Você está na página 1de 3

DECLÍNIO DOS INSETOS

 Apesar de serem os animais mais abundantes na Terra, os insetos são pouco pesquisados e
apenas uma pequena fração foi classificada.
 A biodiversidade de insetos está diminuindo em muitas partes do mundo, enquanto o
número e a biomassa dos animais variam muito dependendo da região, das mudanças
climáticas e do uso do solo, bem como da adaptabilidade de cada espécie.
 Os cientistas concordam que várias espécies bem estudadas, como algumas espécies de
mariposas e de borboletas, abelhas e besouros estão em declínio – especialmente na
Europa Ocidental e na América do Norte.
 Um exemplo é a borboleta monarca, onde o desaparecimento da erva leiteira (onde essas
borboletas colocam seus ovos) e as mudanças ambientais (as quais elas são sensíveis) é
uma das principais razões para o declínio populacional.
 Não há um número confirmado cientificamente para o declínio global de inseto.

1. O QUE OS ESTUDOS INDICAM?


 Uma revisão feita pela University of Sydney, em 2018, compilou informações de estudos
de pesquisa em várias regiões, sendo a maioria do Hemisfério Norte, e descobriu-se que
as populações de 41% das espécies estão em declínio e um terço de todas as espécies de
insetos estão ameaçadas de extinção.
 A Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços
de Ecossistemas (IPBES) afirma que a proporção de espécies de insetos ameaçadas de
extinção em todo o mundo é desconhecida. Mas, com base nos dados disponíveis, esta
organização internacional estima cautelosamente que 10% das espécies estão ameaçadas
de extinção.
 Na Europa e na América do Norte, pesquisas mostram que o número e a diversidade de
mariposas, borboletas, besouros, abelhas selvagens e outros insetos estão claramente
diminuindo, embora com taxas diferentes em cada região. Ao mesmo tempo, pesquisas
em regiões mais frias descobriram que o número de insetos está aumentando.

 Os insetos estão desaparecendo principalmente de terras cultivadas e pastagens


intensamente usadas.
 Em contraste, nas florestas, pântanos e assentamentos, os números permaneceram
estáveis ou até aumentaram.
 Um estudo de pesquisadores da Unicamp e das universidades federais de São Carlos e do
Rio Grande do Sul, publicado em 24 de agosto de 2022 no periódico Biology Letters, reuniu
evidências sobre biodiversidade de insetos encontradas em 45 pesquisas científicas sobre
ordens de insetos no Brasil, e descobriu-se que a maioria aponta para uma redução da
biodiversidade desses animais.
 Para insetos terrestres (como borboletas, formigas, abelhas, vespas e besouros—
essenciais para atividades agrícolas) uma quantidade maior de estudos indicaram
tendência de declínio populacional ou perda de diversidade de espécies. Já nos grupos
aquáticos (como as libélulas) o número de indivíduos ou de espécies permaneceu estável
ou, em alguns casos, até aumentou. O motivo desse declínio seria, principalmente, a
remoção de vegetação nativa para a formação de pastagens e o plantio de culturas
agrícolas, além do uso indiscriminado de pesticidas.
 Uma coleção de artigos científicos de autoria de 56 especialistas de todo o mundo,
publicado em janeiro de 2021 no periódico Proceedings of the National Academy of
Sciences, examinou as crescentes preocupações sobre o declínio dos insetos e indicaram
que regiões com um grande declínio poderiam perder até um terço de todos os seus
insetos em duas décadas. Esses especialistas atribuem o declínio de insetos às práticas
agrícolas; poluição química, luminosa e sonora; espécies invasivas; mudanças no uso da
terra; nitrificação; pesticidas; e urbanização.

2. CAUSAS:
 Mais da metade de todas as publicações especializadas apontam as mudanças no habitat
como o fator mais importante no declínio das populações de insetos.

 O consenso científico é que a agricultura tem uma influência negativa sobre os insetos:
terras agrícolas em todo o mundo estão sendo usadas cada vez mais intensamente, as
aplicações de fertilizantes e pesticidas aumentaram significativamente e as áreas de terras
aráveis e pastagens aumentaram com grandes expansões (especialmente no século XIX e
início do século XX).
 Animais selvagens e espécies de plantas que requerem habitats não perturbados
diminuíram ou desapareceram.
 Entre 1980 e 2000, mais da metade das novas terras agrícolas nos trópicos foi criada com o
desmatamento de florestas. Entre 2000 e 2010, o número era de 80%.
 A Indonésia e Brasil foram responsáveis por mais da metade dessa perda de floresta
tropical. Mas é precisamente nos países tropicais da América Latina e da Ásia que o
número e a diversidade de insetos são especialmente altos.
 Especialistas atribuem o declínio de insetos incluem práticas agrícolas; poluição química,
luminosa e sonora; espécies invasivas; mudanças no uso da terra; nitrificação; pesticidas; e
urbanização.

3. CONSEQUÊNCIAS
 Os reinos animal e vegetal não se sustentariam sem os insetos e
notadamente sem os polinizadores invertebrados. Abelhas, moscas, vespas,
besouros, borboletas, mariposas etc são fundamentais não apenas para a
funcionalidade dos ecossistemas, mas também, e não menos, para os homens.
 “A perda de insetos terá certamente efeitos adversos sobre a funcionalidade
dos ecossistemas, pois os insetos desempenham um papel fundamental em
uma variedade de processos, incluindo polinização, herbivoria, detritivoria,
ciclos de nutrientes e fontes de alimentos para os níveis tróficos mais altos
como os pássaros, os mamíferos e os anfíbios. Por exemplo, estima-se que
80% das plantas silvestres dependem de insetos para a polinização,
enquanto 60% das aves silvestres dependem de insetos como fonte de
alimento. Claramente, preservar a abundância e a diversidade de insetos
deve constituir uma prioridade de conservação”

4. OITO AÇÕES QUE PODEMOS REALIZAR PARA SALVAR OS INSETOS DO DECLÍNIO


GLOBAL
eles apresentaram oito ações simples que as pessoas podem realizar para salvar os
insetos do declínio global:
 Para aumentar a conscientização e o valorização de insetos, os cientistas sugerem
combater as percepções negativas (Em muitos países, o público desconhece em
grande parte os benefícios e serviços que os insetos fornecem, e as percepções
negativas dos insetos são generalizadas), impulsionar os esforços de conservação e se
envolver na defesa de políticas locais favoráveis aos insetos. Quanto a melhoria de
habitat, eles recomendam converter gramados em diversos habitats naturais (Com a
crescente fragmentação global dos ambientes naturais, os insetos precisarão de
habitat de qualidade para serem preservados e restaurados), cultivar plantas nativas
(o cultivo de plantas nativas proporciona mais benefícios aos insetos nativos), reduzir
o uso de pesticidas e herbicidas (prejudicam populações não-alvo, populações de
insetos naturais), limitar a poluição luminosa ( maioria dos insetos noturnos são
atraídos por luzes artificiais, e essas luzes são poderosas armadilhas sensoriais que
podem matar indiretamente insetos por exaustão ou resultar em predação antes do
nascer do sol ) e diminuir o escoamento de sabão de lavagem de veículos e exteriores
de edifícios (geralmente produzem quantidades significativas de poluentes, incluindo
amônia, metais pesados, nitrogênio, hidrocarbonetos de petróleo, fósforo e
surfactantes que podem drenar diretamente para sistemas de água locais), bem como
o uso de selantes (liberados como escoamento no solo e na atmosfera, prejudicando
tanto os ecossistemas terrestres quanto os aquáticos) e sais de degelo (o sal derretido
pode reduzir o crescimento das plantas, causar distúrbios gastrointestinais em animais
de estimação e interferir no desenvolvimento, reprodução e comportamento dos
insetos, ao mesmo tempo em que danifica o concreto).

5. INSETOS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO NO BRASIL:

Há mais de 1.200 espécies em categorias de ameaça, sendo que 37 já são


consideradas extintas, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira (2018).

Você também pode gostar