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Cordiais saudações à todos cá presentes, agradecer pela palavra concedida.

Indo naquilo que é a apresentação do trabalho intitulado: Papel da Comunicação Organizacional na


Eficácia das Instituições Públicas, dizer que é um trabalho de conclusão da licenciatura realizado na
Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro devido a sua proximidade geográfica da pesquisadora,
facilitando deste modo o processo de colecta de dados.
O tema foi delimitado em quatro (4) anos entre 2016 à 2019, período em que o Conselho Municipal de
Maputo desenha uma nova estrutura de comunicação formal que subordina as suas instâncias inferiores.

Contextualizando (não ler isto)

A CO na forma em que se acha configurada hoje em dia é fruto de sementes lançadas no período da
Revolução Industrial, que ensejaria grandes e rápidas transformações em todo o mundo. Esta, com a
consequente expansão das empresas a partir do século XIX, propiciou o surgimento de mudanças radicais
nas relações de trabalho, nas maneiras de produzir e nos processos de comercialização. Os primeiros
estudos da CO realizaram-se entre os anos de 1900 e 1970, designando-se este período por período
positivista ou de emancipação, desde então, o estudo da CO tem vindo a crescer, considerando-se a sua
interdisciplinaridade, internacionalização e a sua identidade desde a década de 1990. Portanto é no
quadro das reformas do sector público em Moçambique, que a comunicação é tida como ferramenta
crucial para a prestação efectiva do serviço público. “Serviços públicos prestados não mais por unidades
de administração directa do Governo Central, mas por unidades das administrações locais do Estado,
autarquias locais, parcerias entre o sector público e privado ou organizações da sociedade civil, sector
privado ou institutos públicos”.
Problema (não ler isto)
Em 2017, a pesquisa de Chester Barnard concluiu que: Numa teoria da organização exaustiva, a
comunicação iria ocupar um lugar central, porque a estrutura, extensão e o alcance da organização são
quase inteiramente determinadas pelas técnicas de comunicação. (...) por sua vez, os teóricos da
organização não são cépticos acerca da importância da comunicação nas organizações. Contudo, embora
concordem que a comunicação deve ser tida em consideração nos seus estudos acerca do funcionamento
das organizações, diferem na perspectiva a adoptar. Dentro do mesmo pensamento, sustenta-se a tese
segundo a qual “sem comunicação não há organização”, ou seja, uma organização humana é simplesmente
uma rede comunicacional. Se a comunicação falha, uma parte da estrutura organizacional se não toda,
também falha e compromete o alcance dos objectivos institucionais. Seguindo este pressuposto lógico do
processo comunicativo, coloca-se a seguinte questão de partida: Até que ponto a comunicação
organizacional contribui na eficácia das instituições públicas?
Para fazer face a esta pergunta esboça-se o seguinte Objectivo Geral: Analisar o Papel da Comunicação
Organizacional na Eficácia das Instituições Públicas. E para a sua operacionalização são traçados os
seguintes Objectivos Específicos
 Descrever o processo de comunicação organizacional adoptado na SBM3F;
 Identificar os factores determinantes da comunicação organizacional para a eficácia na SBM3F;
 Verificar o papel da comunicação organizacional na eficácia da SBM3F.
Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquiza de natureza aplicada, através da qual analisa-se
a CO como solução nos problemas de ineficácia da SBM3F. Uma pesquisa de abordagem qual-quantitativa,
uma vez que o estudo propôs-se a debater qualitativamente as ideias de forma teórica e empírica e
posteriormente as ideias são traduzidas em dados numéricos ou termos quantificáveis como forma de
avaliação dos níveis do alcance dos objectivos na lógica da CO. É ainda uma pesquisa descritiva, realizada
através da técnica bibliográfica e documental com auxílio do estudo de caso e entrevistas
semiestruturadas.

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Quanto aos métodos é um estudo hipotético-dedutivo através do qual foram criados postulado
(hipóteses) para tentar explicar o facto problemático e assim, foram testados e confirmados no terreno.
Constitui-se ainda num estudo monográfico por ser representativo de caso institucional e territorial.
População do estudo – 17 854 elementos; Amostra 107; Entrevistados 7 funcionários da SBM3F
extraídos através da Amostragem por tipicidade ou intencional; Administrado questionário misto a
100 utentes da SBM3F seleccionados através da Amostragem por acessibilidade ou por conveniência.

Do ponto de vista Teórico, o estudo foi suportado pela Teoria Estruturalista complementada pela Teoria
de Desenvolvimento Organizacional.
A primeira surge por volta da década de 1950, como um desdobramento das análises dos autores
voltados para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela
de Relações Humanas. Seus mentores incluem o linguista Ferdinand Saussure (1857-1913), o
antropólogo Claude Lèvi-Strauss e o sociólogo alemão Amitai Etzioni (1929).
O estruturalismo assenta sobre os seguintes pressupostos:
O modelo deve oferecer um carácter de sistema;
Todo modelo deve pertencer a um grupo de transformações;
As propriedades exigidas por essas duas condições devem permitir prever de que modo reagirá o
modelo, em caso de modificação de um dos elementos; e
É necessário que o modelo seja construído de tal modo que seu funcionamento possa explicar
todos os factos observados.
Por sua vez o movimento de Desenvolvimento Organizacional surgiu a partir de 1962 como um conjunto
de ideias sobre o homem, a organização e o ambiente para incrementar o desenvolvimento as
organizações. DO é um desdobramento prático e operacional da Teoria Comportamental (TC) em
direcção à abordagem sistémica. Seu mentor é Leland Bradford (1967). No que se refere aos pressupostos
básicos que fundamentam a TDO salientam-se os seguintes:
 Constante e rápida mutação do ambiente.
 Necessidade de contínua adaptação.
 Interacção entre indivíduo e organização.
 A mudança organizacional deve ser planeada.
 A necessidade de participação e de comprometimento.

Do ponto de vista estrutural as instituições públicas, em especial a SBM3F, devem oferecer um carácter
sistémico de tal maneira que a modificação da CO enquanto seu subsistema acarrete a modificação dos
objectivos pretendidos. Por sua vez optou-se pela TDO em virtude desta oferecer a comunicação como
estratégia para situações ou problemas em função do diagnóstico feito na busca pela eficácia
organizacional. Enquanto a TDO fornece uma metodologia que indica e orienta a maneira pela qual a
organização se ajusta ao imperativo de um processo em rápida mudança, a TE oferece o campo de
actuação que é a base do sistema de comunicação.
Indo aos resultados da pesquisa, Chegado no campo, procurou-se descrever diante dos funcionários o
processo de comunicação organizacional naquela secretaria, analisadas e processadas as respostas,
percebe-se que tal processo é conduzido por forma a garantir a percepção constituindo assim, numa
estrutura mais elementar de comunicação. Nesse processo os funcionários na qualidade de emissores da
informação têm a responsabilidade de codificar a mensagem considerando o modo como ela será
decodificada. Posteriormente, as mensagens são enviadas por veículos eficazes que alcancem o público ao
qual é destinada, assegurando o feedback. Portanto o processo atrai não só os funcionários, como também
os munícipes dada a sua flexibilidade assegurando o feedback para obtenção do sucesso de todo e
qualquer esforço neste sentido.

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Ainda dentro do processo comunicativo, foram identificados os fluxos que articulam esta comunicação,
quais sejam: ascendente (da base para o topo) e descendente (o inverso). De acordo com os dados, as
informações circulam muitas das vezes de forma vertical sem prejuízo da diversificação em casos que
haja necessidade para tal (casos raros).
Explica-se que a inexistência dos fluxos horizontais e paralelos resulta da estrutura reduzida em termos
do efectivo, acompanhada da dimensão pequena daquela instituição não possibilitando assim, a
existência de funcionários paralelos, cada um é representante de uma unidade. Todavia, face a esta
realidade estrutural, somente existem duas vertentes da comunicação, aquela que parte do topo para a
base e a que flui da base para o topo, e vice-versa respectivamente.
Para buscar a flexibilidade da comunicação, houve necessidade de identificar os tipos e canais em uso no
terreno estudado, compiladas as respostas desta inquietação verificou-se a comunicação formal e
informal.
Para flexibilizar o processo comunicativo e a consequente realização das actividades, é mais usada a
informal, sem prejuízo da comunicação formal que observa havendo necessidade, os padrões
burocráticos assentes na Administração Pública.
A frequente aplicação da comunicação informal deriva da estrutura organizacional relativamente
pequena, em que os superiores e subordinados trabalham no mesmo sítio, havendo assim, dispensa da
comunicação formal vista como obsoleta para a realização das metas.
Associados a esses tipos são usados para a circulação de informação os canais como: comunicações
verbais ou orais, comunicações telefónicas (redes sociais), relatórios, avisos e panfletagem de carácter
informativo.
Do ponto de vista da TDO, a associação adaptativa dos canais flexíveis patentes nos tipos de comunicação
desta instituição é caracterizada como vector de mudanças rápidas, constantes e como progressão
explosiva. Esta estratégia representa a mudança tecnológica tida como condição básica de sobrevivência
em um ambiente de contínua mudança que influencia o desenvolvimento e o êxito da SBM3F.
Por último, a pesquisa objectivou aferir o papel da CO na eficácia da SBM3F, para realizar este objectivo
recorreu-se ao indicador da satisfação dos munícipes com a estrutura da comunicação patente nesta
instituição. Para tal, um inquérito foi administrado a 100 munícipes escolhidos por acessibilidade, dos
quais 90% declararam-se satisfeitos com a prestação de serviços e que a comunicação respondia às suas
expectativas, assim esse dado foi justificado como fundamento do trabalho árduo realizado pela equipa
daquela instituição aquando da realização das suas actividades, que envolvem a auto-motivação em servir
a este público-alvo.
Sobre os 7%, os munícipes argumentam que há sempre uma margem do erro na prestação de serviço
público sobretudo quando se trata de instituições da base, porém, não que estes queiram dizer que a
comunicação seja ineficaz.
Por sua vez, os 3% cuja satisfação é má, os dados qualitativos apontam que são utentes com uma curva de
consumo dos serviços municipais relativamente reduzida, no cadatro do período em estudo (2016-2019),
não existe registo algum de solicitação desses serviços por parte desses munícipes.
Com base nesse indicador da eficácia organizacional foi possível perceber junto dos entrevistados que a
CO exerce um papel preponderante na eficácia da SBM3F. Os dados do campo frisaram ainda que a
comunicação organizacional pode ser encarada como uma forma de definir e alinhar a estratégia das
organizações. Assim, estes consideram que é importante a comunicação que se estabelece entre os
actores organizacionais internos à organização (entre pares; entre chefia e colaborador), mas também a
comunicação com os stakeholders externos (munícipes e parceiros).
Salienta-se que sem comunicação seria impossível a realização das actividades na secretaria e
consequentemente, haveria complicações no intercâmbio interpessoal. A comunicação é elo entre a
estrutura administrativa e os utentes ora representados.

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Realizada a revisão da literatura e consequentemente o estudo do campo mediante técnicas apropriadas
de colecta de dados (com recurso à entrevistas semiestruturadas coadjuvadas por questionários mistos e
inquéritos), foi possível a apreciação das hipóteses levantadas como postulados do problema identificado.
Assim, mediante este exercício todas as hipóteses foram testadas no terreno e foram consideradas válidas
para fazer face ao problema do estudo.
A Hipótese 1: segundo a qual “a comunicação organizacional na SBM3F é eficaz uma vez que é
implementada de forma mista e alcança todos os níveis da comunidade” é válida na medida em que os
dados colhidos mostram que na instituição estudada a comunicação é feita do topo para a base sem
prejuízo da base para o topo em casos que se revele necessária (formal e informal; descendente e
ascendente).
A Hipótese 2: segundo a qual a “burocracia (impressos) e modernização (TIC’s) são os factores
determinantes da comunicação organizacional para a eficácia da SBM3F” é válida visto que nesta unidade,
a comunicação não só é feita através dos canais formais e sim com o uso dos canais flexíveis (uso de redes
sociais) ao serviço da realização acelerada das actividades.
A Hipótese 3: segundo a qual “a comunicação organizacional tem um papel catalisador na eficácia da
SBM3F uma vez que constitui o mecanismo através do qual esta entidade interage com o seu público-
alvo” é válida, atentamente aos dados do campo sustentam que em virtude da sua comunicação a SBM3F
alcança bons níveis de satisfação dos funcionários e seus utentes.

 Na prossecução dos objectivos da pesquisa concluiu-se que o processo de comunicação SBM3F é


parte integrante das suas estratégias, entendida como o “aparelho circulatório da vida
organizacional” e uma ferramenta de gestão capaz de transformar uma cultura, e fortalecer a
identidade organizacional.
 A CO assume relevância à dinâmica organizacional, desempenhando um papel determinante na
disseminação de informação e, consequentemente, na coordenação e conclusão de tarefas, na
tomada de decisões e na resolução de conflitos.
 Portanto, a utilização da comunicação nas instituições assume um papel fundamental de ligação
entre a sua missão, os seus objectivos organizacionais e o envolvimento dos seus diversos
públicos.

Recomenda-se:
 Ao Conselho Municipal de Maputo, a criação de programas de capacitação dos funcionários em
matérias alternativas de comunicação, com vista a superar as barreiras advindas dos munícipes
portadores de deficiências diversas; contratar especialistas em comunicação para estas minorias;
 Aos funcionários da SBM3F, treinamento das habilidades comunicativas para melhor lidar com
esse público; Esclarecer sempre que necessário; e Clareza na Apresentação de Ideias.

Obrigada pela atenção dispensada

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