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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.

Prevenção de Acidentes com


Defensivos Agrícolas NR31.7

MÓDULO 1
Introdução à
origem dos
defensivos
agrícolas

1
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural

Prevenção de Acidentes com


Defensivos Agrícolas NR31.7

SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner

Superintendente do Senar Goiás


Dirceu Borges

Diretor do Departamento Técnico do Senar Goiás


Flávio Henrique Silva

Gerente de Educação Formal do Senar Goiás


Mara Lopes de Araújo Lima
Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Apresentação

Prevenção de Acidentes com


Defensivos Agrícolas NR31.7
Bem-vindo! Você está iniciando o Curso Prevenção de Acidentes com Defen-
sivos Agrícolas NR31.7 do Programa Gestão de Riscos em Saúde e Segurança
no Trabalho Rural.

Se você já participou de algum curso deste programa, já conheceu o Rodol-


fo. Se não, é importante que saiba um pouco de sua história. Rodolfo é um
funcionário de uma fazenda e tem bastante experiência com segurança do
trabalho na agricultura. Ele usará o seu conhecimento para apresentar al-
guns estudos de caso sobre prevenção de acidentes com agrotóxicos. Sem-
pre que ele aparecer, fique atento e aproveite suas dicas.

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Todos estão sujeitos a acidentes no trabalho, inclusive com produtos tóxicos


que causam sérios danos à saúde. Por isso, tanto os trabalhadores mais jo-
vens quanto os mais experientes devem estar atentos aos riscos existentes
no dia a dia para uma atuação mais segura.

Mas, para evitar as intoxicações, é preciso antes conhecer o que é risco, se-
gurança, toxicidade e exposição.

É a probabilidade de que uma substância pro-


Risco duza um dano em condições específicas de
uso.

Ação ou efeito de tornar seguro. Por meio dela


temos a possibilidade de que não se produza
Segurança
um dano pelo uso de uma substância em con-
dições específicas.

Capacidade de produção de danos à saúde ou


ao meio ambiente. Quando determinada subs-
Toxicidade
tância tem risco e não se tem segurança, há
grandes chances de uma intoxicação.

É o contato do defensivo agrícola com qual-


Exposição
quer parte do corpo.

De forma mais específica, o risco de intoxicação pode também ser definido


como a probabilidade estatística de uma substância química causar efeito
tóxico. O risco está diretamente ligado à toxicidade do produto e à sua ex-
posição.

Portanto, a partir de agora, você conhecerá maneiras de prevenir acidentes


com agrotóxicos, com base na NR.31.7. Descobrirá os princípios legais de

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

utilização e quais as medidas necessárias para utilizar de forma segura esses


produtos.

Ao final do curso, você deverá estar apto a compreender a importância de


atuar de forma adequada durante a manipulação de produtos com agrotóxi-
cos, entender como são encontradas as principais informações nos rótulos
e bulas, quais são as medidas higiênicas necessárias, além de conhecer os
procedimentos práticos para aplicação do defensivo agrícola.

Para atingir esses objetivos, o curso está dividido em cinco módulos:

• Módulo 1: Introdução à Origem dos defensivos agrícolas

• Módulo 2: Princípios legais para a utilização de defensivos agrícolas no


Brasil

• Módulo 3: Conhecendo as formas de exposição direta e indireta aos


defensivos agrícolas

• Módulo 4: Estudo da rotulagem e sinalização de segurança

• Módulo 5: Medidas higiênicas no trabalho com defensivos agrícolas

• Módulo 6: Procedimentos práticos na aplicação de defensivos agrícolas

Agora, é só começar. Aproveite bem o conteúdo e boa aula!

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Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.7

Módulo 1
Introdução à Origem dos Defensivos Agrícolas
Seja bem-vindo ao primeiro módulo do curso Prevenção de acidentes com defensivos agrícolas
NR.31.7. Nesta etapa de estudo, você conhecerá como e quando surgiram os agrotóxicos, além de
ter noções básicas da sua classificação. Ao final deste módulo, você estará apto a entender o surgi-
mento dos produtos fitossanitários e classificar os agrotóxicos quanto a sua utilização e toxicidade.

Fonte: Shutterstock

Para facilitar o entendimento, o conteúdo está estruturado da seguinte forma:

• Aula 1: A origem histórica dos produtos fitossanitários.


• Aula 2: Noções sobre a classificação dos produtos fitossanitários.

Antes de começar, é importante destacar que usaremos o termo “agrotóxicos” sempre que esti-
vermos citando uma lei ou parte dela. Nas demais situações, usaremos sinônimos, tais como de-
fensivos agrícolas, produtos fitossanitários, pesticidas e agroquímicos, sendo os dois primeiros
os termos mais atuais.

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 8


Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.7

Aula 1

A origem histórica dos produtos fitossanitários


Não é de hoje que a utilização de substâncias com a finalidade de controlar pragas e insetos é
necessária. Gregos e romanos já aplicavam arsênico e enxofre em suas lavouras muito antes de
chegarmos as práticas atuais. Veja a evolução da utilização desses produtos na linha do tempo
a seguir:

A ORIGEM DOS PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS

Séculos XVI e XIX:


Nesse período, americanos e europeus utilizavam
substâncias como os piretros extraídos das flores
do crisântemo e da nicotina extraídas das plantas
de fumo, no controle de pragas.

Século XX:
Ocorre um aumento na utilização desses produtos e
são desenvolvidos comercialmente produtos à base
de flúor, cádmio, chumbo, mercúrio, zinco e cobre.
Esses produtos constituíam a primeira geração dos
defensivos agrícolas, e possuíam em sua maioria
metais pesados. Hoje, eles não são mais utilizados
devido à comprovação de sua alta toxicidade para o
meio ambiente, animais e seres humanos.

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 9


Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.7

Década de 1940:
Durante a segunda Guerra Mundial acontece a
grande disseminação dos produtos fitossanitá-
rios, com o desenvolvimento da indústria quími-
ca, que através de processos ou alterações de
matérias-primas, conseguia sintetizar vários
produtos em escala comercial. Nesse período,
ocorreu a descoberta do extraordinário poder
inseticida do organoclorado DDT (Dicloro Difenil
Tricloroetano) que foi um marco na tecnologia de produtos para o controle de insetos.
Esse produto foi muito utilizado no controle de vetores que causavam grandes proble-
mas de saúde pública. No mesmo período foi desenvolvido também o BHC (Hexacloro-
-ciclohexano) com propriedades inseticidas e o organofosforado SHARADAM, inicial-
mente utilizado como arma de guerra. Nesse período não haviam estudos sobre os
impactos para a saúde humana e ao meio ambiente. Esses estudos somente ocorreram
nas décadas seguintes e a partir de 1970 vários produtos sintéticos foram banidos ou
tiveram seu uso restringido.

Década de 1960:
Os produtos fitossanitários passam a ser ampla-
mente difundidos como parte fundamental da
agricultura moderna. No Brasil, a introdução dos
defensivos agrícolas foi acompanhada de pacotes
tecnológicos, que se baseavam em utilização de
sementes modificadas através do melhoramento
genético e também da mecanização, além da
utilização de insumos industriais como fertilizan-
tes e controle químicos. Neste período o foco estava no aumento da produtividade e
pouco se considerava os riscos à saúde ou ao meio ambiente. Os defensivos agrícolas
estavam entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da população, particu-
larmente para a saúde dos trabalhadores expostos e para o meio ambiente.

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Década de 2000 aos dias atuais:


Nos últimos anos, o mercado mundial de defensi-
vos agrícolas cresceu 93% e o mercado brasileiro
cresceu 190%. No ano de 2008, o Brasil passou os
Estados Unidos e assumiu o posto de maior merca-
do mundial de produtos fitossanitários. Em 2010, o
mercado nacional movimentou aproximadamente
U$ 7,3 bilhões e representou 19% do mercado
global. Já em 2020, o Brasil aprovou o registro de
493 novos defensivos agrícolas. Mesmo que a maioria desses registros sejam genéricos,
esse é o maior número documentado pelo Ministério da Agricultura desde 2000.

Fonte: Shutterstock (fotos)

Estudo de caso

É importante destacar que, durante todo esse tempo, ficou claro que os produtos fitos-
sanitários podem causar diversas doenças se não forem usados de maneira correta:
dermatoses, congestionamento das vias respiratórias, ardor na garganta e nos pulmões,
tosse, rouquidão, irritação da boca e da garganta, dor no peito, náuseas, diarreia, trans-
piração anormal, dores de cabeça, fraqueza, câimbra a até câncer e sequelas neurocom-
portamentais.

Você sabia que foi isso que levou ao surgimento


de produtos novos? Entre os produtos desenvol-
vidos, estão os fisiológicos, os biológicos e aque-
les à base de feromônios. Reflita sobre quais
foram as principais mudanças decorrentes do
aprimoramento dos produtos e faça suas ano-
tações a seguir. Após estudar todo o conteúdo,
você poderá ler uma reflexão sobre o assunto no
gabarito das atividades, no final desta apostila.

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 11


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Reflexão

Intoxicações
Mesmo com o surgimento e o desenvolvimento de produtos de menor toxicidade, em 2005 a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), em conjunto com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), divulgou por meio de um comunicado uma estimativa de ocorrência de 7 milhões de ca-
sos de intoxicações agudas e de longo termo e 70 mil óbitos provocados por agrotóxicos anual-
mente no mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento.

Entre os principais fatores que influenciam as intoxicações estão:

• características químicas e toxicológicas do produto;

• fatores relativos ao indivíduo exposto, como perfil socioeconômico, falta de orientação e


informação (não utilização do receituário agronômico), baixa escolaridade e questão cul-
tural;

• condições de exposição ou condições gerais do trabalho.

Para conseguir realizar uma prevenção eficiente, o primeiro passo é conhecer os produtos fitos-
sanitários, as formas de utilizá-los e a sua toxicidade. Esse será o assunto da nossa próxima aula,
vamos lá?

Toxidade: Capacidade de produção de um dano à saúde ou ao meio ambiente.

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 12


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Aula 2

Noções sobre a classificação dos produtos


fitossanitários
Classificação dos produtos fitossanitários
Os produtos fitossanitários são classificados de acor-
do com o modo de ação do ingrediente ativo no or-
ganismo alvo ou com a natureza da praga combatida.
Os inseticidas, fungicidas e herbicidas são os produ-
tos fitossanitários mais conhecidos e utilizados. Veja
as características de cada um deles:

Fonte: Shutterstock

Inseticidas

Possuem ação de combate a insetos, larvas e formigas. Os inseticidas pertencem a quatro


principais grupos químicos distintos: Organofosforados, Carbamatos, Organoclorados e
Piretróides.

• Organofosforados: que são os compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico, do


ácido tiofosfórico ou do ácido ditofosfórico. São altamente lipossolúveis e atuam como
inibidores das enzimas colinesterases, atuando no aumento dos impulsos nervosos.

• Carbamatos: derivados do ácido carbâmico. São compostos muito instáveis em


temperaturas ambientes e em condições neutras e alcalinas.

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• Organoclorados: compostos à base de carbono, com radicais de cloro. São derivados do


clorobenzeno, do ciclo-hexano ou do ciclodieno. Foram muito utilizados na agricultura,
como inseticidas, porém seu emprego tem sido progressivamente restringido ou
mesmo proibido. Tem como características altas estabilidade e toxicidade, baixa
biossolubilidade e biodegrabilidade em tecidos lipídicos. O mecanismo de ação deste
grupo químico ocorre via ingestão ou contato, o que acarreta o bloqueio dos impulsos
nervosos.

• Piretróides: compostos sintéticos que apresentam estruturas semelhantes à piretrina,


substância existente nas flores do crisântemo. Estão entre os mais utilizados devido
à grande eficiência no controle de diversos insetos, além de apresentarem baixa
toxicidade em mamíferos e baixo impacto ambiental. Atuam também no sistema
nervoso, interferindo na transmissão dos impulsos.

Fungicidas

Combatem fungos. Existem diversos fungicidas no mercado. Os principais grupos químicos


são os etileno-bis-ditiocarbamatos, ou apenas ditiocarbamatos, os organoestânicos, os
hexaclorobenzenos e as dicarboximidas.

Herbicidas

Combatem ervas daninhas. Grupo com maior crescimento quanto à utilização na agricultura.
Seus principais grupos químicos são as glicinas substituídas, os derivados de ácido
fenóxiacético, os dinitrofenóis e os pentaclorofenóis.

Outros fitossanitários também importantes são:


• Raticidas: utilizados no combate a roedores.
• Acaricidas: tem ação de controle a diversos ácaros.
• Nematicidas: controlam os nematoides.
• Moluscocidas: são utilizados no combate a moluscos.
• Bactericidas: utilizados no controle de bactérias.

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Os agrotóxicos podem ser classificados também quanto a sua toxicidade para o ser humano e a
sua periculosidade ambiental. A classificação de periculosidade pode variar da classe I à classe
IV. Para o meio ambiente, a classificação ocorre da seguinte forma:
• Classe I – Altamente perigoso ao meio ambiente;
• Classe II – Muito perigoso ao meio ambiente;
• Classe III – Perigoso ao meio ambiente;
• Classe VI – Pouco perigoso ao meio ambiente.

Periculosidade ambiental: Indica a potencialidade de determinado agrotóxico causar impacto


ambiental. Tal potencialidade é baseada nos parâmetros de bioacumulação, persistência, transporte,
toxicidade a diversos organismos, potencial mutagênico, teratogênico e carcinogênico.

Já a classificação para o ser humano é baseada no DL50, que é a dosagem letal (DL) estabelecida
em metade da população testada em laboratórios. Por meio da Resolução da Diretoria Colegia-
da - RDC Nº 294, de 29 de julho de 2019, a ANVISA reclassificou as classes toxicológicas dos agro-
tóxicos para cinco categorias mais uma: “não classificado” (seis classes no total: 5 categorias +
“não classificado”). Veja quais são essas classes abaixo:

Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Categoria 5 Não Classificado

Extremamente Altamente Moderamente Pouco Improvável de


Não Classificado
Tóxico Tóxico Tóxico Tóxico Causar Dano Agudo

Pictograma / Sem símbolo Sem símbolo


Palavra de
Advertência
PERIGO PERIGO PERIGO CUIDADO CUIDADO Sem advertência

Classe de Perigo

Oral Fatal se ingerido Fatal se ingerido Tóxico se ingerido Nocivo se ingerido Pode ser perigoso -
se ingerido

Fatal em contato Fatal em contato Tóxico em contato Nocivo em contato Pode ser perigoso em
Dérmica com a pele com a pele com a pele com a pele contato com a pele
-

Pode ser perigoso


Inalatória Fatal se inalado Fatal se inalado Tóxico se inalado Nocivo se inalado
se inalado
-

Vermelho Vermelho Amarelo Azul Azul Verde


Cor da Faixa PMS Red 199 C PMS Red 199 C PMS Yellow C PMS Blue 293 C PMS Blue 293 C PMS Green 347 C

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 15


Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.7

Recapitulando
Chegamos ao final deste primeiro módulo. Com o conteúdo apresentado até aqui, você teve a
oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a origem histórica dos produtos fitossanitários e
sua classificação. Essas informações serão essenciais para o entendimento dos módulos a seguir,
especialmente para a aula de rotulagem. No próximo módulo você terá importantes informações
sobre os princípios legais para a utilização de defensivos agrícolas no Brasil. Agora, é a hora de
exercitar seus conhecimentos nas atividades de aprendizagem.

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 16


Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.7

Módulo 1 – Atividades de aprendizagem

A seguir, você realizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo.
Preparado? Leias as orientações e, em seguida, responda às questões.

1. Por que devemos nos preocupar com a prevenção de acidentes com defensivos agrícolas?
Considerando os conteúdos apresentados no módulo 1, assinale a alternativa que tem o moti-
vo mais adequado para a realização da prevenção de acidentes nas condições atuais do setor
agrícola brasileiro.
a) A OIT, em conjunto com a OMS, estima que ocorrerem 7 milhões de casos de intoxica-
ções agudas e de longo termo e 70 mil óbitos provocados por agrotóxicos anualmente
no mundo.

b) Nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93% e o mercado
brasileiro cresceu 190%.

c) No ano de 2008, o Brasil passou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior merca-
do mundial de agrotóxicos.

d) As estatísticas de acidentes de trabalho com produtos fitossanitários são raras e não há


motivos de preocupação na prevenção dos mesmos.

2. De acordo com o conteúdo apresentado no módulo 1, assinale a alternativa que identifica um


produto cuja faixa de classificação toxicológica seja na cor amarela.
a) Categoria 1 – Extremamente tóxico.

b) Categoria 3 – Moderadamente tóxico.

c) Categoria 5 – Improvável de causar dano agudo.

d) Não classificado.

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 17


Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.7

3. Vários estudos foram realizados na tentativa de identificar os principais fatores que influen-
ciam as intoxicações. De acordo com o conteúdo apresentado no módulo 1, assinale a al-
ternativa que melhor identifica quais os fatores relativos ao indivíduo exposto foram mais
percebidos nesses estudos.
a) Produtos extremamente tóxicos para o ser humano e para o meio ambiente.

b) O perfil socioeconômico, a falta de orientação e de informação, a baixa escolaridade e


a questão cultural.

c) Falta do uso adequado do EPI – Equipamento de Proteção Individual.

d) Resistência por parte do indivíduo exposto em seguir as recomendações.

Módulo 1 - Introdução à Origem dos Agrotóxicos // 18


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Prevenção de Acidentes com


Defensivos Agrícolas NR31.7

MÓDULO 2
Princípios legais
para a utilização
de defensivos
agrícolas no
Brasil

1
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural

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Defensivos Agrícolas NR31.7

SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner

Superintendente do Senar Goiás


Dirceu Borges

Diretor do Departamento Técnico do Senar Goiás


Flávio Henrique Silva

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Módulo 2
Princípios Legais para a Utilização de Defensivos
Agrícolas no Brasil
Bem-vindo ao segundo módulo – Princípios legais para a utilização de defensivos agrícolas no
Brasil. Nesta etapa de estudos você conhecerá os princípios legais para a utilização dos defensi-
vos agrícolas, identificando a legislação vigente e analisando os itens da Norma Regulamenta-
dora. Os conteúdos estão divididos nas seguintes aulas:

• Aula 1: Legislação vigente no Brasil.


• Aula 2: Conhecendo o que diz a NR-31 sobre a segurança no trabalho com agrotóxicos.

Fique atento às informações disponibilizadas durantes as aulas deste módulo, pois elas serão
essenciais para a compreensão dos módulos a seguir. Siga em frente!

Fonte: Shutterstock

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 5


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 1

Legislação vigente no Brasil


Você sabia que a legislação vigente relativa
ao trabalho com produtos fitossanitários é
composta pela legislação trabalhista e pela
chamada Lei dos agrotóxicos?

As leis trabalhistas que têm relação à segu-


rança dos trabalhadores são a Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988; a
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; e o
Estatuto do Trabalho Rural - Lei nº 5.889/73.
Fonte: Shutterstock

Veja como elas se relacionam com o trabalho rural:

Constituição da
República Federativa Iguala os direitos trabalhistas e rurais.
do Brasil de 1988

Consolidação das
Leis do Trabalho Regula as relações individuais e coletivas de trabalho.
(CLT)

Estatuto do Trabalho Regula as relações de trabalho rural. Quando não colidirem


Rural (Lei nº com ela, serão reguladas pelas normas da Consolidação das
5.889/73) Leis do Trabalho.

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 6


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Sobre a Lei nº 5.889/73, destacamos o artigo 13:


• art. 13 – nos locais de trabalho rural serão observadas as normas de segurança e higiene
estabelecidas em portaria do ministro do trabalho e previdência social.

Para atender ao artigo 13, foram instituídas cinco NRRs, Normas Regulamentadoras Rurais, que
você conheceu no curso I. A NRR 5 tratava da segurança com produtos químicos, mas posterior-
mente foi revogada e ampliada, dando lugar à NR-31- Norma Regulamentadora de Segurança e
Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura.

NRR 5: A regulamentação das normas aconteceu através da portaria 3.067 de 12 de abril de 1988 do
Ministério do trabalho e Emprego.

Revogada: As NRRs foram revogadas pela Portaria n.º 191, de 15 de abril de 2008.

Lei dos agrotóxicos


A Lei dos agrotóxicos trata sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e a
rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utili-
zação, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e das embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e
dá outras providências.

Lei dos agrotóxicos: Lei nº 7.802 de 11/07/1989

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 7


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Algumas definições e competências muito utilizadas sobre agrotóxicos podem ser encontradas
na Lei nº 7802, de 11/07/1989 e no decreto n° 4.074, de janeiro de 2002 que traz a seguinte a
descrição:
I Agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao


uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrí-
colas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros
ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade
seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa
de seres vivos considerados nocivos;

b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimulado-


res e inibidores de crescimento;

II Adjuvante - produto utilizado em mistura com produtos formulados para melhorar a sua
aplicação.

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 8


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 2

Conhecendo o que diz a NR-31 sobre a segurança no


trabalho com agrotóxicos

Fonte: Shutterstock

O item 7 da NR-31 trata da segurança no trabalho com os agrotóxicos, adjuvantes e produtos


afins. Veja o que diz a NR-31.7 Agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins e confira nas dicas do
especialista informações que exemplificam a lei:

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 9


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Lei NR-31.7 Dica do especialista

31.7.1 Para fins desta norma são conside- Dois exemplos de trabalhadores que es-
rados: tão em exposição direta são o preparador
de calda e o aplicador.
a) trabalhadores em exposição direta, os
que manipulam os agrotóxicos, adju-
vantes e produtos afins, em qualquer
uma das etapas de armazenamento,
transporte, preparo, aplicação, descar-
te e descontaminação de equipamen-
tos e vestimentas.

b) trabalhadores em exposição indireta, Já em exposição indireta, podemos citar


os que não manipulam diretamente os trabalhadores que circulam próximo à
os agrotóxicos, adjuvantes e produtos lavanderia e à área de descarte de emba-
afins, mas circulam e desempenham lagens.
suas atividades de trabalho em áreas vi-
zinhas aos locais onde se faz a manipu-
lação dos agrotóxicos em qualquer uma
das etapas de armazenamento, trans-
porte, preparo, aplicação e descarte,
descontaminação de equipamentos e
vestimentas ou ainda os que desempe-
nham atividades de trabalho em áreas
recém-tratadas.

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 10


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Lei NR-31.7 Dica do especialista

31.7.1.1 Para fins desta NR, o transporte Isso significa que quem trabalha com o
e o armazenamento de embalagens la- manuseio de embalagens lacradas não é
cradas e não violadas são considerados classificado como profissional com exposi-
como exposição indireta. ção direta porém, deve receber instruções
específicas, podendo ser por meio dos diá-
31.7.1.2 Devem ser fornecidas instruções logos periódicos de segurança (DDS – Diá-
para os trabalhadores que transportam e logo Diário de Segurança ou DSS – Diálogo
armazenam embalagens lacradas e não Semanal de Segurança), de documentos e
violadas. treinamentos específicos e também de sina-
lizações como placas ou panfletos escritos.
31.7.1.3 As instruções podem ser forneci-
das por meio de Diálogos Diários de Se- Em caso de embalagens violadas ou não la-
gurança - DDS, panfleto escrito e outras, cradas, a exposição passa a ser direta.
desde que documentadas pelo emprega-
dor.

31.7.1.4 Não se aplica a definição do subi-


tem 31.7.1.1 desta Norma se houver emba-
lagens não lacradas ou violadas no trans-
porte e no local de armazenamento.

Fonte: Getty Images

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 11


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Lei NR-31.7 Dica do especialista

31.7.2 O empregador rural ou equipara- Por poder ser interpretado como ato de
do afastará as mulheres gestantes e em discriminação, não é uma boa prática
período de lactação das atividades com questionar se a empregada está ou não
exposição direta ou indireta a agrotóxi- gestante. Cabe a ela informar essa con-
cos, aditivos, adjuvantes e produtos afins, dição, sendo imediatamente afastada da
incluindo os locais de armazenamento, atividade.
imediatamente após ser informado da
gestação.

31.7.3 São vedados: É importante destacar que sempre que en-


contrarmos a palavra vedada na NR-31 ela
a) a manipulação de quaisquer agrotó- terá o sentido de proibição, ou seja, “é veda-
xicos, aditivos, adjuvantes e produtos do” deve ser entendido como “é proibido”.
afins que não estejam registrados e
autorizados pelos órgãos governamen-
tais competentes.

Fonte: Getty Images

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 12


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Lei NR-31.7 Dica do especialista

b) a manipulação de quaisquer agrotó- Essa restrição está relacionada à imunida-


xicos, aditivos, adjuvantes e produtos de desses três grupos de pessoas, já que o
afins por menores de 18 (dezoito) anos, menor de idade ainda não tem seu sistema
por maiores de 60 (sessenta) anos e imunológico completamente formado, as
por mulheres gestantes e em período grávidas devido aos hormônios podem ter
de lactação. diminuição de sua imunidade e os idosos
podem sofrer alterações na atividade do
sistema imunológico.

c) a manipulação de quaisquer agrotó- O não cumprimento desse item é um dos


xicos, aditivos, adjuvantes e produtos maiores causadores de incidentes e aci-
afins, nos ambientes de trabalho, em dentes com os produtos fitossanitários. Por
desacordo com a receita e as indica- isso, é essencial levar em consideração to-
ções do rótulo e bula, previstos em le- das as informações constantes na bula.
gislação vigente.

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Lei NR-31.7 Dica do especialista

d) o trabalho em áreas recém-tratadas an- É comum a entrada de profissionais, prin-


tes do término do intervalo de reentra- cipalmente da área técnica, em áreas que
da estabelecido nos rótulos dos produ- passaram por algum tratamento para veri-
tos, salvo com o uso de equipamento ficação da eficiência da aplicação. Porém é
de proteção recomendado. importante observar o intervalo de reen-
trada (intervalo de tempo entre a aplica-
ção de agrotóxicos ou afins e a entrada de
pessoas na área tratada sem a necessida-
de de uso de EPI).

O intervalo de reentrada pode ser entendi-


do como o tempo (normalmente em horas)
necessário para que o princípio ativo não
provoque intoxicações ou contaminações.

e) a entrada e a permanência de qualquer No início da utilização de aeronaves na


pessoa na área a ser tratada durante a agricultura era comum a utilização de uma
pulverização aérea. pessoa no solo para indicar a posição para
a aplicação, essa figura era conhecida como
f) a entrada e a permanência de qualquer “bandeirinha”. Esse item proíbe esse traba-
pessoa na área a ser tratada durante a lho, que hoje é realizado com o GPS.
aplicação de agrotóxicos em cultivos
protegidos, exceto o aplicador.

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g) o uso de roupas pessoais quando da As roupas utilizadas para tal fim deverão
aplicação de agrotóxicos. ser fornecidas pelo empregador e especí-
ficas para isso.

h) a reutilização, para qualquer fim, das Após o uso por completo do produto, a
embalagens vazias de agrotóxicos, embalagem deverá ser inutilizada e feita a
aditivos, adjuvantes e produtos afins, tríplice lavagem.
incluindo as respectivas tampas, cuja
destinação final deve atender à legis-
lação vigente.

i) a armazenagem de embalagens va- Sempre seguir a orientação constante na


zias ou cheias de agrotóxicos, aditivos, bula, que é a forma de o fabricante se co-
adjuvantes e produtos afins, em desa- municar diretamente com o seu público
cordo com o estabelecido na bula do consumidor. Sempre que surgirem dúvidas
fabricante. referentes ao entendimento da bula, um
engenheiro agrônomo poderá ser consul-
tado. Normalmente as revendas possuem
engenheiros agrônomos disponíveis para
sanar esse tipo de dúvida.

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j) o transporte de agrotóxicos, aditivos, O risco de contaminação imperceptível é


adjuvantes e produtos afins em um real. Suponhamos que haja um leve vaza-
mesmo compartimento que contenha mento de um agrotóxico que entre em con-
alimentos, rações, forragens, utensílios tato com o saco de ração dos cavalos, como
de uso pessoal e doméstico. essa ração será consumida pelo animal, a
chance de intoxicação é muito grande. Por
isso, o transporte deve ser separado.

k) o uso de tanque utilizado no transporte Aqui é seguida a mesma linha de raciocínio


de agrotóxicos, mesmo que higieniza- da dica anterior.
do, para transporte de água potável ou
qualquer outro produto destinado ao
consumo humano ou de animais;

l) a lavagem de veículos transportadores Proíbe-se lavar os veículos citados em acú-


de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e mulos de água, como lagos, açudes, repre-
produtos afins em coleções de água; sas, lagoas e poças, e também é proibido
fazer isso em córregos e rios.

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m) o transporte simultâneo de trabalhado- Se o veículo não for de carroceria (tipo


res e agrotóxicos, aditivos, adjuvantes pick-up), o transporte de trabalhadores e
e produtos afins em veículos que não agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produ-
possuam compartimentos estanques tos afins simultâneos só poderá ser feito
projetados para tal fim. quando o veículo tiver compartimentos es-
tanques projetados para tal fim.

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31.7.5 O empregador rural ou equiparado Nesse caso, diferentemente das instruções,


deve proporcionar capacitação semipre- é necessária a comprovação do entendi-
sencial ou presencial sobre prevenção de mento do conteúdo, que pode ser realizada
acidentes com agrotóxicos, aditivos, adju- por meio de testes ou qualquer outro tipo
vantes e produtos afins a todos os traba- de avaliação, além do certificado de con-
lhadores expostos diretamente. clusão. É importante também fazer os re-
gistros indicados para o item anterior.

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31.7.5.1 A capacitação semipresencial ou presencial prevista nesta Norma deve ser pro-
porcionada aos trabalhadores em exposição direta mediante programa, com carga horária
mínima de 20 (vinte) horas, teórica e prática, com o seguinte conteúdo mínimo: conheci-
mento das formas de exposição direta e indireta aos agrotóxicos;

a) conhecimento das formas de exposição direta e indireta aos agrotóxicos, aditivos, adju-
vantes e produtos afins;

b) conhecimento de sinais e sintomas de intoxicação e medidas de primeiros socorros;

c) rotulagem e sinalização de segurança;

d) medidas higiênicas durante e após o trabalho;

e) uso, limpeza e manutenção de vestimentas de trabalho e equipamentos de proteção


individual;

f) uso correto dos equipamentos de aplicação.

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31.7.5.2 A capacitação deve ser ministrada por órgãos e serviços oficiais de extensão rural,
instituições de ensino de níveis médio e superior em ciências agrárias, Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural - SENAR, SESTR do empregador rural ou equiparado, sindicatos,
associações de produtores rurais, associação de profissionais, cooperativas de produção
agropecuária ou florestal, fabricantes dos respectivos produtos ou profissionais qualifica-
dos para este fim, desde que realizada sob a responsabilidade técnica de profissional ha-
bilitado, que se responsabilizará pela adequação do conteúdo, forma, carga horária, quali-
ficação dos instrutores e avaliação dos discentes.

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31.7.5.3 O empregador rural ou equipa- Como percebemos, a norma não deixa


rado deve complementar ou realizar novo claro quando será necessário treinar no-
programa quando comprovada a insufi- vamente o trabalhador e a sugestão é que
ciência da capacitação proporcionada ao isso seja feito em período de dois anos.
trabalhador, devendo a carga horária ser
no mínimo de 8 (oito) horas, no caso de
complementação, e 16 (dezesseis) horas,
no caso de novo programa de capacitação.

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31.7.6 O empregador rural ou equiparado Os equipamentos comercializados no Bra-


deve adotar, no mínimo, as seguintes me- sil necessitam de CA, Certificado de Apro-
didas: vação, e são produzidos com materiais
que não prejudicam o trabalhador.
a) fornecer equipamentos de proteção
individual e vestimentas de trabalho
adequadas aos riscos, que privilegiem
o conforto térmico.

b) fornecer os equipamentos de proteção O empregador precisa organizar a des-


individual e vestimentas de trabalho contaminação dos equipamentos, indican-
em condições de uso e devidamente do quem irá fazer tal serviço e observar se
higienizados. isso está sendo realizado ao final da jorna-
da de trabalho, pois um equipamento não
c) responsabilizar-se pela descontamina- pode ser reutilizado antes da devida des-
ção das vestimentas de trabalho e equi- contaminação, como indicado no item “g”.
pamentos de proteção individual ao fim
de cada jornada de trabalho, substituin-
do-os sempre que necessário.

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d) disponibilizar, nas frentes de trabalho, O trabalhador precisará se descontaminar


água, sabão e toalhas para higiene pes- em alguns momentos, quando estiver na
soal. atividade de manuseio ou aplicação, então
é necessário o planejamento dessa des-
e) disponibilizar local para banho com: água, contaminação. Por exemplo, o trabalhador
sabão, toalhas e armários individuais para precisa beber água e ele estava aplican-
a guarda da roupa de uso pessoal. do um produto utilizando o pulverizador
costal. Ele terá que, pelo menos, lavar as
mãos e o rosto antes de se hidratar. Então
é necessário que ele tenha essas condi-
ções mínimas de higiene pessoal.

f) garantir que nenhum equipamento de É muito comum que o trabalhador leve os


proteção ou vestimenta de trabalho equipamentos de proteção para a própria
contaminados sejam levados para fora casa e deixe a limpeza por conta da es-
do ambiente de trabalho, salvo nos ca- posa. Isso não deve acontecer, pois esse
sos de transporte para empresas espe- equipamento tem que ser tratado como
cializadas para descontaminação. diferente das roupas comuns e deve ser
descontaminado nos locais de trabalho.

g) fornecer água, sabão e toalhas para hi- Em algumas situações o equipamento não
giene pessoal; apresenta sujeira e se tem uma percepção
que ele poderia ser reutilizado no dia se-
guinte. Acontece que ele está contamina-
do e não sujo, portanto deve ser desconta-
minado sempre que utilizado.

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31.7.6.1 Para todos os trabalhadores en- É obrigação do empregador fornecer a es-


volvidos em trabalhos com agrotóxicos, é trutura e os produtos para higiene pessoal.
obrigatório o banho, após finalizadas todas Assim, é obrigação do trabalhador efetuar
as atividades envolvendo o preparo e/ou esse banho após cada trabalho com expo-
aplicação de agrotóxicos, aditivos, adju- sição direta. Esse procedimento deverá es-
vantes e produtos afins, conforme procedi- tar previsto no PGRTR – Programa de Ge-
mento estabelecido no PGRTR. renciamento de Riscos no Trabalho Rural.

31.7.7 O empregador rural ou equiparado Esse item é importantíssimo e deve ser ob-
deve disponibilizar a todos os trabalhado- servado com bastante atenção, pois os itens
res informações sobre o uso de agrotóxi- listados abaixo serão utilizados na compo-
cos, aditivos, adjuvantes e produtos afins sição da ordem de serviço, documento es-
no estabelecimento, abordando os seguin- sencial para a segurança do trabalhador.
tes aspectos:

a) área tratada: descrição das característi- Vamos relembrar as classes toxicológicas.


cas gerais da área, da localização, e do São cinco categorias mais uma: “não clas-
tipo de aplicação a ser feita, incluindo o sificado” (seis classes no total: 5 catego-
equipamento a ser utilizado. rias + “não classificado”).

b) nome comercial do produto utilizado.


Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3

Extremamente Altamente Moderamente


c) classificação toxicológica. Tóxico Tóxico Tóxico

Categoria 4 Categoria 5 Não Classificado

Pouco Improvável de
Não Classificado
Tóxico Causar Dano Agudo

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d) data e hora da aplicação. O intervalo de segurança ou período de ca-


rência deve ser respeitado principalmente
e) intervalo de reentrada. em dois momentos, antes da colheita e no
pós-colheita. Antes da colheita, será con-
f) intervalo de segurança/período de ca-
siderado o intervalo de tempo entre a últi-
rência.
ma aplicação e a colheita. No pós-colheita,
será considerado intervalo de tempo entre
a última aplicação e a comercialização do
produto tratado. O intervalo deve ser res-
peitado também em pastagens, ambien-
tes hídricos e em relação a culturas sub-
sequentes.

g) medidas de proteção necessárias aos São as recomendações encontradas nos


trabalhadores em exposição direta e rótulos e bulas ou no receituário agronômi-
indireta. co. Quanto aos equipamentos necessários
para a segurança dos trabalhadores.

h) medidas a serem adotadas em caso São as recomendações também encontra-


de intoxicação. das nos rótulos e bulas ou no receituário
agronômico, referentes às medidas em caso
de intoxicações e de primeiros socorros.

31.7.8 O empregador rural ou equiparado deve sinalizar as áreas tratadas, informando o


período de reentrada.

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31.7.9 O trabalhador que apresentar Em caso de acidentes é recomendável le-


sintomas de intoxicação deve ser ime- var a bula do produto, pois o rótulo está fi-
diatamente afastado das atividades e xado na embalagem e, no transporte para
transportado para atendimento médico, atendimento médico, pode gerar vazamen-
juntamente com as informações contidas tos e nova contaminação ou intoxicação.
nos rótulos e bulas dos agrotóxicos, aditi-
vos, adjuvantes e produtos afins aos quais Outra boa prática é usar as fichas de infor-
tenha sido exposto. mação de segurança de produtos quími-
cos, as chamadas FISPQ. Para ser conside-
rada como um documento a FISPQ deve
seguir as normas técnicas de elaboração
contidas na ABNT-NBR 14725. Outras al-
ternativas podem ser utilizadas, como a
ordem de serviço ou receituário agronô-
mico, que deverão possuir as medidas em
caso emergência.

31.7.10 Os equipamentos de aplicação dos agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos


afins devem ser:

a) mantidos e conservados em condições de funcionamento, sem vazamentos;


b) inspecionados antes de cada aplicação;
c) utilizados para a finalidade indicada; e
d) operados dentro dos limites, especificações e orientações técnicas.

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31.7.11 A conservação, manutenção e As pessoas devem ser treinadas e esta-


limpeza dos equipamentos utilizados para rem protegidas, por isso não deve ser feita
aplicação de agrotóxicos, aditivos, adju- pela esposa do trabalhador se esta não
vantes e produtos afins só podem ser rea- tiver passado por treinamento e não pos-
lizadas por pessoas previamente capacita- suir os equipamentos adequados.
das e protegidas.

3.7.12 A limpeza dos equipamentos deve A descontaminação das vestimentas e


ser executada de forma a não contaminar equipamentos deve ser realizada em local
poços, rios, córregos e quaisquer outras adequado para descarte desses resíduos,
coleções de água. de modo a não contaminar rios, córregos,
poços e quaisquer coleções de água. Tam-
bém é necessário que a propriedade rural
faça a canalização de toda água para um
único local, destinando-a corretamente.

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3.7.13 Os agrotóxicos, aditivos, adjuvan- Os produtos fitossanitários não devem ser


tes e produtos afins devem ser mantidos retirados de suas embalagens e nem ser
em suas embalagens originais, com seus fracionados, pois isso dificulta sua identi-
rótulos e bulas. ficação em caso de acidente. Como vimos
anteriormente, várias informações de se-
gurança se encontram nos rótulos e bulas
dos produtos.

3.7.14 As edificações destinadas ao arma- Vários acidentes com produtos fitossani-


zenamento de agrotóxicos, aditivos, adju- tários são provocados por ingestão volun-
vantes e produtos afins devem: tária, ou seja, o indivíduo teve acesso ao
produto e por algum motivo resolveu in-
a) ter paredes e cobertura resistentes. geri-lo. Por isso, o local de armazenamen-
to deve ser trancado e somente pessoas
b) ter acesso restrito aos trabalhadores
capacitadas devem ter acesso.
devidamente capacitados a manusear
os referidos produtos.

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c) possuir ventilação, comunicando-se ex- O planejamento e a correta escolha do lo-


clusivamente com o exterior e dotada cal são fundamentais para não ocasionar
de proteção que não permita o acesso necessidade de adequação e possíveis
de animais. custos adicionais.

d) ter afixadas placas ou cartazes com Os pisos nos locais de armazenamento


símbolos de perigo. de produtos fitossanitários devem ser im-
permeáveis para garantir o cumprimento
e) possibilitar a limpeza e descontaminação. do item “e”.

f) estar situadas a mais de 15 (quinze) me-


tros das habitações e locais onde são
conservados ou consumidos alimentos,
medicamentos ou outros materiais.

31.7.14.1 A distância de fontes e cursos Sempre se atentar para a Lei Federal n.


de água às edificações de armazenamen- 12.651 de 2012 (novo Código Florestal) e as
to de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e possíveis legislações estaduais e municipais.
produtos afins deve atender às normas da
legislação vigente.

31.7.15 O armazenamento deve obedecer às normas da legislação vigente, às especifica-


ções do fabricante constantes dos rótulos e bulas e às seguintes recomendações básicas:

a) as embalagens devem ser colocadas sobre estrados, evitando-se contato com o piso, e
mantendo-se as pilhas estáveis e afastadas das paredes e do teto, ou nos armários de
que trata o subitem 31.7.16 desta Norma.
b) os produtos inflamáveis devem ser mantidos em local ventilado, protegido contra cen-
telhas e outras fontes de combustão.

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

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31.7.16 O armazenamento de agrotóxicos, aditivos e adjuvantes e produtos afins até o li-


mite de 100 (cem) litros ou 100 (cem) quilos, ou a somatória de litros e quilos considerados
conjuntamente, pode ser feito em armários de uso exclusivo, trancados e abrigados de
sol e intempéries, confeccionados em material resistente que permita higienização e não
propicie a propagação de chamas, localizados fora de moradias, áreas de vivência e áreas
administrativas, respeitadas as alíneas “b” e “d” do subitem 31.7.14 desta Norma, desde que
obedecidos os seguintes requisitos:

a) não estar localizado em meio de passagem de pessoas ou veículos.


b) não guardar produtos químicos incompatíveis juntos em um mesmo armário.
c) estar fixados em paredes ou piso de forma a evitar o risco de tombamento.

31.7.17 Os agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins devem ser transportados em


recipientes rotulados, resistentes e hermeticamente fechados.

31.7.17.1 Os veículos utilizados para transporte de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e


produtos afins devem ser higienizados e descontaminados sempre que forem destinados
para outros fins.

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Recapitulando
Chegamos ao final do módulo 2. Aqui você conheceu um pouco da legislação ligada aos
produtos fitossanitários e à segurança do trabalho com esses produtos. No próximo módu-
lo você receberá informações sobre as formas de exposição aos produtos fitossanitários,
aprenderá como identificar os sinais e sintomas de intoxicação e quais os procedimentos
realizar em caso de intoxicação. Agora é a hora de exercitar os conhecimentos na atividade
de aprendizagem.

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 29


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Módulo 2 – Atividade de aprendizagem

Você acaba de finalizar o módulo e, agora, realizará algumas atividades relacionadas ao conteú-
do estudado. Vamos lá? Leias as orientações e, em seguida, responda às questões.

1. No desempenho do trabalho rural, o trabalhador com exposição direta a defensivos agrícolas


pode dispor de alguns documentos para garantir a segurança nas atividades. Dentre eles,
há um documento que deve ser emitido pelo empregador e que fornece ao trabalhador as
seguintes informações: área tratada, nome comercial do produto utilizado, classificação toxi-
cológica, data e hora da aplicação, intervalo de reentrada, intervalo de segurança/período de
carência, medidas de proteção necessárias aos trabalhadores em exposição direta e indireta
e medidas a serem adotadas em caso de intoxicação. Que documento é esse?

a) Receituário Agronômico.
b) Ficha de informação de segurança de produtos químicos – FISPQ.
c) Ordem de Serviço para trabalho com produtos fitossanitários.
d) Rótulos e bulas de produtos fitossanitários.

2. De acordo com o conteúdo apresentado no módulo 2, os trabalhadores expostos diretamen-


te aos agrotóxicos devem ser treinados. Assinale a alternativa que identifica o treinamento
correto para esses trabalhadores.

a) O empregador deve proporcionar capacitação sobre prevenção de acidentes com agrotóxi-


cos a todos os trabalhadores expostos diretamente, com carga horária mínima de oito horas,
durante o expediente normal de trabalho.

b) O empregador deve proporcionar uma palestra para a orientação dos trabalhadores e fazer
o registro de presença, além disso deve registrar o evento através de imagens.

c) O empregador deve realizar treinamentos quando comprovada a insuficiência da orientação


fornecida por ele aos trabalhadores.

d) O empregador deve proporcionar capacitação sobre prevenção de acidentes com agrotóxi-


cos a todos os trabalhadores expostos diretamente, com carga horária mínima de vinte ho-
ras, distribuídas em, no máximo, oito horas diárias, durante o expediente normal de trabalho.

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 30


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

3. A classificação toxicológica dos defensivos agrícolas é padronizada e monitorada pela


ANVISA e, como outras informações visuais contidas nos rótulos dos produtos, já nos dá
uma noção do quão tóxico aquele produto pode ser só olhando a cor da faixa em seu rótulo.
Dessa forma, saber interpretar essa informação é de grande importância para o trabalhador
na exposição direta com defensivos agrícolas. Veja a sequência de cores abaixo e selecione
uma alternativa que representa a correta sequência sobre a classificação de cada uma delas:
1– Vermelho 2– Amarelo 3– Azul 4– Verde
a) 1- Extremamente tóxico; 2- Moderadamente tóxico; 3- Pouco tóxico; 4- Não classificado.

b) 1- Não classificado; 2- Moderadamente tóxico; 3- Pouco tóxico; 4- Extremamente tóxico.

c) 1- Não classificado; 2- Pouco tóxico; 3- Moderadamente tóxico; 4- Extremamente tóxico.

d) 1- Extremamente tóxico; 2- Moderadamente tóxico; 3- Pouco tóxico; 4- Improvável de


causar dano.

Módulo 2 - Princípios Legais para a Utilização de Defensivos Agrícolas no Brasil // 31


Prevenção de Acidentes com
Defensivos Agrícolas NR31.7

MÓDULO 3
Conhecendo
as formas de
exposição direta
e indireta aos
defensivos
agrícolas
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural

Prevenção de Acidentes com


Defensivos Agrícolas NR31.7

SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner

Superintendente do Senar Goiás


Dirceu Borges

Diretor do Departamento Técnico do Senar Goiás


Flávio Henrique Silva

Gerente de Educação Formal do Senar Goiás


Mara Lopes de Araújo Lima
Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Módulo 3
Conhecendo as Formas de Exposição Direta
e Indireta aos Defensivos Agrícolas
Neste módulo você conhecerá as formas
de exposição aos produtos fitossanitários
e verá como identificar os sinais e os sinto-
mas de intoxicação mais comuns. Conhece-
rá também os tipos de exposição e quais os
procedimentos mais indicados que devem
ser realizados em caso de intoxicações.

Para um melhor entendimento, o conteúdo


está dividido da seguinte forma:

• Aula 1: Conhecimento das formas de


exposição.
• Aula 2: Identificação dos sinais e dos
sintomas de intoxicação e de procedi- Fonte: Shutterstock
mentos a serem realizados em caso de
intoxicação.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 5


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 1

Conhecendo as formas de exposição


Para entender quais são as formas de exposição é preciso entender primeiro o que é exposição
e como ela acontece. As exposições podem ser diretas, indiretas ou sem contato:

Exposição direta

É aquela em que há manipulação direta do


agrotóxico. Um bom exemplo é quando al-
guém está preparando, diluindo ou aplicando
os agrotóxicos na plantação.

Fonte: Shutterstock

Exposição indireta

Quando não há manipulação direta. Por exem-


plo, quando alguém entra em uma área logo
após a aplicação.

Fonte: Shutterstock

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 6


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Exposição sem contato

Ocorre com pessoas que não lidam com o


agrotóxico, nem direta, nem indiretamente. Um
exemplo são as contaminações ambientais,
acidentais ou por contaminação de alimentos.

Fonte: Shutterstock

A exposição mais comum entre os trabalhadores que lidam os produtos fitossanitários é a ex-
posição direta. Veja agora como o contato pode acontecer e o que fazer quando ocorrer uma
contaminação:

Exposição dérmica

Esse meio de exposição é o mais comum, pois a exposição acontece através da pele. Assim,
comparada com as outras vias, essa é a de maior área e, portanto, a mais atingida em caso
de exposição.

O que fazer em caso de contaminação?

A recomendação, nesse caso, é que a exposição seja reduzida o mais rápido possível. Isso
pode ser feito retirando imediatamente as roupas contaminadas e removendo o produto
com jato de água corrente. Após esse procedimento inicial, é preciso verificar as recomen-
dações de primeiros socorros do produto e, se não houver contraindicação, lavar com água
e sabão a região exposta, sempre cuidando para não causar maiores irritações.

No caso de a contaminação atingir uma grande área do corpo, o mais indicado é tomar um ba-
nho, tendo cuidado especial na limpeza do couro cabeludo, atrás das orelhas, axilas, unhas e
região genital. Não é indicado adicionar antídoto ou agente neutralizador à água de lavagem.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 7


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Exposição respiratória

Esse tipo é o que tem maior potencial de intoxicação, pois o produto entra pelo sistema
respiratório e, ao atingir os pulmões, é lançado na corrente sanguínea através dos alvéolos
pulmonares.

O que fazer em caso de contaminação?

A indicação no caso de inalação é afastar a pessoa intoxicada do local contaminado e levá-


-la para um local fresco e ventilado. É interessante afrouxar as roupas para facilitar a pas-
sagem do ar ou mesmo retirá-las caso estejam contaminadas. É importante lembrar que ao
entrar em local fechado com a possibilidade da presença de contaminantes no ar ambiente,
deve-se antes ventilá-lo. E, quando possível, a pessoa que está prestando o socorro deve
estar protegida utilizando um respirador apropriado.

Exposição ocular

Esse tipo de intoxicação também ocorre de maneira muito rápida, porém, a quantidade
absorvida é menor em comparação com produtos inalados. Quando um respingo de um
produto fitossanitário atinge os olhos, ele é imediatamente absorvido e logo causa uma
irritação que pode surgir devido às substâncias presentes na formulação do produto, como
os solventes ou o próprio ingrediente ativo, que por si só é irritante.

O que fazer em caso de contaminação?

O procedimento nesses casos é a lavagem imediata dos olhos com água corrente e limpa,
que deve ser realizada de acordo com instruções da bula, normalmente, de quinze a vintes
minutos. A água poderá ser fria ou na temperatura ambiente, mas nunca quente ou con-
tendo substâncias neutralizantes ou antídotos. O jato de lavagem deve ser suave para não
aumentar a irritação. Caso não haja água corrente para o procedimento, o socorrista deve
ficar sentado com as pernas dobradas e a pessoa contaminada apoiando as costas nas
pernas do socorrista. O socorrista deve apoiar a cabeça da pessoa contaminada sobre suas
pernas, inclinado a cabeça dela para trás e mantendo as pálpebras abertas, derramando
água lentamente com auxílio de copo. Após qualquer dessas medidas, é necessário que a
pessoa contaminada procure imediatamente o médico ou o serviço de saúde levando a em-
balagem, rótulo, bula ou receituário agronômico do produto.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 8


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Exposição via oral

Esse tipo de intoxicação em sua maioria ocorre por ingestão voluntária, sendo, então, muito
importante destacar que os produtos fitossanitários devem ficar em local restrito.

O que fazer em caso de contaminação?

O atendimento nesses casos deve seguir as recomendações dos rótulos ou das bulas dos
produtos, principalmente quanto a necessidade ou não de provocar vômito na pessoa into-
xicada. Se a substância ingerida for cáustica ou corrosiva, poderá provocar novas queimadu-
ras ao ser regurgitada. Vários produtos fitossanitários com formulações que utilizam como
veículo solventes derivados do petróleo, têm indicações de restrição ao vômito. A aspiração
pulmonar do conteúdo gástrico pode provocar pneumonite química. Nunca provoque vô-
mito se a vítima estiver inconsciente ou em convulsão, pois poderá sufocá-la, mesmo se a
indicação for a de regurgitar a substância tóxica imediatamente.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 9


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Estudo de caso

Você sabe como agir em caso de intoxicação? Essa é uma situação muito delicada, pois
envolve a vida de outra pessoa, não é mesmo? Mas saiba que mesmo não sendo espe-
cialista da área, com o treinamento adequado e
as medidas corretas você pode fazer os primei-
ros socorros.

Imagine a seguinte situação. Um funcionário esta-


va fazendo a aplicação de produtos fitossanitários
em uma área e acabou inalando o produto, pois
havia um pequeno rasgo em seu equipamento de
proteção. Ao encontrá-lo no local, você percebe
o que acabou de acontecer. Reflita sobre qual ati-
tude tomaria e faça suas anotações a seguir. Você
poderá ler uma reflexão sobre o assunto também
no final desta apostila.

Reflexão

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 10


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 2

Identificação de Sintomas e Procedimentos em Caso de


Intoxicação
Quando uma pessoa fica exposta a níveis tóxicos de
produtos fitossanitários, o resultado é uma varieda-
de de sintomas e sinais. Essas reações variam de
acordo com o produto usado, a dose absorvida e as
condições de saúde do indivíduo.

Os principais sintomas encontrados em uma conta-


minação são:

• Com a pele (via dérmica): irritação, pele seca


e rachada, mudança de coloração da pele, com
áreas amareladas ou avermelhadas, e desca-
mação com aspecto de sarna.
Fonte: Shutterstock
• Por inalação (via respiratória): ardor na gar-
ganta e pulmões, tosse, rouquidão e conges-
tionamento das vias respiratórias.

• Por ingestão (via oral): irritação da boca e garganta, dor no peito, náuseas, diarreia, trans-
piração anormal, dor de cabeça, fraqueza e câimbra.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 11


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Veja, no quadro a seguir, as principais ações e lesões e quais são os produtos causadores de cada
uma delas:

Ações ou lesões causadas pelos


Tipo de agrotóxico utilizado
agrotóxicos ao homem

Lesões hepáticas Inseticidas organoclorados

Inseticidas organoclorados
Lesões renais Fungicidas fenil-mercúricos
Fungicidas metoxil-etil-mercúricos

Inseticidas organofosforados
Neurite periférica
Herbicidas clorofenóxis (2,4-D e 2,4,5-T)

Inseticidas organofosforados
Ação neurotóxica retardada
Desfolhantes (DEF e merfós ou Folex)

Atrofia testicular Fungicidas tridemorfo (Calixim)

Esterilidade masculina por oligospermia Nematicida diclorobromopropano

Cistite hemorrágica Acaricida clordimeforme

Hiperglicemia ou diabetes transitória Herbicidas clorofenóxis

Hipertemia Herbicidas dinitrofenóis e pentaclorofenol

Pneumonite e fibrose pulmonar Herbicida paraquat (Gramoxone)

Diminuição das defesas orgânicas pela di-


minuição dos linfócitos imunologicamente Fungicidas trifenil-estânicos
competentes (produtores de anticorpos)

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Reações de hipersensibilidade (urticárias,


Inseticidas piretróides
alergia, asma)

Fungicidas mercuriais
Teratogênese
Dioxina presente no herbicida 2,4,5-T

Herbicida dinitro-orto-cresol
Herbicida trifluralina
Mutagênese
Inseticida organoclorado
Inseticida organofosforado

Diversos inseticidas, acaricidas, fungicidas,


Carcinogênese
herbicidas e reguladores de crescimento

Fonte: Garcia, 1991

Tipos de intoxicações

É aquela na qual os sintomas aparecem muito rápido, algumas ho-


ras após a exposição excessiva (sem equipamentos de proteção),
Intoxicação por curto período, a produtos extremamente ou altamente tóxicos.
aguda Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, dependendo da
quantidade de produto ativo absorvido. Os sinais e sintomas são
nítidos e objetivos.

Ocorre por exposição moderada ou pequena a produtos altamente


tóxicos ou medianamente tóxicos e tem aparecimento mais lento.
Intoxicação Os sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fra-
subaguda queza, mal-estar, dor de estômago e sonolência. Esses sintomas
são comuns a outras intoxicações e também em intoxicações por
bebidas alcoólicas (ressaca), e, portanto, de difícil comprovação.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 13


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

É caracterizada pelo aparecimento vagaroso, em meses ou anos.


Intoxicação Ocorre pela exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos
crônica ou a múltiplos produtos, ocasionando agravos irreversíveis, do
tipo paralisias e neoplasias.

É importante considerar que vários fatores participam da determinação desse tipo de intoxicação,
dentre eles os relativos às características químicas e toxicológicas do produto fitossanitário, os
relativos ao indivíduo exposto, às condições de exposição ou às condições gerais do trabalho.

Como a pessoa que irá manipular o produto fitossanitário não consegue alterar a toxicidade do
produto, a única maneira real de reduzir o risco é através da diminuição de sua exposição.

Veja no quadro a seguir o demonstrativo de riscos em função da toxicidade e da exposição:

Toxicidade X Exposição = Risco

Alta X Alta = Alto

Alta X Baixa = Baixo

Baixa X Alta = Alto

Baixa X Baixa = Baixo

Fonte: ANDEF (Adaptado)

Na atual legislação é obrigatório que os produtos fitossanitários tenham informações sobre primei-
ros socorros em seus rótulos e bulas. Além disso, os fabricantes devem possuir telefones de emer-
gência 24 horas para orientar os usuários. Em Goiás pode ser usado o telefone 0800 646-4350
(regional de Goiás) ou 0800 722-6001 (Nacional) do CIT - Centro de Informações Toxicológicas.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 14


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Em caso de acidentes com agrotóxicos, os procedimentos mais indicados são:

• atender a vítima de acordo com as informações contidas no rótulo ou bula do produto;

• só provocar vômito se tal procedimento for indicado no rótulo. Alguns produtos podem
provocar queimaduras ao serem regurgitados;

• em caso de contato com a pele, remova roupas e sapatos contaminados e lave imediata-
mente o local com água e sabão em abundância, vestindo a pessoa exposta com roupas
limpas em seguida;

• levar a vítima imediatamente ao médico, levando consigo a bula ou rótulo do produto ou o


receituário agronômico;

• ligar para o telefone de emergência para obter mais informações sobre a toxicidade do
produto causador da intoxicação.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 15


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Recapitulando
Chegamos ao final do terceiro módulo. Aqui você conheceu as formas de exposição aos produtos
fitossanitários, aprendeu como identificar os sinais e os sintomas de intoxicação mais comuns e
também viu os tipos de exposição e quais os procedimentos mais indicados que devem

ser realizados em caso de intoxicações. No próximo módulo você irá estudar sobre os rótulos
dos produtos e a sinalização de segurança, mas antes disso, precisa fazer as atividades de apren-
dizagem, vamos lá?

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 16


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Módulo 3 – Atividades de aprendizagem

1. A atenção às medidas de segurança é excelência para o desenvolvimento seguro de atividades


rurais com exposição direta. Para realizar um trabalho realmente seguro, temos obrigações e
deveres de ambas as partes, empregado e empregador. Munido dessas informações, analise a
situação hipotética: certo trabalhador recebeu uma ordem de serviço para fazer aplicação de de-
fensivo agrícola em uma área de plantio. Mesmo sabendo dos componentes necessários e estes
constarem tanto na OS, quanto na bula do produto, esse trabalhador resolve fazer a aplicação
sem utilizar todos os componentes do EPI, cometendo assim um erro gravíssimo. Passadas al-
gumas horas após a aplicação, ele começa a apresentar sintomas de intoxicação bem nítidos.
Qual é o tipo de intoxicação que aconteceu com esse trabalhador?

a) Intoxicação subaguda.

b) Intoxicação aguda.

c) Intoxicação crônica.

d) Intoxicação direta.

2. As atividades com defensivos agrícolas são tidas como de risco, pois há exposição direta com os
agentes químicos contidos nos defensivos agrícolas, portanto saber como proceder em casos
de emergência pode ser fundamental para se extinguir ou minimizar os efeitos de uma intoxi-
cação acidental. Qual seria o melhor procedimento para ser feito em um colega que tenha tido
uma intoxicação via oral?

a) O atendimento nesses casos deve seguir as recomendações dos rótulos ou das bulas dos pro-
dutos, principalmente quanto à necessidade ou não de provocar vomito na pessoa intoxicada.

b) Provoque vômito imediatamente, mesmo se a vítima estiver inconsciente ou em convul-


são, pois o produto tem que ser eliminado do corpo o mais rápido possível.

c) A primeira medida em caso de intoxicação oral é afastar a pessoa da fonte de contamina-


ção e depois observar e avaliar a presença de anormalidades que possam representar ris-
co de vida imediato, como parada ou dificuldade respiratória, parada circulatória, estado
de choque, convulsão ou coma.

d) Não realize nenhum procedimento, pois somente um médico, enfermeiro ou socorrista


treinado poderá intervir.

Módulo 3 - Conhecendo as Formas de Exposição Direta e Indireta aos Agrotóxicos // 17


Prevenção de Acidentes com
Defensivos Agrícolas NR31.7

MÓDULO 4
Estudo da
rotulagem e da
sinalização de
segurança
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural

Prevenção de Acidentes com


Defensivos Agrícolas NR31.7

SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner

Superintendente do Senar Goiás


Dirceu Borges

Diretor do Departamento Técnico do Senar Goiás


Flávio Henrique Silva

Gerente de Educação Formal do Senar Goiás


Mara Lopes de Araújo Lima
Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Módulo 4
Estudo da rotulagem e da sinalização de segurança
Neste módulo iremos conhecer os pictogramas e as informações de segurança contidas nos ró-
tulos e nas bulas dos produtos. Vamos demonstrar onde estão localizadas essas informações e
como buscá-las rapidamente em caso de acidentes com produtos fitossanitários. Neste módulo
estudaremos as aulas a seguir:
• Aula 1: Conhecendo os pictogramas.
• Aula 2: Informações de segurança contidas em rótulos e bulas.

Fonte: Shutterstock

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 5


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 1

Conhecendo os pictogramas
O primeiro passo para identificar a toxicidade de um produto é observar as informações contidas
no rótulo. Sabendo identificar o posicionamento padrão dos itens no rótulo, é possível obter as
informações necessárias antes de manuseá-lo.

Para facilitar essa identificação, todos os itens de segurança possuem local e tamanho deter-
minados. O rótulo a seguir foi adaptado para que você possa entender isso melhor. Lembre-se
de que a intenção não é ler o que está escrito, mas entender a posição e a importância das
informações.

Que cor podemos perceber neste rótulo? A cor amarela, não é mesmo? E se esse rótulo possui a
cor amarela no local da faixa de classificação toxicológica, trata-se de um rótulo de um produto
MODERADAMENTE TÓXICO, conforme você já viu no módulo 1. Falando sobre classificação to-
xicológica, veja abaixo exemplos de faixas de cada uma das cores presentes nas classificações
vistas no módulo 1.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 6


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Outra informação que precisa ser identificada é a presença dos pictogramas. Eles podem ser
divididos em quatro categorias. Pictogramas de armazenagem, de informação, de atividade e de
advertência. Confira a seguir os mais utilizados nos rótulos e nas bulas encontrados no mercado:

Pictogramas: Representações gráficas simplificadas de objetos ou conceitos para fácil identificação.

Pictogramas de armazenagem

Deve ser mantido restrito e fora do alcance de crianças.

Pictogramas de informação

Requer uso de máscara ou respirador PFF (peça facial filtrante).

Exige uso de máscara ou respirador (filtros P2 ou P3).

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 7


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Indica a necessidade do uso de boné ou touca árabe para prote-


ger a cabeça (principalmente o couro cabeludo) e o pescoço de
possíveis respingos de produtos fitossanitários, além de prote-
ger do sol.

Indica a necessidade da utilização do macacão ou de calça e ja-


leco hidro-repelentes, que têm a função de evitar respingos de
produtos fitossanitários no corpo do trabalhador.

Requer utilização de avental para evitar respingos durante o pre-


paro dos produtos fitossanitários e possíveis vazamentos dos
equipamentos (pulverizador costal). Deve ser utilizado para a
frente no preparo e para trás na aplicação.

Exige uso de óculos para evitar respingos de produtos fitossani-


tários nos olhos.

Indica a necessidade do uso de botas para proteger os pés do


contato com os produtos fitossanitários.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 8


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Exige o uso de viseira ou protetor facial para proteger olhos e


rosto contra respingos durante a aplicação de produtos fitossa-
nitários.

Requer uso de luvas impermeáveis para proteger as mãos do


contato com os produtos fitossanitários.

Indica a necessidade de lavar-se após a aplicação de produtos


fitossanitários.

Indica a necessidade de tomar um banho após a aplicação de


produtos fitossanitários.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 9


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Pictogramas de atividade

Indica o modo de preparo ou manuseio de formulações sólidas.

Indica o modo de preparo ou manuseio de formulações líquidas.

Indica o modo de aplicação de formulações sólidas.

Indica o modo de aplicação de formulações líquidas.

Indica o modo de aplicação, nesse caso aplicação mecanizada.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 10


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Pictogramas de advertência

Indica que o produto fitossanitário é toxico à fauna.

Indica que o produto fitossanitário possui potencial risco ao meio


ambiente aquático.

Indica a proibição de se alimentar enquanto estiver utilizando o


produto.

Indica a proibição de fumar enquanto estiver utilizando o produto.

Adverte para o potencial de periculosidade e de toxicidade do


produto fitossanitário ao ser humano.
CUIDADO
VENENO

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 11


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 2

Informações de segurança contidas em rótulos e bulas


Agora que você conhece os pictogramas, veja como essas informações de segurança são utili-
zadas.

Logo no centro o pictograma traz uma advertência para o veneno


CUIDADO
que consta no produto.
VENENO

Aqui você pode ver um pictograma de preparo ou manuseio de


formulações líquidas. Isso indica que do lado esquerdo sempre
ficarão os pictogramas de preparo ou manuseio.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 12


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Estes pictogramas indicam que para fazer a atividade de preparo ou manuseio de formulações
líquidas a pessoa deve utilizar macacão, avental (nesse caso os dois pictogramas estão juntos),
botas, máscara com filtro, óculos, touca árabe e luvas.

Temos ainda o pictograma de armazenagem, indicando que ele


deve ficar em local restrito.

O primeiro item à direita é a aplicação de formulações líquidas, o


que indica que desse lado encontramos os pictogramas de apli-
cação.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 13


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Temos aqui os pictrogramas que indicam uso de macacão e de avental, botas, óculos, máscara
com filtro, touca arabe, luvas e lave as mãos. Mesmo ficando fora do retângulo, o pictograma
lave as mãos é considerado de informação.

Os outros dois pictogramas, mais na extremi-


dade direita, são os pictogramas de advertên-
cias: “Pode causar efeitos adversos por longo
periodo ao meio ambiente aquatico” e “Tóxico
à fauna”.

Ainda utilizando o rótulo como referência, você poderá observar que, do lado direito, temos as
precauções de uso, tratamento e primeiros socorros. Já no centro, os dados do fabricante, nome
comercial e classe do produto (inseticida, herbicida, fungicida, etc.), grupo químico, princípio
ativo e a classificação toxicológica do produto. Por fim, no lado esquerdo, encontramos as infor-
mações dos cuidados com o meio ambiente, armazenamento e transporte.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 14


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Veja as indicações no rótulo:

Recapitulando
Chegamos ao final deste módulo. Nesta etapa do curso você conheceu o que são pictogramas
e onde são localizadas as informações de segurança em rótulos e bulas dos produtos. Esse co-
nhecimento será fundamental não só para a conclusão deste curso, mas também para garantir
segurança em seu dia a dia no campo. Agora é hora de testar seus conhecimentos nas atividades
de aprendizagem. Até o próximo módulo!

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 15


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Módulo 4 – Atividade de aprendizagem

1. Neste módulo conhecemos os pictogramas e aprendemos a localizá-los e a identificá-los. De


acordo com o que você aprendeu neste módulo, identifique a sequência correta dos pictogra-
mas de preparo do rotulo abaixo.

a) Aplicação de formulações liquidas, luvas, óculos, avental, macacão, botas, máscara,


lave as mãos e tomar banho.

b) Preparo de formulações liquidas, máscara, botas, macacão, avental, óculos e luvas.

c) Tóxico à fauna pode causar efeitos adversos por longo período ao meio ambiente aquá-
tico e mantenha trancado e fora do alcance de crianças.

d) Preparo de formulações sólidas, máscara, botas, macacão, avental, óculos e luvas.

2. De acordo com o conteúdo apresentado no módulo 4, existem tipos diferentes de pictogra-


mas. Identifique os pictogramas de advertência contidos no rótulo abaixo.

a) Tóxico à fauna, pode causar efeitos adversos por longo período ao meio ambiente
aquático e cuidado veneno.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 16


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b) Tóxico à fauna e pode causar efeitos adversos por longo período ao meio ambiente
aquático.

c) Mantenha trancado e fora do alcance de crianças.

d) Tóxico à fauna, pode causar efeitos adversos por longo período ao meio ambiente
aquático e lave as mãos.

3. No rótulo abaixo, identifique os seus pictogramas de aplicação.

a) Aplicação de formulações liquidas, macacão, botas, máscara com filtro, óculos, touca
árabe, luvas e lave as mãos.

b) Aplicação mecanizada, macacão, botas, máscara com filtro, óculos, touca árabe e luvas.

c) Aplicação mecanizada, macacão, botas, máscara com filtro, óculos, touca árabe, luvas e
lave as mãos.

d) Preparo de formulações líquidas, luvas, touca árabe, óculos, máscara com filtro, botas,
macacão e avental.

Módulo 4 - Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança // 17


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Defensivos Agrícolas NR31.7

MÓDULO 5
Medidas
higiênicas no
trabalho com
defensivos
agrícolas
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural

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Presidente do Conselho Administrativo
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Módulo 5
Medidas Higiênicas no Trabalho
com Defensivos Agrícolas
Neste módulo iremos conhecer sobre as medidas higiênicas durante e após o trabalho com pro-
dutos fitossanitários ou defensivos agrícolas. Vamos indicar boas práticas que devem ser segui-
das e também demonstrar o que a legislação exige em termos de medidas higiênicas obrigató-
rias. Além disso iremos apresentar os EPIs e o modo correto de fazer a sua higienização. Nesse
módulo estudaremos as aulas a seguir:
• Aula 1: Medidas higiênicas durante e após o trabalho.
• Aula 2: Vestimentas e equipamentos de proteção individual.

Fonte: Shutterstock

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 5


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Aula 1

Medidas Higiênicas Durante e Após o Trabalho


Adotar algumas boas práticas ajuda na diminuição de possíveis intoxicações. O primeiro cuidado
é o de não se alimentar (comer ou beber) e não fumar durante o manuseio e a aplicação de pro-
dutos fitossanitários. Outra prática que também deve ser adotada é lavar as mãos e o rosto com
água limpa em abundância e sabão em pedra (alcalino) sempre que finalizar um trabalho.

A adoção de sabão em pedra não é uma regra, mas sim uma recomendação, pois testes de-
monstraram que o trabalhador se higieniza melhor com esse tipo de sabão em relação ao sabão
líquido. A diminuição da absorção de resíduos de produtos que eventualmente atingiram a pele
do aplicador de produtos fitossanitários pode ser alcançada pela lavagem imediata. Uma outra
medida preventiva para os trabalhadores que aplicam produtos com pulverizador costal é a lava-
gem das mãos e dos braços cada vez que o pulverizador costal for reabastecido.

É necessário planejamento para a execução das tarefas de preparo e aplicação de produtos


fitossanitários, pois devem ser providenciadas condições sanitárias adequadas próximas aos
locais onde o trabalho será desenvolvido. O mesmo cuidado dispensado ao planejamento e
organização dos equipamentos e materiais para a aplicação deve ser dado às medidas higiênicas
que permitam que os trabalhadores expostos aos produtos fitossanitários. Essas medidas devem
ser planejadas para as situações rotineiras e ainda em caso de emergências. Isso pode ser feito
colocando à disposição dos trabalhadores água limpa, que pode estar acondicionada em tam-
bores limpos e tampados, sabão, de preferência em pedra, toalhas e trocas de roupas (EPI extra).

Evite fumar em ambientes com produtos fitossanitários


No momento em que o trabalhador está fumando, pode haver uma
contaminação através de resíduos eventualmente presentes na
mucosa dos lábios, na boca ou mesmo no cigarro e estes resíduos
podem ser absorvidos e a agravar os riscos à saúde. É uma boa
pratica não fumar durante o trabalho, além disso os trabalhadores
não devem trazer consigo os maços de cigarros nos bolsos, pois
estes podem ser contaminados durante a aplicação.
Fonte: Shutterstock

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 6


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Evite se alimentar em locais que têm esses produtos


O ideal é que a alimentação nesses locais seja evitada, mas
não sendo viável o deslocamento até um local mais ade-
quado, é necessário um planejamento antecipado para a
garantia de medidas que garantam a contaminação desses
alimentos. Os alimentos devem ser acondicionamentos em
recipientes apropriados, com adequadas condições de as-
seio e conservação. Nos locais para a alimentação é neces-
sário ter água limpa e sabão para a higienização das mãos,
braços e rostos. A higienização deve ser realizada antes de
qualquer refeição e até mesmo quando o trabalhador for
beber água para se reidratar. Fonte: Shutterstock

Higienize-se ao final de uma atividade com produtos fitossanitários


É necessário que o trabalhador que esteve ex-
posto possa tomar um banho e trocar a roupa
utilizada no trabalho. A roupa utilizada no traba-
lho deve ser tratada como tal, ou seja, somente
utilizá-la para atividades com os produtos fitos-
sanitários e nunca em outras atividades. Essas
roupas devem receber manutenção habitual,
higienização e eventuais reparos após cada jor-
nada de trabalho.

O trabalhador exposto aos produtos fitossani-

Fonte: Shutterstock
tários após o trabalho, tomar banho com bas-
tante água e sabonete, lavando bem o couro
cabeludo, axilas, unhas e regiões genitais, usar sempre vestimentas e equipamentos desconta-
minados, manter sempre a barba bem feita, unhas e cabelos bem cortados.

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 7


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Para evitar intoxicações o empregador deve disponibilizar um local adequado para a guarda
da roupa de uso pessoal, fornecer água, sabão e toalhas para higiene pessoal, garantir que ne-
nhum dispositivo de proteção ou vestimenta contaminada seja levado para fora do ambiente de
trabalho e que nenhum dispositivo ou vestimenta de proteção seja reutilizado antes da devida
descontaminação e proibir o uso de roupas pessoais na aplicação de produtos fitossanitários.

Lave os equipamentos de proteção individual e as vestimentas após a utilização


Devem ser lavados no ambiente de trabalho e em locais apropriados para esta finalidade evi-
tando contaminações ambientais. Esta operação deve fazer parte das atividades rotineiras e não
devem ser tarefas domésticas. Sendo assim os equipamentos individuais e as vestimentas nunca
podem ser misturados com as roupas comuns da família.

Devemos seguir alguns procedimentos para a descontaminação das vestimentas de proteção,


um dos procedimentos já citados anteriormente é lavar separadamente das roupas comuns, mas
devemos ainda enxaguar as vestimentas com bastante água corrente para diluir e remover os
resíduos da calda de pulverização.

Fonte: Shutterstock

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 8


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Quando as vestimentas estiverem sendo limpas, a pessoa deve estar protegida, utilizando pelo
menos luvas e avental impermeável. A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa com sabão
neutro e em seguida, devem ser bem enxaguadas para remover todo resíduo de sabão. As ves-
timentas não devem ser esfregadas e nem ficar de molho. Também não devem ser utilizados
alvejantes, pois podem retirar a camada hidro-repelente das vestimentas e devem ser secas à
sombra para aumentar a durabilidade.

Só devem ser utilizadas máquinas de lavar ou secar, quando houver recomendações do fabri-
cante.

Os procedimentos para limpeza protetores faciais (viseira ou óculos de ampla visão) são bem
simples. Após a utilização devem ser limpos com uma mistura de água morna (43°C) e sabão
para remover as marcas de respingos.

Para a limpeza e higienização dos respiradores, a primeira coisa antes de limpar, é remover filtros
mecânicos, filtros químicos e membranas das válvulas. Após a retirada dos filtros e membranas
deve lavar o corpo do respirador com sabão ou detergente comum, ou algum produto indicado
pelo fabricante, nesse caso a água deve estar morna (no máximo a 43º C). Pode ser utilizada uma
escova sem fios metálicos para remover a sujeira. Após a limpeza inicial o respirador deve ser dei-
xado de molho, totalmente imerso, durante 2 minutos em solução de hipoclorito. Uma tampinha
de agua sanitária para um litro de agua (50 ppm de cloro). Após os dois minutos os respiradores
devem ser retirados dessa solução e enxaguados com agua morna para a retirada da solução de
imersão. Escoar a água e secar. Limpar e higienizar todas as partes retiradas do respirador, con-
forme indicação do fabricante, inspecionar as peças e substituir aquelas com defeito. Montar as
partes do respirador e recolocar os filtros e depois guardar em embalagem apropriada.

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 9


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 2

Vestimentas e Equipamentos de Proteção Individual


O objetivo em se utilizar as vestimentas e equipamentos de proteção individual no trabalho com
produtos fitossanitários é o de controlar ou minimizar a exposição direta a esses produtos atra-
vés da proteção das principais rotas de entradas dessas substâncias no organismo (olhos, boca,
pele e respiração).

As vestimentas e equipamentos de proteção individual são chamados de EPIs. Vamos entender


o que é um EPI. É considerado EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual do trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar sua segurança e saúde no trabalho.

Fonte: Shutterstock

O EPI é o principal aliado do trabalhador rural na segurança do trabalho, pois minimiza ou extin-
gue os riscos existentes. De acordo com a NR31, o empregador tem a obrigação de fornecer o EPI
ao funcionário, assim como deve exigir que os trabalhadores utilizem os EPIs e os dispositivos

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 10


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

de proteção pessoal. Cabe também ao empregador orientar o empregado sobre o uso dos EPIs
e dos dispositivos de proteção pessoal. Já o funcionário tem a responsabilidade de utilizá-los
apenas para a finalidade a que se destinam e pela sua guarda e conservação.

O equipamento de proteção individual, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação
do Certificado de Aprovação - CA, que é um número impresso no equipamento ou em sua emba-
lagem. Esse certificado tem período de validade e é expedido pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

Veja na imagem abaixo todos os itens que podem ser utilizados como EPI:

Touca Árabe
Viseira Facial

Respirador

Jaleco
Avental

Luva

Calça

Bota

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 11


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Veja a descrição de cada um dos equipamentos que podem ser utilizados:

Luvas
As luvas são utilizadas para proteger as mãos, que é a parte do corpo que mais risco de con-
tato com os produtos fitossanitários. Elas devem ser impermeáveis e podem ser de diversos
materiais. Podem ser de borracha nitrílica, neoprene, látex ou PVC. As de látex ou PVC podem
ser usadas para produtos sólidos ou formulações livres de solventes orgânicos. Para as formula-
ções que contenham solventes orgânicos, a indicação é que as luvas sejam de borracha nitrílica
(neoprene), pois estes materiais não reagem quimicamente com os produtos. A reação química
que ocorre é semelhante à que ocorre entre o isopor e a gasolina, quando entram em contato
reagem e o isopor derrete.

Respiradores
Para a o trabalho com produtos fitossanitários existem basicamente dois tipos de respiradores.
Os respiradores sem manutenção (chamados de descartáveis): possuem uma vida útil relativa-
mente curta e recebem a sigla PFF (Peça Facial Filtrante). Esses respiradores não são recomen-
dados para trabalhos com exposição prolongada. O outro tipo de respirador é o de baixa ma-
nutenção. Esses possuem filtros apropriados e podem ser substituídos e são normalmente mais
duráveis. Os respiradores mais utilizados nos trabalhos com produtos fitossanitários são os que
possuem filtros P2 ou P3.

Óculos de segurança ou Viseira facial


Na maioria das situações de utilização de agrotóxicos em que se identifica a necessidade de
proteção dos olhos, por exemplo no preparo da calda de aplicação, na aplicação costal, na apli-
cação em estufas e locais pouco ventilados, o uso de óculos ou viseira facial contra aerodisper-
sóides é indicado. O tipo de óculos indicado é o de ampla visão.

Tanto os óculos quanto a viseira devem ter algumas características, tais como maior transparên-
cia possível e não distorcer as imagens, ser de boa qualidade e ter bom acabamento para evitar
cortes, ter uma esponja que atua como suporte na testa para impedir o contato com o rosto do

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 12


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

trabalhador e evitar o embaçamento, não proporcionar desconforto ao usuário e permitir o uso


simultâneo do respirador, quando necessário.

Jaleco e calça hidro-repelentes


Os confeccionados em tecido de algodão são tratados para se tornarem hidro-repelentes, fi-
cando apropriados para proteger o corpo dos respingos dos produtos fitossanitários. Ele pode
receber reforço adicional nas partes onde exista alta exposição do aplicador à calda do produto,
como por exemplo nas pernas.

Esse equipamento não é fabricado para conter exposições extremamente acentuadas ou jatos
dirigidos.

Avental
Os aventais devem ser produzidos com materiais resistentes a solventes orgânicos. A função é
a de aumentar a proteção do aplicador contra respingos de produtos concentrados durante a
preparação da calda ou de eventuais vazamentos de equipamentos de aplicação costal.

Boné árabe
Tem a função de protege a cabeça e o pescoço de respingos da pulverização e também do sol. É
confeccionado em tecido de algodão tratado para tornar-se hidro-repelente.

Botas
Devem ser impermeáveis e de cor clara preferencialmente, para melhorar o conforto térmico do
trabalhador. Botinas de couro não são recomendadas, pois não são impermeáveis e encharcam
facilmente. As botas devem ser usadas com meias de algodão de cano longo e as barras da
calça devem ficar para fora dos canos das botas, para que o produto não escorra para dentro e
atinja os pés.

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 13


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Os EPIs para aplicação de defensivos devem seguir a seguinte ordem de colocação e retirada:

Vestir Retirar

1 – VESTIR A CALÇA 1 – RETIRAR O BONÉ ÁRABE

2 – RETIRAR A VISEIRA FACIAL


2 – VESTIR O JALECO Evitar usar materiais de limpeza que arra-
nhem a viseira.

3 – CALÇAR AS BOTAS
3 – RETIRAR O AVENTAL
Com meias de algodão.

4 – COLOCAR O AVENTAL 4 – RETIRAR O JALECO


Na frente quando for fazer o preparo da Evitar que entre em contato com o corpo,
calda e atrás quando da aplicação. pois pode estar contaminado.

5 – COLOCAR O RESPIRADOR
Deve ser adequado ao produto a ser aplica- 5 – RETIRAR AS BOTAS
do. Testar sua vedação. Não há vedação se Colocar em local limpo.
o aplicador estiver com barba.

6 – COLOCAR A VISEIRA FACIAL 6 – RETIRAR A CALÇA


Evitar o contato com a pele para não em- Desamarrando e deixando escorregar da
baçar. cintura para os pés.

7 – RETIRAR AS LUVAS
7 – COLOCAR O BONÉ ÁRABE Puxando dedo por dedo e de maneira a não
encostar na parte contaminada.

8 – E POR ULTIMO COLOCAR AS LUVAS de 8 – RETIRAR O RESPIRADOR


neoprene ou borracha nitrílica. Deixar em local separado e limpo.

Fonte: ANDEF (adaptado)

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Recapitulando
Neste módulo você teve a oportunidade de acompanhar as discussões sobre prevenção de aci-
dentes com agrotóxicos e quais as maneiras mais adequadas e seguras de manipulação desses
produtos. Conhecemos a origem dos agrotóxicos, os princípios legais de sua utilização, as for-
mas de exposição, as informações de segurança contidas em rótulos e bulas e quais as medidas
higiênicas mais recomendadas. Esperamos que os conteúdos apresentados neste módulo aju-
dem a evitar as intoxicações e suas consequências.

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 15


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Módulo 5 – Atividade de aprendizagem

1. Neste módulo você obteve importantes informações sobre medidas higiênicas durante e
após o trabalho. Considerando o que você estudou, de quanto em quanto tempo devem ser
lavadas as vestimentas de proteção e em que local?
a) Os equipamentos devem ser lavados quando estiverem sujos, pois se lavados diaria-
mente retiram a camada de hidro-repelência e devem ser lavados em locais apropriados.

b) Devem ser lavadas diariamente. A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa com sa-
bão neutro, as vestimentas devem ser esfregadas e ficar de molho com alvejante para
a descontaminação.

c) Os equipamentos de proteção individual e as vestimentas devem ser lavados sempre


após a utilização, ou seja, diariamente. Devem ser lavados no ambiente de trabalho e
em locais apropriados para essa finalidade, evitando contaminações ambientais.

d) Devem ser lavadas de dois em dois dias para aumentar a vida útil do equipamento e
devem ser lavadas fora do ambiente de trabalho.

2. De acordo com o conteúdo apresentado no módulo 5, para evitar intoxicações, o trabalhador


exposto aos produtos fitossanitários deve tomar algumas medidas quanto à sua higiene pes-
soal. Qual das alternativas abaixo representa melhor essas medidas higiênicas que devem ser
tomadas pelos trabalhadores?
a) Após o trabalho, tomar banho com bastante água, lavando bem o couro cabeludo, axi-
las, unhas e regiões genitais, usar sempre vestimentas e equipamentos descontamina-
dos, manter sempre a barba bem aparada.

b) Realizar a higienização das mãos, braços e rosto, antes das refeições.

c) Os trabalhadores devem evitar o fumo nos ambientes onde os produtos fitossanitários


estão presentes.

d) Após o trabalho, tomar banho com bastante água e sabonete, lavando bem o couro
cabeludo, axilas, unhas e regiões genitais, usar sempre vestimentas e equipamentos
descontaminados, manter sempre a barba bem feita, unhas e cabelos bem cortados.

Módulo 5 - Medidas Higiênicas no Trabalho com Defensivos Agrícolas // 16


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

3. O objetivo em se utilizar as vestimentas e os equipamentos de proteção individual no trabalho


com produtos fitossanitários é o de controlar ou minimizar a exposição direta a esses produ-
tos através da proteção das principais rotas de entradas dessas substâncias no organismo. De
acordo com o que você aprendeu neste modulo, quais são os EPIs necessários para a aplica-
ção de produtos fitossanitários?
a) Luvas e avental impermeáveis.

b) Luvas, óculos de segurança ou viseira facial, macacão, avental, boné árabe e botas.

c) Luvas, respiradores, óculos de segurança ou viseira facial, jaleco e calça hidro-repelen-


tes, avental, boné árabe e botas.

d) Luvas, respiradores, óculos de segurança ou viseira facial, jaleco e calça hidro-repelen-


tes, avental, boné árabe e botas de couro.

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Defensivos Agrícolas NR31.7

MÓDULO 6
Conhecendo os
procedimentos
práticos
Você toma os devidos cuidados com os defensivos
agrícolas? Procura se informar antes de manipular
esses produtos? Nesse curso serão abordadas as
maneiras mais adequadas e seguras de manipulação.
Você conhecerá a origem, os princípios legais de sua
utilização, as formas de exposição, as informações de
segurança contidas em rótulos e bulas, quais as medidas
higiênicas mais recomendadas e os procedimentos
práticos para aplicação de defensivos agrícolas.
Programa Gestão de Riscos em Saúde
e Segurança no Trabalho Rural

Prevenção de Acidentes com


Defensivos Agrícolas NR31.7

SENAR, 2021
Estrutura Organizacional
Presidente do Conselho Administrativo
José Mário Schreiner

Superintendente do Senar Goiás


Dirceu Borges

Diretor do Departamento Técnico do Senar Goiás


Flávio Henrique Silva

Gerente de Educação Formal do Senar Goiás


Mara Lopes de Araújo Lima
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Módulo 6
Conhecendo os procedimentos práticos
Seja bem-vindo ao sexto módulo! Nesta etapa você irá conferir como se executa trabalhos com
aplicação de defensivos agrícolas na prática, desde a origem da demanda do serviço até a lava-
gem e armazenamento do Equipamento de Proteção Individual - EPI.

Os conteúdos estão divididos nas seguintes aulas:


• Aula 1: Procedimentos práticos para aplicação manual de defensivos agrícolas.
• Aula 2: Destino dos materiais após aplicação e procedimento mecanizado.

Fonte: Getty Images

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 5


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Aula 1

Destino dos materiais após aplicação e procedimento


mecanizado

Fonte: Getty Images

Nesta aula veremos como proceder, de maneira correta, a aplicação de defensivos agrícolas.

Iremos iniciar com as aplicações manuais que na maioria das vezes acontecem com a tradicional
bomba costal, o pulverizador, com capacidade para 20 litros. Porém, o conteúdo apresentado
poderá ser realizado em qualquer tipo de aplicação manual. Vamos começar?

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 6


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Origem da demanda do serviço, receituário agronômico


Você sabia que as aplicações de defensivos agrícolas não são efetuadas ao acaso? O procedi-
mento é justamente ao contrário disso. Acompanhe!

A aplicação de defensivos agrícolas é um tra-


balho que deve ser executado de acordo com
a necessidade, por exemplo, o controle de de-
terminado inseto considerado praga em uma
lavoura de soja.

Quando o problema é identificado, as medidas


de controle são buscadas junto a profissionais Fonte: Getty Images

capacitados, como os engenheiros agrônomos, que irão gerar uma receita agronômica contendo
a indicação do produto que será utilizado e outras informações complementares: horário propício,
cuidados a serem tomados e o método de aplicação.

Você que irá trabalhar na aplicação de defensivos agrícolas vai precisar entender um pouco
sobre o procedimento de receituário agronômico para seguirmos adiante. Vamos conhecer esse
processo? Veja no quadro abaixo quais são os passos que desencadeiam na aplicação de um
defensivo agrícola:

O proprietário ou funcionário responsável identifica na lavoura um


Passo 1
possível ataque de pragas.

Após a identificação, é necessário buscar o auxílio técnico de uma


pessoa capacitada, como o engenheiro agrônomo, por exemplo.
O profissional pode ser localizado em agropecuárias e também é
Passo 2 possível realizar a contratação de um autônomo ou ser feita consul-
ta ao responsável técnico da propriedade. Como o profissional téc-
nico irá deslocar-se até o local, não há problema que esse primeiro
contato seja feito por telefone, e-mail ou outra forma remota.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 7


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

O profissional técnico se desloca até a propriedade, faz a vistoria


Passo 3 da lavoura identificando a possível praga que está causando im-
pacto e também verifica a realidade do local.

O técnico analisa a situação e o método de controle, e, quando o


mais eficaz for o químico, emite uma receita para compra do pro-
Passo 4
duto indicado que pode ser pelo princípio ativo ou pelo nome co-
mercial.

Em posse da receita, o interessado realiza a aquisição do produto


químico. Na receita, além da indicação do defensivo agrícola, tam-
Passo 5 bém poderá conter o EPI necessário, horário e tipo de aplicação.
Estas informações também podem ser encontradas na “bula” do
produto químico.

Bula: a bula normalmente fica junto ao rótulo do produto, colado na parte externa do recipiente.

Dica do Especialista

O processo que gera a necessidade de aplicação de defensivos agrícolas é o receituário


agronômico, porém nem todos os processos têm como indicação de controle um produto
químico. Caso o engenheiro agrônomo, ou similar, após analisar o caso, encontre outro
método mais propício para sanar o problema, poderá indicá-lo. Vamos ver alguns exem-
plos alternativos de controle:
• utilizar barreiras físicas ou naturais que impeçam a entrada e permanência dos inse-
tos maléficos na lavoura;

• utilizar o controle químico em conjunto com outro método.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 8


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Agora vamos verificar como realizar o armazenamento e também o transporte do produto.


Acompanhe!

Armazenamento e transporte do produto


Após a aquisição do produto e o transporte até a propriedade, o próximo passo é a correta
armazenagem do defensivo agrícola para uso futuro. Vamos conferir a maneira certa para fazer
essa guarda?

A armazenagem deve seguir alguns critérios, principalmente referente às edificações para tal
fim. Conforme vimos no módulo 2 deste curso, a NR31, em seu item NR31.7.3-i, traz a seguinte
informação:

É vedada a armazenagem de embalagens va-


zias ou cheias de agrotóxicos, aditivos, adju-
vantes e produtos afins, em desacordo com o
estabelecido na bula do fabricante.

É importante lembrarmos que a bula de cada


produto sempre trará informações sobre o ar-
Fonte: Getty Images mazenamento dele.

No módulo 2 vimos quais são as exigências sobre as edificações para armazenamento do pro-
duto, caso necessário, volte e confira o conteúdo.

Procedimento interno: OS – Ordem de Serviço


Após realizarmos a armazenagem correta, chegará o dia em que a aplicação será efetuada,
onde as atenções com segurança e prevenção de acidentes devem ser redobradas.

Para cada aplicação de defensivo químico sugerimos que seja feito uma OS – Ordem de Servi-
ço, também chamada de permissão de trabalho. Vamos ver o que diz a NR31 sobre a OS:

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 9


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Permissão de trabalho - ordem de serviço: do-


cumento escrito, específico e auditável, que
contenha, no mínimo, a descrição do serviço,
a data, o local, o nome e a função dos traba-
lhadores e dos responsáveis pelo serviço e por
sua emissão e os procedimentos de trabalho e
segurança.
Fonte: Getty Images

Como pudemos ver, a OS é um documento interno que deve ser emitido pelo empregador ou
equiparado e entregue ao funcionário que executará o serviço.

Para geração da OS, as principais informações são obtidas no receituário agronômico e na


bula do produto.

Dica do Especialista

A emissão de OS também pode ser implantada em propriedades familiares, mesmo que


o responsável pela geração dela seja a mesma pessoa que fará a aplicação, pois esse
documento poderá servir de orientação para o trabalhador na hora de executar o serviço.
Por exemplo, ele poderá levar uma cópia dessa ordem no bolso e se orientar caso tenha
esquecido de algo, como o EPI necessário. Além disso, em caso de acidentes a OS irá
fornecer informações importantes para o atendimento médico. A ordem deverá ser guar-
dada após a aplicação do produto, servindo para controles futuros.

Agora, vamos verificar quais são os próximos passos para a aplicação do produto.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 10


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Equipamento de Proteção Individual- EPI


Após realizarmos a armazenagem correta do produto, chegará o dia em que a aplicação será
efetuada, onde as atenções com segurança e prevenção de acidentes devem ser redobradas.

Com a OS em mãos, o profissional responsável


pela aplicação irá começar o trabalho prático e
o primeiro passo é vestir os EPIs, lembrando
que cada produto tem a sua exigência de itens.

Podemos encontrar essa informação na ordem


de serviço ou diretamente na bula do produto,
Fonte: Getty Images nos pictogramas.

No módulo 4, vimos quais são os pictogramas que podem conter em uma bula e no módulo 5,
vimos quais são todos os componentes de EPI que podem ser solicitados na hora da aplicação
do defensivo agrícola. Se achar necessário, volte e reveja esses conteúdos!

Preparo da calda
Nesta etapa, o aplicador irá fazer a diluição do produto químico em um recipiente com água,
que posteriormente será diluído novamente na bomba de aplicação ou então, em caso de apli-
cação com pulverizadores costais, a calda pode ser preparada dentro do próprio pulverizador,
com o auxílio de um dosador.

Esta ainda não é a etapa de aplicação, porém


deve ser tratada com igual precaução. Inclu-
sive, deve-se utilizar o EPI necessário, pois há
contato direto e muito próximo com o produto
químico utilizado.

É aqui que será feita a dosagem do produto de


acordo com as recomendações técnicas. A do- Fonte: Getty Images

sagem indicada poderá ser consultada na OS, na receita agronômica ou na bula do produto,
este também é o momento onde serão adicionados os produtos adjuvantes.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 11


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Alguns produtos já vêm com ele na formulação e por isso não precisam ser adicionados na
hora da aplicação.

Adjuvantes: os adjuvantes possuem funções específicas e os mais comuns são: espalhantes adesivos,
supressores de espuma, reguladores de pH, solubilizantes, penetrantes, entre outros.

Por se tratar de doses específicas, nesta etapa o aplicador necessitará de um recipiente dosador
ou então recipiente com a medida conhecida.

Em algumas situações o EPI para o preparo da calda é o mesmo da apli-


cação, às vezes não. Essa informação poderá ser obtida nos documentos
que já mencionamos ao longo do módulo. Na dúvida, utilize o EPI com-
pleto recomendado para aplicação.

Fonte: Getty Images

Vamos ver abaixo o passo a passo de preparo de calda no próprio pulverizador costal:

Passo 2 Passo 3
Coloque água no recipiente do
Vista o EPI.
pulverizador até a metade do
Vestido, coloque
total que será preparado. Faça a
o pulverizador
Passo 1 dosagem de acordo com a
costal em cima
recomendação e, com o auxílio
de uma bancada,
Separe o produto, os de um copo graduado ou similar,
em um ambiente
equipamentos e as despeje a dosagem também na
aberto e com
ferramentas necessárias bomba. Complete a outra
disponibilidade
para o preparo da calda. metade do volume de água,
de água.
mexa com uma haste de madeira
e tampe o pulverizador costal.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 12


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Aplicação do produto
Chegou o momento da aplicação. Após o preparo da calda e o produto colocado na bomba, é
hora de realizar o serviço na área de tratamento.

O primeiro passo é, caso ainda não esteja com


todos os componentes do EPI, colocá-los.

Fonte: Getty Images

Outra atenção especial que se deve ter é com a


ergonomia: a tradicional bomba de aplicação
manual tem capacidade de 20 litros e esse peso
extra precisa de atenção. Tomar cuidado na hora
de colocar a bomba e também manter uma pos-
tura correta e ereta no momento da aplicação
são cuidados fundamentais. Fonte: Getty Images

No caso da bomba costal, ela pode ser colocada


em cima de alguma bancada ou deve-se solicitar
o auxílio de uma segunda pessoa. Isso evita que
o aplicador tenha que se abaixar. A escolha de
horas com temperaturas mais amenas do dia,
quando possível, também é muito eficaz.
Fonte: Getty Images

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 13


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Boas práticas na aplicação de defensivos

Ainda com relação ao horário recomendado para aplicação dos produtos, quando ele não for
descrito na OS, receituário ou bula, pode-se prezar pela boa prática de aplicar em um horário
no qual o impacto sobre insetos benéficos seja menor.

Um exemplo é aplicar o produto químico em


um horário no qual os insetos, como as abe-
lhas, não estão polinizando as flores. Afinal de
contas, o objetivo do controle químico é con-
trolar apenas aquilo que causa dano.

Fonte: Getty Images

Insetos que não são considerados pragas podem proporcionar um equilíbrio natural. Alguns
deles são até mesmo benéficos para a produção e podem agir como predadores de pragas na
cadeia alimentar.

Após o término da aplicação do produto, a área deverá ser identificada e sinalizada. A sinali-
zação serve para informar os demais trabalhadores ou terceiros sobre a aplicação do produto,
nesta identificação duas informações são primordiais: período de carência e intervalo de reen-
trada. Veja no quadro abaixo o que é cada um deles:

Período de Intervalo de dias a serem aguardados entre a aplicação do produto


carência e a colheita do mesmo.

Intervalo de Intervalo entre a aplicação do produto e entrada de pessoas sem


reentrada EPI na área tratada.

Tanto o período de carência quanto o intervalo de reentrada podem ser encontrados na OS, na
receita agronômica ou na bula do produto.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 14


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Estudo de caso

Renato é um trabalhador experiente e já parti-


cipou da capacitação para trabalhar com a apli-
cação de defensivos agrícolas. Ele recebeu uma
OS de seu empregador para fazer a aplicação de
um produto químico para controle de determina-
da praga na lavoura. Após concluída a aplicação,
seguindo todos os cuidados mencionados na
OS, no receituário e na bula do produto, Rena-
to observou que não constava na OS qual era o
intervalo de reentrada na área tratada. Isso não
preocupou Renato, pois como é um funcionário
bem instruído, buscou essa informação direta-
mente na bula do defensivo agrícola. Após verificar que o período é de 16 dias, ele sina-
lizou essa informação e informou seus colegas de trabalho.

No 11º dia após aplicação, Augusto, outro funcionário da fazenda, mas que não trabalha
com exposição direta a defensivos agrícolas, precisou entrar na área tratada pois estava
procurando uma ferramenta que havia perdido e suspeitava ter deixado no local antes
do tratamento feito por Renato. Então, por conta própria, para não incomodar ninguém,
colocou parte dos EPIs que estavam guardados no vestiário da fazenda, faltando a más-
cara facial. Augusto entrou no local e conseguiu encontrar a ferramenta que estava pro-
curando. Tudo isso foi muito rápido, levando menos de 15 minutos até voltar para sua
atividade.

Observando o caso acima, a atitude de Augusto está correta?

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 15


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Reflexão

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 16


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Aula 2

Destino dos materiais após aplicação e procedimento


mecanizado
Nesta aula vamos aprender como dar o destino correto aos produtos e materiais utilizados na apli-
cação dos defensivos agrícolas e também as etapas para o procedimento mecanizado. Vamos lá?

Fonte: Getty Images

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 17


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Veja no quadro abaixo como proceder ao final do trabalho de aplicação:

Destinação das sobras e água Após a aplicação, as possíveis sobras e a água re-
residuária do enxágue da siduária do enxágue da bomba devem ser desti-
bomba nadas à bordadura da área da tratada.

Quando o produto for completamente utilizado,


o aplicador deverá proceder com o descarte da
embalagem vazia. Esse procedimento consiste na
tríplice lavagem, inutilização com furos ao fundo
do recipiente e devolução ao centro de recolhi-
mento, também chamado de ponto de entrega
Descarte da embalagem ou ou coleta. Caso não tenha ponto de recolhimento
rearmazenagem do produto na região, a devolução deve ser realizada ao ven-
dedor do produto. Em hipótese alguma essa em-
balagem pode ser reutilizada. Quando o produto
não for usado por completo, o aplicador deverá
proceder com o rearmazenamento do produto
com vedação com a tampa original e estocagem
no local adequado.

Cessado o contato direto com os produtos quími-


Retirada do equipamento de cos, o aplicador poderá dar início à retirada dos EPIs.
proteção individual Vimos essa sequência na aula 2 do módulo 5, você
pode consultar novamente caso tenha dúvidas.

Após o final do serviço, cessado o contato com


os produtos, o trabalhador deverá proceder com
Lavagem dos EPIs e a lavagem do EPI, e com a higienização pessoal.
higienização do trabalhador Esses procedimentos detalhados foram vistos na
aula 1 do módulo 5. Caso seja necessário, volte e
veja o conteúdo novamente.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 18


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Bordadura: toda área de plantio tem uma extremidade do talhão que é considerada como bordadura.
Pode ser apenas a área mais externa do talhão, um carreador, uma área de preservação permanente,
uma rodovia ou mesmo um perímetro pertencente a um vizinho.

Assim que todas essas etapas forem realizadas, o serviço estará encerrado de forma segura e regular.

Saiba mais

Para saber mais sobre devolução de embalagens, assista a essa reportagem do jornalismo
da Band: https://www.youtube.com/watch?v=MH6GaW_6MSc

Agora vamos ver como realizar a aplicação de defensivos agrícolas de forma mecânica.

Aplicação mecanizada de defensivos agrícolas


Em alguns casos, a aplicação do produto químico poderá ser efetuada de forma mecanizada,
com uso de tratores e implementos.

A identificação desses casos pode ser realizada


nos pictogramas no rótulo do produto. Na aula
1 do módulo 4 você viu um exemplo de picto-
grama de aplicação mecanizada. Caso precise,
volte ao conteúdo para relembrar.

Fonte: Getty Images

É importante ressaltar que, para aplicações mecanizadas, o trabalhador também deverá estar
capacitado para o desempenho de trabalho com máquinas e implementos agrícolas.

Neste tipo de aplicação é recomendada a manutenção preventiva da máquina e implementos


utilizados, evitando possíveis imprevistos que possam causar impactos negativos.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 19


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Momentos antes da aplicação, o trabalhador também poderá fazer um check-up rápido na má-
quina e verificar se tudo está funcionando perfeitamente.

Check-up: significa checagem, conferência.

Agora, vamos conferir o passo a passo para que esse procedimento seja realizado.

Etapas iniciais
Em caso da aplicação mecanizada, as etapas iniciais se assemelham com a aplicação manual
as etapas: 1.1 Origem da demanda do serviço,
receituário agronômico; 1.2 Armazenamento e
transporte do produto e 1.3 Procedimento in-
terno, OS – Ordem de Serviço, são as mesmas.

Porém a exigência do EPI, quando em tratores


Fonte: Getty Images
cabinados, não se faz necessária, visto que a
cabine do trator já atua como equipamento de proteção, desde que seja vedada.

Em casos de tratores não cabinados ou com cabines não vedadas, o EPI se torna necessário.

Preparo da calda
O preparo da calda na aplicação mecanizada também deve ser efetuado com cautela e com o EPI
exigido corretamente vestido. A diferença é que, após o preparo da calda, ela não será colocada
em uma bomba manual, mas sim no recipiente do implemento para aplicação.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 20


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Boas práticas na aplicação mecanizada


Fique atento, a aplicação do produto de forma
mecanizada não oferece os riscos ergonômicos
presentes na aplicação manual.

Neste formato, os procedimentos de aplicação


estarão relacionados com o domínio de pilota-
gem e planejamento do serviço.
Fonte: Getty Images
Mesmo na aplicação mecanizada devem ser observadas as boas práticas, por exemplo, o horário
da aplicação para evitar que insetos benéficos sejam atingidos.

Etapas posteriores
As etapas posteriores à aplicação mecanizada como descarte das embalagens, rearmazenamen-
to do produto, retirada e limpeza do EPI (quando utilizado) também seguem os mesmos precei-
tos que vimos na aplicação manual.

Estudo de caso

Marcos trabalha com aplicação de defensivos agrícolas no sítio Rio Bonito e recebeu
uma OS para fazer uma aplicação motorizada na lavoura. Como o trator do sítio tem
cabine vedada, que atua como EPC – Equipamento de Proteção Coletiva, Marcos colo-
cou o EPI apenas para o preparo da calda. Após pre-
parar a mistura, ele retirou o EPI e deixou-o no local
onde preparou a calda para lavar e guardar após o
término do serviço. Durante a aplicação na área tra-
tada, Marcos, que é um condutor experiente de tra-
tor, percebeu um ruído que possivelmente seria um
parafuso solto. Então, sem desligar o trator, desceu
e fez o aperto do parafuso rapidamente, voltando
assim a fazer a aplicação com sucesso. A prática
realizada por Marcos está correta?

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Reflexão

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 22


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Recapitulando
Chegamos ao final do módulo e também do nosso curso, parabéns! Aqui você conheceu como
proceder com a correta aplicação de defensivos agrícolas na prática cotidiana de um trabalhador
do setor.

Acompanhamos toda sistemática que envolve a aplicação de defensivos agrícolas, desde a gera-
ção da demanda, o receituário agronômico, a geração da ordem de serviço, o armazenamento, a
aplicação e, por fim, as medidas de higiene ao término da aplicação.

Vimos a importância da identificação da área tratada após cada aplicação e também boas prá-
ticas na hora da aplicação, visando minimizar os riscos de acidentes e também os impactos no
meio ambiente.

Constatamos que a aplicação mecanizada segue os mesmos passos iniciais da aplicação ma-
nual, diferenciando-se no momento da aplicação.

Por fim, sabemos que seguindo as recomendações e efetuando a aplicação de forma eficiente, os
riscos de acidentes com defensivos agrícolas são extintos ou minimizados. Por isso, essas etapas
merecem toda atenção que proporcionamos neste módulo.

Esperamos que todo conteúdo que vimos aqui seja útil na sua lida diária.

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 23


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Módulo 6 – Atividade de aprendizagem

1. Nos trabalhos com uso de defensivos agrícolas há um procedimento que é realizado nas
primeiras etapas. Trata-se do processo de receituário agronômico. No surgimento da ne-
cessidade de controle de uma praga, o aplicador não deve realizar nenhum serviço sem
orientação adequada, seguir dicas de vizinhos ou recomendações feitas no passado para
controles semelhantes. Afinal, quem é o responsável por fazer esse processo de receituário
agronômico?
a) Um responsável técnico com formação em ciências agrárias, como um engenheiro
agrônomo.

b) O empregador rural ou equiparado, que deverá fazer a aquisição do produto e, conse-


quentemente, executar o processo de receituário.

c) O vendedor da casa agropecuária, pois já conhece todos os produtos da loja e seus


meios de ação.

d) O trabalhador que fará a aplicação do produto, visto que ele poderá escolher aquele
com uma melhor forma de aplicação.

2. Durante a lida cotidiana, certo funcionário de uma propriedade rural, com capacitação para
trabalhos com exposição direta a defensivos agrícolas, percebeu que a lavoura de milho es-
tava precisando de reaplicação de inseticida para controle de uma praga que causa sérios

Módulo 6 - Conhecendo os procedimentos práticos // 24


Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

danos econômicos. Então lembrou que, por mais que ele já havia feito outra aplicação há al-
guns dias, deveria buscar uma nova Ordem de Serviço antes de começar o planejamento para
a nova aplicação. Com quem ele deverá se comunicar para fazer a emissão desta OS e poder
realizar com segurança o serviço?
a) O engenheiro agrônomo.

b) O trabalhador que irá aplicar o produto.

c) A OS já vem descrita na bula do produto.

d) O empregador rural ou equiparado.

3. Quando falamos de aplicação de defensivos agrícolas, o trabalho do aplicador na exposi-


ção direta não termina com o término do serviço, pois há algumas etapas e recomendações
pós-aplicação que devem ser desenvolvidas. Um dos deveres é a identificação da área tra-
tada. São dois os períodos/intervalos que devem ser identificados. Um deles é o período de
carência, ou seja, o intervalo de dias a serem aguardados entre a aplicação do produto e a
colheita do mesmo. E o outro é o intervalo de reentrada. Como o trabalhador deve interpre-
tar o intervalo de reentrada?
a) Intervalo entre o dia da aplicação do produto químico e a reaplicação sugerida.

b) Intervalo entre a aplicação do produto químico e a devolução da embalagem ao ponto


de entrega.

c) Intervalo entre a aplicação do produto químico e a reentrada de pessoas na área tratada.

d) Intervalo entre a compra do produto químico e a reentrada da nota fiscal para controle
sanitário.

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Finalizando o Curso
No decorrer deste curso, você estudou os riscos existentes na manipulação de produtos tóxicos,
como é possível evitar acidentes dessa espécie e os procedimentos práticos para aplicação. Com
base na NR31.7, descobriu os princípios legais de utilização e quais são as medidas mais seguras
de manipulação.

Aproveite todo conhecimento adquirido para atuar de forma adequada durante o exercício diário
da sua função. Fique sempre atento também às informações presentes nas bulas e rótulos. Com
todo esse conhecimento, certamente, você estará pronto para exercer sua função com segurança.

Fonte: Shutterstock

Até a próxima e boa lida!

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Bibliografia
ASSOCIAÇÃO Nacional de Defesa Vegetal. Manual de Segurança e Saúde/ANDEF. Campinas,
São Paulo: Linea Creativa, 2006.

BRASIL. Anvisa vai reclassificar defensivos agrícolas que estão no mercado. Disponível em: ht-
tps://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/anvisa-vai-reclassificar-todos-os-agroto-
xicos-que-estao-no-mercado Acesso em: 23 ago 2021.

BRASIL. NOTA TÉCNICA Nº 11/2020/SEI/GEAST/GGTOX/DIRE3/ANVISA. Disponível em: www.


gov.br/anvisa/pt-br/setorregulado/regularizacao/agrotoxicos/notas-tecnicas/nota-tecnica-ro-
tulagem-biologicos.pdf. Acesso em: 23 ago 2021.

BRASIL. Organização Pan-Americana da Saúde. Manual de vigilância da saúde de populações


expostas a agrotóxicos. Brasília, 1997.

GARCIA, Eduardo. ALVES FILHO, José Prado. Aspectos de prevenção e controle de acidentes no
trabalho com agrotóxicos. São Paulo: Fundacentro, 2005.

GARCIA, G.; ALMEIDA, W. F. Exposição dos trabalhadores rurais aos agrotóxicos no Brasil – Re-
vista Brasileira de Saúde ocupacional, 72 – Vol. 19 – Jan, Fev, Mar, 1991.

IWAMI, Alcino. Et al. Manual de uso correto e seguro de produtos fitossanitários - agrotóxicos.
São Paulo: Linea Creativa, 2010.

LUNA, A J; SALES, L. T e SILVA, R. F. AGROTÓXICOS: Responsabilidade de Todos (Uma aborda-


gem da questão dentro do paradigma do desenvolvimento sustentável). 19 p.

MTE. Norma Regulamentadora n. 31: NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pe-


cuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Brasília, 2005.

YAMASHITA, Maria Gabriela Nunes. Análise de rótulos e bulas de agrotóxicos segundo dados
exigidos pela legislação federal de agrotóxicos e afins e de acordo com parâmetros de legibili-
dade tipográfica. Bauru: UNESP/FAAC, 2008.

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Gabarito – Atividades de aprendizagem

Módulo 1
1) A
2) B
3) B

Módulo 2
1) C
2) D
3) A

Módulo 3
1) B
2) A

Módulo 4
1) D
2) A
3) C

Módulo 5
1) C
2) D
3) C

Módulo 6
1) A
2) D
3) C

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Prevenção de Acidentes com Defensivos Agrícolas NR31.7

Reflexão Estudo de Caso 1:

Se você respondeu que a mudança teve influência direta na diminuição do impacto ambiental e
para o ser humano, você está certo. A combinação de doses menores e menos toxicidade tem in-
fluência direta na segurança dos trabalhadores e também na preservação da natureza.

Reflexão Estudo de Caso 2:

Se você respondeu que a primeira medida seria afastar a pessoa da fonte de contaminação e ob-
servar a presença de anormalidades que possam representar risco de vida imediato, você está cer-
to. O contaminado pode apresentar sinais que levam à parada ou dificuldade respiratória, parada
circulatória, estado de choque, convulsões ou até mesmo ao coma. Por isso, é importantíssimo que
nas propriedades que utilizam produtos fitossanitários as pessoas envolvidas na atividade tenham
treinamento em primeiros socorros.

Reflexão Estudo de Caso 3:

Se você respondeu que a atitude está errada, você acertou. O intervalo de reentrada deve ser se-
guido à risca, em hipótese alguma, outro funcionário deve adentrar a área tratada antes do término
desse intervalo, muito menos sem todos os componentes do EPI recomendados. Neste caso, o cor-
reto seria Augusto conversar com Renato, explicar a situação, e então Renato, que é quem possui a
capacitação e as orientações adequadas para o trabalho com exposição direta a defensivos agríco-
las colocaria o EPI, com os componentes adequados e adentrar a área tratada para procurar a ferra-
menta de Augusto. O possível incômodo, ou contratempo, em procurar o profissional adequado ou
então informar ao encarregado sobre a situação são irrelevantes perante os riscos de tal situação.

Reflexão Estudo de Caso 4:

O recomendado é que o funcionário carregue o EPI junto à cabine do trator, mesmo que não esteja
vestindo-o, justamente para casos de emergência. Já em situações onde essa recomendação não foi
seguida e acontece um imprevisto, a primeira orientação é que o condutor analise se há a possibi-
lidade de conduzir o trator para fora da área tratada para assim fazer o reparo na máquina, se isso
não for possível, o condutor deverá sair do trator e sair da área tratada imediatamente, procuran-
do passar por um caminho onde ainda não tenha sido feito aplicação, e então vestir o EPI e voltar
para fazer o reparo no trator. Outra orientação é que sempre desligue o trator e certifique-se que
o mesmo está com os freios acionados para fazer as manutenções, pois além dos riscos químicos
proporcionados pelos defensivos, há também outros riscos presentes no trabalho com máquinas.

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