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Estratégica com
Foco em
Resultados
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
CDU 658
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 7
Módulo 1 9
1 Contextualização Histórica 11
Glossário 33
Atividades 34
Referências 35
Atividades 40
3 Visão Organizacional 42
4 Planejamento Estratégico 46
5 Planejamento Tático 49
6 Planejamento Operacional 50
Atividades 53
Referências 54
Módulo 2 56
1 Contextualização 58
3
3.1 O Funcionamento um BSC 62
4 Mapas Estratégicos 65
5 Perspectivas 68
6 Objetivos Estratégicos 76
8 Temas Estratégicos 77
9 Indicadores 77
10 Metas 79
11 Inciativas Estratégicas 80
12 Projetos Estratégicos 81
Glossário 87
Atividades 88
Referências 89
2 Determinação de Resultados 95
6 Conclusão 102
4
Glossário 102
Atividades 103
Referências 104
Módulo 3 106
Glossário 124
Atividades 125
Referências 126
1 Introdução 129
3 Empowerment 137
Glossário 143
Atividades 144
Referências 145
1 Introdução 148
5
2 O Papel do Gestor 149
4 Liderança 154
5 Coaching 159
Glossário 160
Atividades 161
Referências 162
Gabarito 164
6
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Este curso possui carga horária total de 50 horas e foi organizado em 3 módulos,
totalizando em 7 unidades, conforme a tabela a seguir.
7
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
Bons estudos!
8
Gestão
Estratégica com
Foco em
Resultados
MÓDULO 1
UNIDADE 1 | ANÁLISE DE
CENÁRIO: O QUE É E COMO
FAZER
10
Unidade 1 | Análise de Cenário: O Que É e Como
Fazer
1 Contextualização Histórica
11
A existência de mudanças e de incertezas não é nova – nova é a
PERÍODOS DA GLOBALIZAÇÃO
Data Período Caracterização
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
Pós-1989 Globalização recente Cibernética-tecnológica-associativa
12
A alta velocidade proporcionada pelo uso das novas tecnologias de comunicação e
informações e transformações dos processos produtivos num mundo globalizado
trouxe aspectos singulares à realidade contemporânea. O processo produtivo, em sua
história, passou por ciclos como o extrativismo, a produção agrícola, a industrialização,
o aumento da produção de serviços e avança, cada vez mais, à desmaterialização. Isso
significa que, atualmente, as organizações estão cada vez mais deixando de ser um
local de produção de “coisas” para ser um lugar de produção de “conhecimento” – onde
são desenvolvidos os projetos, determinados os padrões de execução, realizados os
negócios. Essa dimensão quase material da informação, associada às novas maneiras
de lidar com o conhecimento e às novas formas de interação social, tem produzido
reflexos intensos em todas as áreas da vida humana.
13
No entanto, muitas organizações ainda não estão sendo administradas com vistas a
atender a essas mudanças, que exigem um gerenciamento mais flexível e dinâmico para
atender às novas oportunidades demandadas por clientes cada vez mais exigentes.
Muitas ainda estão engessadas de acordo com teorias clássicas (Taylor, 1903; Weber,
1909; Fayol, 1916) e neoclássicas (Newman e Drucker, 1954) da administração. Voltadas
para produzirem e se adaptarem na realidade das décadas de 1900 a 1970, foram
desenhadas e desmembradas em departamentos, cargos e funções e voltadas para
atender, por meio da produção e distribuição de bens e serviços, a um mercado onde
as mudanças ainda poderiam ser gerenciadas de forma estanque e lenta.
Para Chiavenato (1987, p. 59), o ambiente representa todo o universo que envolve
externamente uma empresa. O ambiente é a própria sociedade maior, constituída de
outras empresas, organizações, grupos sociais etc. As empresas não vivem no vácuo,
isoladas e totalmente autossuficientes, mas funcionam dentro de um contexto, do qual
dependem para sobreviver e crescer. É do ambiente que as empresas obtêm os recursos
e informações necessários para sua subsistência e funcionamento, e é no ambiente
que colocam os resultados de suas operações. Na medida em que o ambiente sofre
mudanças, todo o quadro habitual das operações das empresas é tremendamente
influenciado por elas, pois as condições ambientais externas às empresas contribuem
fortemente para o que sucede dentro delas.
14
• Como identificar o que afeta, especificamente, uma
cc organização?
15
Quem não gostaria de saber qual o futuro da telefonia em 2030? Ou da aviação? Como
serão oferecidos os serviços de saúde e de educação? Como serão feitas as transações
financeiras? Que mudanças ocorrerão em determinada atividade econômica/ sistema de
algum setor específico no Brasil? Ainda será pela alternativa atual ou será parcialmente
substituído por outros meios mais eficazes? O que os concorrentes estarão oferecendo
nos próximos anos? A organização estará oferecendo serviços atuais e de qualidade?
16
De suma importância na tomada de decisões estratégicas, a projeção e prospecção
de cenários também nos auxilia na determinação da visão e das metas da empresa,
instigando processos de aprendizagem organizacional, principalmente onde a
cultura organizacional e decisória predominante é baseada na repetição de hábitos e
experiências anteriores (“sempre fizemos assim...”) ou simplesmente no senso comum.
Nas definições acima, podemos observar que a análise de cenário é muito mais do que
uma “fotografia” da situação atual. Ela parte do atual, com o estudo das forças que
interferem no ambiente e no negócio, em direção ao virtual, ou seja, para possibilidades
de futuro.
17
A palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua
vez de virtus, força, potência. Na filosofia escolástica, é virtual o
que existe em potência e não em ato. O virtual tende a atualizar-
se, sem ter passado no entanto à concretização efetiva ou formal.
A árvore está virtualmente presente na semente. Em termos
rigorosamente filosóficos, o virtual não se opõe ao real, mas ao
atual: virtualidade e atualidade são apenas duas maneiras de ser
diferentes (LÉVY, 1996).
18
hh
A análise de cenário compõe a primeira fase do Planejamento
Estratégico de uma organização. Uma análise de cenário pode,
inclusive, indicar para a necessidade de mudança da missão, dos
objetivos ou do negócio de uma organização.
• Análise de projetos
• Apoio à decisão
• Educação e mudança
19
3 Técnicas para Elaboração de Análise de Cenário
a) A Abordagem Projetiva
20
• Análise e Projeção de Série Temporal: Média móvel; Amortecimento
Exponencial; Método de Box e Jenkins; X-11; Projeção de tendências.
b) A Abordagem Prospectiva
A prospecção de cenários pode ser feita nos níveis macro (cenários mundiais, nacionais
ou regionais), intermediário ou setorial (cenários de indústrias – negócios, segmentos
ou ambiente de negócios específicos) ou micro (cenários focalizados em decisões ou
questões estratégicas). As ferramentas prospectivas ou qualitativas em geral utilizam
o consenso. Abaixo estão relacionadas as técnicas ou métodos mais conhecidos:
a) O Método Delphi
Criado nos EUA na década de 1950, por Dalkey e um grupo de colaboradores para a
resolução de problemas de alta complexidade, o método Delphi tem sido utilizado
no assessoramento de tomada de decisão em pesquisas que envolvem situações de
futuro, ou para coletar grande quantidade de informações a custos relativamente
baixos.
21
O Delphi toma por base a consulta e o consenso de determinado
número de especialistas com a finalidade de resolver um
problema complexo em tempo reduzido. De simples aplicação,
baseia-se em um questionário (ou série de questionários)
interativo, cujas respostas transitam em diversas etapas pelo
grupo de especialistas ou peritos selecionados, mantendo-se o
anonimato nas respostas. A cada rodada de respostas os dados
são analisados e tabulados e, novamente, circulam pelos
especialistas. Esse feedback permite a troca de opiniões e de
visões de futuro que podem ser alteradas a cada etapa com a
finalidade de integrar as opiniões divergentes. Trata-se,
portanto, de uma ferramenta que busca o consenso prospectivo.
• Aplicação do Delphi
Os elementos a serem analisados podem variar de uma pesquisa para outra, de acordo
com o nível do cenário a ser prospectado e os objetivos a que se propõe. O processo da
estimativa de grupo se inicia a partir da formulação de um problema, desdobrado em
um questionário, que é enviado a um determinado grupo de especialistas selecionados.
Esses especialistas estimam, de forma anônima, um conjunto de eventos, datas, custos,
parâmetros ou tendências da área em questão. Após compilação e análise estatística
dos dados (mediana dos dados e a amplitude semi-interquartil de cada estimativa)
desenha-se um novo questionário, que é reenviado ao mesmo grupo para que possam
revisar suas primeiras estimativas.
hh
Caso o consenso não seja atingido, solicita-se aos especialistas
cujas opiniões apresentaram grandes diferenças (fora do espaço
interquartil) para que argumentem suas posições. Após análise,
avaliação e compilação final das informações, estas são
apresentadas aos participantes (inclusive com dados estatísticos)
para a promoção de um consenso definitivo.
O método Delphi é bastante interativo, pois combina votação e feedback para convergir
as opiniões dos participantes. Pode ser desenvolvido da forma convencional, por meio
de questionários como forma de obter a informação, ou em tempo real, quando a
22
equipe coordenadora é substituída por um computador programado para realizar a
compilação dos resultados do grupo. Elimina-se, dessa forma, o tempo dispensado em
resumir e analisar estatisticamente cada etapa do processo.
Além de ser um método que pode ser associado a outras ferramentas como matrizes
de incertezas e outras ferramentas de grupo interativo, conforme sugerido por Godet
(1993), o método Delphi oferece as seguintes vantagens:
23
2. Poder de barganha dos clientes-chave. É o poder resultante da dependência da
organização pelos seus clientes e consumidores mais importantes, que aumentam
seu poder de negociação. Envolve também aspectos como perfil e características
dos consumidores e sua influência sobre o comportamento do negócio.
hh
Com relação ao microambiente, deve-se analisar:
• requerimento de capital;
24
• aspectos da economia mundial (incluindo a concorrência);
• investidores potenciais;
• sistemas ecológicos;
• força de trabalho;
Tendências e
Políticas
Economia
Mundial
Indústria
Fornecedores
Fatores
Demográficos
25
O negócio e o grupo estratégico – tanto da organização como dos grupos concorrentes
que atuam na mesma região – devem ser analisados com relação às seguintes dimensões
estratégicas:
• estratégias de marketing;
• as condições financeiras;
26
Este esquema apresenta a interação das 5 Forças de Porter.
Produtos
Compradores
substitutos
Chave
de outras
indústrias
Forças competitivas Forças competitivas
que podem captar poder de barganha
seus atuais cliente de clientes
Rivalidade entre
Competidores
27
c) Análise SWOT
28
• Instalações obsoletas ou mal utilizadas
29
• Outras oportunidades competitivas
• Entrada de outros fornecedores com custos mais baixos ou com o mesmo custo,
mas com facilidades adicionais ou com serviços de melhor qualidade
30
Com essas informações já disponíveis, podemos elaboração uma matriz para facilitar a
análise. Forças e fraquezas referem-se ao ambiente interno à organização (possíveis
de serem controlados e alterados), enquanto oportunidades e ameaças dizem respeito
ao ambiente externo à organização (fora do controle da organização), conforme pode
ser observado no quadro.
Vantagens em relação às
Strenghts (Pontos organizações concorrentes
Fortes/ Forças) (tecnologia, know-how, baixos
INFORMAÇÕES custos, pessoal etc.)
INTERNAS Desvantagens da organização em
Weaknesses (Pontos relação às concorrentes (tecnologia,
Fracos/ Fraquezas) know-how, baixos custos, pessoal
etc.)
Aspectos favoráveis do ambiente
Opportunities
com potencial tornarem-se
(Oportunidades)
INFORMAÇÕES vantagem competitiva.
EXTERNAS Aspectos desfavoráveis do ambiente
Threats (Ameaças) que podem comprometer as
vantagens competitivas.
31
Concluindo
Cabe alertar que a análise de cenário é uma atividade que deve ser realizada
em grupo por se tratar de uma atividade de geração de ideias e de consenso
e que pode requerer, para sua condução, a mediação de especialistas em
ferramentas de análise de cenário ou de especialistas em coordenação de
grupos operativos.
32
Glossário
33
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Prospectar sobre o futuro é
uma atividade inerente à administração, pois de modo geral
as decisões tomam por base informações do passado e do
presente para serem implementadas no futuro.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
34
Referências
ALBRECHT, Karl. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron
Books, 1992.
DA SILVA, Márcio José. Qual é a fórmula do sucesso para se prever o futuro? Trabalho
de conclusão de curso de graduação em Administração de Empresas - Instituto de
Ensino Superior Cenecista. Unaí – MG, 2000.
35
_____. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LOCKE, E. A.; BRYAN, J. F. The Effects of Goal Setting, Rule LEarning, and Knowledge
of Score on Performance. American Journal of Psychology, n. 79, p. 451-457, 1966.
WALLACE, Thomas F. Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre. São Paulo:
Harbra, 1996.
36
UNIDADE 2 | MISSÃO, VISÃO E
OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS
37
Unidade 2 | Missão, Visão e Objetivos Organizacionais
38
hh
Saber o que fazemos, para que e para quem fazemos ajuda na
avaliação da pertinência das atividades que realizamos e
contribui para o direcionamento dos esforços e a escolha de
prioridades, e aumenta nossa autoestima, pois sabemos da
importância do nosso trabalho. Permite, além disso, verificar se
somos eficazes, se realmente realizamos o que temos que fazer,
se as cumprimos, diariamente; nossa razão de existir.
Algumas missões já incorporaram uma visão de futuro com vistas à continuidade de sua
existência, mesmo com a extinção do produto que fundamentou sua criação. É o caso
do Royal Dutch/Shell Group que, apesar de ser conhecido mundialmente por explorar
fontes de petróleo e fornecer combustíveis e lubrificantes, alterou sua missão para
poder sobreviver no futuro, com a substituição do petróleo como fonte de energia.
A missão do Royal Dutch/Shell Group obriga a que a organização expanda suas áreas de
atuação energética ao invés de se limitar a prospectar, explorar e distribuir petróleo.
Dessa forma, o grupo utiliza estratégias de inserção e expansão da comercialização de
energia elétrica, solar, geotermal e eólica (dos ventos), além da utilização energética do
hidrogênio e do gás, com investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento.
39
2 Como Determinar a Missão da Empresa
b) Qual é o negócio
40
O SEST/SENAT possui a missão de:
• Para que fazemos: em busca de maior eficiência e eficácia dos serviços a serem
prestados à sociedade;
41
Após essa análise, podemos constatar que a missão do SEST/SENAT apresenta os
pilares fundamentais que justificam a sua razão de existir, a sua importância social.
Ela também nos orienta sobre qual é e quem é seu público alvo, as atividades que são
realizadas e a quem compete realizá-las. Por isso, a análise e compreensão da missão
de uma organização é tão importante para nortear o nosso trabalho.
3 Visão Organizacional
“Se o homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe
será favorável” – Sêneca
É sempre importante termos sonhos e projetos que nos motivem a caminhar, a trilhar
novos caminhos e a empreender esforços para conquistar outros patamares (seja no
campo profissional ou pessoal). Podemos dizer que os sonhos alimentam a nossa alma,
a nossa vontade, e sua concretização sempre nos traz sentimentos de realização e
felicidade.
A redação da visão de uma organização deve sempre descrever uma situação futura,
ou seja, aonde se quer chegar. E, principalmente, deve ser realizável a médio ou longo
prazo – mas ser realizável e, é claro, ser atingida! Por isso, não deve ser tratada como um
lema a ser seguido, mas sim como um macro objetivo a ser alcançado pela organização.
42
Visão:
• Realizável.
hh
Cuidado: de nada servem palavras bonitas que mais parecem um
poema esotérico, mas que não conseguem expressar, com
simplicidade e clareza, exatamente aonde você quer chegar.
Apesar da necessidade de clareza e objetividade parecerem
óbvias, algumas visões acabam sendo descritas de forma tão
ampla, subjetiva e abstrata que se tornam quase inatingíveis.
A visão não é perene e nem pode ser, pois deve ser mudada cada vez que é realizada. Ela
realmente deve ser alcançada, a médio ou longo prazos. As melhores visões de futuro
são aquelas que se baseiam em cenários que contemplam várias possibilidades, pois
podem ser concretizadas mesmo com mudanças contingenciais. Mas a visão não deve
se restringir a metas financeiras numéricas, como por exemplo “ganhar X milhões de
reais até o ano Y, mas sim apresentar um estado, uma situação onde a empresa estará,
por exemplo, ampliar a atuação da unidade em X por cento do mercado local. Peter
Drucker nos alerta que os ganhos financeiros de qualquer organização são sempre
consequência de seus resultados alcançados, e não um fim em si mesmo.
43
Lembre-se:
A partir da missão (já definida) e da visão de futuro da organização (que deve ser
construída por você), podem ser definidos os objetivos organizacionais e as alternativas
estratégicas que serão adotadas – estes sim, podendo conter metas numéricas.
44
As estratégias adotadas (pois podem ser várias) ainda devem
Determinação dos
objetivos da organização
Análize ambiental,
Análise
oportunidades e
organizacional
ameaças
O que mudar ?
Por que mudar ?
Como mudar ?
45
Por fim, deve-se ressaltar que não basta traçar uma estratégia e implementá-la.
Na realidade, é crucial que se gerencie bem essa estratégia, de modo a cumprir os
objetivos traçados e a alcançar os resultados esperados. Para tanto, deve-se adotar um
sistema de gestão da estratégia, como o Balanced Scorecard (BSC), o Gerenciamento
pelas Diretrizes. (GPD) ou outro qualquer. Neste curso, como o objetivo não é o
aprofundamento de conhecimentos nesse tipo de sistema, nos ateremos ao BSC.
4 Planejamento Estratégico
Fica muito fácil redigir o planejamento estratégico de uma organização quando já se tem
definidas: a missão, a visão da organização (onde ela pretende estar no futuro), após
a análise de cenário e a análise organizacional (pontos fortes e fracos), determinados
os objetivos a serem alcançados (metas globais) e as estratégias a serem utilizadas.
O planejamento estratégico nos auxilia a determinar o como fazer para atingir os
objetivos e adotar as estratégias definidas. É o planejamento que irá delinear a ação
da organização.
46
O planejamento estratégico também precisa ter uma visão de futuro, pois planejamos
e implementamos (colocamos os planos em ação) no presente para obter seus
resultados no futuro, em um ambiente que, provavelmente, já terá sofrido alterações
significativas.
Todo planejamento deve ser flexível, ou então estaria fadado ao insucesso diante do
primeiro imprevisto. Mas o planejamento estratégico tem como característica o fato
de ser planejado para ser flexível, apresentando uma pluralidade de opções estratégicas
(defensivas e ofensivas) e táticas (operacionalização de estratégias) que facilitem e
assessorem a tomada de decisões ao longo do tempo. Como o futuro é incerto e o
planejamento é de médio e longo prazo, estará sujeito a muitas variáveis internas e
externas. Ampliando as opções de movimento, poderemos garantir a obtenção dos
resultados esperados mesmo com a ocorrência de mudanças, pois estaremos mais
preparados para apresentarmos respostas assertivas sem perdermos nossos objetivos
de vista.
47
hh
O planejamento estratégico sempre reflete uma filosofia de
ação, que pode ser:
9.
Desdobramento e implementação por meio de planos táticos e planos
operacionais
48
5 Planejamento Tático
hh
Assim, o planejamento tático envolve:
49
O planejamento tático deve descrever mais detalhadamente as atividades que serão
realizadas em cada área, contendo cronograma de eventos, previsão de recursos,
setores responsáveis, as políticas e diretrizes (guias genéricos de ação) setoriais a serem
seguidas, enfim, todo o detalhamento necessário à sua realização, acompanhamento
e verificação de resultados.
6 Planejamento Operacional
50
hh
A implementação de todos os planejamentos operacionais deve
garantir a execução do planejamento tático de cada área que,
por sua vez, devem garantir a implementação do planejamento
estratégico que, por sua vez, deve garantir o alcance dos
objetivos globais e da visão da organização.
Macro /
Institucional
Estratégico
Intermediário /
Departamental
Tático
Micro /
Setorial
Operacional
51
Concluindo
Portanto, planeje! Planeje sua rotina, sua agenda, seus projetos, seu
trabalho, e incentive sua equipe a fazê-lo. Afinal, só quem planeja e
implementa habitualmente alcança resultados com eficácia e eficiência.
52
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A descrição da missão deve
conter dois pilares chaves de sua sustentação: o que fazemos
(qual nossa tarefa) e por que fazemos (nosso propósito).
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
53
Referências
ALBRECHT, Karl. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron
Books, 1992.
DA SILVA, Márcio José. Qual é a fórmula do sucesso para se prever o futuro? Trabalho
de conclusão de curso de graduação em Administração de Empresas - Instituto de
Ensino Superior Cenecista. Unaí – MG, 2000.
54
_____. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LOCKE, E. A.; BRYAN, J. F. The Effects of Goal Setting, Rule LEarning, and Knowledge
of Score on Performance. American Journal of Psychology, n. 79, p. 451-457, 1966.
WALLACE, Thomas F. Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre. São Paulo:
Harbra, 1996.
55
Gestão
Estratégica com
Foco em
Resultados
MÓDULO 2
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE
GESTÃO DA ESTRATÉGIA:
BALANCED SCORECARD
57
Unidade 3 | Sistemas de Gestão da Estratégia:
Balanced Scorecard
1 Contextualização
O Balanced Scorecard (BSC) surgiu nesse contexto, primeiro como sistema de medição,
um conjunto de indicadores que avaliava o desempenho baseado tanto em indicadores
financeiros como em direcionadores futuros relacionados a ativos intangíveis. Seu
58
uso mostrou um potencial que ainda não havia sido identificado inicialmente: a
possibilidade de gerar ativos tangíveis a partir de ativos intangíveis por intermédio da
implantação e gerenciamento da estratégia. Assim, o BSC passou a ser utilizado como
sistema gerencial capaz de possibilitar a implementação da estratégia, mantendo-a
como referência central no gerenciamento das organizações.
59
Enfim, o processo de planejamento define a estratégia a ser seguida para o alcance da
visão de futuro e para o cumprimento da missão institucional da organização; o sistema
de gestão estratégica é responsável pela implantação, avaliação e controle dessa
estratégia.
Normalmente, as organizações
descrevem a estratégia como planos
financeiros para aumento da receita e do
lucro; outras, com base em seus produtos
e serviços; ou em função de clientes
almejados; outras, sob o ponto de vista
de qualidade e processos; e ainda sob
a perspectiva de recursos humanos.
Percebe-se, então, que não há uma visão
holística de toda a organização, pois
nenhuma delas fornece uma perspectiva
abrangente e integrada da descrição da
estratégia.
60
3 Conceito do Balanced Scorecard (BSC)
61
O BSC possibilita o equilíbrio entre as medidas de resultado (financeiras), as quais se
referem ao desempenho passado, e as medidas (não financeiras) que determinam
o desempenho futuro. O BSC complementa as medições financeiras com avaliações
sobre os clientes, identifica os processos internos que devem ser aprimorados e analisa
as possibilidades de aprendizado e crescimento, bem como os investimentos em
recursos humanos, sistemas e capacitação, que poderão modificar substancialmente
os processos de trabalho da organização e o desempenho futuro.
62
Entre alguns dos objetivos do BSC, destacam-se:
Não existe uma única forma de se utilizar o BSC. Na realidade, as organizações aplicam-
no de maneiras distintas e com propósitos diversos, desde um simples sistema de
medição de desempenho, que aborde medidas financeiras e não financeiras, até como
parte de um sistema de gestão voltado para a estratégia, com foco no alinhamento da
organização para a efetiva execução da estratégia.
63
• Converter a estratégia em processo contínuo: monitoramento e constante
aperfeiçoamento do que foi traçado. Na realidade, a estratégia não é um
processo gerencial isolado, e sim um processo contínuo lógico que movimenta
toda a organização, desde a declaração da missão institucional até a execução
dos trabalhos pelos funcionários da linha de frente e de suporte.
Traduzir a Liderança
estratégia executiva
Visão; Mobilização;
Formulação da estratégia; Governança;
Tradução da estratégia: Pensamento Estratégico;
objetivos, indicadores, “Nova forma de
metas e iniciativas. gerenciamento”.
Balanced
64
hh
Entre os conceitos utilizados pelo BSC, destacam-se: mapa
estratégico, perspectivas, temas estratégicos, objetivos
estratégicos, relações de causa e efeito, indicadores, metas e
iniciativas estratégicas.
4 Mapas Estratégicos
O BSC, por meio do mapa estratégico, aponta a forma pela qual ativos intangíveis da
organização produzem resultados tangíveis.
65
Como consequência, o BSC facilita o processo de comunicação da estratégia para todos
os colaboradores (uma vez que o mapa estratégico é a sua representação gráfica) e
o estabelecimento de metas anuais setoriais, pois cada unidade organizacional ou
funcionário percebe, de forma clara, sua contribuição para a consecução da estratégia
traçada no processo de planejamento.
hh
O mapa estratégico mostra a missão, a visão e a estratégia da
organização por meio de um conjunto abrangente de objetivos
que direcionam o comportamento e o desempenho
organizacionais. A tradução da estratégia por meio do mapa cria
um referencial comum de fácil compreensão para executivos,
unidades organizacionais e funcionários, proporcionando a clara
percepção de como as atividades de cada um estão ligadas aos
objetivos gerais da organização, possibilitando o trabalho
coordenado e colaborativo em prol das metas traçadas.
66
Analise o mapa estratégico e suas perspectivas, objetivos, indicadores, metas e
iniciativas.
Mapa estratégico
Rentabilidade
Financeira O nível de
O que é desempenho
Mais clientes crítico para ou a taxa de
alcance da como será melhoria Planos e
estratégia? medido? necessários. projetos.
Menos aviões
Programa de
Rápida Tempo em solo 30 Minutos otimização da
Cliente preparação
em solo
Partida pontual 90 % duração do
ciclo
Aprendizado Alinhamento do
pessoal de terra
67
• Contar a história da estratégia por meio de uma sequência lógica de causa e
efeito.
5 Perspectivas
Segundo o modelo puro de BSC proposto por seus criadores, Robert S. Kaplan e David
P. Norton (1997), existem quatro perspectivas num mapa estratégico: financeira, do
cliente, dos processos internos e de aprendizado e crescimento.
68
críticos que exercem maior impacto sobre a estratégia. A perspectiva de aprendizado
e crescimento define os ativos intangíveis mais importantes para a estratégia, que
devem ser coerentemente conectados uns aos outros e alinhados aos processos de
trabalho críticos.
Os objetivos dispostos nas quatro perspectivas citadas são interligados por relações
de causa e efeito. Parte-se da hipótese de que os resultados financeiros somente serão
alcançados se os clientes-alvo estiverem satisfeitos. Os processos internos criam e
cumprem a proposição de valor para os clientes. Os ativos intangíveis que respaldam
os processos internos sustentam os pilares da estratégia. O alinhamento dos objetivos
nessas quatro perspectivas é a chave para a criação de valor e, portanto, para uma
estratégia focada e dotada de consistência interna.
Um fato importante é que as perspectivas previstas no modelo puro do BSC não são
exaustivas. Na realidade, cada organização deve adaptar a metodologia de maneira
que espelhe da melhor forma sua estratégia. Essa observação é válida principalmente
para instituições públicas e entidades sem fins lucrativos que, em regra, não utilizam
a perspectiva financeira. Estas organizações abrangem um conjunto muito amplo e
diversificado de missões, devendo definir seu impacto social e seus objetivos maiores
de maneira diferente.
Segue uma breve explicação das quatro perspectivas previstas no modelo básico do
BSC proposto por Kaplan e Norton (1997).
69
5.1 Perspectiva Financeira
70
5.2 Perspectiva do Cliente
Figura 4: Perspectiva do cliente: criar uma proposta de valor diferenciada e sustentável é a essência da
estratégia
71
5.3 Perspectiva de Processos Internos
Na perspectiva de processos internos são identificados os pontos críticos nos quais deve-
se alcançar a excelência e concentrar esforços a fim de obter os resultados desejados,
pois tais processos produzem e fornecem a proposição de valor para os clientes, o
aumento de produtividade para os acionistas e o desempenho socioambiental para a
sociedade.
72
Valor a longo prazo
para os acionistas
Perspectiva
Preço Qualidade Disponibilidade Seleção Funcionalidade Serviços Parcerias Marca
do cliente
Crescimento a longo
prazo do valor para Onda longa
os acionistas
Onde
6 a 12 meses intermediária 12 a 24 meses 24 a 48 meses
Processos Processos Processos Processos
de gestão de gestão de inovação
regulatórios
operacional de clientes e sociais
Empresa cidadã
Gestão de
clientes
Eficácia
operacional
1 2 3 4 5
Tempo (anos)
73
5.4 Perspectiva de Aprendizado e Crescimento
74
Valor a longo prazo
para os acionistas
Perspectiva
Preço Qualidade Disponibilidade Seleção Funcionalidade Serviços Parcerias Marca
do cliente
Capital da Capital
Capital humano + informação + organizacional
Perspectiva Cultura
Habilidades Sistemas
de aprendizado Alinhamento
Treinamento Banco de dados
e crescimento Liderança
Conhecimento Redes
Trabalho em equipe
75
6 Objetivos Estratégicos
A estratégia pode ser definida também como o conjunto de hipóteses sobre causas
e efeitos, ou como um objetivo impacta no alcance de outro. Segundo esse prisma, o
sistema de medição deve tornar explícitas as relações (hipóteses) entre os objetivos
nas várias perspectivas, para que elas possam ser gerenciadas e validadas. Desse modo,
a cadeia de causa e efeito deve permear todas as perspectivas do mapa estratégico.
76
8 Temas Estratégicos
9 Indicadores
O BSC cria uma estrutura, uma linguagem própria, para comunicar a missão e a
estratégia, e utiliza indicadores para informar aos colaboradores sobre os pontos do
sucesso atual e futuro. Tais indicadores são padrões utilizados para avaliar e comunicar
um desempenho alcançado frente a um resultado esperado. Mostram a situação
relativa de um determinado item considerado relevante em função do que lhe é possível
estabelecer, orientando a tomada de decisão, as ações e as atividades. Possuem,
sempre, unidades de medidas associadas, a exemplo de quantidade, percentual etc.
77
organizações ajustem os comportamentos ao desempenho e são mais preditivos por
natureza. Estes indicadores direcionam para uma conclusão, mas não são conclusivos
por si só e, geralmente, são de difícil coleta. São atribuídos a objetivos estratégicos das
perspectivas de processos internos ou de aprendizado e crescimento.
78
10 Metas
79
O modo de operacionalizar a utilização de metas de desempenho é o seguinte: a
partir dos indicadores de desempenho previamente definidos e coletados, deve-
se realizar análise da situação atual da organização e da situação futura desejada.
Para cada indicador, deverão ser definidas metas de superação de longo prazo que
representem o salto de qualidade que a organização deseja dar em relação à situação
atual identificada.
A partir das metas de longo prazo, são estabelecidas as metas ano a ano até o fim do
período desejado. Assim, se o período for de cinco anos, estabelece-se a meta para
o último ano, depois se estabelece o progresso desejado da situação atual (primeiro
ano) até alcançar a meta do último ano. Ao final dessa etapa, têm-se as metas no
horizonte de planejamento de longo prazo para cada indicador, sendo que o progresso
ano a ano para se alcançar as metas auxiliará a organização a escolher as prioridades no
planejamento anual e a gerenciar o desempenho geral da organização.
11 Inciativas Estratégicas
80
específicas, por terem começo e fim predeterminados e por terem pessoas ou equipes
alocadas para a sua execução, bem como verba preestabelecida, se necessário. Muitas
iniciativas, quando executadas em conjunto, podem contribuir para o alcance de um ou
mais objetivos estratégicos. Em última instância, as iniciativas estratégicas permitem
que a organização se desloque do estado atual em direção ao alcance de suas metas.
12 Projetos Estratégicos
81
No contexto considerado, projeto pode ser definido como o empreendimento
planejado, com começo e término previamente definidos, visando à solução de
problemas específicos, ao aproveitamento de oportunidade ou à oferta de produtos
ou serviços. Já processo é um conjunto de atividades executadas de forma sequencial
e contínua, necessário e suficiente à obtenção de produtos e serviços capazes de
satisfazer as necessidades dos clientes de uma organização.
Assim, devemos descobrir como os projetos devem ser priorizados, descobrir quais são
os projetos estratégicos da organização.
82
A matriz de correlação é construída da seguinte forma: lista-se os objetivos estratégicos
na vertical e as iniciativas estratégicas na horizontal, de modo a correlacionar todas as
iniciativas com todos os objetivos. Depois disso, pontua-se segundo o grau de impacto
de cada iniciativa nos objetivos. Aquelas iniciativas que tiverem maior pontuação serão
as priorizadas.
Objetivos Estratégicos
Intensificar troca
Garantir a
de conhecimento
qualidade Intensificar
entre centros de Total
do processo parcerias
excelência em
educacional
ensino
Programa de
expansão de cursos 1 3 2 6
técnicos existentes
Programa de
implantação de 1 2 2 5
novos cursos técnicos
Iniciativa Revitalização da
3 - 1 4
estratégicas aprendizagem
Desenvolvimento de
2 1 - 3
novas metodologias
Relações com o
- 2 1 3
mercado
Programa de
1 - - 1
educação à distância
Pontuação
Alto impacto: 3
Médio impacto: 2
Baixo impacto: 1
Sem correlação: -
83
13 Monitoramento e Revisão da Estratégia
hh
No ciclo de monitoramento, verifica-se o desempenho da
organização comparando o desempenho atual com a estratégia
traçada, de modo a entender seu comportamento e enfatizar
sua relação com os projetos estratégicos associados.
84
e se são suficientes e consistentes com o objetivo estratégico proposto. Com base nos
resultados verificados, poder-se-á revisar iniciativas estratégicas, indicadores e metas.
Desse modo, é feita a conexão entre a estratégia traçada e sua execução.
85
• Rapidez no processo de construção do painel de desempenho: o modelo
completo do BSC (mapa, perspectivas, objetivos, relações de causa e efeito,
iniciativas, metas e indicadores) deve ser construído logo após o processo de
planejamento estratégico para facilitar seu desdobramento imediato em planos
de ação alinhados com as metas estratégicas definidas e para não ocorrer perda
de foco.
86
• Planos de ação vinculados aos objetivos estratégicos: para facilitar o
monitoramento das metas, os planos de ação devem ser vinculados aos objetivos
definidos no mapa estratégico.
Glossário
87
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O processo de planejamento
define a estratégia a ser seguida para o alcance da visão de
futuro e para o cumprimento da missão institucional da
organização
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
88
Referências
ALBRECHT, Karl. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron
Books, 1992.
DA SILVA, Márcio José. Qual é a fórmula do sucesso para se prever o futuro? Trabalho
de conclusão de curso de graduação em Administração de Empresas - Instituto de
Ensino Superior Cenecista. Unaí – MG, 2000.
89
_____. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LOCKE, E. A.; BRYAN, J. F. The Effects of Goal Setting, Rule LEarning, and Knowledge
of Score on Performance. American Journal of Psychology, n. 79, p. 451-457, 1966.
WALLACE, Thomas F. Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre. São Paulo:
Harbra, 1996.
90
UNIDADE 4 | GESTÃO
VOLTADA PARA RESULTADOS:
CARACTERÍSTICAS E
FERRAMENTAS
91
Unidade 4 | Gestão Voltada para Resultados:
Características e Ferramentas
92
O conceito de Gestão por Resultados está, no entanto, muito longe da fórmula
simplista de compreender eficácia apenas por meio do lucro ou de aspectos financeiros,
ou da otimização de padrões internos de eficiência. A gestão por resultados é mais
ampla, integrada e resolutiva, quando comparada a outros modelos administrativos
utilizados atualmente, pois pressupõe a necessidade de se estabelecer resultados de
crescimento, de ampliação e de desenvolvimento da organização.
Assim, a Gestão por Resultados busca a direção dos esforços por meio de planejamento
e controle administrativo, fundamentada no princípio de que para atingir resultados a
organização precisa, antes, definir em que negócio está atuando e aonde pretende
chegar.
93
A GPR é um processo pelo qual gerentes e subordinados identificam objetivos comuns,
definem as áreas de responsabilidade de cada um (em termos de resultados a serem
alcançados possíveis de serem mensurados ou verificados) e utilizam esse norte como
guia para suas atividades, em uma abordagem dinâmica, democrática e participativa.
Se você achou alguma coisa familiar com a determinação da Missão, dos Objetivos e
Planejamento Estratégico, Tático e Operacional está de parabéns! A GPR utiliza todo
esse ferramental gerencial como suporte para a obtenção de resultados. Portanto,
esses são os meios que dão consistência ao sistema, e a obtenção dos resultados são o
propósito de todo esse planejamento.
A Gestão por Resultados exige grande esforço e instrumentos especiais, pois, numa
organização, os gerentes e executivos não são automaticamente dirigidos para o
objetivo comum – esse compartilhamento deve ser construído.
94
2 Determinação de Resultados
Portanto, os objetivos não são rígidos e cristalizados, mas podem ser alterados,
inclusive no processo de ajustamento a problemas emergentes e situações imprevistas.
A simplicidade e o realismo norteiam a construção desses objetivos, que são os
elementos fundamentais da Gestão por Resultados.
95
• Os objetivos devem indicar os resultados a serem atingidos; formule-os por
meio de um verbo no infinitivo e acrescente metas ou parâmetros numéricos
(percentuais, por exemplo);
96
a) Análise das Mudanças Ambientais
c) Criação de Oportunidades
A gestão por resultados deve ser criativa, flexível e adaptável, aproveitando tanto as
oportunidades de crescimento que já possuímos como as oferecidas pelo ambiente.
e) Descentralização Administrativa
97
4 Características da Gestão por Resultados
A gestão por resultados procura dirigir esforços para atingir os objetivos gerais da
organização, em termos de resultados. Por isso, somos exigidos a refletir sobre nossa
missão e a determinarmos nossa visão de futuro, pois não adianta definirmos metas,
etapas ou caminhos se não sabemos aonde queremos chegar.
98
5 Ferramentas da Gestão por Resultados
Ciclo PDCA
Comparação
resultados obtidos Definir metas
X esperados
Atuar corretivamente
em função dos
resultados Definir métodos
Action Plan ou
Standard
Check Do
Educar / Treinar
Verificar os resultados
do processo
(indicadores de
processo)
Executar
99
Dinâmica do sistema – ciclo do PDCA: Planejamento (estratégico e tático), execução
(do), controle e avaliação dos resultados
4. Avaliação: permite uma forma de revisão global por meio da avaliação dos
objetivos/resultados gerais alcançados, proporcionando informações valiosas
para o estabelecimento de novas metas a serem atingidas no planejamento do
ano seguinte. É o momento de reavaliar o ambiente e a validade das premissas
iniciais, e também deve contar com todos os envolvidos no processo.
100
Observe o esquema que demonstra o gerenciamento da evolução e mudança contínua
propiciada pelo ciclo PDCA, demonstrando a melhoria e evolução dos processos.
Resultado
Tempo
Produto
Atual (Standard) Novo
Desenvolvimento
Atual Penetração do de novos
(Standard) atual mercado produtos /
Serviços
Mercado
Diversificação:
Desenvolvimento Novos produtos /
Novo de novos serviços
mercados
Novos mercados
101
6 Conclusão
Por sua vez, indicadores de controle ou processo medem o grau de cumprimento das
atividades realizadas através dos meios disponibilizados, durante a implementação da
atividade, permitindo controle e correção de problemas. Por exemplo em um curso,
um teste parcial é um indicador de processo, pois dá informações se a aprendizagem
está ocorrendo ainda durante o desenrolar do curso. No serviço de lavanderia, alguns
indicadores de processo podem ser o consumo de sabão e de energia, o número de
funcionários e máquinas empregados, o tempo médio de lavagem e de secagem etc.
Os indicadores de processo medem eficiência.
Glossário
102
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A Gestão por Resultados é
definida como um sistema de gestão em que os trabalhadores/
colaboradores e os gestores de topo definem, em conjunto,
qual é o objetivo final do seu trabalho, em termos de
resultados a serem obtidos.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
103
Referências
ALBRECHT, Karl. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron
Books, 1992.
DA SILVA, Márcio José. Qual é a fórmula do sucesso para se prever o futuro? Trabalho
de conclusão de curso de graduação em Administração de Empresas - Instituto de
Ensino Superior Cenecista. Unaí – MG, 2000.
104
_____. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LOCKE, E. A.; BRYAN, J. F. The Effects of Goal Setting, Rule LEarning, and Knowledge
of Score on Performance. American Journal of Psychology, n. 79, p. 451-457, 1966.
WALLACE, Thomas F. Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre. São Paulo:
Harbra, 1996.
105
Gestão
Estratégica com
Foco em
Resultados
MÓDULO 3
UNIDADE 5 | GESTÃO
ESTRATÉGICA DE SERVIÇOS
107
Unidade 5 | Gestão Estratégica de Serviços
gg
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fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços de saúde no
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108
setores da economia formal ainda realizam procedimentos arcaicos e unilaterais,
inimagináveis numa época de concorrência global acirrada e que denotam falta de
comprometimento em direção a uma relação duradoura com seus consumidores.
Thomas F. Wallace, em seu livro “Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre”
(1996), apresenta uma constatação que se encaixa perfeitamente em grande parte das
empresas que atuam na prestação de serviços, pelo menos no Brasil:
Essa frase, que ironiza a desvalorização de muitas organizações no trato com seus
clientes, nos leva a concluir que a distância entre o discurso da qualidade de atendimento
e a prática da mesma, apesar dos esforços já empreendidos pelas organizações, ainda
é grande.
Albrecht (1992) acredita que quanto mais tempo uma organização atua em um
determinado ramo, maiores são as chances de que ela não conheça realmente o seu
cliente. Isso porque é comum para os administradores passarem vários anos operando
com base em adivinhações intuitivas, supondo que “sabem exatamente” o que seus
clientes comprarão ou não. Até por questões de ego ou de vaidade pessoal, pode
ser difícil para muitos executivos aceitarem a ideia de ser necessário investigar as
percepções de seus clientes a respeito de produtos e serviços.
109
2 Dimensões da Qualidade de Serviços
Wallace cita Noriari Kano (1996), autor de vários artigos sobre Qualidade no Japão,
apresenta as três dimensões da qualidade de serviços:
110
3 Qualidade de Atendimento com Indicador da Qualidade
de Serviços Prestados
111
A opinião do cliente é fator relevante para a melhoria do processo de qualidade no
atendimento. É preciso conhecer suas necessidades para implementar mudanças que,
efetivamente, representem soluções em termos de resultados, e não apenas ligadas a
alterações administrativas que infelizmente, nem sempre agregam valor ao serviço
prestado. Não se deve abrir mão de um sistema de informações que capte as impressões
dos clientes.
• o que a organização está fazendo, que é necessário que faça, e que está ótimo;
• o que a organização está fazendo, que é necessário que faça, e que não está
satisfatório ou adequado, ou seja, que deve ser aprimorado;
• o que a organização está fazendo, e que não está sendo percebido pelo cliente,
ou seja, não está agregando valor ao serviço;
112
• o que a organização não está fazendo, mas que deveria fazer, pois é uma
necessidade expressa ou esperada pelos seus clientes.
Há muito tempo a denominação vulgarmente conhecida como “um bom cliente” tem
sido utilizada para definir o cliente que consome muito, paga, pergunta pouco e não
reclama. Certamente, este perfil de cliente está cada vez mais distante da realidade.
Primeiro porque a escassez de trabalho e dinheiro resulta em poucas pessoas com
elevado poder de consumo. Segundo, porque o consumidor está aprendendo a
perguntar mais para errar menos, está cada vez mais cauteloso e pode adquirir produtos
e serviços de fornecedores do mundo inteiro a preços acessíveis, e prefere o melhor.
113
Segundo Albrecht (1992), as organizações ainda estão condicionadas a pensar sobre
sua prestação de serviços de forma fragmentada, ou seja, em termos de departamentos
organizacionais ou especialidades que precisam operar para que o serviço seja prestado.
Mas o cliente raramente pensa em departamentos ou especialidades. Ele geralmente
pensa em uma necessidade que precisa ser atendida e que, para isso, precisa tomar
alguma iniciativa. O cliente pensa em resultados, enquanto a organização pensa em
processos ou procedimentos.
114
A qualificação de atendentes (pessoal da “linha de frente”) para a melhoria da
prestação de serviços tem efeito energizador temporário, mas raramente produz
resultados duradouros caso não haja uma cultura apropriada para apoiar e sustentar
o comportamento dos funcionários e para alterar estruturas em favor da melhoria dos
serviços prestados.
ee duradouros quando:
115
Investir em qualificação é fundamental para a evolução e desenvolvimento de qualquer
organização. As organizações são as pessoas que nela trabalham, e é preciso investir
na educação e na conscientização, em todos os seus níveis. Mas acreditar que ministrar
treinamentos comportamentais para a “linha de frente” é o suficiente para garantir a
qualidade de atendimento é uma visão ainda restrita e descompromissada da questão.
Logo, administrar serviços é um enfoque organizacional global que vai muito além do
que as empresas têm adotado para atuar nos setores de prestação de serviços.
Pense nisso: o que você tem feito para melhorar, efetivamente, a qualidade de serviços da
sua organização – do ponto de vista do cliente?
116
6 Gestão da Qualidade em Serviços como Diferencial
Estratégico
O dinamismo dos serviços, a necessidade de ser flexível face aos variados interesses
de seus clientes, as grandes mudanças proporcionadas pelo mercado e ainda a
intensificação da concorrência são motivos para se investir em modernização da gestão
dos serviços.
• os clientes.
117
de serviço, o único símbolo de comprometimento com a satisfação das necessidades
dos clientes. Funciona como uma “ouvidoria” de reclamações, pouco contribuindo para
a mudança a partir das reclamações e solicitações dos clientes.
• prioridades equivocadas;
• falta de foco;
118
A preocupação para a adequação do modo de gestão do empregado nas organizações
de serviços tem sido recente. Verifica-se uma série de resistências, preconceitos
e desinformação a respeito da gestão da qualidade em serviços. A maioria das
organizações prestadoras de serviços apresenta problemas de gestão bastante
comuns. Vale ressaltar que, face às características das atividades de serviços, observa-
se que:
• a maioria dos sistemas gerenciais não estão construídos para garantir um bom
atendimento, mas para preservar a instituição.
hh
A necessidade de comprometimento da alta administração é
necessária porque, segundo Albrecht (1992) os sistemas podem
ser os inimigos do serviço.
119
Muitos dos problemas de qualidade baixa ou medíocre de
120
Uma das primeiras coisas a serem feitas em qualquer programa importante de
qualidade de serviço é examinar o projeto dos sistemas que afetam a percepção do
serviço pelo cliente, seja direta ou indiretamente. Um sistema com impacto sobre o
cliente é qualquer estrutura, procedimento, método ou regra da organização que
gera um resultado que pode ser percebido pelo cliente. Eles incluem as estruturas
organizacionais os sistemas de dados, os veículos de informação ao cliente e os ciclos
de serviço (sequência completa de eventos a que o cliente é submetido para que sua
necessidade seja atendida).
121
7 Fidelização de Clientes: a Chave para a Sobrevivência
Organizacional
122
O único componente capaz de gerar a vida de um negócio é o cliente. Se existe um
interessado em um produto ou serviço, existe uma relação de demanda e de atendimento
a essa demanda, existe um negócio e, por que não, existe uma organização. O cliente
é o maior ativo de uma instituição. É o único capaz de desestruturar tudo: esvaziar
edifícios, parar máquinas, demitir funcionários. Basta não querer mais o seu serviço ou
seus produtos. É simples assim. E o cuidado no sentido de atender bem aos clientes
já conquistados parece ainda ser de suma importância, apesar de nem sempre ser
devidamente valorizada.
Que instituição consegue manter-se presente por um prazo tão longo na vida útil de uma
pessoa, incluindo seus dependentes? Certamente, poucas.
Por isso, fidelizar clientes é, para quem presta serviços, por exemplo, de saúde, educação
continuada, cultura e lazer – atividades que podem ser oferecidas e utilizados durante
toda a vida – uma garantia de captação de recursos, de relacionamento e de parcerias
por um longo período de tempo.
123
Essa vantagem ainda não tem sido aproveitada em sua totalidade, provavelmente por
falta de uma cultura de atendimento onde manter o relacionamento e a parceria com
o cliente, o maior ativo de qualquer empresa, venha em primeiro lugar. O reduzido
aproveitamento dessa oportunidade de relacionamento, além de representar perda
de negócios, implica em altos custos no equilíbrio quantitativo de uma carteira de
clientes rotativa, pois, de acordo com estudos realizados, uma organização gasta, em
média, seis vezes mais para atrair novos clientes do que para manter os antigos.
Glossário
124
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Para a qualidade de serviços é
necessário estabelecer mecanismos de medição que levem
em conta o processo fundamentalmente humano de geração
e entrega desse bem.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
125
Referências
ALBRECHT, Karl. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron
Books, 1992.
DA SILVA, Márcio José. Qual é a fórmula do sucesso para se prever o futuro? Trabalho
de conclusão de curso de graduação em Administração de Empresas - Instituto de
Ensino Superior Cenecista. Unaí – MG, 2000.
126
_____. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LOCKE, E. A.; BRYAN, J. F. The Effects of Goal Setting, Rule LEarning, and Knowledge
of Score on Performance. American Journal of Psychology, n. 79, p. 451-457, 1966.
WALLACE, Thomas F. Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre. São Paulo:
Harbra, 1996.
127
UNIDADE 6 | MOTIVAÇÃO E
EMPOWERMENT
128
Unidade 6 | Motivação e Empowerment
1 Introdução
129
2 Teorias Motivacionais Contemporâneas
130
• Resultado da interação entre o indivíduo (suas aspirações, seus
valores e interesses) e uma determinada situação.
David McClelland (1961), defensor da Teoria da Motivação pelo Êxito e/ou Medo,
destaca três motivos (necessidades) ou fatores motivacionais que orientam a dinâmica
do comportamento humano.
131
NECESSIDADE MEIO DE SATISFAÇÃO
Realização competir como forma de auto avaliação
Afiliação relacionar-se cordial e afetuosamente
Poder exercer influência
132
A necessidade de afiliação está relacionada à ambição de ser apreciado e aceito pelos
outros. Indivíduos com alta necessidade de afiliação preferem situações de cooperação
mútua em vez de competição, e podem apresentar comportamentos corporativistas,
pois o sentido de pertença e a manutenção de relações interpessoais amistosas e
fortes é o que norteia seu comportamento.
Essa teoria equivale aos níveis mais elevados da hierarquia de Maslow e se aproxima
dos fatores motivacionais de Herzberg e, a exemplo deles, ainda não teve seus
pressupostos comprovados cientificamente.
133
Na década de 1960, tentando verificar o poder de generalização desse princípio,
Locke e Bryan (1966) desenvolveram uma pesquisa para comparar o desempenho de
dois grupos: um com uma meta específica a ser alcançada e o outro sem uma meta
específica. Comparando a diferença de desempenho dos dois grupos, os pesquisadores
verificaram que o grupo que compartilhou uma meta específica obteve um ganho de
desempenho maior que o grupo sem meta específica. Outra descoberta interessante
foi a de que o estabelecimento de metas específicas influenciou também a intensidade
dos esforços empregados.
134
hh
Mas para que as metas realmente motivem, devem ser tomados
alguns cuidados:
135
(táticos) e em objetivos setoriais ou até individuais (operacionais), estabelecendo um
processo de hierarquia de objetivos para os diversos níveis, procurando aplicar, na
prática, a teoria motivacional de Locke.
Alguns críticos da gestão por resultados alertam sobre alguns aspectos comportamentais
negativos já observados pela adoção de metas:
• Metas específicas às vezes são tratadas como teto e não como piso, criando um
efeito limitante.
• Metas específicas podem reduzir o potencial das pessoas, por dissuadirem seus
esforços de melhoria constante.
hh
No entanto, há consenso sobre os benefícios da gestão por
resultados no moral e na motivação das pessoas, pois ajuda
em:
136
• contribuir para identificar necessidades de treinamento e
desenvolvimento, propiciando um ambiente de crescimento
pessoal;
É claro que toda teoria ou modelo administrativo tem seus pontos fortes e fracos. Por
isso é cada vez mais importante o papel e as habilidades do gestor – na compreensão
do contexto, das pessoas, dos sistemas, das mudanças, e como aplica seus talentos na
orquestração de todos esses fatores para a obtenção de resultados.
3 Empowerment
Antes de definirmos o que é empowerment, cabe lembrar que toda ação gerencial
ou modelo de gestão é resultado de uma determinada concepção do homem, mesmo
que inconsciente, que se reflete na forma como analisamos e julgamos suas relações,
tendências, aspirações, comportamentos etc. Douglas McGregor (1960) constatou
que existem basicamente duas concepções antagônicas que fundamentam inúmeras
práticas organizacionais atualmente adotadas, denominando-as de X e Y.
137
O estilo administrativo e motivacional orientado por essa
138
É na concepção de homem da teoria Y que o empowerment se
fundamenta. O empowerment pode ser definido como o
“empoderamento” ou concessão de poder, e baseia-se nos
pressupostos de Kanter, que considera que as organizações que
dão mais poder e autonomia aos seus trabalhadores, reduzindo
os níveis decisórios, são as que melhor se posicionam a longo
prazo. O sucesso por meio do empowerment se deve não apenas
à delegação do gestor, mas também à construção de ambientes
organizacionais que propiciam o desenvolvimento e as iniciativas
de seus colaboradores, em oposição a organizações cuja cultura
valoriza a centralização do poder, das decisões e o paternalismo.
139
O papel dos gestores tem sido reavaliado e remodelado. Os
Dessa forma, os gerentes também estão tendo que aprender a abrir mão do controle
excessivo e de dizer exatamente como as coisas devem ser feitas, e os funcionários
estão aprendendo a ter autodisciplina, a responsabilizar-se sobre suas ações, decisões
e resultados do trabalho. É o retorno da significação do trabalho, o que acarreta em
uma diferença qualitativa no impulso motivacional da organização com benefícios
inestimáveis. Mas esse é um processo de mudança lento e que deve ser acompanhado
do necessário desenvolvimento das pessoas – colaboradores e gestores.
140
A tabela mostra as diversas modalidades de delegação.
141
b. Alguns benefícios da delegação e do empowerment
• Melhora a qualidade das decisões operacionais, que são tomadas pelas pessoas
que conhecem as tarefas e possuem mais conhecimentos específicos
• As chefias devem ser produtivas, portanto, delegar não significa livrar-se de tarefas
ou de responsabilidades, mas sim atribuir níveis de tarefas, responsabilidades e
autoridade, inclusive para si mesmo;
142
A motivação decorrente do empowerment é uma construção da gestão, não um
resultado garantido. Apesar do empowerment estar cada vez mais associado à
responsabilidade individual e organizacional dos colaboradores, à construção da
cidadania, ao retorno da significação, do domínio e da realização do homem por meio
do trabalho, é raro encontrar práticas organizacionais que suportem esses conceitos.
Glossário
143
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Inicialmente, a motivação é
condicionada pela busca da satisfação de uma necessidade
do indivíduo.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
144
Referências
ALBRECHT, Karl. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron
Books, 1992.
DA SILVA, Márcio José. Qual é a fórmula do sucesso para se prever o futuro? Trabalho
de conclusão de curso de graduação em Administração de Empresas - Instituto de
Ensino Superior Cenecista. Unaí – MG, 2000.
145
_____. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LOCKE, E. A.; BRYAN, J. F. The Effects of Goal Setting, Rule LEarning, and Knowledge
of Score on Performance. American Journal of Psychology, n. 79, p. 451-457, 1966.
WALLACE, Thomas F. Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre. São Paulo:
Harbra, 1996.
146
UNIDADE 7 | PAPEL E PERFIL DO
GESTOR NAS ORGANIZAÇÕES
CONTEMPORÂNEAS
147
Unidade 7 | Papel e Perfil do Gestor nas Organizações
Contemporâneas
1 Introdução
148
Dessa forma, os estilos de gestão exclusivamente centralizadores e autoritários do
passado, restritos apenas às ferramentas gerenciais fornecidas pela razão e pela lógica
matemática, estão sendo ampliados, migrando para formas onde é dada mais ênfase à
delegação e participação.
2 O Papel do Gestor
149
2.1 Ciclo do Gerenciamento
Organizar
Planejar Implementar
Monitorar
150
A atuação do gestor nesses subsistemas é integrada, e os resultados das mudanças em
cada um deles afeta o sistema como um todo, de modo sinérgico.
Interrelação dos subsistemas organizacionais
Administrativo Econômico
Estrutural Tecnológico
Objetivos
Informativo Humano
Decisório Social
Forças Externas
151
Esta complexa atuação do gestor ainda é racional e tradicional, pois centraliza todas as
possibilidades de atuação em torno de sua competência exclusiva (mesmo que ajudado
por equipes ou assessores) com ênfase na eficiência do sistema – resolver problemas
e aproveitar oportunidades.
De outro lado, temos um modelo de atuação do gestor mais envolvido com a eficácia,
onde as tarefas de planejar, organizar, implementar e monitorar são partilhadas nos
diversos níveis da organização. Ao gestor cabe a análise externa, a investigação de
problemas e a descoberta de oportunidades, numa abordagem prospectiva, assim
como tratar de questões estratégicas (o que deve ser feito?), enquanto sua equipe é
responsável em decidir o “como” deve ser feito.
152
A complexidade do papel do gestor está em integrar esses modelos aparentemente
paradoxais para uma organização eficaz/eficiente, onde as coisas certas são feitas da
melhor maneira, com graus de descentralização e centralização contingenciais (e não
estruturais). O papel de quem dirige a organização, neste modelo, é o de líder-gestor
– o que impele à descoberta de novas oportunidades e auxilia na sua implementação.
A ele cabe catalisar a construção de uma visão orientadora participando da construção
do significado da organização, criar uma cultura de mudança contínua (em oposição
aos “surtos” de mudança) fomentando a aprendizagem e a investigação organizacional
e obter resultados por meio do aproveitamento efetivo das oportunidades,
realimentando todo o processo. Assim, o papel do gestor está em equilibrar os níveis
da administração (efetividade da organização), em desenvolver pessoas e processos
(aprendizagem organizacional contínua) por meio de liderança (aspectos relacionais
para a adesão de uma visão de futuro compartilhada).
Papel do
Gestor
3 O Perfil do Gestor
• Conhecimento do negócio
• Conhecimento técnico-administrativo
153
• Ética e responsabilidade social
• Pensamento estratégico
• Criatividade
• Visão de conjunto
4 Liderança
O poder instituído pela chefia (autoridade formal), apesar de ser essencial à gestão,
pois lhe atribui a competência no sentido de estabelecer as prerrogativas da função,
tem sido insuficiente para responder à complexidade dos desafios e situações que se
apresentam. A liderança aparece, então, como ferramental indispensável do gestor
bem-sucedido. Sem liderança não é possível comprometer ou empreender mudanças.
154
A liderança pode ser definida como a capacidade de alguém em influenciar pessoas
que, por vontade própria, seguem suas ideias ou determinações. Portanto, não existe
líder sem liderados, ou seja, é a existência de liderados que denota a existência de um
líder.
A evolução dos estudos da liderança tem analisado a questão por meio de várias
abordagens, conforme veremos a seguir.
• a democrática: em que as decisões são tomadas pela chefia após ouvir sua equipe
e com a concordância desta; e
155
• o dirigente, que procura criar uma direção e influenciar as pessoas a segui-la;
c. Enfoque situacional
156
• o nível de prontidão do liderado (maturidade) para o desempenho de uma
determinada tarefa ou para o alcance de um objetivo em determinada situação; e
157
Analise o quadro que exemplifica a alternância de comportamentos na liderança
situacional.
Liderança situcional
Compartilhar Persuadir
E3 E2
Comportamento de
relacionamento
E4 E1
Delegar Determinar
Comportamento de tarefa
Maduro Alta Moderada Baixa Imaturo
M4 M3 M2 M1
158
M4 – Maturidade alta. As pessoas neste nível de maturidade apresentam
capacidade e disposição para assumir responsabilidades. Como possuem os
conhecimentos e habilidades para realizar a tarefa e estão motivados a realizá-
la, não necessitam de incentivos ou comunicação acima do normal, nem de
diretividade operativa. Comportamento sugerido: E4 – Delegar.
5 Coaching
159
Cabe ao coach (o treinador) informar, motivar, guiar, inspirar e apoiar os participantes,
auxiliando na promoção de mudanças entendidas como necessárias, em comum
acordo com o grupo, com o objetivo de ajudar a melhorar do desempenho pessoal
e organizacional para o alcance de resultados, sendo considerada uma atividade de
liderança externa consentida.
Glossário
160
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Devido à alta complexidade do
papel de analista estratégico e administrador de mudanças
orientado para resultados, o perfil do gestor envolve o
pensamento estratégico entre outras características.
Verdadeiro
( ) Falso
( )
Verdadeiro
( ) Falso
( )
161
Referências
ALBRECHT, Karl. Serviços com Qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron
Books, 1992.
DA SILVA, Márcio José. Qual é a fórmula do sucesso para se prever o futuro? Trabalho
de conclusão de curso de graduação em Administração de Empresas - Instituto de
Ensino Superior Cenecista. Unaí – MG, 2000.
162
_____. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
LOCKE, E. A.; BRYAN, J. F. The Effects of Goal Setting, Rule LEarning, and Knowledge
of Score on Performance. American Journal of Psychology, n. 79, p. 451-457, 1966.
WALLACE, Thomas F. Como Conquistar Clientes e Mantê-los para Sempre. São Paulo:
Harbra, 1996.
163
Gabarito
Questão 1 Questão 2
Unidade 1 V F
Unidade 2 V F
Unidade 3 V F
Unidade 4 V F
Unidade 5 V F
Unidade 6 V F
Unidade 7 V F
164