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DDT
O DDT é um inseticida barato e muito eficiente e seu efeito residual é prolongado. Foi usado
posteriormente na agropecuária, no Brasil e no mundo, como pesticida.
Em outros países, como o Sri Lanka, Venezuela e Índia, o uso do DDT começou no final dos
anos 1940. No Sri Lanka os casos de malária caíram de aproximadamente 3 milhões por ano
para apenas 17 casos em 1963. Na Venezuela, caíram de mais de 8 milhões em 1943 para 800
em 1958. A Índia experimentou uma queda dramática de 75 milhões de casos por ano para 75 mil
em 1961.
Em 1962, a bióloga, ecologista e escritora americana Rachel Carson publicou o livro “Silent
Spring” (Primavera Silenciosa), onde sugeriu que o DDT seria a principal causa da redução
populacional de diversas aves, como o falcão peregrino e a águia calva, animal símbolo dos EUA.
Este livro é considerado a primeira manifestação dos movimentos ambientalistas.
O primeiro país a abolir o uso do DDT foi a Suécia em 1970, com base em estudos
ecológicos, depois foi seguida por outros países. Nos EUA foi em 1972.
Segundo o cientista suíço Paul Müller, esse inseticida seria a única e milagrosa substancia
que resolveria ações de varias doenças causadas pelos insetos vetores.
O uso do DDT foi fundamental no combate de doenças transmitidas por insetos, como o
mosquito Anopheles, transmissor da malária, o Aedes aegypti transmissor da dengue, que
permaneceu erradicada entre 1955 e 1967, febre amarela e tifo (transmitidas por piolhos e
carrapatos).
No final dos anos 1940, houve relatos de quedas significativas na mortalidade de doenças
causadas por mosquitos vetores ao redor do mundo. Em alguns casos, como no Sri Lanka, o
número de mortes caiu de alguns milhões para poucas dezenas.
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Sob o Programa Global de Erradicação da Malária, que teve início em 1995, em que o DDT
foi utilizado, a malária foi praticamente eliminada.
Na função de inseticida, foi amplamente utilizado, entre as décadas de 40 e 50, o DDT ajudou
a eliminar pragas que destrutivamente afetavam a agricultura, no Brasil, na Europa e na América
do Norte.
Sendo este pesticida hidrofóbico, insolúvel em água, sua ação é residual, não sendo
necessário reaplica-lo, outra vantagem é o baixo custo.
O DDT foi considerado o avô dos dedetizadores, tão importante na época, que no Brasil
acabou denominando a profissão do atual controlador de pragas.
Devido à eficácia do DDT como pesticida, alguns especialistas, como Carlos Costa (2016),
defendem o retorno do uso deste pesticida para combate das epidemias transmitidas por insetos
vetores, como o Zika vírus.
O vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, está se espalhando ao longo da
América Latina. O Ministério da Saúde confirmou a correlação com os inúmeros casos de
microcefalia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que quatro milhões de pessoas
podem ser infectadas até o final de 2016.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriu em uma pesquisa feita para o programa de
controle da malária, que não há uma prova definitiva de que o DDT tenha efeitos nocivos à saúde
se aplicado nas residências, com as devidas porcentagens e com a aceitação da população. Na
Conferência das Nações Unidas, em dezembro de 2000, decidiu-se que o DDT poderia ser usado
no controle da malária, mas somente no interior das residências, não mais como agrotóxico.
Estudos recentes apontaram que o DDT, pode aumentar risco de câncer em pessoas que foram
expostas ao pesticida. Entre eles, destacam-se: câncer de mama, de fígado, e testicular.
Além disso, alguns estudos sugeriram que ele pode aumentar o risco e gravidade do
Alzheimer, provocar partos prematuros, danos neurológicos, danos cardiovasculares, alterações
comportamentais, problema respiratório, vertigens, dor de cabeça, arritmia cardíaca, e lesões
hepáticas ou renais.
A Associação Médica Americana realizou um estudo entre 86 idosos com alzheimer e
comparou os resultados com 79 idosos saudáveis. O resultado preliminar aponta que quem foi
exposto ao DDT, corre o risco quatro vezes maior de desenvolver a doença, sempre
considerando fatores de pré-disposição genética além dos ambientais.
Não obstante de seu efeito nocivo e acumulativo no organismo, ou seja, quando a substância
tóxica permanece acumulada ao longo da cadeia alimentar, o DDT também traz danos ao meio
ambiente, como o enfraquecimento das cascas dos ovos, podendo extinguir espécies da fauna e
envenenar alimentos como carne e peixe.
Preocupantemente, ele se espalha muito rápido e fácil, se infiltrando no solo contaminando
lençóis freáticos e mananciais. É altamente solúvel em água e gordura, e também se espalha
facilmente pelo ar. Sua degradação pode levar várias décadas.
Para exemplificar melhor o efeito nocivo que tem sobre o meio ambiente utilizaremos um
parágrafo extraído do site do Instituto Oceanográfico da USP, que encontrou vestígios do
pesticida na Antártida.
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