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Desmatamento em

Áreas Protegidas
Reduzidas na Amazônia

Heron Martins
Elis Araújo
Mariana Vedoveto
Dyeden Monteiro
Paulo Barreto
2 | Desmatamento em Áreas Protegidas Reduzidas na Amazônia

RESUMO

ntre 1995 e 2013, o governo federal e os go- projetos hidrelétricos, em 42%. Em dez áreas avalia-
vernos estaduais de Rondônia, Mato Grosso das, cinco anos após a redução da proteção legal o
e Pará retiraram a proteção de 2,5 milhões de hec- desmatamento aumentou em média 50% em compa-
tares em 38 Áreas Protegidas (AP) – Unidades de ração com os cinco anos anteriores à perda de prote-
Conservação (UC) e Terras Indígenas (TI) – na ção. A expansão de infraestrutura como a construção
Amazônia Legal. As principais justificativas para isso de hidrelétricas e estradas, e políticas públicas que
foram ocupações, em 74% dos casos, e instalação de facilitam a ocupação ilegal de terras públicas na re-

gião sugerem que novas alterações podem ocorrer, o vo; ii) tornar a fiscalização de crimes ambientais mais
que aumenta o risco de desmatamento em APs. Para efetiva; iii) acelerar a integração econômica das UCs
garantir o sucesso das APs contra o desmatamento e à economia local; iv) regularizar a situação nas áreas
na proteção dos direitos das populações locais, reco- já ocupadas; e v) evitar perdas quando a alteração for
mendamos: i) combater o desmatamento especulati- inevitável.
3

Introdução

As Áreas Protegidas, em geral,  têm sido eficazes


contra o desmatamento na Amazônia Legal[1]. Porém, a
ocupação irregular dessas áreas e a instalação de projetos
de infraestrutura têm provocado iniciativas para reduzir
ou retirar a proteção legal (desafetação) de APs na re-
gião[2]. Até junho de 2010, cerca de 5 milhões de hectares
de APs foram desafetados e outros 8,6 milhões eram ob-
jeto de projetos de leis e ações judiciais[3].
As ocupações irregulares continuam a ocorrer em
APs na Amazônia, e representam risco de novas desafe-
tações. Isto porque o governo federal e governos estaduais
têm optado pela desafetação das áreas ocupadas ao invés
da remoção e indenização de ocupantes[4]. As APs com
conflitos fundiários são as que apresentam pior desempe-
nho no combate ao desmatamento[5]. Se os go-
vernos cederem a todas as pressões de desafeta- Concluímos
ção de áreas ocupadas em UCs, o Brasil perderá que, de fato, o
pelo menos 10 milhões de hectares de APs. Esta desmatamento
é uma estimativa do Instituto Chico Mendes de aumenta
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para após a perda de
áreas privadas dentro de UCs federais que ain- estima que mais de 50% da
proteção legal
da precisam ser desapropriadas e pagas em todo geração prevista no Plano
das APs.
o Brasil . No que se refere às TIs, a Fundação
[6]
Decenal de Energia entre
Nacional do Índio (Funai) não possui uma estimativa de 2017 e 2021 interfeririam em UCs ou TIs[12].
quantos hectares estão ocupados por não índios. Porém, Diante deste cenário, tornou-se essen-
só na Amazônia existem 53 TIs parcialmente ocupadas cial entender quais os efeitos dessa nova po-
por essas populações .[7]
lítica de desafetação de APs sobre o desma-
Outra ameaça às APs na Amazônia é a instalação tamento na Amazônia. Para isso, fizemos um
de projetos de infraestrutura, sobretudo para geração de balanço da área que perdeu proteção nos úl-
hidroeletricidade. Os complexos hidrelétricos do Ma- timos anos e buscamos entender o que ocorre
deira e do Tapajós motivaram a desafetação de APs
[8] [9]
com as florestas nessas áreas desprotegidas.
nos Estados de Rondônia e Pará. E, mais recentemente, Concluímos que, de fato, o desmatamento
o governo federal anunciou a construção de duas usinas aumenta após a perda de proteção legal das
hidrelétricas (UHE) no rio Juruena, que também impli- APs, confirmando nossa hipótese, e a redução
carão na desafetação de APs . Este tipo de ameaça pode
[10]
das APs enfraquece a política de conservação
atingir largas proporções. Segundo o Ministério de Mi- florestal. Dessa forma, finalizamos o trabalho
nas e Energia (MME), 39% do potencial de geração de discutindo o que pode ser feito para evitar a
energia hídrica teria interferência direta em parques e flo- redução de APs e para compensar as eventu-
restas nacionais e em TIs[11]. Já o Instituto Acende Brasil ais reduções inevitáveis de UCs.
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Áreas Protegidas alteradas entre 1995 e 2013

Entre 1995 e 2013, 40 APs sofreram alteração veis por respectivamente 74% e 42% dos casos. Oito
de limites, envolvendo ampliações, revogações (de- casos (20%) tiveram justificativas múltiplas. A so-
safetação total da AP) e reduções (desafetação par- breposição de UCs com TIs (5%) e a construção de
cial). Trinta e quatro APs perderam em média 87,2 estradas (3%) também justificaram as alterações.
mil hectares, enquanto cinco ganharam em média Sessenta e sete por cento das APs alteradas
96,5 mil hectares. Houve eliminação de sobreposi- eram UCs estaduais, 28% eram UCs federais e 5%,
ção entre UCs e entre UCs e TIs no total de 2,9 TIs. Os Estados do Pará e Rondônia concentraram
milhões de hectares. O balanço final foi a perda lí- mais de 80% das APs alteradas e mais de 50% da
quida de 2,5 milhões de hectares de 38 APs (Figura área total desafetada. As UCs de uso sustentável
1). Mesmo que este número represente apenas 1% foram as que mais perderam área, 84% do total; e
da área total de APs na Amazônia Legal, trata-se de as UCs de proteção integral e as TIs contribuíram
um precedente preocupante. com o mesmo percentual, 8% cada. O Apêndice 1
As principais justificativas das alterações fo- contém detalhes sobre o tipo de alteração e a área
ram ocupações e a instalação de UHEs, responsá- alterada de cada uma das APs estudadas.

2,5
Milhões de hectares

Figura 1.
Hectares desafetados
por ano (não
1,5
incorporados
a outras Áreas
Protegidas) e
cumulativo (área
desafetada líquida)
na Amazônia Legal
1
entre 1995 e 2013.

0,5

0
1995 1996 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Anual Cumulativo
5

Desmatamento nas
áreas alteradas,
remanescentes e do
entorno

Avaliamos o impacto das alterações de APs


sobre o desmatamento considerando um período de
5 anos antes e 5 anos depois das alterações. Para isso,
consideramos os casos em que houve desafetação
parcial ou total de AP, e, entre eles, os casos em que as
áreas foram destinadas à ocupação, projetos hidrelé-
tricos e estradas. Além disso, consideramos os casos
em que as áreas desafetadas foram recategorizadas
como Áreas de Proteção Ambiental (APA), que é
um tipo de UC de menor proteção, que permite a
existência de propriedades privadas em seu interior.
Dentro desse grupo, avaliamos a taxa de desmata-
mento em 10 APs que sofreram redução ou revoga-
ção entre 2003 e 2011 na Amazônia
Legal (Figura 2). Avaliamos a taxa de ...avaliamos a taxa
desmatamento nas seguintes zonas: de desmatamento
• Área alterada: área da AP que so- em 10 APs que
freu perda ou redução da proteção sofreram redução
legal. ou revogação entre
• Área remanescente: área da AP
2003 e 2011 na
que não perdeu ou teve sua prote-
Amazônia Legal.
ção legal reduzida.
• Área de entorno: área no raio de 10 quilômetros a
partir dos limites da AP, antes da perda ou redu-
ção da proteção legal.
A partir dos dados do Projeto de Monitora-
mento do Desmatamento na Amazônia Legal por
Satélite (Prodes), calculamos a taxa média de des-
matamento para cada zona acima para 5 anos antes
e 5 anos depois da alteração legal.
Não analisamos as APs anteriores a 2003 e pos-
teriores a 2011 devido à falta de uma série temporal
de desmatamento para esses períodos. Também ex-
cluímos da análise duas APs do período de 2003 a
2011 por falta dos limites anteriores à alteração.
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Figura 2.
Áreas
Protegidas
reduzidas e
revogadas entre
1995 e 2013 na
Amazônia Legal.
Na tabela,
as 10 Áreas
Protegidas
analisadas
quanto ao
desmatamento.

Tipo de Área Nome da Área Ano da Área


Protegida Protegida alteração desafetada (ha)
1 TI Baú 2003 303.038

2 TI Apyterewa 2004 202.440

3 Flona Bom Futuro 2010 182.643

4 FERS Rio Madeira A 2010 63.812

5 PES Xingu 2003 39.439

6 Esec Rio Ronuro 2005 29.795

7 Esec Antônio Mugica Nava 2010 18.281

8 Esec Serra dos Três Irmãos 2010/2011 12.401

9 Resex Jaci-Paraná 1996/2011 7.636

10 PES Araguaia 2006 6.830


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Nos cinco anos após a alteração legal das dez da desafetação, a taxa média de desmatamento nas
APs avaliadas, houve um aumento expressivo das áreas alteradas foi 1.116% maior do que nas áreas
taxas de desmatamento nas áreas alteradas em com- que continuaram protegidas.
paração com o mesmo período antes da alteração As áreas remanescentes apresentaram valores
(Figura 3). Nos cinco anos antes da desafetação, as de desmatamento inferiores às demais categorias
taxas flutuaram fortemente, e atingiram a média de (com taxas inferiores a 1%) e com menor variação
2%/ano; enquanto que após a desafetação, as taxas ao longo dos anos, mesmo após as alterações. Isto
subiram e atingiram a média de 3%/ano nas áreas evidencia a importância das APs para a manutenção
alteradas. Assim, a desafetação contribuiu para o da cobertura florestal e conservação da sociobiodi-
aumento de 50% de crescimento da taxa de des- versidade que abrigam.
matamento. É essencial notar que cinco anos antes As áreas de entorno apresentaram desmata-
da desafetação, a taxa média do desmatamento nas mento superior às áreas remanescentes em todo o
áreas alteradas (ainda protegidas naquela época) era período analisado (com taxas entre 1% e 2%). Tal re-
similar ao restante da área que permaneceu protegi- sultado justifica-se pelo fato de o entorno apresentar
da. Logo depois, a taxa média variou com tendência um nível de proteção legal inferior ao das APs. En-
de aumento. Isso indica o aumento de pressão de tretanto, o desmatamento apresentou uma redução
ocupação que não foi eficazmente contida pelo po- de 53% após a alteração das APs em comparação aos
der público e que resultou na desafetação. Depois 5 anos anteriores a alteração.

6%
Área alterada

Área remanescente
5%
Área de entorno

Figura 3. 4%
Taxa de desmatamento
anual antes e depois da 3%
desafetação das Áreas
Protegidas nas áreas
alteradas, remanescentes e 2%
do entorno.
1%

0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Na seção seguinte, apresentamos um caso de redução de AP para mostrar a influência dessa alteração
na dinâmica de desmatamento.
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O Caso da Terra Indígena Baú nistério Público Federal (MPF) de Santarém (PA),
a Funai, a Polícia Federal, a Prefeitura de Novo Pro-
A TI Baú perdeu mais de 300 mil hectares em gresso (PA), lideranças indígenas Kayapó, associa-
2003, após mais de uma década de conflitos entre ções de fazendeiros, posseiros e mineradores, com o
índios Kayapó, posseiros, madeireiros, mineradores propósito de pacificação[13]. Sem a proteção legal de
e políticos da região. Declarada de posse indígena que gozam as TIs e sem fiscalização, a área retirada
com 1,85 milhão de hectares em 1991, a TI teve sua da TI Baú sofreu intenso desmatamento nos anos
demarcação física impedida diversas vezes por pro- seguintes ao acordo (Figuras 4 e 5).
testos e ameaças a indígenas e a técnicos da Funai. Com base nesse acordo, o então Ministro da
Em 2003, a retomada da demarcação física da TI Justiça, Márcio Thomaz Bastos, assinou a Portaria
intensificou os conflitos, e um termo de conciliação nº.1.487/2003, que reduziu a TI Baú para 1.543.460
e ajustamento de conduta foi firmado entre o Mi- hectares. Esses novos limites foram ratificados quan-

Figura 4.
Terra
Indígena
Baú depois
de reduzida.
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5%
Área Remanescente
4%

Área Alterada 4%

Área de Entorno 3%
Figura 5.
3%
Taxa média anual do
2%
desmatamento nas zonas
analisadas antes e depois
2% da redução da TI Baú.

1%

1%

0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

do da demarcação e homologação da TI em 2008. A 2008. Em média, as taxas aumentaram 129% após a


redução da TI foi mantida apesar de a 6ª Câmara de desafetação.
Revisão e Conciliação do MPF ter anulado o acordo Já a área de entorno da TI apresentou uma di-
que a fundamentou ainda em 2003 e iniciado uma minuição de 25% do desmatamento após a desafeta-
ação judicial para anular a Portaria nº.1.487/2003 ção. E a área remanescente da TI praticamente não
(Ação Civil Pública nº.2004.34.00.011776-6)[14] em apresentou desmatamento ao longo do tempo.
2004. Essa ação judicial só foi sentenciada em 2010, Esse caso de redução de AP serve de alerta
e recebeu decisão desfavorável. O MPF apelou dessa para a situação de pressão em que se encontram ou-
decisão, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Re- tras APs na Amazônia. Até dezembro de 2013, cerca
gião (TRF1) ainda não julgou a apelação. de 3,2 milhões de hectares de nove APs eram ob-
Nos anos seguintes à redução da TI Baú, cons- jeto de projetos de lei no Congresso Nacional e de
tatamos um aumento das taxas de desmatamento na ações judiciais que visavam retirar sua proteção legal
área alterada da TI começando com 1% até 4% em (Apêndice 2).
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Discussão e recomendações

Nossa análise demonstrou que o desmatamen- regularizar a ocupação ilegal por meio de doação ou
to aumentou significativamente nas áreas desafetadas. por venda a preço abaixo do mercado, a exemplo do
Além do dano direto, a redução da área ou do grau de Programa Terra Legal[25]; e iv) quem desmata ilegal-
proteção de APs enfraquece a credibilidade da política mente raramente é punido[26]. Portanto, para deses-
de conservação e de direitos sociais de populações indí- timular a especulação, o poder público deveria coibir
genas e tradicionais. Por exemplo, as novas invasões às esse conjunto de práticas. A arrecadação eficaz do
Florestas Nacionais (Flona) de Roraima[15] e do Bom ITR e a venda de terras a preços de mercado para a
Futuro[16] foram estimuladas pelas reduções ocorridas regularização fundiária fora de APs ainda gerariam
em 2009 e 2010. Outro exemplo foi a desafetação de recursos financeiros que poderiam ser revertidos
85 mil hectares de florestas da Floresta Estadual (Flo- para a regularização fundiária em APs.
ta) do Paru (PA) em 2012[17], sob alegação de se tratar
de erro na delimitação da Flota[18]. Felizmente, em fe- Tornar a punição de crimes ambientais mais
vereiro de 2014, o Governo do Pará anulou a redução efetiva. Há um estoque enorme de áreas desmatadas
da Flota do Paru[19]. Porém, a definição final dessa área ilegalmente cujos criminosos continuam impunes. É
ainda dependerá dos resultados de um grupo de estu- preciso reforçar a aplicação de meios mais imediatos
do técnico criado pelo Governo do Pará para definir a e efetivos de punir como o confisco de bens e a lis-
melhor modalidade de uso e conservação desses 85 mil ta de áreas embargadas[27;28]. Por exemplo, é preciso
hectares da Flota que estão no município de Prainha. embargar áreas ilegalmente desmatadas e vistoriar as
A desafetação e outros motivos como o novo Código que já foram embargadas para impedir o seu uso e a
Florestal menos rigoroso também contribuíram para o continuação do dano. Em 2013, o Ibama não possuía
aumento de 28% no desmatamento em 2013[20]. Para um planejamento para vistoria das áreas embargadas.
garantir o sucesso das APs contra o desmatamento e na O órgão apenas vistoriava áreas embargadas próxi-
proteção dos direitos das populações locais é necessário mas a novos desmatamentos durante as operações
um conjunto de medidas preventivas e corretivas, que de fiscalização e respondia a denúncias[29]. Também é
estão resumidas a seguir.

Combater o desmatamento especulativo. O


desmatamento continua na Amazônia em parte por
causa da especulação fundiária – ou seja, é usado
pelo especulador para demonstrar a posse da terra.
O caráter especulativo, reconhecido pela atual Mi-
nistra do Meio Ambiente[21] e por pesquisadores, é
indicado pelo fato de que há 12 milhões de hectares
de pastos mal utilizados na Amazônia[22,23]. O des-
matamento especulativo prospera por vários mo-
tivos: i) o governo é ineficaz em cobrar o Imposto
Territorial Rural (ITR), que foi criado para inibir a
especulação[24]; ii) o poder público raramente retoma
a posse dessas terras, mesmo quando improdutivas
e em APs; iii) o poder público cria programas para
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preciso arrecadar as multas aplicadas aos criminosos. peito da situação fundiária nas UCs federais para
Uma auditoria do TCU mostrou que o Ibama arreca- o planejamento das ações de regularização[34]. O
dou 0,6% dos valores de multas aplicadas entre 1995 planejamento da regularização fundiária deve pre-
e 2009 em todo o país[30]. Além disso, é preciso buscar ver recursos para lidar com esse desafio, tais como
a recuperação ou reparação do dano ambiental[31,32]. aqueles provenientes de compensação ambiental e
da arrecadação pela venda de terras fora das APs.
Acelerar a integração econômica das Unidades Atualmente, alguns estados, como é o caso do Pará,
de Conservação à economia local. As UCs podem já contam com potencial substancial de arrecadação
contribuir com a economia local com atividades de recursos provenientes de compensação ambien-
como o turismo e exploração sustentável de recursos tal[35]. As TIs devem ter prioridade máxima, pois a
naturais[33]. Para tanto, os governos devem acelerar constituição veda a desafetação dessas áreas. As ex-
a conclusão de planos de manejo e concessões para periências recentes demonstram que somente uma
exploração de produtos (madeireiros e não madei- coordenação de alto nível dos Poderes da Repúbli-
reiros) e serviços (ecoturismo, pesca esportiva etc.). ca é capaz de garantir a atuação de todos os órgãos
necessários – Instituto Nacional de Colonização e
Regularizar a situação nas áreas já ocupadas. Reforma Agrária (Incra), órgãos estaduais de terra,
O foco inicial deve ser as APs em situação crítica Funai e forças policiais – para a remoção e realo-
de desmatamento e de conflitos.  Recentemente, o cação de populações que têm direito a assistência,
Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que como os clientes da reforma agrária[36].
em torno de 85% das UCs federais do bioma Ama-
zônia apresentavam problemas de re- Evitar perdas quando a alteração
gularização fundiária. O TCU então As TIs devem for inevitável. Quando as alterações fo-
recomendou ao ICMBio que realize ter prioridade rem inevitáveis por causa de ocupação já
levantamento de informações a res- existente ou por obras de infraestrutura,
máxima, pois
o poder público deveria evitar as perdas
a constituição
líquidas de proteção. Para tanto, as áre-
veda a as perdidas deveriam ser compensadas
desafetação com a criação ou ampliação de APs com
dessas áreas. valores equivalentes em termos de área e
riqueza ambiental e biológica. Entretan-
to, a regra deve ser a não redução de APs, com base
no princípio da proibição de retrocesso ambiental[37].

Agradecimentos:
Os autores agradecem a Adalberto Veríssimo,
Amintas Brandão Jr. e Carlos Souza Jr. por suas contri-
buições, a Glaucia Barreto por revisar o texto e a Fun-
dação Gordon e Betty Moore por financiar o estudo.

Fotos:
Paulo Barreto
12 | Desmatamento em Áreas Protegidas Reduzidas na Amazônia

No t as

[1]
Ver Arima, E.; Simmons, C.; Walker, R. & Cochrane, M. [12]
Instituto Acende Brasil. 2012. Boletim Energia nº 14: Povos
2007. Fire in the Brazilian Amazon: A Spatially Explicit Mo- Indígenas e o Setor Elétrico. Ano 2012. Disponível em: <http://
del for PolicyXPL Impact Analysis. Journal of Regional Scien- www.acendebrasil.com.br/br/boletim>. Acesso em: 23 jan. 2014.
ce, 47(3): 541-567; e Soares-Filho, B.; Moutinho, P.; Nepstad,
D.; Anderson, A.; Rodrigues, H.; Garcia, R.; Dietzsch, L.; [13]
Ministério Público Federal. 2013. Ação Civil Pública face
Merry, F.; Bowman, M.; Hissa, L.; Silvestrini, R. & Maretti, ao Despacho n° 271/2003 – MPF/PRDF/1º Ofício da Ordem
C. 2010. Role of Brazilian Amazon protected areas in climate Social/FG. Disponível em: <http://6ccr.pgr.mpf.mp.br/atuacao-
change mitigation. PNAS 2010. Publicado antes da impressão, do-mpf/acao-civil-publiva/docs_classificacao_tematica/ACP_
26 de maio. bau_Nulidade_de_portaria_que_exclui_porcao_de_terras_dos_
limites_da_area_indigena.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2013.
Araújo, E. & Barreto, P. 2010. Ameaças formais contra as Áreas
[2]

Protegidas na Amazônia. O Estado da Amazônia nº 16. Belém- A ação foi encaminhada da Justiça Federal do Distrito Federal
[14]

PA: Imazon, 6p. Disponível em: <http://bit.ly/PqcNJT>. para a de Santarém e recebeu novo número: 2005.39.02.000859-9.

[3]
Idem nota 2. [15]
Ministério Público Federal. Procuradoria da República em
Roraima. Assessoria de Comunicação. 2012. MPF/RR ingressa
[4]
Idem nota 2. com ação para combater invasão na Floresta Nacional de Roraima.
Notícia de 26 de abril de 2012. Disponível em: <http://amazonia.
Nolte et al. 2013. Setting priorities to avoid deforestation in
[5]
org.br/2012/04/mpfrr-ingressa-com-a%C3%A7%C3%A3o-pa-
Amazon protected areas: are we choosing the right indicators? ra-combater-invas%C3%A3o-na-floresta-nacional-de-roraima/>.
Environmental Research Letters. Acesso em 19 nov. 2013.

[6]
Vizentin, Roberto. 2013. Entrevista concedida à Daniele Bra- Bragança, D. 2013. Bom Futuro: morte de policial mostra pre-
[16]

gança, publicada em 03/09/13 no ((o))eco.”O passivo fundiário é cariedade da Flona. Notícia de 21/11/2013, publicada no ((o)) eco.
só a ponta do iceberg”, afirma Vizentin. Disponível em: <http:// Disponível em: <http://www.oeco.org.br/noticias/27780-bom-
bit.ly/1apJY3S>. futuro-morte-de-policial-mostra-precariedade-da-flona>. Acesso
em: 22 nov. 2013.
Informação fornecida por ofício pela Funai ao Imazon em maio
[7]

de 2013. A Flota do Paru foi reduzida pelo Decreto estadual nº 580 de


[17]

30 de outubro de 2012, publicado no DOE de 31/10/2012. Dis-


[8]
Governo do Estado de Rondônia. Departamento de Comu- ponível em: <http://www.ioe.pa.gov.br/diarios/2012/10/31.10.
nicação Social. 2009. Cassol fecha acordo para Reserva do Bom caderno.02.pdf>.
Futuro e compensação da Usina de Jirau. Notícia de 02/06/2009.
Disponível em: <http://www.rondonia.ro.gov.br/noticias.asp?i- [18]
Segundo nota técnica elaborada pela Conservação Interna-
d=6862&tipo=Mais%20Noticias>. Acesso em: 19 dez. 2013. cional, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola
e Instituto do Homem e do Meio (Consórcio Calha Norte) em
Araújo, E.; Martins, H.; Barreto, P., Vedoveto, M.; Souza Jr.,
[9]
24/01/2013 e encaminhada à Secretaria de Meio Ambiente do
C. & Veríssimo, A. 2012. Redução de Áreas Protegidas para a Estado do Pará, não houve erro na delimitação da Flota do Paru.
Produção de Energia (p. 14). Belém-PA: Imazon. Disponível em: Em 2008, os limites do município de Prainha foram alterados e
<http://www.imazon.org.br/publicacoes/outros/reducao-de-areas passaram a incluir parte da Flota. A parte desafetada da Flota é
-protegidas-para-a-producao-de-energia>. área de floresta, cuja destinação foi orientada pelo Macrozonea-
mento Ecológico-Econômico do Estado.
Valor Econômico. 2013. Governo vai reduzir mais unidades
[10]

de conservação. Notícia de 04/11/2013. Disponível em: <http:// [19]


O Decreto n.º 968 de 14 de fevereiro de 2014, publicado
amazonia.org.br/2013/11/governo-vai-reduzir-mais-unidades- no DOE de 18/02/2014, restaurou os limites originais da Flo-
de-conserva%C3%A7%C3%A3o/>. Acesso em: 05 nov. 2013. ta do Paru. Veja o decreto aqui: <http://www.ioe.pa.gov.br/dia-
rios/2014/02/18.02.caderno.01.pdf>.
[11]
Ministério de Minas e Energia (MME) e Empresa de Pesqui-
sa Energética (EPE). Matriz Energética Brasileira 2030. Brasília: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); Institu-
[20]

MME/EPE 2007. to Socioambiental (ISA); Instituto do Homem e Meio Ambiente


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da Amazônia (Imazon). 2013. O Aumento no Desmatamento na www.ibama.gov.br/noticias-2009/acoes-de-fiscalizacao-do-i-


Amazônia em 2013: um ponto fora da curva ou fora de controle? bama-e-de-parceiros-levam-a-queda-historica-de-desmatamen-
8p. Disponível em: <http://www.imazon.org.br/publicacoes/ou- to>. Acesso em: 06 fev.2014.
tros/o-aumento-no-desmatamento-na-amazonia-em-2013-um
-ponto-fora-da-curva-ou-fora-de-controle>. [29]
Conforme informações obtidas pelo Sistema Eletrônico do
Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC) em maio de 2013 e
[21]
Teixeira, I. 2013. Depoimento divulgado pelo jornal O Libe- entrevista realizada com servidor da Divisão de Controle e Fisca-
ral, em 18 de agosto de 2013, na matéria: “Ministra apresenta os lização da Superintendência do Ibama no Pará em junho de 2013.
gargalos para vencer o desmatamento no Pará”. Disponível em:
<http://noticias.orm.com.br/noticia.asp?id=666780&%7Cmi- Tribunal de Contas da União (TCU). 2012. Acórdão nº
[30]

nistra+apresenta+os+gargalos+para+vencer+o+desmatamento+- 1817/2010. Disponível em: <www.tcu.gov.br>.


no+par%C3%A1#.UrLy29JDv9W>. Acesso em: 18 ago. 2013.
[31]
Idem nota 26.
[22]
Barreto, P., & Silva, D. 2013. Como desenvolver a economia
rural sem desmatar a Amazônia? Belém-PA: Imazon. Disponí- [32]
Araújo, E.; Lima, A. C. & Barreto, P. 2012. Combate a crimes
vel em: <http://www.imazon.org.br/publicacoes/livros/como-de- ambientais em Áreas Protegidas no Pará. O Estado da Amazônia
senvolver-a-economia-rural-sem-desmatar-a-amazonia>. Acesso nº 22. Belém-PA: Imazon. Disponível em: <http://www.imazon.
em: 09 dez. 2013. org.br/publicacoes/o-estado-da-amazonia/combate-a-crimes
-ambientais-em-areas-protegidas-no-para>.
[23]
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Ins-
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 2013. TerraClass: [33]
Medeiros, R.; Young; C.E.F.; Pavese, H. B. & Araújo, F. F. S.
Levantamento de uso e cobertura da terra na Amazônia-2010. 2011. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a
Disponível em: <http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/su- economia nacional: Sumário Executivo. Brasília: Unep-WCMC,
mario_terraclass_2010.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2013. 44p.

Por exemplo, em 2002, o governo arrecadou apenas 6% do valor


[24]
Tribunal de Contas da União (TCU). 2013. Relatório de
[34]

potencial do ITR segundo um analista da Receita Federal. Auditoria Operacional. TC 034.496/2012-2. Grupo I – Clas-
se V – Plenário. Disponível em: <http://portal2.tcu.gov.br/
Brito, B., & Barreto, P. 2011. A regularização fundiária avan-
[25]
portal/page/portal/TCU/imprensa/noticias/noticias_arqui-
çou na Amazônia? Os dois anos do programa Terra Legal (p. 72). vos/034.496-2012-2%20-%20auditoria%20bioma%20amazonia.
Belém-PA: Imazon. Disponível em: <http://www.imazon.org.br/ pdf>. Acesso em: 11 dez. 2013.
publicacoes/livros/a-regularizacao-fundiaria-avancou-na-amazo-
nia-os-dois-anos-do-programa-terra-legal>. Acesso em: 05 dez. Pinto, I. C.; Vedoveto, M. & Veríssimo, A. 2013. Compensa-
[35]

2013. ção ambiental: oportunidades para a consolidação das Unidades


de Conservação do Pará (p. 53). Belém-PA: Imazon. Disponível
[26]
Barreto, P.; Mesquita, M.; Araújo, E. & Brito, B. 2009. A em: <http://www.imazon.org.br/publicacoes/livros/compensacao
Impunidade de Infratores Ambientais em Áreas Protegidas da -ambiental-oportunidades-para-a-consolidacao-das-unidades-
Amazônia. O Estado da Amazônia nº 13, Belém-PA: Imazon, 6p. de-conservacao-do-para>.
Disponível em: <http://www.imazon.org.br/publicacoes/o-esta-
do-da-amazonia/a-impunidade-de-infratores-ambientais-em-a- [36]
Araújo, E. & Barreto, P. 2013. Só tragédias impulsionarão a
reas>. resolução de conflitos por terras indígenas? Artigo publicado no
((o)) eco em 21/08/2013. Disponível em: <http://www.oeco.org.
Veja a definição de áreas embargadas em: <http://www.oeco.
[27]
br/paulo-barreto/27499-so-tragedias-impulsionarao-a-resolucao
org.br/dicionario-ambiental/27742-o-que-sao-areas-embarga- -de-conflitos-por-terras-indigenas>.
das>.
[37]
Brasil. Congresso Nacional. Senado Federal. Comissão de
[28]
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu- Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Con-
rais Renováveis (Ibama). Assessoria de Comunicação. 2009. Ações trole (CMA). 2012. Colóquio Internacional sobre o Princípio da
de fiscalização do Ibama e de parceiros levam à queda histórica do Proibição de Retrocesso Ambiental. Brasília, DF. Disponível em:
desmatamento. Notícia de 13/11/2009. Disponível em: <http:// < http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/242559>.
14
Apêndice 1.
|

Áreas Protegidas reduzidas ou revogadas entre 1995 e 2013.

TI ou UC
Tipo de UC
Nome da área
protegida
Estado
Decreto/Lei
de criação
Ano de criação
Área antes da
alteração
legal (ha)
Gestão
Regularização
Fundiária
Ano da
alteração
legal
Tipo de iniciativa
legal
Resultado da inicia-
tiva legal
Área após alteração
legal/área atual (ha)
Motivo da alteração
Área
retirada (ha)
Área
acrescentada (ha)
Eliminação de
sobreposição com
UC ou TI
Área incorporada à
outra Área Protegi-
da (ha)
Balanço

Rio Preto-
UCE Florex RO 4.245 1989 1.055.000 SEDAM Não 1996 Decreto executivo Redução 95.300 Ocupação -959.700 0 266.599 0 -693.102
Jacundá

ZSEE e Lei
UCE FERS Rio Mequéns RO 4.573 1990 425.844 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação -425.844 0 64.548 0 -361.296
Complementar

TI x Baú PA 645 1991 1.850.000 FUNAI Sim 2003 Portaria Redução 1.546.962 Ocupação -303.038 0 0 0 -303.038

Rio São ZSEE e Lei


UCE FERS RO 4.566 1990 267.375 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação -267.375 0 15.380 0 -251.995
Domingos Complementar

TI x Apyterewa PA 267 1992 980.000 FUNAI Parcial 2004 Portaria Redução 777.560 Ocupação -202.440 0 0 0 -202.440

UCE PE Corumbiara RO 4.576 1990 586.031 SEDAM Não 1996/2002 Lei Ordinária Redução 384.055 Ocupação -201.976 0 0 0 -201.976

Rio Verme- ZSEE e Lei


UCE FERS RO 4.582 1990 152.000 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação/UHE -152.000 0 0 54.023 -152.000
lho B Complementar

Rio Vermelho ZSEE e Lei


UCE FERS RO 4.610 1990 137.843 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação -137.843 0 5.229 0 -132.614
D Complementar

UCE Flota Paru PA 2.608 2006 3.612.914 SEMA Não 2012 Decreto executivo Redução 3.527.594 Ocupação -85.321 0 0 0 -85.321

Rio Madeira Lei Comple-


UCE FERS RO 4.574 1990 63.813 SEDAM Não 2010 Revogação 0 UHE -63.813 0 0 63.813 -63.813
A mentar
Desmatamento em Áreas Protegidas Reduzidas na Amazônia

ZSEE e Lei
UCE FERS Rio Abunã RO 4.577 1990 62.219 SEDAM Não 2000/2009 Revogação 0 Ocupação -62.219 0 0 0 -62.219
Complementar

Medida
AM/
UCF Parna Amazônia 73.683 1974 1.114.496 ICMBio Parcial 2011/2012 provisória/Lei de Redução 1.070.737 UHE/Ocupação -43.759 0 0 0 -43.759
PA
conversão

Guajará- Redução/
UCE PE RO 4.575 1990 258.813 SEDAM Não 1996/2002 Lei Ordinária 216.568 Ocupação/Estrada -56.571 14.326 0 0 -42.245
Mirim ampliação

UCE PES Xingu MT 3.585 2001 134.463 SEMA Não 2003 Lei Ordinária Redução 95.024 Ocupação -39.439 0 0 0 -39.439

Serra dos ZSEE e Lei


UCE PE RO 4.570 1990 38.950 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação -38.950 0 0 0 -38.950
Parecis Complementar

Rio Vermelho ZSEE e Lei


UCE FERS RO 4.581 1990 38.688 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 UHE -38.688 0 0 38.288 -38.688
A Complementar

Medida
UCF Flona Itaituba II PA 2.482 1998 440.500 ICMBio Não 2012 provisória/Lei de Redução 405.701 UHE -34.799 0 0 0 -34.799
conversão

ZSEE e Lei
UCE Florex Laranjeiras RO 4.568 1990 30.688 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação -30.688 0 0 0 -30.688
Complementar

UCE Esec Rio Ronuro MT 2.207 1998 131.795 SEMA Não 2005 Lei Ordinária Redução 102.000 Ocupação -29.795 0 0 0 -29.795

ZSEE e Lei
UCE FERS Rio Roosevelt RO 4.569 1990 27.860 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação -27.860 0 0 0 -27.860
Complementar

Medida
UCF APA Tapajós PA s/n 2006 2.059.496 ICMBio Não 2012 provisória/Lei de Redução 2.039.581 UHE -19.915 0 0 0 -19.915
conversão
TI ou UC
Tipo de UC
Nome da área
protegida
Estado
Decreto/Lei
de criação
Ano de criação
Área antes da
alteração
legal (ha)
Gestão
Regularização
Fundiária
Ano da
alteração
legal
Tipo de iniciativa
legal
Resultado da inicia-
tiva legal
Área após alteração
legal/área atual (ha)
Motivo da alteração
Área
retirada (ha)
Área
acrescentada (ha)
Eliminação de
sobreposição com
UC ou TI
Área incorporada à
outra Área Protegi-
da (ha)
Balanço

Antônio Mu- Lei comple-


UCE Esec RO 7.635 1996 18.281 SEDAM Não 2010 Revogação 0 UHE -18.281 0 0 18.281 -18.281
gica Nava mentar

Medida
UCF Flona Tapajós PA 73.684 1974 600.000 ICMBio Não 2012 provisória/Lei de Redução 582.149 Ocupação -17.851 0 0 0 -17.851
conversão

Rio Vermelho ZSEE e Lei


UCE FERS RO 4.567 1990 20.215 SEDAM Não 2000/2011 Redução 4.127 Ocupação/UHE -16.088 0 0 0 -16.088
C Complementar

Serra dos Três Lei comple-


UCE Esec RO 4.584 1990 99.813 SEDAM Não 2010/2011 Redução 87.412 UHE -12.400 0 0 9.966 -12.400
Irmãos mentar

ZSEE e Lei
UCE PE Candeias RO 4.572 1990 8.985 SEDAM Não 2000/2010 Revogação 0 Ocupação -8.985 0 0 0 -8.985
Complementar

Lei comple-
UCE Resex Jaci-Paraná RO 7.335 1996 205.000 SEDAM Não 1996/2011 Redução 197.364 Ocupação/UHE -7.636 0 0 0 -7.636
mentar

Medida
UHE/Ocupação/So-
UCF Flona Bom Futuro RO 96.188 1988 280.000 ICMBio Não 2010 provisória/Lei de Redução 97.357 -182.643 0 31.304 144.417 -6.922
breposição com TI
conversão

UCE PES Araguaia MT 7.517 2001 230.000 SEMA Parcial 2006 Lei Ordinária Redução 223.170 Ocupação -6.830 0 0 0 -6.830

Medida
UCF Flona Itaituba I PA 2.481 1998 220.034 ICMBio Não 2012 provisória/Lei de Redução 213.238 UHE -6.796 0 0 0 -6.796
conversão

Rio Madeira ZSEE e Lei


UCE FERS RO 4.697 1990 30.000 SEDAM Não 2000 Revogação 0 Ocupação -30.000 0 27.822 0 -2.178
C Complementar

UCE PES Monte Alegre PA 6.412 2001 5.800 SEMA Não 2013 Lei Ordinária Redução 3.678 Ocupação -2.122 0 0 2.122 -2.122

Lei comple-
UCE APA Rio Madeira RO 5.124 1991 6.741 SEDAM Não 2011 Redução 5.554 UHE -1.187 0 0 0 -1.187
mentar

Medida
UCF Flona Crepori PA s/n 2006 740.661 ICMBio Não 2012 provisória/Lei de Redução 739.806 UHE -855 0 0 0 -855
conversão

Rio Pacaás-
UCE Florex RO 4.591 1990 353.219 SEDAM Não 1995 Decreto executivo Redução 342.904 Ocupação -10.315 0 0 10.315 0
Novos

UCE APA Paytuna PA 6.426 2001 56.129 SEMA Não 2013 Lei Ordinária Ampliação 58.251 Ocupação 0 2.122 0 0 2.122

Medida
Ocupação/Sobrepo-
UCF Flona Roraima RR 97.545 1989 2.664.685 ICMBio Não 2009 provisória/Lei de Redução 167.269 -2.601.631 104.215 2.531.451 0 34.035
sição com TI
conversão

Compensação de
Medida reserva legal de
AM/
UCF Esec Cuniã s/n 2001 53.221 ICMBio Não 2007/2008/2010 provisória/Lei de Ampliação 189.661 assentamento e 0 136.440 0 0 136.440
RO
conversão anexação de UC
estadual

Ampliação
AM/ Medida
Campos com inclusão
UCF Parna RO/ s/n 2006 823.570 ICMBio Não 2011/2012 provisória/Lei de 961.320 UHE/Ocupação -34.149 171.899 0 0 137.750
Amazônicos e exclusão de
MT conversão
áreas
Desmatamento em Áreas Protegidas Reduzidas na Amazônia
|

Medida
AM/ Ampliação/
UCF Parna Mapinguari s/n 2008 1.572.422 ICMBio Não 2010/2011/2012 provisória/Lei de 1.744.852 UHE -8.470 180.900 0 0 172.430
RO Redução
conversão

Total 21.457.564 15.879.193 -6.188.272 609.902 2.942.332 341.225 -2.481.305


15

* Valores incorporados a Áreas Protegidas ampliadas do estudo. Colocamos esses números como negativos para evitar sua duplicação; pois aparecem tanto como “área acrescentada” como “área incorporada a outra Áreas Protegida”.
16
Apêndice 2.
|

Áreas Protegidas que são objeto de projetos legislativos e ações


judiciais que podem resultar em sua redução ou revogação.

Motivo
Objetivo
Decreto Data de Tipo de Data da para reduzir Área a
TI ou Tipo Nome da Área Área do da Área a
Estado de criação/ criação/ iniciativa Número do projeto iniciativa ou revogar acrescentar
UC de UC Protegida decreto (ha) iniciativa desafetar (ha)
homologação homologação legal legal a Área (ha)
legal
Protegida

Projeto Posse anterior


Permutar
UCF Parna Serra do Pardo PA s/n 17/02/2005 445.392 legislativo 6479/2006 16/01/2006 à criação da 181.743 181.743
área
(Câmara) área protegida

Projeto Posse anterior


Permutar
UCF Esec Terra do Meio PA s/n 17/02/2005 3.373.111 legislativo 6479/2006 16/01/2006 à criação da 586.813 586.813
área
(Câmara) área protegida
Desmatamento em Áreas Protegidas Reduzidas na Amazônia

Projeto Posse anterior


UCF Resex Rio Ouro Preto RO 99.166 13/03/1990 204.583 legislativo 206/2007 24/04/2007 Reduzir à criação da 31.489 0
(Senado) área protegida

Posse anterior
Alto Rio Ação
TI   PA s/n 04/10/1993 279.898 2006.39.04.003310-7 29/09/2006 Reduzir à criação da 69.000 0
Guamá judicial
área protegida

Nascentes Projeto Reduzir Posse anterior


UCF Rebio da Serra do PA s/n 20/05/2005 342.478 legislativo 258/2009 16/06/2009 e mudar à criação da 1.786 0
Cachimbo (Senado) categoria área protegida
Motivo
Objetivo
Decreto Data de Tipo de Data da para reduzir Área a
TI ou Tipo Nome da Área Área do da Área a
Estado de criação/ criação/ iniciativa Número do projeto iniciativa ou revogar acrescentar
UC de UC Protegida decreto (ha) iniciativa desafetar (ha)
homologação homologação legal legal a Área (ha)
legal
Protegida

Posse anterior
Uru-Eu-Wau- Ação Retirar
TI   RO 275 29/10/1991 1.867.118 2004.41.00.000078-9 09/01/2004 à criação da 55.000 0
Wau judicial ocupantes*
área protegida

Projeto Posse anterior


UCF Flona Jamanxim PA s/n 13/02/2006 1.301.120 legislativo 1148/2008 25/11/2008 Revogar à criação da 1.301.120 0
(Câmara) área protegida

Projeto Posse anterior


TI   Apyterewa PA s/n 19/04/2007 773.470 legislativo 393/2007 29/10/2007 Revogar à criação da 773.470 0
(Câmara) área protegida

Projeto Posse anterior


TI   Marãiwatsede MT s/n 11/12/1998 165.241 legislativo 510/2008 10/04/2008 Revogar à criação da 165.241 0
(Câmara) área protegida

Total 3.165.662 768.556


* A ação judicial foi iniciada pela Funai para retirar os ocupantes da TI, mas a ação pode resultar na redução da TI.
Desmatamento em Áreas Protegidas Reduzidas na Amazônia
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17
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