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A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO FATOR

PREPONDERANTE AO CRESCIMENTO ORGANIZACIONAL

Antônio Anderson Almeida1


Josefa de Fátima Menezes2

RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de mostrar a importância do Planejamento Estratégico


para as organizações modernas já que o auge das organizações atualmente depende de
vários fatores entre eles o planejamento estratégico que deve ser o elo entre o ambiente
interno e externo do mundo corporativo. Para isso discorreu-se sobre os princípios de
planejamento, tipos de planejamento e estratégia empresarial. Como método de pesquisa
utilizou-se a pesquisa bibliográfica.

Palavras-Chave: Organização. Planejamento. Planejamento Estratégico.

ABSTRACT

This paperaims toshow the importance ofstrategic planningformodern organizationsasthe


pinnacleof organizationscurrentlydepends on severalfactorsincluding thestrategic planning
thatshouldbe the linkbetween theinternal and external environmentof the corporate world.
For thatspokeout aboutthe principlesof planning,types of planningand strategy.As a
research methodused theliterature.

Keywords: Organization. Planning. Strategic Planning.

1 INTRODUÇÃO

A procura por métodos e técnicas que beneficie o progresso organizacional tornou-


se fator de relevante importância no mundo atual. Sabe-se que uma empresa deve ter seu
campo de atuação bem definido e seu sucesso depende de vários fatores como recursos
financeiros, tecnológicos e humanos entre estes se destaca o planejamento estratégico
como uma ferramenta indispensável, que objetiva fazer bom uso dos avanços oriundos do
mundo globalizado ao tempo que direciona seus processos para melhor atender aos
cidadãos em suas necessidades.
A história contemporânea perpassa por mudanças repentinas e as ações tomadas
pela alta administração para solucionarem eventuais “janelas” estratégicas vão direcionar

1
Autor: Pós-Graduado em Controladoria e Finanças Empresariais e graduado em Administração de
Empresas pela Faculdade José Augusto Vieira. E-mail:anderson.ali@live.com
2
Coautora: Pós-Graduanda em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional e graduada em
Administração de Empresas pela Faculdade José Augusto Vieira. E-mail: fatimaadmi@hotmail.com

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o rumo da atividade desenvolvida, nortear o seu desempenho e definir sua estadia no
mercado. As organizações devem dar total atenção às mudanças que podem afetar de
forma positiva ou negativa as empresas.
Posteriormente inicia-se o processo de seleção das prioridades em função da
gravidade dos problemas encontrados dentro da organização e assim é estabelecida uma
sequência lógica para a implementação das ações, com foco nas prioridades. Tal ação é
conhecida como Direcionamento Estratégico, ou seja, é o momento que se define o
rumo que a instituição precisa seguir para sobreviver ou se sobressair em determinado
cenário.
Quando os fins por si só não atendem as necessidade passa a ser exigidas regras
de decisão adicionais para que a empresa possa ter um crescimento ordenado e com
lucros. Essas regras de decisão e diretrizes foram definidas em termos amplos como
estratégia, ou, algumas vezes, como o conceito do campo de atuação da empresa. Esta
abordagem é mais relevante, para organizações baseadas no conhecimento em que o
processo de contribuição está difuso em seus vários níveis.
Ante o exposto, esse estudo tem como objetivo geral: levantar informações
relacionadas ao planejamento estratégico a fim de orientar as organizações para seu
crescimento e desenvolvimento. Objetivos específicos: entender a importância do
planejamento estratégico para as empresas; identificar os principais conceitos de
planejamento estratégico; relacionar os principais tipos de planejamento e sua
importância no ambiente corporativo.
O presente trabalho justifica-se por sua aplicabilidade frente às oportunidades e
ameaças que permeia as organizações constantemente, onde vários fatores são
elencados como fatores preponderantes ao crescimento das empresas são estes:
obstáculos institucionais, estatuários, culturais, a existência de perfeita comunicação
interna e externa, a existência de sistema de reconhecimento de equipe, que venham de
encontro com a Missão, Visão e Valores da empresa, etc.
O planejamento estratégico é o processo administrativo que harmoniza
sustentação metodológica para instituir a direção a ser seguida pela empresa, visando um
grau de interação com os fatores internos e externos. ( OLIVEIRA, 2007),

A construção de cenários é importante porque permite aos estrategistas


agir com base em futuros prováveis e desconhecidos. É basicamente, uma
ferramenta para discussão de ideias, que estimula a criação de um sistema

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estruturado para monitorar tendências e eventos importantes. Os cenários
ajudam a identificar o ponto futuro onde decisões relevantes terão que ser
tomadas (LOBATO et al., 2006, p. 79.).

O presente trabalho esta organizado em três seções: a primeira seção é a


introdução, a segunda seção que corresponde ao referencial teórico, a terceira e ultima
seção corresponde as considerações finais. Para o estudo foi utilizado como
embasamento os teóricos: Oliveira (2007), Planejamento Estratégico; Chiavenato (2006)
Administração Estratégica; Ackoff (1974) Planejamento Empresarial; Lobato (2006)
Estratégias de empresas; Fernandes (2001) Administração inteligente; Ferreira (2006)
Gestão empresarial.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico deste estudo será apresentado em cinco partes: 1)


Conceituando planejamento; 2) princípios de planejamento; 3) tipos de planejamento; 4)
evolução do pensamento estratégico; 5) estratégia empresarial. Nele estão descritos
informações fundamentados nos estudos de diversos autores e correlacionados com
possível aplicabilidade nas empresas nos dias atuais.

2.1 Conceituando Planejamento

Planejamento é a função administrativa que define os objetivos e decide sobre os


recursos e tarefas necessárias para alcançá-los adequadamente. A principal
consequência do planejamento são os planos, estes não somente demonstram uma
organização bem sucedida na realização de suas metas e objetivos, como também
funciona como verdadeiros guias ou balizamentos (OLIVEIRA, 2007).
O objetivo do planejamento é definir a missão, visão, valores e os objetivos e
propriedades; determinar onde as coisas estão agora; desenvolver premissas sobre as
condições futuras; identificar os meios para alcançar os objetivos; implementar os planos
de ação e avaliar os resultados.
Planejar significa olhar para frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito,
elaborar bons planos, é ajudar as pessoas a fazer hoje as ações necessárias para melhor

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enfrentar os desafios do amanhã. Em outros termos o planejamento constitui hoje um
componente essencial em qualquer tipo de organização ou atividade.
Corroborando com a pesquisa realizada sobre Planejamento, Chiavenato (2006)
disse que este pode ser considerado como um processo constituído de uma série
sequencial de seis passos:
1. Definição dos objetivos: O primeiro passo do planejamento é o estabelecimento
dos objetivos que se pretende alcançar, ou seja, os objetivos da organização
devem orientar todos os principais planos, servindo de base os objetivos
departamentais. Os objetivos devem especificar resultados desejados e os
pontos finais a que se pretende chegar, para se conhecer quais os passos
intermediários para chegar lá.
2. Verificação da situação atual em relação aos objetivos: Simultaneamente à
definição dos objetivos deve-se avaliar a situação atual em contraposição aos
objetivos desejados, verificar onde se está e o que precisa ser feito.
3. Desenvolver premissas quanto às condições futuras: Premissas constituem os
ambientes esperados dos planos em operação. Como a organização opera em
ambientes complexos. Trata-se de gerar cenários alternativos para os estados
futuros das ações, analisando o que pode ajudar ou prejudicar o progresso em
relação aos objetivos.
4. Analisar as alternativas de ação: O quarto passo do planejamento é a busca e
análise dos cursos alternativos de ação. Trata-se de relacionar e avaliar as
ações que devem ser empreendidas.
5. Escolher um curso de ação entre as várias alternativas: O quinto passo é
selecionar o curso de ação adequada para alcançar os objetivos propostos.
Trata-se de uma tomada de decisão, em que se escolhe uma alternativa e se
abandona as demais. A alternativa escolhida se transforma em um plano para
alcance dos objetivos.
6. Implementar o plano e avaliar os resultados: Fazer aquilo que o plano determina
e avaliar cuidadosamente os resultados para assegurar o alcance dos objetivos,
seguir através do que foi planejado e empreender as ações corretivas à medida
que se tornarem necessárias.

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2.2 Princípios de Planejamento

Para que os resultados da operacionalização do planejamento sejam os esperados,


a empresa deve respeitar alguns princípios. Oliveira (2007, p. 6) separa-os em gerais e
específicos.

2.2.1 Princípios gerais do planejamento

Os princípios do planejamento dizem respeito aos fundamentos e bases nos quais


todo planejamento deve ser elaborado.
Segundo Oliveira (2007, p. 6) são quatro os princípios gerais para os quais o
executivo deve estar atento:
a) O princípio da contribuição aos objetivos e, nesse aspecto, o planejamento deve,
sempre, visar aos objetivos máximos da empresa.
No processo de planejamento devem-se hierarquizar os objetivos estabelecidos e
procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a interligação entre eles.
b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma função
administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle).
Na realidade, é difícil separar e sequenciar as funções administrativas, mas pode-
se considerar que, de maneira geral, o planejamento do que e como vai ser feito aparece
na ponta do processo. Como consequência, o planejamento assume uma situação de
maior importância no processo administrativo.
c) O princípio das maiores influência e abrangência, pois o planejamento pode provocar
uma série de modificações nas características e atividades da empresa. Algumas dessas
modificações são mostradas na figura abaixo.

Figura 1: Principio do planejamento

Planejamento

Provoca modificação em

Pessoas Tecnologia Sistemas

Fonte: Oliveira (2007, p.7)

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d) o princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade. O planejamento deve procurar
maximizar os resultados e minimizar as deficiências.
As modificações provocadas nas pessoas podem corresponder às necessidades
de treinamento, substituições, transferências, funções, avaliações etc.; na tecnologia as
modificações podem ser apresentadas pela evolução dos conhecimentos, pelas novas
maneiras de fazer os trabalhos etc.; e nos sistemas podem ocorrer alterações nas
responsabilidades estabelecidas, nos níveis de autoridade, descentralização,
comunicações, procedimentos, instruções etc.
Através desses aspectos, o planejamento procura proporcionar à empresa uma
situação de eficiência, eficácia e efetividade.
Lacombe e Heilborn (2003) afirmam que eficiência é descrita como a relação entre
os insumos aplicados no processo e os resultados, isto é, fazer aquilo que está sendo
feito da maneira certa, ou fazer corretamente as coisas, considerando todos os aspectos
e sua tendência, mas sem considerar se o que está sendo feito é realmente o que deveria
ser feito. Segundo os autores, a eficiência está relacionada aos meios e à forma utilizados
para atingir os resultados, sem considerar se estes resultados são válidos.
Para Oliveira (2007) eficiência é:
 Fazer as coisas de maneira adequada;
 Resolver problemas;
 Salvaguardar os recursos aplicados;
 Cumprir seu dever; e reduzir os custos.
Eficácia é fazer a coisa certa ou correta; ou seja, aquilo que precisa ser feito para
atingir os resultados que sejam válidos para a organização (LACOMBE e HEILBORN,
2003).
Para Oliveira (2007) eficácia é:
 Fazer as coisas certas;
 Produzir alternativas criativas;
 Maximizar a utilização de recursos;
 Obter resultados; e aumentar o lucro.
Na concepção de Oliveira (2007) efetividade é:
 Manter-se no mercado;
 Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo (permanentemente).

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2.2.2 Princípios específicos do planejamento

São quatro os princípios de planejamento que podem ser considerados específicos,


segundo Ackoff (1974, p. 28)
a) Planejamento participativo: o maior benefício do planejamento é o processo
desenvolvido e não o resultado final, ou seja, o plano em si. O planejamento
deve ser elaborado pela própria empresa, pelas áreas pertinentes ao processo.
b) Planejamento coordenado: os aspectos envolvidos devem ser projetados para
atuarem de forma interdependente, para que o planejamento seja eficiente.
c) Planejamento integrado: deve haver uma integração entre os planejamentos de
todos os escalões da empresa, independente do porte que tenha a empresa.
d) Planejamento permanente: o planejamento deve acompanhar as mudanças, ou
seja, precisa ser flexível para se adequar às transformações do ambiente
empresarial.
Faz-se necessário que o gestor esteja atento aos princípios gerais e específicos do
planejamento, para adquirir uma base sólida para a tomada de decisões a respeito do
planejamento da empresa.

2.3 Tipos de Planejamento

Segundo Chiavenato (2006) em relação aos níveis hierárquicos, há três tipos de


planejamento como uma função administrativa. São eles: o planejamento estratégico,
tático e operacional.

2.3.1 Planejamento estratégico

O planejamento estratégico é o planejamento ou princípio de uma organização,


como citado acima, este deve conter os demais planejamentos que as organizações
possuem.
Oliveira (2007) define este planejamento como sendo o processo administrativo
que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser
seguida pela empresa, visando otimizado grau de interação com os fatores externos - não
controláveis - e atuando de forma inovadora e diferenciada.

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O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais
altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos
cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições
externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Também considera as
premissas básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para que o processo
estratégico tenha coerência e sustentação decisória. (OLIVEIRA 2007)
A empresa não pode deixar de considerar a importância do planejamento
estratégico para o seu sucesso. Isto não acontece como se fosse através de uma mágica;
mas porque no planejamento estratégico está a descrição do ambiente, a situação atual
da empresa e o que fez para chegar onde está no momento. A partir de um conjunto de
informações relevantes é possível construir um caminho a ser trilhado pela empresa para
atingir seus objetivos.

2.3.2 Planejamento tático

Este tipo de planejamento é feito pela média gerência nos níveis intermediários, e
funciona como um desdobramento do planejamento estratégico, para um bom
desempenho da organização.
O planejamento tático segundo Oliveira (2007) tem por objetivo otimizar
determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com
decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no planejamento
estratégico.
Para Oliveira (2007) o planejamento tático é desenvolvido pelos níveis
organizacionais intermediários, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos
recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados.
É um tipo de planejamento que deve fazer parte do planejamento estratégico da
empresa, pois esta área está próxima da realidade onde acontecem de fato as operações
que exigem maior controle para que não haja desperdício, e que os recursos sejam
utilizados de forma eficiente.

2.3.3 Planejamento operacional

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O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização,
principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e
implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação tem-se, basicamente, os planos de
ação ou planos operacionais. (OLIVEIRA, 2007).
Segundo Oliveira (2007) os planejamentos operacionais correspondem a um
conjunto de partes homogêneas do planejamento tático. Cada um dos planejamentos
operacionais deve conter com detalhes:
 Os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;
 Os procedimentos básicos a serem adotados;
 Os resultados finais esperados;
 Os prazos estabelecidos;
 Os responsáveis por sua execução e implantação.
O planejamento operacional normalmente é elaborado pela baixa gerência e
supervisores da organização, com foco nas atividades do dia-a-dia da empresa.
Chiavenato (2006) diz que o planejamento é feito através de planos. O administrador deve
saber lidar com diferentes tipos de planos, incluindo períodos de curto a longo prazo,
como podem envolver a organização inteira, uma divisão ou departamento ou ainda uma
tarefa.
O planejamento estratégico é um processo organizacional competitivo de
adaptação através de aprovação, tomada de decisão e avaliação. Procura responder a
questão básica como: porque a organização existe, o que faz e como faz. O resultado do
processo é um plano que serve para guiar a ação organizacional por um prazo de três a
cinco anos.
Para Chiavenato (2006) o planejamento estratégico apresenta cinco características
fundamentais:
 Está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável.
Está voltado para as relações entre a organização e seu ambiente de tarefa; portanto,
sujeito à incerteza a respeito dos eventos ambientais. Tem suas decisões baseadas em
julgamentos e não em dados concretos.
 É orientado para o futuro. Seu horizonte de tempo é em longo prazo.
Durante o curso do planejamento, a consideração dos problemas atuais é dada apenas

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em função dos obstáculos e barreiras que eles possam provocar para um desejado lugar
no futuro. É mais voltado para os problemas do futuro do que os de hoje.
 É compreensivo. Ele envolve a organização como uma totalidade,
abarcando todos os seus recursos para obter efeitos de sinergia de todas as capacidades
e potencialidade da organização. A resposta estratégia da organização envolve um
comportamento global, compreensivo e sistêmico.
 É um processo de construção de consenso. Dada à diversidade dos
interesses e necessidades dos parceiros envolvidos, o planejamento oferece um meio de
atender a todos eles a direção futura que melhor convenha a todos.
 É uma forma de aprendizagem organizacional. Como está orientado para a
adaptação da organização ao contexto ambiental, o planejamento constitui uma tentativa
constante de aprender a se ajustar a um ambiente complexo, competitivo e mutável.
O Planejamento estratégico se assenta sobre três parâmetros: a visão do futuro, os
fatores ambientais externos e aos fatores organizacionais internos, é a visão que
descreve o mundo em um estado ideal. A partir daí, examinam-se as condições externas
do ambiente e as condições internas da organização.
As empresas estão atentas e voltadas para a tarefa de se defrontar com as
incertezas geradas por elementos incontroláveis e imprevisíveis do ambiente interno e do
ambiente geral, cabendo aos dirigentes a competência de identificar ameaças e
oportunidades para desenvolver estratégias cabíveis ao desenvolvimento e continuidade
da organização. Para tanto, é necessária uma projeção de longo prazo envolvendo a
empresa de forma global, integrando disponibilidade de recursos, capacidade e
potencialidade e, principalmente, valer-se de decisões baseadas em julgamentos e
perspectivas, haja vista a escassez ou omissão dos valiosos dados concretos.

2.4 Evolução do Pensamento Estratégico

Tendo em vista a definição de estratégia é um termo criado pelos antigos gregos,


para os quais significava um magistrado ou comandante-chefe militar. Este conceito a
princípio utilizado apenas em organizações militares foi posteriormente apropriado e
utilizado pelo ambiente de negócios, estando o seu desenvolvimento relacionado com o
ritmo das transformações na sociedade em geral e no mundo empresarial em particular.
(LOBATO, 2006)

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Estas transformações estão relacionadas aos impactos da reestruturação produtiva
de cada região derivadas de determinações econômicas. Pois, as transformações na
base técnica de produção, ao longo do tempo acarretaram mudanças estruturais na
indústria e nos serviços, bem como na estrutura ocupacional em virtude dos processos
inovadores e da ruptura entre as trajetórias da produção e do emprego na evolução da
economia.
A seguir estão apresentadas as escolas do pensamento estratégico e suas
características principais conforme aponta Lobato et al (2006):

 Primeira fase: a escola do planejamento financeiro

Esta primeira fase data dos anos 1950, boa parte daquilo que se chamava
planejamento financeiro era, na realidade, controle financeiro. A alta administração da
empresa aprovava um orçamento para controlar o desempenho dos negócios em relação
aos marcos contidos no orçamento anual.
O responsável por determinar e aprovar os marcos desse controle financeiro era o
executivo principal, visto como o grande estrategista de todo o processo. Em última
análise, a escola do planejamento financeiro utilizava o enfoque top-down (de cima para
baixo), no qual havia apenas um estrategista principal que era o executivo do topo da
pirâmide organizacional.
A escola do planejamento financeiro atuava segundo Lobato et al. (2006) de
maneira altamente formal, quase mecanicamente programada e materializada pelo
orçamento anual. Buscava a simplificação e a eficiência nos processos: a empresa
estimava seus vários gastos com base na previsão de receitas e coordenava todos os
recursos aos objetivos planejados. Uma de suas características era a ênfase na
administração por objetivos (APO), conceito desenvolvido por Peter Drucker3.
Sobre esta escola Lobato et al (2006) destaca uma desvantagem, esse tipo de
planejamento normalmente gerava no executivo uma preocupação com um objetivo
principal: cumprir o orçamento. O predomínio dessa mentalidade, ou seja, “seguir as

3
Peter Drucker é unanimemente considerado como o grande teórico da moderna gestão de empresas.
Defendia que a organização em larga escala das empresas modernas constitui um dos mais importantes
marcos da história humana, tendo desenvolvido uma dos conceitos mais inovadores ao nível da gestão: a
gestão por objetivos. (NUNES, Paulo. Quem foi Peter Drucker. 2009. Disponível em:
<http://www.knoow.net> Acesso em nov/2012.

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regras”, acabava por inibir a capacidade empreendedora, uma vez que o risco era posto
em segundo plano devido à miopia que priorizava atividades mais operacionais.

 Segunda fase: escola do planejamento a longo prazo

O planejamento a longo prazo, fase correspondente à década de 1960, baseava-se


na premissa de que o futuro seria estimado a partir da projeção de indicadores passadas
e atuais, que poderiam ser melhoradas a longo prazo por uma intervenção ativa no
presente.
Nesse tipo de planejamento destacava-se segundo Lobato et al (2006) a técnica do
preenchimento das lacunas existentes entre os pontos da projeção de referência e os
pontos da projeção no cenário desejável. Desenvolvia-se a visão de futuro mediante a
elaboração de cenários com mudanças que seguiam regras bem conhecidas de causa e
efeito. O sistema de valores da empresa era voltado para a projeção do futuro, seguindo
premissas tradicionais sobre mudanças e planejamento.

 Terceira fase: a escola do planejamento estratégico

Na década de 1970 surgiu a escola do planejamento estratégico. A estratégia


passou segundo Lobato et al (2006) a ser desenvolvida por um processo deliberativo do
pensamento estratégico, no qual a técnica mais clássica era a análise swot.
Essa técnica estava relacionada à avaliação do ambiente interno da empresa
mediante a análise de suas forças e fraquezas, e do ambiente externo e suas
oportunidades e ameaças.
Nessa escola procurava-se criar um foco estratégico nas decisões empresariais,
nas quais se enfatizava a importância tanto da eficiência quanto da eficácia na
organização.

 Quarta fase: a escola da administração estratégica

Embora aceitasse a maioria das premissas desenvolvidas anteriormente, essa


escola conforme explica Lobato et al (2006) trouxe uma novidade: mostrou que a

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implementação das estratégias era tão importante quanto a sua formulação e, ao estudar
o conteúdo, destacou o lado prescritivo do pensamento estratégico.
A escola de administração estratégica considera que a essência da formulação de
uma estratégia é relacionar a empresa ao seu meio ambiente. Tal escola manteve apenas
dois tipos básicos de vantagem competitiva para as organizações: baixo custo ou
diferenciação. Essas vantagens para Lobato et al (2006), combinadas com o escopo de
uma determinada empresa, foram identificadas por Porter4 como as três estratégias
genéricas de competição: diferenciação, custo mínimo e foco.
A escola da administração estratégica conseguiu criar e aperfeiçoar um conjunto de
ferramentas analíticas para ajustar a estratégia genérica às condições vigentes no
ambiente de negócios. Destacam-se nela os seguintes aspectos: análise da estrutura da
indústria; estratégias competitivas – posições genéricas e identificáveis no mercado – e
mercado -, o contexto econômico e altamente competitivo no qual as organizações obtêm
margens de lucro baseadas no gerenciamento da cadeia de valor. (LOBATO et al., 2006).
Lobato et al (2006) ressalta ainda que essa escola prestou uma importante
contribuição ao pensamento estratégico: valorizou as pesquisas e forneceu um conjunto
de conceitos com aplicação prática fundamentados em cálculos analíticos.

 Quinta fase: a escola da gestão estratégica

Nos anos 1990, com as mudanças em ritmo cada vez mais acelerado, assistiu-se a
valorização da gestão estratégica, que veio dar um enfoque mais sistêmico ao processo
de planejamento. Além de “planejar estrategicamente”, era preciso organizar, dirigir,
coordenar e controlar também estrategicamente. A implementação da gestão estratégica
proporcionou segundo Lobato et al (2006) uma visão mais integrada e menos centralizada
das funções administrativas.

4
Michael Eugene Porter é um professor da Harvard Business School, com interesse nas áreas de
Administração e Economia. É autor de diversos livros sobre estratégias de competitividade. Estudou na
Universidade de Princeton, onde se licenciou em Engenharia Mecânica e Aeroespacial. Obteve um MBA e
um doutoramentoem Economia empresarial, ambos em Harvard, onde se tornou professor, com apenas 26
anos.Foi consultor de estratégia de muitas empresas norte-americanas e internacionais e tem um papel
activo na política econômica. Do seu trabalho resultaram conceitos como a análise de indústrias em torno
de cinco forças competitivas, e das três fontes genéricas de vantagem competitiva: diferenciação, baixo
custo e focalização em mercado específico.(AKTOUF, Omar. Governança e pensamento estratégico: uma
crítica a Michael Porter. RAE – Revista de Administração de Empresas. Jul/Set de 2002. São Paulo, v. 42,
n. 3, p. 43-53. Disponível em: <http://www.lognet.com.br> Acessado em dez/2012.

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A gestão estratégica procurou dar um enfoque sistêmico às funções estratégicas
para estabelecer o equilíbrio entre as demandas dos ambientes interno e externo, bem
como a integração de todos os setores da organização, no intuito de melhor alocar
recursos para atingir os objetivos.
Nessa escola, segundo Lobato et al. (2006), as funções se relacionavam
dinamicamente entre si para atingir um objetivo, atuando sobre entradas (informação,
energia ou matéria) e fornecendo saídas processadas (informação, energia ou matéria).
Ainda de acordo com Lobato et al. (2006) cada função do processo de gestão
estratégica não é um elemento separado, mas parte de um sistema maior, composto de
várias funções inter-relacionadas, que buscam estar em sintonia com o meio ambiente. O
todo aqui considerado é maior do que a soma das partes, constituindo o conceito de
gestão estratégica numa ótica dinâmica, sinérgica e sistemática.
Segundo o autor citado, o pensamento estratégico surgiu em função do sucesso
das empresas, devido as mudanças cada vez mais rápidas de um mundo globalizado,
que de certa forma impôs às organizações a implementarem um modelo estratégico de
negócios, fato que os seus colaboradores, tendiam a ser criativos e habilidosos, pois sem
essa junção não era e não é de grande valia para a empresa no desenvolvimento de
cenários competitivos e de incerteza, em que a tomada de decisão correta é crucial para a
sobrevivência de qualquer empreendimento.

2.5 Estratégia Empresarial

Para Ferreira (2006) a estratégia passou a ocupar espaço no mundo empresarial


em meados dos anos 60, em resposta à obsolescência dos tradicionais planejamentos a
médio e longo prazos e à dificuldade desses instrumentos se adaptarem a um ambiente
turbulento, em constante mutação. A partir da década de 80 o enfoque do planejamento
estratégico ganhou amplitude, profundidade e complexidade, dando origem à
administração estratégica. Os administradores passaram a perceber que com a definição
clara da missão e da estratégica empresariais seus objetivos podiam ser mais facilmente
atingidos.
Como conceito, a estratégia compreende um dos vários conjuntos de regras de
decisão para orientar o comportamento da organização, vista como uma ferramenta para

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trabalhar com as turbulências e as condições de mudanças que cercam as organizações
(ACKOFF, 1974).
Já para Mintzberg (2000, p. 28), define "estratégia como uma forma de pensar no
futuro, integrada no processo decisório, com base em um procedimento formalizado e
articulador de resultados em uma programação".
A estratégia empresarial igualmente chamada de estratégia de negócios, também
pode ser entendida como um padrão ou um plano que integra de uma forma coesa os
objetivos, as políticas e as ações de uma organização.
Pode ser tanto global para toda a organização ou apenas setorial, onde envolve
uma parte ou segmento da organização. Para ser eficaz, a estratégia deve apresentar um
conjunto de características. As estratégias podem ser produto de um processo
consciente e planejado ou estarem colocadas de forma implícita, mas internalizadas na
cultura da organização e de seus gestores, como uma força que interliga a organização
com seus ambientes: externo e interno (FERNANDES, 2001).
Para elaborar a estratégia em âmbito global, visando atingir objetivos e
comportamentos a longo prazo. E para atingir esses objetivos, são necessários os
componentes da estratégia empresarial, que são o ambiente, a empresa e a adequação
de ambos. Dessa forma, ela poderá desenvolver estratégias cooperativas ou
competitivas.
As estratégias empresariais serão factíveis, se forem emanadas da alta
administração contemplando a organização em sua totalidade, ou seja, com visão
sistêmica. Fazem parte dessa visão a cultura, a filosofia e as políticas empresariais, que
formal ou informalmente, estão presentes em todas as organizações, as quais se
relacionam diretamente com as informações empresariais produzidas e utilizadas na
organização.
A estratégia está relacionada com liderança em custos, diferenciação e enfoque,
podendo também pode ser criada a partir do ambiente interno.

3 CONSIDERAÇÃOES FINAIS

Diante de tantos artefatos que marcaram a evolução humana no tocante


econômico, político e social devemos fazer uma ressalva sobre a importância do
planejamento dentro das organizações, já que esta é considerada o “ponto chave” das

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empresas no século XXI, pois se sabe que o planejamento envolve toda uma gama de
informações e processos que norteiam as organizações.
Assim, pode-se dizer que o planejamento empresarial são atividades estratégicas
que englobam o planejamento, implementação e comunicação interna e externa, já que a
administração voltada aos métodos empíricos e padronizados cedeu lugar a uma
organização com métodos científicos e voltados para o mercado que está em constante
movimento, ao tempo que tem colaborado com o aumento da eficiência das organizações,
pois orienta os esforços da empresa para alcançar seus objetivos.
Contudo, o planejamento estratégico vem ganhando força nos últimos anos.
Oferecendo bases sólidas para as corporações no intuito de oferecer-lhes um futuro
promissor, já que o mercado oscila constantemente implicando em tomadas de decisões
permanentes dentro de contextos interdependentes e mutáveis em que o reflexo dessas
ações vai nortear os rumos organizacionais. Com a economia globalizada toda
organização necessita de um bom planejamento na utilização de métodos que visem o
alcancem de seus objetivos, pois, sem planejamento e uma boa comunicação as ações
tornam-se desordenadas podendo causar uma confusão na empresa, inclusive o seu
fechamento. O fato é que o planejamento e a comunicação estão relacionados à arte de
utilizar adequadamente os recursos físicos, financeiros e humanos, tendo em vista a
minimização dos problemas e a maximização das oportunidades do ambiente da
empresa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1974.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração estratégica. São Paulo: Saraiva, 2006.

FERNANDES, Almir. Administração Inteligente: Novos caminhos para as organizações


do século XXI. São Paulo: Futura, 2001.

FERREIRA, Ademir Antônio (et. al). Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias:
evolução e tendências da moderna administração de empresas. São Paulo: Thomson
Learning, 2006.

LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração:


princípios e tendências. – São Paulo – Saraiva, 2003.

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LOBATO, David Menezes; FILHO, Jamil Moysés; TORRES, Maria Cândida;
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