Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Candidata: O Supervisor:
Eu, Ângela Neide, declaro, por minha honra, que o presente trabalho é da minha autoria e que
nunca foi anteriormente apresentado para avaliação em nenhuma Instituição de Ensino Superior,
nacional ou de outro País.
______________________________________________
(Ângela Neide)
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DA CANDIDATA E DO SUPERVISOR
A Candidata: O Supervisor:
________________________________ _________________________________
(Ângela Neide) (José Ricardo Manhiça, MAPP)
Índice
DECLARAÇÃO DE AUTORIA ii
TERMO DE RESPONSABILIZAÇÃO DA CANDIDATA E DO SUPERVISOR iii
AGRADECIMENTOS iv
DEDICATÓRIA v
EPÍGRAFE vi
LISTA DE SIGLAS vii
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICO E QUADROS viii
SUMÁRIO EXECUTIVO ix
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 1
1.1 Delimitação do Tema no Espaço e no Tempo 1
1.2 Contextualização 2
1.3 Justificativa 4
1.4 Problematização 4
1.5 Objectivos da Pesquisa 6
1.5.1 Objectivo Geral 6
1.5.2 Objectivos Específicos 6
1.6 Questões da Pesquisa 6
1.7 Hipóteses da Pesquisa 6
1.8 Metodologia do Trabalho 6
1.8.1 Classificação da Pesquisa 7
1.8.2 Técnicas de Recolha de Dados 8
1.8.3 Métodos da Pesquisa 9
1.8.3.1 Método de Abordagem 9
1.8.3.2 Método de Procedimento 10
1.8.4 População e Amostra da Pesquisa 10
1.8.4.1 Processo de Amostragem da Pesquisa 10
1.8.5 Limitações da Pesquisa 11
1.8.6 Estrutura do Trabalho 11
CONCLUSÃO 48
Recomendações 49
REFERÊNCIAS 50
APÊNDICES 56
Apêndice 1: Guião de Entrevista Dirigido aos Órgãos e Funcionários da Secretaria do Bairro
Municipal 3 de Fevereiro 57
Apêndice 2: Questionário Misto Dirigido aos Munícipes da Secretaria do Bairro Municipal 3 de
Fevereiro 58
Anexos 59
Anexo 1: Mapa do Bairro 3 de Fevereiro 60
Anexo 2: Canais de comunicação formal na SBM3F 61
Anexo 3: Credencial para colecta de dados 62
AGRADECIMENTOS
O meu primeiro agradecimento vai a Deus pela vida, saúde, segurança, pelas bênçãos e pelas
inúmeras maravilhas que têm operado na minha vida.
À minha mãe Julieta António Manjate pelo esforço feito ao ponto de me trazer a este mundo
lindo e maravilhoso, pela educação, amor pela sua dedicação por mim e por ser a mulher e mãe
batalhadora que é.
Endereço ainda os meus sinceros agradecimentos ao meu Avô (António Manjate) e a minha avó
Julieta Muchanga (em memória), aos meus tios e minhas tias pelo amor e apoio dado ao longo
do meu percurso académico.
Ao meu esposo Fernando R. Chiluvane pelo seu apoio incondicional na vida e no meu percurso
académico, pelo seu amor, companheirismo, dedicação e por sempre estar ao meu lado
motivando-me e torcendo pelo meu sucesso.
Aos meus irmãos Shanaya, Nelsia e Jaime Muchanga pelo amor e carinho.
Agradeço ao corpo docente da ESG da UJC, em especial ao meu supervisor José Ricardo
Manhiça (MAPP), pela assistência tanto nos aspectos académicos bem como em outros aspectos
da vida social e orientação na realização deste trabalho.
Agradeço também as minhas primas Julieta come e Atália Mandlate pelo carinho, motivação e
apoio dado.
Agradeço ainda a minha amiga Anicha José, pela amizade e apoio desde o meu processo de
admissão na universidade.
Agradeço aos meus colegas Salomão Nhatsave, Marta Zacarias, Carlos Paninga e ao Ivo
Pambene pelo suporte e pelos desafios e experiencias que junto compartilhamos.
Por fim agradeço a todos que directas ou indirectamente deram o seu apoio.
iv
DEDICATÓRIA
v
EPÍGRAFE
vi
LISTA DE SIGLAS
AP Administração Pública
APM Administração Pública Moçambicana
CACM Conselho Autárquico da Cidade de Maputo
CO Comunicação Organizacional
DMK Distrito Municipal Kamavota
DO Desenvolvimento Organizacional
ESG Escola Superior da Governação
SBM3F Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro
TC Teoria Comportamental
TDO Teoria de Desenvolvimento Organizacional
TE Teoria Estruturalista
UJC Universidade Joaquim Chissano
vii
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICO E QUADROS
viii
SUMÁRIO EXECUTIVO
O presente estudo tem como objectivo geral analisar o Papel da Comunicação Organizacional
(CO) na Eficácia das Instituições Públicas: O caso da Secretaria do Bairro Municipal 3 de
Fevereiro (SBM3F) e é fundamentado à luz da Teoria Estruturalista (TE) complementada com a
Teoria do Desenvolvimento Organizacional (TDO), no âmbito metodológico classifica-se como
uma pesquisa de natureza aplicada com uma abordagem quanti-qualitativa e quanto aos
objectivos é descritiva. Foram aplicados os métodos: monográfico e hipotético-dedutivo cuja
colecta de dados foi feita através da revisão bibliográfica, documental e entrevistas
semiestruturadas. Constatou-se que o aperfeiçoamento das práticas de comunicação tornou-se
crucial para a própria sobrevivência de uma instituição. Mesmo os órgãos públicos, que não são
regidos pelas leis de mercado e cuja existência é mais estável, podem beneficiar dessa forma. A
optimização das relações comunicativas, pode resultar tanto em aumento de qualidade dos
serviços públicos bem como do atendimento aos cidadãos, quanto da melhoria da imagem das
instituições perante a sociedade. Este processo ajudaria a combater a ideia de ineficiência,
morosidade e desleixo que se têm dos órgãos pertencentes ao Estado, assim como dos próprios
servidores. No entanto, implementar essa prática, requer um árduo processo. Portanto, a
utilização da comunicação nas instituições assume um papel fundamental de ligação entre a sua
missão, os seus objectivos organizacionais e o envolvimento dos seus diversos públicos. Cada
vez mais, a Administração Pública possui como objectivo, criar “sinergias que melhorem a
partilha comunicativa, entre a organização e os seus públicos, internos e externos”. Conjugando
todas as suas actuações e discursos, a SBM3F conseguirá reforçar a sua prestação comunicativa,
promovendo uma imagem favorável, coerente e verdadeira.
ix
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
A melhoria da qualidade e a constante busca pela eficiência e eficácia pelas instituições públicas
constituem um factor determinante para a incrementação de novas abordagens no tocante ao aspecto
comunicacional. A comunicação deve ser dirigida a alvos bem definidos. Desta forma, uma
instituição procede à definição dos seus alvos, de acordo com os objectivos de comunicação que
pretende atingir (Pires, 1995).
Já no horizonte temporal, a pesquisa é delimitada num período de quatro (4) anos compreendendo
os seguintes intervalos: 2016 ano em que o Conselho Municipal de Maputo desenha uma nova
1
estrutura de comunicação formal que subordina as suas instâncias inferiores, das quais o SBM3F
faz parte (DMK, 2019); e até 2019 ano considerado suficiente para responder o seu questionamento
em torno do tema em estudo. A delimitação do horizonte de quatro anos prende-se ao facto de que
segundo Porter (2008 1 , citado por Armando, 2013), as alterações de carácter temporal ou
conjuntural, são fundamentais para a análise de qualquer organização, portanto, um período de
tempo adequado é o ciclo completo de funcionamento e metamorfoses organizacionais, o qual
considera como suficiente, um mínimo de três anos para a sua análise.
1.2 Contextualização
A última década do século passado (XX) marcou o início de uma nova etapa do mundo
organizacional. São várias as correntes de investigação que têm convergido na ideia de que as
sociedades entraram numa nova fase da sua evolução que marca uma transição em importância
comparável à mudança da sociedade agrária para a sociedade Industrial. Autores como Carapeto e
Fonseca (2006) consideram que não estamos perante uma ruptura, mas numa mudança na
continuidade preferindo utilizar a expressão “sociedade da informação” para se referirem a este
novo modelo de sociedade centrada na circulação da informação. Em concordância, Chiavenato
(1999:33) reporta três eras distintas que a humanidade atravessou até à sociedade contemporânea,
designadamente a era industrial clássica2, a era industrial neoclássica3 e a era da informação4.
1
PORTER, M. (2008), The Five Competitive Forces That Shape Strategy. Watertown: Harvard Business Publishing.
Cambridge.
2
Teve o seu início no final do séc. XIX como consequência directa da revolução industrial e vai dominar os primeiros
cinquenta anos do séc. XX. A teoria administrativa lança aqui as suas bases fundamentais atendendo aos aspectos
normativos e prescritivos necessários para administrar as organizações. Surgem as primeiras teorias da administração na
abordagem Clássica da Administração explicadas através de duas orientações diferentes, mas que acabaram por se
complementar: a Escola da Administração Científica e a Escola Clássica da Administração. No conjunto dos seus
princípios e técnicas marcaram de forma decisiva a configuração da administração nas organizações (Freixo M., 2011:
305).
3
Esta etapa decorrerá a partir de 1950 até 1990, e nela uma nova realidade começará a mostrar os seus contornos, num
mundo que se torna cada vez menor e mais intensamente ligado através das modernas tecnologias de comunicação.
4
A terceira etapa do mundo organizacional surge profundamente marcada pelo desenvolvimento da ciência e da
tecnologia e o enorme impacto provocado pelas designadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC‟s).
2
Assim, a CO na forma em que se acha configurada hoje em dia é fruto de sementes lançadas no
período da Revolução Industrial, que ensejaria grandes e rápidas transformações em todo o mundo.
Esta, com a consequente expansão das empresas a partir do século XIX, propiciou o surgimento de
mudanças radicais nas relações de trabalho, nas maneiras de produzir e nos processos de
comercialização (Mumby & Stohl, 1996).
Os primeiros estudos da CO realizaram-se entre os anos de 1900 e 1970, designando-se este período
por período positivista ou de emancipação (Ruão, 1999). Desde então, o estudo da CO tem vindo a
crescer, considerando-se a sua interdisciplinaridade, internacionalização e a sua identidade desde a
década de 1990 (Koschmann, 2012). Sabe-se que hoje, no contexto moçambicano, a criação de uma
especialização universitária em comunicação estratégica e organizacional, bem como a
intensificação de produção científica nesta área, tem vindo a promover a criação de uma identidade
e da institucionalização desta disciplina (Oliveira & Ruão, 2014).
Neste contexto, constitui-se uma das prioridades nas instituições, a existência de uma comunicação
interpessoal que seja clara, que encoraje a melhoria do relacionamento e aumente a consciência de
que as emoções positivas levam a uma maior perseverança, para com situações adversas. Esta
consciência origina um aumento de comportamentos esforçados e persistentes com o sentido de
alcançar os objectivos.
3
1.3 Justificativa
Apesar desta relevância, o estudo da CO tem sido fragmentado, uma vez que esta considera
diferentes perspectivas que importa ter em conta, seja em termos académicos, como em termos
práticos. Neste caso, a escolha deste tema e a consequente realização do trabalho deve-se a vontade
da pesquisadora em saber como é que experts sobre a comunicação nas organizações entendem,
definem e concretizam a CO, realizando-se um estudo de cariz quali-quantitativo descritivo, com
entrevistas semiestruturadas e inquéritos por questionário.
A relevância deste tema reside, precisamente, na sua potencial capacidade de levar os protagonistas
do processo comunicativo nas instituições públicas a questionar, a indagar, a explorar novas formas
de entendimento desta realidade. Esperamos que esta investigação se constitua num contributo
válido para a reestruturação das comunicações organizacionais das instituições da Administração
Pública e Autárquica, mais especificamente da SB3F e dessa forma, servir para ajudar a enfrentar os
amplos desafios que se desenham no horizonte comunicativo versus eficácia institucional.
1.4 Problematização
A comunicação, em primeiro lugar, tem que ser entendida como parte inerente à natureza das
organizações. Essas são formadas por pessoas que se comunicam entre si e que, por meio de processos
interactivos, viabilizam o sistema funcional para sobrevivência e consecução dos objectivos
organizacionais num contexto de diversidades e de transacções complexas (Kunsch, 2006). Portanto,
sem comunicação as organizações não existiriam.
De acordo com Chiavenato (2004), ao existir uma boa CO entre colaboradores, facilmente é
construído um espírito de interajuda, que facilita a realização dos trabalhos e o ultrapassar das
dificuldades e obstáculos. Estas relações estão na base da constituição de grupos, com um conjunto
de capacidades e competências diversificadas, que dificilmente se encontram num só individuo.
Uma boa CO contribui, ainda, para que o colaborador aceite com maior facilidade, uma regra, ao
invés daquelas que lhe são impostas sem a sua participação, sentindo-se mais motivado para
solucionar problemas, uma vez que ao fazer parte do grupo que tomou a decisão, sente-se como se
tivesse também feito parte desta (Almeida, 2013). Concordando, Chiavenato (2004:322), reforça
4
esta ideia quando refere que, “nenhuma organização pode funcionar sem um certo nível de
comprometimento e de esforço por parte dos membros”.
Uma CO bem definida é importante para uma Instituição, mas não resolve todos os seus problemas.
A comunicação deve ser utilizada de forma adequada para poder influenciar os padrões de produção
e a identificação das diferenças estratégicas ao nível dos órgãos de direcção (Grilo, 2012). Já em
2017, a pesquisa de Chester Barnard concluiu que:
[…] numa teoria da organização exaustiva, a comunicação iria ocupar um lugar central,
porque a estrutura, extensão e o alcance da organização são quase inteiramente determinadas
pelas técnicas de comunicação. (...) por sua vez, os teóricos da organização não são cépticos
acerca da importância da comunicação nas organizações. Contudo, embora concordem que a
comunicação deve ser tida em consideração nos seus estudos acerca do funcionamento das
organizações, diferem na perspectiva a adoptar (Eisenberg & Goodall:15).
Mais recentemente, Tompkins critica a ideia de que as organizações sejam entidades que albergam
a comunicação. Pelo contrário, “a comunicação constitui organização”, isto é, “a organização deve
ser vista como um sistema de indivíduos em interacção, que através da comunicação envolvem-se
activamente no processo de criar e recriar a sua ordem social única” (Tompkins, 2001).
Dentro do mesmo pensamento, Rego (2007) sustenta a tese segundo a qual “sem comunicação não
há organização”, este acredita que uma organização humana é simplesmente uma rede
comunicacional. Se a comunicação falha, uma parte da estrutura organizacional se não toda,
também falha e compromete o alcance dos objectivos institucionais.
Chiavenato (1997) diz que não, a comunicação é importante em todas as funções administrativas.
Especialmente porque representa o intercâmbio de pensamento e de informações, proporcionando
compreensão mútua e confiança nas relações humanas. Para o autor, “a comunicação eficiente se
apresenta como uma ferramenta indispensável ao pleno exercício da administração, pois, a
organização tem a necessidade de trabalhar com a adequação do produto ou serviço ao mercado”.
De acordo com Pimenta (1999), a comunicação nas instituições públicas contribui para a definição
e concretização de metas e objectivos, além de possibilitar a integração e equilíbrio entre os seus
componentes. A autora acrescenta que “a falta de comunicação entre os funcionários de uma
organização pode ser apontada como uma das causas de falta de comprometimento, e
consequentemente, impossibilita a organização de atingir suas metas, além de outro agravante, a
falta de capacitação dos mesmos para enfrentar os desafios das organizações”.
Assim, uma CO eficaz é um dos factores fundamentais para a obtenção do êxito nas organizações.
Quanto maior for o grau de deficiência no processo comunicativo, tanto maior será o grau de
5
incompreensão no ambiente organizacional, o que pode acarretar em dificuldades no alcance dos
objectivos da organização. Seguindo este pressuposto lógico do processo comunicativo, surge a
seguinte questão de partida: Até que ponto a comunicação organizacional contribui na eficácia
das instituições públicas?
A Metodologia tem como função mostrar ao pesquisador, como andar no “caminho das pedras” da
pesquisa, ajudá-lo a reflectir e instigar um novo olhar sobre o mundo: um olhar curioso, indagador e
criativo (Porter, 2008). Nesta etapa define-se onde e como é realizada a pesquisa. Define-se o tipo
6
de pesquisa, a população (universo da pesquisa), a amostragem, os instrumentos de colecta de dados
e a forma como pretende tabular e analisar seus dados.
Do ponto de vista da sua natureza, o estudo classifica-se como Pesquisa Aplicada: que objectiva
gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve
verdades e interesses locais. Para o efeito, através de tal estudo analisa-se a CO como solução nos
problemas de ineficácia da SBM3F.
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema o estudo classifica-se como pesquisa qual-
quantitativa.
A pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa (Gil, 1991). Neste
caso, este estudo propõe-se a debater qualitativamente as ideias de forma teórica e empírica
com o objectivo de depois tirar as possíveis ilações.
A pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir
em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão,
coeficiente de correlação, análise de regressão) (Lundin, 2016). Para o alcance dos
objectivos deste estudo recorre-se além da informação qualitativa, à tradução de ideias em
dados numéricos ou termos quantificáveis como forma de avaliação dos níveis do alcance
dos objectivos na lógica da CO.
Do ponto de vista de seus objectivos, é tal estudo, uma Pesquisa descritiva. Para Gil (1996:46),
“tem como objectivo esta pesquisa, descrever as características de determinada população ou
fenómeno ou então, o estabelecimento das relações entre as variáveis.” Já na visão de Andrade
(1997:65), na pesquisa descritiva, os factos são observados, registados, analisados, classificados, e
interpretados sem a participação do pesquisador, isto é, o pesquisador fica abstracto, não interfere
nos factos, e uma das suas características é a padronização de técnica de colecta de dados, como
7
questionário e observação sistemática. Pretende-se com as características desta pesquisa fazer
depois uma comparação entre o acontecido e a teoria sem o prévio julgamento da autora.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos (Gil, 1991), o estudo feito é classificado como:
8
Nesta perspectiva usa-se este instrumento como forma ideal na captação de dados referentes
á um grupo numeroso de utentes da SBM3F.
Baseado neste pressuposto, para o estudo propõe-se o uso deste método, uma vez que se tem em
base dados incompletos para explicar o processo comunicativo na SBM3F e o papel que deste
decorre para a eficácia organizacional, deste problema, a pesquisadora já cria postulados (hipóteses)
para tentar explicar o facto problemático e assim, são testados, confirmados ou falseados no terreno.
5
POPPER, K. (1935), A lógica da investigação científica.
9
1.8.3.2 Método de Procedimento
Para o estudo aplica-se o método monográfico ou estudo de caso 6 , chamado por muitos como
método das representatividades. Este método parte do princípio de que o estudo de um caso em
profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos
semelhantes. Esses casos podem ser indivíduos, instituições, grupos ou comunidades (Gil, 2009).
Assim, o estudo é exaustivo e representativo ao ponto de se considerar a CO um vector
preponderante para o alcance dos objectivos não só na SBM3F como também para as demais
instituições públicas. Portanto, especificamente este estudo é representativo de caso institucional e
territorial.
Assim, para a operacionalização desta técnica são aplicados os seguintes tipos de amostragem:
Amostragem por acessibilidade ou por conveniência: constitui o menos rigoroso de todos os tipos
de amostragem, por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador selecciona
os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o
6
O estudo de caso “visa explorar, descrever ou explicar uma realidade específica, e surge do desejo de compreender
fenómenos sociais complexos, ao mesmo tempo que retém as características significativas e holísticas de eventos da
vida real” (Yin, R., 2010).
10
universo (Gil,1999). Aplica-se este tipo de amostragem em estudos descritivos ou qualitativos, onde
não é requerido elevado nível de precisão. Portanto, esta tipologia é aplicada para a selecção dos
utentes, devido a dificuldade para a sua localização.
Esta monografia está organizada ou estruturada em quatro (4) capítulos. O da Introdução (onde se
faz a breve apresentação do trabalho desde os objectivos, delimitação espácio-temporal,
contextualização, justificativa da sua realização, problematização até ao seu tratamento
metodológico);
O segundo capítulo compreende o debate teórico e conceptual, onde são abordados aspectos como o
desenvolvimento teórico que faz o acompanhamento do tema em estudo, faz também a
conceptualização dos conceitos-chave usados com frequência na abordagem do tema;
11
O terceiro capítulo é reservado para revisão da literatura (abordagens sobre a comunicação
organizacional e o seu contributo na eficácia das instituições públicas);
O quarto capítulo faz menção à caracterização do campo de estudo e é ainda neste capítulo que são
apresentados e discutidos os dados colhidos no campo (Secretaria do Bairro Municipal 3 de
Fevereiro). Depois dos capítulos é trazida a conclusão (considerações da pesquisadora) sucedida da
página das referências bibliográficas usadas, Apêndices e Anexos.
12
CAPÍTULO 2: QUADRO TEÓRICO E CONCEPTUAL
Este capítulo compreende o debate teórico e conceptual, onde são abordados aspectos como o
desenvolvimento teórico que faz o acompanhamento do tema em estudo, a conceptualização dos
conceitos-chave usados na abordagem do tema.
Para interpretar os resultados, a pesquisadora precisa ir além da leitura dos dados, com vista a
integrá-los num universo mais amplo em que poderão ter algum sentido. Esse universo é o dos
fundamentos teóricos da pesquisa e o dos conhecimentos já acumulados em torno das questões
abordadas (Gil, 2009).
Mediante o auxílio de uma Teoria pode-se verificar que por trás dos dados existe uma série
complexa de informações, um grupo de suposições sobre o efeito dos factores sociais no
comportamento e um sistema de proposições sobre a actuação de cada grupo. Assim, as teorias
constituem elemento fundamental para o estabelecimento de generalizações empíricas e sistemas de
relações entre proposições. Assim, o estudo é lido na base da TE complementada pela TDO.
A TE surge por volta da década de 1950, como um desdobramento das análises dos autores voltados
para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela de
Relações Humanas (Chiavenato, 2003). Os estruturalistas (mais voltados para a Sociologia
Organizacional) procuram interrelacionar as organizações com seu ambiente externo, que é a
sociedade maior. Daí, a sociedade de organizações caracterizada pela interdependência entre as
organizações. Surge um novo conceito de organização e do homem: o homem organizacional que
desempenha papéis simultâneos em diversas organizações diferentes.
Assim, Gil (1999) acredita que o estruturalismo parte do pressuposto de que cada sistema é um jogo
de oposições, presenças e ausências, constituindo uma estrutura, onde o todo e as partes são
interdependentes, de tal forma que as modificações que ocorrem num dos elementos constituintes
implicam a modificação de cada um dos outros e do próprio conjunto.
O conceito de estrutura vem de longa data, no entanto, o Estruturalismo propõe um novo conceito,
em que considera que a estrutura é o conjunto de dois ou mais elementos que permanecem
inalterados, seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos. A estrutura mantém-se mesmo com
a alteração de um dos elementos ou relações. Desse modo, a Escola Estruturalista se preocupa com
13
o todo, com a interdependência entre as partes que formam o todo, e faz com que esse todo seja
maior que simplesmente a soma das partes (Chiavenato, 2003).
O modelo deve oferecer um carácter de sistema, isto é, consistir em elementos tais que
qualquer modificação num de seus elementos acarrete modificação em todos os outros;
Todo modelo deve pertencer a um grupo de transformações, cada uma das quais
correspondendo a um modelo da mesma família, de modo que o conjunto dessas
transformações constitua um grupo de modelos;
As propriedades exigidas por essas duas condições devem permitir prever de que modo
reagirá o modelo, em caso de modificação de um dos elementos; e
É necessário que o modelo seja construído de tal modo que seu funcionamento possa
explicar todos os factos observados.
Ribeiro (2009) destaca que o principal precursor da Teoria Estruturalista foi o sociólogo alemão
Amitai Etzioni (19299), com seus estudos na década de 1960, que pregava a divisão do trabalho e
atribuição de poder e responsabilidades, centros de poder, substituição de pessoal e meios de
controlo, classificando as organizações com base na obediência.
7
DE SAUSSURE, Ferdinand (Genebra, 26 de Novembro de 1857 - Morges, 22 de Fevereiro de 1913) foi um linguista
e filósofo suíço, cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência autónoma.
Seu pensamento exerceu grande influência sobre o campo da teoria da literatura e dos estudos culturais.
Seus conceitos serviram de base para o estruturalismo no século XX.
8
LÉVI-STRAUSS, Claude (Bruxelas, 28 de Novembro de 1908 - Paris, 30 de Outubro de 2009) foi um antropólogo,
professor e filósofo francês, embora tenha nascido na Bélgica. É considerado o fundador da antropologia estruturalista,
em meados da década de 1950, e um dos grandes intelectuais do século XX.
9
ETZIONI, Amitai (nascido Werner Falk em 4 de Janeiro de 1929 em Colónia, Alemanha) é um sociólogo germano-
estadunidense-israelense. É um dos autores mais importantes da Abordagem Estruturalista mais precisamente da Teoria
Estruturalista da Administração.
14
Etzioni e outros estruturalistas10 viam a sociedade moderna como uma sociedade de organizações
que interagem entre si, assim como os grupos sociais. Ou seja, a Escola Estruturalista estuda as
organizações concentrando-se principalmente em sua estrutura interna e em sua interacção com
outras organizações. O Estruturalismo vê a organização interagindo com o meio externo (Etizioni,
1960).
Segundo Ferreira, Reis e Pereira (2002), as críticas feitas ao Estruturalismo normalmente são
respostas às críticas formuladas pelos próprios estruturalistas em relação à outras teorias,
principalmente à Teoria das Relações Humanas. Dentre as críticas recebidas, destacam-se as
seguintes:
10
James D. Thompson, Victor A. Thompson, Peter M. Blau, W. Richard Scott.
15
do comportamento, principalmente a TC ao mudo de Administração. As origens do DO são
atribuídas de acordo com o autor supracitado, aos vários factores dos quais destacamos:
Para Chiavenato (2008), existem pontos de concordância no que se refere aos pressupostos básicos
que fundamentam a TDO:
16
A necessidade de participação e de comprometimento.
A melhoria da eficácia organizacional e do bem-estar da organização dependem da
compreensão e aplicação dos conhecimentos sobre a natureza humana.
Do ponto de vista estrutural o tema a ser analisado obedece a seguinte linhagem: as instituições
públicas, em especial a SBM3F, devem oferecer um carácter sistémico de tal maneira que a
modificação da CO enquanto seu subsistema acarrete a modificação dos objectivos pretendidos.
Percebe-se pois, uma interdependência estrutural entre o factor comunicacional e o alcance da
eficácia organizacional. A SBM3F pertence a um grupo maior (Conselho Autárquico de Maputo) e
por sua vez, compreende a um grupo de segmentos que o fixam (repartições ou sectores e/ou
comissões de trabalhos), entretanto a esta estrutura toda, aplica-se um processo de comunicação que
permita a sua ligação. A estrutura fornece um procedimento de comunicação que permite o
intercâmbio entre a sociedade organizacional.
Por sua vez optou-se pela TDO em virtude desta oferecer a comunicação como estratégia para
situações ou problemas em função do diagnóstico feito na busca pela eficácia organizacional. O DO
é uma resposta às mudanças. É um esforço educacional complexo, destinado a mudar atitudes,
valores, comportamentos e a própria estrutura da organização, de tal maneira que se possa adaptar
às demandas ambientais, caracterizadas por novas tecnologias, novos mercados, novos problemas e
desafios. Enquanto a TDO fornece uma metodologia que indica e orienta a maneira pela qual a
organização se ajusta ao imperativo de um processo em rápida mudança, a TE oferece o campo de
actuação que é a base do sistema de comunicação. A qualidade mais importante da organização é a
sua sensibilidade: a capacidade para mudar frente às mudanças de estímulos ou situações. A
organização sensível e flexível tem a capacidade de realocar e redistribuir seus recursos de forma a
optimizar a realização da sua tarefa, pois ela é um subsistema em um ambiente que consiste de
muitos outros sistemas, todos dinamicamente interdependentes.
11
Bradford, L. (1967), À Pluralidade de mudança no mundo. NTL Institute for Applied Behavioral Science; National
Education Association.
17
2.2 Debate Conceptual
Como forma de tornar possível a percepção e compreensão deste trabalho faz-se de seguida a
discussão de conceitos das expressões frequentemente usadas na sua abordagem: Comunicação
(Organizacional); Eficácia; Eficiência; Instituições Públicas.
Antes de definir o conceito de comunicação organizacional, é urgente perceber o que se entende por
organização e comunicação. Alguns autores têm vindo a defender a ideia de que as organizações
são sistemas dinâmicos influenciados pelos seus membros internos e externos, que comunicam
entre si para atingir os objectivos previamente delineados (Keyton, 2005). Especificamente,
Greenwald (2008:6) definiu o conceito de organização como “um conjunto de indivíduos que
trabalham sob um sistema definido de regras, procedimentos e relações, de forma a atingir
objectivos e metas identificáveis”. Almeida et al. (2013) entendem a comunicação como todo o
processo usado com o intuito de transmitir algo, podendo ser entendido como um tipo de
comunicação, tais como, um gesto, um movimento, um sinal, etc.
Para Matos (2009), a comunicação se faz presente no estudo das ciências como a psicologia e a
sociologia e vem se moldando de forma expressiva nas linguagens tecnológicas. Para o autor, a
comunicação é entendida de maneira objectiva, assumindo a função de “transmissão de
informação”.
Para Miguel (2003), a comunicação organizacional pode ser vista como um conjunto de técnicas e
actividades que buscam facilitar o processo de comunicação nas organizações através da
comunicação interna, da comunicação externa, das relações públicas, da publicidade e da
propaganda institucional. A visão mexicana de comunicação organizacional é mais focada na
comunicação integrada e estratégica, com ênfase nos aspectos institucionais do processo. A
mexicana Maria Antonieta Rebeil Corella, em um artigo, faz uma rápida asserção de como a
comunicação organizacional é vista pelos estudiosos desse país e propõe a seguinte definição:
18
A comunicação organizacional é aquela que dentro de um sistema económico, político,
social ou cultural se dá à tarefa de resgatar a contribuição activa de todas as pessoas que
operativas e tangencialmente buscam abrir espaços para a discussão dos problemas da
empresa ou instituição, esforçando-se por lograr soluções colectivas que beneficiam ao
sistema e que o tornam mas produtivo. A comunicação organizacional inclui três dimensões:
a comunicação institucional ou corporativa; a comunicação interna; e a comunicação
mercadológica (marketing e publicidade) (Rebeil Corella, 2000:177).
Esta concepção procura contemplar uma visão abrangente da comunicação nas e das organizações,
levando em conta todos aqueles aspectos relacionados com a complexidade do fenómeno
comunicacional inerente à natureza das organizações, bem como os relacionamentos interpessoais,
além da função estratégica e instrumental.
Na verdade, o que defendemos é a adopção, por parte das organizações, de uma filosofia da
comunicação integrada e a não-fragmentação dessa comunicação. Quando procuramos esboçar
nossa proposta, não queremos dar a entender que tudo deva ocorrer de maneira tranquila, sem
conflitos e em compartimentos separados, conforme os diagramas. Esses têm como um propósito
tornar os conceitos muito mais didácticos e compreensíveis.
2.2.2 Eficácia
Eficácia é um tratamento utilizado com a finalidade de indicar que uma organização realizou seus
objectivos. Este conceito está mais orientado, portanto, ao alcance de resultados. A partir disso,
quanto mais alto o grau de alcance dos objectivos, mais a organização é eficaz (Mouzas, 2006).
A definição de eficácia tem a sua relação intimamente relacionada com os resultados (outputs) e
com os objectivos alcançados a partir de um processo. Mesmo que resultados importantes sejam
alcançados a eficácia só será considerada quando os objectivos forem realizados. Portanto, a
eficácia está ligada aos resultados, mas principalmente, ao cumprimento de objectivos originados
desses resultados (Grateron, 1999; Guzmán, 2003).
A orientação de qualquer processo para a eficácia pode ser identificada a partir das expressões: foco
em resultados, estabelecimento de metas e alcance de objectivos (Brulon; Vieira; Darbilly, 2013). A
eficácia está ligada ao fim, objectivo ou solução referente a algo, sendo estritamente ligada ao
resultado. Portanto, ser eficaz significa fazer as coisas corretas (Frasson, 2001).
19
Portanto, nesse estudo o conceito da eficácia é aplicado na sua vertente de uma unidade de medida
do alcance dos objectivos das instituições públicas do ponto de vista do cumprimento das metas
estabelecidas em seus planos estratégicos.
2.2.3 Eficiência
A eficiência, na concepção clássica da Administração, era a palavra-chave explícita nas teorias. Mas
o que estava implícito era a noção de equilíbrio do ambiente fora e dentro das organizações, por isso
o foco era nos meios, pois se acreditava que todas as actividades e processos estavam em um
contexto de estabilidade, regularidade, confiabilidade e precisão (Naveira, 1998).
A partir disso, a eficiência é uma abordagem utilizada a fim de indicar que uma organização utiliza
de forma produtiva ou económica os seus recursos. Dessa forma, esse conceito está muito ligado
aos meios que uma organização irá se utilizar para alcançar os seus resultados. Nesse caso, quanto
mais eficiente é uma organização, maior será o grau de produtividade ou economia na utilização de
recursos (Mouzas, 2006; Ozcan, 2014).
A definição de eficiência é estabelecida pela relação que há entre as entradas (inputs) de bens e
serviços consumidos e as saídas (outputs) que são os resultados finais oriundos de um processo
organizacional. A eficiência de uma actividade está muito ligada à sua produtividade, pois este
conceito está atrelado à situação complexa que envolve o processo de conversão de entradas em
saídas. Como o foco da eficiência é nessa relação entre inputs-outputs, há a implicação da
eliminação dos desperdícios e consumos desnecessários a fim de racionalizar os recursos (Kao et
al., 1995).
A partir disso, a eficiência pode ser expressa, segundo Grateron (1999), como a relação existente
entre os bens e serviços consumidos (entradas) e os bens e serviços produzidos (saídas). Portanto,
na visão do mesmo autor há eficiência quando há maximização dos resultados com recursos
determinados ou quando há obtenção de um bem ou serviço com o mínimo possível de recursos,
mantendo os atributos de qualidade e quantidade desejada.
Diante desse contexto, percebe-se que a eficiência relaciona-se aos meios e métodos utilizados.
Esse conceito utiliza a ideia de fazer as acções actividades ou processos da melhor forma, isto é,
escolher os meios adequados e fazê-los correctamente. Portanto, a eficiência pode ser conseguida
maximizando resultados de uma acção em relação aos recursos que foram utilizados.
20
2.2.4 Instituições Públicas
A pesquisa de Fonseca (2003) esclarece que instituições é um termo polissémico. Entre estes há um
que significa criações humanas com a finalidade de dar forma às interacções sociais, possuindo
carácter formal e não-formal. A primeira é composta por normas formais escritas, incluindo regras
políticas e judiciais, regras económicas e contratos, prescindindo, muitas vezes, de uma força
coercitiva exterior para torná-las exequíveis. As não-formais possuem um carácter moral e estão
baseadas em laços de confiança, não exigindo contratos que comprovem a sua legitimidade.
Enquanto conjunto de normas prevê-se que as instituições, formais ou não, tem seu desempenho
avaliado e interpretado constantemente pela sociedade (Boudon & Bourricaud, 1993).
[…] Sistema contendo regras de interacção para com a sociedade, e são formalmente
idealizadas pelo homem com meio propício de interacção humana. Essa interacção humana é
configurada em vários contextos: político, social e no âmbito económico. As instituições
públicas se configuram de tal modo que a sociedade evolui com o tempo, e para sua
compreensão é fundamental entender o seu processo histórico (Ibid., 2001).
Por sua vez, Acemoglu, Johnson e Robinson (2005) definem instituições como sistemas
multifacetados que são conduzidos e dão forma ao comportamento social, incorporando as regras do
jogo de uma sociedade, ou seja, são restrições que estruturam interacções politicas, económicas e
sociais.
Nesse propósito, Carvalho (2003) reconhece ainda que as instituições públicas afectam o
desempenho da economia e que a actuação na economia se deve a mudanças no sistema. No
entanto, nem a teoria económica decorrente, nem a história mostram sinais de apreciação do papel
das instituições no desempenho económico, isso porque nunca houve uma estrutura política e
histórica da economia.
Portanto, deste debate cabe construir o conceito de instituições públicas como conjunto de restrições
ao comportamento que adoptam a forma de regras e regulamentos, de procedimentos para detectar
seus desvios e de um conjunto de regras morais para o comportamento ético que restringem a
maneira com que as regras e regulamentos são especificadas e cumpridas. Este conceito mostra-se
crucial na medida em que o presente estudo propôs-se a avaliar o grau do alcance das metas destas
instituições através da CO.
21
Doravante, com estes conceitos dá-se o desfecho do capítulo cujo objectivo é debater teoricamente
e conceptualmente as expressões-chave do trabalho cuja percepção tornaria viável a elaboração
desta pesquisa científica. Assim, o próximo capítulo continua trazendo a revisão da literatura mais
especificamente as abordagens da CO e o seu papel na eficácia das instituições públicas.
22
CAPÍTULO 3: ABORDAGENS SOBRE COMUNICAÇÃO E O SEU PAPEL NA EFICÁCIA
ORGANIZACIONAL
A revisão da literatura serve de base preparatória através da qual serão processados os dados do
campo. Assim, este capítulo representa a pesquisa bibliográfica, onde são postuladas as diferentes
visões de autores sobre como a CO se processa até gerar a eficácia nas organizações.
Sempre que comunicamos com alguém, temos um objectivo para cumprir, nesse mesmo objectivo
são utlizados vários códigos. Segundo Adler e Towne (2002:88), “nós comunicamos para atender a
algumas necessidades básicas, são elas: físicas, identitárias, sociais” e ainda, alguns objectivos
práticos que podem ser alcançados através da comunicação, estes códigos utilizados são
representados pelos nossos pensamentos, desejos e sentimentos independente dos meios utlizados
para comunicação, essa transmissão de mensagem pressupõem necessariamente a interacção de
diversos factores. Em todo o processo comunicacional é importante que todo o contexto esteja em
consonância com a mensagem, ou seja, o tom, as posturas e os sentimentos. As teorias e abordagens
da comunicação estão na origem do conhecido esquema, cujos componentes são os seguintes:
Neste processo o emissor é aquele que transmite a mensagem, essa mensagem para ser detonadora
de significado deverá ser perceptível pelo receptor, este deve estar sintonizado com o emissor para
23
compreender a mensagem, que corresponde ao conteúdo da comunicação, esta é feita através de um
mecanismo que serve de suporte e veículo a uma mensagem.
Existem diversos suportes, entres ele, ar, telefone, cartaz, internet, televisão, entre outros, ou seja,
correspondem ao meio utilizado para a transmissão da mensagem, este deve ser cuidadosamente
escolhido para a eficiência e sucesso da comunicação. O código corresponde a um conjunto de
sinais estruturados que podem ser verbais ou não-verbais. Trata-se da maneira pela qual a
mensagem se organiza; por último o referente que consiste no contexto no qual se encontram o
emissor e o receptor da mensagem.
As organizações são entidades simbólicas através das quais os seus atores criam e utilizam uma
linguagem específica. Esta linguagem surge no âmbito de atribuir sentido aos acontecimentos,
comportamentos e objectos e está relacionada com aquilo que se designa por CO (Gomes, 2000).
Nesse sentido, a CO constitui-se como fundamental para explicar e para compreender o
funcionamento e a gestão de qualquer organização, tornando-se impossível separar os dois
conceitos (Mangorrinha, 2012). Ruão et al. (2014:33) corroboram esta tese, considerando que, “a
CO constitui uma macro área, na medida em que estuda e propõe soluções para todas as dimensões
comunicativas das organizações, a partir do reconhecimento do próprio processo de organizar”.
24
frisar que a CO tende a ser encarada como uma transmissão e uma retroacção, considerando-se este
tipo de comunicação um modelo telegráfico.
A partir dos anos 80, começou a dar-se relevância a um outro paradigma, designado por Paradigma
Interpretativo (Redding & Tompkins, 1988). De acordo com este paradigma, as organizações são
encaradas como simbólicas, estruturais e pluralistas. Ou seja, são simbólicas, porque representam
relações no processo de mudança; são estruturais, uma vez que podem ter efeitos nas acções diárias
dos seus membros; são encaradas como pluralistas, contrariamente à visão unitária da escola
funcionalista, porque podem ser compostas por grupos com diferentes interesses e objectivos
(Bouzon, 2013). No caso específico da comunicação, pretende-se perceber como é que as pessoas
comunicam no seu ambiente natural, contrariamente ao contexto “laboratorial” defendido pelos
positivistas (Yanow & Ybema, 2009). A comunicação deixa, então, de estar associada à simples
transmissão de informação, uma vez que se consideram ambas as partes: quem dá e quem recebe a
informação (meta-comunicação) (Wrench & Punyanunt-Carter, 2012).
Na abordagem de Torquato (2002), a CO é comummente entendida por meio das seguintes formas:
comunicação gerencial; comunicação administrativa e comunicação social.
25
trabalho, uma vez que o foco da pesquisadora é a trajectória administrativa da comunicação, não
nos interessando a parte social nem gerencial da mesma.
A perspectiva estrutural reconhece que uma administração eficiente, deve contemplar, o potencial
da comunicação: descendente, ascendente, lateral e diagonal. Esta perspectiva, é vista como uma
forma de valorizar o trabalho, encorajando a criatividade e a produtividade (Fisher, 1993). Existem
assim, no seio das instituições quatro fluxos de comunicação para (Rego, 2007), como se pode
constatar na figura nº2:
26
gestores e dos colaboradores, pelas filtragens verificadas nas várias passagens da informação
ao longo da cadeia hierárquica, e pelas diversas barreiras (Teixeira, 1998).
Fluxo ascendente: concede aos subordinados a oportunidade de se exprimirem e se
sentirem parte integrante da instituição. Para além disso, permite aos gestores conhecerem
melhor a realidade organizacional e saberem se a comunicação descendente atingiu os alvos
pretendidos, e se está a ser correctamente utilizada ou implementada (Idem).
Fluxo lateral / horizontal: este fluxo é o que decorre entre pessoas do mesmo nível
hierárquico. Prossegue três funções principais: a Coordenação do Trabalho, a Partilha de
Informações e a Resolução de Problemas Interdepartamentais (Ibid.:163).
Fluxo diagonal: é a menos frequente, pelo menos do ponto de vista formal. É especialmente
importante, quando as pessoas não podem comunicar de modo eficaz, através de outros
canais.
De acordo com Ricardo (2008), a CO envolve um processo através do qual os membros de uma
organização têm em conta informação pertinente sobre ela própria, fazendo com que a mesma
circule obedecendo aos seguintes tipos:
27
Comunicação formal – neste tipo circulam as mensagens oficiais e legitimadas pela
estrutura da empresa, utilizando os canais formais. Para Rego (2007) a comunicação formal
é a que é oficial e sancionada pelas autoridades organizacionais.
Comunicação informal – típica para circulação das mensagens informais. Esta
comunicação é mais espontânea e ocorre independentemente dos modelos oficiais.
Sobre os canais de comunicação, adianta-se que estes possuem uma panóplia de suportes
comunicacionais, sendo subdivididos em três grandes grupos, segundo Villafañe (1998):
A partir deste conjunto de efeitos, é possível apresentar e proceder a uma escolha mais selectiva
entre um suporte escrito, oral ou audiovisual. Esta triagem deverá realizar-se com alguma
28
perspicácia, visto que, cada um dos suportes possui para além de inúmeras vantagens um grande
grupo de inconvenientes.
Por sua vez, a comunicação que utiliza os documentos, os memorandos e os boletins, é mais eficaz
para: comunicar informação, que requer uma acção futura; comunicar informação geral; comunicar
informação rotineira (Ibid.).
Todavia, constata-se cada vez mais uma tendência perturbadora que considera que a comunicação
electrónica (e-mail e correio de voz) é o método mais eficaz para a comunicação, e que o tempo
gasto, cara-a-cara com funcionários ou colegas, é considerado um luxo e não como uma
necessidade. Ouvir, ver e em muito casos, lidar frente-a-frente com alguém, estar no mesmo
contexto, o tom de voz, a capacidade de questionar, o feedback, entre outros, são ingredientes
maravilhosos, que fazem parte do trabalho de comunicação (Ferreira et al,. 2011:359)
A comunicação eficaz, para Rego (2007:89) “é a que assegura pela correspondência entre os
pensamentos do emissor e a interpretação que o receptor deles faz. As barreiras são, por
conseguinte, tudo aquilo que pode perturbar o processo e interferir na transmissão e recepção das
mensagens”. Para que os destinatários consigam interpretar correctamente as mensagens, deverá
existir eficácia ao nível da sua transmissão.
As Barreiras à Comunicação podem, na óptica de Fachada (2003) ser de dois tipos: Barreiras
Externas: são as barreiras físicas, como por exemplo a distância entre o emissor e o receptor. “A
29
distância física/geográfica tem um efeito óbvio na comunicação. A proximidade facilita a
comunicação cara-a-cara, permite testar a exactidão da informação através do feedback imediato, e
facilita a rectificação da mensagem. À medida que aumenta a distância, cresce o ruído e aumentam
as distorções” (Rego, 2007:100).
Barreiras Internas: são as que dizem respeito, à linguagem, que não é entendida pelo interlocutor; ao
empregar palavras ambíguas; através de problemas da nossa estrutura pessoal que nos façam ter
medo de falar de determinado assunto, ou de falar com determinada pessoa; o referir ideia ou
evocar sentimentos não adaptados ao objectivo da comunicação; os valores e as crenças das
pessoas, assim como, a sua visão do mundo; os papéis sociais desempenhados; o estado de cansaço
ou doença, entre outras.
No que diz respeito às Barreiras à Comunicação, Teixeira (1998) apresenta outra tipologia
agrupando-as em três grandes grupos:
As barreiras à comunicação são consideradas como as causas das falhas de recepção das
mensagens, sendo de salientar as que dizem respeito à estrutura, ao processo de audição selectiva, à
desadequação da linguagem, às mensagens desorganizadas, aos vazios e às diferenças de estatuto.
Barreiras Descrição
Estrutura de Referencia Conceitos, valores, influências de acontecimentos e a forma como as mensagens
são descodificadas;
Audição Selectiva Ouvimos o que queremos, o que consideramos prioritário ou os que melhor se
identifiquem com os nossos valores;
Desadequação da Linguagem Linguagem hermética, aquela que não e entendida pelo receptor;
Mensagens Desorganizadas Expressar um pensamento em termos generalizados ou incorrectos;
Vazios Falar de forma irregular, deixando de fora parte da mensagem.
Os vazios serão preenchidos pelo receptor não necessariamente de forma como o
emissor tinha em mente;
Diferenças de Estatuto A comunicação entre pessoas em posição hierárquica diferente, pode ser inibidora.
Fonte: Carapeto e Fonseca (2006:132).
30
Para que os processos de comunicação sejam considerados como parte integrante da estrutura de
gestão da organização (privada ou pública), é fundamental uma comunicação eficaz, que possua
como elementos: uma comunicação sincera; um envolvimento de todos no acto comunicativo; ouvir
para conseguir compreender claramente a mensagem e possuir clareza na apresentação das ideias
(quadro nº2).
Através da aplicação das linhas orientadoras para uma comunicação eficaz, apresentadas na tabela
acima, todos os elementos integrantes no processo comunicativo possuem skills para a utilização de
uma comunicação eficaz de forma a reduzir o grau de distorção das mensagens, tanto enviadas,
como recebidas.
31
3.1.6 Comunicação na Administração Pública
Actualmente, a Administração Pública (AP) possui como objectivo, tal como aborda Ruão
(2008:17), criar “sinergias que melhorem a partilha comunicativa, entre a organização e os seus
públicos, internos e externos”. Conjugando todas as suas actuações e discursos, a instituição
conseguirá reforçar a sua prestação comunicativa, promovendo uma imagem favorável, coerente e
verdadeira.
Por sua vez, Torquato (2002) corrobora que um dos modelos eficientes de planear a comunicação
na AP é espelhar seus programas em um leque de funções a saber:
Toda a instituição pública ou privada tem sempre objectivos, portanto é fundamental avaliar em que
medida a organização os consegue ou não atingir. De acordo com Santos (2008), a eficácia é o grau
32
de cumprimento dos objectivos fixados. Então, o objectivo de uma forma geral do gestor será
maximizar a eficácia da organização procurando fazê-lo com a máxima eficiência.
No entender de Chiavenato (2008:40), cada organização deve ser considerada do ponto de vista de
eficácia e de eficiência, simultaneamente, na medida em que o administrador se preocupa em fazer
correctamente às coisas, ele está voltando para a eficiência (melhor utilização dos recursos
disponíveis). Porém, quando ele utiliza os instrumentos fornecidos por aqueles que executam para
avaliar o alcance dos resultados, isto é, para verificar se as coisas bem-feitas são as que realmente
devem ser feitas, então ele está voltando para a eficácia (alcance dos objectivos através dos recursos
disponíveis).
A eficácia está relacionada aos outputs, isto é, com a realização dos resultados e com o
cumprimento de objectivos e, assim, as metodologias para eficácia devem construir indicadores que
utilizem técnicas baseadas em outputs (AECA12, 1997). Chiavenato (2008) salienta que a eficácia
administrativa leva à eficácia organizacional, esta é alcançada quando se reúnem três condições
essenciais:
Os indicadores visam mensurar os resultados obtidos das actividades realizadas. Portanto, essas
unidades de medição permitem acompanhar e avaliar de forma periódica as variáveis consideradas
mais importantes dentro de um contexto analisado (Grateron, 1999).
Portanto, os indicadores de eficácia das instituições públicas devem procurar medir os resultados e
os objectivos alcançados a partir de um processo realizado (Marques, 2008). Quando a eficácia é
calculada devem ser levados em consideração todos os públicos interessados (stakeholders) no
resultado de uma acção que será mensurada (Biloslavo, 2013).
12
ASOCIACIÓN ESPAÑOLA DE CONTABILIDAD Y ADMINISTRACIÓN DE EMPRESA (AECA).
33
Em relação a eficácia, que verifica os resultados obtidos por meio de um objecto de análise, os
indicadores ou índices que visam quantificar esses resultados são uma das metodologias mais
utilizadas para tratar desse aspecto (Maciel, 2013). A eficácia pode ser calculada por meio de um
índice que demonstra questões relacionadas ao resultado de uma acção (Figelj, 2013).
O autor salienta que para avaliar a eficácia organizacional não se deve utilizar simplesmente os
indicadores económicos, como o lucro, custo por unidade, volume de vendas entre outros (Ibid.,
2004). Assim, este autor sugere as seguintes medidas de avaliação da eficácia organizacional:
34
3.3 Comunicação Organizacional como factor determinante para a Eficácia das Instituições
Públicas
A CO pode ser entendida como sendo o processo (conjunto de métodos, técnicas, recursos, meios,
etc.) pelo qual a organização se dirige ao público interno (colaboradores) e ao público externo
(clientes e sociedade). Para Baldissera (2000), a comunicação, no âmbito organizacional, é utilizada
para reforçar e preservar a identidade da organização, impulsionando-a para as transformações
desejadas, uma vez que compreende todo o fluxo de mensagens que compõe o processo de
relacionamentos dentro da organização.
De acordo com Pimenta (1999), a comunicação dentro das instituições públicas contribui para a
definição e concretização de metas e objectivos, além de possibilitar a integração e equilíbrio entre
os seus componentes. É a partir do sistema de comunicação criado internamente que as instituições
interagem com três grandes subsistemas: o sociopolítico; o económico- industrial e o microclima
interno das mesmas.
Duterme (2002) refere também que as instituições públicas são mais propensas a ter sucesso quando
os funcionários e utentes se sentem informados e valorizados. Os líderes devem fornecer
informações aos seus colaboradores de um modo regular e estar abertos às opiniões e informações
que estes lhes fornecem. A organização quando comunica deve ter em conta a necessidade de usar
um tipo de comunicação dominada pela integridade, transparência, honestidade para com os seus
colaboradores (Mehta & Mishra, 2011).
Uma comunicação eficaz é requisito para o sucesso de uma boa gestão organizacional. Transmitir
uma mensagem de forma eficiente é garantir que esta vai ser correctamente interpretada pelo
receptor, é um ponto de sucesso nas relações profissionais assim como no aperfeiçoamento das
competências profissionais. Macareno (2006) refere também que a comunicação é ainda um
instrumento que gera conhecimento, produz inovação, cria ambientes de aprendizagem, estimula a
adaptação e respostas a mudanças rápidas, além de direccionar a eficiência.
De acordo, com Almeida (2003), uma comunicação eficiente exerce um efeito positivo sobre o
ambiente interno e consequentemente sobre a imagem global da instituição. A comunicação, antes
do mais, deve ser coerente e consistente, deve preocupar-se em passar uma boa imagem não só para
o exterior mas também para com o seu público interno. Os colaboradores representam um público
muito importante para a direcção de qualquer organização. Este autor, afirma também que “a
comunicação interna tem um papel crucial no desenvolvimento da instituição, é essencial para
35
qualquer empresa que queira estar atenta ao estado moral e motivacional dos seus trabalhadores, é
necessário que esta seja bem planeada, estruturada e baseada numa forte estratégia de comunicação”
(Almeida, 2003).
Os processos de comunicação permitem aos gestores um efectivo desempenho das suas funções e
com reflexo nas actividades dos subordinados. A eficácia decorre, antes do mais, do modo como
funciona a comunicação entre chefias e membros das respectivas equipas. (Bourdean, 2010). A
organização da comunicação interna é um processo através do qual o gestor desenvolve um sistema
de transmissão de informação a um grande grupo de pessoas dentro da organização. Serve como um
instrumento de coordenação do trabalho a todo o nível de chefia e permite a obtenção da
informação necessária.
Com esta matéria, fecha-se a revisão da literatura após forte debate de ideias de diversos autores
sobre CO e o seu contributo na eficácia das instituições públicas. Portanto, o capítulo é de grande
valia uma vez que através dele foi possível perceber que a comunicação é um factor estratégico para
o sucesso das organizações. Tal que actua principalmente em três frentes: é fundamental para os
resultados do negócio, é um factor humanizador das relações de trabalho e consolida a identidade da
organização junto aos seus públicos. Desta feita, o próximo estágio coloca-se o capítulo do estudo
de caso (apresentação, análise e interpretação de dados do campo), a fim de perceber
exaustivamente, como a SBM3F lida com o processo comunicativo e que resultado tem colhido.
36
CAPÍTULO 4: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
DA PESQUISA DE CAMPO
Este capítulo, caracterizado como o quarto e último do trabalho, visa trazer em termos mais práticos
e realísticos os dados sobre o tema, colhidos no terreno, especificamente dos órgãos e munícipes da
SBM3F. Pretende-se com esses dados, depois fazer uma confrontação da teoria, revisão da literatura
e a realidade com vista ao alcance dos objectivos preconizados.
13
A estrutura do primeiro grau temos o Conselho Municipal e segundo grau o Distrito Municipal, sendo assim as
Secretarias as do terceiro grau.
37
Secretaria – (esta é operada por uma Técnica profissional em Administração pública; uma
Assistente Administrativa e uma Agente de Serviço), todas sobre direcção da secretária;
Gabinete de Polícia Municipal e Polícia da República de Moçambique – estes operam em
coordenação no sentido de garantir segurança e tranquilidade no âmbito do funcionamento
desta estrutura;
Coordenador dos chefes de quarteirões – este é chamado para dar apoio às actividades
técnicas do seu domínio à respeito dos assuntos do bairro.
N OBJECTO ACTIVIDADE
1 Prestação de informe das Participar na reunião de coordenação semanal e prestar informação das
actividades semanais actividades da semana
2 Avaliação periódica de Participar da reunião de coordenação quinzenal no Departamento de
actividades Assistência aos Bairros
3 Resolução de conflitos Receber, ouvir, intervir e solucionar conflitos nas comunidades
4 Assegurar a convivência Realização de reuniões pelos Quarteirões por forma a trazer boa harmonia
social de munícipes entre munícipes.
Revitalizar o Conselho Consultivo do Bairro
38
4.2 Processo de Comunicação na Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro: Fluxos,
Tipos e Canais
Face a esta limitação, Coutinho (2000) propõe um conjunto de regras, que ajudam a planear e
proporcionar melhorias nos serviços públicos, relativamente ao processo comunicativo devendo as
organizações públicas contemplar, nomeadamente os seguintes aspectos:
De acordo com as entrevistas realizadas no campo, não poderá existir organização sem que exista
comunicação: “A comunicação é a ferramenta sem a qual, para mim, nada existe! Não há nenhum
tipo de organização que exista sem ela” (Piquei, 202114); “Não há organização sem comunicação,
estrutural e fundamental” (Novela, 202115). Esta foi uma das categorias que surgiram com maior
frequência, sendo que os participantes consideram a comunicação organizacional algo essencial.
Piquei (2021) referiu-se a um processo de CO baseado sobretudo naquilo que busca melhor
percepção da essência da comunicação, afirmando que não basta dizer, a maior preocupação deste
processo no local em análise, é emitir, conduzir e receber a informação de forma bastante clara.
14
PIQUEI, Maria Lina da Glória. Técnica Profissional em Administração Pública na Secretaria do Bairro Municipal 3
de Fevereiro. Entrevistada no mesmo local aos 10 de Maio de 2021. Maputo.
15
NOVELA, Celeste. Agente de Serviço na Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro. Entrevistada no mesmo
local aos 10 de Maio de 2021. Maputo.
39
Por sua vez, Naiene (2021)16 expõe que as comunicações nesta secretaria não são paralelas, cada
situação tem sua forma de comunicar, se lidamos com pessoas com necessidades especiais por
exemplo procuramos chegar até a maneira de comunicar que facilite a percepção dos mesmos.
Django (2021) 17 também relatou que um exemplo muito claro da flexibilidade do processo de
comunicação na secretaria, é a variação linguística a que os membros da secretaria se submetem. Há
utentes (munícipes) que não entendem a língua portuguesa, para responder a esta dificuldade
“usamos as línguas locais, e comunicação escrita casos que temos sempre vivido de deficientes
auditivos”.
Ainda no âmbito da colecta destes dados, a pesquisadora realizou uma entrevista colectiva com
utentes na SBM3F, que por sua vez, a síntese dessa conversa apontou para a satisfação destes com o
processo da sua interacção com as estruturas do bairro. Para o porta-voz deste grupo (Idalécio), a
comunicação aquando da prestação dos serviços nesta instituição não poderia ser melhor, os
técnicos conseguem clarificar as instruções e procedimentos nas suas diversas maneiras de
comunicar.
Analisando os depoimentos colhidos através das entrevistas semiestruturadas, nota-se que as fontes
são unânimes na flexibilidade do processo de comunicação na SBM3F. Para estas, a comunicação é
vital para a realização do trabalho que exercem cujo público-alvo são pessoas de diversas e distintas
características. Em conexão com a revisão da literatura, esses dados são corroborados por
Chiavenato (1997), o qual expõe que a comunicação é importante em todas as funções
administrativas. Especialmente porque representa o intercâmbio de pensamento e de informações,
proporcionando compreensão mútua e confiança nas relações humanas.
O autor continua dizendo que a comunicação eficiente se apresenta como uma ferramenta
indispensável ao pleno exercício da administração, pois, a organização tem a necessidade de
trabalhar com a adequação do produto ao mercado, à distribuição, à promoção e à política de
preços. É premente que se tenha um processo de comunicação satisfatório para oferecer o serviço
aos munícipes (Idem).
No entanto, segundo Brum (2000), a comunicação para gerar impacto na realização das metas da
organização é necessário que o conteúdo da comunicação interna se ajuste às características do
16
NAIENE, Helena Zacarias. Secretária do Bairro Municipal 3 de Fevereiro desde Abril de 2020. Entrevistada no
mesmo local aos 12 de Maio de 2021. Maputo.
17
DJANGO, Ricardo. Coordenador dos Chefes dos quarteirões afecto na Secretaria do Bairro Municipal 3 de
Fevereiro. Entrevistado no mesmo local aos 13 de Maio de 2021. Maputo.
40
público ao qual se destina, que a comunicação tenha mão dupla e que o impacto sensorial torne-se
alto quando o funcionário e utente podem ver, ouvir, sentir e experimentar a informação.
Por sua vez, confrontado com os princípios da TE os dados colhidos na SBM3F sobre o processo de
comunicação mostram que este processo forma uma estrutura, que permita a ligação entre os órgãos
de gestão com os funcionários no interior da secretaria, e por sua vez, esta com os munícipes. A
estrutura fornece um procedimento de comunicação que permite o intercâmbio entre a sociedade
organizacional. Já na óptica da TDO, esses dados representam uma readaptação às exigências da
sociedade. A SBM3F enquanto uma organização sensível e flexível tem a capacidade de realocar e
redistribuir seus recursos de forma a optimizar a realização da sua tarefa, pois ela é um subsistema
em um ambiente que consiste de muitos outros sistemas, todos dinamicamente interdependentes.
O fluxo de comunicação nas organizações, segundo Rego e Cunha (2005) “é influenciado pela
estrutura da organização, esta estrutura revela os caminhos através dos quais a informação flui na
organização, diz-nos quem deve comunicar com quem. Questionada sobre os fluxos, Piquei (2021)
referiu que as informações circulam muitas das vezes de forma vertical sem prejuízo da
diversificação em casos de haver necessidade para tal (casos raros). A fonte trouxe a tona dois
fluxos de comunicação patentes na secretaria, em que por um lado a informação é trazida pela
secretária do bairro enquanto representante de todos os membros daquela unidade, “uma vez que a
secretaria é elo entre o bairro e o distrito, ela vai aos encontros de coordenação e nos abastece de
informações semanais necessárias para o exercício das actividades” (Idem).
Este fluxo é caracterizado por Garnett (1995) em corroboração com a TE como uma estrutura
funcional de transmissão da comunicação descendente, a nível formal, em que o conteúdo é
relevante para toda a estrutura da empresa. Qual consiste no seguinte de procedimento: a secretária
41
do bairro, ao receber informações da administração distrital, comunica a sua subordinada directa
(Técnica P. em Administração), que por sua vez reúne os outros funcionários para os informar,
seguidamente, estes por sua vez informam os utentes. Esta realidade, própria de uma organização
hierarquizada, evidencia a importância de a informação chegar a todos os níveis, não ultrapassando
nenhum nível funcional, o que, a acontecer poderia subverter o bom funcionamento da organização.
Sobre os fluxos da comunicação na SBM3F, Piquei (2021) aponta o fluxo ascendente, em que a
partir da base havendo necessidades participam determinadas informações a secretária. Tal fluxo é
caracterizado pela revisão da literatura como comunicação ascendente, a toda informação que
provém das pessoas situadas na base inferior e desenvolve um percurso que pode atingir a posição
mais elevada na estrutura da organização.
Portanto, sobre os fluxos de comunicação percebe-se que na SBM3F são observados dois deles,
neste caso o ascendente e descendente. A inexistência dos fluxos horizontais e paralelos foi
explicada pela secretária como resultante da estrutura reduzida em termos do efectivo,
acompanhada da dimensão pequena daquela instituição não possibilitando assim, a existência de
funcionários paralelos, cada um é representante de uma unidade. Todavia, face a esta realidade
estrutural, somente existem duas vertentes da comunicação, aquela que parte do topo para a base e a
que flui da base para o topo, e vice-versa respectivamente.
Piquei (2021) expõe que para contornar a complexidade da comunicação adiante apontada, são
usados os canais flexíveis19 de comunicação. Tais canais são: Telemóveis (uso de redes sociais,
SMS’s, Chamadas telefónicas e e-mails). Segundo avançou a fonte supracitada “para encurtar as
18
LUMBELA, Sónia Azarias. Assistente Técnica na Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro. Entrevistada no
mesmo local aos 14 de Maio de 2021. Maputo.
19
Canais flexíveis são definidos pela literatura como as formas informais que garantem a rápida chegada da informação
(Pimenta, 1999).
42
distâncias criamos um grupo interno de Whatsapp com a interacção entre os membros da secretaria
e destes com os chefes de quarteirões; adiante, usamos dos mesmos para alargar a informação aos
que não acedem a esta plataforma, fazendo assim uma comunicação oral presencial” (Idem).
Já do ponto de vista da TDO, a associação adaptativa dos canais flexíveis patentes nos tipos de
comunicação desta instituição é caracterizada como vector de mudanças rápidas, constantes e como
progressão explosiva. Esta estratégia representa a mudança tecnológica tida como condição básica
de sobrevivência em um ambiente em contínua mudança que influencia o desenvolvimento e o êxito
da SBM3F.
Percebe-se portanto, que os tipos de comunicação verificados no campo de estudo são: formal e
informal. Para flexibilizar o processo comunicativo e a consequente realização das actividades, é
mais usada a comunicação informal, porém, sem prejuízo da comunicação formal que observa
havendo necessidade, os padrões burocráticos assentes na Administração Pública. Dos dados
analisados percebe-se ainda que a frequente aplicação da comunicação informal deriva da estrutura
organizacional relativamente pequena, em que os superiores e subordinados trabalham no mesmo
sítio, havendo assim, dispensa da comunicação formal vista como obsoleta para a realização das
metas.
Ainda percebe-se que, associados a esses tipos são usados para a circulação de informação os canais
como: comunicações verbais ou orais, comunicações telefónicas (redes sociais), relatórios, avisos e
panfletagem de carácter informativo.
20
NOVELA, Agostinho. Delegado da Polícia Municipal afecto na Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro.
Entrevistado no mesmo local aos 14 de Maio de 2021. Maputo.
43
4.3 Barreiras à comunicação e formas de correcção na Secretaria do Bairro Municipal 3 de
Fevereiro
A comunicação corporativa, segundo Carapeto & Fonseca (2006) possui uma componente interna e
uma componente externa. Na perspectiva interna, a comunicação visa a mobilização dos recursos e
o desenvolvimento de um sentimento de pertença à organização, para que todos os funcionários
contribuam plenamente para o desempenho organizacional. Por sua vez, esta comunicação interna,
tem como finalidade, manter os funcionários informados sobre os assuntos importantes que dizem
respeito à instituição.
Mediante esta visão, procurou-se identificar diante dos funcionários da instituição estudada, as
barreiras ou constrangimentos assentes no processo de comunicação na SBM3F.
Todavia, para fazer face a esta dificuldade, segundo Piquei (2021), a SBM3F adoptou alguns
mecanismos tais como linguagem gesticular, escrita entre outras, porém, a solicitação seria mesmo
de criação de um pacote de capacitação dos funcionários em matérias de outras formas de
comunicação que facilitem a integração dessas minorias no seio da gestão pública.
44
retornos em investimento e vendas. Para fazer face a essa avaliação foi administrado um inquérito a
cem (100) munícipes, utentes da secretaria em estudo, a seguir vejamos os resultados:
3
7
3% Boa
7%
Razoável
90 Má
90%
Fonte: Adaptado pela pesquisadora com base nos dados do campo (2021).
Atentamente ao gráfico, sete (7%) da nossa amostra apontam que a satisfação é razoável para com
os serviços prestados, a justificação trazida por esses munícipes foi de que há sempre uma margem
do erro na prestação de serviço público sobretudo quando se trata de instituições da base, porém,
não que estes queiram dizer que a comunicação seja ineficaz.
Piquei (2021) sustenta que os três (3%) cuja satisfação é má, são utentes com uma curva de
consumo dos serviços municipais relativamente reduzida, no cadatro do período em estudo (2016-
2019), não existe registo algum de solicitação desses serviços por parte desses munícipes.
Em função destes dados procurou-se aferir já diante dos funcionários afectos na SBM3F, o papel da
CO na eficácia daquela unidade. Sobre o assunto, Conhecida (2021)21 destaca o forte compromisso
no esforço da comunicação por parte da gestão de topo e a simplicidade dos passos envolvidos
21
CONHECIDA, Elina. Polícia da República de Moçambique afecta na Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro.
Entrevistada no mesmo local aos 15 de Maio de 2021. Maputo.
45
numa comunicação eficaz, focada sobretudo numa actuação imaginativa, pró-activa, informal e
face-a-face.
Piquei (2021), por sua vez, salienta que sem comunicação seria impossível a realização das
actividades na secretaria e consequentemente, haveria complicações no intercâmbio interpessoal.
Para a entrevistada, “a comunicação é elo entre a estrutura administrativa e os utentes ora
representados”.
Os dados do campo convergem com os resultados tidos da análise dos dados de um inquérito à
atitude dos trabalhadores da Hewlett-Packard e da General Electric, quais demonstraram uma forte
correlação entre a melhoria da comunicação de duas vias entre empregados e supervisores e o
aumento da produtividade da organização; corroboram ainda com a análise da cadeia de lojas Sears,
qual revelou que a melhoria na atitude dos empregados (normalmente associada a uma melhoria na
partilha de informações da empresa) equivale a um aumento de 1,3% na satisfação dos clientes e a
0,5% de aumento no retorno financeiro do negócio.
Já do ponto de vista da TE, acredita-se que a comunicação tem um papel importante ao contribuir
para o sucesso da missão de qualquer uma destas organizações.
Percebe-se ainda que o aperfeiçoamento das práticas de comunicação tornou-se crucial para a
própria sobrevivência de uma instituição. Mesmo os órgãos públicos, que não são regidos pelas leis
46
de mercado e cuja existência é mais estável, podem beneficiar dessa forma. A optimização das
relações comunicativas, pode resultar tanto em aumento de qualidade dos serviços públicos – bem
como do atendimento aos cidadãos, quanto da melhoria da imagem das instituições perante a
sociedade. Este processo ajudaria a combater a ideia de ineficiência, morosidade e desleixo que se
têm dos órgãos pertencentes ao Estado, assim como dos próprios servidores. No entanto,
implementar essa prática, requer um árduo processo.
A Hipótese 1: segundo a qual “a comunicação organizacional na SBM3F é eficaz uma vez que é
implementada de forma mista e alcança todos os níveis da comunidade” é válida na medida em que
os dados colhidos mostram que na instituição estudada a comunicação é feita do topo para a base
sem prejuízo da base para o topo em casos que se revele necessária (formal e informal; descendente
e ascendente).
47
CONCLUSÃO
Este trabalho tinha como objectivo geral analisar o Papel da Comunicação Organizacional na
Eficácia das Instituições Públicas: O caso da SBM3F no período compreendido de 2016 até 2019. E
especificamente pretendia-se descrever o processo de comunicação assente na SBM3F. Na
prossecução deste objectivo concluiu-se que o processo de comunicação na instituição em estudo
passa a ser considerado como uma parte integrante das estratégias daquela unidade, entendida como
o “aparelho circulatório da vida organizacional” e uma ferramenta de gestão capaz de transformar
uma cultura, e fortalecer a identidade organizacional.
Em muitos casos, existem pequenas políticas e procedimentos instituídos que podem ser
compilados, revistos, aprovados e aplicados, tendo como referência outros mais genéricos, que
48
venham a ser instituídos, pela entidade de coordenação central das comunicações da Administração
Pública.
Todavia, importa ter em consideração que, geralmente, o mais difícil não é elaborar as políticas mas
sim conseguir a adopção sustentada, por parte das instituições. Neste sentido, a utilização de
políticas simples e de fácil compreensão, associadas a acções adequadas de sensibilização,
apresentam-se como um factor crítico de sucesso.
Recomendações
No âmbito da realização da pesquisa na SBM3F, foram identificadas algumas barreiras que minam
sobremaneira a eficácia total do processo de comunicação organizacional. As barreiras à
comunicação são consideradas como as causas das falhas de recepção das mensagens, sendo de
salientar as que dizem respeito à estrutura, ao processo de audição selectiva, à desadequação da
linguagem, às mensagens desorganizadas, aos vazios e às diferenças de estatuto. No entanto, para
que a CO continue trazendo melhores impactos, recomenda-se:
49
REFERÊNCIAS
a) Livros
AYUB, S., MANAF, N., & HAMZAH, M. (2014). Communicating Strategically in the 21st
Century. Social and Behavioral Sciences.
50
CHIAVENATO, I. (1995). A Administração de Empresas. Uma Abordagem Contingencial. São
Paulo: Makron Books do Brasil Editora.
_______________ (1999). A administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Editores Campos.
DEETZ, S. (2001). Conceptual foundations. In F. M. Jablin & L. L. Putnam (Eds). The New
Handbook of Organizational Communication: Advances in Theory, Research and Methods (pp. 3-
46). Thousand Oaks: Sage Publications.
FACHADA, M. (2003). Psicologia das Relações Interpessoais. 5º Edição. Chelas: Edições Rumo.
51
GREENWALD, H. P. (2008). Organizations: Management without control, CA: Sage
Publications.
HALL, R. H. (1984). Organizações: estrutura e processos. (Trad. Wilma Ribeiro) 3.ed. Rio de
Janeiro: Prenntice. Hall do Brasil.
KUNSCH, M. M. Krohling (1997). Obtendo resultados com relações públicas. São Paulo:
Pioneira.
52
MANGORRINHA, M. (2012). A Comunicação Estratégica no âmbito da Mudança
Organizacional. Dissertação de Mestrado. Universidade Nova de Lisboa – Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas, Portugal.
PORTER, M. (2008). The Five Competitive Forces That Shape Strategy. Watertown: Harvard
Business Publishing. Cambridge.
REDDING, C., & TOMPKINS, P. (1988). Organizational Communication: past and presente
tenses. Norwood: Ablex Publishing.
RIEL, Cees van B. M. (1995). Principles of corporate communication. Hemel Hempstead: Pretince
Hall.
RIEL, C. & PRUYN, A. (2000). The Impact of Employee Communication and Perceived External
Prestige on Organizational Identi‡cation. Netherlands: Erasmus Research Institute of Management.
53
RUÃO, T. (1999). A Comunicação organizacional e a gestão de Recursos Humanos. Evolução e
actualidade. Cadernos do Noroeste.
RUÃO, T., SALGADO, P., FREITAS, R. & RIBEIRO, P. (2014). Comunicação organizacional
e Relações Públicas, numa Travessia Conjunta. Comunicação organizacional e Relações Publicas:
horizontes e perspectivas, 16-39. Relatório de um debate. Centro de Estudos de Comunicação e
Sociedade.
TAYLOR, B., & TRUJILLO, N. (2001). Qualitative Research Methods. In F. M. Jablin & L. L.
Putnam (Eds). The New Handbook of Organizational Communication: Advances in Theory,
Research and Methods (pp. 161- 196). Thousand Oaks: Sage Publications.
YIN, R. (1994). Case Study Research: design and methods. Thousand Oaks; CA: Sage
Publications.
54
b) Fontes Orais (primárias)
DJANGO, Ricardo. Coordenador dos Chefes dos quarteirões afecto na Secretaria do Bairro
Municipal 3 de Fevereiro. Entrevistado no mesmo local aos 13 de Maio de 2021. Maputo.
NAIENE, Helena Zacarias. Secretária do Bairro Municipal 3 de Fevereiro desde Abril de 2020.
Entrevistada no mesmo local aos 12 de Maio de 2021. Maputo.
55
APÊNDICES
56
Apêndice 1: Guião de Entrevista Dirigido aos Órgãos e Funcionários da Secretaria do Bairro
Municipal 3 de Fevereiro
Este guião de entrevista é para fins da pesquisa científica a ser realizada com vista a obtenção do grau de
Licenciatura em Administração Pública na Escola Superior da Governação (ESG) da Universidade Joaquim
Chissano (UJC) e tem como tema: “Papel da Comunicação Organizacional na Eficácia das Instituições
Públicas: O Caso da Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro (2016-2019)”.
Esta entrevista é semi-estruturada, pois, das respostas destas questões planeadas poderão surgir outras questões
advindo da inquietação da pesquisadora.
Os dados colhidos através desta pesquisa serão apenas para o uso académico, obedecendo aos princípios éticos
da pesquisa científica (os entrevistados serão protegidos pela liberdade de participação, preferência pelo
anonimato e sigilo dos seus depoimentos).
Parte I – Identificação da Fonte
Nome ------------------------------------------------------------------------
Cargo ou Função------------------------------------------------Tempo de Serviço_______
Local _______________________________data___________________hora________
Parte II – Questionário
57
Apêndice 2: Questionário Misto Dirigido aos Munícipes da Secretaria do Bairro Municipal 3 de
Fevereiro
Este Questionário é para fins da pesquisa científica a ser realizada com vista a obtenção do grau de
Licenciatura em Administração Pública na Escola Superior da Governação (ESG) da Universidade Joaquim
Chissano (UJC) e tem como tema: “Papel da Comunicação Organizacional na Eficácia das Instituições
Públicas: O Caso da Secretaria do Bairro Municipal 3 de Fevereiro (2016-2019)”.
Esta entrevista é semi-estruturada, pois, das respostas destas questões planeadas poderão surgir outras
questões advindo da inquietação da pesquisadora.
Os dados colhidos através desta pesquisa serão apenas para o uso académico, obedecendo aos princípios
éticos da pesquisa científica (os entrevistados serão protegidos pela liberdade de participação, preferência
pelo anonimato e sigilo dos seus depoimentos).
PARTE I: Identificação
NOME:______________________________________________________
RESIDÊNCIA________________________________________
OCUPAÇÃO___________________________IDADE_____________GÉNERO_____
PARTE II: Questionário
58
Anexos
59
Anexo 1: Mapa do Bairro 3 de Fevereiro
60
Anexo 2: Canais de comunicação formal na SBM3F
61
Anexo 3: Credencial para colecta de dados
62