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-Mundo Superpovoado
O mundo está superpovoado. As ruas estão entupidas, o trânsito está sempre irritantemente congestionado, e as
pessoas estão vivendo — tanto figurativa quanto literalmente — uma em cima das outras. É raro você encontrar um
espaço livre para sequer dar uma volta com seu cachorro.
Certo?
Errado.
O mundo não está de modo algum superpovoado. Ao redor do globo, há enormes espaços de terra totalmente
desabitados. Canadá, Austrália, África, Rússia, EUA e Brasil possuem uma inacreditável quantidade de espaços
abertos e não-povoados. [No Brasil, apenas 0,2% do território está ocupado por cidades e infraestrutura]. Com
efeito, toda a população do planeta caberia confortavelmente no estado americano do Texas. [E se toda ela fosse para
o estado do Amazonas, a densidade populacional seria equivalente à da cidade de Curitiba].
Sendo assim, por que tantas pessoas ainda acreditam tão piamente nesse mito do superpovoamento? A razão é
simples: a maioria delas — especialmente aquelas que têm tempo e predisposição para reclamar do excesso de
pessoas — vive em áreas de alta densidade populacional, as quais não são uma amostra nada representativa da real
situação do mundo.
Essas áreas de alta densidade populacional são chamadas de 'cidades', e o motivo pelo qual as pessoas vivem em
cidades — não obstante suas constantes lamúrias — é que há enormes benefícios gerados quando um grande número
de pessoas convive em proximidade.
É muito conveniente viver em um local repleto de pessoas simplesmente porque cada uma dessas pessoas tem o
potencial de ofertar vários bens e serviços para você. Quanto mais pessoas à sua volta, maior a oferta de pessoas
dispostas a fazer coisas como lavar e passar suas roupas, consertar seus sapatos, consertar seu carro, cozinhar suas
refeições, oferecer variadas opções de entretenimento, curar uma eventual doença, e, talvez ainda mais importante,
oferecer a você um emprego que remunera bem.
Tente viver isolado do mundo, no meio do mato, e você descobrirá quão "simples" é se alimentar, subsistir e
sobreviver a problemas de saúde. A divisão do trabalho significa que, quanto mais pessoas houver por perto, mais
fácil será satisfazermos nossos desejos e necessidades. Igualmente, maior será a nossa comodidade para resolvermos
certos problemas. Daí as cidades superpovoadas.
Esse mito de que o mundo está superpovoado — em conjunto com a errônea conclusão de que isso está gerando
problemas — fez com que várias pessoas celebrassem a notícia de que a taxa de natalidade está caindo em todo o
mundo, mais acentuadamente nos países mais ricos.
Em 2012, os casais nas cinco maiores economias do mundo — EUA, Japão, Alemanha, França e Reino Unido —
tiveram 350 mil filhos a menos do que em 2008, uma queda de quase 5%. A ONU prevê que as mulheres desses
países terão uma média de 1,7 filhos ao longo de suas vidas. Demógrafos dizem que a taxa de fecundidade tem de ser
de pelo menos 2,1 apenas para compensar as mortes e, com isso, manter a população constante.
A expectativa de que essa redução da natalidade irá gerar mais conforto e mais ar respirável para o resto do mundo
ignora completamente os impactos econômicos decorrentes de um declínio populacional. Isso tem a ver com uma
compreensão incompleta sobre a ação humana.
Aqueles que se preocupam com uma superpopulação tendem a ver os seres humanos como nada mais do que meros
consumidores de recursos. A lógica é simples: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos. Logo,
menos seres humanos significa mais recursos disponíveis. Esse é o cerne de todas as ideias contrárias à expansão
populacional.
Porém, embora as premissas desse silogismo sejam verdadeiras, elas são calamitosamente incompletas, fazendo com
que a conclusão seja igualmente (e perigosamente) incorreta.
Em primeiro lugar, os seres humanos não são apenas consumidores. Cada consumidor é também um produtor. Por
exemplo, eu só consigo almoçar (consumir) porque produzi (trabalhei) e alguém me remunerou por isso. E foi
justamente essa nossa contínua produção o que aprimorou sobremaneira o nosso padrão de vida desde o nosso
surgimento até a época atual. Todos os luxos que usufruímos, todas as grandes invenções que melhoraram nossas
vidas, todas as modernas conveniências que nos atendem, e todos os tipos de lazer que nos fazem relaxar foram
produzidas por uma mente humana.
Logo, a conclusão óbvia é que, quando mais mentes existirem, mais inovações surgirão para melhorar nossas vidas.
Uma simples reductio ad absudum revela a óbvia verdade de que a cura para o câncer tem mais chances de ser
descoberta em uma sociedade com um bilhão de pessoas do que em uma com apenas um punhado de indivíduos.
Ainda mais importante é o fato de que essas inovações resultam em uma multiplicação de recursos, de modo que o
silogismo sofre uma importante alteração: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos; os seres
humanos produzem recursos; logo, se os seres humanos produzirem mais recursos do que consomem, um aumento
populacional será benéfico para a nossa espécie.
Que nós produzimos mais do que consumimos é um fato autoevidente: basta olharmos para o padrão de vida que
usufruímos hoje e compará-lo àquele que tínhamos há 50, 100 ou 1.000 anos. À medida que a população aumentou,
aumentou também a nossa prosperidade, e a redução no sofrimento humano foi impressionante.
Tendo tudo isso em mente, a conclusão é que a acentuada queda nas taxas de natalidade é algo alarmante.
Ironicamente, o primeiro arranjo a ser atingido será justamente aquele que é tão caro às esquerdas que defendem o
controle populacional: a seguridade social. E isso não é nem uma questão ideológica ou econômica, mas sim
puramente matemática: uma população crescente tem um número suficiente de pessoas trabalhando para sustentar os
idosos. Já uma população declinante simplesmente não terá mão-de-obra jovem para pagar a aposentadoria desses
idosos. Uma coisa é você ter 10 pessoas trabalhando para pagar a Previdência de um aposentado; outra coisa é você
ter apenas 2 pessoas trabalhando para pagar a Previdência desse mesmo aposentado. Alguém terá de ceder.
Nos países onde há uma generosa rede de seguridade social, um encolhimento na população significa que uma fatia
cada vez maior dos recursos será consumida pelos idosos, uma vez que as gerações mais jovens estarão em número
insuficiente para compensar essa diferença. A consequência inevitável é que, à medida que a força de trabalho vai
declinando, toda a produção vai junto. Se a força de trabalho encolhe, máquinas e equipamentos deixam de receber
manutenção, começam a se deteriorar e caem em desuso. Fábricas são abandonadas. Empreendimentos imobiliários
não são vendidos e os imóveis ficam desocupados.
Tudo isso resulta em menos crescimento econômico, menos criação de riqueza, e menos prosperidade para todos.
Até mesmo os keynesianos, que são obcecados com a tal "demanda agregada", deveriam entender esse conceito.
Menos pessoas significa menos atividade econômica.
A celebração de que a população está crescendo menos advém majoritariamente do movimento ambientalista, cujo
sentimento anti-humano é frequentemente explícito. No entanto, até mesmo naqueles círculos menos cáusticos o
preconceito contra a humanidade já se espalhou. Hoje, é algo generalizado e que praticamente já adentrou a
consciência popular. Entre as esquerdas, tal sentimento é predominante; há um instinto de que as pessoas são
naturalmente ruins.
Essa postura só é defensável se você for do tipo que anseia por um retorno à época da varíola, da inanição, da água
contaminada, e do perigo iminente de ser devorado por predadores famintos. Se, por outro lado, você não vê essas
coisas como parte de uma existência idílica e natural, você deveria parar de propagar alguns mitos e ter mais
consideração pelos seres humanos.
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Autores:
Walter Williams, professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros. Suas colunas
semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.
Logan Albright, escritor e economista, é diretor do Capital Policy Analytics, analista do Freedom Works, e
integrante do Ludwig von Mises Canadá.
-A população do mundo cabe na cidade de São Paulo? artigo de José Eustáquio Diniz
Alves
Os céticos do clima costumam dizer que toda a população mundial caberia dentro, por exemplo, da cidade de São
Paulo. Será?
Vamos então fazer as contas. O mundo tem atualmente 7,1 bilhões de habitantes. A cidade de São Paulo tem uma
área de 1.552,986 km2 ou 1.552.986.000 m2 (um bilhão e quinhentos e cinquenta e dois milhões e novecentos e
oitenta e seis mil metros quadrados). Fazendo a divisão, temos 4,7 pessoas por metro quadrado. Se pussermos estas
pessoas em pé, uma bem do lado da outra, como em um show de um cantor popular ou no réveillon de Copacabana,
poderíamos sim colocar toda a população mundial, metro por metro, na área da cidade de São Paulo (inclusive nos
morros, no rio Tietê, no parque do Ibirapuera, no aeroporto de Congonhas, na represa de Guarapiranga, etc.). Mesmo
que a população mundial aumente para 14 bilhões de habitantes ainda caberia na cidade de São Paulo se todas
ficassem juntinhas (9 pessoas por metro quadrado) como no metrô, em horário de pico. Portanto, os céticos estão
certos, pois toda a população mundial caberia na vertical, ombro a ombro, no território paulistano.
-Quanto espaço ocupam todos os seres humanos da Terra?
Depende, porque a distribuição de pessoas pelas áreas habitáveis não é homogênea. Saiba mais.
Depende, porque a distribuição de pessoas pelas áreas habitáveis não é homogênea. Se todo mundo se
“apertasse” na mesma proporção que os habitantes do principado europeu de Mônaco, por exemplo, seria possível
colocar todos os 7,2 bilhões de habitantes do planeta em Barbados, um pequeno conjunto de ilhas no Caribe! Por
outro lado, se fôssemos distribuir os 148.647.000 km2 de área dos continentes entre todos os terráqueos, cada um
teria direito a 0,02 km2 (cerca de três campos de futebol) para chamar de seu. O índice que mede a taxa de ocupação
de uma determinada área é chamado de “densidade demográfica” e pode variar radicalmente entre países – e mesmo
entre cidades num mesmo país.
APERTADOS OU APARTADOS?
Realocamos a população do Brasil pelo mundo segundo a densidade populacional de algumas capitais
Quando vocês entram no ônibus de manhã, rumo à universidade ou ao trabalho, talvez tenham a impressão de que o
mundo está insuportavelmente lotado. Então leem estudos prevendo que a população mundial ultrapassará 11
bilhões de habitantes em 2100 e podem pensar –mas há espaço para MAIS pessoas?
Sim, há. O crescimento é dramático por outras questões, incluindo a exaustão dos recursos naturais, mas não é um
problema de falta de território. O site Metrocosm compilou recentemente o mapa acima, demonstrando que 50% da
população mundial vive em apenas 1% do planeta.
O mapa foi criado com dados da agência espacial americana NASA. A informação foi dividida em 28 milhões
de quadradinhos de 23 quilômetros quadrados cada um. Os quadradinhos com mais de 8.000 pessoas foram pintados
de amarelo. Aqueles com menos de 8.000 habitantes ficaram pretos.
Como resultado, o mundo foi dividido em duas partes iguais, uma amarela e outra preta –e é possível ver que 50% da
população está concentrada em apenas 1% do território, em especial na região que inclui a Índia e a China.
O cenário no norte da África é dramaticamente distinto. Há uma imensidão de zonas escuras –e apenas uma extensa
região amarela, seguindo o curso do rio Nilo. A cor corresponde, ali, ao Egito, o país árabe mais populoso. Ao Cairo,
capital egípcia, cabe o recorde mundial de quadradinho com o maior número de pessoas –1 milhão de habitantes em
apenas 23 quilômetros quadrados.
Estes dados ajudam a demonstrar a inconsistência da tese sobre a estreita e desfavorável correlação entre produção de
alimentos e crescimento demográfico. Em 1984, Banco Mundial mostrou que, nas condições da época, se a produção
mundial de grãos passasse da média de então, de duas toneladas por hectare, para cinco toneladas, algo considerado
perfeitamente possível com as condições técnicas disponíveis, o mundo poderia abrigar 11,5 bilhões de pessoas – o
dobro de sua população existente. A ONU, por sua vez, demonstrou que, melhorando as condições da agricultura,
com o uso de insumos, fertilizantes etc., ela poderia alimentar uma população quatro vezes maior que a projetada para
o ano 2000 – algo em torno de 24 bilhões de pessoas.
Isso sugere que a capacidade de crescimento da produção agrícola é muito mais elástica do que Malthus supunha e
seus seguidores apregoam. No final do século 20, dos 13 bilhões de hectares da superfície da Terra, pouco mais de
um décimo era cultivado. Como, segundo os especialistas, 11% da superfície dos continentes é arável, e 24% é
potencialmente arável, nas condições técnicas existentes a superfície da Terra dedicada à agricultura poderia ser
multiplicada por três!
O desenvolvimento acelerado do capitalismo a partir do século 18 contrariou as expectativas de Malthus. Não ocorreu
o descompasso entre a produção de alimentos e a produção de novos seres humanos, pelo menos nos países onde o
capitalismo industrial teve seu forte impulso inicial. A indústria, num nível de tecnologia ainda baixo, empregava
gigantescos contingentes de mão de obra. A florescente economia dos EUA foi, alias, o grande sorvedouro do
excesso populacional europeu.
A partir de meados do século 20, o alto nível de desenvolvimento material nos EUA e países capitalistas europeus
repercutiu sobre seus hábitos levando, como se viu, a uma mudança na dinâmica populacional. Enquanto a
expectativa de vida se expandia, alcançando os 80 anos; a taxa de nascimentos reduziu-se e a população dos países
ricos estagnou então, ou mesmo entrou em declínio, como ocorreu em países como a Alemanha ou a Hungria, que
viram o tamanho de suas populações diominuir a partir das últimas décadas do século 20.
Mesmo assim, o crescimento da população mundial vai se manter ainda por algumas décadas, mesmo se todas as
mães resolverem ter apenas dois filhos. Em muitos países em desenvolvimento, o número de mulheres jovens que
alcança a idade fértil é tão grande quanto antes, diz um balanço publicado pela revista The Economist no início de
1990. Portanto, o número de bebês continuará alto por muito tempo depois que as taxas de nascimento começaram a
cair. Isso ocorre porque há uma defasagem entre a desaceleração das taxas de fertilidade e o número de nascimentos.
Assim, os especialistas da ONU dizem que somente em meados do século 21 essas taxas se equilibrarão,
estabilizando a população mundial.
Para Chagnon, os ianomâmis nada tinham do "bom selvagem" de Rousseau, pois viviam em estado de guerra
permanente. O motivo principal das agressões entre os índios era a disputa por mulheres e a luta por vantagens na
reprodução. A violência estava relacionada à questão evolutiva, concluiu o antropólogo.
Um dos mais polêmicos estudos antropológicos já realizados, Nobres selvagens é também a narrativa arrebatadora da
experiência de Chagnon na Amazônia e a defesa contundente de seu trabalho e de uma antropologia de base
científica.
A doutrina dos dois mundos é quase um tendência natural do espírito humano. Hoje vemos, dois mil e tantos anos
depois de Platão, que certo platonismo já aparecia na arte do homem das cavernas. Isto foi destacado por um grande
historiador da arte, chamado Wilhelm Worringer. Ele observou que o homem primitivo, longe de ser um cidadão
perfeitamente integrado na natureza, sentindo-se perfeitamente bem ali, é, ao contrário, um ente aterrorizado pela
natureza imensa que o cerca, cheia de imprevistos e ameaças incompreensíveis. Por isso mesmo, a arte dos povos
primitivos, longe de ser uma arte naturalista, uma arte que retrate a natureza com toda a sua variedade de formas e
cores e seres, é uma arte simplificadora, uma arte geométrica, que expressa um impulso abstrativo muito intenso.
Worringer explica assim este estilo de arte: quando o mundo real nos parece demasiadamente complicado ou
ameaçador, tendemos a nos refugiar num domínio intelectual puro, para podermos encontrar dentro dele os princípios
de organização simplificadora, com os quais mais tarde voltaremos a tentar nos instalar no mundo externo. Como
você não está entendendo o que se passa fora, recua para organizar os próprios pensamentos. Depois de os ter
organizado, volta à ação exterior. Ora, uma arte de ornamentação puramente geométrica é o que se observa em
praticamente todas as sociedades tribais; e uma arte naturalista, na qual o artista se deleita em copiar as formas da
natureza, só aparece nas sociedades organizadas, na polis. O naturalismo, a curtição da natureza, são próprios do
homem civilizado, e não do primitivo. Para este a natureza é um caos, porque ele não tem poder sobre ela. A partir da
hora em que consegue organizar o pensamento humano, e em consequência, a sociedade, coloca uma hierarquia,
coloca todo mundo para trabalhar, monta as cidades, cria sistemas de produção e defesa, e afinal sente-se mais seguro
e face desta natureza, então sim os aspectos terrificantes dela são atenuados e começam a aparecer os aspectos
estéticos. A beleza da natureza só é visível depois que você está a uma boa distância dela.
Esta arte primitiva tem também um sentido religioso, ritual, de modo que as formas puramente geométricas
expressam um realidade que, não sendo visível neste mundo, não estando na natureza, é no entanto superior a ele, e
na qual o homem se sente protegido contra o caos exterior. Expressa um mundo de relações puramente espirituais,
angélicas. São símbolos, signos mágicos ou religiosos. Podemos ver nestes fenômenos descritos por Worringer uma
espécie de platonismo primitivo, e aí entenderíamos o platonismo não apenas a filosofia de um certo cidadão, mas
como uma tendência constante do espírito humano, e que reaparece sempre que a situação fica caótica e o homem,
não conseguindo entender o que se passa, procura em primeiro lugar reordenar o seu mundo interior. Por isto dizia
Alain que Platão é o filósofo bom para os que estão em dificuldades interiores, ao passo que Aristóteles é para os
cientistas e pesquisadores do mundo.
Num outro contexto completamente diferente, Carl-Gustav Jung, que não levo muito a sério como teórico mas cujas
observações clínicas são primorosas, notou que sonhar com objetos geométricos acontece na hora em que a anima
está dialogando com o superego ( anima é a parte da psique que congrega desejos, aspirações de felicidade; superego
é senso imanente de autoridade, legalidade interna ), no sentido de obter autorização para fazer alguma coisa que ela
deseja. Na hora e que se estabelece este diálogo que visa reordenar a relação entre as leis e os desejos, é que o sujeito
começa a sonhar com figurar geométricas. O geometrismo expressa um princípio de reorganização da mente. Por um
motivo muito simples: o geométrico forma uma espécie de ponte entre o puramente matemático e o sensível. As
matemáticas começam a se desenvolver primeiro pela geometria e só depois chegam à aritmética pura. No tempo de
Platão, a geometria já estava bastante desenvolvida e a aritmética só começa a caminhar uns quatro séculos depois. É
mais fácil raciocinar matematicamente com figuras geométricas do que com números abstratos. O geometrismo
aparece como um diálogo, uma intermediação entre a parte sensível e a parte inteligível, ou como diria Jung, entre a
anima e o superego.
O geometrismo é um recuo para uma reorganização interior, um rearranjo entre as exigências da alma humana e o
senso de ordem, hierarquia lógica, realidade firme, etc.
REFERÊNCIAS DINIZ FILHO, Luis Lopes. Por uma crítica da geografia crítica. Ponta Grossa: Editora UEPG,
2013. 230p.
À medida que os anos vão passando e os dados vão se acumulando, torna-se cada vez mais evidente que o
aquecimento global é uma fraude. A mudança climática é algo natural e permanente, mas a Terra não se aqueceu
significantemente ao longo dos últimos trinta anos. Tampouco houve algum efeito único e negativo, de qualquer
tipo, que possa ser inequivocamente atribuído ao aquecimento global.
No presente momento, dados de satélite mostram que a temperatura média global é a mesma do ano de 1979. A
extensão do gelo marítimo global também segue imutável desde 1979. Desde o final da última Era do Gelo, o nível
do oceano já subiu mais de cem metros. Mas nos últimos três anos, não houve qualquer aumento no nível do mar. Se
as calotas polares estão derretendo, por que o nível dos oceanos não está subindo? Ademais, o aquecimento global
supostamente deve aumentar a severidade e a freqüência das tempestades tropicais. Mas a ocorrência de furacões e
tufões está em níveis historicamente baixos.
Nos EUA, por exemplo, a cada ano morrem mais de quarenta mil pessoas em acidentes de trânsito. Mas nem uma
única pessoa já morreu em decorrência do aquecimento global. O número de espécies já extintas por causa do
aquecimento global é exatamente zero. Tanto as calotas glaciais da Antártica quanto as da Groelândia permanecem
estáveis. A população de ursos polares está aumentando. Não houve nenhum aumento na ocorrência de doenças
infecciosas que possa ser atribuído à mudança climática. Não estamos vivenciando mais enchentes, secas ou
incêndios florestais.
O fato é que durante os últimos 11 anos, a Terra, ao contrário do que dizem, tem esfriado, e não esquentado — apesar
do aumento das emissões de dióxido de carbono. E embora a Terra esteja mais quente do que há cem anos, estamos
falando de aproximadamente 0,7 graus Celsius. As temperaturas ainda estão abaixo daquelas observadas durante
o quente período medieval, e ainda muito menores do que aquelas ocorridas durantes vários outros períodos de
temperaturas altas, como por exemplo durante a Idade do Bronze (antes da época do ferro, época da história do
homem primata) — períodos durante os quais não havia emissões de carbono significativas (essencialmente não
havia outras emissões que não o dióxido de carbono que naturalmente exalamos).
Em resumo, não há qualquer tipo de evidência de que estamos entrando em uma era de significativa alteração
climática, e que essa alteração irá causar a deterioração do meio ambiente ou dos padrões de vida humano.
Mas por que as pessoas pensam que o planeta está se aquecendo? Uma razão é que os dados de temperatura das
estações meteorológicas parecem estar irremediavelmente contaminados por efeitos urbanos geradores de calor.
Uma inspeção das 1221 estações nos EUA, feita pelo meteorologista Anthony Watts e seus colegas, está hoje mais de
80% completa. A magnitude do suposto aquecimento global durante os últimos 150 anos é de aproximadamente 0,7
°C. Porém, o problema é que somente 9% das estações meteorológicas nos EUA podem apresentar erros de
temperatura menores do que 1 °C. Mais de dois terços dos sensores de temperatura utilizados para se estimar o
aquecimento global estão localizados próximos a fontes artificiais de calor, como respiradouros de ar condicionado,
concreto de asfalto e edifícios. Essas fontes provavelmente introduzem erros artificiais maiores do que 2 °C nos
históricos de temperatura.
Outra causa dessa histeria aquecimentista é a infiltração da ciência por fanáticos ideológicos que colocam a política
acima da verdade. No início de junho de 2009, a administração Obama soltou um relatório que concluía que o
aquecimento global teria uma série de efeitos deletérios sobre os EUA. Em 1995, um dos principais autores desse
relatório disse a mim que teríamos de alterar o registro do histórico de temperaturas — mais precisamente, teríamos
de "deletar" o Quente Período Medieval.
Esse relatório faz referências — seis vezes — ao trabalho de um cientista climático chamado Stephen H. Schneider.
Em 1989, Schneider disse à revista Discovery que "temos de criar e apresentar cenários, fazer declarações
simplificadas e dramáticas, e não fazer menções a qualquer dúvida que possamos ter". Schneider concluiu que "cada
um de nós tem de se decidir entre ser efetivo e ser honesto". Essa posição de Schneider não é atípica. Em 2007,
Mike Hulme, o diretor fundador do Tyndall Center for Climate Change Research, na Grã-Bretanha, disse ao
jornal The Guardian que "cientistas e políticos devem trocar a verdade pela influência".
Ao mesmo tempo em que emitia um relatório que prostituía a ciência pela política, a administração Obama suprimia
um relatório interno da EPA (Agência de Proteção Ambiental) que concluía haver "inconsistências fragorosas" entre
os dados científicos e a hipótese de que as emissões de dióxido de carbono estavam alterando o clima.
Se tivéssemos alguma apreciação pela história, não seríamos enganados tão facilmente assim. Tudo isso já aconteceu
antes, embora em escala menor e numa época em que as pessoas tinham mais senso comum. Em 19 de maio de 1912,
o Washington Post propôs as seguintes perguntas: "O clima do mundo está mudando? Está ficando mais quente nas
regiões polares?" Em 2 de novembro de 1922, a Associated Press relatou que "o Oceano Ártico está se aquecendo, os
icebergs estão se tornando mais escassos e, em alguns lugares, as focas estão achando as águas muito quentes". Em
25 de fevereiro de 1923, o New York Times concluiu que "o Ártico aparentemente está se aquecendo". Em 21 de
dezembro de 1930, o Times notou que "as geleiras dos Alpes estão em completa retração". Alguns meses mais tarde
o Times concluiu que havia "uma mudança radical nas condições climáticas e uma tepidez até então inédita" na
Groenlândia. A única coisa que mudou no Times desde 1930 é que, atualmente, ninguém que trabalha ali é literato o
suficiente para utilizar a palavra "tepidez".
Após o clima morno dos anos 1930 ter dado lugar a uma tendência de resfriamento que começou já nos anos 1940,
a mídia começou a especular sobre a iminente chegada de uma nova Era do Gelo. Já na década de 1970, o bicho-
papão do resfriamento global estava a toda. Este artigo da Revista Time é um bom exemplo. Para não ficar pra trás,
a Newsweek também entrou no clima (com o perdão do trocadilho). O artigo alertava: "Os climatologistas estão
pessimistas quanto à capacidade de os líderes políticos tomarem decisões efetivas que possam compensar a mudança
climática, ou mesmo aliviar seus efeitos". Quer mais exemplos? Clique aqui.
Tanto naquela época quanto atualmente, tudo se baseava em ciência espúria. Para ambos os casos, a solução era a
mesma: controle estatal da economia. O objetivo nunca se altera: gerenciamento governamental de toda a economia.
Já demos a volta completa e voltamos hoje ao ponto de partida, envoltos em um desanimador ciclo de reencarnada
ignorância. H. L. Mencken entendeu esse processo quando explicou que "todo o objetivo da política é manter o
populacho alarmado por uma infindável série de espantalhos, a maioria deles imaginária."