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Escola Superior de Governação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Metodologia de Pesquisa em Ciências Sociais

2o Ano, Pós-Laboral

Elementos Pré-Textuais, Textuais e Pós-Textuais do Trabalho de Pesquisa

Discente: Docente:

Azarias Mutola PhD. Alberto Togarepe

Maputo, Março de 2023


Índice

1. Elementos Pré-textuais ........................................................................................................... 1

2. Elementos Textuais ................................................................................................................ 2

3. Elementos Pós-Textuais ......................................................................................................... 7

4. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 9
1. Elementos Pré-textuais

São aqueles que aparecem em trabalhos académicos (como monografias e dissertações, por
exemplo) antes do desenvolvimento do texto principal. A função desses componentes é
contribuir para uma boa apresentação do trabalho, auxiliando em sua organização e na
explanação das ideias. Para o caso da UJC, a secção dos elementos pré-textuais é
sucessivamente, composta pelas páginas de capa, declaração de autoria, termo de
responsabilização do candidato e do supervisor, índice, agradecimentos, dedicatória, lista de
abreviaturas e/acrónimos, lista de tabelas, gráficos e mapas e pela página de sumário
executivo.

A capa é a página de título do trabalho em que se indica a designação da Instituição


(Universidade Joaquim Chissano), o título e subtítulo do trabalho e o grau académico
pretendido, o nome do candidato, o nome do supervisor e dos respectivos títulos académicos,
a cidade e a data em que ocorrerá a defesa.

A Declaração de Autoria é o depoimento da titularidade do trabalho logo depois da capa


devidamente assinada pelo candidato.

Ex: Eu, Azarias Mutola, declaro, por minha honra, que o presente trabalho é da
minha autoria e que nunca foi anteriormente apresentado para avaliação em
nenhuma Instituição de Ensino Superior, nacional ou de outro País.

O Termo de Responsabilização da Candidata e do Supervisor - apresenta-se o tema, a


instituição de submissão do trabalho e a finalidade do mesmo.

Ex: Monografia a ser submetida na Escola Superior de Governação (ESG) da


Universidade Joaquim Chissano (UJC), como cumprimento parcial dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Licenciatura em Administração Pública
(AP).

O índice em que se apresenta a listagem, de forma lógica e tópica de todos os elementos


estruturais do trabalho, seguindo a seguinte sequencia: elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais.

Os agradecimentos é o local onde o autor pode expressar sua gratidão. Homenageando


aqueles que contribuíram de alguma maneira para a conclusão bem-sucedida do seu trabalho
de pesquisa.

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Ex: Agradeço primeiro a Deus por manter-me na trilha certa durante trabalho de
pesquisa com saúde e forcas para chegar num final tão brilhante.

A dedicatória é um espaço reservado para indicar para quem o projecto de pesquisa foi
oferecido, no agradecimento são incluídas homenagens que podem ser dedicadas a várias
pessoas.

Ex: dedico este trabalho aos meus colegas.

A Lista de Siglas e Acrónimos consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas


utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões correspondentes grafadas por
extenso. Recomenda-se lista própria para abreviaturas e outra para siglas. Ex:

UJC – Universidade Joaquim Chissano;

ESG – Escola Superior de Governação;

A Lista de Gráficos, Quadros e Tabela apresenta uma lista de ilustrações, elaborada


conforme a ordem que cada item é apresentado no texto. Cada ilustração deve ser designada
por seu nome específico, travessão, título e respectivo número da folha ou página.

O Sumário Executivo consiste na apresentação, em poucas palavras, em página única, do


objecto e dos objectivos da investigação, métodos utilizados e das conclusões.

Ex: O presente estudo tem como objectivo geral analisar_______________ no âmbito


metodológico classifica-se ____________. Constatou-se que ____________.

2. Elementos Textuais

Os elementos textuais são o desenvolvimento do conteúdo do trabalho propriamente dito.


Têm três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão, além de outras
subdivisões que enriquecem o trabalho de pesquisa (Marconi & Lakatos, 1992).

Na UJC estabelece-se que que a introdução, os capítulos, subcapítulos e a conclusão


estruturam o texto principal do trabalho.

No artigo 7 descreve-se que os textos de trabalhos científicos devem ser escritos em Word,
devendo-se utilizar a fonte Times New Roman.

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A delimitação das páginas do trabalho limita-se nos elementos textuais (da introdução até à
conclusão) devendo ser de 45 a 50 páginas. Portanto, deixa-se de fora da contagem os
elementos pré e pós textuais.

Os títulos e os subtítulos a serem destacados em negritos, devem ser registados em carácter


no12.

Ainda neste artigo estabelece-se que os títulos devem ser em letras maiúsculas e em negrito e
enumerados em algarismos árabes; os subtítulos devem ser escritos com letras iniciais
maiúsculas e as restantes em caracteres normais e em negrito, antecedidos da respectiva
enumeração em números árabes.

Ex de Título:

CAPÍTULO 3: O MUNDO TECNOLOGICO

Ex de Subtítulo:

3.1 As Tecnologias Organizacionais

A introdução representa o espaço onde o candidato explica o que pretende fazer, por que
fazer e como fazer a pesquisa. Apresenta-se os elementos essenciais do trabalho, devendo, em
consequência, explicitar por que escolheu o tema, quais são os objectivos. Geralmente, a
introdução do trabalho de pesquisa compõe-se de seguintes aspectos justificáveis pela
avaliação do saber sobre o objecto:

Tema devidamente delimitado no tempo e no espaço.

Ex: Contributo da Planificação de Recursos Humanos no Desenvolvimento das


Organizações: Departamento de Recursos Humanos do Governo do Distrito de Marracuene
(2019-2021)

Justificativa – contendo uma a duas páginas, a justificativa não leva citações, é pessoal
associado ao contexto económico, político, social e à dinâmica do debate teórico-conceptual
sobre o tópico em análise.

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Problematização – possibilita a definição do problema objecto de estudo, como fenómeno
com características próprias no espaço e no tempo. Esta decorre da crítica sobre o legado
teórico e conceptual de um determinado subcampo do saber. Problematizar significa
manifestar, à luz de uma evidência empírica, um questionamento, uma atitude céptica face às
crenças e conclusões científicas, no espaço e no tempo. É deste processo que se levanta uma
pergunta de partida associada ao tema.

Ex de problematização de pesquisa

Historicamente, as políticas de gestão de pessoas na Administração Pública em


Moçambique são caracterizadas por dificuldades significativas no que se referem à
estruturação dos seus principais sistemas.

Em meados da década de 1980, a noção de administração de pessoal começou a ser


substituída pela administração de recursos humanos. Na gestão pública, esse tipo de
administração tem sido descrito como a função de planear, coordenar e controlar a
obtenção de mão-de-obra necessária à organização pública (Santos, 2006).

Para Marconi (2009:35) “a gestão de recursos humanos deixou de se pautar por


mecanismos que privilegiavam a progressão e as melhorias salariais associadas ao
tempo de serviço, logo praticamente automáticos, e passou a se vincular a
instrumentos que incentivem o desempenho”.

Ao se referir ao Recurso Humano, Dutra (2009: 40) afirma que “a gestão estratégica
do RH pode ser compreendida como a definição de políticas e directrizes em relação
aos recursos humanos para aumentar a habilidade dos servidores e, por consequência,
do próprio órgão público para realizar seu trabalho de modo a alcançar seus
objectivos”.

Sabe-se da importância de uma administração eficiente, com planeamento em todas as


suas áreas, na gestão de pessoas não é diferente, precisa ser elaborada com seriedade,
pois é ela responsável em analisar as qualidades e habilidades de cada servidor, para
encaminhá-lo ao sector onde melhor desenvolva suas atribuições gerando um
atendimento de excelência a população. Segundo Dutra (2009) a gestão estratégica do
RH na organização pública tem início com uma vasta discussão sobre seu papel,
diante das necessidades atuais da sociedade, pois são os factores económicos e

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políticos do ambiente que definirão as restrições orçamentárias a serem enfrentadas,
além das competências e atribuições do quadro pessoal.

Sabe-se que o planeamento é de vital importância para o sucesso da organização.


Então, segundo Bergue (2007:97), o planeamento estratégico de recursos humanos
deve ser parte integrante do Planeamento Estratégico da Organização, devendo nele
constar: a) valores institucionais relativos à gestão de Pessoas; b) cenários actuais e
futuro de actuação do órgão ou ente público; c) directrizes gerais das políticas de
dimensionamento das necessidades de pessoas, treinamento e desenvolvimento de
pessoas, remuneração e incentivos, actuação e integração social.

Percebe-se que as administrações públicas não valorizam com a devida importância a


área de recursos humanos, tratando-a apenas como um sector que admite e demite
pessoas, esquecendo que a mesma deve buscar a qualificação dos servidores, além de
servir como elo entre a administração e os servidores. Sabe-se que dentro dos órgãos
públicos havia um grande apadrinhamento de pessoas da família, sem contar na falta
de capacitação de tais pessoas, o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado
(EGFAE) iniciou um processo de mudança neste quadro, procurou buscar da
Administração Pública maior transparência, profissionalismo e menos injustiças, além
do concurso público que oferece aos cidadãos oportunidade igual no ingresso ao
serviço público.

Para Dutra (2009:29) “a actuação da área de Gestão de Pessoas, numa concepção


estratégica tem como premissa básica, a geração de comprometimento, que demanda
tempo, estratégias adequadas e constante avaliação, com a adopção de medidas
correctivas”.

O quadro de pessoal das organizações públicas deve ser composto de indivíduos que
possuam os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a prestação dos
serviços públicos. Os profissionais de Recursos Humanos exercem papel fundamental
dentro da organização, devendo utilizar meios adequados para a locação das pessoas,
bem como na identificação de capacitação, reciclagem e treinamento dos servidores.

Em face a este cenário, sabe-se que existem dificuldades na Gestão de Pessoas devido
à falta de acção ou enganos que podem trazer deficiências ou dificuldades na geração
de novas estratégias de comprometimento. Certas habilidades e atitudes somente serão

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avaliadas após um maior contacto, possibilitando assim o reconhecimento das
potencialidades, qualificações e demais aspectos ligados ao comportamento dos
candidatos. Perante este contexto surge a seguinte questão: até que ponto a
planificação de recursos humanos contribui no desenvolvimento do
Departamento de Recursos Humanos do governo do distrito de Marracuene?

Objectivos da pesquisa – surgem do questionamento efectuado anteriormente, podendo ser


tipificáveis em gerais que definem de modo geral o que se pretende alcançar com a realização
da pesquisa. E específicos que definem etapas que devem ser cumpridas para se alcançar o
objectivo geral. Há uma relação hierárquica entre os objectivos gerais e específicos.

Questões de pesquisa – permitem no quadro de diversas referências de explicação de um


objecto de estudo, identificar novas hipóteses legitimadoras de um processo de pesquisa. As
questões devem referir-se a fenómenos observáveis, possíveis de verificação empírica e
devem apresentar uma certa originalidade.

Hipóteses – são proposições de respostas à questões central e especificas da pesquisa e


necessitam, por conseguinte de ser validadas ou refutadas. Estabelecem uma relação
significativa entre os factos observados, elas projectam o debate teórico, a premissa de
interpretação/explicação dos mesmos e os procedimentos da pesquisa necessários para o
efeito.

Marco, Quadro ou Referencial Teórico – apresenta a discussão de conceitos e teorias sobre


o objecto de estudo. Coincide com a escolha de teorias mais adequadas para a
compreensão/explicação do objecto, consubstanciada num modelo teórico a ser aplicado na
pesquisa.

Metodologia – nesta fase apresenta-se a fundamentação metodológica da investigação


efectuada.

Em sentido amplo, metodologia pode ser definida como um conjunto de directrizes, que
orientam a investigação.

Neste sentido, esta designação abre caminho para uma abordagem a um conjunto de
estratégias nas quais esta investigação se deverá basear.

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Depois de algumas considerações gerais sobre o plano de investigação, abordamos o tipo de
estudo, as técnicas de recolha de dados, os procedimentos utilizados e as técnicas de análise e
interpretação de dados.

O desenvolvimento compreende a revisão bibliográfica e/ou documental “o estado de arte”


do trabalho, geralmente, aparece depois da introdução e antes da conclusão.

No caso da UJC, o regulamente estabelece que depois da introdução encontra-se os capítulos


2 (debate conceptual), 3 (revisão da literatura) e 4 (Apresentação, análise e interpretação de
dados da pesquisa).

Conclusão – é onde o candidato finaliza o trabalho, escrevendo seu ponto de vista sobre o
assunto e as conclusões que tirou com a pesquisa realizada.

No entanto, no geral, considerações finais são sempre sínteses de argumentos já tratados


anteriormente, retomando-os resumidamente e expondo os resultados e conclusões.

Quando se trata de pesquisa ou trabalhos académicos, as considerações finais são a última


parte do texto.

3. Elementos Pós-Textuais

Os elementos pós-textuais são aqueles que compõem a última parte de um trabalho


académico.

Eles vêm depois da identificação e do conteúdo escrito da monografia, tese, dissertação ou


qualquer outro tipo de trabalho.

Os elementos pós-textuais caracterizam o fim da apresentação, e normalmente


complementam o conteúdo e o entendimento do trabalho.

São importantíssimos para os avaliadores terem acesso às fontes de estudo do autor e a


aspectos complementares de coisas que aparecem no decorrer do texto. São eles:

Bibliografia é a relação de todos os materiais que foram usados na pesquisa (livros, sites,
revistas e outros materiais).

Anexos – documentos auxiliares não produzidos pelo autor do Trabalho Científico.

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Apêndices – peças originalmente elaboradas pelo autor. Exemplo: excertos ou sinopses de
entrevistas, guiões de inquéritos, questionários.

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4. REFERÊNCIAS

GIL, António Carlos (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª Edição: Atlas, São
Paulo;

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Mariana de Andrade (1992), metodologia


científica, 2ª edição: Atlas, São Paulo;

LAKATOS, Eva Maria &, MARCONI Mariana de Andrade (2009), metodologia de


trabalho científico. 7ª Edição: Atlas, São Paulo;

ISRI (2018), Regulamento de TCC e DM. Maputo.

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