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FUNDAMENTOS DE GESTÃO
AULA 5
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06/04/2023, 01:35 UNINTER
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, vamos falar a respeito de alguns conceitos básicos relacionados com funções
exercidas pelo gestor no ambiente organizacional. Ela está dividida em cinco temas principais: (i)
Gestão por Diretrizes - GPD; (ii) Balance Score Card; (iii) Objetive and Key Results - OKRs; (iv)
Objetivos Smart; e (v) 5w2H. O objetivo principal é discutir aspectos relativos a ferramentas de gestão
CONTEXTUALIZANDO
organizacional, e que integram o dia a dia do gestor, como visão sistêmica e uso do ciclo PDCA.
Discutimos também ferramentas individuais de apoio ao planejamento individual do gestor, como
métodos de gestão do tempo. Por fim, travamos contato com dimensões do processo decisório, da
estratégia, e assim contextualizamos o cenário do gestor nas organizações. Nesta aula, abordaremos
mais um conjunto de ferramentas que possibilitam ao gestor operacionalizar ações planejadas. Como
estruturar um mapa para executar atividades? Como facilitar o entendimento do grupo de trabalho
para executar ações? E ainda, como acompanhar seu desempenho? São as questões que
abordaremos a seguir.
De acordo com Ayala (2010, p. 31), o conceito de gestão por diretrizes, referenciado usualmente
pela sigla GPD, sintetiza a ideia de “desdobramento das estratégias, um processo utilizado para ligar
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os objetivos estratégicos estabelecidos pela alta administração acabam não sendo implementados,
ou ainda acabam sendo interpretados de forma diversa pelos níveis operacionais. Portanto, a ideia é
fazer com que os objetivos estratégicos sejam acompanhados e efetivamente alcançados na gestão
do dia a dia.
permite que as estratégias sejam gerenciadas nos diferentes níveis hierárquicos e funções da
empresa, a fim de que os objetivos estratégicos sejam alcançados. De acordo com Ayala (2010), cada
empregado da organização deve dar sua contribuição no cumprimento das atividades que foram
O GPD compreende duas ações básicas, segundo Ayala (2010): o desdobramento das diretrizes
compreende uma discussão em que interagem diferentes níveis hierárquicos, de cima para baixo, de
baixo para cima, e horizontalmente, com o propósito de avaliar quais as formas mais adequadas de
alcançar as metas propostas. Trata-se de uma discussão para validar e revisar o desdobramento das
De acordo com Ayala (2010), o GPD pode ser sintetizado em quatro etapas principais:
desdobramento das prioridades ou diretrizes estratégicas vitais em planos de ação com metas a
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Para a realização dessas etapas, Ayala (2010) considera que geralmente são estabelecidas
diretrizes finais e intermediárias. Como exemplo, cita que uma diretriz final pode ser a busca por
perda zero de defeitos de fabricação. As diretrizes intermediárias são objetivos complementares, que
visam alcançar a diretriz final, que constitui a perda zero de defeitos. O autor sintetiza a noção do
dirigem para os círculos das margens da roda, como raios de um círculo, representam as metas e os
meios como as diretrizes são desdobradas, e os atores que circundam o eixo são os agentes que
discutem e definem as metas. É entre os atores das margens do esquema que ocorre o processo
denominado de “catchball”.
O esquema de etapas da GPD é sintetizado pela figura a seguir, com as mesmas etapas
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Portanto, a ferramenta GPD se torna essencial quando uma organização com um quadro médio
desdobrar os objetivos do planejamento em planos de ação e metas alcançáveis, com seu devido
acompanhamento.
De acordo com Mascarenhas (2008), o “Balance Score Card” corresponde a um método para
monitorar as ações da empresa em relação aos seus objetivos e diretrizes, partindo do pressuposto
de que a contabilidade tradicional não consegue dar todas as respostas quanto ao seu desempenho.
O método tem origem com trabalhos e estudos realizados por Kaplan e Norton, que levantaram
argumentos tanto teóricos quanto práticos para fundamentar sua proposta. De acordo com
noção de capacidades dinâmicas, passaram a indicar que novas dimensões deveriam ser avaliadas e
De acordo com o autor, até então as discussões relativas à vantagem competitiva das empresas
estava baseadas nas questões de escala (quanto maior a escala de produção, maior a vantagem
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competitiva) e escopo (quanto mais bem definido o escopo, maior a vantagem competivia). O que os
discussão propõe trazer variantes antes consideradas intangíveis, para possibilitar uma avaliação com
considerados intangíveis.
tornam também indicadores palpáveis para avaliar o desempenho da empresa, e se está alinhado
com seus objetivos estratégicos.
Para cada indicador, deve haver uma correlação com um objetivo estratégico. Abaixo de cada
indicador, é preciso estabelecer metas, para as quais devem ser planejados projetos de
operacionalização. Essa estrutura é conhecida como mapa estratégivo. Trata-se de uma visão
Ainda sobre os ativos intangíveis, de acordo com Mascarenhas (2008), as três categorias
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infraestrutura de informação;
aquelas relacionadas à cultura, liderança organizacional e ao alinhamento das pessoas com os
para aperfeiçoar seu desempenho nas diferentes áreas (econômica, mercado, processos), se desloca
também para a competência de conseguir maior grau de acurácia par medir ativos difíceis de
Nesse sentido, para Mascarenhas (2008), a área de Gestão de Pessoas de uma organização tem
papel fundamental na implementação de ações que visam aperfeiçoar o desempenho de indicadores
próprias. É preciso pesquisar tanto a partir de elementos teóricos e práticos, se arriscar, e buscar
elementos que tragam objetividade na avaliação, para enfim testá-los na prática.
Agora, abordaremos alguns elementos descritos por Mascarenhas (2008) como aspectos que
tratam da relação entre o método BSC e o sistema de gestão estratégica da empresa.
De acordo com o autor, as empresas que passaram a adotar o BSC com o propósito de
teriam portanto identificado algumas características efetivas em empresas que aplicaram com
sucesso o BSC em suas atividades. Essa observação teria apontado a existência de 5 princípios
mobilização
tradução
alinhamento
motivação
gestão.
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Pelo princípio da mobilização, cabe à liderança da organização engajar-se e apoiar todo o corpo
de colaboradores para a implementação do método BSC, e outras iniciativas que visam a busca pelo
O princípio da gestão está baseado na existência, entre empresas que implantaram o BSC, de
práticas de manutenção de um processo contínuo de revisão do método para seu aperfeiçoamento,
reduzindo tais ciclos de anuais para trimestrais. Estes princípios sintetizam práticas verificadas entre
empresas que foram efetivas na implantação do BSC.
empresas de tecnologia da informação. Sua relação com as empresas de tecnologia pode ter uma
explicação razoável, que diz respeito à aplicabilidade da metodologia, de acordo com Joaquim Torres
colaboradores. Para tanto, a discussão desse tipo de ferramenta é bastante difundida entre empresas
de tecnologia, com foco mais intenso no desenvolvimento de novos produtos e serviços, e não
necessariamente na manutenção de objetivos mais amplos da empresa. Não que a ferramenta não
possa ser aplicada no escopo mais amplo, mas sua ênfase está centrada em objetivos ligados ao
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De acordo com Luna et al. (2017) e Oliveira e Marques (2017), o método foi concebido pelo
fundador e diretor executivo da Intel, Andy Grove, e posteriormente teria sido aplicado por John
Doerr na empresa de capital de risco KPCB. Após sua aplicação nesse contexto, a empresa Google
O objetivo a ser comunicado aos empregados é descrito de forma qualitativa. Costuma ser
sintetizado através de um conceito, frase que descreve onde se deseja chegar.
Os resultados esperados, por sua vez, irão descrever como alcançar o objetivo; são mensuráveis,
São estabelecidos então dois resultados esperados com os quais os empregados envolvidos no
projeto devem se comprometer a buscar:
Manter mais de 80% das pesquisas de satisfação com nota acima de 8 entre 0 e 10;
Que pelo menos 50% das vendas sejam baseadas em recomendações de clientes anteriores.
Assim, o objetivo determinado não mantém necessariamente uma métrica, mas uma expectativa
Torres (2016) também discute principalmente a aplicabilidade dos OKRs no estágio de ciclo de
vida de novos produtos e serviços. Para o autor, nos estágios do ciclo de vida em que se garante a
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Uma recomendação baseada na experiência de Torres (2016), enquanto gestor de serviços de TI,
é o monitoramento semanal, ao invés de trimestral, dos resultados esperados e mensal dos objetivos.
Dessa forma, segundo o autor, é possível que a cada semana se possa revisar as métricas e processos
associados com a busca de resultados antes de uma avaliação final dos objetivos alcançados.
Outra recomendação de Torres (2016) diz respeito a objetivos interdependentes realizados por
equipes diversas. Para evitar atrasos, os objetivos devem ser ordenados de modo sequenciado,
antecipando os objetivos que servirão de recurso para objetivos subsequentes. O autor recomenda,
Dessa forma, é possível perceber que a ferramenta não contempla grandes novidades em
relação a outros instrumentos de planejamento estratégico, exaustivamente discutidos na literatura,
como o planejamento estratégico, ou o BSC por exemplo. O que diferencia os OKRs é essencialmente
sua aplicação e o público alvo, orientado para objetivos geralmente de curto e médio prazos – ou
seja, focado em projetos e fortemente voltados para a área de marketing e o desenvolvimento de
produtos e serviços.
Da mesma a forma que a GPD e os OKRs, os objetivos Smart correspondem a uma ferramenta
de gestão por objetivos.
De acordo com Cardoso (2018), a ferramenta também tem origem nos trabalhos de Peter
Drucker da década de 50, associados à sua metodologia de administração por objetivos (APO). A
designação do termo smart foi dada por George T. Doran, em artigo publicado no ano de 1981, no
qual o autor descreve uma situação bastante prática e recorrente até os dias atuais. No nível da
gerência executiva, espera-se que haja comprometimento de níveis operacionais de empregados
com os objetivos estratégicos da empresa. No entanto, para esses empregados, submetidos ao stress
da sua atividade, e devido às cobranças de curto prazo, muitas vezes tal comprometimento não se dá
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da forma esperada pelos níveis superiores. Portanto, para buscar que o comportamento dos
empregados seja orientado para a busca dos resultados que trarão o alcance dos objetivos, é
necessário tornar mais claro e concreto a forma como os empregados deverão direcionar seus
esforços. Para tanto, a ferramenta Smart se presta de modo adequado.
Sua aplicação também pode ser verificada entre gestores de projetos de sistemas
computacionais, e também é indicado em ações voltadas para projetos pessoais. Santos, Reis e Cruz
(2010) destacam sua aplicação no monitoramento de planos de ação voltados para o controle de
doenças, realizado por órgãos de saúde pública; Fanzo, Hawkes e Rosettie (2016) discutem a
possibilidade de empregar a ferramenta para delimitar ações orientadas para alcançar níveis
satisfatórios de nutrição para as populações em situação de risco em âmbito mundial. A proposta
congrega ações coordenadas entre governos (ministérios ligados à Saúde Pública) e instituições
internacionais. Portanto, é possível perceber que o espectro de empregabilidade da ferramenta é
bastante amplo, deste projetos de desenvolvimento de produtos, projetos individuais, até grandes
programas de ação coordenada em âmbito nacional e até mundial.
A ferramenta também é designada pelo termo Metas Smart ou Compromissos Smart. A sigla
Smart na língua inglesa representa as iniciais de palavras chave que designam os princípios
norteadores:
Specific – específico
Measurable – mensurável
Attainable – alcançável
Realistic – realista
Os termos acima correspondem aos termos originais preconizados por Doran (1981). No
entanto, tanto na língua inglesa quanto em trabalhos relativos a Smart no Brasil, é possível verificar o
uso de outros termos: ao invés de assignable, que significa designado a alguém, attainable, que
significa alcançável. Ao invés do termo realistic, que significa realista, relevant, que significa relevante.
Portanto, tenha em mente que a proposta original está atrelada aos conceitos listados acima, e que
as variantes também podem ser úteis de acordo com o propósito de cada gestor.
seja, para ser minimamente alcançável, o método reconhece que se devem detalhar todos os
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O termo específico está relacionado à clareza que o objetivo deve trazer em seu conceito. Caso
seja vago ou confuso, fica mais difícil a delimitação de indicadores e metas de monitoramento.
O termo mensurável significa, da mesma forma que nos resultados esperados das OKRs, que é
preciso estabelecer metas com indicadores mensuráveis para se atingir o objetivo proposto.
O termo assignable, como já informado, aponta que o objetivo deve estar claramente atribuída a
um responsável. Deve ainda, conforme o termo, ser realista, e não algo inalcançável, frustrando as
expectativas do executor e seu demandante. E, por fim, deve apontar um limite de tempo para ser
executado.
É importante discorrer sobre o as considerações do modelo, discutidas por seu autor original
(Doran, 1981). A proposta da metodologia Smart não é que qualquer objetivo deva ser executado
desta forma, até porque nem todos os objetivos de ação são passíveis de quantificação. A proposta é
que gestores e executivos sejam capazes de tornar o processo de definição de objetivos a serem
executados dentro das empresas como um estilo de trabalho, e portanto, quando possível, adotado-
se o Smart como norteador e não como regra estrita. De acordo com o autor, os empregados do
nível operacional de uma organização muitas vezes apresentam dificuldades de executar projetos em
função da falta de definições de prazos, metas e indicadores que apontem o desempenho de seu
trabalho. Cabe às gerências executivas e intermediárias das organizações exercitar o processo de
construção de objetivos mais transparentes, recorrendo à metodologia Smart, avaliando, caso a caso,
tempo?
TEMA 5 – 5W2H
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De acordo com Avila et al. (2016), a ferramenta 5w2H também foi desenvolvida por profissionais
Os autores afirmam que o 5w2H compreende um plano de ação tarefas pré-definidas que
precisem ser realizadas de forma objetiva, e para tanto emprega um detalhamento, através da busca
pela resposta de sete questões básicas. O 5w2H pode ser empregado tanto de forma isolada, em
Pode ser conceituada ainda como um “check-list” para garantir que os objetivos sejam
Quadro 2 – 5W2H
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No balcão
Organização da Acrescent ar Atualizan do a
Uma vez Para atender de Bibliotecári
lista de pedidos os itens lista
por à demanda atendime os de 00,00
(proveniente s da sugeridos procedent e
semana do usuário nto da referências
seleção) pelos usuários da seleção
biblioteca
TROCANDO IDEIAS
gestão do tempo, por exemplo, tratamos aqui também de ferramentas que auxiliam gestores e
grupos de trabalho a mapear suas ações e monitorar seu desempenho para o alcance dos resultados
planejados.
curto, médio e longo prazo. Em quais você identifica a possibilidade de serem empregadas
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Saiba mais
Leia o capítulo 10 do livro. Neste capítulo, o autor descreve os princípios da administração por
objetivos. Vale à pena comparar a APO com as teorias que vimos nessa aula. Elas são variações de um
mesmo tema.
2000.
NA PRÁTICA
Suponha que você foi eleito síndico do condomínio onde mora. A responsabilidade de um
síndico de um conjunto de moradias envolve ações de curta, média e longa duração. Como exemplo
de atividades imediatas, existe a necessidade de resolver eventuais conflitos entre moradores e
planejamento de 3 ações com projeção de curta, média e longa duração cada uma. Você conta com a
colaboração de um vice-síndico, um zelador e uma equipe de dois conselheiros, com os quais você
FINALIZANDO
Até aqui, tivemos a oportunidade de discutir ferramentas de gestão que nos auxiliam a
estruturar planos de ação e monitorar sua execução. A Gestão por Diretrizes e as ferramentas SMART
mapemaneto de ações para atingir objetivos. Além disso, possibilitam tornar mais transparente. para
grupos de pessoas, as responsabilidades com as quais estão envolvidas. Isso facilita o trabalho do
gestor, porque facilita o processo de delegação de tarefas para suas equipes e subordinados. Além
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disso, discutimos a ferramenta do Balance Score Card, que constitui uma ferramenta essencial para o
monitoramento do desempenho de planos estratégicos e de ação em diversos âmbitos das funções
estratégicas da organização.
REFERÊNCIAS
distribuição de uma empresa transportadora. Revista de Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 14, n. 2,
p. 206-226, abr./jun. 2018.
FANZO, J.; HAWKES, C.; ROSSETIE, K. Como assumir compromissos SMART de ação em prol da
nutrição. Nota de Orientação. Global Nutrition Report. Washington: International Food Policy
utilizando PES, OKR e MAnGve. Revista eletrônica Estácio Recife, v. 3, n. 2, dez. 2017.
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mar./ago. 2015.
OLIVEIRA, T. L.; MARQUES, J. A. Relação entre grande empresa e startups: principais barreiras e
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