Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
formais e informais
RESUMO
__________________________
1 Curso de Formação de Of iciais Aviadores da Academia da Força Aérea. E -mail:
diegoeslima18@gmail.com
2 Graduação em Comunicação Social Publicidade Propaganda pela Fundação Universidade Regional
de Blumenau (1998), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba
(2003) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba (2010). E-
mail: danielledm@fab.mil.br
INTERNAL COMMUNICATION IN MILITARY ORGANIZATIONS: formal and
informal networks
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
1.1 A Comunicação
sociedade, e criar uma flexibilidade que permita que se antecipem aos modelos
diferentes de relacionamentos que existem entre as pessoas (NASSAR, 2004). Sem
esquecer de integrar todos os colaboradores para que a organização alcance seus
objetivos, cumpra suas metas e atenda seus públicos com eficiência e eficácia.
A grande dificuldade das organizações é fazer com que as informações
cheguem de forma clara aos seus colaboradores. A comunicação interna precisa ser
mais do que uma simples troca de informação, para que não existam falhas neste
processo, o que pode gerar conflitos dentro da organização. Ela aumento os esforços
para que todos criem identidade com a organização, criando maior comprometimento
e satisfação dos profissionais envolvidos (MAIA, 2011, p.09).
Maia também cita que d iante deste contexto, percebe-se a necessidade de que
o colaborador se sinta parte da organização, uma vez que o capital humano faz parte
do seu patrimônio e para isso uma comunicação aberta e acessível auxilia a tornar o
seu público interno mais coeso com os valores estabelecidos pela organização.
É necessário que se faça uma análise do clima organizacional, buscando
avaliar a forma com a qual a empresa é percebida por seus colaboradores e analisar
também a percepção da comunicação interna junto a eles. Este levantamento
possibilita a identificação dos principais obstáculos à eficácia da comunicação
organizacional, bem como sugerir alternativas que minimizem essas barreiras. Com
base nestas informações a empresa pode aperfeiçoar os canais de comunicação
existentes para auxiliar na redução das falhas na compreensão das mensagens, com
a intenção de facilitar a integração do colaborador com a organização (M AIA, 2011,
p.10).
O trabalho em equipe está intimamente relacionado com a comunicação
interna. Isto significa que, tanto a diretoria quanto todos os empregados, estão
envolvidos nesse processo. A política da comunicação interna visa integrar
departamentos. As estratégias devem ser bem definidas e transparentes, o que
9
significa manter o diálogo entre os níveis mais altos e os mais baixos, e propiciar a
criação de canais de comunicação livres e eficientes (CHIAVENATO, 2006).
A comunicação interna pode fazer parte ainda de uma política de
endomarketing. Muitas organizações, visando a motivação, adotam essa atividade.
Mas vale lembrar que o endomarketing se utiliza da comunicação interna, mas nem
toda a comunicação interna é endomarketing. Muitas vezes a comunicação apenas
informa questões mais técnicas, e não tem o caráter motivacional.
Segundo Bekin (2004, p. 2) “endomarketing são ações de marketing para o
público interno – funcionários – das empresas e organizações.” Usualmente, estas
ações são corporificadas em campanhas publicitarias que visam educar, motivar e
orientar os funcionários.
Conforme definição de Kotler (1998, p. 258), marketing interno e uma atividade
de “motivação dos empregados para que trabalhem como um time para prover
serviços de qualidade superior”. Já para o autor Fasti (1999, p. 7), “endomarketing
nasce na indústria de serviços e procura envolver todos os funcionários num esforço
único de aderências as estratégias da empresa com o propósito de gerar diferenciais
de qualidade na percepção do público-alvo”.
O processo de comunicação, a qualidade da comunicação, as funções que ela
desempenha e a influência dentro das organizações mostram que muito mais do que
transmitir uma mensagem, comunicação é a base não só de recursos humanos, mas
de toda uma cultura organizacional. Dessa maneira, as falhas devem ser evitadas,
visando maior eficiência na área da comunicação (RUGGIERO, 2002).
A comunicação interna flui por meio de duas redes presentes em todo sistem a
organizacional: a formal e a informal. Essas duas redes convivem simultaneamente e
estão interligadas. Importante criar meios de fazer com que as informações percorram
a rede formal de maneira adequada e monitorar os dados que circulam pelas redes
informais, a fim de que a comunicação organizacional seja de fato eficaz (WEILER,
2010).
Diferentemente das redes informais, a comunicação formal ocorre por meio dos
canais de comunicação existentes no organograma da empresa e deriva da alta
administração. As mensagens são transmitidas e recebidas dentro dos canais
formalmente estabelecidos pela empresa na sua estrutura organizacional. “Missão,
metas, objetivos, práticas e políticas operacionais, níveis de controle, tarefa,
departamentalização, todos são componentes observáveis, racionais e orientados
para as considerações da estrutura” (MARCHIORI, 2008, p.156).
A comunicação formal é aquela que se pode confiar em todas as informações,
pois são desenvolvidas e transmitidas pelos níveis estratégicos e gerenciais de uma
organização hierarquizada, visto que se trata de uma informação oficial.
Mas para que a comunicação interna formal atinja seu público alvo, o primeiro
passo é criar um clima sinérgico entre organização, políticas e os colaboradores, por
meio de canais e linguagem adequados às características dos diversos públicos
internos. Pois dentro de uma organização existe uma infinidade de diferentes grupos,
com necessidades particulares e que devem interagir de forma específica, exigindo
da organização uma postura crítica e aberta à comunicação permitindo a troca de
informações entre todos os níveis (PEREIRA, 2007).
A comunicação formal pode ser praticada em vários canais de comunicação
interna (figura 02), sendo que cada um terá uma utilização distinta, o que facilita na
hora de atingir os diferentes níveis da instituição. Pois a escolha dos canais errados
pode comprometer a eficiência da comunicação interna para com o desenvolvimento
organizacional.
No âmbito de uma organização hierarquizada, como na Força Aérea Brasileira,
deve ser analisada qual a melhor forma de se comunicar internamente na
organização, visto que existem vários canais de comunicação interna, como o Portal
na intranet, que divulga eventos; boletim impresso e Noticiário da Aeronáutica -
NOTAER, que divulga atos administrativos de interesse público interno; revista
Aerovisão, que ilustra fatos ou evento. E ainda, são realizadas as reuniões, e enviados
e-mails, e no caso da FAB, utiliza-se ainda o SIGADAER, que analisa a implantação
do Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos do COMAER.
Portanto, deve ser escolhido o melhor canal de comunicação de acordo com o objetivo
e o público que deve ser alcançado.
14
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Segundo Barbosa (2007), por outro lado, por transmitir todo tipo de mensagem ,
a comunicação informal não é muito confiável, pois têm em seu conteúdo mensagens
18
Gomes (2019) saliente ainda que neste processo, tanto as redes formais
quanto as informais possuem a sua importância específica, e o bom entendimento
entre as duas garante a produtividade da organização. Dessa forma, a principal
ferramenta para se manter esse equilíbrio é por meio da existência de um sistema de
informações interligado e eficiente.
O autor ressalta que apesar de as redes formais partirem do princípio da
hierarquia, com caráter por vezes autoritário, atualmente tem havido um diálogo cada
vez maior entre a diretoria e os colaboradores, o que dá um grande dinamismo ao
processo comunicacional. Mesmo assim, seu caráter unidirecional ainda é bastante
forte, já que geralmente as informações passadas expressam ordens dirigidas
descendentemente para toda a organização ou para algum de seus grupos. As redes
informais, ao contrário, por não terem linhas, sentidos ou direções estabelecidas,
fazem com que todos os membros da organização sejam possíveis fontes de
informação. Por possuírem um sentido mais dialógico e não hierárquico, essas redes
estimulam mais a participação dos colaboradores, pois fazem com que eles se sintam
ativos no processo comunicacional (GOMES, 2019).
Por conta disso, em muitos casos as redes informais acabam sendo mais
eficientes do que as formais, pois elas humanizam as mensagens passadas,
tradicionalmente transmitidas por meio de murais ou boletins, ao trazer a mesma
informação para a oralidade, ou seja, aproximando-se dos indivíduos (Gomes, 2019).
Além disso, de acordo com Macedo (1999), cada rede tem uma característica
e um foco de atuação diferente. Nesse caso, a organização formal é bastante eficiente
para lidar com os problemas previstos, enquanto que a organização informal tem
melhor capacidade para lidar com situações inesperadas. Neste caso, o contato
pessoal entre os colaboradores se faz fundamental para o bom resultado dessas
situações inesperadas. Ao se integrarem, ambas as redes conseguem resolver os
problemas comunicacionais da empresa em conjunto, cada uma valorizando a sua
força e respeitando o espaço de atuação da outra.
É por isso, de acordo com Gomes (2019), que a administração das
organizações precisa dialogar constantemente com suas bases, para que por meio
dessa aproximação, entenda-se quais são os anseios, desejos e insatisfações de
cada grupo, e desenvolver um meio mais eficaz de se comunicar com seus
colaboradores. Como é impossível que a diretoria acabe com as redes informais –
pois a sua existência é um fenômeno natural da convivência humana –, a única saída
20
é aprender a lidar com elas. Para que se possa captar o pleno potencial da rede formal
e se posa fazer uso construtivo da rede informal é necessário entender como se dão
os processos internos de comunicação para que se crie uma boa relação entre os
colaboradores e a organização, considerando e respeitando a cultura, as ideologias,
os interesses e as necessidades de cada um, incluindo os objetivos organizacionais,
missão, metas e valores.
Por outro lado, investir em comunicação interna é um requisito importante para
que a organização hierarquizada continue crescendo de forma sustentável.
Segundo a pesquisa feita pela Gatehouse (2017), dentre os vários tópicos
levantados, são apresentadas as principais barreiras que organizações de diversos
segmentos e portes enfrentam para tornar sua comunicação interna um sucesso,
mesmo com o aumento do número de organizações que entendem o propósito de
investir na área. Foram elencados e detalhados alguns dos pontos levantados na
pesquisa, mostrando como essas barreiras afetam as empresas e o que gestores
podem fazer para superar os conflitos causados (GATEHOUSE, 2017).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: como praticá-lo com sucesso. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2004.
CÉSAR, Ana Mari Roux Valentini Coelho. Comunicação e cultura organização. In:
Gestão estratégica em comunicação organizacional e Relações Públicas. /
Margarida Maria Krohling Kunsch, organizadora. – 2. Ed. – São Caetano do Sul, SP:
Difusora Editora, 2009.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 14. ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 23. ed. São Paulo:
Malheiros, 1998.
PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação Empresarial. 3 ed. São Paulo: Alínea, 2002.