dipel e o Agree à base da bactéria Bacillus
thuringiensis, que são seletivos para lagartas desfolhadoras de essências
florestais e não têm efeito tóxico para hemípteros predadores como o
Podisus spp., que é usado no CB dessas lagartas. Além disso, são
bastante seguros para outros animais e para o homem; uso de inseticidas
fisiológicos como o Dimilin (difluobenzuron) que é um inibidor da síntese
de quitina e tem efeito tóxico somente para insetos imaturos, sendo
seletivo para grande parte dos IN dos insetos.
h) Tecnologia de aplicação
a) Principais espécies
Lagartas-rosca
Espécies: Agrotis spp. e Spodoptera spp (Lepidoptera: Noctuidae)
Ocorrência: todo Brasil.
Adulto: Agrotis spp. - mariposas com 35 mm, com asas anteriores marrons com
algumas manchas pretas triangulares no ápice, asas posteriores transparentes.
Spodoptera spp - mariposas com 35 mm, com asas anteriores pardo escuras,
asas posteriores branco acinzentadas.
Lagarta: Agrotis spp - 40 a 50 mm, marrom escuro, sem listras longitudinais.
Spodoptera spp - 35 a 40 mm, com três listras amarelas longitudinais na parte
dorsal do corpo.
Injúria: lagartas e adultos têm habito noturno; lagartas abrigam-se em túneis ou
galerias entre os recipientes ou entulhos, ficando enroladas. Elas secionam a
muda no coleto e carregam-na para o abrigo. O ataque é em reboleira. Ocorre a
40
Grilos
Espécie: Gryllus assimilis Fabr.,1775 (Orthoptera: Gryllidae)
Ocorrência: todo Brasil.
Adulto: 23 a 28 mm, castanho escuro. Fêmeas com ovipositor longo. Hábito
noturno, ficando escondidos em túneis entre os recipientes ou sob os entulhos
durante o dia.
Ninfas: semelhantes aos adultos.
Injúria: comem raízes, folhas e caules tenros. Cortam as mudas no coleto e
carregam-na para o abrigo. O ataque é aleatório e não em reboleira como nas
lagartas-rosca. Perfuram embalagens. Atacam eucalipto, acácia-negra,
seringueira, pinus, araucária, entre outras.
Paquinhas
Espécies: Noecurtilla hexadactila e Scapteriscus didactyllus (Orthoptera:
Gryllotalpidae), Tridactylus politus (Orthoptera: Gryllotalpidae).
Ocorrência: todo Brasil.
Adultos: 30 a 50 mm, corpo aveludado, cinza ou marrom no dorso, amarelado no
ventre, asa anterior cobre metade do corpo, primeiro par de pernas fossorial.
Vivem de 3 a 5 anos sob o solo onde abrem galerias.
Ninfas: semelhante aos adultos.
Injuria: comem as raízes das mudas, abrem galerias no solo provocando sua
elevação, reduzindo a germinação das sementes e destruindo os recipientes. Dano
é mais importante em sementeiras, principalmente de seringueira, mas atacam
eucalipto, acácia-negra, entre outras.
Formigas cortadeiras
Espécies: Atta spp. e Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae)
Ocorrência: todo Brasil.
Adulto: formiga marrom avermelhada, 3 a 15 mm, clípeo bem desenvolvido, sem
ocelos, abdome peciolado, apresenta 2 segmentos entre o gáster e o tórax
conhecidos como pecíolo e pós-pecíolo. Vivem em colônias sob o solo, com
milhões de indivíduos. Insetos sociais.
Injúria: cortam e transportam grandes quantidades de mudas em pouco tempo,
levando para o interior do formigueiro, principalmente durante a noite. Atacam
eucalipto, acácia-negra, seringueira, pinus, araucária, entre outras.
Cupins
41
Moscas-minadoras
Espécies: Bradisia spp. e Liriomyza spp. (Diptera: Liriomyzidae)
Ocorrência: todo Brasil.
Adulto: mosca de 1 mm de comprimento, cor preta.
Larvas: 1a 3 mm, brancas.
Injuria: larvas abrem galerias no mesófilo foliar e na casca das estacas na casa de
vegetação, reduzindo a brotação.
Besouro-amarelo
Espécie: Costalimaita ferruginea Fabr., 1801 (Coleoptera: Chrysomelidae)
Ocorrência: RN, PA, MA, BA, GO, SP, PR, MG.
Adulto: 5 a 6 mm, forma elíptica, cor amarelo-claro-brilhante. Caem ao serem
tocados.
Larva: no solo.
Injúria: Rendilham as folhas jovens, podendo destruir grande quantidade de
mudas quando o ataque é intenso.
Broca-do-cedro
Espécie: Hypsipyla grandella Zeller, 1848 (Lepidoptera: Pyralidae)
Ocorrência: todo Brasil
Adulto: asas anteriores cinza e posteriores branco-hialinas. A envergadura da
fêmea varia de 28 a 34 mm e no macho de 22 a 26 mm
Lagarta: rósea a azulada no último ínstar. Abre galerias nos ramos, que ficam
exudando seiva misturada à serragem.
Pupa: marrons, dentro de um casulo de teia, na galeria.
Injúria: destroem mudas em viveiro. No campo atacam frutos e ramos apicais
causando bifurcação do fuste, reduzindo seu valor comercial.
Lagarta-elasmo
Espécie: Elasmopalpus lignocelus Zeller, 1848 (Lepidoptera: Pieridae)
42
Total
% Mudas atacadas: Ação:
Observações:
a) Principais espécies
Lagarta: 25 mm, cilíndrica, pilosa, amarelada, com quatro tufos de pelos brancos
no tórax e uma pinta preta em cada extremidade do corpo. Derrubam a folha
2
cortando o pecíolo. Uma lagarta consome 195 cm de área foliar durante sua vida.
Pupa: na casca ou nas folhas, envolvida por um casulo amarelo.
uma regra de três, e a média por talhão. Essa média é a DP, que deve ser
comparada ao NC = 8 lagartas/100 folhas.
Parcelas ao acaso
reserva
2 4
1
7 5
02 3 04
8 9 6 01
03
Contagem do
número de folhas e do
número de lagartas no
galho selecionado
Média:
Ação:
Desenho do talhão
Observação:
No setor florestal brasileiro quase nada foi feito em relação a esse tipo de
controle. Têm-se somente registros de algumas tentativas de uso de uma
58
A. Principais espécies
Total
% Mudas atacadas: Ação:
a casca dos ramos; E. saligna sofre fracos ataques e E. maidenii nada sofre, não
sendo procurado pelo inseto.
Para o gorgulho-do-eucalipto, em ordem de preferência, são Eucalyptus
globulus, E. viminalis, E. rostrata, E. robusta, E. amygdalina, E. citriodora, E.
saligna e E. tereticonis.
plantio
ronda ronda
J F M A M J J A S O N D
A. Tipos de broqueadores
B. Principais espécies
C. Reconhecimento
Coleobroca
Cratosomus stellio Oliv., 1807 (Coleoptera: Curculionidae)
Adulto: tem coloração parda avermelhada ou parda acinzentada, medindo
aproximadamente 25 mm de comprimento. Élitros pontuados com tubérculos
pretos, dando um aspecto serreado aos mesmos. As larvas atacam o ápice da
planta, onde abrem galerias.
Injúria: A praga ataca os ramos do eucalipto que secam, quebram e caem,
causando posteriormente a morte da árvore.
Mosca da madeira
Rhaphiorhynchus pictus Wied., 1821 (Diptera: Pantophthalmidae)
Ocorrência: AM, ES, MG, PA, RJ, SP, PR, SC, RS.
Adulto: tem coloração escura e as asas foscas, de coloração amarelo-escura. As
fêmeas têm de 31 a 35 mm de comprimento por 70 a 80 mm de envergadura; os
machos são menores. As fêmeas apresentam o abdome desenvolvido, na
extremidade do qual se encontra o ovipositor.
68
Broca do cedro
Hypsipyla grandella Zeller, 1848 Lepidoptera: Pyralidae
Ocorrência: todo Brasil
Adulto: Mariposa que apresenta coloração cinza nas asas anterior e branco-
hialina nas posteriores. A envergadura da fêmea varia de 28 a 34 mm e no macho
de 22 a 26 mm. O inseto é atraído pelo odor das brotações novas que surgem
após as primeiras chuvas. A fêmea faz a postura nos brotos, nos ramos ou nos
frutos, asas anteriores cinza e posteriores branco-hialina.
Ovo: de forma ovalada, achatado, apresentando uma estrutura alveolar, de
coloração branca-opaca recém-posta, tornando-se rosados após 24 horas.
Larva: de coloração rósea, mas nos últimos ínstares torna-se azulada. O
comprimento médio da lagarta madura é de 20 mm e esta fase dura, em média, 30
dias. Vivem no interior do ponteiro, em galerias longitudinais, ou no interior dos
frutos. O ataque pode ser notado pela exsudação de goma e serragem nos brotos.
A crisálida é formada no interior dos ramos ou dos frutos atacados. É de coloração
marrom-escura, medindo 20 mm de comprimento e protegida por um casulo de
seda. Esta fase dura 10 dias, em média.
69
Pupa: é nua e branca, medindo entre 7,5 e 9,2 mm de comprimento, com cabeça
visível e setas eretas de cor castanho-escura, dispostas entre 40 e 50 câmeras
pupais. As galerias maternais jamais são reocupadas, sempre se buscando um
novo hospedeiro. Vivem em simbiose com bactérias e fungos, os quais causam à
árvore doenças generalizadas. O fungo é do gênero Raffaela. O comportamento
pode variar segundo a região.
Injúria: Consiste na abertura de uma rede de galerias nos planos transversal e
longitudinal ao tronco dos eucaliptos, nas quais são cultivados os fungos. Estas
galerias, além de enfraquecer a sustentação da árvore, são portas de entrada das
bactérias e fungos patogênicos causadores de diversas doenças.
Besouros-ambrósia
Xyleborus spp. e Premnobus sp. (Coleoptera: Scolytidae)
Ocorrência: EUA até Argentina, África e Micronésia.
Adulto: mede 1,5 a 3,5 mm, marrom-claro a marrom-avermelhado. Abre galerias
no tronco, onde cultiva fungos simbiontes, que mancham a madeira, depreciando-
a. É hábito das fêmeas desta espécie estabelecer um sistema de galerias em
árvores caídas, derrubadas ou danificadas, chamado “ninho maternal”. Somente
fêmeas jovens podem emergir do ninho, saindo pelo orifício de entrada e voando
para atacar novos hospedeiros. Em regiões onde a média da temperatura é maior
do que 16ºC o ano todo, poderá haver várias gerações.
Ovo: O desenvolvimento do ovo adulto é de, no mínimo, 35 dias, dependendo da
temperatura.
Injúria: atacam quaisquer plantas (coníferas, folhosas e palmáceas), nas quais
perfuram galerias, para a cultura de fungo e procriação. Pertencem a uma das
espécies mais capturadas em armadilhas iscadas com etanol. O fungo cultivado
na madeira causa à mesma um forte manchamento e sua conseqüente
desvalorização. O dano é caracterizado pelo número de galerias abertas no interior
da madeira, bem como pela presença do fungo de coloração preta que mancha a
madeira. Quando se trata de plantas danificadas, essas galerias podem servir de
porta de entrada para outros agentes degradadores.
Vespa-da-madeira
Sirex noctilio Fabr., 1793 (Hymenoptera: Siricidae)
Ocorrência: Europa, África, América, Austrália e Nova Zelândia.
Adulto: 1 a 3,5 cm, coloração azul-metálica, uma faixa marrom-alaranjada no
abdome. A extremidade abdominal tem a forma de um espinho. As fêmeas
possuem ovipositor de 2 cm., serreado, pouco saliente. Apresentam o abdome
séssil, trocanter dítroco e asas com sistema de nervação complexo.
Ovo: depositado pela fêmea em furos de 12 mm de profundidade na madeira de
cima para baixo, junto com esporos do fungo simbionte Amylostereum areolatum.
O período de desenvolvimento embrionário é em média de 14 dias. No verão
podem ocorrer ciclos de três a quatro meses em árvores com ovo pequeno ou
ponteiros.
72
D. Monitoramento de broqueadores
Instalação de
árvores-armadilha
J F M A M J J A S O N D
77
B. Principais espécies
D. Estrutura do formigueiro
Castas
Temporárias Permanentes
(alados e sexuados) (ápteros sexuados e não sexuados)
Fêmeas livram-se
das asas e iniciam a
escavação do
formigueiro
18 meses
Regurgitação do
fungo
o
Abertura do10
olheiro 2 dias
Oviposição
4 meses 5 dias
Abertura do Surgem as
o as
2 olheiro 1 larvas
14 meses 20 dias
Amostragem por parcelas ao acaso: As parcelas têm variado entre 720 e 1080
2
m , com largura correspondente ao espaçamento de 2 a 3 entrelinhas de plantio
para facilitar a sua marcação no campo. São lançadas ao acaso no centro ou na
borda da unidade de manejo, numa intensidade de uma parcela para cada 3 a 5 ha
(Figura 21). Os valores exatos devem ser previamente calculados por um plano de
amostragem. A amostragem se inicia no escritório com o preenchimento do
cabeçalho da ficha de monitoramento (Figura 24), que contém informações sobre
a unidade de manejo a ser avaliada. Deve-se também fazer um desenho dessa
unidade, identificando a posição de cada amostra (Figura 23). Depois o monitor
deve ir até o local de cada amostra e localizar, medir e contar os formigueiros
presentes nela, anotando a informação na tabela de campo.
reserva
reserva
2 4
2 4
02 04
1 01 3 02 01 04
1 3
03
03
Média/Am
Média/ha
Area/ha
Desenho do Talhão
Observações:
Data: / /
ASS. MONITOR ASS. SUPERVISOR
Transectos em faixas
reserva
2
02 01 04
1
03
Talhão: Monitor:
Área (ha): Limão: Cabeça Vidro:
Quenquém Tanajura/ 2
Amostra CompA Borda 2 Saúva/Quenquém > 1 m
<1m Olheiro
Média/Am
Média/ha
Área/ha
Desenho do Talhão
Observações:
Data: / /
ASS. MONITOR ASS. SUPERVISOR
Isca Granulada
C D
B
91
Termonebulização
outros olheiros. Assim que a fumaça estiver saindo por um olheiro, este deve ser
fechado. Quando todos estiverem tampados, o formigueiro estará totalmente
tratado. Caso não saia a fumaça tóxica em determinado olheiro, deve-se transferir
a lança para o mesmo e aplicar o produto.
Deve-se tomar o máximo de cuidado durante a aplicação desse método,
pois a fumaça que sai do equipamento é muito tóxica e pode intoxicar os
operadores. Por isso, mesmo com o uso dos EPI’s recomendados, é necessário o
acompanhamento toxicológico dos operadores e um rodízio freqüente deles para
evitar uma exposição prolongada ao produto.
Pó seco
ronda ronda
J F M A M J J A S O N D
FIGURA 29. Planejamento das operações de controle químico contra formigas
cortadeiras em áreas de implantação/reforma e regeneração de
reflorestamentos.
monitoramento
J F M A M J J A S O N D
combate
eficiência eficiência
A. Princiapis espécies
Arborícolas: esse grupo refere-se aos cupins que constroem ninhos nos troncos
das árvores ou em paus podres, mas se comunicam com o solo através de
galerias superficiais, de onde saem para buscar o alimento, voltando depois para o
ninho. Além da madeira, eles se alimentam de húmus, sendo que no intestino há
presença de microorganismos bacterianos. A família Rhynotermitidae é a família
mais comumente encontrada nesse grupo, seguida pela Serritermitidae.
Humívoros: são aqueles cupins que vivem em ninhos feitos no chão e nunca em
cima de árvores, os quais alimentam-se de húmus. No intestino também há a
presença de microorganismos do grupo das bactérias. A principal família é a
Termitidae, encontrada em todo o Brasil, construindo ninhos grandes e complexos.
Essa família é bastante diversificada e compreende cerca de 85% das espécies de
cupins conhecidas do Brasil.
Os cupins podem consumir vários tipos de alimento, como húmus,
madeira, vegetais vivos, couro, lã, matéria orgânica etc., graças à simbiose que
apresentam com bactérias e protozoários, que excretam enzimas capazes de
transformar esses produtos em substâncias que podem ser assimiladas pelos
cupins. Esses simbiontes vivem junto à membrana do intestino posterior
(proctódeo). Como essa membrana é eliminada durante o processo de ecdise ou
troca de tegumento, os cupins perdem parte de sua fauna intestinal. Para repor os
simbiontes, os cupins desenvolveram o comportamento de trofalaxia anal, que
corresponde à troca de alimento proctodéico entre indivíduos. Outra forma de troca
de alimento é através da boca, conhecida como alimento estomodéico, que é um
líquido claro, usado para alimentar as formas reprodutoras e os soldados.
Além disso, há um comportamento típico, conhecido como "grooming"
(limpeza), através do qual os indivíduos lambem-se uns aos outros. Isso parece
funcionar como forma de comunicação, mas, principalmente, age na eliminação de
partículas estranhas ou de patógenos que podem causar doenças em indivíduos
de uma colônia. A trofalaxia, o “grooming” e o acentuado canibalismo são muito
importantes quando se introduz algum agente de controle desses insetos, pois irão
potencializar a ação controladora entre os indivíduos da colônia.
Cupins subterrâneos
Heterotermes tenuis (Hagen, 1858) e Heterotermes longiceps (Snyder, 1858)
(Rhinotermitidae).
99
Cupins de montículo
Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) e Cornitermes bequaerti Emerson, 1952
(Termitidae).
Características: ninhos em montículos; formato variado; 50 a 100 cm de altura;
câmara externa de terra, de 6 a 10 cm de espessura, cimentada com saliva; parte
interna de celulose e terra, menos dura, com galerias horizontais superpostas e
separadas por paredes verticais, revestidas por camada escura;
Prejuízos: dificultam os tratos culturais e o manejo, dependendo do nível de
tecnologia adotado. Com relação ao consumo de plantas, é mais importante na
fase inicial da cultura, quando pode reduzir o estande. Quando a cultura já está
estabelecida, o cupim-de-montículo causa pouco dano às plantas.
Cupins do cerne
Coptoterme testaceus (Linnaeus)
Características: ninhos subterrâneos; geralmente com alguma conecção com a
madeira.
Prejuízos: atacam as árvores vivas, instalando suas colônias no interior do cerne
da planta cultivada. Provocam perda direta do material lenhoso. Além disso, as
plantas perdem sua resistência e se quebram quando ocorrem ventos fortes.
Soldado
O R
p a
e Ninfa Rei i
r n
á h
r a
i
Ovos
o
Jovem
Jovem
Reprodutores de substituição
C. Castas de cupins
Castas
Temporárias
Permanentes
(alados e
(ápteros sexuados)
sexuados)
Fêmeas e
Machos Férteis Estéreis
(aleluias)
Reprodução Rainhas e
Rainha e
sexuada da reis de Soldados Operários
rei
colônia substituição
Cuidam da
Substituem prole,
Reprodução
Produção o casal real Defendem forrageiam
sexuada da
de ovos quando a colônia alimento e
colônia
morrem constroem o
ninho
D. Estrutura da colônia
Coptotermes
sp.
Nasutitermes
Heterotermes
Nasutitermes
Cornitermes
Anoplotermes
Amitermes
Syntermes
E. Monitoramento de cupins
Total
% Mudas atacadas: Ação:
Fipronil 0,5%
combate tratamento
cupim pré-plantio +
montículo plantio
ronda ronda
J F M A M J J A S O N D
monitoramento
pré-plantio
FIGURA 33. Planejamento das operações de controle químico contra cupins em
reflorestamentos.
Tratamento com iscas atrativas: podem-se usar iscas atrativas (papel cartonado
ou outro material celulósico) impregnadas com fungos entomopatogênicos e
inseticidas estressores (imidacloprid) em concentrações subletais. Esse tipo de
111
A. Principais espécies
Espécies Hospedeiro
Eurymerus eburioides Eucalyptus spp.
113
(Servile, 1813)
Xymerus nigricornis
Eucalyptus spp.
(Dupont, 1838)
Trachyderes thoracicus
Eucalyptus spp.
(Oliver, 1790)
Paramalocera hirta
Eucalyptus spp.
(Kirby, 1818)
Psygomatocerus wagleri
Eucalyptus spp.
(Perty, 1828)
Psyllotoxus griseocinctus
Eucalyptus spp.
(Thonson, 1868)
Oncideres amputator
Eucaliptus spp., Mimosa sp., leguminosas silvestres
(Fabricius, 1792)
Oncideres vermiculata
Eucalyptus trabuti
(Thonson, 1868)
Eucalyptus sp., Mimosa spp., Acacia spp., Piptadenia
rigida, Rapanea umbellata, Cercis siliquastrum,
Bauhinia candicans, Gleditschia amorphoides, Annona
Oncideres impluviata
sp., Bauhinia candicans, Piptadenia acacia, Cassia
(Germar, 1824)
sp., viveiros de Eucalyptus spp., casuarinas, tucuman,
acácia-aroma, maricá, pata-de-vaca, tapororoca,
guaratiba
Acacia nearnsii, Eucalyptus spp., Acacia polyphylla,
Caesalpinea peltoforoides, Cinnamomum zeylanicum,
Mimosa bracatinga, Acacia nearnsii, Piptadenia,
Oncideres dejeani Chorisia speciosa, macrocarpa, Casuarina
(Thonson, 1868) equisetifolia, Schizolobium parayba, Cedrella
brasiliensis, Grevillea robusta, araribá, cedro, ipê
amarelo, figueira, angico, cabreúva, canudo-de-pito,
paineira, pereira
Espécies Hospedeiro
Acacia nearnsii, Acacia trinervia, Tamarindus indica,
Acacia sp., Mimosa scabrella, Mimosa bracatinga
Oncideres saga (Dalman,
Albizzia moluccana,Parkia pendula, Lonchocarpus sp.,
1823)
Nectandra sp., monjoleiro, unha-de-gato, cedro,
angico, jacaré, açoita cavalo, unha-de-boi, guapuruvu,
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Das larvas que atacam os galhos, grande maioria não consegue atingir a
fase adulta, pois a competição por espaço e/ou por alimento é intensa durante a
fase jovem. Por esse motivo, para se ter um controle eficaz desse grupo de
insetos, o combate deverá ser aplicado na fase de larva já instalada no interior de
ramos e galhos cortados, embora esse grupo possa ser controlado também na
fase adulta. Para o combate das larvas, a tática de controle se restringirá,
somente, a métodos mecânicos e físicos; para os adultos, pode ocorrer a
aplicação de produtos químicos.
No sul do Brasil, para o controle de larvas, isto deverá acontecer a partir
da primeira quinzena de novembro, estendendo-se até o mês de outubro do ano
seguinte, em que se visará, também, às pupas e adultos imobilizados no interior
dos galhos. Para adultos, desde o fim de outubro até final de janeiro.
Instalação de
frascos caça-
mosca
J F M A M J J A S O N D
FIGURA 39. Planejamento das operações de monitoramento de besouros
serradores com frascos tipo caça-mosca adaptado com orifícios
maiores (± 2 cm de diâmetro).