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Leia com atenção o texto abaixo.

Estima-se que, no início do século XVI, o litoral brasileiro, em função da presença dos
povos indígenas, já possuía uma densidade entre 4 e 5 habitantes por quilômetro
quadrado e de até 9 habitantes por quilômetro quadrado em algumas regiões. Através
da presença destes povos, a paisagem brasileira já havia sido apresentada a um
elemento bastante influente: o fogo. Seu uso sistemático para caçar favoreceu, por
exemplo, a extensão ou manutenção dos cerrados em detrimento de áreas florestais:
"Na toponímia tupi, retomada de relatos do século XVI, (...) há uma enorme
diversidade de palavras retratando padrões de vegetação originados pelos
desmatamentos, pelos retalhamentos de florestas e pelo uso do fogo. Muitos desses
termos são nomes de bairros e cidades no Brasil: caapuera (roça que já foi); Ibirapuera
(árvore que já foi); Caucaia (mato queimado ou incêndio da mata); Catumbi (beira da
mata); Caatanduva (mato ralo e áspero); capixaba (roçado preparado para plantio);
cairussu (queimada)".
Adaptado de Miranda, National Geographic.

Na pesquisa de processos como o descrito, existe uma noção que vem sendo revista e
um fator que ajudou a provocar essa releitura.

A noção e o fator são, respectivamente:

(A) natureza/contínua e transformadora interferência humana sobre a Terra;


(B) espaço geográfico/fracas ações oficiais para deter a degradação ambiental;
(C) cidade/sucessivo desenvolvimento da informática nas telecomunicações;
(D) bairro/conscientização em torno da questão do desmatamento e da poluição;
(E) cidade/aumento da dependência humana da energia fóssil.

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Com base em projeções realizadas por especialistas, prevê-se, para o fim do século
XXI, aumento de temperatura média, no planeta, entre 1,4°C e 5,8°C. Como
consequência desse aquecimento, possivelmente o clima será mais quente e mais
úmido bem como ocorrerão mais enchentes em algumas áreas e secas crônicas em
outras. O aquecimento também provocará o desaparecimento de algumas geleiras, o
que acarretará o aumento do nível dos oceanos e a inundação de certas áreas
litorâneas.

As mudanças climáticas previstas para o fim do século XXI:

(A) provocarão a redução das taxas de evaporação e de condensação do ciclo da


água.
(B) poderão interferir nos processos do ciclo da água que envolvem mudanças de
estado físico.
(C) promoverão o aumento da disponibilidade de alimento das espécies marinhas.
(D) induzirão o aumento dos mananciais, o que solucionará os problemas de falta de
água no planeta.
(E) causarão o aumento do volume de todos os cursos de água, o que minimizará os
efeitos da poluição aquática.

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Considere o texto a seguir:

O conceito de desenvolvimento sustentável tem ocupado uma posição central nas


discussões sobre os modelos de desenvolvimento da sociedade mundial
contemporânea, particularmente depois da publicação do relatório da Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, "Nosso Futuro Comum", em 1987
(conhecido como Relatório "Brundtland"). As bases consensuais do desenvolvimento
sustentável referem-se ao ideal de harmonizar o desenvolvimento econômico com a
proteção ambiental e considera que "O desenvolvimento sustentável é aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem as suas próprias necessidades."

Assinale a alternativa que representa os princípios do desenvolvimento sustentável


apresentados pelo Relatório Brundtland e que podem ser adotados como estratégia
pelos países do mundo, inclusive pelo Brasil.

(A) Adotar tecnologias criadas em países desenvolvidos, onde a preservação


ambiental e a distribuição da riqueza estão adequadas aos padrões sustentáveis.
(B) Investir no modelo de crescimento econômico quantitativo, tendo a renda como
condição fundamental de desenvolvimento.
(C) Dar prioridade às políticas sociais de redução da pobreza, de aumento de oferta
de empregos, de conservação da biodiversidade e de geração de novas
oportunidades e atitudes.
(D) Promover maior liberalização da economia, pois o mercado é o melhor
mecanismo de otimização do uso dos recursos, particularmente os relacionados
com o ambiente.
(E) Frear o desenvolvimento econômico, principal responsável por grande parte dos
danos ambientais e investir no desenvolvimento social.

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A humanidade progrediu tanto em termos tecnológicos que passou a ver a natureza
como algo separado dela mesma. A crescente intervenção humana nos ciclos naturais
está alterando o sistema terrestre. As atividades humanas retiram ou acrescentam
depósitos de sedimentos no ambiente, interferindo nos fluxos de energia.
Já nos séculos XVIII e XIX, os impactos ambientais provocados pela crescente
industrialização eram muito grandes. Entretanto, ainda eram localizados e atingiam
basicamente os trabalhadores e as camadas mais pobres da população. Com o passar
do tempo, devido à crescente expansão do processo de industrialização e
urbanização, os impactos foram aumentando, até que, no pós-Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), passaram a ter consequências globais. Muitos dos recursos
utilizados na produção são extraídos diretamente da natureza.
Adap. MOREIRA, J. C. e SENE, E. "Geografia para o ensino médio: geografia geral e do
Brasil". São Paulo: Scipione, 2002. p. 458.

Com relação à temática do texto acima, é correto afirmar que:

(A) a preocupação com a temática da degradação ambiental é exagerada, pois os


recursos naturais jamais se esgotarão.
(B) não existem problemas com relação aos recursos naturais, pois os estudos
garantem que há disponibilidade e reservas suficientes para os próximos 500
anos.
(C) a preocupação com a temática da degradação ambiental é exagerada, e somente
os grupos ecológicos é que se interessam em discutir esse tema.
(D) a preocupação com a temática da degradação ambiental nos dias atuais é
oportuna, pois muitos recursos naturais necessários à vida humana poderão
esgotar-se em pouco tempo.
(E) a preocupação com a temática da degradação ambiental é oportuna, fruto
apenas de discussões de inúmeros grupos ecológicos radicais.

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Leia o trecho a seguir:

O modo de organização das sociedades, que retrata sua configuração cultural, é que
comanda as interferências do homem sobre o seu ambiente. A busca de alternativas
aos processos produtivos atuais e ao modo de consumir passa obrigatoriamente pela
mudança dos hábitos culturais e de organização social.
QUEIROZ NETO, José P. Mudanças globais e um novo mapa do mundo. In: SOUZA,
M. A. A. de. et al. (Orgs.). "O novo mapa do mundo. Natureza e sociedade hoje: uma leitura
geográfica." 2 ed. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 109.

Essa mudança de que fala o autor pode ser identificada, atualmente, na:

(A) política econômica internacional, que visa estabelecer o controle da extração e do


consumo do preço do petróleo, enquanto recurso natural não-renovável.
(B) política agrícola dos países que regulamentaram a pesquisa, a produção e o
consumo de alimentos transgênicos.
(C) política científica que objetiva desenvolver fontes de energia renováveis e
alternativas para o modelo industrial contemporâneo.
(D) política demográfica, que visa ao controle de natalidade como forma de erradicar
a fome e a pobreza no mundo.
(E) política de desenvolvimento sustentável, que objetiva redimensionar a crise
ambiental provocada pelo modo de produção vigente.

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Uma pesquisadora francesa produziu o seguinte texto para caracterizar nosso país:

O Brasil, quinto país do mundo em extensão territorial, é o mais vasto do hemisfério


Sul. Ele faz parte essencialmente do mundo tropical, à exceção de seus estados mais
meridionais, ao sul de São Paulo. O Brasil dispõe de vastos territórios subpovoados,
como o da Amazônia, conhece também um crescimento urbano extremamente rápido,
índices de pobreza que não diminuem e uma das sociedades mais desiguais do
mundo. Qualificado de "terra de contrastes", o Brasil é um país moderno do Terceiro
Mundo, com todas as contradições que isso tem por consequência.
([Adaptado de] DROULERS, Martine. "Dictionnaire geopolitique des états".
Organizado por Yves Lacoste. Paris: Éditions Flamarion, 1995)

O Brasil é qualificado como uma "terra de contrastes" por:

(A) fazer parte do mundo tropical, mas ter um crescimento urbano semelhante ao dos
países temperados.
(B) não conseguir evitar seu rápido crescimento urbano, por ser um país com grande
extensão de fronteiras terrestres e de costa.
(C) possuir grandes diferenças sociais e regionais e ser considerado um país
moderno do Terceiro Mundo.
(D) possuir vastos territórios subpovoados, apesar de não ter recursos econômicos e
tecnológicos para explorá-los.
(E) ter elevados índices de pobreza, por ser um país com grande extensão territorial
e predomínio de atividades rurais.

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Em 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento elaborou o
"Relatório do Desenvolvimento Humano", do qual foi extraído o trecho abaixo.
Nos últimos anos da década de 90, o quinto da população mundial que vive nos países
de renda mais elevada tinha:

- 86% do PIB mundial, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%;


- 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%;
- 74% das linhas telefônicas mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas
1,5%;
- 93,3% das conexões com a lnternet, enquanto o quinto de menor renda, apenas
0,2%.
- A distância da renda do quinto da população mundial que vive nos países mais
pobres - que era de 30 para 1, em 1960 - passou para 60 para 1, em 1990, e
chegou a 74 para 1, em 1997.

De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano


mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:

(A) diminuição da disparidade entre as nações.


(B) diminuição da marginalização de países pobres.
(C) inclusão progressiva de países no sistema produtivo.
(D) crescente concentração de renda, recursos e riqueza.
(E) distribuição equitativa dos resultados das inovações tecnológicas.

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Sabe-se que uma área de quatro hectares de floresta, na região tropical, pode conter
cerca de 375 espécies de plantas, enquanto uma área florestal do mesmo tamanho,
em região temperada, pode apresentar entre 10 e 15 espécies.
O notável padrão de diversidade das florestas tropicais se deve a vários fatores, entre
os quais é possível citar:

(A) altitudes elevadas e solos profundos.


(B) a ainda pequena intervenção do ser humano.
(C) sua transformação em áreas de preservação.
(D) maior insolação e umidade e menor variação climática.
(E) alternância de períodos de chuvas com secas prolongadas.

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Leia o Texto I de Josué de Castro, publicado em 1947.

O Brasil, como país subdesenvolvido, em fase de acelerado processo de


industrialização, não conseguiu ainda se libertar da fome.
Os baixos índices de produtividade agrícola se constituíram como fatores de base no
condicionamento de um abastecimento alimentar insuficiente e inadequado às
necessidades alimentares do nosso povo.
(Adaptado de Josué de Castro. "Geografia da Fome")

Leia o Texto II sobre a fome no Brasil, publicado em 2001.

Uma das evidências contidas no mapa da fome consiste na constatação de que o


problema alimentar no Brasil não reside na disponibilidade e produção interna de grãos
e dos produtos tradicionalmente consumidos no País, mas antes no descompasso
entre o poder aquisitivo de ampla parcela da população e o custo de aquisição de uma
quantidade de alimentos compatível com as necessidades do trabalhador e de sua
família.
(http://www.mct.gov.br)

Comparando os Textos I e II, podemos concluir que a PERSISTÊNCIA da fome no


Brasil resulta, principalmente:

(A) da renda insuficiente dos trabalhadores.


(B) de uma rede de transporte insuficiente.
(C) da carência de terras produtivas.
(D) do processo de industrialização.
(E) da pequena produção de grãos.

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A produção agrícola brasileira evoluiu, na última década, de forma diferenciada. No
caso da cultura de grãos, por exemplo, verifica-se, nos últimos anos, um crescimento
significativo da produção da soja e do milho, como mostra o gráfico.

Pelos dados do gráfico, é possível verificar que, no período considerado,

(A) a produção de alimentos básicos dos brasileiros cresceu muito pouco.


(B) a produção de feijão foi a maior entre as diversas culturas de grãos.
(C) a cultura do milho teve taxa de crescimento superior à da soja.
(D) as culturas voltadas para o mercado mundial decresceram.
(E) as culturas voltadas para a produção de ração animal não se alteraram.

A grande produção brasileira de soja, com expressiva participação na economia do


país, vem avançando nas regiões do Cerrado brasileiro. Esse tipo de produção
demanda grandes extensões de terra, o que gera preocupação, sobretudo:

(A) econômica, porque desestimula a mecanização.


(B) social, pois provoca o fluxo migratório para o campo.
(C) climática, porque diminui a insolação na região.
(D) política, pois deixa de atender ao mercado externo.
(E) ambiental, porque reduz a biodiversidade regional.

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As florestas tropicais úmidas contribuem muito para a manutenção da vida no planeta,
por meio do chamado sequestro de carbono atmosférico. Resultados de observações
sucessivas, nas ultimas décadas, indicam que a Floresta Amazônica é capaz de
absorver ate 300 milhões de toneladas de carbono por ano. Conclui-se, portanto, que
as florestas exercem importante papel no controle:

(A) das chuvas acidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, do dióxido de


carbono, resultante dos desmatamentos por queimadas.
(B) das inversões térmicas, causadas pelo acumulo de dióxido de carbono, resultante
da não-dispersão dos poluentes para as regiões mais altas da atmosfera.
(C) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na atmosfera, do
dióxido de carbono, contido nos gases do grupo dos clorofluorcarbonos.
(D) do efeito estufa provocado pelo acumulo de carbono na atmosfera, resultante da
queima de combustíveis fosseis, como carvão mineral e petróleo.
(E) da eutrofizacão das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do excesso de
dióxido de carbono, presente na atmosfera.

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LUCRO NA ADVERSIDADE

Os fazendeiros da região sudoeste de Bangladesh, um dos países mais pobres da


Ásia, estão tentando adaptar-se às mudanças acarretadas pelo aquecimento global.
Antes acostumados a produzir arroz e vegetais, responsáveis por boa parte da
produção nacional, eles estão migrando para o cultivo do camarão.
Com a subida do nível do mar, a água salgada penetrou nos rios e mangues da região,
o que inviabilizou a agricultura, mas, de outro lado, possibilitou a criação de
crustáceos, uma atividade até mais lucrativa.
O lado positivo da situação termina por aí. A maior parte da população local foi
prejudicada, já que os fazendeiros não precisam contratar mais mão-de-obra, o que
aumentou o desemprego. A flora e a fauna do mangue vêm sendo afetadas pela nova
composição da água. Os lençóis freáticos da região foram atingidos pela água
salgada.
Globo Rural, jun./2007, p.18 (com adaptações).

A situação descrita acima retrata:

(A) o fortalecimento de atividades produtivas tradicionais em Bangladesh, em


decorrência dos efeitos do aquecimento global.
(B) a introdução de uma nova atividade produtiva que amplia a oferta de emprego.
(C) a reestruturação de atividades produtivas, como forma de enfrentar mudanças
nas condições ambientais da região.
(D) o dano ambiental provocado pela exploração mais intensa dos recursos naturais
da região, a partir do cultivo do camarão.
(E) a busca de investimentos mais rentáveis para Bangladesh crescer
economicamente e competir no mercado internacional de grãos.

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Exportações de computadores

Receitas provenientes do licenciamento pelo uso de marcas e fabricação de produtos

Adaptado de www.worldmapper.org

A atual Divisão Internacional do Trabalho é bem mais complexa do que aquela


encontrada ao longo da Segunda Revolução Industrial. Hoje, há maior variedade de
formas de integração dos países às redes globais de produção e circulação de
riquezas.
As representações gráficas acima foram feitas usando a técnica de anamorfose, a qual
altera a área dos territórios de modo proporcional à informação que se quer
apresentar.

A diferença na participação dos Estados Unidos, no primeiro e no segundo gráficos,


pode ser explicada em função dos seguintes fatores:

(A) declínio das suas empresas e crise das multinacionais asiáticas.


(B) participação do país no NAFTA e desenvolvimento acentuado da indústria bélica.
(C) sucessão de crises no setor de informática e grande número de bancos globais
do país.
(D) elevação do custo de produção no território nacional e liderança no setor de
tecnologia de ponta.
(E) concentração do desenvolvimento de alta tecnologia nos países asiáticos.

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O CHOQUE DO NOVO

Materiais, processos e ferramentas: tudo mudou na fabricação do automóvel


ANTES: 100% das soldas eram feitas manualmente.
AGORA: 99% das soldas são feitas por robôs.
ANTES: os materiais mais usados eram aço, borracha e madeira.
AGORA: os carros têm materiais recicláveis como alumínio e plástico.
ANTES: em toda a década de 80, foram lançados, no Brasil, oito modelos.
AGORA: só na primeira metade dos anos 90, foram lançados doze modelos de
automóveis.
ANTES: as montadoras brasileiras recebiam das matrizes máquinas com dez anos de
uso.
AGORA: as montadoras têm máquinas com, no máximo, um ano de uso na Europa ou
nos Estados Unidos.
(Adaptado de "Veja", 10/01/2001)

Nas últimas décadas, várias foram as mudanças incorporadas ao processo de


produção industrial, como as apresentadas na reportagem sobre a fabricação do
automóvel.

O modelo de produção relacionado a estas recentes transformações está definido em:

(A) sistêmico-flexível, que incorpora a pesquisa como base para a reorganização da


produção.
(B) taylorista, que implica a crescente integração do trabalhador qualificado à
atividade mecânica.
(C) fordista, que se apoia na fragmentação do trabalho humano em inúmeras etapas
simplificadas.
(D) toyotista, que altera a organização das unidades produtivas com a introdução da
linha de montagem.
(E) cibertecnológico, que permite o uso dos avanços na área de informática como
forma de eliminar a mão-de-obra humana.

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RADIOGRAFIA DO SÉCULO XX NO SEU FINAL

Metade da população do mundo - cerca de 3 bilhões de pessoas - vive subalimentada,


enquanto outros 10% sofrem graves deficiências alimentícias, totalizando 60% dos
habitantes com algum tipo de problema de nutrição. De outro lado, 15% das pessoas
do mundo estão superalimentadas. Alimentos não faltam, há excedentes agrícolas -
conforme os critérios de mercado, não das necessidades humanas - de 15%.
(Adaptado de SADER, Emir. In: MOCELLIN, R. e CAMARGO, R. de.
"Passaporte para a História". São Paulo: Editora do Brasil, 2004.)

Com base nos dados apresentados no texto, um aspecto marcante da conjuntura


macroeconômica mundial do final do século passado e início deste milênio é:

(A) aumento da desigualdade social, devido ao desenvolvimento diferenciado entre


os países.
(B) elevação das taxas do desemprego estrutural, em decorrência da concentração
industrial nos países desenvolvidos.
(C) baixa produtividade agrícola, em função do acelerado crescimento demográfico
nos países do hemisfério sul.
(D) distribuição desigual de alimentos, pelo esgotamento de áreas agriculturáveis nos
países subdesenvolvidos.
(E) mudança significativa nos hábitos alimentares, devido à expansão de um estilo de
vida urbano.

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Pela primeira vez na história da humanidade, tornou-se possível organizar a produção,
e não apenas o comércio, em escala transnacional. Portanto, enquanto a divisão
global do trabalho estava antes confinada à troca de produtos entre regiões
específicas, hoje é possível produzir independentemente das fronteiras nacionais e
continentais. (...)
Na minha opinião, há certa confusão entre duas coisas bem diferentes. Não há dúvida
de que a globalização, em alguns aspectos, independe da atuação governamental. O
mesmo não se dá com a ideologia baseada na globalização, a ideologia neoliberal do
livre mercado. Essa ideologia baseia-se no pressuposto de que a liberalização do
mercado otimiza o crescimento e a riqueza no mundo, e leva à melhor distribuição
desse incremento. Em minha opinião, ninguém nunca conseguiu justificar de maneira
satisfatória essa concepção.
(Adaptado de HOBSBAWN, Eric. "O novo século." São Paulo:
Companhia das Letras, 2000.)

O texto expõe uma diferença entre a dinâmica da globalização e a ideologia associada


a esse processo.

A crítica do autor a tal ideologia pode ser expressa, de forma sucinta, pelo argumento
de que a:

(A) atuação do Estado não resiste à globalização.


(B) liberdade de mercado não garante a justiça social.
(C) expansão comercial não atravessa as fronteiras nacionais.
(D) opção neoliberal não defende o crescimento econômico.
(E) apesar da atuação dos Estados, a ideologia neoliberal não foi difundida.

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A história em quadrinhos ilustra a relação entre oferta e procura como propulsora da
dinâmica de mercado.

Essa relação, no entanto, representa um problema central para a economia, indicado


na seguinte alternativa:

(A) caráter contraditório do salário, que tanto é um custo para o empregador como é
a base do consumo no mercado.
(B) desequilíbrio provocado pela ação do Estado na economia, que tanto promove a
acumulação como evita as crises econômicas.
(C) desestímulo à poupança, que tanto aumenta o consumo nas nações
desenvolvidas como amplia o mercado de produtos primários.
(D) efeito negativo da redução dos lucros da economia globalizada, que tanto
incentiva investimentos como produz o equilíbrio entre oferta e procura.
(E) expansão da oferta de crédito, que induz ao endividamento da população e não
aumenta os lucros dos produtores.

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BRASIL

Brasil
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
(Cazuza / George Israel / Nilo Romero)

PERGUNTAS DE UM OPERÁRIO QUE LÊ

Para onde foram os pedreiros


Na noite em que ficou pronta a Muralha da
China?
(Bertold Brecht)

O poema de Brecht e a letra da música de Cazuza nos remetem ao papel dos


trabalhadores como sujeitos da história em diferentes momentos.

O trabalho em sociedades contemporâneas como a brasileira pode ser caracterizado


pela tendência progressiva de:

(A) crescimento de mão-de-obra informal, ampliando o setor industrial.


(B) aumento da demanda por trabalho qualificado, estimulando a imigração.
(C) redução do número de trabalhadores ativos, estagnando o setor agrário.
(D) fragilização das relações de trabalho, inchando o setor de comércio e de serviços.
(E) aumento do movimento sazonal no campo, maior empregador de mão-de-obra
sem qualificação.

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"Ao invés do analfabetismo tradicionalmente identificado nos séculos XIX e XX com o
não-conhecimento pleno da língua de origem, ganha destaque atualmente um novo
tipo de analfabetismo imposto pela mudança técnica e informacional."
(POCHMAN, Marcio. "O emprego na globalização". São Paulo: Boitempo, 2001.)

No texto acima, o autor compara duas formas de analfabetismo que podem ser
associadas às atividades econômicas do passado e do presente, respectivamente.

A segunda forma se distingue da primeira por evidenciar um aspecto decorrente das:

(A) prioridades ligadas à cultura.


(B) exigências do modelo produtivo.
(C) tradições tecnológicas vindas da manufatura.
(D) necessidades específicas do mercado informal.
(E) exigência do domínio de um segundo idioma.

A política agrícola brasileira dá, atualmente, especial atenção ao debate acerca dos
alimentos transgênicos, estabelecendo regras que limitam sua produção e seu
consumo.

As bases dos argumentos contra os transgênicos resultam das preocupações de


determinados setores da sociedade com:

(A) preservação da biodiversidade e política preventiva de saúde coletiva.


(B) aumento do uso de agrotóxicos e diminuição da produção.
(C) manutenção da rentabilidade da terra e estímulo ao consumo artesanal.
(D) sustentação da lavoura de subsistência e incentivo financeiro à produção.
(E) ampliação da produção e apoio à formação de mercados competitivos.

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LEI DE TERRAS

Art. 1 Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o
de compra. Excetuam-se as terras situadas nos limites do Império com países
estrangeiros em uma zona de 10 léguas as quais poderão ser concedidas
gratuitamente.
Art. 2 Os que se apossarem de terras devolutas ou de alheias, e nelas derrubarem
matos ou lhes puserem fogo, serão obrigados a despejo (...) e, de mais, sofrerão a
pena de dois a seis meses de prisão e multa de cem mil réis, além da satisfação do
dano causado (...).
(Lei n. 601, de 18/09/1850. In: Coleção das leis do Brasil)

As motivações que originaram a Lei de Terras, de 1850, ainda hoje são causas de
conflitos em relação à propriedade rural no Brasil.

Dentre as questões levantadas nos artigos transcritos, aquelas que caracterizam a


atual estrutura fundiária no Brasil são:

(A) mercantilização da terra e expulsão de posseiros pobres.


(B) exclusão de grileiros e internacionalização da propriedade.
(C) socialização da terra e regularização do sistema de grilagem.
(D) instituição de gratuidade nas fronteiras e obrigatoriedade de produção.
(E) obrigatoriedade de registro oficial e predomínio de terras devolutas.

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TEXTO I

"No contexto maior da economia colonial, a produção para o mercado interno - gado e
alimentos - apresentava um forte caráter de subordinação face à grande produção de
exportação. (...) Enquanto os compradores compareciam a um mercado de preços
tabelados, os produtores de alimentos são obrigados a comprar os gêneros de que
necessitam - escravos, ferros, tachos, armas - em um mercado livre, quase sempre
com preços estabelecidos na base do exclusivo colonial, sem qualquer concorrência."
(SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. In: LINHARES, M. Yedda (org.). "História geral do Brasil".
Rio de Janeiro: Campus, 2000.)

TEXTO II

"A luta pelos alimentos como direito e pela comida sadia é das menos obscurantistas
que pode haver, reflete o direito à vida e à escolha do que comer e ser informado
sobre o que está comendo. É uma luta dos direitos do consumidor contra a lógica
voraz dos grandes consórcios alimentícios, dentre os quais se destaca o Monsanto -
que ocupa vários cargos no governo Bush, tal sua força e voracidade."
(SADER, Emir. In: "Época", março de 2001.)

O primeiro texto procura contextualizar a produção para o abastecimento interno no


Brasil Colônia, enquanto o segundo refere-se à invasão de uma propriedade do
Monsanto, produtor internacional de alimentos, por ambientalistas e pelo MST, durante
o Fórum Social Mundial contra a globalização, realizado em Porto Alegre.

A alternativa que aproxima os dois textos, por apontar uma semelhança entre o
processo brasileiro de produção de alimentos, no passado e no presente, é:

(A) Dificuldade de exportação dos produtos brasileiros, devido aos entraves internos,
como a atuação do MST.
(B) O Estado deixa para agricultores de subsistência a tarefa da produção alimentar.
(C) As políticas públicas para o setor agrário provocam preços altos dos produtos
exportados.
(D) As ações do Estado priorizam a produção alimentícia, através de consórcios
internacionais.
(E) A produção agrícola se mantém subordinada a interesses externos.

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Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se
darem ao trabalho de irem buscar o seu arabutan (pau-brasil). Uma vez um velho
perguntou-me:
- Por que vinde vós outros, mairs (franceses) e perós (portugueses), buscar lenha de
tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?
Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos,
como ele o supunha, mas dela extraímos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os
seus cordões de algodão e alguma plumas.
Retrucou o velho imediatamente:
- E porventura precisais de muito?
- Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos,
(...) e outras mercadorias do que podeis imaginar...
- Ah! retrucou o selvagem (...), mas esse homem tão rico de que me falas não morre?
- Sim, disse eu, morre como os outros.
... perguntou-me de novo:
- E quando morrem, para quem fica o que deixam?
- Para seus filhos, se os têm, respondi;...
- Na verdade, continuou o velho, (...) agora vejo que vós outros mairs sois grandes
loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, (...) para amontoar
riquezas para os vossos filhos, (...). Não será a terra que vos nutriu suficiente para
alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos
certos de que, depois de nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá, por
isso descansamos sem maiores cuidados.
LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército Editora, 1960,
p. 153-154

A certeza que tinha o tupinambá, no diálogo descrito, de que a terra que o havia
alimentado também alimentaria seus descendentes, desapareceu a partir da ocupação
efetiva do solo brasileiro pelo colonizador europeu, com a introdução da plantation
como atividade econômica fundamental na colônia. Assinale a opção que contenha a
combinação de fatores que respondem pela desestruturação do equilíbrio da natureza
que até então existia:

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I. O desmatamento em larga escala para implantar as lavouras de cana.
II. A inexistência de lavouras de abastecimento interno.
III. O caráter mercantil da empresa colonial, exigindo escala maior da produção.
IV. A falta de matrizes energéticas diversificadas, ampliando o desmatamento para
usar a lenha, única fonte energética.

Estão corretas:

(A) I e II;
(B) II e III;
(C) III e IV;
(D) I e III;
(E) II e IV.

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Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica
empregada pelo índio no Brasil e por um português de Portugal era, aliás, a mesma:
apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio) e
atiravam-no para dentro da boca.
Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, já no
século XIX, conta como “nas casas das roças despejam-se simplesmente alguns
pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os
dedos, arremessando, com um movimento rápido, a farinha na boca, sem que a
mínima parcela caia para fora”. Outros viajantes oitocentistas, como John Luccock,
Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse hábito em todo o Brasil e
entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros “lançam a [farinha
de mandioca] à boca com uma destreza adquirida, na origem, dos indígenas, e que ao
europeu muito custa imitar”.
Aluísio de Azevedo, em seu romance Girândola de amores (1882), descreve com
realismo os hábitos de uma senhora abastada que só saboreava a moqueca de peixe
"sem talher, à mão".

Dentre as palavras listadas abaixo, assinale a que traduz o elemento comum às


descrições das práticas alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do
século XIX, citados no texto.

(A) Regionalismo (caráter da literatura que se baseia em costumes e tradições


regionais).
(B) Intolerância (não-admissão de opiniões diversas das suas em questões sociais,
políticas ou religiosas).
(C) Exotismo (caráter ou qualidade daquilo que não é indígena; estrangeiro;
excêntrico, extravagante).
(D) Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras).
(E) Sincretismo (fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de
diferentes sistemas sociais).

25
Leia os textos a seguir:

Fomos em busca dos homens fugidos de nosso povoado e descobrimos que cinco
deles e suas famílias estavam nas terras de Eulogio, mas os homens deste senhor
impediram-nos com violência de nos aproximar da entrada do domínio.
(Egito romano, em 332 d.C.)

... os colonos não têm liberdade para abandonar o campo ao qual estão atados por
sua condição e seu nascimento. Se dele se afastam em busca de outra casa, devem
ser devolvidos, acorrentados e castigados.
(Valentiniano, em 371 d.C.)

“Para um homem ter o pão da terra, há de ter roça; para comer carne, há de ter
caçador; para comer peixe, pescador; para vestir roupa lavada, lavadeira; ... e os que
não podem alcançar a tanto número de escravos, ou passam miséria, realmente, ou
vendo-se no espelho dos demais lhes parece que é miserável a sua vida.
(Padre Vieira, 1608-1697).

“O que mais espanta os Índios e os faz fugir dos Portugueses, e por consequência das
igrejas, são as tiranias que com eles usam, obrigando-os a servir toda sua vida como
escravos, apartando mulheres de maridos, pais de filhos, ferrando-os, vendendo-os,
etc. [...] estas injustiças foram a causa da destruição das igrejas...”
Padre José de Anchieta, na segunda metade do século XVI.

Os textos acima mostram que, em diferentes épocas, podemos identificar:

(A) O domínio da Civilização Agrária e da força pela força.


(B) Diferentes momentos da escravidão negra no mundo.
(C) A passagem da Humanidade do estagio de coleta para a agricultura.
(D) A marca das Grandes Potências Militares no processo histórico.
(E) Formas diferentes de trabalho compulsório ao longo do tempo.

26
Sabemos que a realidade formadora do povo brasileiro combinou de forma nem
sempre harmônica o convívio de três grandes etnias, inicialmente: os brancos
europeus, os negros africanos e o indígena autóctone. Assinale, entre as alternativas
abaixo, aquela que informa corretamente a contribuição ou a característica de um
destes elementos.

(A) Os índios foram utilizados como escravos no início da presença portuguesa no


Brasil, demonstraram incompatíveis com a produção açucareira e incapazes de
apresentar um patrimônio cultural mais elaborado e perene.
(B) A colonização e a escravidão (em áreas muito pobres, onde os colonos não
tinham recursos para comprar escravos negros: São Vicente e Maranhão)
provocaram profundas modificações na comunidade indígena: massacre de
milhares de índios, perda de suas terras e anulação dos seus direitos de
propriedade privada.
(C) Os negros (bantos, sudaneses, malês) entraram no Brasil como cultura dominada
e com o objetivo de atender às necessidades dos colonos brancos, dos grupos
mercantis e da Coroa Portuguesa, não deixando marcas significativas no ponto
de vista cultural.
(D) A utilização da mão-de-obra escrava negra explica a introdução de elementos
culturais e religiosos de um universo cultural tão rico quanto diversificado e de
práticas sincréticas que permitiam a sobrevivência da identidade cultural
daqueles povos.
(E) A civilização ocidental cristã introduzida pelo colonizador foi sempre sectária no
ponto de vista cultural e religioso, não admitindo nenhuma forma de mistura e
segregando os valores sociais e culturais dos negros e dos autóctones.

27
Em 1718, bandeirantes de São Paulo descobriram ouro em Cuiabá. Para manter
contato com essa área longínqua, estabeleceu-se um sistema de transporte através de
rios, que é uma das originalidades da história do Brasil, as "monções". Eram comboios
de canoas que, por mais de cento e cinquenta anos, ligaram São Paulo aos centros
mineradores do oeste. Dessas minas, o movimento expansionista atravessou o então
chamado "mato grosso do rio Jauru" (que deu nome ao futuro estado) e atingia as
margens do Guaporé, onde novas minas foram descobertas em 1734: da bacia do
Prata os bandeirantes paulistas passaram à do Amazonas. Em pouco tempo,
estabeleceu-se a ligação com Belém, pelo rio Madeira, também por comboios de
canoas, as "monções do norte". Com elas, os dois movimentos de penetração se
encontravam: era a ligação entre os estados do Brasil e do Maranhão que afinal se
estabelecia (...).
www2.mre.gov.br/.../ portg/h_diplom/lc001.htm

O texto acima narra e a gravura confirma uma das formas de ocupação do território
brasileiro, obedecendo a um critério bastante nítido e que aparece em uma das opções
a seguir, assinale-a:

(A) Uniformidade de ocupação das varias regiões do Brasil.


(B) Predominância da atividade mineradora em todo o período colonial.
(C) A ocupação feita do litoral para o interior, no século XVIII.
(D) O abandono do litoral naquela etapa do processo de ocupação.
(E) A ausência de uma atividade econômica nas demais áreas do Brasil.

28
Observe a gravura a seguir:

As Potencias européias repartem a China - aol.klickeducacao.com.br/ Conteudo/Referencia/...

O processo de expansão do Imperialismo, na segunda metade do século XIX, e que


está sendo apresentado na gravura acima, pode ser relacionado corretamente com
uma das opções a seguir. Identifique-a e assinale-a.

(A) Fortalecimento do protecionismo comercial que, através da imposição de


barreiras alfandegárias e da definição de zonas de influência dos países
europeus na África e na Ásia, substituiu as práticas liberais pelo pacto colonial.
(B) Busca de novas áreas fornecedoras de capitais que garantissem os
investimentos necessários à manutenção do crescimento econômico dos países
europeus recém-industrializados, tais como França e Bélgica.
(C) Necessidade do estabelecimento de colônias fornecedoras de mão-de-obra
especializada, que fossem, ao mesmo tempo, consumidoras de matérias-primas.
(D) Transformação do capitalismo industrial, em seu conjunto de atividades
produtivas e comerciais, em capitalismo financeiro ou monopolista, controlado por
grandes conglomerados financeiros.
(E) Retração demográfica europeia e a consequente necessidade de reposição de
mão-de-obra em diversas regiões industrializadas da Europa, tais como Londres
e Manchester.

29
Português de Vila de Beira Alta, A. V. Coutinho era casado, alfabetizado e padeiro de
profissão. Membro do Conselho Geral do trabalho Operário na Federação dos
Trabalhadores, tinha 24 anos quando foi expulso, após várias detenções, por sua
participação no movimento grevista. Por ocasião de sua última prisão, foram
apreendidos, em sua residência, um retrato de Kropotkin, evidenciando sua filiação ao
comunismo-anárquico; um artigo datilografado intitulado "A Questão Social no Brasil";
um quadro denominado "Um Flagrante Tormento", de inspiração anarquista, e os 36
livros dirigidos à causa operária. Partidário da Propaganda pela Ação, como vários
padeiros da mesma nacionalidade, Coutinho exercia, sem dúvida alguma, liderança
destacada no conjunto do movimento, o que aparece comprovado pelo registro de
inúmeros protestos contra a sua expulsão.
(MENEZES, Lená M. de. Os Indesejáveis: desclassificados da modernidade. Protesto, crime e
expulsão na Capital Federal (1890-1930). Rio de Janeiro, Ed. UERJ, 1996, p. 110).

A expulsão de estrangeiros por atividade anti-social foi uma constante nas primeiras
décadas do século XX. O avanço da industrialização no país levou a um crescimento
numérico do proletariado industrial que,

(A) por ser composto majoritariamente por imigrantes europeus, foi completamente
dominado por ideias anarquistas até a década de 1930.
(B) por divergir da forma de organização do Estado republicano no Brasil, tentou se
organizar em partidos políticos operários de orientação anarquista.
(C) embora descontente com a intensa exploração sofrida, manteve sua luta por
direitos sociais e trabalhistas dentro da legalidade do Estado Republicano.
(D) fortemente influenciado por ideias anarquistas, se utilizou da ação direta como
método de luta preferencial contra o Estado.
(E) Alienado e disperso, não conseguiu qualquer forma de sucesso em sua luta
social ou política, o que justifica o processo de repressão feito pelo estado.

30
Alexis de Tocqueville, no seu livro sobre as origens da Revolução Francesa, intitulado
“O Antigo Regime e a Revolução”, formulou diversas proposições, hoje clássicas,
acerca dos fatores que provocaram a queda do Antigo Regime.
A esse respeito, considere as afirmativas abaixo:

I. O reinado de Luís XVI foi a época mais próspera da antiga monarquia e foi esta
prosperidade que apressou a revolução;
II. Apesar dos progressos da civilização, a condição do camponês francês era, às
vezes, pior no século XVIII do que o fora no século XIII;
III. Em meados do século XVIII, os homens de letras assumiram os principais cargos
políticos da monarquia e puderam, assim, propagar a irreligiosidade como
doutrina oficial;
IV. A destruição da liberdade política e a separação de classes foram a causa de
quase todas as doenças que mataram o Antigo Regime.

Considerando o ponto de vista de Tocqueville, assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.

31
“Temos aqui bem clara a diferença entre o estado de natureza e o estado de guerra,
os quais, embora já tenham sido objeto de confusão por algumas pessoas, estão
muito distantes um do outro: um é um estado de paz, benevolência, assistência e
conservação recíprocas; o outro, um estado de hostilidade, maldade, violência e
mútua destruição.”
LOCKE, John. “Segundo tratado sobre o governo civil”, citado por BOBBIO, Norberto.
Locke e o Direito Natural. 2ª edição, Brasília: Editora UnB, 1998, p. 177.

Nesta passagem, Locke, pensador inglês do século XVII, demonstra sua oposição às
ideias de outro teórico inglês do mesmo século, Hobbes. Podemos identificar as
correntes de pensamento político a que se ligaram estes dois pensadores,
respectivamente:

(A) o absolutismo e o naturalismo.


(B) o liberalismo e o absolutismo.
(C) a democracia e o liberalismo.
(D) o liberalismo e a democracia.
(E) o naturalismo e o liberalismo.

32
“O Império britânico não se reduz às colônias autônomas e ao Reino Unido.
Compreende uma parte muito mais vasta, uma população muito maior sob os climas
tropicais, onde um grande povoamento europeu é impossível e onde as populações
indígenas ultrapassam sempre largamente o número de habitantes brancos...
Sentimos hoje que o nosso governo sobre esses territórios não pode justificar-se se
não mostrarmos que ele aumenta a felicidade e a prosperidade do povo (bravos), e
afirmo que o nosso governo efetivamente levou a esses países, que nunca tinham
conhecido esses benefícios, a segurança, a paz e uma prosperidade relativa (bravos).
Prosseguindo nesta obra de civilização, cumpramos o que penso ser a nossa missão
nacional, e encontraremos nessa empresa em que exercer aquelas qualidades e
aquelas virtudes que fizeram de nós uma grande raça governante (aclamações)...
Afirmo que quase por toda a parte onde o governo da Rainha foi estabelecido e a
grande ‘Pax britannica’ reforçada, a vida e a propriedade tornaram-se mais seguras, e
as condições materiais da massa da população foram melhoradas (bravos)...”
Joseph Chamberlain, 1836-1914, “Discursos coloniais”, IN: FREITAS, Gustavo.
900 textos e documentos de História. vol. 3. Lisboa, Plátano, s/data, 1996, 2ª edição, pp. 180-181.

O texto acima explicita algumas das justificativas ideológicas utilizadas para a


expansão imperialista de fins do século XIX e início do século XX. Dentre os principais
objetivos econômicos desta expansão, podemos citar corretamente:

(A) o controle de territórios que pudessem fornecer mão-de-obra para as indústrias


europeias em desenvolvimento.
(B) a tentativa de levar os interesses comerciais europeus para regiões geradoras de
produtos industrializados existentes na Ásia e na África.
(C) a busca de áreas para o investimento de capitais excedentes, que, se
reinvestidos nas economias metropolitanas, agravariam as crises de
superprodução.
(D) o contato com economias que se interessassem pela compra de matérias-primas
agrícolas e industriais produzidas na Europa.
(E) a integração, em igualdade de condições, entre as economias capitalistas
europeias, asiáticas e africanas, o que gerou a formação do mercado globalizado.

33
Analise os textos seguintes.

Eu vi o ferro incandescente sair da fornalha; eu o vi como se tecer em barras e fitas,


com uma velocidade e facilidade que pareciam maravilhosas.
(Engenheiro James Nasmyth, 1830)

Pobreza, pobreza, pobreza, em perspectivas quase infindáveis: e carência e desgraça


cambaleando de braços dados por essas ruas miseráveis ... Ali, cerca de quinze pés
abaixo da calçada, agachada numa imundice indescritível, com a cabeça inclinada,
estava a figura do que fora uma mulher. Seus braços azuis cingiam no colo lívido duas
coisas mirradas como crianças, que se inclinavam em direção a ela, uma de cada lado.
A princípio eu não sabia se estavam vivas ou mortas.
(Herman Melville, 1839).

Umas tantas centenas de operários na fábrica, umas tantas centenas de cavalos-vapor


de energia (...) O dia clareou e mostrou-se lá fora (...) As luzes apagaram-se e o
trabalho continuou. Lá fora, nos vastos pátios, os tubos de escapamento do vapor, os
montes de barris e ferro velho, os montículos de carvão ainda acesos, cinzas, por toda
parte, amortalhavam o véu da chuva e do nevoeiro.
(Charles Dickens, 1854).

O contexto histórico dos textos apresentados refere-se à Revolução Industrial que se


caracterizou por uma evolução tecnológica e por uma verdadeira revolução social.
Sobre esse movimento, assinale a única alternativa CORRETA:

(A) Através da expropriação da terra do camponês, grandes massas humanas,


privadas de seus meios de subsistência, foram lançadas no mercado de trabalho
como proletárias.
(B) Provocou, no plano social, o surgimento do grande proletariado urbano, pela
massa de trabalhadores das indústrias e pelo campesinato revolucionário.
(C) Marcou a consolidação das estruturas feudais de produção, com a valorização do
trabalho artesanal.
(D) A terra se transformou em artigo de comércio e em área de grande produção
agrícola, mas permaneceu em mãos aristocráticas.
(E) Acentuou as contradições sociais, porque, por um lado, promoveu um reduzido
avanço tecnológico e, ao mesmo tempo, gerou desemprego e pobreza.

34
No que se relaciona particularmente com os camponeses, a burguesia não tinha
nenhum interesse em vê-los derrubar, usando as jacqueries [revoltas camponesas], o
regime senhorial, e a Assembleia Constituinte não tardaria em prová-lo, pelas
atenções que ela lhe demonstrou. Mas, ainda uma vez, admitindo-se mesmo que ela
tivesse uma opinião contrária, não tinha necessidade do Grande Medo: as insurreições
camponesas tinham começado antes dele.”
LEFEBVRE, Georges. O Grande Medo de 1789. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1979, p. 192.

O chamado Grande Medo de 1789 foi um acontecimento que agitou o campo francês
no verão daquele ano e que, pelo seu radicalismo, surpreendeu os diversos setores da
elite francesa e teve consequências cruciais para as lutas sociais do processo
revolucionário na França. Sobre este acontecimento, é correto afirmar que:

(A) consolidou a aliança entre os setores radicais urbanos e rurais franceses, uma
vez que ambos tinham como projeto eliminar fisicamente a nobreza, o que foi
conseguido, posteriormente, nas cidades com o Grande Terror jacobino.
(B) foi a expressão da situação de miséria e desespero de setores do campesinato
francês que, estimulado por boatos sobre uma conspiração aristocrática em curso
após o 14 de julho, invadiram os castelos e puseram fim aos laços de
dependência que os ligavam à nobreza.
(C) correspondeu à adesão de setores do campesinato francês às propostas radicais
do iluminismo, especialmente aquelas de Rousseau, que defendia a tese da
necessidade da igualdade econômica e social para que se efetivasse a
verdadeira liberdade.
(D) representou a efetiva expropriação da nobreza proprietária e a divisão da terra
entre as famílias camponesas, o que estava de acordo com o projeto da grande
burguesia francesa, de construir uma sociedade igualitária e fraterna.
(E) significou a definitiva ruptura dos camponeses franceses com a Igreja Católica,
uma vez que esta pregava a submissão à ordem estamental como determinação
divina, que deveria ser respeitada por todos os setores da sociedade.

35
As duas magistrais obras que aparecem acima são testemunhos de uma época sem
precedentes no processo histórico.

"Nunca uma civilização dera tão grande lugar à pintura e à música, nem erguera ao céu tão
altas cúpulas, nem elevara ao nível da alta literatura tantas línguas nacionais encerradas em
tão exíguo espaço. Nunca no passado da humanidade tinham surgido tantas invenções em tão
pouco tempo. Pois o Renascimento foi, especialmente, progresso técnico; deu ao homem do
Ocidente maior domínio sobre um mundo mais bem conhecido. Ensinou-lhe a atravessar os
oceanos, a fabricar ferro fundido, a servir-se das armas de fogo, a contar as horas com um
motor, a imprimir, a utilizar dia a dia a letra de câmbio e o seguro marítimo".
DELUMEAU, Jean, A Civilização do Renascimento, vol. 1, p. 23.

"Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Como é infinito em faculdades! Em
forma e movimentos, como é expressivo e maravilhoso! Nas ações, como se parece com um
anjo!
Na inteligência, como se parece com um deus! A maravilha do mundo! O padrão de todos os
seres criados!"
Hamlet,William Shakespeare, trad., São Paulo: Martin Claret, 2002, p.47.

Nesse trecho do Hamlet, de William Shakespeare, podemos identificar algumas


características:

(A) Do Catolicismo, com a afirmação da arte como um ofício religioso.


(B) Do Protestantismo, com a perspectiva da infalibilidade dos escritos bíblicos.
(C) Do Renascimento, com a valorização do homem como o centro ou a medida do
Universo.
(D) Do Hedonismo, com a identificação da beleza como uma manifestação do espírito divino.
(E) Do Teocentrismo, com a negação da influência do classicismo grecoromano.

36
O Universo cultural brasileiro apresenta uma diversidade típica de um processo
histórico híbrido com etnias e processos de ocupação bem definidos. Entre as lendas e
“historias que o povo conta”, está a do Saci-Pererê.

Nossa Historia. ED. Biblioteca Nacional.

Assinale a opção que contenha, corretamente, outros tipos folclóricos ou festas do


povo brasileiro.

(A) As festas Juninas, o Curupira e a Mula-sem-cabeça.


(B) O Dia das Bruxas, o Dia de Ação de Graças e a Mãe Dágua.
(C) As festas de Iemanjá, o Negrinho do Pastoreio e o Dia do Índio.
(D) O Dia de Reis, a Festa do Senhor do Bonfim, o Caboclinho.
(E) O Boto cor-de-rosa, o Dia da Arvore e o Velho do Rio.

37
CARTA DA TERRA

Um dia a vida surgiu na terra. A terra tinha com a vida um cordão umbilical. A vida e a
terra. A terra era grande e a vida era pequena. Inicial.
A vida foi crescendo e a terra ficando menor, não pequena. Cercada, a terra virou
coisa de alguém, não de todos, não comum. Virou a sorte de alguns e a desgraça de
tantos. Na história foi tema de revoltas, revoluções, transformações. A terra e a cerca.
A terra e o grande proprietário. A terra e o sem terra. E a morte.
Muitas reformas se fizeram para dividir a terra, para torná-la de muitos e, quem sabe,
até de todas as pessoas. Mas isso não aconteceu em todos os lugares. A democracia
esbarrou na cerca e se feriu nos seus arames farpados. (...) Onde se fez a reforma o
progresso chegou. Mas a verdade é que até agora a cerca venceu, o que nasceu para
todas as pessoas, em poucas mãos ainda está.
No Brasil, a terra, também cercada, está no centro da história. Os pedaços que foram
democratizados custaram muito sangue, dor e sofrimento. Virou poder de Portugal,
dos coronéis, dos grandes grupos, virou privilégio, poder político, base da exclusão,
força do apartheid. Nas cidades virou mansões e favelas. Virou absurdo sem limites,
tabu.
Mas é tanta, é tão grande, tão produtiva que a cerca treme, os limites se rompem, a
história muda e ao longo do tempo o momento chega para pensar diferente: a erra é
bem planetário, não pode ser privilégio de ninguém, é bem social e não privado, é
patrimônio da humanidade e não arma do egoísmo particular de ninguém. É para
produzir, gerar alimentos, empregos, viver. É bem de todos para todos. Esse é o único
destino possível para a terra. (...)
Herbert de Souza (Betinho), 1995

A questão da terra no Brasil não é nova. Foram muitos os momentos em que se


cogitou de sua resolução. No entanto, as medidas até hoje tomadas, como a Lei de
Terras de 1850, dificultaram o acesso à terra. Recentemente, essa questão voltou às
páginas centrais do noticiário e merece prioridade por parte do movimento da “Ação
da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida.”

38
Refletindo-se sobre a questão da terra no Brasil, é possível afirmar que:

(A) No período colonial, a distribuição de sesmarias foi a única forma de ocupação e


de distribuição de terras no Brasil.
(B) Na independência, o regime de propriedade foi bastante alterado pela concessão
de terras aos nobres portugueses.
(C) No Império, a Lei de Terras manteve a propriedade concentrada, a despeito de
sua exploração capitalista.
(D) Na República Velha, a importância da propriedade da terra foi diminuída em
função da estrutura industrial que nasceu naquele momento.
(E) Na Era Vargas, houve um intenso processo de distribuição de terras a nível de
uma Reforma Agrária.

39
Os deuses deram ao homem o intelecto e as mãos e fizeram-no semelhante a eles,
dando-lhe poder sobre os outros animais; este poder consiste não só em ser capaz
de trabalhar de acordo com a ordem normal da natureza, mais ainda em ultrapassar
as leis desta; de tal modo que, dando forma ou podendo dar forma a outras
naturezas, outros rumos, outros sistemas com a sua mente, com essa liberdade sem
a qual a referida semelhança não existiria, acaba por assemelhar a um deus na terra.
BRUNO, Giordano. Spaccio della bestia trionfante. séc. XVI, citado por HELLER, Agnes.
O homem do renascimento. Lisboa, Editorial Presença,1982, pp. 354-5

O movimento renascentista, produto das condições materiais e ideológicas do


período, surgiu e se desenvolveu na Europa Ocidental no início dos Tempos
Modernos (séculos XV e XVI). Analise as afirmativas a seguir:

I. O renascimento obedeceu à lógica de interpretar seu tempo dentro da visão


antropocêntrica e racional, tendo o Homem como sujeito e objeto da criação.
II. O renascimento procurou romper com a fé, desvinculando-se da Igreja e da
visão de que o Homem era criação de Deus.
III. A volta ao passado Greco-romano como forma de retomar o conhecimento de
onde ele teria sido interrompido pela Igreja.
IV. O setor da ciência foi o que mais cresceu neste momento, livrando-se do
controle até então exercido pela Igreja.

Estão corretas as afirmativas:

(A) I e II;
(B) I e III;
(C) I e IV;
(D) II e IV;
(E) II e III.

40
“A criação de um proletariado despossuído, (...) cultivadores vítimas de expropriações
violentas repetidas, foi necessariamente mais rápida que sua absorção pela
nascentes manufaturas. (...) Forma-se uma massa de mendigos, ladrões e
vagabundos. Desde o final do século XV e durante todo o século XVI na Europa
Ocidental foi criada uma legislação sanguinária contra o ócio. Os pais da atual classe
operária foram castigados por terem sido reduzidos à situação de vagabundos e
pobres. A legislação os tratava como criminosos voluntários; ela pressupunha que
dependia de seu livre arbítrio continuar a trabalhar como antes.”
MARX, Karl. O Capital. Paris, Garnier-Flamarion, 1969.

As transformações econômicas e sociais costumam gerar profundas alterações no


chamado “mundo do trabalho”. A situação apontada por Marx refere-se ao processo
histórico:

(A) das revoluções anti-capitalistas, ocorridas na Europa, contra as quais a burguesia


determinou severa repressão.
(B) das revoltas operárias, como o ludismo, voltadas à destruição das máquinas e à
exploração por elas causada.
(C) da Revolução Francesa, na qual os trabalhadores foram transformados em
massa de manobra dos interesses burgueses.
(D) de cercamento dos campos, com o deslocamento de um grande contingente de
despossuídos da sua área rural de origem.
(E) da Revolução Industrial, quando os criminosos eram expulsos das fábricas e
proibidos de trabalhar em outra ocupação, pela legislação vigente.

41
Nesta questão, são feitas três afirmativas, cada uma delas pode estar certa ou errada.
Leia-as com atenção e responda de acordo com a tabela abaixo:

I. o imperialismo europeu nas áreas afro-asiáticas corresponde a uma expansão


das grandes potências industriais;
II. a expansão colonial do século XIX tem objetivos exclusivamente econômicos.
III. imperialismo do século XIX gera a industrialização das áreas coloniais.

(A) se apenas a afirmativa I é correta;


(B) se apenas as afirmativas I e II são corretas;
(C) se apenas as afirmativas I e III são corretas;
(D) se apenas as afirmativas II e III são corretas;
(E) se todas as afirmativas são corretas.

42
Ao longo de sua expansão imperialista na Ásia e na África, durante o século XIX,
sobretudo entre 1870 e 1914, as potências capitalistas europeias estabeleceram
diversos tipos de colônias, as quais, do ponto-de-vista da sua forma de exploração e
de ocupação, podem ser divididas em dois tipos básicos: as colônias de
enquadramento e as colônias de enraizamento ou de fixação. Tais tipos, concebidos, é
claro, a partir da perspectiva do colonizador, correspondem a diferenças quanto à
maneira de empreender a colonização, mas tiveram, também, influência, bem mais
tarde, no encaminhamento do processo de descolonização. As proposições abaixo
buscam identificar aquelas formas de ocupação e de exploração em conexão com os
já citados tipos de colônias, isto é:

1) nas colônias de enraizamento, houve a expropriação do elemento nativo de suas


terras, obrigando-o a trabalhar para o europeu sob formas de compulsão
variadas;
2) nas colônias de enquadramento o europeu integrou-se à população nativa,
contribuindo a longo prazo para dificultar o processo de emancipação política;
3) em ambos os tipos de colônias (enraizamento e enquadramento), houve a
expropriação sistemática dos nativos de suas terras, introduzindo-se uma
agricultura capitalista bastante modernizada;
4) na colônia de enquadramento, o europeu procurava explorar os recursos naturais
e utilizar a mão-de-obra nativa sem desalojá-la, porém, de seus espaços em
caráter permanente.
5) nas colônias de enraizamento, a chegada de grandes contingentes de
agricultores europeus estimulou a união com as populações nativas na luta contra
a exploração realizada pela metrópole.

Assinale:

(A) se as proposições 1 e 2 estiverem corretas;


(B) se as proposições 1 e 4 estiverem corretas;
(C) se as proposições 3 e 5 estiverem corretas;
(D) se as proposições 3 e 4 estiverem corretas;
(E) se as proposições 2 e 5 estiverem corretas.

43
A expansão imperialista europeia, durante o século XIX, notadamente após 1870/1880,
pode ser considerada uma consequência da:

1) existência de grandes excedentes demográficos na Europa;


2) busca de mercados mais amplos para a produção industrial;
3) influência decisiva da ideologia nacionalista e racista.
4) existência de capitais excedentes em busca de investimento;
5) atividade científica e missionária em franca expansão.

Estão corretas as afirmativas:

(A) 1 e 2;
(B) 2 e 3;
(C) 3 e 4;
(D) 3 e 5;
(E) 2e4

Um dos fatores decisivos para as rivalidades políticas da segunda metade do século


XIX na Europa Ocidental foi:

(A) a disputa colonial e o parcelamento dos continentes.


(B) a luta entre Estados com regime constitucional e os que defendiam o
Absolutismo.
(C) o apoio da Inglaterra à emancipação política da América Latina.
(D) as disputas entre Estados católicos e Estados protestantes.
(E) as divergências entre capitalistas e socialistas utópicos no que dizia respeito às
conduções dos seus negócios.

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Zumbi, o líder maior do Quilombo de Palmares, foi uma das maiores personalidades da
resistência africana à escravidão. Segundo as historiadoras Elza Nadai e Joana
Neves, "o século XVI foi marcado por uma guerra sem tréguas aos quilombos de
Palmares". Sobre a resistência negra à escravidão no Brasil, é correto afirmar que:

(A) A única vez em que os negros escravos se insurgiram contra a escravidão foi sob
a liderança de Zumbi, que organizou a comunidade de Palmares.
(B) Além das revoltas e dos quilombos, os escravos cometiam assassinatos, crimes,
suicídios, mutilações e outras formas de resistir à condição de escravo.
(C) Os quilombos, centros de resistência negra que se constituíam nos matos e nas
florestas, não mantinham qualquer contato com as populações das vilas e
reproduziam fielmente a estrutura social das tribos da África.
(D) Com exceção do quilombo de Palmares, a única forma de resistência encontrada
pelos escravos foi o sincretismo religioso, em que conseguiam praticar sua
religião ancestral.
(E) A organização dos Quilombos era fruto da ação dos nativos que usavam os
negros para se defender dos europeus, numericamente superiores.

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