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Tribunal de Justiça da Paraíba

PJe - Processo Judicial Eletrônico

02/05/2020

Número: 0833441-34.2015.8.15.2001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara Cível da Capital
Última distribuição : 27/11/2015
Valor da causa: R$ 575,00
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer, Cobrança de Aluguéis - Sem despejo
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
REAL CONSULTORIA E SOLUCOES LTDA - ME (AUTOR) THIAGO SILVEIRA GUEDES PEREIRA (ADVOGADO)
LUIZ CARLOS ERNESTO DE BARROS (ADVOGADO)
HILTON SOUTO MAIOR NETO (ADVOGADO)
ALEXANDRE SOARES DE MELO (ADVOGADO)
SEAPORT SERVICOS DE APOIO PORTUARIO LTDA (REU) ADRIANO DE MATOS FEITOSA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25205 27/11/2015 16:34 Vol 4 Outros Documentos
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5 IMPACTOS, MEDIDAS
MITIGADORAS E PROGRAMAS
AMBIENTAIS

5.1. MATRIX DE IMPACTO E ANÁLISES AMBIENTAL;


AVALIAÇÃO DE IMPACTOS; MEDIDAS MITIGADORAS E
COMPENSATÓRIAS PROGRAMAS AMBIENTAIS.

5.1.1. Matrix de Impactos e Análise Ambiental

A Matriz de Impactos Ambientais relaciona os principais indica os


meios e fatores que devem ser avaliados, com maior ênfase, quanto a eventual impacto
ambiental (positivo/negativo; temporário/permanente) e que necessitam ser
considerados no estudo em questão (Figura 369).

Figura 369. Matrix de Impactos do Complexo Portuário Seaport.

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5.1.2. IMPACTOS AMBIENTAIS
5.1.2.1. Flora – Vegetação Arbórea

Ressalta-se que para a viabilidade de implantação deste Complexo


Portuário Seaport com uma área total de 34,78 hectares com a plataforma, e 7,51
hectares na área do continente em suas Fases 1 e 2, é que não haverá NENHUMA
INTERVENÇÃO EM QUALQUER COMPONENTE “CONTINUUM
FLORESTAL” destes REMANESCENTES SECUNDÁRIOS DE MATA
ATLÂNTICA, embora encontrarem-se "simplificados" diante da inferência antrópica
constante ao longo dos últimos 30 anos, em região portuária e absolutamente
urbanizada.
Haverá apenas a supressão de 127 árvores exóticas e nativas já
existentes na área atual do empreendimento (Fase1), e também na futura Fase 2 em
aquisição, e na sua maioria são de espécies florestais frutíferas exóticas e nativas, as
quais se encontram mapeadas e tabeladas em Coordenadas UTM, Sirgas, 2000, em
escala 1:2000 (Fases 1 e 2), as quais foram levantadas através de inventário florestal
100 % (Censo Florestal), conforme Mapa 1 – Censo Florestal 100% - Fases 1 e 2 em
Anexo, as quais serão transplantadas, conforme características técnicas para transplante
das mesmas.
Em relação à AID, estes ambientes florestais estudados são
representados por somente 1.438,0 hectares (Restingas e Mangues) de um total de
16.583 da AID com componente florestal e rendimento lenhoso de remanescentes
florestais de mata mais representativos (Predominado por 4 espécies em Estágios Inicial
e Avançado de Regeneração de Mata Atlântica), os quais NÃO SERÃO
INTERFERIDOS pelo empreendimento.
Os estudos e análises dos trabalhos de campo confirmaram que as
florestas estão em fase de estágios inicial, médio a avançado da regeneração natural de
sucessão secundária, e exibem variações fisionômicas associadas ao grau de
perturbação antrópica.
Em geral, aquelas em contato abrupto com aglomerados subnormais,
são utilizadas com frequência pela população local e, por isso, muito perturbadas. É o
caso, por exemplo, dos fragmentos florestais remanescentes em Lucena, área Rural de
Santa Rita e, principalmente, Cabedelo.

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Outras, remanescentes em áreas rurais afastadas da mancha urbana, a
exemplo na Ilha da Restinga é melhor preservada e exibe uma menor evidência que a
área urbana, onde a perturbação é constante e recentes. É o caso das parcelas 2, 3 e 4 da
Ilha da Restinga nos interiores dos remanescentes florestais amostrados, com grandes
evidências de clareiras para retirada seletiva de espécies arbóreas de grande porte.
Embora os levantamentos quantitativos tenham sido exaustivos, e a
amostragem aleatória, o número de espécies registradas não é muito expressiva, com 53
espécies lenhosas em apenas 1,45 hectares no período úmido. Além disso, muitas das
espécies assinaladas são características de Florestas Secundárias ou em fase
avançada da sucessão secundária e não se restringem aos remanescentes mais
desenvolvidos, mas ocorrem também nas florestas perturbadas em estágios inicial
e médio de regeneração.
Estas áreas de remanescentes florestais hoje existentes (e em
retração) serão alvos de apoio a projetos de proteção junto aos municípios com
objetivo de aumentar as áreas de preservação e áreas verdes, e também na recuperação
de áreas degradadas em cerca de 396,00 hectares na área da AID, hoje representadas
por cobertura vegetal de gramíneas e arbustos isolados, ora em ambiente de Restinga
ou Manguezal, e que não possuem rendimento lenhoso, além da proteção dos mangues
e das faixas de Preservação Permanente de cursos d´água de toda a Bacia Hidrográfica do
Baixo Rio Paraíba e também Campos Salinos e Aluviais, e em especial os ambientes
dunares (conforme o Novo Código Florestal Lei 12.651/2012) (Anexo).

5.1.2.1.1. ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO DE MATERIAL LENHOSO

O volume total de material lenhoso (tora e lenha) existente na área de


vegetação nativa da AID com porte florestal foi estimado com base nos dados
levantados no inventário florestal, conforme se verifica na figura 370.

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Figura 370. Volume Total de madeira por hectare (m3/ha) das principais espécies dos indivíduos
arbóreos amostrados por parcela na Restinga e Manguezais nas áreas de influência direta (AID) do
Complexo Portuário Seaport.

A Tabela 116 apresenta a estimativa do volume de material lenhoso


por tipo de formação florestal na área do Complexo Portuário Seaport.

Tabela 116. Estimativa do volume de material lenhoso por tipo de formação florestal na área de
Influência Direta (AID) do Complexo Portuário Seaport.
Formação Florestal Volume Área Volume Volume
3
médio por (ha) (m /ha) (st)
hectare
(m3/ha)
Vegetação com Influência Marinha 62,0 216,0 6.220,0 8.882,1
(Restinga), em Estágios Inicial, Médio e
Avançado de Regeneração
Vegetação com Influência Fluviomarinha 3,98 1.222,48 1.590,0 2.270,0
(Manguezal)
2 formações florestais (Restinga e 192,58 1.439,0 3187,0 4.551,0
Manguezal)
TOTAL 1.439,0 3.187,0 4.551,0

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De acordo com a tabela 116 caso houvesse alguma intervenção dos
remanescentes florestais, seria gerado de 3.187,00 m3/ha ou 4.551,0 estéreis/ha de
material lenhoso proveniente de ambos os ambientes de Restinga e Mangues (QUE
NÃO SERÃO INTERFERIDOS PELO EMPREENDIMENTO COMPLEXO
PORTUÁRIO SEAPORT). A Vegetação com Influência Marinha (Restinga), em
Estágios Inicial, Médio e Avançado de Regeneração, com cerca de 6.220,0 m3/ha ou
8.882,1 estéreis/ha de lenha, caso houvesse supressão e a Vegetação com Influência
Fluviomarinha (Manguezal), com 1.590,0 m3/ha ou 2.270,0 estéreis/ha de lenha,
caso houvesse supressão da vegetação.

Por fim, cabe destacar que a ocupação pretendida resultará na


supressão de somente 127 árvores, com volume total de 69,13 m3 de madeira em 7,51
hectares de vegetação arbórea esparsa em APP, incluindo vegetação nativa e antrópica.

5.1.2.2. Fauna

Quando da avaliação global de impactos que um novo


empreendimento pode gerar sobre o compartimento biótico presente na área diretamente
afetada, a análise de três aspectos básicos mostra-se particularmente relevante. Tais
aspectos são listados a seguir:

a) A fragilidade da região - Determinados complexos ambientais mostram-se


particularmente frágeis, quer seja por uma condição histórica, integrada na
própria dinâmica evolutiva das comunidades, quer seja por uma imposição
recente derivada da pressão antrópica, que determina, como resultado de um
processo de insularização de ecossistemas, a redução na capacidade de
tamponamento do sistema afetado. Os sistemas de manguezais presentes na
região do entorno do empreendimento possuem fragilidade derivada,
especialmente, da pressão já exercida sobre estes complexos ecológicos, que
determinaram uma distribuição bastante restrita da formação, quando comparada
à historicamente observada na região. A este aspecto interage a série de impactos
que os manguezais sofrem pelo lançamento de poluentes, sejam eles químicos
(e.g., metais pesados), sejam eles físicos (i.e., lixo).
b) A potencialidade de magnificação do impacto por interação com outros
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empreendimentos, bem como do surgimento de impactos sinérgicos - Se, por um
lado, uma região degradada pela forma de uso apresenta um conjunto florístico e
faunístico menos amplo do que uma área integra, e, portanto gera menores
preocupações bioconservacionistas quando do estabelecimento do novo agente de
impacto, há, também a potencialidade de que o conjunto de fontes de impacto
estabelecido no local conduza a magnificação da ação impactante sobre a biota.

Avaliação de Impactos Ambientais para Avifauna

Na região em enfoque, este processo é mais marcantemente observado


no que se refere à biota aquática, notadamente nos compartimentos marinhos. Os
impactos e a seguir descritos são previstos na fase de Implantação e Operação, já que
não são previstos impactos sobre o meio biótico na Fase de Planejamento. Avaliação de
Impactos Ambientais para os Avifauna

 Impacto 01: Contaminação por óleos


Ações geradoras: vazamento de navios
Fase de implantação que ocorre o impacto: operação
Análise: Dos agentes causadores de impacto, a contaminação pode ocorrer. Os
altos índices de contaminação de aves podendo afetar seu sistema fisiológico
provocando doenças.

 Impacto 02: Material de origem Antrópica


Ações geradoras: lixo, e maior atracamento de navios.
Fase de implantação: implantação e operação
Análise: Partículas plásticas “nibs” flutuantes na superfície do mar são ingeridas
por aves, obstruindo seu trato intestinal, levando o individua a óbito. Estas
partículas são largamente utilizadas como matéria-prima pelas indústrias e o
trajeto “produtor – empacotador – processador” destes é geralmente longo,
passando por cargas e descargas de navios e caminhões.

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Avaliação de Impactos Ambientais para as Tartarugas Marinhas

Atualmente, todas as sete espécies de tartarugas marinhas estão


incluídas nas listas de espécies ameaçadas de extinção em escala mundial. A
interferência humana em escala global é a causa do colapso das populações destas
espécies. As ameaças das atividades humanas impactam todos os estágios do ciclo de
vida das tartarugas, desde a perda de áreas de desova e dos hábitats de alimentação até a
mortalidade na costa e em alto mar pela prática intensa da pesca tanto artesanal quanto
industrial. Também são ameaçadas por uma carga de resíduos não biodegradáveis e
poluentes que os oceanos e zonas costeiras recebem.
Apesar de progressos feitos na proteção e recuperação de ecossistemas
marinhos em algumas áreas, impactos antropogênicos diretos ou indiretos continuam a
ocorrer.
Os principais fatores ligados ao desenvolvimento costeiro e que
causam um impacto negativo nas populações de tartarugas marinhas:

 Impacto 01: Fotopoluição


Ações geradoras: instalações elétricas nas áreas de ocorrência
Fase de implantação que ocorre o impacto: instalação e operação
Análise: A poluição luminosa decorrente de instalações humanas, causada pela
incidência direta de luminosidade, pela visibilidade de pontos luminosos da área
marinha e pela formação do horizonte luminoso decorrente da dispersão da luz,
pode alterar comportamentos noturnos críticos para as espécies de tartarugas
marinhas, em especial a forma como estes animais selecionam seus sítios de
desovas, como retornam para o mar após a postura e como os filhotes localizarão
o mar após a emersão dos ninhos.

 Impacto 02: degradação/alteração de hábitats bentônicos usados na alimentação


das tartarugas; poluição química, física e térmica; mutilações.
Ações geradoras: dragagem, descarte do material dragado, assoreamento,
construção de enrocamentos/molhes e consequente alteração das correntes
marinhas, aumento de tráfego marinho.
Fase de Implantação que ocorre o Impacto: Implantação e Operação

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Análise: A indústria naval, pesqueira, de operação militar, de exploração de óleo
e gás, usinas siderúrgicas e de geração de energia nuclear exigem uma série de
cuidados e mecanismos de proteção e de mitigação nas áreas da costa para sua
implantação. Entre os impactos causados destaca-se a degradação/alteração de
hábitats bentônicos usados para forrageio pelas tartarugas através de dragagem,
descarte do material dragado, assoreamento, construção de
enrocamentos/molhes, alteração das correntes marinhas.
Além disto, outros problemas aumentam durante a operação como a iluminação
artificial, poluição química (derramamentos), física (detritos) e térmica (aumento
da temperatura em efluentes), impactando direta ou indiretamente as tartarugas
marinhas, em geral juvenis, que se abrigam e se alimentam nestas regiões. O
aumento de tráfego marítimo interfere seriamente em rotas migratórias, podendo
também causar mutilações. Implantação destas estruturas próximas a áreas de
desova e reprodução de tartarugas marinhas impactam diretamente as
populações, além de causarem a perda permanente destes hábitats.

 Impacto 03: Poluição e enfermidades


Ações geradoras: resíduos sólidos, metais pesados, poluição por
hidrocarbonetos, fluidos de atividade petrolífera.
Fase de Implantação que ocorre o Impacto: Implantação e Operação
Análise: A toxicidade e o impacto dos derivados de petróleo e outras
substâncias usadas na construção e operação do empreendimento sobre as
tartarugas marinhas provocam um aumento da mortalidade e má formação no
desenvolvimento de embriões, mortalidade direta em filhotes, juvenis e adultos,
e impactos negativos devido ao contato do óleo com a pele, ou contaminação do
sangue, sistema digestivo, sistema imunológico e glândulas de sal, entre outros.
Corpos estranhos podem causar danos na saúde das tartarugas diretamente e
indiretamente. Plásticos e outros materiais podem bloquear o trato intestinal ou
causar ulcerações ou necroses locais. Indiretamente, resíduos podem degradar as
condições das tartarugas por interferir com o metabolismo lipídico,
incrementando o tempo de transito intestinal, ou contribuindo para a acumulação
de gases intestinais e flutuação incontrolável.

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Avaliação de Impactos Ambientais para os Mamíferos Aquáticos

Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)


os problemas mais comuns dos portos no Brasil são:

 Assoreamento e necessidade de dragagem de manutenção e aprofundamento;


 Burocracia das rotinas alfandegárias;
 Estabelecer mecanismos de proteção sanitária;
 Deficiência de pessoal portuário;
 Impactos ambientais.

Dessa forma, as obras e tipo de atividade desenvolvida pelo futuro


empreendimento acarretarão impactos ambientais na comunidade de mamíferos
aquáticos registrada na área de estudo. Vale ressaltar que tanto Sotalia guianensis, como
Trichechus manatus, são espécies de interesse especial para conservação no Brasil,
como consta nos Planos de Ação Nacional para Conservação de Pequenos Cetáceos e de
Sirênios (ICMBio, 2011b e c). Como agravante, o peixe-boi marinho é considerado um
dos mamíferos mais ameaçados da fauna brasileira (ICMBio 2011c).
Dada a sua importância biológica e por serem considerados bons
bioindicadores ambientais, os impactos e suas respectivas medidas mitigadoras
específicas para conservação dos mamíferos aquáticos deverão ser fortemente
considerados pelo empreendedor no processo de licenciamento pelo órgão ambiental
competente.

 Impacto 01: Aumento do nível de ruído sonoro subaquático


Ações geradoras: Aumento do tráfego de embarcações; Dragagem; Cravação
das estacas.
Fase do empreendimento em que ocorre o impacto: Implantação e Operação
Análise: Está claro do ponto de vista científico que para os mamíferos aquáticos
a percepção e a produção do som são vitais em vários aspectos da sua história de
vida. Os mamíferos aquáticos utilizam o som para comunicação, reconhecimento
individual, evitar predadores, detecção e captura de presas, orientação,
navegação, seleção sexual e cuidado com a prole (WARZOK e KETTEN, 1999).

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É evidente também que o ruído subaquático produzido pelo homem pode
interferir em várias dessas funções (NRC, 2000 e 2005). Por exemplo, a poluição
sonora pode afetar a habilidade dos mamíferos aquáticos detectarem sons de
chamados coespecíficos, ecos de suas presas e sons naturais que ajudam durante
a navegação ou forrageio (CLARK e ELLISON, 2004). Esses ruídos
antropogênicos podem também afetar funções fisiológicas e causar estresse nos
animais.

Uma das principais fontes antropogênicas de sons subaquáticos é advindo das


embarcações motorizadas. Muitas espécies de mamíferos aquáticos,
especialmente de cetáceos, são particularmente vulneráveis ao ruído incidental
causado navios, porque elas produzem e percebem sons de baixa frequência
(abaixo de 300 Hz) (NRC, 2000 e 2005). Essa problemática é particularmente
maior em áreas costeiras, onde a abundância de vida marinha é relativamente
maior.
Outras fontes de ruídos antropogênicos relacionados ao futuro empreendimento
serão decorrentes das obras de dragagem e da colocação das estacas para
construção da plataforma flutuante. Os ruídos e vibrações durante essas
atividades poderão provocar afugentamento e atordoamento dos mamíferos
aquáticos, bem como de suas presas, no caso dos cetáceos.
Esse impacto negativo deve ser considerado de abrangência local e duração
permanente (apenas no caso do aumento do tráfego de embarcações). O impacto
é mitigável, porém é irreversível. Dessa forma, sua magnitude é considerada
pequena, dada a escala espacial de atuação restrita, e sua relevância é média, por
ser de duração permanente e irreversível.

 Impacto 02: Aumento do risco de colisões


Ações geradoras: Aumento do tráfego de embarcações
Fase do empreendimento em que ocorre o impacto: Operação
Análise: O tráfego de embarcações é amplamente conhecido por causar
distúrbios para cetáceos e sirênios e é frequentemente reportado como uma
importante ameaça à conservação desses animais (GOODWIN e COTTON,
2004). Acredita-se que as interações negativas entre mamíferos aquáticos e
embarcações estejam indiretamente relacionadas aos ruídos subaquáticos

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produzidos pelos motores dos barcos, que resultam em mudanças
comportamentais, atordoação, estresse e deslocamentos erráticos
(RICHARDSON e WURSIG, 1997).
As colisões, por outro lado, podem causar injurias físicas diretas e mortes
(NOWACEK et al., 2001). Muitas espécies têm sido documentadas em colisões
ao redor do globo (WELLS e SCOTT, 1997; VISSER, 1999; CAMARGO e
BELLINI, 2007), incluindo o peixe-boi marinho (BORGES et al., 2007) e o
boto-cinza (ICMBio, 2011a).
A concretização do futuro empreendimento resultará no maior fluxo de
embarcações de grande porte no sistema estuarino do rio Paraíba, o que
consequentemente aumentará o risco de atropelamento com indivíduos de S.
guianensis e T. manatus. Os resultados do presente estudo indicam que esses
animais são frequentes (e possivelmente residentes no caso do boto-cinza) e
utilizam esse complexo estuarino para atividades de forrageio, deslocamento e
socialização, inclusive com a presença de indivíduos imaturos.
Esse impacto negativo deve ser considerado de abrangência local e duração
permanente, pois o fluxo de embarcações será constante. O impacto é mitigável
e pode ser reversível, desde que adotadas as medidas cabíveis. Sendo assim, sua
magnitude é considerada pequena, dada a escala espacial de atuação restrita,
assim como sua relevância, pois é reversível.
+
 Impacto 03: Aumento do risco de emissão de poluentes
Ações geradoras: Aumento do tráfego de embarcações; Dragagem.
Fase do empreendimento em que ocorre o impacto: Implementação e
Operação
Análise: A poluição química é uma das maiores ameaças a conservação dos
mamíferos aquáticos em escala global (REEVES, 2009). Os mamíferos
aquáticos são particularmente susceptíveis aos efeitos da poluição porque estão
no topo da cadeia alimentar. As toxinas em suas fontes de alimento se acumulam
em seus corpos, especialmente no tecido adiposo e nas glândulas mamárias
(WELLS et al., 2004). Essa bio-concentração é o que causa os altos níveis de
toxinas nesses animais. Nove das 10 espécies com maiores níveis de
organoclorados são mamíferos aquáticos (Bluevoice.org website).

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Os efeitos da poluição química podem se manifestar de diferentes formas nos
mamíferos marinhos, incluindo a diminuição das taxas reprodutivas
(nascimentos prematuros, natimortos e abortos) (REEVES, 2009). Espécies
costeiras como o boto-cinza são mais susceptíveis. Kajiwara et al. (2004),
estudando os níveis de organoclorados na gordura de S. guianensis
incidentalmente capturados no litoral do Paraná, revelaram a presença de DDT
em concentrações de até 150 μg/g e de PCBs em concentrações de até 79 μg/g.
Tais valores são comparáveis aos observados em cetáceos do Hemisfério Norte,
refletindo provavelmente o alto grau de industrialização e consequente poluição
na região (KAJIWARA et al. (2004).
Em obras portuárias, o aumento do fluxo de embarcações e o processo de
dragagem são atividades potencialmente poluidoras que gera danos à mastofauna
aquática. Os navios são responsáveis pela emissão de produtos químicos e
derivados do petróleo, enquanto que as dragagens revolvem o fundo, aumentam
a concentração de sedimentos suspensos, que quando em excesso, pode provocar
danos aos organismos aquáticos interferindo nos mecanismos de respiração,
filtração ou acumulando-se na superfície do corpo de pequenos animais.
A priori, esse impacto negativo deve ser considerado de abrangência local e
duração permanente, pois uma das potenciais fontes poluidoras (as embarcações)
será constante. No entanto, sua abrangência pode vir a ser regional, caso não seja
implementado planos de prevenção e controle de poluentes. O impacto é
mitigável e reversível. Desse modo, sua magnitude e relevância, a priori, são
consideradas pequenas, dada a escala espacial de atuação restrita e
reversibilidade.

5.1.3. ANÁLISE AMBIENTAL


5.1.3.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Neste capítulo será apresentado o prognóstico ambiental e a análise


ambiental, com a identificação e caracterização dos diferentes cenários e dos potenciais
impactos ambientais advindos da implantação e funcionamento do Complexo Portuário
Seaport.
O prognóstico ambiental procura prever e caracterizar os potenciais
impactos sobre seus diversos ângulos, notadamente os relevantes, balizando a

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conjuntura adotada e preconizada no presente EIA/RIMA. Neste, descreve-se e marca-
se o parâmetro básico que vem sendo adotado como premissa da análise ambiental. A
análise ambiental descrita após, explicita e quantifica a conjuntura de impactos
benéficos e adversos a serem possivelmente induzidos, enfocando com mais detalhes os
impactos relevantes.
Na elaboração do prognóstico ambiental, levou-se em consideração as
condições ambientais e sociais atuais e emergentes, com e sem a implantação do
projeto, conduzindo à proposição de medidas destinadas ao equacionamento dos
potenciais impactos. Em decorrência do prognóstico ambiental, foram analisados os
potenciais impactos do Complexo Portuário Seaport sobre o meio ambiente, integrando
suas fases de implantação e operação, explicitados na análise ambiental.
Esta avaliação ambiental, abrangendo os potenciais impactos
negativos e positivos da obra, leva em conta o fator tempo, determinando, na medida do
possível, uma projeção dos potenciais impactos imediatos, tanto a curto, a médio e
longo prazo; temporários, permanentes e cíclicos; reversíveis e irreversíveis; locais e
regionais; e se são diretos ou indiretos.
Decorre do conteúdo do presente capítulo, o estabelecimento da
importância de cada um dos potenciais impactos em relação aos fatores ambientais
afetados, possibilitando a avaliação por meio da importância relativa de cada impacto
quando comparado aos demais. A conclusão obtida na aplicação da presente
metodologia favorece a proposição das medidas mitigadoras, compensatórias e
programas de monitoramento ambiental.
Abordagem fundamental enfocou-se a análise de campo num período
bienal de levantamentos de campo, onde após a conclusão dos estudos integrantes do
Projeto Básico em 2013, iniciou-se neste mesmo ano os procedimentos de detalhamento
de parâmetros contidos no Projeto Executivo, além dos estudos ambientais com enfoque
multi e interdisciplinar, que culminaram nos resultados apresentados neste projeto
ambiental.

5.1.3.2. CONDIÇÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS EMERGENTES

As previsões e estimativas de “cenários” são de grande importância


nas ações de planejamento ambiental, considerando-se que os cenários são uma forma

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sistemática e estruturada de antecipação de futuro, explicitando as hipóteses e
delimitando as possibilidades de evolução da realidade e seu contexto, iluminando as
peculiaridades dos possíveis caminhos e, portanto, ajudando na tomada de decisões a
partir da opção tomada como “premissa”.
Peres e Mediondo (2004) sugerem a elaboração de cenários para a
realização do planejamento ambiental, viabilizando a boa governança na condução do
empreendimento e a fiscalização interativa dos órgãos envolvidos.
O estudo do cenário de um determinado contexto é uma das principais
formas de avaliação do meio ambiente, principalmente quando se procura garantir a
manifestação de parâmetros ambientais aceitáveis, buscando níveis compatíveis de
qualidade ambiental e satisfação das relações mantidas entre si.
É importante destacar que o objetivo de um estudo de cenário não é
predizer o futuro, mas sim organizar, sistematizar e delimitar as incertezas, explorando
os pontos de mudança e de manutenção dos rumos, possibilitando dessa forma que se
tracem estratégias e ações, tanto no âmbito do planejamento, como também antecipando
situações de crise ou de manifestações de impactos ambientais adversos relevantes.
Nesse sentido a elaboração de cenários ambientais tem sido um dos
principais produtos de uma avaliação ambiental, sendo bastante utilizada em diversos
estudos.
Nesse sentido, para a criação de cenários pertinentes ao assunto em
pauta, foram utilizados quatro cenários ambientais, sendo eles:

 Cenário 1: Implantação e Operação do Projeto do Complexo Portuário Seaport


Sem Governança – onde nenhum tipo de esforço privado é exercido para a
execução de medidas mitigadoras e de controle ambiental dos impactos
adversos.
 Cenário 2: Implantação e Operação do Projeto do Complexo Portuário Seaport
Com Baixa Governança - execução de medidas mitigadoras e de controle
ambiental dos impactos adversos, com a utilização de mecanismos tradicionais
de monitoramento e fiscalização.
 Cenário 3: Implantação e Operação do Projeto do Complexo Portuário Seaport
Com Forte Governança - execução de medidas mitigadoras e de controle
ambiental dos impactos adversos, com a utilização de mecanismos inovadores e

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rigorosos de monitoramento e fiscalização, incentivando-se pesquisas científicas
multidisciplinares como medidas alternativas viáveis.
 Cenário 4: Mesmo de sempre - Neste cenário mantém-se a tendência histórica
dos aspectos econômicos, demográficos e socioambientais das áreas de estudo,
sem a implantação do empreendimento.

Esses cenários servirão de base para a elaboração da matriz de


decisão, sendo que a mesma vem complementar a técnica de criação de cenários,
criando possibilidades mais práticas de relacioná-los e levando em consideração a
importância de diversos impactos ambientais relevantes.

5.1.3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS CENÁRIOS

5.1.3.2.1. Cenário 1

Implantação e Operação do Projeto do Complexo Portuário Seaport Sem


Governança

O “Cenário 1” trata da “Implantação e Operação do Projeto do


Complexo Portuário Seaport Sem Governança”, ou seja, sem qualquer forma de
controle técnico e ambiental por parte da empresa executora, assim como sem quaisquer
formas de fiscalização mais rigorosa por parte dos órgãos fiscalizadores.
A governança em vários segmentos da sociedade e em conjunto com o
estado, desempenha um importante papel em prol da utilização regulada dos recursos
naturais e a conseqüente conservação da integridade ambiental do contexto envolvido.
Ela pode ser definida como um processo contínuo pelo qual interesses conflitantes ou
divergentes podem ser solucionados e assim se adotar uma ação cooperativa entre as
partes envolvidas. Envolvem tanto o empreendedor, as organizações não
governamentais, como as governamentais, movimentos de cidadania e, interagindo com
todos eles, os meios de comunicação.
O empreendimento também trará uma série de benefícios sociais,
proporcionando à região que o comportará o incremento dos parâmetros “emprego e
renda” como também “geração de impostos e tributos ao nível municipal, estadual e

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federal”. Outro aspecto de grande importância constatado nas entrevistas com a
população local, é que a expectativa das pessoas em relação ao empreendedor é a
melhor possível, no que tange a abertura de grande número de empregos formais e no
incremento do comércio local, mediante o fortalecimento de atividades simultâneas e
indiretas.
Contudo, na ausência de governança, os impactos relacionados à implantação do
empreendimento ocorrerão sem contraposição, podendo gerar uma série de problemas
sociais, pois não haveria qualquer ação de controle na região, o que ampliaria os
impactos adversos sobre as áreas de influência, a saber, os principais:

 Degradação da qualidade da água superficial;


 Aumento do risco de acidentes de trabalho;
 Aumento do risco de acidentes de percurso ao longo das vias e rodovias,
impactando de forma adversa no meio antrópico local.

Assim, num cenário em que a “Implantação e Operação do Projeto do


Complexo Portuário Seaport” ocorrer sem que haja nenhum tipo de esforço privado e
governamental para minimizar os impactos adversos resultantes, os impactos benéficos
advindos poderão ser superados pelos adversos, que serão potencializados.

5.1.3.2.2. Cenário 2

Implantação e Operação do Projeto do Complexo Portuário Seaport Com


Governança

O “Cenário 2” diz respeito à “Implantação e Operação do Projeto do Complexo


Portuário Seaport Com Baixa Governança”, em que haverá a utilização de mecanismos
tradicionais de monitoramento e fiscalização. Entre eles destacam-se:

 O acompanhamento esporádico dos indicadores ambientais, com fins de


monitoramento dos impactos identificados;

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 Fiscalização Ambiental Branda: considerando-se o contexto em que a
fiscalização será exercida de forma branda, sem exigências rigorosas de
monitoramento da qualidade das águas superficiais e demais monitoramentos da
atividade.

Nesse cenário os benefícios advindos, como a melhoria na renda da


população local, etc, poderão ser superados pelos impactos ambientais negativos, pois
as medidas de monitoramento e fiscalização não serão suficientes para conter os
impactos adversos advindos da implantação e funcionamento do empreendimento, tais
como a redução na qualidade ambiental, à intensificação da pressão sobre os recursos
naturais (notadamente da água superficial), o incremento do tráfego de caminhões no
sistema rodoviário regional, o risco de acidentes de trabalho e de percurso, entre outros.

5.1.3.2.3. Cenário 3

Implantação e Operação do Projeto do Complexo Portuário Seaport com Forte


Governança

No “Cenário 3” enfoca-se o projeto sendo conduzido num enfoque


sócioambiental decorrente, comprometido e articulado em cenário com forte
governança, mais positivo e claro na condução técnico-ambiental do empreendimento,
pois apresenta os mesmos benefícios dos cenários anteriores (melhorias da qualidade de
vida da população, etc), adicionados à utilização de diversos mecanismos de
monitoramento e fiscalização, incentivos a pesquisas científicas e articulações com os
diferentes órgãos (DNPM / SUDEMA / ICMBio / IPHAN) .
Ainda, este cenário induzirá a viabilização de medidas positivas
relacionadas a pesquisas científicas em diferentes áreas de concentração, induzindo uma
inserção benéfica de forma relevante, do empreendimento em relação à região que o
comportará.
O mecanismo propulsor deste cenário será a iniciativa do próprio
empreendedor, que incentivará a pesquisa científica no planejamento e condução das
atividades, colocando-o como parceiro das respectivas instituições governamentais
gestoras.

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Neste cenário, listam-se as seguintes proposições, em que o
empreendedor e o empreendimento colaborarão ativamente na consolidação dos
procedimentos de monitoramento e compensação abaixo descritos:

 Monitoramento ambiental da biota aquática na desembocadura do Rio Paraíba;


 Consolidação do PE AREIA VERMELHA, em parceria e colaboração com o
ICMBio.

Dessa forma o cenário com a presença de forte governança é o que


se configura como vetor de um processo de compatibilização entre a expansão
econômica e os princípios da sustentabilidade social e ambiental, de modo a colaborar
na condução de um desenvolvimento sustentável da região que comportará o Projeto do
Complexo Portuário Seaport.
Dentre os cenários apresentados (e possíveis), toma-se o “Cenário 3”
a base dos demais assuntos tratados neste projeto ambiental.

5.1.3.2.4. Cenário 4

Mesmo de sempre (não execução do empreendimento)

Este foi o cenário mais pessimista, onde se mantém a tendência


histórica dos aspectos econômicos, demográficos e socioambientais da região em foco.
Sem a implantação do empreendimento, assim como se eliminando a possiblidade de
indução dos possíveis impactos que serão causados ao meio ambiente, não haverá
nenhum esforço privado ou governamental para a minimização desses impactos
adversos.
Neste cenário, a tendência ao incremento da desigualdade social e
desequilíbrio ambiental, observada em todas as áreas de influência, continuará. Embora
os impactos que poderiam ser causados ao meio ambiente com a implantação do
empreendimento possam ser evitados, a população e a dinâmica econômica atualmente
presente, tenderá gradualmente a degradá-lo.

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Neste cenário, mantendo-se a tendência histórica de desenvolvimento
dessas áreas, as principais características socioeconômicas e ambientais encontradas
serão:

 Baixa renda per capita;


 Gradual melhoria nos níveis de educação básica;
 Lento aumento no Índice de Desenvolvimento Humano;
 Graduais melhorias na estrutura de saúde;
 Pressão sobre os recursos naturais, historicamente peculiar da região em foco;
 Pré-existência do Porto de Cabedelo, induzindo os mesmos impactos adversos e
benéficos relevantes e, mostrando a tendência e o potencial local.

No cenário “mesmo de sempre”, a precária situação sócioambiental


em que se encontram as áreas de influência do empreendimento, tenderá a continuar; os
impactos ambientais ligados ao empreendimento serão evitados.
No entanto, a falta de oportunidades de emprego e/ou alternativas de
renda poderá incrementar sérios problemas no médio e longo prazo, como o aumento da
vulnerabilidade social e a intensificação da pressão sobre os recursos naturais, já
constatados.

5.1.3.3. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS


AMBIENTAIS
5.1.3.3.1. Considerações Gerais

Os “Métodos de Avaliação de Impactos Ambientais” são mecanismos


criados para coletar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre os
impactos ambientais de um determinado projeto, incluindo meios para uma
apresentação escrita e visual dessas informações.
Os métodos de avaliação são classificados tradicionalmente de acordo
com a forma projetada para suas analises, ou seja, a maneira pela qual a informação é
traduzida e interpretada.
Seja qual for à metodologia adotada para avaliação de impactos
ambientais, suas características básicas são:- linguagem acessível, índice de

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conhecimento, interdependência, analises realistas, multidisciplinar, éticas,
instrumentais, integradas e abrangentes, simples, econômicas, precisas e reproduzíveis.
A avaliação ambiental, quando adequadamente desenvolvida, precisa
estabelecer uma medida de comparação entre situações alternativas. Avaliar pressupõe
mensurar e comparar. Desta forma, é fundamental a utilização dos conceitos de cenários
ambientais, de modo a que se proceda à avaliação entre situações concretas e
potencialmente diversas, porém essencialmente comparáveis.
Por conseguinte, um dos principais produtos de uma avaliação
ambiental é o cenário ambiental futuro da região em estudo que se deseja atingir, ou
seja, o seu cenário alvo final. Este cenário é o fundamento para o desenvolvimento de
um plano ambiental integrado para a região, que buscará garantir níveis compatíveis da
qualidade ambiental e de vida para todos os fatores ambientais nela ocorrentes,
satisfazendo-lhes a dinâmica das relações de que necessitam e desejam manter entre si.
Portanto, deduz-se que a finalidade de um processo de avaliação
ambiental é o balizamento dos processos de gerenciamento e monitoramento ambientais
que mereçam ser realizados, tendo como base de comparação o “Cenário 3” pretendido,
em todas as suas versões temporalmente atualizadas, mediante o conhecimento
sistemático e gradativo da realidade.
Existe uma grande variedade de modelos de avaliação de impacto
ambiental, mas são poucos os que estão sistematizados, estando os principais métodos
acompanhados de um breve comentário descritivo.

5.1.3.3.2. Matriz: Causa – Efeitos

São métodos bidimensionais que possibilitam uma interação entre os


componentes ambientais (relacionados na horizontal) e as diferentes fases e alternativas
do Projeto em estudo (listados na vertical).
As interações podem ser codificadas através de uma escala arbitrária
de valores e símbolos ao mesmo tempo, estes sistemas são de grande utilidade para
valorizar qualitativamente várias alternativas de um mesmo projeto; entre as matrizes
mais conhecidas, cita-se a “Matriz de Leopold / 1971”, cuja metodologia foi adotada e
adaptada no presente estudo, precedida da “Listagem de Controle”.

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5.1.3.3.2.1. Diagramas de Efeito

Trata-se de uma metodologia que, a partir de ações e características do


projeto em questão, define e dispõe, sob forma de fluxograma, os impactos ambientais
derivados, interrelacionando-os. Nesta metodologia estabelece-se a relação causa –
efeito através de um fluxograma.

5.1.3.3.2.2. Sobreposição de Cartas Temáticas

É uma metodologia que foi criada, originalmente, para estudos e


planejamento urbano e regional, mas muito usado em avaliação de impacto ambiental.

5.1.3.3.2.3. Listagem de Controle

As Listagens de Controle, além de ser um método de Avaliação de


Impacto Ambiental bastante técnico, consistem numa relação de fatores e parâmetros
ambientais destinadas a servir de lembretes aos que elaboram estudos deste tipo, de que
devem considerar o meio ambiente em todos os seus aspectos, não os deixando esquecer
nenhum elemento de importância para a tomada de decisão final.
A metodologia para avaliação quantitativa dos impactos ambientais
proposta para este projeto, partiu do estabelecimento de uma listagem de controle e foi
baseada no Método de Leopold, sendo caracterizada pelo confronto dos principais
componentes do (causa) com o meio ambiente (efeito).
A “Matriz de Valoração dos Impactos Ambientais” do estudo em
pauta é mostrada em anexo.
Analisando o contexto intrínseco do projeto, pode-se constatar que os
efeitos adversos estão concentrados no meio físico, biótico e antrópico, enquanto os
impactos benéficos predominam no meio antrópico. Observa-se ainda que a
implantação do gerenciamento ambiental, neutraliza e/ou minimiza os impactos
adversos gerados pelas atividades do projeto e são fundamentais para a viabilidade
ambiental do empreendimento.
Para uma melhor avaliação dos impactos gerados pela atividade
mineira, adaptou-se aos modelos adotados e já citados, o modelo desenvolvido por

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Bianchi, et al. 1989, que dispõe os componentes do meio ambiente em abscissas e os
componentes do empreendimento em ordenadas, permitindo o confronto dos
componentes.
Cada célula matricial é dividida em quatro campos, destinados à
valoração de atributos do impacto ambiental considerado, como mostra o Quadro 04.
Mostra-se também, o Quadro 05 a conceituação dos atributos
utilizados na matriz “ causa x efeito” , segundo o manual de avaliações dos impactos
ambientais em uso na Universidade Federal do Paraná, editado em 1988.
Na Figura 371, mostram-se os gradientes de cores usados para uma
melhor visualização das concentrações de impactos nas células matriciais.

5.1.3.3.2. Descrição das Matrizes de Impactos Ambientais

As matrizes de benefícios e adversidades propiciam uma imagem


quantitativa integrada da transformação ambiental prognosticada, constante das
conjunturas “atual”, “tendencial” e de “sucessão”.
A partir delas, torna-se necessário calcular os desvios entre os
quadros alternativos da região em estudo, de modo a subsidiar a avaliação dos efeitos
decorrentes de cada evento envolvido.
Em síntese, esse instrumento fornece à avaliação ambiental, junto
com o conhecimento já consolidado, as seguintes facilidades analíticas:

 Priorização dos benefícios e adversidades decorrentes da manifestação de


atividades transformadoras, apontando os eventos responsáveis e os processos
de oportunidades ambientais deles derivados.
 Identificação dos meios e compartimentos ambientais afetados, através da
quantidade de impactos prevista para cada uma delas, apontando os eventos
ambientais responsáveis e os processos de oportunidade e de ameaças
ambientais delas derivadas- quantificação e qualificação dos desvios associados
às informações acima, considerando as alternativas entre as conjunturas “atual,
tendencial e de sucessão”.

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Quadro 04 - Valoração de atributos do impacto ambiental

Quadro 05 - Conceituação dos atributos

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Figura 371 - Gradientes de cores.

5.1.3.3.2.1. Descrição dos Impactos Ambientais Previstos – MEIO


FÍSICO
5.1.3.3.2.1.1. Componentes do Projeto (causa) VERSO Componentes
Ambientais (efeito)

Identificação na Matriz: Y (ordenadas) Verso X (abscissas)

01 - Estudo Ambiental (Y 1 ) Vs. Recurso Natural (X 1 )


Erosão (X 3)
Sedimentação (X 4)
Disponibilidade de Solo (X 5)
Movimento de Massa (X 9)

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Água Subterrânea (X 10)
Água Superficial (X 16)
Nível de Ruídos (X 17)
........................................................Material Particulado (X 18)
........................................................Microclima (X 19)
........................................................Circulação Atmosférico (X 20)

Impactos Previstos / Comentários

Os Estudos Ambientais são de relevante importância no que se refere


à tomada de decisão de implementação ou não do empreendimento. A compreensão da
ecodinâmica se deu a partir de tais estudos, gerando assim, informações básicas para
elaboração do diagnóstico ambiental e as projeções dos impactos nas diversas fases do
empreendimento, bem como as medidas mitigadoras para os efeitos negativos e ações
maximadoras para os efeitos benéficos de todas as ações que o Projeto, em seu processo
de implantação, possa gerar.

03 – Preparação do Canteiro de Obras (Y 3) Vs. Recurso Natural (X 1)


Erosão (X 3)
Sedimentação (X 4)
Disponibilidade de Solo (X 5)
Movimento de Massa (X 9)
Água Subterrânea (X 10)
Assoreamento dos corpos hídricos (X12)
Água Superficial (X 16)
Nível de Ruído (X 17)
..................................................................................Material Particulado (X 18)

Impactos Previstos/Comentários

Os canteiros de obras, por questões técnicas, deverão ser construídos


em lugares planos, com o sentido de evitar, ao máximo, efeitos adversos com o
escoamento de águas superficiais com transporte de sólidos, assoreamento e alteração

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da qualidade por turbidez, que poderão acontecer devido a períodos de maior
intensidade pluviométrica, assumindo por isso um caráter indefinido. Outro tipo de
impacto é a poluição e degradação pontual dos solos contribuindo para efeitos adversos
na dinâmica superficial. Os efeitos adversos na atmosfera deverão ser de curta duração.
O aumento de ruídos e material particulado deverá cessar quando pararem as causas,
acarretando uma neutralização dos impactos, exceto no microclima, que deverá ter um
maior espaço de tempo para sua normalização.

04 – Restruturação dos Acessos (Y 4) Vs Movimento de Massas (X 9)


Assoreamento dos corpos hídricos (X12)
Água Superficial (X 16)
Nível de Ruídos (X 17)

Impactos Previstos/Comentários

Os impactos gerados não serão significativos, pois os acessos já


existem, necessitando apenas de redimensionamento de alguns e implantação de acessos
locais de pouca envergadura. Ocorrerão poucos efeitos adversos com a movimentação
de massa, aumento de níveis de ruídos, poluição com material particulado, sem ter
maiores condições de alterar o meio e quando concluídos ocorrerá uma neutralização
dos impactos.

05 – Remoção e Terraplanagem do Solo (Y 5) Vs. Recurso Natural (X 1)


Erosão (X 3)
Sedimentação (X 4)
Disponibilidade de Solo (X 5)
Movimento de Massa (X 9)
Assoreamento dos corpos hídricos (X12)
Nível de Ruídos (X 17)
........................................ ...Hidrodinâmica Costeira (X 15)

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Impactos Previstos / Comentários

A remoção dos solos ocorrerá somente em pontos específicos, ou seja,


nas áreas sujeitas a obras e deverão praticar alterações nos solos causando perda direta,
carreamento de partículas sólidas para drenagem com aumento de turbidez e
desestabilização de geotécnica. São capazes de alterar o meio, descaracterizando a
dinâmica superficial por um longo período. Os efeitos adversos na atmosfera deverão
ser de curta duração com relação ao nível de ruídos e media duração com relação ao
material particulado e microclima, este com período mais extenso, mesmo após concluir
a remoção do solo os efeitos negativos permanecerão por algum tempo.

06 – Abertura da Frente de Serviços (Y 6) Vs. Recurso Natural (X 1)


Erosão (X 3)
Sedimentação (X 4)
Disponibilidade de Solo (X 5)
Movimento de Massa (X 9)
Água Subterrânea (X 10)
Nível de Ruídos (X 17)

Impactos Previstos / Comentários

A abertura de frentes de serviços poderá causar efeitos adversos nas


águas superficiais com assoreamento e alteração na qualidade por turbidez,
provavelmente em períodos de maior intensidade pluviométrica, além de poluição e
degradação pontual dos solos, contribuindo para efeitos negativos na dinâmica
superficial. Assim, embora seja difícil prever a magnitude deste efeito ambiental, pode-
se pelo menos indicar em qual direção ele ocorrerá, ou seja, maior volume total de água
contendo maior quantidade de sólidas em suspensão ou sedimentáveis. Esta afirmação
indica a necessidade de se ter sistemas de decantação para as águas pluviais nas áreas
ocupadas. Os efeitos adversos na atmosfera deverão ser de curta duração, com o
aumento do nível de ruídos e do material particulado e quando concluídas as operações
iniciais, ocorrerá uma neutralização dos impactos.

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07 – Obras Civis – Fundações e Estruturas (Y 2) Vs. Disponibilidade de Solo (X 5)
Água Subterrânea (X 10)
............................................Assoreamento dos corpos hídricos (X12)
...........................................Correntes (X14)
...........................................Hidrodinâmica Costeira (X 15)
.......................................... Água Superficial (X 16)
Nível de Ruídos (X 17)

Impacto Previsto / Comentário

Ocorrerá um impacto pontual no solo que deverá ser adverso, entretanto sem condições
de alterar significativamente o meio em si.

08 – Tratamento de Efluentes (Doméstico/industriais) (Y 8) VsM Nível de Ruídos (X


17)

Impactos Previstos / Comentários

Não afetará negativamente os recursos naturais, com a perda direta da


substancia extraída, assumindo assim um caráter reversível, e consequentemente, não
ocorrendo um aumento nos processos de poluição hídrica pela instalação de sistema
compacto de efluentes e seu tratamento durante o período de instalação e operação do
empreendimento, haja vista a ocupação desordenada na Fase do 2, onde existem a
ocupação desordenada em comunidades subnormais.

09 – Drenagem das áreas ocupadas (Y 9) Vs. Sedimentação (X 4)


Águas Superficiais (X 7)
Águas Subterrâneas (X 8)
Material Particulado (X 10)
Assoreamento dos corpos hídricos (X12)
................................... ....... .Correntes (X14)
Água Superficial (X 16)

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Impactos Previstos / Comentários

As obras de drenagem causam impactos benéficos nas águas


superficiais e subterrâneas, visto que podem preservar a estrutura dos solos. O processo
de sedimentação ocorre como corolário de todo processo erosivo. As partículas sólidas
em suspensão carreadas pela água sedimentam-se nas caixas de decantação da
drenagem evitando o assoreamento a jusante. Causará um impacto benéfico com relação
à atmosfera visto que as obras de drenagem tem a função de evitar, também, o excesso
de material particulado sedimentado.

10 – Instalação do Maquinário para Operação (Y 10) Vs.


Água Subterrânea (X 10)
Nível de Ruído (X 17)
..............................................................................Material Particulado (X 18)
....................................................................................Correntes (X14)
....................................................................Hidrodinâmica Costeira (X 15)
Água Superficial (X 16)
Nível de Ruído (X 17)

Impactos Previstos / Comentários

A limpeza da área referente à abertura da frente de serviços deverá


gerar impactos adversos no meio físico, principalmente por fatores singenéticos, como
erosão e inundação, alterando assim o ecossistema local, especialmente as águas
superficiais, solo e microclima. Tem capacidade de alterar o meio ambiente,
descaracterizando a dinâmica superficial por um longo período. Quanto aos efeitos
adversos na atmosfera, o aumento do nível de ruídos deverá ser de curta duração.
Quanto ao material particulado e microclima, os efeitos adversos deverão ser de média
duração, sendo que sobre o microclima na ADA será por mais tempo, praticamente
durante a vida útil do empreendimento (funcionamento do Porto).

11 –Transporte e Locomoção (Y 11) Vs.


..............................................................................................Fluxo de Vazão (X 11)

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Assoreamento dos corpos hídricos (X12)
....................................................................................Correntes (X14)
....................................................................Hidrodinâmica Costeira (X 15)
Água Superficial (X 16)
Nível de Ruído (X 17)
..................................................................................Material Particulado (X 18)

Impactos Previstos / Comentários

Ocorrerá um aumento dos níveis de poluição com o aumento do nível


de ruído e material particulado. A qualidade do ar será afetada temporariamente
alterando o meio de modo significativo, porem quando terminada a ação ocorrerá uma
neutralização dos impactos. E ainda, na implantação da infraestrutura do porto, parte-se
da premissa da existência de habitat urbano próximo ao local de emissão de material
particulado, o que torna este impacto potencialmente mais significativo e relevante.

12 – Recebimento e expedição de Carga Fluvial (Y 12) Vs. Recurso Natural (X 1)


..............................................................................................Fluxo de Vazão (X 11)
....................................................................................Correntes (X14)
....................................................................Hidrodinâmica Costeira (X 15)
Nível de Ruído (X 17)
..................................................................................Material Particulado (X 18)

Impactos Previstos / Comentários

A estocagem provisória de resíduos da ocupação do terreno poderá


causar efeitos adversos nas águas superficiais com assoreamento e alteração na
qualidade por turbidez, provavelmente em períodos de maior intensidade
pluviométricas, além de poluição e degradação pontual dos solos contribuindo para
efeitos adversos na dinâmica superficial. Os efeitos adversos na atmosfera deverão ser
de curta duração (nível de ruídos e material particulado).

13 – Estocagem de Carga (Y 13) Vs.

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Nível de Ruído (X 17)
..................................................................................Material Particulado (X 18)

Impactos Previstos / Comentários

A estocagem provisória de cargas da ocupação do terreno não causará


efeitos adversos nas águas superficiais com assoreamento e alteração na qualidade por
turbidez, mesmo em períodos de maior intensidade pluviométricas, ou poluição e
degradação pontual dos solos contribuindo para efeitos adversos na dinâmica
superficial. Os efeitos adversos na atmosfera deverão ser de curta duração (nível de
ruídos e material particulado).

14 – Expedição de Carga (Y 14) Vs. Recurso Natural (X 1)


Erosão (X 3)
Sedimentação (X 4)
Disponibilidade de Solo (X 5)
Movimento de Massa (X 9)
....................................................................................Correntes (X14)
....................................................................Hidrodinâmica Costeira (X 15)
Nível de Ruído (X 17)
..................................................................................Material Particulado (X 18)

Impactos Previstos / Comentários

A expedição de cargas não causará efeitos adversos nas águas


superficiais com assoreamento e alteração na qualidade por turbidez ou poluição de
qualquer natureza, mesmo em períodos de maior intensidade pluviométricas, ou
poluição e degradação pontual dos solos contribuindo para efeitos adversos na dinâmica
superficial. Os efeitos adversos na atmosfera deverão ser de curta duração (nível de
ruídos e material particulado).

15 – Recepção e Expedição de Cargas – Via Terrestre (Y 15) Vs.


Nível de Ruído (X 17)

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..................................................................................Material Particulado (X 18)
Material Particulado (X 10)

Impactos Previstos / Comentários

A Recepção e Expedição de cargas – Via Terrestre não causará efeitos


adversos nas águas superficiais com assoreamento e alteração na qualidade por turbidez
ou poluição de qualquer natureza, mesmo em períodos de maior intensidade
pluviométricas, ou poluição e degradação pontual dos solos contribuindo para efeitos
adversos na dinâmica superficial. Os efeitos adversos na atmosfera deverão ser de curta
duração (nível de ruídos e material particulado).

16 – Operação da estação de tratamento de efluentes (Y 16) Vs.


Nível de Ruído (X 17)
..................................................................................Material Particulado (X 18)

Impactos Previstos / Comentários

A Operação da estação de tratamento de efluentes não causará efeitos


adversos nas águas superficiais ou subterrâneas, bem como assoreamento e alteração na
qualidade por turbidez ou poluição de qualquer natureza, mesmo em períodos de maior
intensidade pluviométricas, ou poluição e degradação pontual dos solos contribuindo
para efeitos adversos na dinâmica superficial. Os efeitos adversos na atmosfera deverão
ser de curta duração (nível de ruídos e odor).

17 – Manutenção de Embarcações ..............................(Y 17) Vs.


Recurso Natural (X 1)
Erosão (X 3)
Sedimentação (X 4)
Disponibilidade de Solo (X 5)
....................................................................................Correntes (X14)
....................................................................Hidrodinâmica Costeira (X 15)

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