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TEMA DA SEMANA

13 de maio de 2016

PROPOSTA
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o
tema: O progresso: entre o científico e o moral. Apresente
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.

O progresso: entre o científico e o moral

Texto 1
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O mito do progresso
“No alvorecer do século XXI, o paradoxo está em toda parte. A capacidade de produzir
mais e melhor não cessa de crescer e é assumida pelo discurso hegemônico como sinônimo do
progresso trazido pela globalização. Mas esse progresso, discurso dominante das elites globais,
traz também consigo exclusão, concentração de renda, subdesenvolvimento e graves danos
ambientais, agredindo e restringindo direitos humanos essenciais.
Mais inquietantes que os perigos nucleares são agora, no entanto, os riscos decorrentes da
microbiologia e da genética, com seus graves dilemas éticos e morais. Como equilibrar os
benefícios potenciais da genética, da robótica e da nanotecnologia contra o perigo de
desencadear um desastre absoluto que comprometa irremediavelmente nossa espécie? Um olhar
sobre o século XX, com os imensos saltos da tecnologia e do conhecimento, mas com seus
imensos passivos de guerras trágicas, miséria e danos ambientais, faz brotar com força a pergunta
central: somos, por conta desse tipo de desenvolvimento, mais sensatos e mais felizes? Ou
podemos atribuir parte de nossa infelicidade precisamente à maneira como utilizamos os
conhecimentos que possuímos? As consequências negativas do progresso, transformado em
discurso hegemônico, acumulam um passivo crescente de riscos graves que podem levar de
roldão o imenso esforço de séculos da aventura humana para estruturar um futuro viável e mais
justo para as gerações futuras.
O que significa, afinal, a palavra progresso no imaginário da sociedade global que vive o
início do século XXI? Quais suas raízes arquetípicas e que projeção para o futuro pode ser
imaginada sobre o conceito atual de progresso?
TEMA DA SEMANA
13 de maio de 2016

Sobre o sentido das palavras, o gnomo irascível Humpty Dumpty, em Alice no país das
maravilhas, de Lewis Carrol, afirma a Alice: “Quando utilizo uma palavra, ela significa precisamente
aquilo que eu quero que ela signifique. Nada mais, nada menos”. Alice contesta que “o problema
está em saber se é possível fazer que uma palavra signifique montes de coisas diferentes”. Ao que
Humpty Dumpty, qual hegemona de plantão, replica altivamente: “O problema está em saber
quem é que manda. Ponto final”.
Seria uma insensatez negar os benefícios que a vertiginosa evolução das tecnologias
propiciou ao ser humano no deslocar-se mais rápido, viver mais tempo, comunicar-se
instantaneamente e outras proezas que tais. Trata-se aqui de analisar a quem dominantemente
esse progresso serve e quais os riscos e custos de natureza social, ambiental e de sobrevivência da
espécie que ele está provocando; e que catástrofes futuras ele pode ocasionar. Mas,
principalmente, é preciso determinar quem escolhe a direção desse progresso e com que
objetivos.”
Dupas,G. O mito do progresso. Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/0B5YyY_iQAfzRRzVUc1l0amRseDg/view?pref=2&pli=1>

Texto 2
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Ética
“O progresso moral determina-se pela elevação do caráter consciente e livre da conduta dos
indivíduos e dos grupos sociais e, em consequência, pela elevação da responsabilidade desses
indivíduos ou grupos sobre seu comportamento moral. Nesse sentido, a comunidade primitiva
apresenta-se a nós com uma fisionomia moral pobre, uma vez que seus membros atuam,
sobretudo, com um grau muito baixo de consciência, liberdade e responsabilidade no que se
refere às suas decisões. Uma sociedade é tanto mais rica moralmente quando mais ampla seja a
margem que se oferece a seus membros para que assumam a responsabilidade pessoal ou
coletiva de seus atos; significa dizer, quando mais ampla seja a margem que se oferece para
aceitar conscientemente e livremente as normas que regulam as suas relações com os demais.
Nesse sentido, o progresso moral é inseparável do desenvolvimento e da livre personalidade.”
Vázquez, A. S. Ética. Disponível em: <http://ifdc6m.juj.infd.edu.ar/aula/archivos/repositorio/500/535/ETICA_Sanchez-
Vazquez-Adolfo.pdf>
TEMA DA SEMANA
13 de maio de 2016
Texto 3
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Progresso humano e regresso ambiental
“O ser humano conquistou muitas vitórias nos últimos 250 anos, em especial, depois da
reconfiguração mundial ocorrida após a Segunda Guerra Mundial. Em 1900, a população mundial
– de cerca de 1,6 bilhão de habitantes – tinha uma esperança de vida em torno de 30 anos. Em
2000, a população tinha passado para 6 bilhões, com esperança de vida de 65 anos. Em 2011, a
população chegou a 7 bilhões de habitantes e esperança de vida de 68 anos. Portanto, mesmo
com o aumento sem precedentes da população, a humanidade não caiu na “armadilha
malthusiana”, isto é, não houve limitação demográfica devido aos freios da mortalidade.
Ao contrário das previsões pessimistas, além do aumento do tempo médio de vida, houve
melhoria das condições de moradia, aumento do nível médio da educação, redução do
analfabetismo e redução da jornada média de trabalho. Em 2008, pela primeira vez na história,
mais da metade da população mundial estava vivendo nas áreas urbanas. O número de
automóveis passou de zero, em 1900, para 1 bilhão em 2010. O número de pessoas com acesso ao
telefone (fixo e celular) e à luz elétrica passou de algo próximo do nada para 6 bilhões em 2010. É
cada vez maior o número de domicílios com a presença de geladeira, fogão, máquina de lavar,
televisão, rádio, computador, Internet, etc.
Embora exista muita desigualdade social no mundo, o aumento do padrão de vida médio
do ser humano avançou consideravelmente, quando comparado com qualquer período anterior
da civilização.
[...]
A humanidade deu um grande salto e se tornou uma força em escala planetária. Pode-se
dizer, sem dúvidas, que houve progresso humano desde o início da Revolução Industrial, em 1750,
especialmente no último século e, mais particularmente, nas 6 décadas passadas. Mas o mesmo
não se pode dizer em relação ao meio ambiente, pois o progresso da humanidade aconteceu às
custas da regressão das condições ambientais.
As áreas de florestas estão diminuindo para atender a demanda de madeira e a demanda
de espaço para a agricultura e a pecuária. Espécies invasoras substituem a vegetação original. O
mau uso do solo provoca erosão, salinização e desertificação. A poluição dos rios diminui a
disponibilidade de água doce e provoca a mortandade de peixes. Lagos, como o mar da Aral,
estão diminuindo ou secando para atender aos interesses da irrigação. A contaminação química e
os agrotóxicos matam indiscriminadamente a vida terrestre e aquática. Aquíferos fósseis estão
desaparecendo e os aquíferos renováveis não estão conseguindo manter os níveis de reposição
dos estoques. A vida nos oceanos está ameaça pelo processo de acidificação. Os mangues e corais
estão sendo destruídos a uma taxa alarmante. Aumentam as taxas de perda da biodiversidade
(medida da diversidade de organismos vivos presentes em diferentes ecossistemas), com o
aumento da degradação dos ecossistemas e a extinção da vida selvagem. O aumento das
emissões de gases de efeito estufa estão provocando o aquecimento global, tendo como
consequência o derretimento das geleiras e das camadas de gelo, provocando o aumento do nível
dos oceanos. As áreas produtivas da Terra diminuem, enquanto crescem os aterros para receber o
crescente volume de lixo e resíduos sólidos.
[...]
A questão que se coloca é: pode haver continuidade do progresso humano com a
manutenção das tendências de regressão das condições ambientais? O desafio do século XXI será
descobrir o xis deste problema, buscando resolver adequadamente esta difícil equação.”
Alves, J. E. D. Progresso humano e regresso ambiental. Disponível em:
<https://www.ecodebate.com.br/2012/06/20/progresso-humano-e-regresso-ambiental-artigo-de-jose-eustaquio-
diniz-alves/>

Texto 4
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Cutts, Steve. Man. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cM1Bx5ptVno>

ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO SOBRE O PROJETO REDAÇÃO


Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
- A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
- Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
O Projeto Redação cá está para ajudá-lo a
realizar o seu sonho. Acreditamos na
colaboração mútua como meio de evolução e
nossa proposta é trabalhamos de forma a
orientar sua experiência com temas e
avaliações que sejam as mais próximas
possíveis do Enem.

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