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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Naturais e Tecnológicas


Curso de Graduação em Engenharia Ambiental
Biologia Ambiental
Turma: 1ENAM1/A
Professora: Eunice Macedo

Resumo: Ameaças à Diversidade Biológica


Discente: Luana Lopes Costa

Belém, 6 de September de 2022

PA
 Introdução

O aspecto mais sério do perigo ambiental é a extinção de espécies. As comunidades


degradadas e confinadas a um espaço limitado, mas na medida em que as espécies originais
sobrevivam, ainda será possível reconstruir as comunidades. Uma vez que a espécie é extinta, a
informação genética única contida em seu DNA e a combinação especial de caracteres que ela possui
estará perdida para sempre.

Uma espécie é considerada extinta quando nenhum individuo daquela espécie permanece
vivo em todo o mundo ou se os indivíduos de uma espécie permanecem vivos apenas em cativeiro
ou em quaisquer outras situações controladas pelo homem, a espécie também é considerada extinta.
Em ambos os casos as espécies são consideradas globalmente extintas. Alguns biólogos
conservacionistas considera uma espécie ecologicamente extinta se sua população estiver tão
reduzida que seu efeito sobre o ambiente em que vive torna-se quase imperceptível.

Para preservar espécies com sucesso, os biólogos de conservação devem identificar as


atividades humanas que afetam a estabilidade de populações e levam as espécies à extinção. É
também de vital importância analisar os fatores que levam à vulnerabilidade de uma espécie a
extinção.

A riqueza de espécies vem diminuindo à medida da que a população humana aumenta.


Atualmente, nada menos que 40% da produtividade primária líquida total do ambiente terrestre é
usada ou desperdiçada de alguma maneira por populações humanas. Em todos os continentes, há
extensos registros de alterações antrópicas pré-históricas e destruição de habitats, coincidindo com
uma alta taxa de extinções de espécies. Com base nas provas disponíveis, a melhor estimativa é que
cerca de 85 espécies de mamíferos e 113 espécies de pássaros tornaram-se extintas desde o ano de
1600 representando 2.1% das espécies de mamíferos e 1.3% das espécies de pássaros.

Muitas espécies ainda não tecnicamente extintas foram quase que totalmente dizimadas
pelas atividades humanas e persistem ainda apenas em número muito reduzido. O futuro dessas
espécies é duvidoso. Embora a extinção seja um processo natural mais de 99% das atuais extinções
podem ser atribuídos a atividade humana.

A maioria das extinções de pássaros, mamíferos e repteis nos últimos 350 anos, que se
conhece, ocorreu em ilhas. Espécies encontradas em ilhas são particularmente vulneráveis á
extinção, porque muitas delas são endêmicas a uma única ou a poucas ilhas e tem somente uma ou
poucas populações locais. Esses registros de altas taxas de extinções em ilhas pode também ser
atribuído ao fato de que essas áreas são mais estudadas (por seu fácil acesso), do que as áreas do
continente.

Estima-se que apenas 5 espécies – 4 mamíferos marinhos e 1 de craca – tornaram-se extintas nos
oceanos durante a era moderna. Este cálculo é certamente subestimado, uma vez que as espécies
marinhas não são tão conhecidas quanto as terrestres. O significado dessas perdas marinhas pode
ser maior do que os números sugerem, porque muitos dos mamíferos marinhos são predadores que
têm uma influência grande sobre as comunidades marinhas.

Em uma pesquisa recente sobre a fauna de peixes de água doce da Península Malaia,
somente 122 de 266 espécies de peixes em ocorrência confirmada, com base em informações
anteriores, poderiam ainda ser encontradas. Na América do Norte, mais de 1/3 das espécies de peixe
de água doce estão ameaçadas de extinção.

A relação espécie-área é uma parte importante do modelo de biogeografia de ilhas de


MacArthur e Wilson. Essa relação afirma que ilhas grandes tenderão a ter mais indivíduos do que
ilhas pequenas, e também populações maiores, cuja extinção é menos provável. A premissa desse
modelo é que se uma ilha tem um determinado número de espécies, a redução da sua área resultaria
em uma ilha capaz de tolerar apenas um numero de espécies correspondentes a aquele de uma ilha
menor.

Previsões de taxas de extinção baseadas em perda de habitat variam consideravelmente,


porque cada grupo de espécies e cada área geográfica têm relações únicas espécie-área. Se o
desmatamento de florestas tropicais continuarem até que permaneçam só os Parques Nacionais e
outras áreas protegidas, cerca de 2/3 de todas as espécies de planas e pássaros serão levados à
extinção. As taxas de extinção poderiam ser menores, se as áreas ricas em espécies fossem alvo de
esforços concentrados de conservação.

Além das extinções globais, que são enfoque principal da biologia de conservação, muitas
espécies estão passando por uma serie de extinções locais nas suas áreas de ocorrência. Espécies que
outrora amplamente dispersas, agora são, com frequência, restritas a pequenas porções de seu
antigo habitat. As comunidades biológicas são empobrecidas por tais processos de extinção local.

 Causas de Extinção

Perturbações em massa causadas pelo homem têm alterado, degradado e destruído a


paisagem em larga escala, levando espécies e mesmo comunidades inteiras ao ponto de extinção. As
maiores ameaças à diversidade biológica que resultam da atividade humana são: destruição,
fragmentação, degradação do habitat, superexploração das espécies para uso humano, introdução
de espécies exóticas e aumento de ocorrência de doenças.

Essas ameaças à diversidade biológica são causadas pelo uso crescente dos recursos naturais
por uma população humana em expansão exponencial. A grande destruição de comunidades
biológicas ocorreu durante os últimos 150, as pessoas usam recursos naturais tais como lenha, carne
de animais silvestres e as plantas nativas, e convertem também grandes quantidades do habitat
natural para fins agrícolas e residenciais, portanto o crescimento populacional, por sim próprio, é
parcialmente responsável pela perda da diversidade biológica. Alguns cientistas têm argumentado
que controlar o tamanho da população humana é a chave para a proteção da diversidade biológica.

O surgimento do capitalismo industrial e das sociedades modernas materialistas tem


provocado uma acelerada demanda por recursos naturais, especialmente nos países desenvolvidos,
o uso ineficiente e desigual de recursos naturas é também um fator que causa o declínio da
diversidade biológica. No Brasil, por exemplo, a media dos 20% mais pobres precisa trabalhar 2 anos
e 8 meses para ganhar o mesmo tanto que os 20% mais ricos ganham em um mês. Como resultados
disso, as pessoas do meio rural são forçados a destruir comunidades biológicas e caçar as espécies
ameaçadas de extinção, porque são pobres e não têm terra ou recursos próprios. Em muitos casos,
as causas da destruição do habitat são as atividades comerciais em grande escala, associadas a uma
economia global, tais como a mineração, criação de gado, pesca comercial, silvicultura, agricultura,
fabricação e construção de represas.

Alguns indivíduos sofrem mais com a degradação dos recursos naturais e extinção de
espécies do que outros. Os cidadãos abastados dos países desenvolvidos precisam analisar seu
consumo excessivo de recursos e reavaliar seus estilos de vida, assim como ajudar a coibir o
crescimento populacional e proteger a diversidade biológica num mundo em desenvolvimento.

 Destruição do habitat

A perda do habitat é a ameaça mais seria para a maioria das espécies de vertebrados que
atualmente enfrentam a extinção e isto é, sem duvida, o verdadeiro no que diz respeito também aos
invertebrados, plantas e fungos. As áreas aptas para agricultura nas regiões Sul e Sudeste, vêm sendo
desmatadas há algumas centenas de anos. É impossível saber, com precisão, quantas espécies foram
extintas com a destruição desses habitats, já que não houve levantamento algum anterior a
destruição. Sejam elas no presente ou no passada, as destruições de habitat tendem a ocorrer em
lugares com alta densidade humana e em ilhas.

A destruição de florestas tropicais se tornou sinônimo de perda de espécies. Uma


combinação de levantamentos topográficos, fotos aéreas e dados de satélites, mostrou que, em
1982, apenas 9.2 milhões de Km 2 de floretas tropicais úmidas ainda existiam, uma área pouco
superior ao Brasil. Atualmente, perde-se 180.000 Km 2 de superfície de floresta tropical por ano. Os
ecossistemas das florestas tropicais são facilmente degradados porque os seus solos são, com
frequência, rasos e pobres em nutrientes e estão sujeitos à erosão devido à alta densidade
pluviométrica. Apesar da dificuldade de se obter números precisos, há um consenso de que as taxas
de desmatamento tropical são alarmantemente altas.

Em uma escala global, cerca de metade da destruição da floresta tropical resulta do cultivo
de pequenas plantações de subsistência. Algumas dessas terras são convertidas em áreas agrícolas e
pastagens permanentes, porém muitas são usadas para a agricultura itinerante. A terra retorna,
então, à condição de floresta secundaria. O corte de madeira, a atividade agrícola e a pecuária nas
florestas tropicais são frequentemente relacionadas à demanda dos países industrializados por
produtos agrícolas baratos.

 Fragmentação do habitat

É o processo pelo qual uma grande e continua área de habitat é tanto reduzida em sua área,
quanto dividida em dois ou mais fragmentos. Esses fragmentos são frequentemente isolados uns dos
outros, por uma paisagem altamente modificada ou degradada. Os fragmentos de habitat se diferem
do habitat original por dois motivos: (1) os fragmentos têm uma quantia maior de borda por área de
habitat, (2) o centro de cada fragmento de habitat está mais próximo dessa borda.

A fragmentação do habitat também ameaça a existência de espécies de modos mais sutis.


Primeiro, a fragmentação pode limitar o potencial de uma espécie para dispersão e colonização. Um
segundo aspecto danoso de fragmentação de habitat é que ela pode reduzir a capacidade de
alimentação dos animais nativos. Quando um habitat é fragmentado, as espécies confinadas a um
fragmento podem ser incapazes de migrar para além da sua extensão habitacional normal em busca
de um determinado recurso escasso. Uma grande área de habitat pode ser sustentada por uma única
população grande, mas é impossível que um fragmento sustente uma subpopulação grande o
suficiente para que ela sobreviva durante um tempo.

 Degradação e Poluição do Habitat

As comunidades biológicas podem sofrer impactos e as espécies serem levadas a extinção por fatores
externos que não alteram a estrutura dominante da comunidade, fazendo com que esse dano não
seja imediatamente notado. A maneira mais sutil de degradação ambiental é a poluição ambiental.
Os efeitos gerais da poluição na qualidade do ar, na qualidade da água, e até mesmo no clima global
são causas de grande preocupação, não apenas como ameaças para diversidade biológica, mas
também por causa de seus efeitos na saúde humana.

Os pesticidas são outros poluidores do habitat, são usados em plantações para matar inseto
e pulverizados em lagos para matar larvas de mosquito, eles acabam danificando populações nativas,
especialmente os pássaros que comiam grandes quantidades de insetos, peixes, ou outros animais
expostos a esses produtos.

A poluição na água gera consequências negativas para espécie humana, mas também
prejudica a vida aquática. Rios, lagos e oceanos são frequentemente usados como esgoto a céu
aberto para dejetos industriais e residenciais. Pesticidas, herbicidas, dejetos e derramamento de
óleo, metais peados, detergente e lixos industriais prejudicam e ate mantam organismos que vivem
em ambiente aquático. Frequentemente esses dejetos liberam grandes quantidades de nitrato e
fosfato nesse meio aquático causando assim a eutrofização cultural.

Antigamente acreditava-se que a atmosfera era tão vasta que os materiais liberados no ar seriam
amplamente dispersos e seus efeitos seriam mínimos, porém, hoje, vários tipos de poluição estão
poluindo e danificando ecossistemas. Os efeitos da poluição do ar as florestas têm sido
intensivamente estudados, porque elas têm grande valor econômico em termos de produção de
madeira, controle de mananciais e recreação. Mesmo quando comunidades não são destruídas pela
poluição do ar, a composição de espécies mais suscetíveis é eliminada. Aumentos na poluição do ar
serão particularmente danosos em muitos países da Ásia com densas populações humanas,
crescimento demográfico e industrialização crescente. A mudança de clima global e o aumento nas
concentrações de CO2 atmosférico têm o potencial de reestruturar radicalmente as comunidades
biológicas, favorecendo aquelas espécies capazes de se adaptar às novas condições. A preocupação
quanto à mudança do clima global, entretanto, não deve desviar atenção da destruição maciça do
habitat que ainda e a causa principal da extinção de espécies: salvar as comunidades intactas de
destruição e restaurar as comunidades degradadas é ainda prioridade da conservação.

 Superexploração

As populações humanas cresceram e o uso do ambiente se intensificou. Mesmo nas sociedades


pré-industriais, a exploração intensa levou ao declínio e à extinção local de espécies. Estima-se que a
superexploração pelos humanos ameace cerca de 1/3 das espécies de vertebrados raros, vulneráveis
e ameaçados. A superexploração de recursos geralmente ocorre rapidamente quando um mercado
surge para o comércio de espécies que anteriormente não eram exploradas ou usadas em
determinado lugar. Essa superexploração de espécies é bastante difundida, um recurso é
identificado, um mercado comercial é desenvolvido para aquele recurso, e a população humana local
se mobiliza para extrair e vender este recurso. O recurso é extraído de modo tão extensivo que ele se
torna raro, e até mesmo extinto.

 Introduções de espécies exóticas

A extensão geográfica de muitas espécies é limitada por barreiras climáticas e ambientais.


Oceanos, desertos, montanhas e rios restringem o movimento das espécies. Como resultado de tal
isolamento geográfico, os padrões de evolução têm ocorrido de modo diverso, em cada uma das
principais áreas do mundo. As ilhas, o mais isolado dos habitats, tende a desenvolver biotas
singulares e endêmicas. O homem rapidamente alterou esse padrão transportando espécies pelo
mundo. A grande maioria das espécies exóticas não se estabelece nos lugares onde foram
introduzidas, porque o novo ambiente geralmente não é adequado a suas necessidades. Entretanto,
uma certa porcentagem de espécies conseguem se adaptar nesses novos lugares e acabam
deslocando espécies nativas através da competição por limitação dos recursos. Muitas áreas no
mundo são fortemente afetadas pelas espécies exóticas.

O isolamento dos habitats em ilhas favorece o desenvolvimento de um conjunto único de


espécies endêmicas, porém, isto faz com que essas espécies se tornem vulneráveis à predação das
espécies invasoras. Os animais introduzidos em ilhas são eficazes na predação das espécies de
animais endêmicas e se alimentam de plantas nativas ate sua extinção. Sendo que quando essas
espécies são introduzidas nas ilhas, elas frequentemente trazem consigo patógenos e parasitas.

A ação humana pode criar condições ambientais não usuais, tais como pulsos de nutrientes,
aumento da incidência de queimadas, e/ou de radiação solar, às quais as espécies exóticas são
frequentemente encontradas em habitats que foram em grande parte alterados pela atividade
humana. Espécies exóticas que são adaptadas ao ambiente criado pelo homem ampliam facilmente
sua área de ocorrência. Uma classe especial de espécies exóticas é formada por aquelas que
possuem parentes próximos na biota nativa, quando essas espécies cruzam com espécies e
variedades nativas, genótipos únicos podem ser eliminados das populações locais, e limites
taxonômicos, que eram outrora claros, podem se confundir.

 Dispersão de doenças

As infecções são comuns tanto em populações silvestres como nas de cativeiro. Elas podem ser
de microparasitas e macroparasitas, tais doenças são provavelmente a maior ameaça para algumas
espécies raras. Três princípios básicos de epidemiologia têm implicações obvias e praticas na criação
em cativeiro e no manejo de espécies raras. Em primeiro lugar, em populações densas, tanto os
animais silvestres como os de cativeiro podem enfrentar pressão direta e crescente de parasitas e
doenças. Em segundo lugar, os efeitos indiretos da destruição do habitat podem aumentar a
suscetibilidade do organismo à doença. E, finalmente, em terceiro lugar, em muitas áreas de
conservação e zoológicos, uma espécie mantém contato com outras espécies com os quais
raramente ou jamais teriam no meio selvagem, de tal forma que as infecções podem se espalhar de
uma espécie para outra.

 Vulnerabilidade à extinção

Quando os ambientes são danificados por atividades humanas, as populações de muitas espécies são
reduzidas, ou mesmo extintas. Os ecologistas têm observado que determinadas categorias de
espécies são especialmente vulneráveis à extinção. Essas espécies precisam ser cuidadosamente
monitoradas e a conservação deve ser voltar para elas.

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