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Júri:
Abril / 2006
Glossário de termos e abreviaturas
TI - Tecnologias de Informação
Pag. 2
Resumo
vem sendo adoptado por um número crescente de organizações, tomando-se num dos mais
organismos públicos podem também beneficiar com a sua utilização, mediante uma adaptação
O presente trabalho procura precisamente dar resposta a esta questão. Na parte inicial é
do método do balanced scorecard, tal como é definido pelos seus autores, visando a
determinação dos ajustamentos necessários para que o método possa ser aplicado à realidade de
São retiradas lições sobre as formas e meios que podem ser utilizados para ultrapassar
organizações do sector público. São ainda discutidas lições sobre o papel que podem
Pág. 3
Abstract
Since its creation in the beginning of the 90's in the past century, the Balanced Scorecard
as been adopted by an increasing number of organizations, becoming one of the most spread
and used frameworks for organizational performance measurement ali over the world. Its
possibilities of application are not restricted to the private sector of the economy. The public
organisms can also benefit with its use, through an adaptation of the organizational approach
that is praised by the framework to the context and specific objectives of each organism. But, a
question arises:
How to adapt the balanced scorecard to the reality of a Portuguese public organism?
The present work searches precisely to find an answer to this question. In the first part it
the most important aspects to be considered on its design, development, implementation and
actualization are determined. Afterwards, the balanced scorecard method is presented and
adjustments to be made so that it can be applied to the reality of a public organism. Finally, the
Lessons are drawn about the means and the manners that can be used to overcome
encountered problems in the planning and development phases of the balanced scorecard for
public sector organizations. Lessons on the role that externai stimulus for change can play, as
well as the effects of the organization's response to it, are also discussed.
Finally, aspects related to the power dimensions and information systems management
implementation are analyzed, with the intent of answering the questions that the organization
Pag. 4
Índice
Pág. 5
6.1.1. Introdução 104
6.1.2. Objectivos do balanced scorecard 104
6.1.3. Recursos necessários e sua disponibilidade 105
6.1.4. Unidade de análise 106
6.1.5. Apoio dos líderes da organização 107
6.1.6. Equipa do projecto 107
6.1.7. Treino da equipa do projecto e outros participantes 108
6.1.8. Plano de comunicação 109
6.2. Desenvolvimento do projecto 112
6.2.1. Missão e Visão 112
6.2.2. Estratégia 113
6.2.3. O papel do BSC no sistema de gestão do desempenho 115
6.2.4. Selecção prévia das perspectivas a considerar 116
6.2.5. Revisão do material de apoio 116
6.2.6. Preparação das entrevistas 117
6.2.7. Realização de entrevistas 119
6.2.8. Método de análise dos dados 120
6.3. O balanced scorecard na organização 121
6.3.1. Perspectivas a adoptar e objectivos associados 122
6.3.2. O mapa estratégico da organização 133
7. Discussão e conclusões 134
7.1. Discussão 134
7.2. Conclusões 147
8. Bibliografia 150
Anexos 157
Anexo A 158
Anexo B 166
Anexo C 173
Anexo D 174
Anexo E 177
Anexo F 178
Anexo G 179
Anexo H 187
Pag. 6
1. Lista de figuras e quadros
1.1. Figuras
Figura 2 - O modelo genérico da cadeia de valor para a perspectiva dos processos internos de
negócio.
1.2. Quadros
Quadro 1 - Selecção de medidas para os objectivos financeiros, por tema estratégico e fase do
ciclo de vida do negócio.
Quadro 2 — Selecção de medidas para os objectivos da perspectiva dos clientes, por factor
crítico de sucesso.
Quadro 3 - Selecção de medidas para os objectivos da perspectiva dos processos internos, por
factor crítico de sucesso.
Quadro 4 - Selecção de medidas para os objectivos de aprendizagem e desenvolvimento, por
factor crítico de sucesso.
Quadro 5 - Importância das categorias de activos intangíveis por estratégia de mercado.
Pag. 7
2. Prefácio - introdução e objectivos do trabalho
As organizações do sector público em geral estão cada vez mais a ser alvo do escrutínio
da opinião pública quanto à sua razão de existir e à utilização que dão aos fundos que empregam
Normalmente, estes sistemas têm fraca aderência aos objectivos e missão dos organismos.
O êxito alcançado pelas organizações do sector público deve ser medido pela eficácia e
eficiência com que satisfazem as necessidades dos seus constituintes. Neste sector, os resultados
financeiros não podem constituir o objectivo máximo, mas sim, um elemento potenciador ou
A insuficiência e inadequação das medidas financeiras para, por si só, avaliar e gerir o
desempenho são reconhecidas por diversos autores (Kaplan e Norton, 1992; Ghalayini e Noble,
1996; Letza, 1996; Neely, 1999). Os indicadores financeiros constituem medidas de resultados
de decisões passadas, que não explicam o que aconteceu ou está a acontecer nos processos de
negócio, pelo que, escasso valor acrescentam à avaliação da criação de valor no longo prazo.
Balanced Scorecard. Este novo sistema inclui medidas financeiras que incorporam a perspectiva
Financeira mas, complementa-as com medidas de outras três perspectivas: Clientes; Processos
Pag. 8
Com a inclusão destas perspectivas na avaliação do desempenho intentaram a criação de
um sistema mais equilibrado, tanto em termos dos recursos e processos que constituem toda a
cadeia de valor da empresa, como em termos do horizonte temporal em que se infere sobre o
financeiro futuro.
assume como o fim máximo. No entanto, a sua aplicação em organizações do sector público
pode trazer benefícios à gestão destas entidades, nomeadamente através da articulação da gestão
que possa ser aplicado em organizações do sector público. Estas adaptações são motivadas,
tanto pela diferença em termos de objectivo último face às organizações do sector privado,
organismo público;
Pag. 9
3. Agradecimentos
realizei até esta data. Mesmo que não venha a realizar outro trabalho desta complexidade no
futuro, o que aprendi deverá permitir-me encarar outras situações com que me venha a deparar
de uma forma mais estruturada e metódica. No entanto, não sendo pela complexidade que os
problemas possam comportar, nem pela ausência de vontade de os resolver, a verdade é que o
esforço pessoal necessário para a realização deste tipo de trabalho é elevado, especialmente se
Para realizar esta dissertação tive apoios determinantes que quero agradecer neste texto.
Como não pode deixar de ser, os principais agradecimentos vão para a minha família, em
especial para a minha mulher e para a minha filha, pelo apoio e colaboração mas, especialmente
pelo sacrifício que representou abdicarem da minha presença. Também aos meus pais e sogros
constante, apesar da sua intensa actividade, além da moralização para prosseguir o trabalho e
liberdade nas escolhas que sempre procurou fomentar em mim. Quero também agradecer aos
funcionários da Biblioteca do ISEG pela disponibilidade e paciência com que trataram das
À Dra. Regina Lopes, Dra. Teresa Maduro, Dr. Guilherme Rosa e Dr. Simões de Almeida
Por fim, agradeço aos responsáveis máximos e colaboradores da Contactus pelo incentivo
Pág. 10
4. Enquadramento
séc. XIX (Ghalayini e Noble, 1996). Altura em que se defendia que a avaliação deveria incidir
essencialmente em medidas que pudessem ser obtidas através dos sistemas financeiros, como o
avaliação do desempenho é enorme, mantendo-se como um tema muito discutido e crítico para
a disciplina de gestão (Kennerley e Neely, 2002). Ao longo de todo este tempo o ambiente dos
negócios tem estado em constante mudança, que se vem manifestando de uma forma cada vez
Um fenómeno que está directamente relacionado com a mudança e que comporta diversas
competição que o caracteriza leva à necessidade de obter, manter e explorar diferenças face à
concorrência (Clegg et al., 2001). Neste contexto, o custo dos produtos e serviços, associado à
eficiência operacional, deixou de ser o factor único de liderança nos mercados c as empresas são
stakeholders e outros factores intangíveis que abordaremos a seguir. Boume et al. (2000)
referem que esta alteração de índole externa às organizações originou a necessidade de controlar
são reconhecidas por diversos investigadores (Ghalayini e Noble, 1996; Bititci et al., 1997;
Neely, 1999). Os resultados obtidos pelas organizações constituem um dos principais motivos
Pag. 11
pelos quais a avaliação do desempenho é importante, como evidenciam os mercados de títulos
de todo o mundo, pois os resultados podem servir para atrair investimento futuro, aumentar o
definido, embora muito debatido. Para estes autores o nível de desempenho atingido por uma
dada organização está directamente relacionado com a eficiência e eficácia das acções
• "A performance measure can be defined as a metric used to quantify the efficiency
• "A performance measurement system can be defined as the set of metrics used to
Por outro lado, Marshall et al. (2000:215) descrevem a avaliação do desempenho como
"...the development of indicators and collection of data to describe, report and analyse
performance,..". Mas, para Bourne et al. (2003) estes conceitos, embora precisos, não
• Apenas adquire relevância quando inserida num quadro conceptual de gestão que
1
Os conceitos de eficiência e eficácia podem aplicar-se, tanto a uma determinada acçáo, como ao resultado dessa acção (Neely et
al..
2
1995).
Neste contexto o termo métrica refere-se, nflo só á fórmula de cálculo da medida, como, entre outras coisas, ao título da medida,
quem deverá efectuar o cálculo ou de onde serfio extraídos os dados (Neely et al., 1995).
Pág. 12
• Está, actualmente, a ser usada para aferir o impacto das iniciativas da organização, nos
padrão, tanto externo como interno, contra o qual se podem fazer comparações. O processo
envolve a decisão do que medir, como efectuar a recolha, processamento, análise e interpretação
dos dados. Apesar da sua aparente clareza e importância, a avaliação do desempenho não está
isenta de problemas. Smith (citado por Zairi, 1994:3) afirma que "The reality of measuring
unconstrained human behaviour is that the act of measuring a particular indícator will induce
behaviours which have as their objective to maximize the performance of the indicator, virtually
Zairi (1994) clarificou este ponto de vista argumentando que no ceme do problema da
• Desenhar o sistema;
do desempenho deixa de ser uma questão de como fazê-lo para passar a ser uma questão de
como fazê-lo de forma eficaz, porque no fim do exercício têm que ser atingidos determinados
objectivos estabelecidos pela organização para que se possa considerar bem sucedido. O
Pág. 13
desenho e implementação de qualquer sistema de avaliação do desempenho tem que ter em
Por outro lado, Neely et al. (1995) e Santos et al. (2000) referem que os sistemas de
que utilizam como também no quadro conceptual que guia o processo de avaliação. Os sistemas
desempenho de per si não constituem uma solução completa. Permitem dispor de diferentes
caracterizam o negócio mas, não informam sobre exactamente o que medir e não existe
qualquer mecanismo para especificar os objectivos que devem ser alcançados (Ghalayini e
Noble, 1996).
Pág. 14
• Medo de expor desempenho fraco e por isso, medo da introdução de controlos de gestão
mais rigorosos;
Autores como Neely (1999) ou Bititci et al. (2002) argumentam que se está a dar uma
revolução na avaliação do desempenho. Vários factores justificam este interesse actual. Neely
(1999), sugere que as sete principais razões que justificam a necessidade de reformular os
São estas forças que moldam de forma incontornável a mudança que afecta a maioria das
tendem a experimentar problemas de sobrevivência ou, pelo menos, de crescimento, mais tarde
ou mais cedo. (Kennerley e Neely, 2003) afirmam que, neste clima de mudança, o
Kennerley e Neely (2003) referem ainda que, em resultado desta constatação, muitas
empresas têm vindo a introduzir novos métodos e técnicas que rompem com os paradigmas
tradicionais de forma a melhorar o seu desempenho, em especial desde o final da década de 80.
Pag. 15
avaliação do desempenho equilibrados, resultou em experiência adquirida, o que contribuiu
Por outro lado, Boume et ai. (2003) referem que os sistemas tradicionais de avaliação do
desempenho, baseados em medidas financeiras, têm sido caracterizados como estando virados
para o interior das organizações, focados no passado e mais interessados com o desempenho
local de cada departamento do que com a saúde geral do negócio. Em consequência, verificou-
desempenho são complexos e justificam o muito esforço teórico e prático que tem sido realizado
identificados pelos teóricos e gestores para colmatar estas insuficiências nas subsecções
seguintes.
A elevada incerteza que marca as variáveis que definem o contexto económico que se tem
verificado desde meados dos anos 80 impele as organizações a serem mais flexíveis e
adaptáveis às exigências dos clientes e mercados e a uma evolução no papel dos stakeholders
tornou-se insuficiente para manter um desempenho superior. Para suplantar a concorrência nos
uma diferença que lhe permita entregar um valor aos clientes superior ao que é entregue pela
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concorrência; entregar um valor semelhante a um custo inferior; ou uma combinação destas
Estas alterações de contexto, por outro lado, exigem que as organizações dediquem maior
atenção aos conceitos e actividades de gestão que melhor as auxiliem a alcançar os seus
desempenho, estão entre estes conceitos e actividades que importa compreender e aplicar
Por outro lado, Neely et al. (1994) consideram que a avaliação do desempenho é um
fenómeno complexo e dinâmico que pode ser usado para interagir com a estratégia de negócio.
E que o resultado poderá ser a indução de consistência nesta mesma estratégia ou na tomada de
Então, podem colocar-se as seguintes questões quanto a esta relação: qual poderá ser o
papel a desempenhar pela avaliação do desempenho neste contexto? E qual a relação que se
estratégica tem crescido desde finais dos anos 80. Letza (1996) defende que a principal função
Esta visão é suportada por Neely et ai. (1994), que vêem a avaliação do desempenho como uma
peça chave do denominado "controlo estratégico". Este argumento é ainda desenvolvido por
Fawcett et al. (1997), que declaram existir a necessidade de exercer o controlo através de:
• Definindo metas;
Pág. 17
Frishammar (2003:319) argumenta que a hard Information - dados quantitativos gerados,
usados ou reportados pelos sistemas financeiros e de cálculo e controlo das organizações, deve
ser utilizada no processo de tomada de decisão estratégica consoante o tipo de decisão a tomar,
McAdam e Bailie (2002) defendem que, para se obter uma maior ligação entre a
consistência entre a tomada de decisão e acção. Em resultado da pesquisa que efectuaram, estes
autores concluem que as organizações que atingem esta consistência competem pela qualidade
em oposição às organizações que competem pelo preço, a quem falta a dita consistência.
Franklin (1996) e Boume et ai. (2000) defendem que essa consistência só poderá existir, em
Boume et al. (2000) referem ainda que, para obter essa consistência, e assim alinhamento,
deve utilizar-se uma abordagem mais abrangente na escolha e aplicação das medidas de
desempenho, para que tenham significado numa situação dinâmica e complexa. O "Performance
Measurement Questionnaire" é uma ferramenta desenvolvida por Dixon et al. (1990), que visa
organização. Esta abordagem foi além das medidas financeiras tradicionais, no entanto, tem um
carácter mais indicativo do que prescritivo de uma abordagem mais alargada às medidas de
Light (1998), na defesa de uma mais alargada gama de medidas de desempenho para
atingir o alinhamento com a estratégia, declara que na avaliação do desempenho devem ser tidos
a satisfação dos clientes e a retenção dos colaboradores. O autor argumenta que a avaliação.
Pag. 18
monitorização e controlo destes aspectos ajuda a identificar problemas, melhorar o processo e
estratégia são mais efectivas. Além do que, o alinhamento entre medidas, quadro conceptual de
avaliação e estratégia deve ser revisto continuadamente e tratado como um assunto dinâmico e
Têm sido propostos novos métodos de desenvolvimento empresarial que podem servir
estratégia (Dale, 1999). Sistemas como o Balanced Scorecard (Kaplan e Norton, 1992) e o
Modelo de Excelência Empresarial (EFQM, 2001) são vistos como ferramentas que
possibilitam o alinhamento das medidas com a estratégia de uma forma dinâmica. Estes
sistemas podem ser usados para monitorar e controlar os aspectos essenciais para o sucesso
futuro da organização, pois permitem tratar informação sobre a evolução das organizações e dos
Como veremos na subsecção 5.3.1, o BSC é uma ferramenta que atende a este desígnio.
Os sistemas de avaliação do desempenho, para que tenham efeitos objectivos e com valor
Pág. 19
acrescentado para a gestão das organizações, dependem cada vez mais dos indicadores
cálculo das medidas e indicadores de desempenho (Ghalayini e Noble, 1996), que são
largamente aceites para medir o desempenho das empresas porque estão bem testados, são
e despesa, lucro e prejuízo são conceitos universais que se tornaram familiares até para os
gestores sem formação na área financeira. Estas medidas tiveram relevância na tomada de
decisões de gestão empresarial ao longo dos tempos e é provável que continuem a ter por muito
No entanto, embora estas medidas tradicionais tenham sido suficientes para garantir o
organizações procuram dominar nos dias de hoje (Kaplan e Norton, 1992). Os indicadores
empresas que pouco depois de apresentarem bons resultados financeiros entram em dificuldades
Electric, realizada nos anos 50, que visou a criação de sistemas de medição com indicadores não
financeiros.
estratégia de negócio. Tendo sido desenvolvidas com fins de reporte legal e financeiro sobre o
que sucedeu no passado não se relacionam com a estratégia em nenhum sentido. Este autor
sustenta ainda que muitos gestores tendem a concentrar-se no que lhes permita obter
Pag. 20
curto prazo. Portanto o conjunto de medidas que constituem a avaliação do desempenho deve
ser construído de forma a permitir que se obtenha uma noção clara das causas, dos resultados e
Ghalayini e Noble (1996) e Neely (1999) descrevem as mais importantes limitações das
desempenho:
responsabilidade e flexibilidade;
negócio. Não podem, por isso, explicar exactamente o que aconteceu no processo de forma a
formar a base para acções futuras. E também não explicam o que está a acontecer porque são
resultados finais do processo de negócio, logo não constituem uma forma de prever o que
3
A métrica da produtividade parcial enfatiza um input em detrimento de outros. A da produtividade agregada apresenta o problema
de os inputs nfio serem homogéneos c da dificuldade de representar activos intangíveis. Por último, o facto de a produtividade estar
relacionada com o factor trabalho e de este estar a perder importância em tennos de peso no custo representa o paradoxo da
produtividade (Ghalayini c Noble. 1996).
Pág. 21
provavelmente acontecerá. Além do mais, estas medidas tradicionais não têm estado ligadas ao
Malina e Selto (2001) referem que, desde os anos 80, vários autores têm vindo a
oportunidades e ameaças. Estes autores escrevem ainda que, no campo da pesquisa empírica,
têm sido realizados diversos estudos sobre as ligações entre medidas não financeiras específicas
e o desempenho financeiro5.
A nível nacional, esta problemática tem sido objecto de interesse por parte de gestores e
investigadores, que se tem reflectido em diversas publicações6 relacionadas com temas como o
exemplos na área da gestão do conhecimento e do estudo do factor humano nas empresas, como
O balanced scorecard (BSC), proposto por Kaplan e Norton em 1992, teve um papel
empresas devem utilizar um conjunto equilibrado de medidas financeiras e não financeiras para
medir o desempenho organizacional. Este processo é orientado para a dedução das necessidades
Kaplan e Norton (1992) explicam que o BSC inclui medidas financeiras que apresentam
os resultados das acções passadas, que são complementadas com medidas operacionais que
4
5
Referem Johnson c Kaplan, 1987; Bcrliner c Brimson, 1988; Nanni et al.. 1988; Dixon et al.. 1990; c Rappaport, 1999.
6
Referem; Bankcr et al., 2000; Bchn c Rilcy, 1999; Foster c Gupla. 1999; c Ittncr c Urckcr, 1998.
Por exemplo: Freire, 1998; Madeira, 2000; Carvalho c Azevedo, 2001; Marcos et al., 2001; Ramos e Gonçalves, 2002; Neves,
2000; ou Sousa e Rodrigues. 2002.
Pag. 22
servem de indutores do desempenho financeiro futuro. Esta abordagem traduz a noção de que o
desempenho, pois a ênfase que colocam no desempenho de curto prazo pode suscitar
Desde a sua divulgação que o BSC vem suscitando cada vez mais o interesse de
abordagem proposta por Kaplan e Norton e o número de organizações que adoptam o BSC é
cada vez maior. Com o desenvolvimento deste conceito, Kaplan e Norton não só romperam
desempenho. Por exemplo, Bergeron (2000) cita estudos1 que mostram que há geralmente uma
tradicionais.
mercados e da constante mudança dos traços culturais que identificam as sociedades, traduz-se
num crescendo da importância dos factores intangíveis para o sucesso daquelas e, naturalmente,
7
Ycniyurt (2003) refere: Brown, 1994; Linglc and Schiemann, 1996; Mooraj et al., 1999; Frigo and Kmmwiede, 2000; Schatz,
2000;
1
Williams. 2001; Basnctt. 2001
Abcmathy c Lilis, 1995 c Perera c Poole, 1997.
Pág. 23
(Cameron, 1981,1982; Bergeron, 2000), e o BSC constitui uma das alternativas mais divulgadas
produtividade. Estas medidas foram justificadamente criticadas por certos investigadores (por
exemplo: Ghalayini e Noble, 1996; Bititci et al., 1997; Neely, 1999), por reportarem sobre as
Existe consenso sobre estas limitações com outros autores como Eccles e Pybum (1992)
ou Kaplan e Norton (1992). Estes autores sugerem que a avaliação do desempenho de negócios
deve olhar para além das métricas financeiras tradicionais e abraçar os indutores essenciais do
negócio que influenciam o desempenho futuro de uma empresa. Isto é sublinhado pelo facto de
que ter lucros não implica necessariamente que os sistemas de controlo operacionais e de gestão
sejam eficientes. De facto, o lucro como medida do desempenho apenas pode revelar se existe
um problema mas, fornece pouca informação sobre a natureza e razões para esse problema,
portanto, não fornece qualquer ferramenta para o seu controlo ou melhoramento (Ghalayini e
Noble, 1996).
resposta às críticas feitas aos sistemas tradicionais e de forma a lidar com ambientes em rápida
mudança. Como exemplos Bourne et al. (2000) referem: a Matriz de Suporte de Medidas de
Desempenho (Keegan et al., 1989); a Pirâmide SMART (Cross e Lynch, 1988/89); a Matriz de
Pág. 24
informação não financeira de forma a reformular o equilíbrio. Foram desenhadas atendendo ao
Embora estas concepções tenham ultrapassado muitas das insuficiências dos tradicionais
Que tipos de medidas devem as empresas utilizar? No entanto, não oferecem ajuda específica a
uma empresa que pretenda implementar um sistema de avaliação do desempenho. Para tal é
medidas de desempenho;
9
Referido por Ward (1997), Doyle (1994), Fcurer e Chaharbaghi (1995)e Alkinson et al. (1997), segundo Neely etal. (2001).
Pág. 25
• Eccles e Pybum (1992) descrevem um processo assistido que explicita o pensamento
desempenho.
Em comum estas abordagens comportam a noção de que a formação dos indicadores deve
iniciar-se com uma análise tanto da complexidade da organização como das características do
um destes processos de gestão, os gestores estão em condições de decidir o que medir, faltando
10
Uma abordagem similar é agora adoptada para o desenvolvimento do BSC (Kaplan e Norton, 1996a).
Pag. 26
4.1.5. A APLICAÇÃO DE SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
reconhecem pelos seus artigos, práticas, conferências realizadas sobre o tema, livros brancos
publicados e legislação", que o sucesso obtido de forma sustentada está intimamente ligado à
força que o tema demonstra actualmente, existem evidências de que nem todas as iniciativas de
avaliação do desempenho são bem sucedidas12, pelo que, existe a necessidade de obter melhor
este processo. Trata-se da fase mais abordada na literatura sobre avaliação do desempenho e a
estratégica essenciais para a obtenção de resultados positivos nesta fase (Bourne et al. 2000).
Após a sua teorização inicial, um sistema de avaliação do desempenho deverá ser objecto
-determinados, através de uma sequência de processos cujos resultados são influenciados por
forças que podem ou não ser de possível avaliação à priori, mas que interagem de modo
11
12
Em Portugal a Lei n.0 10/2004, dc 22 de Março traduz uma nova oricntaçflo governamental na matéria.
13
Bourne et al. (2003) referem por exemplo: Lcwy c Du Mec, 1998; Schneiderman, 1999; Bourne et al., 1999; Hudson et al., 2001.
Refcrem: Bierbusse c Sicsfeld, 1997; Lewy c Du Mec, 1998; McCunn. 1998; Schneiderman. 1999;
Pág. 27
• Métricas definidas de forma fraca;
• Os objectivos são negociados em vez de serem definidos com base nos requerimentos
dos stakeholders\
• Tempo e despesa;
de sistemas de avaliação do desempenho, sugere que o sucesso nestas actividades não é fácil de
empresas que se prolongaram por períodos de 3 até 15 anos14. As descrições destas experiências
linear e com garantia de sucesso. Mesmo Kaplan e Norton (1996a) afirmam que são necessários
vários anos para se possam atingir os benefícios máximos do processo. Por outro lado, é ainda
de sistemas de avaliação do desempenho que identificam outros factores, mas obtêm resultados
semelhantes. Por exemplo, Kaplan e Norton (1996a), em resultado das experiências em que
14
Referem: General Electric Inc. (Bungay e Gold. 1991); Millikcn's European operations (Jcancs, 1995); ABB (Browne, 1995); o
caso
15
Mobile (Kaplan c Norton, 2001), estudo comparativo com diversas empresas industriais (Bourne et al., 2000)
Referem: Meyer c Gupta (1994); Meyer (1998); Townley c Cooper (1998).
Pag. 28
participaram e de consultas efectuadas a conferencistas16, identificam quatro barreiras à
individuais;
pessoal. Explica ainda como estes problemas podem ser ultrapassados por três aspectos da
implementação:
Esta abordagem aproxima-se muito à de Kaplan e Norton quando o autor adiciona a estes
Por seu lado, Hacker e Brotherton (1998) citam os problemas clássicos encontrados na
problemas de inserção de dados no sistema. Estes autores sugerem também que se estandardize
16
Realizadas numa Conferência sobre "Business Intelligcnce", Londres, 1993.
Pág. 29
Embora comecem a ser divulgados alguns estudos sobre os aspectos práticos e
desempenho, este continua a ser um tópico pouco documentado face à sua importância e
abrangência na esfera organizacional (Boume et al., 2003). Até à data, os estudos documentados
desempenho:
diversos problemas que não são de fácil detecção e resolução, pelo que, a eficácia de todo o
processo corre sérios riscos que carecem de avaliação prévia. No entanto, existem princípios
que devem ser seguidos e que permitem encarar estas dificuldades com alguma destreza e
mesmo ultrapassá-las.
Pag. 30
4.2. Caracterização sumária do objecto de análise
Finanças e da Administração Pública (MFAP), criado para suceder ao extinto Ministério das
Finanças17.
(SGMFAP), que nos termos da Lei Orgânica do MFAP11, pertence ao conjunto de serviços
executivas.
da antiga Secretaria-Geral do Ministério das Finanças, cuja origem remonta a 1869, ano em que
aproximadamente um século, pois este serviço esteve extinto no período entre 1938 e 1965 (27
anos). Neste período as suas funções foram transferidas para a Repartição do Tesouro da
Direcção Geral da Fazenda Pública e para a então criada Secretaria da Presidência do Conselho.
17
Alteração que ocorreu com a aprovação da Lei Orgânica do XVI Governo Constitucional pelo Dccreto-Lci n.0 215-A/2004, de 3
de
11
Setembro.
Decrcto-Lci n.0 47/2005, de 24 de Fevereiro.
Pág. 31
exonerações, demissões ou nomeações dos funcionários do Ministério, bem como distribuir
de um sistema de informação documental. Com o regime republicano, uma vez mais dirigida
directores-gerais nomeados pelo ministro e apoiado por duas secções: a) a que tratava do
expediente geral (registo da correspondência, processamento das despesas, relações com a Junta
ao «considerável aumento de serviço que só pode ser executado por um órgão especial,
Uma nova Lei Orgânica seria aprovada em 198020, altura em que o Ministério se
denominava Ministério das Finanças e do Plano, e tinha como titular Aníbal António Cavaco
19
20
Dccrcto-Lci n." 46365/65, de 2 de Junho.
Dccrcto-Lci n.0 446/80. dc 6 dc Outubro.
Pag. 32
conheceria uma nova Lei Orgânica em 19982,, em que foram definidas novas competências ao
Em 2005 entrou em vigor uma nova Lei Orgânica do MFAP", que determina as
alterações trazidas por este diploma face à situação anterior são escassas e carecem de
aprofundamento com a elaboração de uma nova Lei Orgânica para a SGMFAP. No entanto, as
possíveis implicações neste trabalho serão estudadas nas secções referentes à explanação do
caso prático.
Em síntese, podemos afirmar que a SGMFAP é uma das unidades orgânicas fundadoras
da actual estrutura do Ministério das Finanças, que apresenta uma evolução pautada pelo
crescimento das suas competências e funções. As normas que têm regulado a sua estrutura
orgânica reportam-se aos anos de 1870, 1965, 1980, 1998, e 2005, sendo que as três últimas são
A sua função, definida nas referidas Lei Orgânica do MFAP e Lei Orgânica da
Governo, a coordenação e gestão partilhada dos recursos comuns aos diversos serviços do
21
22
Dccrcto-Lei n.00 353/98. dc 12 dc Novembro - Anexo A
Decrcto-Lei n. 47/2005, dc 24 dc Fevereiro - Anexo B
Pág. 33
acidentes em serviço, indemnizações, tratamentos e outras despesas com sinistrados dos
de destinatários que, para além dos referidos, incluem ainda, os restantes serviços do Ministério
Embora assente numa Lei Orgânica de 1998, que carece de ser actualizada face ao
detectadas na fase de preparação da parte prática neste trabalho, com influência do resultado
Secretário-Geral;
Secretário-Geral.
público prende-se com o facto de ser um estudo pioneiro em Portugal e de ajudar a responder a
pressões a que cada vez mais estão sujeitos os organismos públicos, nomeadamente quanto à
23
Art.0 8o do Decrcto-Lei n.c 47/2005, de 24 de Fevereiro
Pág. 34
A SGMFAP é um serviço importante do MFAP, como atestam o conjunto de
incumbências a que está sujeita por Lei (tanto em número como em relevância para o
A SGMFAP foi o serviço escolhido para realizar a aplicação prática deste método porque
necessidade de reunir um conjunto de condições essenciais ao seu êxito e que, como veremos
nas secções que abordam esta aplicação, foram previamente identificadas neste serviço.
Pensamos, pelo que acima se expôs, que a escolha da SGMFAP para objecto de análise
nos termos deste trabalho permite uma aplicação do método válida e útil, tanto em termos
teóricos como da possibilidade de servir de referência para outras aplicações nos sectores
Pág. 35
5. O Método do Balanced Scorecard
1990 nos EUA24, liderado por David Norton, CEO da Nolan, Norton & Company, Inc., que
contou com Robert Kaplan, Arthur Lowes Dickinson Professor of Accounting da Harvard
Business School, como consultor académico. O estudo abrangeu doze grandes empresas norte
avaliação de desempenho face a medidas financeiras, que eram a essência daqueles então,
A síntese dos resultados obtidos nesse estudo foi publicada num artigo da Harvard
Business Review (HBR), "The balanced scorecard - Measures that drive performance", datado
de Jan.-Fev. de 1992. O BSC é então definido como "...a set of measures that gives the top
managers a fast but comprehensive view of the business" (Kaplan e Norton, 1992:71).
Esta definição traduz a orientação conceptual inicial dos autores - a definição de um novo
1992:79), não estava ainda desenvolvida a ideia de poder comunicar e alinhar novas estratégias.
inovadora do BSC feita por Norman Chambers, CEO da Rockwater, e por Larry Brady, VP
24
25
"Mcasuring performance in the organízation of lhe future", Nolan Norton Inslitute, 1991.
As empresas incluídas foram: Advanced Micro Devices; American Standard; Apple Computer; Bell South; CIGNA; Conncr
Pcriphcrals; Cray Research; DuPont; Electronic Data Systems; General Electric; Hewlett-Packard; e Shell Canada - Kaplan e
Norton, 1996:xi.
Pag. 36
Executivo da FMC Corporation. Desta colaboração resultou um realçar da importância de ligar
organizacional passa a ser encarada como uma perspectiva que visa avaliar os resultados de
A integração destas novas perspectivas permite aos gestores obter uma visão do negócio
mais abrangente e equilibrada pois permite responder a quatro questões essenciais (Kaplan e
Norton, 1992:72):
aprendizagem);
avaliação que podem significar a recolha e tratamento de maiores volumes de informação e que
serão talvez de leitura não tão imediata quanto a informação de natureza financeira, é sustentado
pelos autores do BSC que este método minimiza a sobrecarga de informação, pois força os
gestores a focarem-se num número reduzido de medidas críticas, ligadas aos processos em que o
desempenho organizacional deve ser excepcional, para que a estratégia seja bem sucedida.
da estratégia num segundo artigo da HBR, " Putting the balanced scorecard to work", publicado
em Set.-Out. de 1993. De tal forma que consideram que a confirmação da sua transparência
Pág. 37
constitui um teste crítico ao sucesso do BSC: "... from the 15 to 20 card measures, an observer
should be able to see through to the business unifs competitive strategy." (Kaplan e Norton,
1993:135)
Desta evolução ressalta a noção que o BSC não deve ser entendido como uma matriz que
possa ser aplicada aos negócios em geral ou mesmo indústrias em particular sem levar em
competitivos.
para as quatro perspectivas do BSC poderia ser suficiente para comunicar e implementar uma
Este refinamento do conceito deve-se a uma melhor explicitação sobre como devem ser
interligadas as medidas utilizadas no sistema de avaliação. Ou seja, para que o sistema seja
múltiplas medidas e estabelecendo uma trajectória estratégica que leva à resposta da questão
fundamental de todo o processo: Como as acções ao nível das capacidades dos colaboradores,
nomeadamente com a sua utilização como ferramenta para gerir a estratégia, ao ponto de se
apresentar como a pedra angular de um novo sistema de gestão estratégica que pretende
suprimir uma deficiência dos sistemas tradicionais, identificada pelos autores como sendo a sua
incapacidade para ligar a estratégia de longo prazo com as acções de curto prazo das empresas.
Pag. 38
As organizações que adoptaram o BSC passaram a utilizar este método como quadro
conceptual central da organização para processos importantes, tais como: "... individual and
team goal setting, compensation, resource allocation, budgeting and planning, and strategic
sumarizados num terceiro artigo da HBR, " Using the balanced scorecard as a strategic
Esta evolução foi potenciada pela introdução de uma componente dinâmica ao sistema
longo prazo com as acções de curto prazo através de quatro novos processos de negócio (Kaplan
e Norton, 1996b:77):
• "Translating the vision": Este processo serve para clarificar e desenvolver uma visão e
• "Communicating and linking": Processo que permite aos gestores comunicar a sua
departamentais e individuais;
• "Feedback and learning": Este importante processo serve o intuito de dotar as empresas
no artigo publicado na Strategy & Leadership (S&L), "Strategic learning & the balanced
Pág. 39
BSC sustentam o reconhecimento do processo de aprendizagem estratégica e adaptação como
a forma de teste de hipóteses, pela tradução das relações de causa e efeito numa sequência de
como o aspecto central para que possa existir aprendizagem estratégica, conforme é referido
num outro artigo publicado no Outono de 1996 pela Califórnia Management Review (CMR),
"Linking the balanced scorecard to strategy". Neste artigo é referido que o BSC não deve ser
entendido como uma ferramenta para formular a estratégica, no entanto, pode servir para a sua
"A formulação de grandes estratégias é uma arte, e assim será sempre..." (Kaplan e
Norton, 2000:176), no entanto a sua descrição não deve ser. A descrição da estratégia de uma
forma disciplinada aumenta a probabilidade de uma implementação bem sucedida. Para tal é
sugerida a utilização de mapas estratégicos, que são a forma a se ter uma visão coesa, integrada
e sistemática da estratégia.
Os mapas estratégicos são os instrumentos que permitem aos gestores comunicar tanto a
sua estratégia como os processos e sistemas que serão utilizados na implementação da mesma.
relações entre eles, que determinam o desempenho organizacional (Kaplan e Norton, 2000:168).
Pag. 40
Como estes activos se tornaram fontes de vantagens competitivas c não existia qualquer
ferramenta que os descrevesse ou permitisse medir a sua capacidade de gerar valor, os autores
procuram incorporar no BSC uma ferramenta que mostra como uma organização planeia
converter os seus diversos activos em resultados desejados, isto é, que permite explicitar os
possíveis caminhos para alcançar uma posição futura almejada com base numa série de
hipóteses ligadas por relações de causalidade. A completa compreensão destas hipóteses por
todos os elementos da organização é a chave para alinhar as suas unidades e recursos, testar a
permitiram definir cinco princípios comuns a todas as organizações que implementaram o BSC
com sucesso. Estes princípios são descritos num artigo da S&L, "The strategy-focused
Todos estes princípios se prendem com a vertente mais recente do BSC, que é a de
organizações de forma a estarem preparadas para os desafios do tempo actual marcado pelo
fenómeno da globalização.
nomeadamente como ferramenta para determinar a aptidão estratégica dos activos intangíveis da
Pág. 41
dos recursos humanos, de informação e capital da organização com a sua estratégia. Os autores
definem, através de métodos sistemáticos, como devem ser medidos os activos de cada
com os processos de negócio internos considerados críticos para o objectivo de criação de valor
Actualmente, o BSC constitui um método prático com provas dadas, que possibilita aos
gestores, em termos genéricos, a resolução de dois problemas importantes para o sucesso dos
organizações actuais requer que os gestores tenham capacidade para observar o desempenho em
várias áreas simultaneamente. Para que tal seja possível os autores definiram a utilização de
Como foi referido na secção 5.1 estas perspectivas traduzem-se na resposta a quatro
questões importantes que se pretende que estejam interligadas entre si e com a visão e estratégia
Pág. 42
FIGURA 1 — A interligação das quatro perspectivas do BSC.
Financeira
Par» ter sucesso MnUa* M.I-
financeiro. como
nos devemos
apresentar aos
nossos accionistas?
l
Aprendizagem e Crescimento
Para atingirmos a ObjKlIrM Mrdldw Mda* laMxhrii
nossa visão, como
iremos sustentar a
capacidade de
mudar e melhorar?
necessária para a aplicação do método a uma grande variedade de empresas e indústrias (Kaplan
e Norton, 1996a). Mas, devem ser consideradas como um ponto de partida e não como uma
específicas pode ser usado um subconjunto destas perspectivas, e noutras situações podem ser
criação de valor para os accionistas (perspectiva financeira). Esta concepção elucida-nos sobre
Atkinson c Epstein (2000:24) mencionam a utilização de uma perspectiva adicional - sociedade - pela empresa Nova Chemical
of Calgary para reflectir os interesses da comunidade.
Pág. 43
origem anglo-saxónica do pensamento que a formulou (neste caso, é originária dos EUA), na
balanço entre curto e longo prazo, entre indicadores financeiros e não financeiros, entre
organização servirá de suporte para a definição dos objectivos de cada perspectiva do BSC. Para
medição dos resultados obtidos e comparação com as metas pré-definidas, que por sua vez,
"The balanced scorecard retains the financial perspective since financial measures are
representantes destes interesses mas, entidades como o Estado, por força dos impostos a receber,
ou os colaboradores, por força dos aumentos futuros, têm também ganhos a registar com o bom
Serve de elo de ligação entre a estratégia traduzida nos objectivos financeiros de longo
prazo e as restantes perspectivas do BSC, através da definição de medidas que garantam uma
Pag. 44
ligação de causa e efeito nas relações entre elas, de forma a culminar na melhoria do
desempenho financeiro.
Segundo Kaplan e Norton (1996a) a teoria sobre estratégia sugere que os objectivos
autores consideram que o ciclo de vida de um negócio é composto por três estádios:
Em cada uma destas fases são privilegiados diferentes objectivos em termos de receitas e
margem de lucro, custos e produtividade, rendibilidade dos activos e risco. Por outro lado, as
experiências de Kaplan e Norton levam os autores a afirmar que existem três temas financeiros
que orientam a estratégia em cada uma das fases do ciclo de vida do negócio:
A tabela seguinte apresenta os indicadores que podem ser derivados do cruzamento entre
estes três temas financeiros e as três fases do ciclo de vida do negócio definidas atrás:
27
Fase inicial do ciclo de vida caracterizada por elevados investimentos cm infra-estmturas, criação c consolidação de processos
internos, c pelo desenvolvimento da base de clientes (Sousa c Rodrigues, 2002).
21
Fase caracterizada pela procura do retomo do capital investido, realização de investimentos na melhoria dos processos internos e
ampliação
29
da capacidade de produção (Sousa e Rodrigues, 2002).
Fase caracterizada pela colheita dos investimentos realizados nas fases anteriores, com limitação dos investimentos à manutenção
dos equipamentos e capacidades existentes ou com retomo rápido e certo (Sousa e Rodrigues. 2002).
Pág. 45
Quadro 1 — Selecção de medidas para os objectivos financeiros, por tema
estratégico e fase do ciclo de vida do negócio.
Temas Estratégicos
Crescimento e mix das vendas Reduçfto de custos / Melhoria da UtilizaçSo de activos / Estratégia de
produtividade investimento
• Taxa de crescimento das vendas por Vendas por colaborador Investimento (Percentagem das
segmento vendas)
I Percentagem das vendas originada I&D (Percentagem das vendas)
.2 u1 por novos produtos, serviços ou
4* clientes
V
z
■a Quota de mercado cm clientes alvo Custos da unidade versus custos da Rácios do capital operacional (ciclo
•9MV "Om4» Cross-selling concorrência de exploração)
9
ã •1a Percentagem das vendas de novas Taxas de redução dos custos Rendibilidade do capital investido por
aplicações de produtos Custos indirectos (Percentagem das categorias de activos
■aa 1 Rendibilidade de clientes e linhas de vendas) Taxas de utilização de activos
'-aSSb produto
01u Rendibilidade de clientes e linhas de Custos unitários (por unidade Recuperação do investimento
U .2■ produto produzida, serviço ou transacção) Produtividade
Percentagem de clientes nâo
1 lucrativos
Para alcançar as metas financeiras é necessário criar uma certa imagem da organização e
dos seus produtos e serviços junto dos clientes. Veremos a seguir que tratamento deve ser dado
a esta outra perspectiva para que esteja alinhada com a estratégia da organização.
"The costumer perspective enables companies to align their core costumer outcome
and market segments. It also enables them to identify and measure, explicitly, the value
proposition they will deliver to targeted costumers and market segments." (Kaplan e Norton,
1996a:63)
Esta perspectiva permite traduzir no BSC a resposta da organização à questão sobre que
imagem de si pretende projectar nos clientes de forma a atingir a visão. Para ser bem sucedida, a
Pág. 46
organização deve procurar conhecer os seus clientes através de pesquisa de mercado em
identificar os objectivos para a perspectiva dos clientes, que resultam da descrição de estratégia
da organização. Este processo envolve não só a decisão sobre o que fazer para cumprir a
estratégia, como a escolha sobre o que não fazer, ou seja, quais os mercados em que deve
competir e quais os que deve abandonar. As exigências a que as organizações estão sujeitas nos
dias de hoje aconselham a que se opte pelos segmentos em que se dispõe de vantagem
competitiva e abandone aqueles em que tal não se verifique, sob pena de sofrer prejuízos
irrecuperáveis.
usual cada organização estabelecer dois conjuntos de medidas para a perspectiva dos clientes:
• Costumer core measurement group: indicadores genéricos que a maioria das empresas
empresa tenta entregar aos seus clientes alvo e segmentos de mercado, permitindo
inferir sobre os resultados que a organização espera obter dos seus clientes (atributos
A tabela seguinte apresenta uma síntese dos indicadores genéricos que podem ser
Pag. 47
Quadro 2 — Selecção de medidas para os objectivos da perspectiva dos clientes, por
factor crítico de sucesso.
Rendibilidade;
EVA - Economic Valuc Added / Cliente
Garantir uma carteira de clientes que contribuam para a RVC - Rendibilidade das vendas / Cliente
valorização da empresa.
Satisfação:
índice de satisfação dos clientes
Atingir níveis elevados de satisfação dos clientes. Tempos de entrega / Serviço
Cumprimento de prazos
Aquisição / Retenção:
Quota de mercado
Capacidade de atrair novos clientes ou aumentar as Volume de negócios dos novos clientes
vendas aos clientes actuais.
Fidelização:
Crescimento do volume de negócios dos clientes actuais
Capacidade de manter os clientes actuais. N.0 de compradores repetidos /N.® de clientes no ano
Adaptado de Jordan et al. (2002:271)
Por outro lado, as propostas de valor incluem, normalmente, medidas relacionadas com o
1996a: 84).
Kaplan e Norton (2000b: 172) referem que as empresas diferenciam a sua proposta de
cliente (IBM nos anos 60 e 70), e liderança de produto (caso da Sony). Tendo identificado
plenamente qual deverá ser a sua proposta de valor, a organização poderá seleccionar os seus
• Proposta de proximidade com o cliente: manter boas relações com os clientes, através
Pag. 48
Assim, na perspectiva dos clientes os autores do BSC procuram traduzir a estratégia em
objectivos definidos para clientes e segmentos de mercado a servir. E alinhar estes objectivos
Por outro lado, os clientes devem ser considerados como uma das mais importantes,
senão a mais importante, forças que moldam a evolução da organização. Das informações e
feedback recolhidos dos clientes é possível obter indicações sobre como formar e actualizar os
recursos humanos, que imagem difunde a organização de si própria, qual o posicionamento dos
que processos internos a organização deve procurar primar para se adequar às necessidades e
exigências dos clientes. Abordaremos esta ligação entre clientes e processos internos na
subsecção seguinte.
"For the intemal-business-process perspective, managers identify the processes that are
most criticai for achieving costumer and shareholder objectives." (Kaplan e Norton, 1996a:92)
Esta perspectiva do BSC, permite criar as ligações entre os objectivos e medidas externos
relacionados com as operações internas (geralmente invisíveis aos olhos do mercado e restantes
stakeholders externos), mas que também derivam das estratégias definidas pela organização
Cada uma das três vertentes de diferenciação definidas para a perspectiva dos clientes
negócio de forma a satisfazer os clientes e cumprir a proposta de valor. Pelo que, o objectivo a
Pag. 49
prosseguir nesta perspectiva será o de identificar esses processos e desenvolver as melhores
Para satisfazer os clientes, seguindo o método top-down do BSC, é usual que sejam
procurar ser excelente, por oposição a dar ênfase aos melhoramentos incrementais nas
comunitários e o feedback são exemplos de factores que podem ser representados nesta
perspectiva.
Kaplan e Norton (1996a) recomendam que os gestores definam uma completa cadeia de
soluções para necessidades actuais e futuras detectadas nos clientes - passando pelo processo de
Processo de
Processo de Processo Serviço
InovaçSo Operacional Pós-Venda
Identificação \ \ \\ \ \\ \l Satisfação
r
das \ldentlficar\ ^^Vproduzir o^^ntregar os Serviço \ das
necessidades /> Mercado
° „ /> Produtos/
cervicos />>
/ Produtos/>
Serviços / Produtos
Serviços / />/> Clientes
aos //necessidades
Ç
dos clientes / / // / // / dos clientes
departamentos, no BSC são definidos objectivos e medidas para a cadeia de valor interna da
30
Porlcr (1985), citado em Sousa c Rodrigues (2002:92) afirma que as empresas devem procurar optimizar as actividades da cadeia
de valor que criam valor para o cliente e reduzir, tanto quanto possível, as que nflo geram valor mas produzem custos.
Pág. 50
organização. Ou seja, é adoptada uma perspectiva transversal da organização em detrimento da
Assim, o modelo genérico da cadeia de valor serve como base para a especificação da
perspectiva dos processos internos de negócio da organização. Para cada um destes processos
devem ser utilizadas medidas que se coadunem com os objectivos definidos. Os autores
• Processos de inovação
• Processo operacional
• Serviço pós-venda
Neste modelo de cadeia de valor existe uma ordenação dos processos em termos de
Pág. 51
-se como os mais importantes indutores da melhoria dos resultados financeiros porque criam
valor31 no longo prazo, enquanto que a importância dos processos operacionais neste campo é
campo da eficiência, ou seja, objectivam a criação de valor no curto prazo (o prazo de vida útil
aproveitando a ligação estabelecida com os clientes que é fruto dos esforços desenvolvidos a
montante na cadeia de valor e procurando reagir a necessidades específicas dos clientes, geradas
tanto pelo aumento da complexidade de produtos e serviços como pela produção em massa.
Embora na prática todos estes processos possam gerar valor, teoricamente existe uma graduação
31
Segundo Porler (I98S), reproduzido em Sousa e Rodrigues (2002:92), as actividades criadoras de valor para os clientes sflo a base
para a obtenção de vantagens competitivas.
Pag. 52
Kaplan e Norton (1996a) afirmam que, ao contrário dos sistemas de avaliação do
necessidades de melhorias dos processos internos provenha das expectativas dos clientes.
"The fourth and final perspective on the balanced scorecard develops objectives and
measures to drive organizational learning and growth" (Kaplan e Norton, 1996a: 126)
Kaplan e Norton, é nesta perspectiva que se definem os indutores de desempenho que servirão
-se mais facilmente com o sucesso competitivo de um negócio, por produzirem resultados mais
adaptação e evolução das organizações. Uma adequada definição dos parâmetros da perspectiva
Pag. 53
Também nesta perspectiva se verifica32 a existência de uma grupo de objectivos comum a
mas também pode ter efeitos ao nível da satisfação dos clientes. A sua medição pode ser
organização. Uma medida de exemplo pode ser a taxa de rotação de elementos chave da
organização;
dos esforços para elevar o moral e as capacidades dos colaboradores, que tendem ao
fomento da inovação, melhoria dos processos internos e satisfação dos clientes. A sua
indutores de desempenho específicos para a sua situação, no âmbito desta perspectiva, que
Kaplan e Norton (1996a) consideram que devem ser extraídos de três aspectos críticos:
32
Fruto da experiência adquirida pelos seus autores na implementação do BSC numa grande diversidade de organizações de
serviços c indústria.
Pág. 54
e alteração de competências dos colaboradores. Exemplo de indicador: rácio de
fidedigna e relevante sobre as consequências das suas decisões nos processos internos,
requisito fundamental para a melhoria dos processos, tanto de uma forma contínua - via
gestão pela qualidade total - como de uma forma descontínua - através de projectos de
da informação estratégica34;
• Motivação, empowerment e coordenação: estes aspectos são essenciais para garantir que
implementadas);
33
Número de colaboradores qualificados para desempenhar funçdes estratégicas especificas face is necessidades organizacionais
antecipadas.
34
33
Informação estratégica fornecida pelos sistemas de informação face às necessidades organizacionais esperadas.
Mede o tempo necessário para que o desempenho atingido no processo melhore em 50%.
Pag. 55
Jordan et al. (2002:273) relacionam factores críticos de sucesso com possíveis
processo algo difícil por se tratar de uma perspectiva em que os resultados muitas vezes não são
de carácter financeiro, ou seja, as métricas estabelecidas nem sempre são exactas39 (como é o
No entanto, a falta de medidas específicas para esta perspectiva, numa dada organização,
36
37
Pesquisa sobre a criação de oportunidades e seu suporte entre equipas, nas unidades de negócio.
Determina o grau cm que a organização avança para o relacionamento baseado cm equipas com outras unidades de negócio,
organizações
31
c clientes.
39
Número de projectos cm que participa mais do que uma unidade de negócio.
Para os casos em que não existam medidas passíveis de ser aplicadas ou seja impossível desenvolvê-las, os autores referem a
possibilidade de utilizar texto em vez de medidas (sugestão atribuída a Michael Berr).
Pág. 56
entre os objectivos estratégicos e as actividades de formação/adaptação dos colaboradores e
"The objective of any measurement system should be to motivate ali managers and
1996a: 147)
holístico, pois permite que todos os colaboradores compreendam qual deve ser o seu
Pág. 57
Para garantir esta ligação à estratégia organizacional o BSC deve ser induzido a partir
daquela, no entanto, para comprovar a sua capacidade para traduzir essa estratégia nas várias
perspectivas, é necessário que seja possível deduzi-la a partir dos objectivos e medidas do BSC.
Só será possível fazer este caminho de volta à estratégia se existir interdependência entre
as quatro perspectivas. Os autores do BSC enunciam três princípios que consideram ser
necessário respeitar para que essa interdependência seja conseguida e o BSC esteja ligado à
estratégia:
• As relações de causa e efeito: podem ser expressas por uma sequência de alegações "se-
designado por Mapa Estratégico (Kaplan e Norton, 2000), que abordaremos mais à
frente;
{lag indicators), como por exemplo: quota de mercado, rendibilidade, satisfação dos
objectivos que são específicos para uma dada estratégia e que tendem a ser
• As ligações aos objectivos financeiros: qualquer medida definida para um BSC deve
manter uma ligação, através de um caminho que adquire continuidade por força das
Pag. 58
contribuem efectivamente para o bom desempenho da organização quando influenciam
(ver secção 5.1). Estes mapas permitem à organização descrever e ilustrar por meio de um
os colaboradores obtêm uma representação visual de como as suas tarefas estão relacionadas
com os objectivos da organização. Por seu lado, os gestores obtêm uma compreensão mais clara
das suas estratégias e de que meios dispõem para corrigir as falhas detectadas nesses planos.
que o mapa estratégico de uma empresa pode exibir é apresentado na figura seguinte:
Perspectivas Objectivos
1 'rocessos Internos de
• Negócio,'_ Qualidade
do serviço
Aprendizagem e Qualificação
dos Tecnologia
Desenvolvíemnto-ir
colaboradores
Adaplado de Jordan et al. (2002:266)
Pág. 59
A selecção do EVA* (Economic Value Added) como indicador do desempenho na
crescimento económico baseado no valor criado para o accionista. Para que este objectivo seja
com os produtos e serviços da organização, objectivos que podem ser medidos através dos
dos clientes). Então, para se manter um elevado valor nestes índices, estabelece-se como
indutores de desempenho na perspectiva dos processos internos). Finalmente, para que aquele
crescimento).
correlações existentes (relações de causa e efeito). Caso tal seja efectuado de forma defeituosa,
terá como resultado uma deficiente tradução e implementação da estratégia, podendo significar
Como referem Sousa e Rodrigues (2002:160), "... os mapas da estratégia são descrições
Scorecard, elemento central de um sistema de gestão concebido para gerir a estratégia.". A sua
elaboração deverá seguir o sentido de cima para baixo (top-down), começando pela definição da
',0 Esla informaçflo pode levar meses ou anos a obter, pelo que, Kaplan e Norton (1996a) sugerem que, pelo menos no inicio, os
gestores recorram a informação subjectiva e qualitativa para constmir o mapa estratégico.
Pag. 60
visão/missão e identificação dos valores fundamentais da organização para, com base neste
passo, desenvolver uma estratégia que aponte o caminho para a sua consecução.
será, assim, aquela que se deve cuidar em primeiro lugar. A noção que deve orientar este passo é
a da criação de valor para o accionista, Kaplan e Norton (2000a:84) apresentam duas estratégias
clientes actuais;
eficiência na utilização dos activos (redução dos activos circulantes e fixos menos
Estas estratégias não são consideradas incompatíveis, sucedendo por vezes que se opta
proposta de valor para o cliente, factor de distinção face à concorrência. Kaplan e Norton
(2000a) identificam três estratégias de diferenciação com bons resultados nos casos de
utilização do BSC:
Pág. 61
• Liderança no produto: a empresa lança produtos e serviços novos, com características
objectivos para os produtos e serviços (por exemplo: serem melhores e mais ílincionais;
cliente, através do melhor conhecimento dos seus hábitos de vida, gostos e preferências,
soluções completas;
rápida de encomendas.
em que a empresa deverá posicionar-se pois, estes serão constituídos pelos clientes que atribuem
Kaplan e Norton (2000a:90) afirmam que, para desenvolver uma estratégia bem sucedida,
Pag. 62
FIGURA 4 — A cadeia de valor genérica da organização.
Processos
de
Inovação
Posiçlo privilegiada Aumentar o valor para o Eicelência operacional Ser bom cidadfto
cliente empresarial
Temas Estratégicos
Fonte: Kaplan c Norton (2000a:91)
Os quatro temas estratégicos foram identificados por Kaplan e Norton em resultado das
e/ou segmentos de mercado. A empresa dará preferência aos processos de inovação para
Naturalmente, a empresa deverá focar-se nos processos operacionais para apoiar uma
Pág. 63
estratégia de excelência operacional (Como objectivos exemplo: melhorar a eficiência
• Ser um bom cidadão empresarial: significa procurar manter boas relações com os
trabalhador e a sua saúde ou o ambiente estão em risco. A empresa deverá dar maior
ênfase aos processos ambientais/reguladores mas, neste caso, para servir uma estratégia
Toma-se evidente que, na óptica do BSC, uma organização que não alinhe os objectivos e
mínimo, pouco eficaz, centrar os esforços na eficiência dos processos e redução de custo quando
se pretende implementar uma estratégia de crescimento ou, investir recursos na relação com o
cliente quando, por uma questão de fim do ciclo de vida de produtos ou serviços, se pretende
qualquer estratégia porque permite definir os objectivos e medidas de desempenho que devem
ser cuidados pela organização para que a mudança seja bem sucedida no longo prazo (Kaplan e
Pag. 64
A importância relativa de cada uma destas categorias varia consoante as forças externas
que a organização enfrenta e que naturalmente condicionam a sua estratégia. A articulação entre
Intimidade com o Cliente Compreensão dos clientes pelos colaboradores (ex.: relações de
longo prazo)
subsecção, fundamentais para garantir a articulação das quatro perspectivas e para apresentar a
O fim social com que a organização se compromete, traduzido na sua visão, determina
organismos públicos, as fundações ou outras entidades sem fins lucrativos definem os seus fins
de tal forma que, não só as perspectivas a utilizar, como os princípios a respeitar na sua
Tal como foi referido anteriormente, neste estudo interessa-nos apenas os organismos
públicos, cujo fim último é servir o Estado. Mas, o BSC é uma ferramenta adaptável a diferentes
Pág. 65
base à sua interligação, nomeadamente, o fim último dos resultados financeiros, caso o
que servem para avaliar o desempenho organizacional, agrupadas em várias perspectivas mas,
antes uma descrição por objectivos e medidas da estratégia definida e da forma como serão
accionistas, etc.), para que o seu sucesso seja uma realidade. O mapa estratégico é a imagem que
permite compreender este sistema complexo e de onde se pode obter evidência sobre as relações
para o êxito da utilização do BSC, e em última análise, da própria estratégia, na medida em que
garante aos objectivos, medidas e iniciativas das diferentes perspectivas a condição de meios
para atingir os objectivos finais da organização, sejam eles o lucro ou qualquer outro fim.
necessária para que possa dar resultados e que estes se identifiquem claramente com as opções
tomadas na sua implementação é que seja única para uma determinada unidade de negócio. O
reflexo óbvio desta condição, em termos do BSC, é de que este deve ser entendido como a
determinar qual deve ser o número de medidas a incluir, pois o que é importante é que as que
forem utilizadas se possam interligar por uma rede de relações de causa e efeito que descreva
Pág. 66
No entanto, devido à natureza de sistema de avaliação do desempenho com emanação da
estratégia que caracteriza o BSC, deve distinguir-se entre dois tipos de medidas que se utilizam
nesta ferramenta:
se o negócio se mantém ou não controlado. Caso ocorram eventos não usuais e que
requeiram atenção imediata, estes indicadores de input e output podem servir para dar o
sinal de alerta que levará a uma análise mais aprofundada recorrendo a outro tipo de
tipo e a sua eficácia depende de serem definidas com base em intensiva e extensiva
determinação da evolução do negócio não pode ser descurada porque as boas estratégias não
estão completamente imunes a situações adversas inesperadas que mereçam respostas rápidas.
Por seu lado, as medidas estratégicas têm uma importância acrescida no sentido em que
acautelam contra um certo enviesamento que ocorre quando uma única medida, especialmente
negócio.
Ao desenhar o BSC deve sempre ser feita uma avaliação à priori sobre a possibilidade de
sub-optimização que pode ocorrer em qualquer das perspectivas e encontrar medidas adicionais
que corrijam o enviesamento, evitando assim, a realização dos objectivos do BSC de forma
Pag. 67
indesejável. Ou então, usar medidas de diagnóstico para equilibrar a medição e não
recolhidos junto de gestores, como referido em 5.1, o método teórico concebido para avaliar o
Kaplan e Norton (1992:79) referem, quando ainda não assumiam aquela funcionalidade
do BSC, que o sistema coloca a estratégia e a visão no centro da atenção dos executivos e não o
controlo (como se poderia supor que deveria ser para um sistema de avaliação do desempenho),
pois as medidas que compõem o BSC são concebidas com o intuito de orientar a acção dos
O BSC visa estabelecer uma ligação entre a estratégia concebida pela gestão de topo e a
Pág. 68
impactos sobre a realização dos objectivos estratégicos, o que toma o BSC num instrumento de
estratégia, a saber: visão e estratégia não accionáveis; estratégia não ligada a objectivos
táctico e não estratégico. Para ultrapassar estas barreiras os autores defendem o recurso a quatro
processos de gestão estratégica derivados do BSC, para garantir a coerência e ligação entre as
iniciativas operacionais (de curto prazo) e os objectivos estratégicos (de longo prazo). A figura
Clarificação e tradução da
visão e estratégia:
Clarificar a visão
Construir consensos
Planeamento e afectação
de recursos:
Fixar metas
Alinhar iniciativas estratégicas
Afectar recursos
: Estabelecer prazos ^
Pág. 69
Estes processos, quer separados quer combinados, visam a compatibilização da estratégia
formulada com as acções que consubstanciam a sua implementação para ultrapassar as barreiras
negociados e aceites pelos gestores. Evidencia ainda falhas e quebras na ligação entre os
diferentes objectivos que devem ser eliminadas e as acções a empreender para que a
necessário proceder a uma análise dos objectivos e factores críticos de sucesso para
todos os níveis hierárquicos da organização, desde o órgão máximo de poder até aos
implementação de uma estratégia começa com a educação daqueles que a irão executar
acção com a estratégia através do BSC, segundo Kaplan e Norton (1996b), resulta da
41
Este passa a incorporar também medidas nâo financeiras, mais reveladoras do desempenho conseguido.
Pag. 70
e reengenharia dos processos mais críticos para o êxito da estratégia, por parte dos
acção é ainda necessário estabelecer alvos de curto prazo (milestones) para as medidas
afectação de recursos, devem ser estabelecidos objectivos de longo prazo para as quatro
recursos, e devem ficar definidos objectivos de curto prazo para as medidas que
na sua implementação, à luz das condições correntes - double-loop learning*1. Com este
processo o BSC adquire uma robustez na tradução da estratégia em acção que facilita a
estratégia. Consiste na recolha de feedback, teste das hipóteses que suportam a estratégia e
42
Conceito definido por Argyris (1991), como a aprendizagem que produz uma mudança nas suposições e teorias que os indivíduos
tém acerca das relações causa-efeito.
Pág. 71
relações entre as alterações nos indutores de desempenho e as alterações associadas em
• Maus resultados financeiros permitem, através das relações causais entre indutores de
qualidade da sua execução. O resultado destas revisões pode ser a sua reafirmação com
Por outro lado, a interacção das variáveis que traduzem o ambiente interno e externo da
organização determinam a unicidade da sua visão e estratégia, o que significa que o seu BSC
organizações, referem também que o êxito na utilização deste método está intimamente ligado à
externo.
industriais, concluem que é necessário aplicar processos de revisão regular das medidas face à
estratégia para que se mantenham alinhadas. A revisão de metas, medidas e grupos de medidas
Pág. 72
desempenho mas, pode também suceder que o uso continuado das medidas de avaliação de
medidas e factores críticos de sucesso, e quanto mais precisa for a definição da estratégia e das
suposições erradas (Bourne et al., 2000). O método do BSC, assente na dependência dos
através de uma gestão baseada nos quatro processos apresentados nesta secção.
O BSC surgiu no início da década de 90 do século passado, como uma ferramenta para
dos quais dependentes dos sistemas financeiros e com fraca relação entre as medidas utilizadas e
Para explicar a enorme aceitação e aplicação prática que o BSC goza actualmente, tanto
ao nível dos académicos como dos gestores das organizações, é necessário identificar os
cada organização e que é importante destacar para compreender o êxito deste método, são;
Pag. 73
• Garante a coerência entre os objectivos individuais e os da organização. Esta valia
em que incorpora alvos de curto prazo para as medidas do BSC (financeiras e não
financeiras). Esta integração resulta numa mais adequada afectação de recursos (ver
subsecção 5.3.3);
simplesmente não fazem ideia de como agir em consonância nas suas tarefas
específicas. Para obviar a esta questão: Io - a estratégia deve ser definida em função da
Pág. 74
para cima e de cima para baixo); fixação de objectivos individuais e colectivos; e
desempenho que procura incorporar todos os inputs necessários para funcionar de forma
integrada com a gestão da organização. Por isso, na sua construção são aplicados
podem resultar também num maior cuidado com as condições oferecidas aos
5.3.3);
validade e actualidade. Os processos que suportam esta valia do BSC são o feedback e a
aprendizagem estratégica (ver subsecção 5.3.3). Uma estratégia pode ser interpretada
como um conjunto de hipóteses acerca das relações de causa e efeito entre os factores
e evolução variável - o factor humano que afecta o sucesso da utilização do BSC de diversas
43
Rcferímo-nos, por exemplo, ao mapa estratégico, à definíçflo das relações causa e efeito e ao estabelecimento dos incentivos de
acordo com os objectivos.
Pág. 75
encarregue de aplicar o BSC à organização, ou mesmo nas forças que moldam o ambiente
externo. Não pretendemos, por isso, efectuar uma listagem exaustiva dos benefícios do BSC,
mas sim, enunciar aqueles que consideramos mais importantes e que resultam da exposição
devem ser objecto de estudos mais aprofundados. O carácter abrangente e algo ambicioso do
BSC, que se traduz no envolvimento dos gestores de topo da organização e no esforço contínuo
que requer para que sejam mantidos bons níveis de eficácia e ajustamento à realidade, levam a
levantadas insuficiências e falhas que devem ser objecto de reflexão para determinar se é
Assim, é possível encontrar na literatura sobre este tema algumas críticas ao BSC. Em
textos como os que a seguir se abordam os seus autores identificam certos problemas ao nível
do método que julgam requerer melhoramentos futuros. Embora reconheçam a sua importância
Atkinson et al. (1997) defendem que a noção de stakeholder da empresa deve abranger
outros. E afirmam que o BSC não é coerente com esta noção no desenvolvimento de um método
deste tipo se focar num output do planeamento estratégico que será a decisão da gestão de topo
sobre a natureza e o alcance dos contratos que estabelece com os seus stakeholders, ou seja, o
Pág. 76
sistema de avaliação do desempenho organizacional deve ser utilizado para monitorar essas
fornecedores para que a organização atinja os seus objectivos, ou seja, não incorpora a
cadeia de valor alargada, elemento que consideram importante para a gestão das
empresa actua;
e dois sentidos, isto é, um processo que permita à gestão incorporar as contribuições dos
BSC, que podem limitar a sua utilidade caso não sejam convenientemente acautelados e que
expomos de seguida:
financeiros. Não é possível garantir que a concretização dos objectivos não financeiros
relações de causa e efeito entre diferentes FCS com alguma confiança, é mais difícil
estabelecer a proporção do efeito que é gerado c mesmo a natureza dessas relações sofre
problema assume uma importância elevada para as organizações que adoptam o BSC
uma vez que o conceito pressupõe esta ligação entre concretização dos objectivos
Pag. 77
estabelecidos para os indicadores escolhidos e a rendibilidade no futuro, que não está
que procure atingir objectivos de espectro alargado necessita de mecanismos que lhe
não ocorrem da noite para o dia, nem se incorporam de forma automática num processo
simultâneo, por um gestor, sem descurar a atenção que cada um deles exige? Apenas se
Pag. 78
sabe que é mais do que um e menos do que cinquenta. Se forem em número escasso, é
expectável que o gestor esteja a ignorar informações que são críticas para o êxito futuro
mas, se forem demasiados, o gestor incorre no risco de perder o foco e tentar fazer
coisas a mais para o tempo de que dispõe. A resolução deste problema afigura-se
em cada situação;
entanto, as experiências de aplicações do BSC evidenciam que em muitos casos não são
financeiros.
Bontis et ai. (1999) apontam também, certas limitações ao método do BSC que reduzem
desses factores (ou uma boa parte deles), são transversais às diferentes perspectivas (o
ignorando FCS importantes apenas por causa dos seus múltiplos efeitos em termos de
desempenho. Outra fonte de rigidez detectada resulta da limitação que constitui para o
Pág. 79
possibilidade, como definem o método completo (como abrangendo todos os possíveis
finais e outras;
dos processos internos se verifica esta negligência pois, a inovação (resultado das
não, ser inspirado ou não, e ser bem gerido ou não. Assim, são subestimados os
• Ainda outro problema é o de não ser possível qualquer comparação com outras
Por seu lado, Norreklit (2000) critica dois componentes essenciais do BSC - as relações
de causa e efeito e a validade do BSC como instrumento de gestão estratégica -, como a seguir
se elucida:
Pág. 80
• Esta autora considera errada a assunção dos autores do BSC de que existem relações de
lógicas. Esta critica é sustentada por uma demonstração de que a satisfação dos clientes
não gera necessariamente resultados financeiros mas, uma sequência de acções que
organização a obter bons resultados financeiros. Só que, o que se detecta nesta relação
não é casualidade e sim lógica, pois trata-se de um resultado que pode ser calculado
sub-óptimo;
• A autora considera ainda que o BSC não pode ser considerado um instrumento de
gestão estratégica válido porque não assegura qualquer alicerce organizacional e tem
Tal como referido na subsecção anterior para os benefícios do BSC, não pretendemos
com esta subsecção enunciar exaustivamente os pontos fracos desta ferramenta de gestão, mas
sim, apresentar aqueles que a literatura sobre o tema evidencia como sendo os que maiores
carecem de investigação e melhoramento para tornar este método mais robusto e fiável. No
Pág. 81
entanto, neste caso, as próprias palavras de um dos seus criadores permitem identificar as
principais linhas que devem orientar este processo no futuro e que, de certo modo, vêem de
melhoramento e aspectos que requerem investigação mais aprofundada no BSC (Waal, 2003):
facto de o mapa estratégico da organização ser desenvolvido a partir do nada para que
se possa obter uma ideia geral do processo, gestores que aplicam o BSC reportam
dificuldades na visualização dos elementos que constituem aquele mapa. E, por outro
lado, os bons mapas estratégicos tendem a repetir certos elementos que devem
• O BSC é uma ferramenta que permite determinar o que medir e não como medir. As
tratamento no BSC;
Existem diversos problemas relacionados com este aspecto: como estabelecer metas
• Também as relações de causa e efeito empregues no BSC são referidas por Kaplan
como requerendo testes mais exaustivos para determinar a sua validade e aplicabilidade;
Pág. 82
• Outra questão de interesse para este método é a da determinação da influência que o
sobre como o alinhamento das pessoas e dos recursos organizacionais com a estratégia
essencialmente sobre activos intangíveis? Esta questão pode também ser explicitada da
seguinte forma: qual é o papel das medidas não financeiras num plano de compensações
óptimo?
circunstância reconhecida em especial pelos seus autores, mas que, as críticas ou pontos fracos
subsecção não invalidam como sistema de avaliação do desempenho, com bons resultados
os organismos do Estado em resultado da contenção orçamental a que cada vez mais estão
entanto, os documentos publicados sobre essa actividade resumem-se, em muitos casos, a dois
documentos: o Orçamento Anual, que é produzido com base em dados históricos; e o Balanço
Pág. 83
Social, que fornece uma visão idiossincrática da componente humana das organizações.
Nenhum destes documentos apresenta uma ideia concreta sobre a actividade e interesse social
do organismo retratado.
Uma importante questão que emerge deste conflito e que deve ser colocada sempre que o
acentuam-se neste tipo de organização devido à sua natureza não lucrativa. Mas, mais do que
adaptar as medidas financeiras a uma realidade concreta, pode ser necessário aplicar um método
abordagens tornariam possível, não só avaliar a capacidade de obter recursos financeiros como,
a habilidade para alcançar os resultados desejados. Por outro lado, a utilização de múltiplas
organizações.
Por seu lado, a formulação do BSC comporta a adaptabilidade necessária para que se
foi concebido inicialmente para organizações cujo objectivo máximo é o lucro, e este objectivo
está ausente da estratégia das organizações do sector público. Assim, é natural que se questione
obtidos poderão ser comparados com os de outras organizações que tenham aplicado o método.
Pág. 84
5.5.1. Aspectos importantes na adaptação do BSC
concisa, ficando-se muitas vezes por uma listagem detalhada de programas e iniciativas que
elemento central do método do BSC que determina os resultados obtidos na sua construção. No
caso dos organismos públicos deverão ser acauteladas as seguintes orientações na sua
formulação:
• A estratégia não pode ser apenas o que o organismo tenciona fazer, deve ser também o
que decide não fazer (Porter, 1996). Esta noção é muito importante para os organismos
tais interesses na orientação assumida pode redundar numa estratégia que não é mais do
• Existe uma tendência para definir estratégias vagas e abrangentes para alargar o campo
quantificáveis para os objectivos estratégicos. Pelo que, a estratégia deve ser o mais
Por outro lado, os organismos públicos têm dificuldade com a arquitectura original do
BSC porque, enquanto que para as organizações que visam o lucro a perspectiva financeira
Pag. 85
fornece o objectivo de longo prazo, para os organismos públicos deverá representar uma
limitação, pois o êxito não pode ser medido estritamente pela diferença, positiva ou negativa,
Esta circunstância pode ser obviada, segundo Kaplan (2001), colocando a missão no topo
do BSC, mantendo a estratégia no centro e elevando a perspectiva dos clientes a elo de ligação
entre a missão e as restantes perspectivas. Isto porque, servir as necessidades dos clientes
A missão do organismo representa a sua razão de existir, logo, deve ser colocada e
medida num nível mais elevado do BSC, isto é, para que os objectivos das diferentes
perspectivas sejam orientados para o objectivo de longo prazo do organismo — a sua missão —
esta deve ser colocada como elemento superior do método, como apresentado na figura
seguinte;
Missão
Clientes
Quem definimos como cliente? Como criamos valor
para os clientes?
><
^t
Aprendizagem e Crescimento
Como criamos condições para crescer e mudar,
cumprindo com as exigências do negócio?
Fonte: Niven (2003:32)
Pág. 86
O progresso alcançado na persecução da missão só pode ser aferido com medidas de
resultados de longo prazo, enquanto que, as medidas das quatro perspectivas principais do BSC
Além destas modificações ao método do BSC, pode ser necessário formular um conceito
diferente de quem são os clientes dos organismos públicos. Ao contrário do que sucede no
sector privado em que, quem paga o serviço será, em princípio, quem o receberá, nos
organismos públicos estes dois papeis podem estar dissociados. Se assim for, deve ser
considerado cliente quem paga o serviço ou quem o recebe? - A resposta a esta questão poderá
passar por colocar em paralelo no topo do BSC, a perspectiva de quem paga e de quem recebe.
devem respeitar. Quanto aos objectivos e medidas da perspectiva dos processos internos de
negócio, a sua definição é determinada pela necessidade de primar nos processos que permitem
público dependem fortemente das capacidades, dedicação e alinhamento dos seus recursos
organizacional representam a base da construção do BSC. Podem ser identificadas três áreas
que necessitam para tomar decisões eficazes, com resultados para os clientes;
Pag. 87
Actualmente, em Portugal, a avaliação do desempenho é assumida como um objectivo
geral da Reforma da Administração Pública44, na tentativa de criar uma nova cultura baseada na
avaliação do desempenho que envolve a avaliação individual dos funcionários, dos dirigentes e
grande aos organismos e serviços nacionais, muito habituados a uma gestão burocrática e sem
visão estratégica.
pública pelo uso do BSC? Segundo Niven (2003), alguns dos benefícios mais importantes do
• Concentrar na estratégia;
• Auto-preservação;
• Conduzir à mudança;
• Inspirar confiança.
44
45
Lei n.0 10/2004 de 22 dc Março.
Nos termos da Rcsoluçào do Conselho dc Ministros n.0 95/2003.
Pág. 88
E que problemas poderão ser levantados pelo uso do BSC na avaliação do desempenho
no sector público?
internacional permite obter evidência acerca de aspectos que requerem especial atenção neste
tipo de aplicação. Uma análise dos problemas identificados por instituições internacionais46 que
devem satisfazer as necessidades dos seus clientes, mas também estão sujeitas ao
outras entidades com as quais se relacionem. Estes grupos não se coordenam entre si e
organização;
• Transparência: actualmente, existe uma maior pressão da parte dos stakeholders para
• Sucesso provado demora muito tempo a alcançar: os resultados dos programas públicos
podem demorar anos a serem obtidos. Em certos casos não é fácil evidenciar como as
vontade de políticos, de grupos sociais e até dos media, do que do seu desempenho ou
46
Nomeadamente; Balanced Scorecaid Instítute; Performance Measurement Solutions; c 2GC.
Pág. 89
• Resultados pouco claros: as organizações podem ter um mandato bem definido, mas
ainda assim os resultados podem ser pouco claros. Reduzir o iletrismo pode ser um
mandato claro, mas o que é o iletrismo? Que nível é tolerável? Como se sabe quando é
atingido?;
responsabilidades;
honrosa. Por outro lado, também parece não haver uma relação muito clara entre um
fraco desempenho e consequências desfavoráveis. Assim, parece existir uma cultura que
que diferem substancialmente das características e contextos das organizações para as quais este
método foi criado, e os problemas encontrados na sua aplicação por entidades internacionais,
Pag. 90
5.5.2. Processo de construção
desenvolver um plano próprio para aplicar o método às organizações do sector público. Assim,
pretende-se com esta subsecção explicitar as fases mais importantes da aplicação do método do
BSC no sector público, de uma forma resumida, mas que servirá como plano para a aplicação
Para que os esforços de mudança tenham resultados aproximados ao que foi idealizado é
utilização deve originar transformações significativas na organização. Para que as mudanças que
os objectivos do BSC para que todo o trabalho e energias canalizadas para este processo possam
aprendizagem seguro que reduza a ansiedade provocada pelas incertezas de cada indivíduo face
ao processo.
Pág. 91
• Comunicar e educar;
• Melhorar o desempenho;
• Demonstrar responsabilidade.
Embora todas sejam válidas, não se deve simplesmente escolher as que se considera
serem as mais adequadas, mas antes realizar um processo de análise racional sobre as razões que
porque serão realizados com base em objectivos comuns. Os objectivos são também importantes
humanos e financeiros. E, como sucede com a utilização de muitos outros métodos de gestão —
Pág. 92
Segundo Niven (2003:50) e Kaplan e Norton (1996a:247) existem alguns aspectos
importantes relacionados com os recursos empregues que devem ser considerados quando se
remunerações. O maior volume de gastos a incluir nesta rubrica deverá ocorrer durante
operação;
e, por consequência, no custo. No entanto, mesmo que se opte por uma aplicação não
específica, como o Excel por exemplo, a sua utilidade para este processo deverá ser
elevada;
investimento nesta rubrica pode variar significativamente caso se opte por restringir os
exigem pode levar a que se opte por realizar estes esforços iniciais fora da organização.
ou refeições.
Pág. 93
A decisão sobre onde construir o primeiro BSC depende, em grande medida, da dimensão
e contexto interno da organização (Olve et al, 1999). Podem ser identificadas vantagens na
construção de um BSC para toda a organização, como: comunicação dos objectivos e medidas
a colaboração entre eles para implementar a estratégia e atingir a missão; assistir os esforços de
aplicação do BSC aos níveis mais baixos da organização. No entanto, especialmente no caso das
para efectuar uma primeira aplicação com o objectivo de obter bons resultados e minimizar os
riscos de falhanço.
Para orientar a decisão sobre este tema podem ser utilizados os seguintes critérios;
necessidades dos seus clientes, que podem ser de ordem social, de negócio ou
associativa, logo, o grupo a escolher para o primeiro BSC deve possuir uma missão.
Possuir uma estratégia também é fundamental, pois um dos objectivos principais desta
construção do BSC, mas leva a que a sua construção se centre nas perspectivas dos
dentro da organização e procurar obter o seu apoio, pois é improvável e pouco prático
que se consiga obter o suporte total de todos os grupos de stakeholders (Olve et al,
1999:45);
Pág. 94
• Suporte dos participantes; quando o BSC é desenvolvido para todos os níveis da
ganhos reais de desempenho. Para tal, não só é fundamental obter o apoio dos
por parte dos gestores e supervisores. Assim, ao escolher a unidade organizacional para
1999:46).
• Compromisso com a avaliação: a transição para o sistema do BSC representa tanto uma
transformação cultural como uma adaptação do negócio, por isso, deve assegurar-se que
escolhidas?
Embora algumas medidas possam ser novas e as fontes de dados não estejam
Pág. 95
• Recursos: o grupo a escolher deve ter disponibilidade e disposição para reunir os
recursos financeiros e humanos necessários para construir o BSC, tal como determinado
na fase anterior;
uma medida final sobre a capacidade demonstrada por certa unidade organizacional
para adoptar o BSC, pode optar-se por transpor a informação relevante sobre os critérios
expostos atrás para um modelo que permita obter um resultado quantitativo. Atribuindo
para cada critério, pode ser calculada a média aritmética ponderada da pontuação dos
O BSC deve ser entendido como um instrumento para orientar a mudança e não como
demonstrando apoio apenas de forma casual e tímida, esta atitude será interpretada pelos
colaboradores como um indício de que o projecto não é muito importante para os objectivos da
Pag. 96
organização, logo, não é merecedor do seu empenho. Esta relação entre apoio da liderança e
sucesso do projecto tem sido demonstrada no sector privado e é razoável que também se aplique
essencial para se construir um BSC efectivo, se encontre disseminado por diversas pessoas na
organização, do que concentrado numa única pessoa. Nesta fase deve-se procurar responder às
indiquem que muitas organizações usam dez ou mais pessoas, neste processo pode
suceder que um grupo desta dimensão tenha dificuldade em chegar a consensos, pelo
especializados nas suas áreas funcionais, mas que possuam uma compreensão da
aspecto emocional dos membros da equipa, ou seja, deve preencher-se a equipa com
visionários (pessoas que imaginam o que a empresa poderá ser no futuro) e activos
Pag. 97
Embora se possa pensar que, para que o BSC tenha sucesso, deve ser desenvolvido
exclusivamente por uma equipa de executivos, tal pode ser muito difícil de pôr em
prática. Assim, pelo menos deve garantir-se que a equipa é liderada por um executivo e
Papel Responsabilidade
Executivo Promotor • Assumir o domínio do projecto do balanced scorccard;
• Providenciar informação de base à equipa acerca da missão, estratégia e método;
• Comunicar com os síakehotders internos c externos;
• Alocar recursos humanos e financeiros ao projecto;
• Providenciar apoio e motivação para o balanced scorecard.
Líder da Equipa • Coordenar reuniões, planear e controlar o projecto, e informar as audiências;
• Providenciar liderança sobre o método do balanced scorccard à equipa;
• Assegurar a disponibilidade de todos os materiais de base relevantes;
• Providenciar feedback ao executivo promotor e administração;
• Facilitar o desenvolvimento de uma equipa eficaz através de treino c apoio.
Membros da • Providenciar conhecimento específico sobre as áreas funcionais;
Equipa
• Informar e influenciar os líderes das suas áreas funcionais;
• Promover o projecto do balanced scorecard na sua unidade ou departamento.
Perito em • Informar sobre aspectos de mudança organizacional;
Mudança
Organizacional • Investigar consequências da mudança organizacional no projecto do BSC;
• Contribuir para a elaboração de soluções que minimizem os riscos da mudança
organizacional.
Fonte: Niven (2003:69)
Embora o conceito de BSC seja de fácil compreensão, a sua aplicação a uma organização
não pode ser encarada simplisticamente. Para que a aplicação tenha sucesso será necessário
formar e treinar adequadamente a equipa do projecto, de forma que possam dispor dos
Pág. 98
conhecimentos e técnicas necessárias para efectuar as difíceis tarefas de traduzir a estratégia,
desenvolver objectivos e medidas, e fazer suposições sobre relações de causa e efeito (Olve et
ai, 1999:45).
por objectivos de eficiência, eficácia e envolvimento dos participantes. Existem alguns aspectos
importantes a considerar no desenho deste programa, como são descritos por Niven (2003:79):
de avaliação a utilizar;
• Definição da agenda das sessões de formação: cada sessão de formação deverá ser
os objectivos pré-determinados;
transferência de conhecimentos e sua aplicação pode ser efectuada uma avaliação pós-
1992 e 1996, são um bom ponto de partida. Os inúmeros artigos e livros publicados
sobre o BSC merecem uma pesquisa, embora orientada. Pode ainda beneficiar-se da
Pag. 99
participação em conferências e seminários sobre o tema. Uma outra forma de fazer com
do projecto: deve-se garantir que os elementos da equipa sejam vistos como fontes de
projecto; e finalmente, deve ter-se em conta que à medida que o BSC da organização é
iniciativa de mudança. Os esforços de mudança devem considerar sempre a forma como serão
Uma estratégia e plano de comunicação que responde aos objectivos pré-definidos, bem
estruturada e que seja implementada com rigor, permitirá moldar pro-activamente a mensagem
de forma que seja entregue à audiência alvo no momento correcto e na forma apropriada.
representar uma situação particular é possível enumerar alguns objectivos que são comuns a
Pag. 100
• Providenciar formação sobre os conceitos fundamentais deste método a todas as
audiências;
projecto;
outros gestores;
faz emanar;
audiências alvo.
Pág. 101
Os líderes seniores e equipa de projecto deverão dispor de informação mais actualizada
incluem a Internet e a Intranet, devido à sua fiabilidade, baixo custo e fácil adaptação;
Importa ainda referir a necessidade de avaliar os esforços de comunicação, que pode ser
uma tarefa complexa, pois os resultados destas acções diferem em função de factores
sucesso da iniciativa.
do BSC de forma a garantir que as condições reunidas nas fases anteriores e os esforços
Pág. 102
8.1. Desenvolver ou confirmar a missão, valores, visão e estratégia da organização;
medidas;
dos participantes, pelo que, a gestão do tempo e dos esforços dispendidos em cada etapa assume
uma importância acrescida nesta fase que se repercutirá no resultado final da iniciativa. Um
Pag. 103
6. Caso prático: Elaboração de um BSC para o objecto de
ANÁLISE
6.1.1. Introdução
A dificuldade sentida em encontrar uma organização do sector público com eis condições
scorecard (BSC) levaram a que o projecto só viesse a ter início em finais de 2004 com uma
próprio nome indica, apoia os órgãos de direcção da SGMFAP no exercício das suas funções de
fosse encaminhada para o responsável por esta Direcção — Dr. Guilherme Rosa. A boa
receptividade que a proposta apresentada teve junto deste dirigente, função do seu
Após uma recolha inicial de informação sobre o objecto de análise e o contexto interno e
externo a que estava sujeito, deu-se início ao projecto de aplicação do BSC à SGMFAP.
Seguindo o plano teórico definido nas secções anteriores, começou-se por definir os
Pág. 104
• Adaptar a estrutura orgânica e iniciativas a realizar às alterações verificadas nas
Quadro de Pessoal definido por Lei47 - foram naturalmente impostas limitações de ordem
do projecto incluídas neste trabalho devido à sua natureza académica, pelo que, o projecto foi
iniciado sem dispor de um orçamento; com alguma incerteza sobre os meios humanos
práticos para a organização estará fortemente condicionada pela sua capacidade de reunir os
4>
Portaria n." 440-A/99, dc 17 dc Junho e respectivas portarias de alteração.
Todo o material de à execução deste trabalho foi produzido utilizando as aplicações do Office da Microsoft.
Pág. 105
meios técnicos e financeiros necessários para dar resposta à complexidade das acções a
do Ministério das Finanças e da Administração Pública. As razões que determinaram esta opção
serviços)49;
• Contexto interno estável: manutenção das incumbências definidas na Lei mas, com cada
aplicação deste método ao serviço como um todo do que a uma qualquer subunidade,
• Suporte dos participantes: o apoio e compromisso com o projecto foram assumidos pelo
49
Dados reportados a 31 de Dezembro de 2004 (Balanço Social da SGMFAP de 2004).
Pág. 106
Devido à clareza com que estas noções se evidenciaram foi dispensado o exercício de
escolha da melhor unidade de análise para arranque do projecto, que seria realizado com base no
Simões de Almeida - constituiu uma etapa de importância capital para se poder dar início ao
projecto. Este apoio foi conseguido com a colaboração do responsável pela DSATG e traduziu-
O interesse manifestado pela iniciativa e a percepção dos benefícios que poderá trazer à
persecução dos objectivos da organização terão sido determinantes na angariação deste suporte,
que se veio a provar ser essencial para que o projecto se desenrolasse conforme planeado.
Terá também sido importante, por um lado, o apoio do responsável da DSATG, não só
pelo desempenho do papel acima referido, como em toda a colaboração prestada durante a
execução do projecto e, por outro lado, o apoio da generalidade dos restantes directores de
funcionamento das restantes subunidades, levou a que se tenha optado por uma equipa de 4
Pág. 107
Os papéis destinados a cada elemento foram distribuídos da seguinte forma:
Embora esta fase se revista de grande importância para a maioria das aplicações do BSC,
devido à complexidade das tarefas de aplicação do método, o facto de se ter optado por uma
Pag. 108
equipa pequena, constituída inteiramente por elementos com conhecimentos teóricos e práticos
respostas dos participantes entrevistados poderiam ser mais completas e precisas se estes
tivessem sido sujeitos a algum tipo de formação prévia sobre o método ou conceitos
relacionados.
Por outro lado, esta dificuldade pôde ser, de alguma forma, colmatada, com a qualidade
da informação produzida pela organização em outras iniciativas de gestão relacionadas com este
aplicação do SIADAP.
pela SGMFAP, da sua ligação com os objectivos estratégicos actuais, da forma de incorporar
avaliações em prática, e das melhorias que se podem vir a verificar com este projecto."
colaboradores em geral;
Pag. 109
• Quem emite a comunicação?
subsecção;
A informação teórica sobre o método e sobre o interesse actual e futuro deste projecto
projecto.
Quanto aos elementos da equipa do projecto foi definido que: a informação sobre a
Quanto às restantes audiências alvo: será emitida uma síntese de informação sempre
Pag. 110
• Onde e Como transmitir a informação?
apresentado:
Pag. 111
6.2. Desenvolvimento do projecto
Lei Orgânica do MFAP. Assim, as linhas fundamentais da Missão deste serviço são:
MFAP;
Por outro lado, a SGMFAP pretende assumir-se como o objecto de experimentação para
iniciativas que tendam a atenuar os meios empregues pelos restantes serviços e organismos do
com especial relevo para as funções de gestão financeira, dos recursos humanos, da informação
Estas iniciativas deverão englobar, não só as áreas de gestão de recursos, como também
Pag. 112
Destas constatações emanou a seguinte Visão:
6.2.2. Estratégia
orientações fundamentais:
despesa corrente primária. No âmbito da SGMFAP, este intento traduz-se num rigoroso
• A necessidade que as restrições orçamentais produzem de, por um lado, praticar uma
seguintes ideias:
Pag. 113
o Actividade administrativa centrada na prestação de serviços a clientes, obrigando
pública;
III. Assegurar a coordenação e gestão partilhada dos recursos comuns aos diversos
Pag. 114
Ao nível das subunidades orgânicas também são definidos objectivos que se confirmaram
orgânica da SGMFAP.
Existem diversos objectivos comuns a estes métodos, pelo que, numa organização que
em termos de avaliação do desempenho, poderá ter de se optar por uma única abordagem das
No entanto, neste caso, estamos perante uma organização que procura assumir-se como
eficácia e/ou eficiência na produção de serviços e que possam ser adaptados aos restantes
uma ferramenta que servirá de bússola para os caminhos a escolher, fornecendo a informação
Pág. 115
necessária para se aplicar os recursos e esforços da organização nas actividades realmente
No entanto, esta perspectiva representa uma intenção que carece de concretização. Será
útil também, para conferir alguma estabilidade aos colaboradores da organização quanto à
avaliação que é feita dos seus esforços, que se materialize num mapa de gestão do desempenho
Além destas, foi acrescentada a perspectiva Política para responder a uma dimensão de
análise que não está coberta pelas restantes perspectivas e que se toma evidente pela leitura das
Com a realização das entrevistas esperava-se poder aferir com maior certeza da
novas perspectivas para evidenciar objectivos que não tivessem sido evidenciados até esta fase.
Antes de prosseguir com a preparação das entrevistas foi efectuada uma revisão do
material de apoio, constatando-se que grande parte do material essencial para as fases seguintes
Pag. 116
do projecto estava disponível, embora existisse grande interesse cm dispor de manuais de
com as orientações estratégicas para 2005; Plano de Actividades da SGMFAP para 2005;
Pode, no entanto, afirmar-se que a realização desta etapa poderia ter sido evitada devido
ao acompanhamento contínuo dos trabalhos por parte dos membros da equipa do projecto, que
teve como efeito a revisão dos materiais acedidos em diversas fases do projecto.
Chefes de Gabinete ou seus representantes. Esta fase carecia de uma preparação cuidada, tanto
pela incerteza quanto à aceitação que teria junto dos interlocutores, como da relevância que a
Foi preparado um questionário que viria a servir de guia na condução das entrevistas. A
cada interlocutor foi facultado um exemplar uma semana antes da data prevista para a realização
informação recolhida dos materiais de apoio e que teria utilidade para o trabalho em curso.
Pág. 117
• A criação de evidências para as metas estabelecidas;
no futuro;
scorecard;
• Que resultados são esperados, em diversas dimensões, que permitam a comparação com
sector privado.
Foi ainda colocada uma questão sobre quais os valores individuais e colectivos
considerados mais importantes para alcançar a missão da SGMFAP, cuja resposta seria escrita
A formulação das questões a incluir e a ordem por que foram colocadas obedeceu a uma
procedimentos adoptados pela sua SUO para medir o desempenho face aos objectivos
pré-estabelecidos";
geral".
Pag. 118
Aprovado e personalizado o questionário para cada subunidade orgânica foi então
distribuído, juntamente com um glossário de termos empregues para facilitar a interpretação das
Anexo G.
da entrevista e com a resposta às diversas questões a serem colocadas. Este plano previa
inicialmente uma duração aproximada de 45 min. para cada entrevista mas, a experiência obtida
com a sua aplicação levou a que se ajustasse a duração para 75 min., como consta do Anexo H.
reenvio já preenchido para comprovação pelos entrevistados. Esta circunstância, embora tenha
causado alguma demora na conclusão desta fase, foi considerada essencial para a validação das
Por outro lado, a dilatação do prazo de duração desta fase, relativamente ao previsto,
êxito do projecto.
terminologia, especialmente a que se relaciona com o BSC, e face aos objectivos da iniciativa.
Pág. 119
A constatação destas adversidades impeliu os entrevistadores a dar as explicações solicitadas
A primeira questão que se coloca quanto ao tratamento dos dados recolhidos nas
entrevistas aos dirigentes da organização é a da sua validação. Neste caso, os dados obtidos
Em geral, o resultado da validação externa foi muito bom, ao que não é alheio o facto de
algumas respostas remeterem precisamente para documentos oficiais que faziam parte do
verificadas na missão e nos objectivos de algumas SUO que, por isso, foram aceites e
resultados alcançados.
Pág. 120
Os factores críticos de sucesso foram determinados pela estratégia decidida pelos líderes
a partir daí, procurou-se encontrar objectivos para cada uma das perspectivas do BSC, através
da resposta a um conjunto de questões, com base na informação recolhida nas entrevistas aos
diferentes perspectivas, pelo método indutivo. Este processo levou à elaboração do mapa
Política.
No âmbito deste trabalho não foi possível ir além da construção deste mapa no
desempenho, manifestado pelo seu responsável máximo, leva-nos a prever que o projecto possa
Actualmente, a SGMFAP dispõe de uma missão, uma visão e uma estratégia que
com eficiência e eficácia aos cidadãos e aos constituintes do MFAP. Mas, é necessário
Pág. 121
subsecção 5.5.1.). Além do que, se procurou evitar que o resultado final se cingisse a uma lista
Dados os objectivos estratégicos definidos para a SGMFAP, optou-se por articular uma
organização deve concentrar-se na qualidade das relações com os clientes, incluindo um serviço
básicos dos restantes processos da cadeia de valor da organização (ver subsecção 5.3.1.).
diversa, originaram por um lado, a introdução de uma nova perspectiva — Política — que permite
identificados nas entrevistas realizadas, por outro lado, a reformulação da perspectiva Clientes,
identificação das questões estratégicas a que a organização deve procurar dar resposta.
Pag. 122
O resultado deste processo é apresentado em pontos contendo a definição das
apresentados alguns exemplos de indicadores que poderão ser utilizados para os diferentes
objectivos dadas as limitações de âmbito a que este trabalho está sujeito. Quanto a metas e
• Perspectiva Política
o Principal questão:
Para cumprir com êxito a nossa missão como nos devemos apresentar à tutela?
Resposta: Devemos cumprir as obrigações que nos são confiadas pela tutela,
controlamos.
Pag. 123
o Indicadores a adoptar:
o Principais questões:
Pag. 124
Quem são os cidadãos que servimos? E o que devemos fazer bem para os
satisfazer?
indemnizações devidas.
administração pública:
qualidade e celeridade;
eficaz dos recursos materiais comuns aos diversos serviços do MFAP de forma a
Pág. 125
o Indicadores a adoptar:
• Perspectiva Financeira
o Principal questão:
Para ter êxito na nossa missão o que é mais critico em termos financeiros?
o Objectivos:
Pag. 126
o Indicadores a adoptar:
o Principal questão:
o Objectivos:
Pág. 127
PI2 - Desenvolver soluções integradas: Administrar as actividades conducentes à
pública;
reengenharia de processos;
seus destinatários;
manutenção;
Pág. 128
afectação de flindos às iniciativas estratégicas consoante a sua importância
custo dos recursos, das actividades e dos produtos e serviços finais. A informação
orçamentos aprovados;
o Indicadores a adoptar:
Pág. 129
.......
Objectivo Indicador Tipo Frequência
o Principais questões:
Pág. 130
Dispomos do clima organizacional adequado para o êxito?
administração pública?
o Objectivos:
Pág. 131
partilha de conhecimentos e realização de trabalho em equipa, e que utilize novas
o Indicadores a adoptar:
50
Sistema informático que permite elaborar o Balanço Social Consolidado MFAP.
Pág. 132
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7.1. Discussão
Nesta secção procuramos debater as principais questões que se levantaram ao longo deste
adaptação do BSC (Kaplan e Norton, 1992, 1996a), à realidade de uma organização pertencente
O BSC foi concebido com o intuito de contrariar a excessiva dependência dos sistemas de
organização em análise não considera o lucro como a sua finalidade última c que se pode
Finanças e da Administração Pública (SGMFAP) - faz parte dos serviços centrais do Ministério
deverá existir uma finalidade condizente com os objectivos declarados da sociedade, directa ou
indirectamente.
Pág. 134
Assim, o problema acima identificado sofre uma refinação face ao contexto sócio-
-económico em que se enquadra a organização. A nova questão a colocar será; como medir o
abordados na literatura sobre o tema (ver subsecção 5.5.1.). Estas considerações assumem uma
importância elevada nas diferentes fases de aplicação do método, na medida em que influenciam
(ver subsecção 5.5.2.). Porém, mantém-se o carácter abstracto próprio de uma estrutura que
foi possível comprovar o interesse em atender a este tipo de questões e adaptações. Os outputs
mapa reflecte algumas adaptações propostas por Kaplan (2001), embora com diferenças
da nova perspectiva Política que agrega a visão e a missão no topo do BSC, e que
Pág. 135
Constituintes da Administração Pública; a inexistência de uma entidade, com interesse
carácter mercantilista dos que habitualmente são utilizados em organizações que visam
o lucro.
No entanto, por si só, estes ajustamentos do método não garantem a fiabilidade dos
resultados obtidos. Importa, por isso, reflectir também sobre algumas das mais importantes
críticas feitas por diversos autores (ver subsecção 5.4.2.), e sobre as necessidades de
Quanto às críticas apresentadas por Atkinson et al. (1997), sobre a noção de stakeholder e
de saber se estarão incluídas no desenho final todas as entidades com importância estratégica
que podem assumir este estatuto? - Atendendo a que existe uma missão e estratégia bem
definidas para a organização em estudo, a perspectiva dos stakeholders deve incluir apenas as
Consideramos que existe, na organização em estudo, uma noção clara e consistente sobre
que entidades assumem o papel de stakeholder, nos termos da sua missão. De facto, é possível
possibilidade destas entidades aferirem sobre as capacidades da SGMFAP para cumprir os seus
relacionam com o papel dos indicadores financeiros ou apenas podem ser devidamente
Pág. 136
observados e avaliados na fase de implementação do BSC. A adaptação da perspectiva
temporal, de atingir a fase de implementação do método, levam a que não seja possível
estudo encontrámos evidências que permitem refutar esta análise. Não só foi introduzida uma
nova perspectiva, como foi necessário reformular outras e as ligações estratégicas de cariz
utilização deverá ser possível ao contrário do que referem estes autores. E verosímil que essa
Estes autores apontam, no entanto, uma limitação importante que pode ser traduzida
De facto, o caso em estudo não permite contestar esta limitação apontada ao BSC, na medida
em que não foi possível identificar formas de captar os efeitos dos conhecimentos das pessoas
efeito tão previsível e determinado como os sistemas usados, indicando uma incipiente gestão
do factor humano.
Por seu lado, a crítica feita por Norreklit (2000), sobre as relações de causa e efeito,
também não pode ser contraditada pelos resultados do caso em estudo. As relações entre
ser consideradas de causalidade, isto porque, são identificadas ligações que permitem
reconhecer um caminho lógico para alcançar a missão da organização mas, existem múltiplas
Pág. 137
causas e inter-relações entre os objectivos da organização, patentes no desenho do mapa
estratégico mas, que não podem ser totalmente captadas e assimiladas pela aplicação do método.
relações de causa e efeito empregues no BSC para determinar a sua validade e aplicabilidade. A
método. Referimos anteriormente não ter sido possível definir as metas e iniciativas
correspondentes aos objectivos e indicadores propostos pelo que, é impraticável uma análise
No entanto, deve reconhecer-se que o facto de existir uma missão emanada da tutela, que
influencia a definição da estratégia, sem que os colaboradores tenham tido qualquer papel neste
processo, pode resultar numa aplicação algo desfasada da concepção inicial do método.
Um dos principais resultados deste trabalho consiste no mapa estratégico proposto para a
concerne à construção de mapas estratégicos para organizações cujo objectivo máximo não seja
Neste trabalho, ficou evidente a necessidade de rever o desenho do BSC em face de uma
missão muito detalhada que, para que seja possível captar a essência da estratégia da
Pag. 138
organização, levou à inclusão de uma nova perspectiva no topo do BSC - perspectiva Política —
Deste caso retiramos evidência de que a colocação da missão no topo do BSC, em ligação
com a estratégia e as restantes perspectivas através da perspectiva dos clientes, pode não ser
assumpção de que o método pode ser aplicado numa qualquer organização governamental sem
necessitar de ser revisto à luz do contexto político-estratégico deste tipo de entidade em geral e
aplicação do BSC no sector público para poder comprovar a validade destas conclusões.
Por outro lado, algumas das necessidades de melhoramento identificadas por Kaplan
(Waal, 2003), dizem respeito a aspectos que não foram abordados neste trabalho, como questões
relacionadas com a definição de metas ou outras que se fazem notar com maior incidência na
incidem apenas sobre os aspectos intrínsecos ao método. Importa agora considerar as questões
Uma questão fundamental que se coloca neste caso é: que papeis desempenham a política
Pag. 139
A Reforma da Administração Pública51 e a recente reestruturação do MFAP",
consubstanciam a aplicação de uma política que foi desenhada para responder a um conjunto de
Esta reforma não sofre uma desactualização com a eleição de um novo Governo da
caso em apreço, inicialmente por via das medidas da Reforma da Administração Pública em
geral e da nova orgânica do MFAP em particular, e mais recentemente pelo diploma que
O BSC é uma ferramenta que pode ser utilizada pela SGMFAP para alcançar os
objectivos definidos pelo novo Governo. No entanto, não serve necessariamente como agente
catalítico para estimular a mudança. Para ser eficaz, requer que a necessidade de mudança seja
acções passadas como bem sucedidas porque as integram na sua cultura. Quando o ambiente
52
Resolução do Conselho de Ministros n.® 95/2003, de 10 de Julho.
53
Dccrcto-Lci
n.® 47/2005, de 24 de Fevereiro - Lei Orgânica do MFAP.
Resolução do Conselho de Ministros n.® 124/2005, de 4 de Agosto.
Pág. 140
interno e externo muda, existe uma tendência para enfrentar os novos desafios mantendo os
padrões de comportamento.
Este autor argumenta ainda que as organizações que enfrentam a mudança com êxito têm
a capacidade de parar para examinar o seu comportamento de forma crítica face ao novo
contexto ambiental.
traduzido na orientação clara dos processos e outputs gerados para o cliente e seus interesses54,
Administração Pública.
a mudança, fixando os temas aos quais a organização necessita de reagir, no entanto, a tomada
enquadramento dos esforços de mudança através do BSC deverão ter efeitos potenciadores do
estímulo externo.
Porém, a médio prazo, poderá ser necessário que os responsáveis da organização tomem
uma decisão sobre se: deverá optar-se pelo EFQM ou pelo BSC para continuar os esforços de
54
Evidência obtida da análise das missões das diferentes direcções de serviço nos diferentes questionários
Evidência obtida da análise do questionário efectuada à Direcção de Serviços de Informática.
Pag. 141
mudança? Não é objectivo deste trabalho contrastar estes dois métodos cm particular. No
entanto, importa relevar que a ligação às estratégias específicas das organizações, mencionada
por Kaplan e Norton (1996d), toma o BSC numa ferramenta de gestão estratégica mais
foi introduzido o BSC, expressaram o sentimento de que este método permitiu a integração e
Mas, impõe-se o interesse de enquadrar esta decisão à luz dos estudos sobre as relações
entre poder, política e sistemas de gestão para a gestão. Neste âmbito, Markus (1983), refere que
os resultados obtidos pela aplicação da teoria da interacção da resistência são, em muitos casos,
superiores aos produzidos pela aplicação das teorias da resistência determinada pelas pessoas ou
pelos sistemas.
A análise a efectuar neste caso deve incorporar dois pressupostos fundamentais da teoria:
desenhar e instalar;
• Deve ser reconhecido que o objectivo da análise não é eliminar a resistência que possa
resistência não deve ser encarada como um problema a ser resolvido para que o sistema
possa ser instalado como desejado, mas sim, como uma pista útil para compreender o
mudança por parte dos líderes da organização. Reconhecendo que os antigos padrões de
Pag. 142
externo em mudança, devido à Reforma da Administração Pública e à reestruturação do MFAP,
pelo Governo.
como a Estrutura de Compras do MFAP, que a SGMFAP alberga. Além do mais, existe uma
direcção de serviços específica com a missão de transpor para a organização interna novos
alterações a operar a nível da estrutura para que se enquadre na nova cultura organizacional. O
caso da SGMFAP demonstra que várias alterações estruturais são necessárias para facilitar o
importantes para a prossecução da estratégia, a decisão sobre o caminho a seguir deve ser
separada da gestão dos processos em curso, para evitar enviesamentos como o já referido KPI
mais amplo do que o puramente financeiro. Limitando a avaliação dos recursos disponíveis a
uma óptica financeira significa descurar a sua contribuição para os objectivos mais importantes
destinatários finais dos produtos e serviços sobre as expectativas quanto à entrega de produtos e
Pág. 143
serviços e avaliação da entrega, de forma a possibilitar a aproximação da oferta de valor da
SGMFAP aos desejos dos stakeholders, cidadãos e outros agentes da Administração Pública.
Os autores do BSC afirmam que é necessário dar tempo às organizações para que a
mudança ocorra. No seu método (Kaplan e Norton, 1996a), sugerem que um pequeno grupo de
gestores da organização são os primeiros a sofrer a "mudança cultural". A tarefa deste grupo
será de estabelecer sistemas na organização, que promovam a aceitação da mudança pelas outras
novo sistema.
As mudanças propostas envolverão a recolha de muita informação que será vital para
melhorar a tomada de decisão (Cooper e Chew, 1996; Cooper e Kaplan, 1988, 1991, 1992). Ou
seja, o sistema de avaliação tem de criar indicadores de desempenho que reforcem a mudança.
A evolução não pode ser feita exclusivamente na óptica da eficiência, deve também ser dada
diversos autores (Cross e Lynch, 1988/89; Keegan et al., 1989; Eccles, 1991; Kaplan e Norton,
que são importantes para a continuação dos esforços de mudança: a incapacidade dos sistemas
Pag. 144
(recursos, processos, significado e sistemas), e as questões relacionadas com a mudança na
estrutura, sistemas, pessoas e cultura para que a implementação de sistemas de informação para
Da abordagem metatri angu lar sobre as relações entre o poder e os impactos da introdução
metaconjecturas56 que informam sobre aspectos do poder que devem ser considerados na
parte de terceiros;
autoridade existentes.
Existem ainda outros tipos de problemas que devem ser suplantados para que a
implementação do BSC possa ser um êxito. O mais complexo prende-se com a manifestação da
que, se forem devidamente incorporados e a mudança se tomar efectiva, podem ter bons
S6
Conhecimentos derivados de divergências e complementaridades entre diferentes paradigmas (Jasperson et al, 2002).
Pág. 145
resultados em termos do cumprimento da sua missão. No entanto, se não forem dadas
indicações claras sobre o caminho preferido de evolução a longo prazo e eliminadas algumas
confusão entre os colaboradores, que acabará por minar a eficácia das mudanças e levar ao
desperdício de recursos.
pelo que a obtenção de mais fundos dependerá de diversos factores, tal como a percepção de
que a organização é competente para gerir os seus fundos. Esta percepção de competência
com outros serviços e entidades públicas ou privadas quanto à entrega de produtos e serviços
pela SGMFAP.
o bench mar king de muitas actividades, produtos e serviços é possível, pois existem diversos
serviços comparáveis face aos quais se pode medir a entrega. No entanto, esta prática ainda não
é seguida a nível nacional, porque existe pouca informação disponível sobre as actividades dos
consideradas como exercícios académicos, enquanto que metas facilmente alcançáveis serão
Pág. 146
Alinhar o conhecimento organizacional com a estratégia, através da sua incorporação na
cadeia de causas e efeitos do BSC, poderá resultar na melhoria contínua dos processos c em
maior valor dos produtos e serviços entregues aos cidadãos e constituintes da administração
pública, que deverá ter como efeito final a satisfação dos objectivos da perspectiva Política. Este
O desenvolvimento dos recursos humanos terá também um papel importante nos esforços
qualidade a seguir e a organização deve proporcionar o treino suficiente para garantir que o
localização geográfica pode ser um trunfo importante para realizar esta tarefa, pois a
proximidade com instituições de ensino e formação profissional toma expectável que se possam
7.2. Conclusões
(BSC) - a uma organização do sector público, com características muito diferentes das
de construção proposto neste trabalho, realizou-se um caso prático de aplicação do BSC num
razão da sua existência e a utilização dada aos fundos que recebem dos contribuintes fazem
Pág. 147
despertar o interesse dos líderes políticos c de organizações públicas para as temáticas da
estudos desta natureza a nível internacional e de se estar ainda numa fase de arranque a nível
Uma primeira conclusão que deve ser salientada neste trabalho consiste no grande
interesse que o método desperta nos responsáveis da organização estudada, comprovado pelo
obtenção deste resultado não será alheio o nível de formação dos elementos que participaram
como membros da Equipa do Balanced Scorecard e dos entrevistados em geral, assim como o
seguido com cuidado pode aportar consideráveis benefícios às fases seguintes de aplicação do
apenas tenham sido realizadas as fases de planeamento e desenvolvimento, ficando por cumprir
Por seu lado, o próprio método do BSC necessita de ser revisto e adaptado para responder
adopção. Numa organização como a SGMFAP, em que a missão é imposta pela tutela, a
introdução de uma nova perspectiva Política permite fazer a simbiose entre missão e visão. Esta
Pág. 148
A Reforma da Administração Pública e a recente reestruturação do Ministério das
O BSC, por seu lado, permite enquadrar os esforços internos de mudança e orientá-los
para os objectivos da reforma introduzida pelo Governo. Outras organizações do sector público,
adaptabilidade e relevância estratégica deste método levam a que se deva considerar como uma
alternativa viável nos casos em que pretende fazer face a necessidades identificadas de melhoria
do desempenho.
O BSC não deve ser encarado ou aplicado como a duplicação dos sistemas de avaliação
ser aproveitados para fornecer dados ao BSC da organização. No entanto, é fundamental que o
Finalmente, se o BSC for adoptado, deve ser de uma forma sensível quanto ao contexto
condições essenciais para o êxito da sua aplicação, por isso, deve garantir-se que se verificam e
Pág. 149
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Pág. 156
Anexos
Pág. 157
Anexo A
Pág. 158
N.a 262 —12-11-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — ISÉRIE-A 6157
do 30.° dia após a data do depósito, que se efectuou assegurar a coordenação, a gestão c formação dos recur-
cm 21 de Setembro de 1990 (aviso publicado no Diário sos humanos comuns aos diversos serviços do Ministério.
tia República.\.' série, n.0 245, de 26 de Outubro de Esta relação de parceria, resultante da sua natureza
1990). horizontal, tem como principal objectivo minimizar os
Direcção de Serviços das Organizações I\)Uticas investimentos e captar o kriow-how, especialmente no
Internacionais. 20 de Outubro de 1998. — O Director âmbito tecnológico.
de Serviços, João José Gomes Caeiano da Sihv. Cabe-lhe ainda processar, financiar e pagar as des-
pesas resultantes de reconstituição de bens, acidentes
em serviço, indemnizações, tratamentos e outras des-
Aviso n.0 246/98 pesas com sinistrados dos serviços da Administração
Pública com autonomia administrativa.
Por ordem superior se torna público que o Equador À Secretaría-Geral incumbe ainda dar apoio técni-
aceitou, em 25 de Fevereiro tlc I99S. a emenda ao co-admínistrativo aos gabinetes dos membros do
artigo 43.°, segundo parágrafo, da Convenção sobre os Governo, ao auditor jurídico e aos órgãos de apoio refe-
Direitos da Criança, adoptada pela Conferencia dos ridos no artigo 6.° do Decreto-Lei n.® 158/96. de 3 de
Estados Partes a 12 de Dezembro de 1995. Setembro.
A Convenção sobre os Direitos da Criança foi aberta Para o adequado e cabal desempenho das suas mis-
ò assinatura cm 20 de Novembro de 19S9, na sede das sões é imperioso regulamentar a orgânica e funciona-
Nações Unidas, em Nova Iorque. mento da Secretaria-Geral, na sequência de uma política
Portugal ratificou-a em 12 de Setembro de 1990 de simplificação e racionalização, garantindo a eficácia,
(Decreto do Presidente
a da República n.0 49/90, Diário eficiência e produtividade dos serviços, sem esquecer
da República, l. série, n." 211, suplemento, de 12 de o rigor e contenção orçamental.
Setembro de 1990), com efeitos a partir do 30.° dia Assim:
após a data do depósito, que se efectuou cm 21 de Nos lermos da alínea a) do n.® 1 do artigo 198.° da
Setembro de 19900(aviso publicado no Diário do Repú- Constituição, o Governo decreta o seguinte:
blica, 1/ série, n. 248, de 26 de Outubro de 1990).
Direcção de Serviços das Organizações Políticas CAPÍTULO I
Internacionais. 20 de Outubro de 1998. — O Director
de Serviços, João José Gomes Caetano da Stbxt. Natureza, missão e Âmbito de Intervenção
Pág. 159
6158 DIÁRIO DA REPÚBLICA — ISÉRIE-A N." 262 —12-11-1998
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N* 262-12-11-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6159
c) Intervir nos recursos e demais processos de con- ços e organismos do Ministério das Finanças,
tencioso administrativo em que sejam parles os bem como dar parecer sobre as propostas de
membros do Governo ou o secretário-geral, descongelamento excepcionai da Secretaria-Ge-
acompanhando a respectiva tramitação, através ral;
dos consultoies designados para exercer os e) Elaborar, em articulação com os demais ser-
poderes processuais da autoridade recorrida ou viços, o plano anual de actividades da Sccre-
requerida e bem assim em quaisquer outros pro- taria-Geral, acompanhar a sua execução e ela-
cessos judiciais, quando regularmente manda- borar o relatório de actividades;
tados, e bem assim acompanhar quaisquer /) Promover estudos e iniciativas tendentes ã
outros processos judiciais e apoiar a intervenção racionalização das instalações e equipamentos;
do Ministério Público nas acções em que o g) Proceder ao levantamento das necessidades de
Estado seja parte; formação dos funcionários do Ministério;
d) Participar na preparação, elaboração e análise h) Propor os programas e planos adequados à res-
de projectos de diplomas legais, produzindo, pectiva valorização profissional, de acordo com
quando tal lhe seja determinado, os prévios estu- a exigência das funções e a estrutura e dinâmica
dos jurídicos; das carreiras profissionais;
c) Emitir parecer que habilite os membros do I) Promover a realização de acções de formação
Governo a proferir decisão em processos dis- de acordo com as políticas e programas apro-
ciplinares; vados;
f) Intervir em quaisquer processos de sindicância, J) Promover a articulação cora os órgãos e serviços
inquéritos, ou disciplinares, quando para a res- de formação da Administração Pública;
pectiva instrução se torne necessária a nomea- l) Organizar o registo simplificado do pessoal dos
ção de pessoa com formação jurídica.
serviços e demais departamentos do Ministério
2 — O Gabinete Jurídico e do Contencioso é dirigido seja qual for o vínculo que o ligue ã Admi-
por um coordenador com remuneração equivalente a nistração.
director de serviços.
2 — A Direcção de Serviços de Apoio Técnico à Ges-
tão integra:
Artigo 6.°
GubiiKtc de Audkoriu rW Gesiâ* a) O Centro de Formação, dirigido por ura chefe
de divisão, ao qual incumbe o desempenho das
1 — Ao Gabinete de Auditoria de Gestão, directa- tarefas a que se referem as alíneas g) a J);
mente dependente do secretário-geral, incumbe: b) A Secção de Apoio Técnico-Administrativo.
o) Desenvolver, por determinação superior, acções 3—Incumbe à Secção de Apoio Técnico-Adminis-
de auditoria interna de gestão com vista à detec- trativo:
ção dos factos e situações condicionantes ou
impeditivos da rcalizaçâo dos objectivos defi- <i) Elaborar o plano de gestão previsional;
nidos para os serviços; b) Recolha de informação com vista à elaboração
b) Verificar o cumprimento das disposições legais de mapas estatísticos;
e regulamentares. c) Prestar todo o apoio administrativo quer à
Direcção de Serviços de Apoio Técnico à Gestão
2 — Para a realização das auditorias, poderá ser desig- quer ao Centro de Formação para o exercício
nado pessoal afecto a outros serviços da Secretaria-Ge- das suas tarefas.
ral do Ministério das Finanças.
Artigo 8.°
Artigo 7.° Diroc^fl# de Serviços de lafomáricu
Diri-cvA» de Sen iço* de Apoio Técnico à Osiau
1 —À Direcção de Serviços de Informática incumbe:
1 — À Direcção de Serviços de Apoio Técnico h Ges-
tão incumbe: <i) Promover a definição da política de informática
da Sccretaria-Gerai. de acordo com as orien-
o) Apoiar os órgãos de direcção da Secretaria-Ge- tações superiormente aprovadas;
ral. no exercício das suas funções de gestão, 6) Dar parecer técnico sobre as propostas de adju-
designadamente no planeamento, avaliação e dicação para a aquisição de equipamento e ser-
controlo de actividades; viços de informática, em conformidade com a
b) Definir e desenvolver um sistema de indicadorcs legislação aplicável;
de gestão de recursos humanos, tendo em vista c) Assegurar as funções de articulação com os
apoiar a definição, implementação e avaliação demais serviços da Administração Pública na
das políticas de pessoal; área de informática, nos termos da legislação
c) Elaborar o balanço social da Secrelaria-Geral; em vigor;
d) Elaborar e apresentar o plano anual de des- d) Assegurar o dcsenvoMmenlo c operacionali-
congelamento de admissões, com base nas dade das aplicações de âmbito geral ou das que
necessidades apresentadas pelos órgãos, servi- superiormente lhe sejam cometidas;
Pág. 161
6160 DIÁRIO DA REPÚBLICA — ISÉRIE-A N.* 262—12-11-1W8
e) Promover o lançamenlo de novos projectos de o) Assegurar o registo dos documentos de arquivo
informatização de interesse para a Sccretaría- em suportes de informação adequados, em
-Geral; ordem à opdmização da gestão dos espaços de
f) Planear e executar os trabalhos de processa- arquivo e a salvaguarda da documentação com
mento de dados de que seja incumbido; interesse histórico;
5) Colaborar com o Centro de Formação no plano p) Organizar e manter o arquivo histórico de
de formação informático e nas acções de for- acordo com as regras arquivísticas nacionais;
mação do seu âmbito; q) Assegurar a comunicação e cooperação com ser-
h) Colaborar nas tarefas de organização exigidas viços congéneres de outras entidades públicas
para a correcta implementação das metodolo- ou privadas, ou organismos intemacionab;
gias informáticas; r) Propor e assegurar acções no domínio editorial
0 Zelar pela segurança e privacidade da informa- quando tal lhe for superiormente determinado;
ção que se encontra à sua guarda; s) Promover a planificação e divulgação de publi-
J) Executar quaisquer outros trabalhos que lhe cações da Secretaria-Geral e dos serviços a que
sejam cometidos no âmbito da sua especia- esta presta apoio;
lização. r) Organizar acções que impliquem a utilização
de meios áudio-visuais, no âmbito do Ministério,
nos lermos que lhe forem determinados.
Artigo 9.°
Direcção clc ScrviçMi dv Docuoicntuçft» r iDÍormuçau 2—A Direcção de Serviços de Documentação c
Informação integra:
l — À Direcção de Serviços de Documentação e a) A Divbâo de Documentação e BibUoteca.à qual
Informação incumbe: incumbe o desempenho das tarefas a que se
<?) Dirigira biblioteca central do Ministério; referem as alíneas a) a /») do número anterior;
fe) Promover a organização e gestão de um catálogo b) A Divisão de Arquivos, à qual incumbe o desem-
central das publicações existentes nos centros penho das tarefas a que se referem as alíneas i)
de documentação e bibliotecas do Ministério; a q) do número anterior;
c) Recolher, organizar, analisar e difundir a docu- c) O Centro de Edições e Publicações, dirigido por
mentação e informação técnica especializada de um chefe de divisão, ao qual cabe o desempenho
interesse para o Ministério; das tarefas a que se referem as alíneas r) a /)
d) Organizar, actualizar e gerir o fundo bibliográ- do número anterior.
fico e documental confiado à Secretaria-Geral
e cooperar com as difeientes bases de dados Artigo 10.°
nacionais e internacionais;
e) Assegurar o carregamento e manutenção das Dirvcçâ# de Scrvíçes de lafonnaçfto e Relações Poblicas
bases de dados de informação que disponha;
f) Tratar e armazenar em suporte adequado a À Direcção de Serviços de Informação e Relações
informação recolhida e difundida pelo Gabinete Públicas incumbe;
de Informação e Relações Públicas, veiculada «) Recolher, analisar e difundir a informação noti-
na imprensa nacional e estrangeira,de interesse ciosa escrita portuguesa e estrangeira sobre
para o Ministério; matérias no âmbito do Ministério, garantindo
g) Assegurar a organização e conservação de toda aos membros do Governo e aos organismos
a documentação não livro, nomeadamente a deles dependentes uma permanente auscultação
áudio-visual e a iconográfica, de interesse para da opinião pública;
o Ministério; b) Organizar o serviço de relações sociais dos mem-
h) Assegurar o atendimento, consulta, empréstimo bros do Governo e superintender era todos os
e informação relativos às fontes documentais; assuntos de protocolo no âmbito do Ministério;
0 Orientar as operações e procedimentos técnicos c) Apoiar a organização de seminários, congressos,
ue visem a organização, preservação e gestão conferências c outras actividades afins;
os arquivos dos Gabinetes do Ministro e^secre- d) Propor e colaborar na realização de iniciativas
tários de Estado, e ainda o arquivo da Sccre- culturais no âmbito do Minbiério;
laria-Geral; e) Preparar e organizar quer a estada de missões
J) Montar o sistema de arquivo de forma a pro- estrangeiras em visita ao País quer a estada de
porcionar um meio rápido e eficiente de recu- delegações portuguesas no estrangeiro;
peração da informação; A Organizar os serviços de recepção ao público;
l) Implementar sistemas de gestão de documentos, g) Receber e acompanhar as entidades que pre-
estudando e propondo normas tendentes à uni- tendem deslocar-se à área dos gabinetes dos
formização e classificação dos mesmos; membros do Governo;
im) Elaborar e actualizar as tabelas gerais de ava- h) Receber e orientar os utentes que se dirijam
liação, selecção e eliminação de documentos, telefónica ou pessoalmente ao edifício sede do
de acordo com a legislação em vigor; Ministério e encaminhar os pedidos, redama-
«) Conservar temporariamente a documentação de çóes e sugestões apresentados por aqueles, pres-
uso não corrente que não tenha ultrapassado tando as informações adequadas;
os prazos legais de conservação e elaborar ins- f) Receber e fazer a triagem da correspondência
trumentos genéricos dc descrição e recuperação endereçada aos membros do Governo que é
da informação; entregue pessoalmente;
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N.0 262 —12-11-1998 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6161
J) Proceder h anáJise das sugestões e reclamações r/i) Elaborar e manter actualizado o cadastro dos
apresentadas, lendo em vista a elaboração de veículos afectos à Secretaria-Geral aosgabinetes
propostas de realização de acções no âmbito dos membros do Governo e outros serviços a
de informação ao cidadão, assegurando a exe- que preste apoio;
cução daquelas que lhe fbiem superiormente w) Gerir o processo de aquisição, manutenção e
determinadas; cadastro dos equipamentos de comunicações
í) Assegurar as relações com a comunicação social móveis existentes nos gabinetes dos membros
nos lermos que lhe for superiormente deter- do Governo e na Secretaria-Geral.
minado, bem como colaborar com outras enti-
dades c serviços públicos ou privados sempre 2 — A Direcção dc Serviços de Gestão de Instalações,
que tal se mostre conveniente para uma correcta Segurança e Viaturas integra a Repartição de Insta-
prossecução dos objectivosdo Ministério; lações, Segurança e Viaturas, que compreende as Sec-
tn) Organizar e manter actualizado um ficheiro de ções dc Instalações e Segurança e de Viaturas e Comu-
dados públicos relativo aos membros do Governo nicações Móveis.
e respectivos gabinetes, bem como dos dirigen- 3—A Repartição de Instalações, Segurança e Via-
tes dos serviços e órgãos do Ministério; turas, através da Secção de Instalações e Segurança,
»«) Superintender no controlo e manutenção das incumbe o desempenho das tarefas a que se referem
obras de arte existentes na área governamental as alíneas a) a/) do n.0 I e, através da Secção de Viaturas
e áreas comuns. e Comunicações Móveis, o desempenho das descritas
nas alíncasg) a/t).
Artigo 11.°
Dirvcçftn de Serviço de (À-tlio de lBkCal»ç<kx, Scgaranp e Vim uras Artigo 12°
1 — À Direcção de Serviços de Gestão de Instalações, Dirr<x*« dr SmH»* (W FcumI. Acfctaim « lariMniaç**!
Segurança e Viaturas incumbe: 1—À Direcção de Serviços de Pessoal, Acidentes
n) Propor e executar medidas de gestão e conser- e Indemnizações incumbe:
vação das instalações do edifício sede do Minis- a) Promover a aplicação da política de recursos
tério e outras que estejam confiadas à Sccre- humanos;
taria-Geral e, bem assim, dos equipamentos que b) Promover a dotação dos Gabinetes dos mem-
lhe estejam directa e fisicamente associados, bros do Governo, com o pessoal administrativo
procedendo aos estudos e à elaboração das nor- e auxiliar que se naostrar necessário;
mas de utilização necessárias; c) Executar e promover os procedimentos admi-
b) Coordenar, manter e remodelar os sistemas nistrativos relativos ã constituição, modificação
eléctrico, de abastecimento de água, de clima- c extinçáo da rebçáoJurídica de emprego do
tização e dc comunicações fixas do Ministério, pessoal da Secretaria-Geral;
em articulação com os demais serviços, na área d) Promover a divulgação nos serviços e organis-
que lhe esiáconfiada; mos do Ministério oe normas internas e direc-
c) Assegurar as funções técnicas de planificação, trizes genéricas superiormente aprovadas;
realização c controlo de obras dc remodelação, e) Dar parecer sobre os projectos cie diplomas que
conservação e reparação do edifício sede do visem a criação ou alteração de quadros de pes-
Ministério; soal, bem como sobre os processos relativos à
d) Organizar processos de empreitada de obras mobilidade de pessoal;
públicas; /) Proceder, em colaboração com a Direcção de
r) Gerir e manter os sistemas de segurança das Serviços de Apoio Técnico à Gestão, ao levan-
instalações e equipamentos confiados à Secre- tamento quantitativo e qualitativo do pessoal
taria-Geral; pertencente ao quadro e fazer a respectiva ava-
f) Controlo de acesso de pessoas, equipamentos liação, com vista ã adopção de medidas dc ges-
e viaturas ao edifício sede do Ministério; tão consideradas pertinentes;
g) Estudar e propor os princípios orientadores e g) Colaborar com a Direcção de Serviços de Apoio
as medidas de política que devem presidir ã Técnico ã Gestão na realização de estudos sobre
organização e gestão do parque de veículos recursos humanos, visando a adequação entre
automóveis afectos ã Secreta ria-Geral. aos gabi- estes e os objectivos prosseguidos pelos serviços;
netes dos membros do Governo c a outros ser- A) Assegurar o processamento das remunerações
viços a que preste apoio; c outros abonos do pessoal do quadro da Secre-
/») Propor e instruir os processos de aouísição, taria-Geral, dos gabinetes dos membros do
manutenção, substituição, alienação e aoate das Governo e relativos ao funcionamento dos
viaturas afectas à Sccretaria-Geral; órgãos de apoio do Ministro das Finanças pre-
l) Proceder ã recolha de informação e dados esta- vistos no artigo 6.° do Decreto-Lei n.® 158/96,
tísticos com vista à racionalização da gestão do de 3 de Setembro, bera como proceder à liqui-
parque automóvel; dação dos respectm» descontos;
J) Propor, no respectivo âmbito, o planeamento /) Organizar c manter actualizado o cadastro do
c programação de actividades e realizar estudos pessoal no âmbito da Secretaria-Geral e dos
de avaliação de gestão; órgãos a quem presta apoio;
f) Emitir as autorizações de parqueamento de veí- /) Executar os procedimentos relativos ao processo
culos particulares em parque privativo do Minis- de classificação de serviço e ás operações de
tério; registo de assiduidade e antiguidade do pessoal;
Pag. 163
6162 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.e 262 —12-11-1998
/) Passar certidões relativas a documentos arqui- h) Dirigir o servira de limpeza da área ministerial,
vados na Direcção de Serviços, bem como car- da Secreta ria-O era 1 e das áreas comuns;
tões de identificação e fornecer outros elemen- I) Assegurar as mudanças de equipamentos e gerir
tos que lenham sido autenticados, constantes o armazém de deposito dos bens confiaoos ã
do cadastro individual dos funcionários; guarda da Secretaria-Geral;
mi) Elaborar, em colaboração com a Direcção de J) Desenvolver o processo de reafeciaçào de bens
Serviços de Apoio Técnico ã Gestão, propostas disponibilizados pelos serviços do Ministério;
de acesso a informação existente nos serviços /) Proceder aos pagamentos relativos ã reconsti-
do Ministério das Finanças, com vista à actua- tuição de bens, acidentes cm serviço, indem-
lização de um registo simplificado do pessoal; nizações. tratamentos e outras despesas com
w) Coordenar as actividades do pessoal auxiliar, sinistrados dos serviços da Administração
articulando as necessidades das diversas unida- Pública, nos termos definidos na lei.
des orgânicas da Secretaria-Geral;
o) Realizar as operações de recepção, classificação, 2—A Direcção de Serviços de Gestão Financeira
registo e distribuição de correspondência; e Patrimonial integra a Repartição de Gestão Orça-
p) Autorizar, processar e liquidar as despesas rela- mental e Contabilística, que compreende as Secções de
tivas à reconstituição de bens. acidentes cm ser- Orçamento e Contabilidade e de Economato e Patri-
viço. indemnizações, tratamentos e outras des- mónio.
pesas com sinistrados dos serviços da Adminis- 3—A Repartição de Gestão Orçamental e Conta-
tração Pública, nos lermos definidos na lei. bilística, através da Secção de Orçamento e Contabi-
lidade, incumbe o desempenho0das tarefas a que se refe-
2 — A Direcção de Serviços de Pessoal, Acidentes rem as alíneas a) a «/) do n. 1 e, através da Secção
e Indemnizações integra a Repartição de Pessoal, que de Economato e Património, o das descritas nas alí-
compreende as Secções de Pessoal c Expediente e de neas c) a/).
Acidentes e Indemnizações.
a — À Repartição de Pessoal, através da Secção de
Pessoal e Expediente, incumbe o desempenho das tare- CAPÍTULO III
fas a que se referem as alíneas<z) ao) do n.0 1 e, através
da Secção de Acidentes e Indemnizações, o das descritas Disposições finais c iransilòrtas
na alínea p).
Artigo 14.°
Artigo 13.° Rrcrius prOprias
Dirrcçio «te Serviços «Ir GcsiAo Muncdra c Pauimonial 1 —Constituem receitas da Secreta ria-GeraL
I — À Direcção de Serviços de Gestão Financeira a) As dotações que lhe são atribuídas pelo Orça-
e Patrimonial incumbe; mento do Estado;
o) Promover a preparação, execução e gestão dos b) O produto da venda das suas edições, publi-
orçamentos da Secrelaria-Geral, dos gabinetes cações e outros materiais;
governamentais e de quaisquer outros serviços c) As que resultam da organização de acções de
a que preste apoio, bem como a elaboração das formação;
respectivas contas de gerência a enviar ao Tri- d) O prod uto da cedência de espaços;
bunal de Contas; c) Quaisquer outras receitas procedentes da pros-
b) Elaborar balancetes mensais de execução orça- secução das suas actividades ou que lhe sejam
menta] de lodos os orçamentos geridos pela atribuídas por lei ou provenientes de negócio
Secretaria-Geral; jurídico.
c) Elaborar balancetes previsionais de execução Artigo 15.°
orçamental de todos os orçamentos geridos pela
Secretaria-Geral; Quadro de pcttual
d) Promover a constituição, reconstituição e liqui-
dação de fundos de maneio relativos a todos 1 —A Secretaria-Geral dispõe do pessoal dirigente
os orçamentos geridos pela Secretaria-Geral; constante do quadro anexo ao presente diploma, que
c) Executar os procedimentos para a aquisição de dele faz parte integrante.
bens e serviços e assegurar o controlo dos siodcs 2—O quadro de pessoal da Secretaria-Geral consta
dos bens consumíveis; de portaria a aprovar pelo Ministro das Finanças e pelo
f) Organizar e manter actualizado o cadastro e membro do Governo responsável pela Administração
inventário dos bens móveis que constituem o Pública.
património afecto ã Secretaria-Geral, aos gabi- Artigo 16.°
netes governamentais c a quaisquer outros ser-
viços a que preste apoio, bem como elaborar Trutiffc) de pc&Mal
as respectivas contas patrimoniais de síntese de
variação patrimonial, a remeter anualmente à I—O pessoal provido nos lugares do quadro da
Direcçào-Geral do Património; Secretaria-Geral e no quadro da Auditoria Jurídica do
g) Preparar, realizar e gerir os contratos de for- Ministério das# Finanças, extinta pelo artigo 41.° do
necimento de serviços, designadamente de alu- Decreto-Lei n. de 3 de Setembro, transita para
guer, assistência técnica e mudanças de equi- os lugares correspondentes do quadro referido no n.® 2
pamentos; do artigo 15.° através de despacho do Ministro das
Pág. 164
N." 262 —12-11-IWS DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6163
Finanças, a proferir de acordo com as regras previstas Artigo 18.°
nos n.0" 2 e 3 do artigo 49.° do Decrelo-Lei n.0 158/96, RcvajPK**
de 3 de Setembro.
2 — O pessoal da carreira tícnica superior que exerça É revogado o Decreto-Lei.0 446/80, de 6 de Outubro.
funções de consultoria jurídica transita para o quadro Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 24
referido no n.02 do artigo 15.°, de acordo com as regras
referidas no número anterior, para a mesma categoria de Setembro de 1998.—José Veiga Strnâo—António
c escalão da carreira de consultor jurklíco. Luclrow Pacheco de Sousa Franco — Jorge Paulo Saca-
3—O pessoal que se encontra a prestar serviço na dura Ahnctda Coelho.
Secrelaria-Geral em regime de requisição ou destaca- Promulgado em 26 de Outubro de 1998.
mento transita para o quadro referido no n.® 2 do
artigo 15.°. de acordo com as regras referidas no número Publique-se.
anterior, salvo declaração escrita em contrário apresen-
tada no prazo de 10 dias úteis contados a partir da O Presidente da República, Jorge Sampaio.
data da entrada em rigor do presente diploma.
4—A correspondência entre as funções anterior- Referendado em 28 de Outubro de 1998.
mente exercidas e as do lugar para o qual se opera O Primeiro-Minislro, António Manuel de Oliveira
a transição é comprovada, para efeitos do disposto nos Guterres.
números anteriores, através de declaração do respon-
sável do respectivo serviço, homologada pelo secre- ANEXO
tário-geral. Oundro d* paanonl dbtgnnt*
5 — Os concursos abertos antes da entrada em vigor
do presente diploma mantém-se válidos para os lugaies (onigo 15.*,n.* 1)
correspondentes do novo quadro de pessoal
Artigo 17.°
Traiu içSo ck bens Diripeaw Sncr«(lrío-£«raJ 1
Adjunto do wcreiiho-fcral 3
Os bens afectos h extinta Auditoria Jurídica do Minis- Dkvctor <ie serviço* 7
tério das Finanças transitam, sem necessidade de quais- CcordeaaJor I
quer formalidaaes, para a Secrelaria-Geral. Chefe de divUao 4
Pág. 165
Anexo B
Pág. 166
1664 DIÀfUO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N* 39—24 ic Fevereiro de 2005
Pag. 167
N.039—24 dc Firercào de 2C05 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1665
através de organismos integrados na administração indi- regem por estatutos próprios; prosseguem as atribuições
recta do Estado e dc órgãos consultivos. cometidas ao MFAP sob tutela do respectivo Ministra
3 — O Ministro das Finanças c da Administração
Artigo 4.° Pública detém ainda a tutela conjunta com o membro
do Governo responsável pelo respectivo sector de acti-
AdniinUtraçito rtirrcUi «lo EskmIo vidade, nos termos estabelecidos em diploma própria
Os serviços centrais do MFAP integrados na admi-
nistração directa do Estado são os seguintes: Artigo 7.°
1) Executivos: ónE*o coasaldvo
a) Sccretaria-Geral (SGMFAP); É órgão consultivo o Conselho Superior de Finanças.
h) Dirccção-Geral dc Estudos e Previsão
(DGEP):
Dirccção-Geral do Orçamento (DGO); CAPÍTULO III
d) Dirccção-Geral dos Impostos (DGCI);
c) Dirccção-Geral das Alfândegas c dos Serviços, orcaiiismos, entidades e órfãos consoilivns
Impostos Especiais sobre o Consumo
(DGAIEC); SECÇÃO I
/) Dirccção-Geral de Informática e Apoio
aos Serviços Tributários e Aduaneiros Serviços de administração directa
(DGITA);
e) Dirccção-Geral do Tesouro (DGT); Artigo 8.°
h) Dirccção-Geral do Património (DGP);
i) Direcção-Geral da Administração Pública S«cmaria-G«rai
(DGAP);
j) Direcção-Geral de Protecção Social aos 1 — A SGMFAP é o serviço de apoio técnico e admi-
Funcionários c Agentes da Administra- nistrativo aos gabinetes dos membros do Governo, e
ção Pública (ADSE); ao órgão consultivo referido no artigo 7.°, ao qual
/) Dirccção-Geral de Assuntos Europeus e incumbe assegurar o contencioso e consulta jurídica aos
Relações Internacionais (DGAERI); membros do Governo, a coordenação e gestão parti-
lhada dos recursos comuns aos diversos serviços do
2) De controlo, auditoria e fiscalização: MFAP e ainda processar, financiar e pagar as despesas
resultantes dc reconstituição de bens, acidentes em ser-
a) Inspecçáo-Geral de Finanças (IGF); viço. indemnizações, tratamentos e outras despesas com
b) Inspecção-Geral da Administração Pública sinistrados dos serviços da Administração Pública com
(IGAP). autonomia administrativa e sem receitas próprias.
2 — A SGMFAP é dirigida por um secretário-geral,
Artigo 5.° coadjuvado por dois adjuntos.
Fundos nuidnoiuos rUo pcnanullndot
Constituem fundos autónomos não personalizados do Artigo 9.°
MFAP: Dir*c^èo-C«ral dc Enado* c Pmicào
a) O Fundo de Estabilização Aduaneiro (FEA); 1 — A DGEP é o serviço de apoio técnico do Ministro
b) O Fundo de Estabilização Tributário (FET); das Finanças e da Administração Pública em matéria
c) O Fundo de Regularização da Divida Pública de política macroeconómica, tendo por base a inves-
(FRDP). tigação cientifica teórica c aplicada no domínio da eco-
Artigo 6.° nomia, bem como o acompanhamento da conjuntura
económica numa perspectiva de antecipação da evolu-
AdmlnWiraclo ladlrrcia do Etlado ção dos principais agregados macroeconómicos, permi-
1 — Prosseguem as atribuições cometidas ao MFAP, tindo a definição das políticas adequadas ã prossecução
sob a superintendência e ou tutela do respectivo Minis- dos objectivos de estabilização conjuntural e dc desen-
tro, os seguintes organismos: volvimento económica
a) Caixa Geral de Aposentações, L P. (CGA); 2 — A DGEP é dirigida por um director-geral, coad-
juvado por um subdirector-geral.
b) Institulode Informática, 1. P. (11);
c) Serviços Sociais do Ministério das Finanças c Artigo 10,°
da Administração Pública, I. P. (SOFE);
d) Instituto Nacional dc Administração, I. P. (INA); Dirrcçào-Grral do OrçMncalo
e) Instituto para a Gestão das Lojas do Cidadão,
L P. (IGLC); 1—A DGO é o serviço que superintende na ela-
/) Instituto de Gestão do Crédito Público. L P. boração c execução do Orçamento do Estado, na con-
(IGCP). tabilidade do Estado e no controlo da legalidade, regu-
laridade c economia da administração financeira do
2 — O Instituto dc Seguros de Portugal, I. P. (ISP) Estado.
c a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, L P. 2 — A DGO é dirigida por um director-geral, coad-
(CMVM), entidades de regulação e supervisão que se juvado por trés subdirectores-gerois.
Pág. 168
1666 DIÃIUO DA REPÚBLICA — / SÉRIE-A N* iÇ — 24de Fevereiro de 2005
Artigo 11.° conselho directivo do Instituto de Gestão Financeira
lUrccçao-íífral dos Imposios da Segurança Social (IGFSS), sendo que um dos mem-
bros do conselho directivo deste Instituto é por inerência
1 — A DG Cl é o serviço ao qual incumbe administrar um dos vogais do CACL
os impostos sobre o rendimento c sobre o património 5 — As normas de articulação entre o CACI c o
e os impostos gerais sobre o consumo, do acordo com IGFSS, que devem estabelecer uma intervenção inte-
as politicas definidas pelo Governo cm matéria tri- grada na recuperação dos créditos do Estado, são defi-
butária. nidas por diploma próprio.
2 — A DC Cl é dirigida por um director-geral. coad- 6 — O estatuto dos membros do CACI, nomeada-
juvado por nove subdirectores-gcrais mente o remuneratório, será fixado por despacho do
^ — O director-geral é nomeado nos termos do dis- Primeiro-Ministro e do Ministro das Finanças e da
posto nos n.0' 2 e 3 do artigo 14.° Administração Pública.
Anigo 15,°
Artigo 12° Dirccç*>-G«rai do Tctoaro
IMrrcvno-Geral dat AUAndiu» v das Impostos
Espiikiis sobi* o Consumo 1 — A DGT é o serviço que assegura a administração
1 —A DGA1EC c o serviço ao qual incumbe, de da tesouraria central do Estado e a prestação de serviços
acordo com as políticas definidas pelo Governo e nos conexos a entidades do sector público administrativo,
termos do disposto na legislação comunitária: a efectivação das operações de intervenção financeira
do Estado, o estudo, a preparação e o acompanhamento
a) Exercer o controlo da fronteira externa comu- das matérias respeitantes ao exercício da tutela finan-
nitária e do território aduaneiro nacional para ceira do sector público administrativo e empresarial e
fias fiscais, económicos e de protecção da socie- da função accionista.
dade, designadamente no âmbito da cultura e 2 — A DGT é dirigida por um director-geral, coad-
da segurança e saúde públicas; juvado por quatro subdircctores-gerois.
b) Administrar os impostos especiais sobre o con-
sumo. Artigo 16.°
2 —A DGAIEC é dirigida por um director-geral, INrccçdoGtntl da faátimánio
coadjuvado por cinco subdireclores-gerais. 1 —A DGP é o serviço ao qual incumbe a gestão
3—O director-geral é nomeado nos lermos do dis- integrada do património do Estado, a preparação e a
posto nos n.0* 2 e 3 do artigo 14.° actualização do inventário do património do Estado,
bem como a coordenação e o controlo da actividade
Artigo 13.° gestionária patrimonial do sector público estadual
iNm.-çúo-Gmd iW Inrorniãiicu c Apolo 2 — A DGP é dirigida por um director-geral. coad-
«o» Si-niçot Tribuiúriui c .Aduaneiros juvado por dois subdireclores-gerais.
1 — A DCITA é o serviço ao qual incumbe apoiar
as Direcçóes-Gerais dos Impostos e das Alfândegas e Artigo 17.°
dos Impostos Especiais sobre o Consumo no domínio Dirrcçdo-Gcral da Adoidaiflnição Pábfeai
dos sistemas e tecnologias de informação.
2 — A DCITAé dirigida por um director-geral, coad- 1 —A DGAPé o serviço ao qual incumbe a realização
juvado por cinco subdireclores-gerais. de estudos, bem como o apoio técnico e legislativo no
3 — O director-geral é nomeado nos termos do dis- âmbito da definição de medida de politica de pessoal
posto nos n,0* 2 e 3 do artigo 14.° e de emprego público.
2 — A DGAP é dirigida por um director-geral, coad-
juvado por dois subdireclores-gerais.
Artigo 14.°
ContcUto dc udniiDiMntçaa dm Camribui^òvs r ImpMioi Anigo 1&0
1 — É constituído o conselho de administração das Dirtcçto-Onil dc Pnxrcçào Social aot Koncloaárloc
Contribuições e Impostos (CACI), ao qual incumbe o c ArcdIcs da Adminlaroçdo Puhlica
exercício das competências dos directores-gcrais dos
Impostos, das Alfândegas e dos Impostos Especiais 1 — A ADSE é o serviço que assegura a protecção
sobre o Consumo c da Informática e Apoio aos Serviços dos seus beneficiários no domínio da saúde e procede
Tributáriose Aduaneiros. à verificação do direito aos encargos familiares.
2 — O CACI é constituído por um presidente e quatro 2 — A ADSE é dirigida por um director-geral, coad-
a seis vogais, nomeados por despacho do Primeiro-NIi- juvado por dois subdirectores-gerais.
nistro e do Ministro das Finanças e da Administração
Pública por um período de três anos, renovável por Anigo 19.°
iguais períodos. UrrcçfcKGcnl dr Aaunot Koroproi e Kduçún lotmuduiuit
3 — As regras de funcionamento do CACI, bem como
as áreas de actuação de cada um dos seus membros, 1 — A DGAER1 é o serviço ao qual incumbe a coor-
são definidas por despacho do Ministro das Finanças denação das relações externas, a centralização da infor-
e da Administração Pública, sob proposta do presidenie. mação nos domínios da Uniáo Europeia e internacional
4 — Sem prejuízo do disposto nos n.0* 2 e 3, um dos e ainda assegurar a panicipação do Ministério nos orga-
vogais do CACI é por inerência um dos membros do nismos comunitários e internacionais, sem prejuízo das
Pag. 169
S." 39—24 de Fei'cr cito de 2O0S DLÁIUO DA REPÚBLICA — l SÉRIE-A 1667
acribuiçóes próprias do Ministério dos Negócios Estran- zação da dívida pública e em regular a procura e a
geiros. oferta dos títulos da dívida jiública no mercado secun-
2 —A DGAERI é dirigida por um dírector-gcral, dário. dc acordo com as orientações de política mone-
coadjuvado por dois subdírcctores-gcrais. tária e de gestão da dívida pública definidas pelo Minis-
tro das Finanças c da Administração Públicx
Artigo 20.°
Insprcçâo-Grrai dc FinaaçtH SECÇÃO IO
1 — A IGF 6 o serviço de controlo financeiro de audi- Dos serviços do adraíofstraçSo Mirecu do Estado
toria e apoio técnico cuja actuação abrange os serviços
da administração directa do Estado, das entidades do Artigo 24.°
sector público administrativo e empresarial, bem como
dos sectores privado e cooperativo, no âmbito das rela- Cata Geral dc Apuscaraçòn, L P.
ções financeiras com o Estado. 1 — A CG A c uma pessoa colectiva de direito público
2 — A IGF é dirigida por um inspector-gcral, coad- que tem por objectivo a gestão do regime de segurança
juvado por quatro subinspectorcs-gerais. social público cm matéria de pensões.
2 — A CGA é dirigida por um conselho de admi-
Artigo 21.° nistração dirigido por um presidente e dois vogais.
IfttpcrçtoCcrul dn Admlnlsinrção PáMlca
1 — A IGAP é o serviço responsável pelo controlo Artigo 25.°
da legalidade e auditoria ae gestão dc lodos os serviços Irmíimo dc lalonnácka. L P.
da Administração Pública, nomeadamente nos domínios 1 — O II é o serviço que tem por objectivo contribuir
da organização, gestão e funcionamento dos serviços, para a eficácia do aparelho administrativo do Estadcç
das medidas de gestão, qualificação e desenvolvimento através da promoção, do desenvolvimento e da explo-
de recursos humanos, bem como nas áreas de moder- ração de sistemas c tecnologias de informação, no qua-
nização e racionalização administrativa da qualidade dos dro de uma perspectiva global de economia de recursos
serviços públicos. e de protecção ao inveslimento na Administração
2 — A IGAP é dirigida por um inspector-geral. coad- Pública.
juvado por dois subinspectores-gerais. 2 — O II é dirigido por um conselho de administração
composto por um presidente e dois vogais.
SECÇÃO 11
Fundos autónomos nao porsomllzados Artigo 26.®
Artigo 22.° Scrrlço* Sociais do Ministério das Finanças
c do AdatnlsiraçAo Pablics, L P.
Fundo dc Esuibilizjiçito Adunodro c Fundo 1 — Os SOFE tém por objectivo contribuir para a
dc LtiabilíJUfAo Tríkutiirío melhoria do nível dc vida dos seus beneficiários, asse-
1 — OFEAé um fundo autónomo não personalizado, gurando-lhes o acesso às prestações do sistema de acção
gerido pwla DGAIEC, cuja função genérica consiste cm social complementar.
suportar os encargos com o pagamento dos suplementos 2 — Os SOFE são dirigidos por um conselho de admi-
e abonos previstos no artigo 4.° do Decreto-Lei nistração dirigido por um presidente, que é por inerência
n.® 274/90. de 7 de Setembro. o secrctário-geral do MFAP. e dois vogais.
2— O FET e um fundo autónomo não personalizado,
gerido em conjunto pela DGCI e pela DGUA e regu-
lado pelo Decreto-Lei n.® 335/97. de 2 de Dezembro^ Artigo 27.°
sendo o rendimento do património afecto a obras sociais Instinto Narionad dc Adnlnistraçàis 1. P.
e ao pagamento dos suplementos atribuídos em função
de particularidades especificas da prestação de trabalho 1 — O INA tem por objectivo contribuir, através da
dos funcionários e agentes da DGCI e da DGITA. formação, da investigação cientifica c da assessoria téc-
3— São receitas do FET. nos termos da lei em vigor, nica, para a modernização da Administração Pública
um montante até 5% das cobranças coercivas derivadas e para a qualificação e actualização dos seus recursos
de processos instaurados nos serviços da DGCI e das humanos.
receitas de natureza fiscal arrecadadas no âmbito da 2— O INA é dirigido por um conselho de adminis-
aplicação do Decreto-Lei n.® 124/96, de 10 de Agosto, tração composto por um presidente e dois vogais.
montante que será definido, anualmente, mediante por-
taria do MFAP. bem como as receitas previstas no Artigo 2&.0
artigo 5.® do Decreto-Lei n.® 335/97, de 2 de Dezembro^ Instiinio pare n Ccstào das Lojas do CMndAo, L P.
e no artigo 4.° do Decreto-Lei a® 303/2003, de 5 dc
Dezembro. 1 — O IGLC tem por objectivo o desenvolvimento
e a gestão de serviços de informação, atendimento e
Artigo 23.° prestação de serviços ao cidadão, designadamente atra-
Fundo de Krcularínrçàa da Dhida féblka vés das lojas do cidadão e da rede complementar de
postos de atendimento ao cidadãoi
O FRDP é um fundo autónomo não personalizado 2—O IGLC é dirigido por um conselho de admi-
cuja função genérica consiste cm promover a amorti- nistração composto por um presidente e dois vogais.
Pág. 170
1668 DIAHIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.'X-24de Ferercrv de 2005
Artigo 29.° lei em relação às empresas públicas do sector não
Intilmiu d« Sejoirus <k Pvriuptl. I. P. financeiro.
Artigo 34.°
• — O ISP tem por objectivo a regularão c supervisão Ewrcido da tmtçào ét acdoaltfa do Estado
da actividade seguradora e resseguradora. dos fundos
do pensões c da actividade de mediação de seguros. 1 — Compete ao Ministro das Finanças e da Admi-
2 — O ISP e dirigido por um conselho de adminis- nistração Pública, com a faculdade de delegação e sub-
tração composto por um presidente e dois a qua- delcgação, o exercício exclusivo da função de aedonísta
tro vogais. do Estado cm relação às empresas do sector financeiro.
Artigo 30.° 2 — Compete ao Ministro das Finanças e da Admi-
nistração Pública, isoladamente ou em conjunto com
Insliiuio <ir Gctiio do Crédito Pá Mico, I. P. o membro ou membros do Governo responsáveis pelo
respectivo sector de actividade, com a faculdade dc dele-
1 — O IGCP tem por objectivo a gestão da dívida gação, o exercício da função de accionista do Estado
pública directa e do financiamento do Estado. em relação às sociedades de capitais públicos c socie-
2 — O IGCP é dirigido por um conselho de admi- dades de economia mista do sector não financeiro.
nistração composto por um presidente e dois vogais.
CAPÍTULO IV
Artigo 31.°
Comissão do Merendo de Vulores MoMIUrios, L F. Disposições finais c transilõrías
1 — A CMVM tem por objectivo a supervisão e a SECÇÃOI
regulação das entidades que intervêm na emissão, gestão ReiHiamcitação d« svnriços
e negociação de valores mobiliários e outros instrumen-
tos financeiros, bem como dos respectivos mercados e
entidades que os gerem. Artigo 35.°
2 — A CMVM é dirigida por um conselho de admi- LrgisUçto dccommc d*«r d«<rcio-ki
nistração composto por um presidente e dois a
quatro vogais. Os serviços continuam a reger-se pelas disposições
SECÇÃO IV normativos que lhes são aplicáveis, enquanto não entra-
rem em vigor os diplomas que aprovem as respectivas
órgto consultivo estruturas orgânicas.
Artigo 32.° SECÇÃOU
Conselho Superior <k Finançat Transição do pessoal
1 — O Conselho Superior de Finanças tem por objeo
livo coadjuvar o Ministro das Finanças e da Adminis- Artigo 36.°
tração Pública na definição c execução das diversas polí-
ticas a prosseguir no âmbito do respectivo Ministério. SitaafOra especiais
2 — A composição^ a competências e o modo dc fun- 1 — O pessoal que se encontra na situação de licença
cionamento do órgão referido no número anterior são sem vencimento mantém os direitos que detinha à data
os definidos por despacho do Ministro das Finanças e de início da referida licença, com aplicação do regime
da Administração Pública. previsto no Dccreto-Lei n.0 497/88, de 30 de Dezembro.
2—O pessoal que se encontre em regime de des-
SECÇÃO V tacamento, requisição, interinidade, comissão de serviço
ou outras situações precárias previstas na lei manter-se-á
Tuttla sobn as «mprtsas públicas e «xerddo em idêntico regime.
da tunçao d« accionista do Estado 3— O pessoal que à data da entrada em vigor deste
decreto-Iei se encontre em regime de estágio mantém-se
Artigo 33.° nessa situação até à conclusão do mesmo, devendo, con-
Tuu la sobri'» rmpreu* pdUicai soante os casos e se necessário, ser nomeado novo júri
ou elemento do júri, o qual fará a respectiva avaliação
1 — Compele ao Ministro das Finanças e da Admi- e classificação final.
nistração Pública, com a faculdade de delegação e sub- 4 — Mantêm-se os concursos a decorrer à data da
delegação, o exercício dos poderes de tutela previstos entrada em vigor do presente diploma.
na lei em relação às empresas públicas do sector
financeiro.
2 — Compete ao Ministro das Finanças e da Admi- Artigo 37.°
nistração Pública, isoladamente ou em conjunto com Qvuriro d* pntoul dlric«Bir
o membro ou membros do Governo responsáveis pelo
respectivo sector dc actividade, com a faculdade de oele- O pessoal dirigente dos serviços e organismos pre-
gação, o exercício dos poderes de tutela previstos na vistos no presente diploma consta do mapa anexo, que
Pág. 171
<V0 jV — 24 dc Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1669
dolc faz parte integrante, considerando-sc desde já cria- MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
dos os respectivos lugares.
Aviso n.0 51/2005
SECÇÃO III
Por ordem superior se torna público que o Governo
Dísposiçôas finais da República Portuguesa depositou, em 25 de Junho
de 2004, o seu instrumento de aceitação relativo às
Artigo 3&.0 Emendas à Convenção da Organização Maritima Inter-
Ucícrfndas kjsals nacional adoptadas pela Assembleia da Organização
era 7 de Novembro de 1991.
1 — As referências legais feitas na legislação em vigor As Emendas à Convenção da Organização Maritima
ao Ministro das Finanças ou ao Ministro da Reforma Internacional foram aprovadas pelo Decreto a® I0/2OCW,
do Estado e da Administração Pública em matérias que publicado no Diário da República, !.• série-A, n.® 58,
se insiram nas atribuições e competências do MFAP de 10 de Março de 2004.
entendem-se reportadas ao Ministro das Finanças e da Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais 2 de Feve-
Administração Pública. reiro de 2005. — O Director de Serviços das Organi-
2 — As referências legais feitas na legislação em vigor zações Económicas Internacionais, João Patrício.
ao Ministério das Finanças entendem-se reportadas ao
MFAP.
Pág. 172
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Anexo D
Este guia pode ser utilizado para aferir a necessidade de implementar um balanced scorecard em
determinada estrutura organizativa. Para completar este exercício baseado numa escala de Likert
de 1 a 5, deve ler cada afirmação e indicar a sua concordância com a ideia nela expressa, ou
seja, quanto maior for o grau de concordância com a afirmação maior deverá ser o número
assinalado. Se concordar muito deve assinalar o 5, enquanto que, se discordar muito deve
assinalar o 1.
Afirmações:
Pag. 174
Afirmações (continuação):
15' As prioridades na nossa organização são muitas vezes ditadas pelas 1-2-3-4-5
necessidades actuais ou por situações de emergência
16' O ambiente em que nos inserimos está em mudança, e para ter êxito 1-2-3-4-5
também nós devemos mudar.
17' Enfrentamos uma pressão crescente dos stakeholders para apresentar 1-2-3-4-5
resultados.
20» Por vezes tomamos medidas benéficas no curto prazo, mas podem 1-2-3-4-5
dificultar a criação de valor no longo prazo.
Os números assinalados para cada afirmação correspondem a pontuações individuais que sendo
seguinte:
Chave de Pontuação:
20-30 Uma pontuação situada neste intervalo indica a existência de uma forte
disciplina de avaliação do desempenho na organização. O programa terá sido
disseminado em cascata para assegurar que todos os colaboradores
contribuem para o êxito c está ligado aos processos chave da gestão.
Pág. 175
Chave de Pontuação (continuação):
Pág. 176
Anexo e
Pág. 177
Anexo F
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 | 20
Fase de Planeamento
1 Desenvolver objectivos para o —
balanced scorecard
2 Determinar as necessidades de
recursos e a sua disponibilidade
3 Decidir sobre onde construir o —
primeiro balanced scorecard
4 Assegurar o apoio dos lideres
da organização
5 Formar a equipa de
desenvolvimento do balanced
scorcard
6 Providenciar treino á equipa do
projecto
7 Desenvolver um plano de
comunicação
Fase de Desenvolvimento
1 Desenvolver ou confirmar a
missão, valores, visão c estratégia
2. Confirmar o papel do BS no
sistema de gestão de recursos
humanos
3. Seleccionar as perspectivas a —
considerar
4 Rever materiais de apoio
relevantes
5 Planear e realizar entrevistas a —
executivos
6. Analisar as informações —
recolhidas nas entrevistas
7 Criar o mapa estratégico
8 Recolher feedback sobre o
mapa estratégico —
9. Desenvolver medidas de
avaliação do desempenho
10. Desenvolver metas e
iniciativas ou programas —
11. Desenvolver o plano de
implementação do BS
Fonte: Nivcn (2003:72)
Pág. 178
Anexo G
Pag. 179
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Anexo H
4o. Colocação das questões por responder (esclarecendo dúvidas conceptuais) (45 min.);
min.);
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