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Tribunal de Justiça da Paraíba

PJe - Processo Judicial Eletrônico

02/05/2020

Número: 0833441-34.2015.8.15.2001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara Cível da Capital
Última distribuição : 27/11/2015
Valor da causa: R$ 575,00
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer, Cobrança de Aluguéis - Sem despejo
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
REAL CONSULTORIA E SOLUCOES LTDA - ME (AUTOR) THIAGO SILVEIRA GUEDES PEREIRA (ADVOGADO)
LUIZ CARLOS ERNESTO DE BARROS (ADVOGADO)
HILTON SOUTO MAIOR NETO (ADVOGADO)
ALEXANDRE SOARES DE MELO (ADVOGADO)
SEAPORT SERVICOS DE APOIO PORTUARIO LTDA (REU) ADRIANO DE MATOS FEITOSA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25205 27/11/2015 16:34 Vol 3 Outros Documentos
00
Figura 245. Mapa de Portos Artesanais, Pontos de pesca no Baixo Paraíba do Norte e Currais de Peixe no
Município de Cabedelo – PB (Fonte: Daniele Viana)
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4.4.2.1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - ADA

A Área caracterizada como ADA, está localizada no bairro de Camalaú,


região central do município de Cabedelo – PB, abrangendo as comunidades Marileide
Teotônio e Nossa Senhora Aparecia. As comunidades estão localizadas em área da SPU –
Serviço do Patrimônio da União, que esta caracterizada pelo Decreto Lei nº 9.760, de 05
de setembro de 1946 que preconiza:
Art. 1° Incluem-se entre os bens imóveis da União:
b) os terrenos marginais dos rios navegáveis, em Territórios Federais,
se pó, qualquer título legítimo, não pertencerem a particulares;
c) os terrenos marginais de rios e as ilhas nestes situadas na faixa da
fronteira do território nacional e nas zonas onde se faça sentir a
influência das marés;
Seção II Art. 2° São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33
(trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra,
da posição da linha do preamar-médio de 1831.
Os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e
lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés;

A comunidade Marileide Teotônio e Nossa Senhora Aparecida tem área


aproximada de 1,8 ha, que compreende a área vizinha a Seaport, e se estende ao longo da
faixa da maré do rio Paraíba do Norte, onde foi realizado um levantamento censitário com
a aplicação de questionários junto aos moradores, onde foram identificadas, 94 (noventa e
quatro) residências abertas, e 56 (cinqüenta e seis) residências fechadas, ou seja, sem
moradores no momento do questionário, num total de 150 (cento e cinquenta) domicílios
identificados (Gráfico 20).

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Quantidade de casas entrevistadas na comunidade Marileide
Teotônio e Nossa Senhora Apareida?

37%

63%

Domicilios Abertos Domicilios Fechados

Gráfico 20 . Quantificação das casas entrevistadas. (Fonte: Real C Soluções 2014)

Segundo dados censitários do IBGE – 2010, Cabedelo conta com, 599


domicílios particulares ocupados em aglomerados subnormais, que estão divididas em 4
grupos habitacionais.
Segundo o IBGE no “Manual de Delimitação dos Setores do Censo
2010” classifica como aglomerado subnormal cada conjunto constituído de no mínimo 51
unidades habitacionais carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais,
ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno de propriedade alheia (pública
ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e densa. A
identificação atende aos seguintes critérios:
a) Ocupação ilegal da terra, ou seja, construção em terrenos de
propriedade alheia (pública ou particular) no momento atual ou em
período recente (obtenção do título de propriedade do terreno há dez anos
ou menos); e
b) Possuírem urbanização fora dos padrões vigentes (refletido por vias de
circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e
formas desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos) ou
precariedade na oferta de serviços públicos essenciais (abastecimento de
água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e fornecimento de energia
elétrica).

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As comunidades Marileide Teotônio e Nossa Senhora Aparecida,
somam aproximadamente 600 moradores, com faixa etária de 2 a 75 anos. A população é
caracterizada com forte vinculo de parentesco familiar, sendo comum identificar até 3
gerações seguidas da família morando no mesmo espaço, porém em habitações diferentes.
Sendo essa uma das principais características desse complexo habitacional, “dispostas,
em geral, de forma desordenada e densa” (Censo IBGE-2010).
A quantidade de moradores da área foi estimada a partir de dados do
IBGE – 2010, que identifica média de 3,49 habitantes por residência, num total de 2.090
habitantes compreendidos nos 4 conjuntos identificados com essas característica (Tabela
78).

Tabela 78:Censo Demográfico dos domicílios ocupados em Aglomerados Subnormais - Cabedelo.


Censo Demográfico dos Domicílios Ocupados em Aglomerados Subnormais –
Cabedelo
Domicílios particulares ocupados 17.224 Unidades
Domicílios particulares ocupados em aglomerados
subnormais 599 Unidades
População residente em domicílios particulares ocupados 57.792 Pessoas
População residente em domicílios particulares ocupados
em aglomerados subnormais 2.090 Pessoas
Domicílios particulares ocupados 17.224 Unidades
Média de moradores em domicílios particulares
ocupados em aglomerados subnormais 3,49 Pessoas
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.)

A quantidade de habitações estabelecidas em aglomerados subnormais


nas comunidades analisadas identificadas pela aplicação dos questionários para
elaboração dos estudos representam 20% do total de habitações identificadas pelo Censo
do IBGE/2010, 150 unidade de um total de 599 unidades (Gráfico 21).

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Gráfico 21. Quantificação das unidades habitacionais. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Ainda segundo dados Censo IBGE – 2010 foram identificados cerca de


2.090 pessoas residentes em aglomerados subnormais, nesse sentido a população afetada
pela instalação do Complexo Portuário Seaport, uma média de 600 habitantes, representa
cerca 28% da população total que reside nessas áreas (Gráfico 22)

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Gráfico 22. Quantificação dos moradores entrevistados. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Seguindo as informações levantadas pela aplicação do questionário tipo


02 na ADA, no sentido de mensurar a relação temporal e construtiva dos entrevistados
com o espaço ocupado foi possível identificar: o tempo médio que os habitantes locais
residem na área em estudo e a quantidade de cômodos de cada residência, desta forma
buscaram identificar o vínculo do entrevistado com o local de residência.
A média de tempo que a população pesquisada ocupa a região varia de
acordo com a faixa etária do entrevistado, foi possível verificar moradores com mais de
15 anos de residências e outros com menos de 06 (seis) meses de moradia (Gráfico 23).

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Gráfico 23. Tempo de moradia da população na localidade. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

No sentido de mensurar a área de ocupação territorial de cada


residência, e caracterizar um padrão de moradia, gerando dados que venham subsidiar as
proposta de indenização caso a população afetada seja removida. Traçando assim um
perfil construtivo de alvenaria baseada na quantidade de cômodos que cada residência
possui, uma vez que todas as residências foram construídas pelos próprios moradores, e
que cada casa acomoda realidades distintas.
Aproximadamente 13% das residências entrevistadas possuem em
média 4 cômodos e cerca de 4% possui 6 cômodos, destacando neste caso, o fatos de que
mais de uma família reside nesses espaços. Como um exemplo, os filhos que casam, mas
continuam a morar na casa dos pais (Gráfico 24).

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Quantos cômodos têm na casa?
25

20

15

10

5
Gráfico 24. Quantidade de cômodos que há na casa. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

O Censo 2010 do IBGE identifica que das 2.090 pessoas entrevistadas


residentes em aglomerados subnormais, há 1.047 homens e 1.043 mulheres. No referida
Censo 2010, não foram identificados à quantidade de crianças menores de 10 anos que
residem nestas localidades. A pesquisa realizada para caracterizar a área de instalação do
Complexo Portuário Seaport na fase 02 identificou a população a ser desalojada em
adultos e crianças, destacando a quantidade de criança por unidade familiar, num total de
98 crianças e 228 adultos, que representam 30 % e 70% respectivamente, com uma média
de 0,42 crianças por residência entrevistada (Gráfico 25).

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Moradores adultos e crianças

30%

70%

Adultos Crianças
Gráfico 25. Quantificação de adultos e crianças. Fonte: Real C Soluções 2014

Além de identificar a quantidade de pessoas e a faixa etária que elas


estão inseridas, foi realizado um levantamento da quantidade de moradores por unidade
habitacional nas comunidades atingidas. O levantamento realizado pelo Censo 2010 do
IBGE aponta um adensamento populacional de 3,49 pessoas por unidade habitacional,
num total de 599 residências pesquisadas. Comparando com os dados levantados pela
pesquisa de campo para caracterizar a área da ADA, identificamos a quantidade de
moradores por unidade habitacional, representada por cerca de 6 pessoas por unidade
habitacional (Gráfico 26).

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Gráfico 26. Quantas pessoas moram na residência. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Visando traçar um perfil econômico da população entrevistada, foi


pesquisada a fonte de renda principal de cada família e o sistema de trabalho, como,
através da Consignação de Leis Trabalhistas – CLT, trabalhador autônomo, beneficiário
do Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS ou programa governamental de
assistência a indivíduos que vivem em áreas carentes. Também foram solicitadas
informações como a quantidade de pessoas da família que trabalham e se os mesmos têm
alguma relação econômica com o Rio Paraíba do Norte A relação econômica com o rio
pode interferir no interesse e grau de disponibilidade a mudança de local de moradia que a
população da ADA pode ter em relação à instalação do Complexo Portuário Seaport.
Pode-se perceber que dos domicílios entrevistados 50% tem como fonte
de renda principal apenas um de seus moradores, enquanto que 27% contam com 2
moradores trabalhando e 23% dos entrevistados responderam que nenhuma das pessoas
das residências trabalham. Desta forma é possível caracterizar que esses 23%
desenvolvem atividades informais diversas (Gráfico 27).

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Gráfico 27. Quantificação dos moradores por residência que trabalham. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Especificando essa relação de trabalho, também foi pesquisado em qual


seguimento da economia cada entrevistado atua, sendo o setor de serviço o que conta com
maior participação, com 47% dos entrevistados. Em 2º lugar vêm o trabalho com pesca,
com 20% dos entrevistados, o que confirma o vinculo da comunidade com o rio. E ainda
foi identificado que 14% atuam no comércio e 20% não tem nenhuma forma de renda fixa
ou variante (Gráfico 28, 29 e 30)

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Gráfico 28. Classificação da área que os moradores trabalham. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Gráfico 29 Quantidade de moradores que utilizam o rio para pescar. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

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Gráfico 30. Principais espécies de pescados que a população retira do rio. (Fonte: Real C Soluções 2014)

Seguindo na caracterização econômica da população da ADA, foi


perguntado se o entrevistado recebe algum benefício dos programas governamentais
destinado às populações com características de vulnerabilidade social, ou seja, por
pessoas e lugares que estão expostos à exclusão social. São famílias, indivíduos sozinhos
e é um termo geralmente relacionado à pobreza.
Foram identificados que 62% dos entrevistados recebem algum tipo de
beneficio estatal, porém não foi caracterizada qual a esfera desse repasse: federal,
estadual ou municipal visto a variedade de projetos existentes e os diversos critérios
adotados para participar de cada um deles. Porém fica clara a classificação da região
quanto à carência e ao risco social ao qual a comunidade está exposta, como tráfico de
entorpecentes, prostituição infantil e criminalidade (Gráfico 31).

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Gráfico 31. Participação da população em programas sociais estatais. (Fonte: Real C Soluções 2014).

Na pesquisa direcionada a caracterizar aspectos relacionados à


infraestrutura, foram levantados dados sobre a propriedade do terreno onde está
localizada a unidade familiar pesquisada, quais os serviços de saneamento básicos
disponibilizados como: abastecimento de água e esgotamento sanitário, fornecimento de
energia e coleta de lixo.
Mesmo se tratando de área de invasão, segundo o Decreto Lei nº 9.760,
de 05 de setembro de 1946 e sendo a área caracterizada como aglomerados subnormal,
29% dos entrevistados entendem que possuem direito de propriedade sobre o terreno onde
está localizada sua residência, baseado no fato de terem comprado de terceiros a casa que
hoje habitam, e identificam o recibo de compra e venda dessa transação como documento
que valide a posse do terreno em questão. A pesquisa não identificou de forma nominal
esses indivíduos, ficando a cargo do empreendedor executar esse levantamento para
fundamentar os programas de mitigação social, que deveram ser desenvolvidos para a
implantação da fase 02 do projeto (Gráfico 32).

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Gráfico 32. Identificação da propriedade dos moradores e das casas. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Ainda no eixo temático da qualidade de vida da população com relação


ao abastecimento de água, o Censo 2010 do IBGE identifica 8 (oito) forma de
abastecimento hídrico para as residências localizadas em aglomerados subnormais, onde
98% da população pesquisada indica a Rede Geral de Distribuição como forma de
abastecimento residencial (Tabela 79)

Tabela 79. Abastecimento hídrico domiciliar baseado na rede geral de distribuição- Cabedelo.

Abastecimento hídrico domiciliar baseado na rede geral de distribuição


Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Total 599 Unidades
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Rede geral de distribuição 592 Unidades
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Poço ou nascente na propriedade 1 Unidades
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Poço ou nascente fora da
propriedade 2 Unidades

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Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Carro-pipa - Unidades
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Água da chuva armazenada em
cisterna - Unidades
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Água da chuva armazenada de
outra forma 3 Unidades
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Rios, açudes, lagos ou igarapés - Unidades
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais -
Forma de abastecimento de água - Outra 1 Unidades
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.)

Traçando um paralelo desta tabela com o gráfico da pesquisa que


também caracterizou a fonte de abastecimento de água das Comunidades Marileide
Teotônio e Nossa Senhora Aparecida, foi percebido in loco que algumas residências
possuem medidor de água e pagam contribuição mensal sobre o consumo à
concessionária de abastecimento público – Cagepa – Companhia de Água e Esgoto da
Paraíba, levando em consideração as características sociais da área (Gráfico 33).

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Gráfico 33. Identificação da forma de abastecimento hídrico. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Também foi identificada in loco a ocorrência de ligações clandestinas


de abastecimento, principalmente na área da comunidade Nossa Senhora Aparecida,
como mostram as figuras abaixo.
Podemos identificar a precariedade da infraestrutura local, que atende a
população da localidade, por se tratar de área particular do Serviço do Patrimônio da
União - SPU e não poder receber melhorias de infraestrutura a tendência é que esta
situação continue sem que possa ocorrer qualquer melhora em beneficio da população
carente que reside nesta localidade (Figura 246).

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Figura 246 - Ligação Clandestina de Água que abastece a comunidade Nossa Senhora de Aparecida
(Fonte: Real C Soluções Junho 2014)

Figura 247 - Vista da Comunidade Nossa Senhora Aparecida – Terreno por onde passa a tubulação
clandestina de abastecimento de água. (Fonte: Real C Soluções Junho 2014)

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Figura 248 Pesquisador entrevistando morador da área da ADA – Comunidade Nossa Senhora Aparecida –
Cabedelo/PB. (Fonte: Real C Soluções Junho 2014)

Considerando que moradias deficientes não possuem canalização


interna de abastecimento de água e rede de esgoto, segundo CAIXA (2011), a forma de
tratamento do esgoto também foi pesquisada, mesmo sabendo que as comunidades não
estão dentro do plano de desenvolvimento urbano da cidade, por estarem localizadas em
uma Zona de Proteção Ambiental – ZEPA, reiterando desta forma, a impossibilidade já
destacada de implantar qualquer obra de saneamento (Tabela 80).

Tabela 80. Esgotamento sanitário nos aglomerados subnormais - Cabedelo.


Esgotamento Sanitário e Aglomerados Subnormais – Cabedelo
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais - Tipo 59 Unidade
de esgotamento sanitário - Total 9 s
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais - Tipo 33 Unidade
de esgotamento sanitário - Rede geral de esgoto ou pluvial s
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais - Tipo 43 Unidade
de esgotamento sanitário - Fossa séptica s
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais - Tipo 10 Unidade
de esgotamento sanitário - Fossa rudimentar 3 s
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais - Tipo 4 Unidade
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de esgotamento sanitário - Vala s
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais - Tipo 38 Unidade
de esgotamento sanitário - Rio, lago ou mar 7 s
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais - Tipo 4 Unidade
de esgotamento sanitário - Outro tipo s
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.)

Segundo o IBGE 2010, existem duas formas principais de destinação


dada ao esgotamento sanitário domiciliar: Fossa séptica Rudimentar e despejos diretos em
Rio, Lago e Mar. Na pesquisa aplicada junto à população, foi possível identificar que
75% dos entrevistados utiliza o sistema de fossa séptica rudimentar como destinação final
do esgoto doméstico, 2% utiliza fossa com vala de infiltração, devido a pouca
profundidade do lençol freático da área de Cabedelo. Foi possível observar que os 20%
dos entrevistados destinam seus dejetos diretamente para o rio. Estes estão localizados na
Comunidade Nossa Senhora Aparecida (Gráfico 34).

Como é tratado o esgoto da sua casa?


3% 0%

20%

2%

75%

Saneamento básico Fossa


Fossa com vala de infiltração Rio

Gráfico 34. Identificação do tratamento do esgoto das casas. (Fonte: Real C Soluções 2014).

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No conjunto de informações sobre qualidade de vida, a coleta de
resíduos sólidos está inserida na percepção da população sobre as condições ambientais.
Neste seguimento, foi identificado que 79% da população não têm acesso à coleta de
resíduos de forma estruturada, o que acarreta no descarte desse material direto no Rio
Paraíba do Norte, agravando desta forma, os indicadores de poluição da área e
contribuindo para a degradação do meio ambiente e insalubridade (Gráfico 35).
.

Gráfico 35. Identificação da coleta de lixo da região. (Fonte: Real C Soluções 2014)

Outro aspecto que foi averiguado sobre qualidade de vida, foi à


percepção da população em relação à distribuição de energia da área que compreende a
ADA, segundo dados do Censo IBGE 2010, todas as residências possuem fornecimento
de energia elétrica, com sua maioria, ou seja, 554 unidades recebendo da companhia de
distribuidora Energisa. Os demais itens elencados demonstram formas alternativas ou
irregulares pelo qual a população tem acesso a esse recurso (Tabela 81).

Tabela 81. Rede de abastecimento de energia em Aglomerados Subnormais - Cabedelo. Fonte: IBGE,
Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
Abastecimento Elétrico - Cabedelo
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais
599 Unidades
- Existência de energia elétrica - Tinham
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais 554 Unidades

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- Existência de energia elétrica - Tinham - de companhia
distribuidora
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais
- Existência de energia elétrica - Tinham - de companhia 415 Unidades
distribuidora - com medidor - de uso exclusivo
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais
- Existência de energia elétrica - Tinham - de companhia 71 Unidades
distribuidora - com medidor - comum a mais de um domicílio
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais
- Existência de energia elétrica - Tinham - de companhia 68 Unidades
distribuidora - sem medidor
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais
45 Unidades
- Existência de energia elétrica - Tinham - de outra fonte
Domicílios particulares permanentes em aglomerados subnormais
- Unidades
- Existência de energia elétrica - Não tinham
(Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.)

Comparando os dados do Censo IBGE 2010 com os dados da pesquisa


realizada neste trabalho, foi identificado que 96% (Gráfico 34) da população têm acesso à
energia elétrica fornecida pela companhia distribuidora Energisa, o que foi confirmado in
loco na execução dos questionários, porém, as ligações clandestinas também foram
entendidas nesse conjunto, visto que a população não faz distinção da forma de
recebimento, se oficial ou clandestina (Gráfico 36) (Figura 249).

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Gráfico 36. Identificação da forma de abastecimento elétrico nas residências. (Fonte: Real C Soluções
2014.)

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Figura 249. Ligação da rede de fornecimento de energia, com destaque para a ligação clandestina para a
residência, sendo esta forma de ligação característica da área.
(Fonte: Real C Soluções Junho 2014)

Com a viabilidade de implantação da fase 02 do Complexo Portuário


Seaport e com o objetivo de mensurar de maneira preliminar o entendimento da
população acerca da instalação do Complexo, foi pesquisado os motivos de satisfação dos
entrevistados em relação à moradia na área designada pelo projeto como ADA nos dias
atuais. Questões como disponibilidade em mudar da sua atual residência e se têm alguma
informação sobre a proposta de instalação do Complexo Portuário Seaport foram
levantadas nos questionários (Gráfico 36).

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Gráfico 37. Identificação da satisfação da população em residir naquele local. (Fonte: Real C Soluções
2014.)

Como resultado para a questão de satisfação com a atual moradia, foi


identificado que 79% (Gráfico 35) dos entrevistados gostam de residir nas Comunidades
Marileide Teotônio e Nossa Senhora Aparecida, mesmos com as limitações de
infraestrutura e serviços públicos. Aproximadamente 21% dos entrevistados se encontram
descontentes com esta realidade (Gráfico 37)

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Por que você gosta de morar aqui?

10%
2% 17%
5%
2%

9%

13%

42%

Tem canoa/Pesca Tempo de moradia Localização/Serviços


Tranquilidade/Segurança Única Opção Casa Propria
Porque a vizinhança ajuda Não Opinou
Gráfico 37.1 Motivação da satisfação da população em residir no local. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Nos quatro itens mais observados na pesquisa: Tranqüilidade/Segurança


- 42%, possui canoa/pesca - 17%, localização/serviços - 13%, podemos observar a
segurança que a comunidade apresenta aos entrevistados (Gráfico 40), seguido do vinculo
trabalhista com o rio/maré no desenvolvimento econômico da população, índice já
observado nesse estudo (ver Gráfico 9), além da localização da comunidade com 13%
tendo em vista que o bairro de Camalaú onde as comunidades estão inseridos está
localizado no Centro Comercial do Município de Cabedelo/PB.
Associado a esses dados, satisfação e motivos para residir nas
comunidades, identificamos que a população tem a disponibilidade e interesse em mudar
de localidade, onde 57% atestam interesse na mudança de residência contra 43% que não
aceitariam essa possibilidade. Neste sentido foi realizado um levantamento nominal dos
moradores locais – chefes de família – para que na fase 02 do projeto, com a instalação do
Complexo Portuário Seaport, possa ser verificado quais dos entrevistados ainda residem
nas comunidades, para que sejam identificados critérios para remoção e realocação desses
moradores (Gráfico 38).

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Há interesse da família em mudar de residência para outra
localidade?

43%

57%

Sim Não

Gráfico 38. Identificação da satisfação da população em mudar-se para outro local. (Fonte: Real C Soluções
2014.)

Considerando o caráter qualitativo da pesquisa, procurou-se identificar


os itens que contribuem para a relação positiva que 79% da população pesquisada têm
com o espaço geográfico que ela habita. Entre esses foi possível observar através das
respostas obtidas o conceito utilizado por SANTOS apud BORGES que identifica espaço
geográfico como:
“um conjunto indissociável de que participam, de um lado, certo
arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos sociais e, de
outro, a vida que os preenche e anima, ou seja, a sociedade em
movimento. O conteúdo (a sociedade) não é independente da forma (os
conteúdos geográficos) e cada forma encerra uma fração de conteúdo.
O espaço, por conseguinte, é isso: um conjunto de formas, contendo
cada qual frações da sociedade em movimento” (SANTOS, 1994, p. 26-
27).

O cadastro preliminar simplificado dos moradores visa identificar


moradores reais das localidades afetadas com o objetivo de evitar que novas habitações

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sejam construídas ou pessoas utilizem de má fé junto ao empreendimento, dependendo da
proposta que for discutida e acertada por meio das Associações Comunitárias.
Por se tratar de um projeto inicial e devido ao fato do empreendedor
ainda não dispor da totalidade da área a qual o empreendimento deverá ocupar, as
informações sobre a implementação do Complexo Portuário Seaport ainda não são
conhecidas pelos moradores. Este dado é confirmado através do resultado do
questionário, onde 52% afirmam não ter conhecimento sobre do que se trata o projeto, e
48% afirmam ter conhecimento apenas na ocasião desta pesquisa (Gráfico 39)

Você tem conhecimento sobre algum projeto de expansão


do complexo portuário SEAPORT?

48%
52%

Sim Não
Gráfico 39. Identificação do conhecimento da população sobre o projeto de expansão do complexo
portuário SEAPORT. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

As impressões relatadas por 76% da população entrevistada em relação


à implementação do projeto de expansão do Complexo Portuário Seaport é de que ocorra
um aumento na geração de empregos no município. Uma parcela de 54% dos
entrevistados apresentou uma expectativa de melhorias na qualidade de vida tendo em
vista a possibilidade de mudança de residência para um ambiente com infraestrutura
adequada.

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4.4.2.2 - Caracterização Antrópica das Áreas de Influência Direta -
Lucena

O município de Lucena está localizado na Microrregião Geográfica de


João Pessoa, dentro da Mesorregião Geográfica da Mata Paraibana. Faz fronteira com o
município de Santa Rita e Cabedelo, ao qual é ligado pelo estuário do Rio Baixo Paraíba,
compondo assim a foz de localização do empreendimento do Complexo Portuário
Seaport.
Segundo dados do censo 2010 do IBGE o município de Lucena abrange
uma área territorial de 88,844 km² com uma população em 2010 de 11.730 habitantes,
com uma densidade demográfica de 131,88 (hab/km²).
Em acordo com as diretrizes estabelecidas no Termo de Referência do
Complexo Portuário Seaport datado de Dezembro de 2013, serão destacados aspectos
relacionados à infraestrutura, saúde, educação, economia, todos esses aspectos tendo com
destaque dados oficiais consultados no IBGE, Secretárias do Governo do Estado
corroborando com a análise direta da percepção da população acerca destes temas.
O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH reflete a qualidade de
diversos serviços prestados a população que determinam diretamente seus índices de
qualidade de vida, sendo esta uma análise de vários fatores que influenciam a vida da
população. Neste sentido segundo dados do IBGE, o município de Lucena apresenta uma
evolução de seus índices tendo com parâmetro o ano de 1991 (Tabela 82).

Tabela 82. Índice de Desenvolvimento Humano


Municipal - IDHM
IDHM 2010 0,583
IDHM 2000 0,391
IDHM 1991 0,267
(Fonte: IBGE)

O acesso ao município de Lucena pode ser realizado através da rodovia


PB – 008, através da PB – 025 que faz entroncamento com a PB – 019 que liga a cidade
de Santa Rita e interliga a região a BR – 101 e ainda através do Ferry Boat que faz o
transporte fluvial entre Cabedelo e Lucena.

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4.4.2.2.1 Características Socioeconômica

O município de Lucena conta com uma população residente de 11.730


habitantes, destes 10.152 residentes em área urbana e 1.578 estão localizados na área
rural. Segundo dados do censo IBGE 2010, a divisão entre homens e mulheres e sua
região de moradia segue a divisão apresentada na tabela abaixo.

Tabela 83. Quantificação da população residente no município de Lucena.


População residente 11.730 pessoas
Homens 5.832 homens
Homens na área urbana 4.989 homens
Homens na área rural 843 homens
Mulheres 5.898 mulheres
Mulheres na área urbana 5.163 mulheres
Mulheres na área rural 735 mulheres
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014)

Com forte característica turística e de veraneio, a população residente


fixa na cidade de Lucena é pequena, contudo, pode-se destacar a quantidade de domicílios
entrevistados pelo IBGE que quantifica este universo seguindo dados abaixo
apresentados. Com destaque para os 3.020 domicílios particulares não ocupados de uso
ocasional que representam 49% dos domicílios existentes no município, sendo estes de
moradores veranistas (Tabela 84)

Tabela 84. Domicílios recenseados pelo IBGE no município de Lucena.


Domicílios recenseados 6.140 domicílios
Domicílios particulares ocupados 3.110 domicílios
Domicílios particulares ocupados com entrevista realizada 3.100 domicílios
Domicílios particulares ocupados sem entrevista realizada 10 domicílios
Domicílios particulares não ocupados 3.020 domicílios
Domicílios particulares não ocupados de uso ocasional 2.642 domicílios
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.)

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Entre os principais bairros de Lucena estão Costinha, Fagundes e
Centro, que possui maior adensamento populacional. Estes estão dispostos ao longo da
PB – 008, principal rodovia de acesso e trânsito da cidade. Para caracterizar e auxiliar a
análise da pesquisa foi aplicado 45 questionários nesses bairros nos meses de Junho e
Julho de 2014.
Na análise dos eixos temáticos: Economia, Sociologia, Saúde e
Qualidade Ambiental, a pesquisa analisou os dados obtidos na pesquisa com as
informações do Censo 2010 do IBGE.
Seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Termo de Referência expedido
pela SUDEMA em Dezembro de 2013, no que solicita a investigação do Meio Antrópico,
em seus subitens: Qualidade de Vida, Organização Social e Política, Percepção da
População, Educação, Saúde, Atividade Econômica e Dinâmica Produtiva e
Infraestrutura, foi desenvolvido um questionário específico para ser aplicado junto à
população da AID - Lucena, o que se apresenta nesta parte do trabalho e que irá
fundamentar o capítulo destinado ao Prognóstico Ambiental e subsidiar as medidas
Mitigatórias que serão apresentadas pelo Complexo Portuário Seaport para remediar os
impactos sociais que a possível instalação do empreendimento possa causar.
Para realizar esta análise foram entrevistados 16 homens e 29 mulheres,
com faixa etária de 14 a 50 anos de idade, considerada como população economicamente
ativa e que pode ser diretamente influenciada durante a implantação do empreendimento.
Também foram pesquisados moradores com mais de 50 anos de idade, que por mais que
não venham a ser diretamente afetados economicamente pela instalação do
empreendimento, possuem um vínculo sócio afetivo estabelecido com a comunidade local
que será afetada pelas mudanças econômicas e sociais decorrentes da instalação do
Complexo Portuário Seaport (Gráfico 40)

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Idade
18% 20%

15%

27%

20%

20-30 30-40 40-50 Maiores de 50

Gráfico 40. Classificação etária da população entrevistada. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Dentre os entrevistados, (Gráfico 41), 43% afirmam estar empregados


pelo regime CLT – Celetista no período da pesquisa. Podemos destacar 34% dos
entrevistados como trabalhares autônomos, sem classificar com tudo qual a atividade
laboral desenvolvida, devido à pluralidade das localidades entrevistadas, essa
identificação não foi mensurada nesta fase da pesquisa, o destaque fica para os bairros de
Costinha e Fagundes, com forte presença de colônias de pescadores que devido a
características da atividade podem ser classificados como trabalhadores autônomos e
empregados. Como destaque a pesca no estuário do Baixo Paraíba do Norte tem
predominância da forma artesanal (Tabela 85).
A presença da Associação de Pescadores em Lucena representada pela
colônia Z-22, influencia diretamente esse dado, visto que, registrado na associação o
pescador se classifica oficialmente como empregado, por pagar os impostos inerentes a
esta condição. No caso de não estarem filiados, aqueles que desenvolvem a atividade da
pesca de forma secundária, se denominam autônomos.

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Gráfico 41. Identificação da situação econômica da população. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Tabela 85. Divisão dos entrevistados por ocupação na semana de referência da pesquisa.
Divisão dos entrevistados por ocupação na semana de referencia da pesquisa - IBGE
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência com 2.312 pessoas
posição na ocupação de - empregados
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência com 1.061 pessoas
posição na ocupação de - empregados - com carteira de trabalho assinada
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência com 367 pessoas
posição na ocupação de - empregados - militares e funcionários públicos
estatutários
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência com 884 pessoas
posição na ocupação de - empregados - sem carteira de trabalho assinada
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.)

Devido à particularidade de cada município estudado, Lucena terá uma


abordagem diferenciada do município de Cabedelo, onde o setor primário ficou
caracterizado como setor público. Em Lucena essa realidade não se aplica, ficando o setor
primário caracterizado com trabalhadores na área da pesca.
Considerando o PIB per capita (IBGE 2011) como R$ 7.929,94,
configura-se um panorama da situação econômica positiva no município, mesmo se

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tratando do menor PIB dos municípios que compõem a AID. Através da população
entrevistada pôde-se identificar que 43% se declaram empregados e destes 49% se
declaram do setor primário, que nesta pesquisa serão considerados trabalhadores da pesca
e agricultura. Em segundo lugar foi identificado que o setor terciário, ou seja, o comércio
abrange 48% dos entrevistados e em terceiro lugar vêm à indústria que agrega 3% destes
(Gráfico 42).

Gráfico 42. Identificação do setor da atividade econômica que a população trabalha. (Fonte: Real C
Soluções 2014)
Para a fase 01 do projeto não foram levantadas as questões de migração
das dinâmicas trabalhistas, fluxo de migração e inter-relações das cadeias produtivas, esse
levantamento foi realizado na caracterização da ADA, devido à relocação da população
da área.
Contudo segundo o censo IBGE (2010), a população economicamente
ativa do município de Lucena se estrutura espacialmente por domicílio de trabalho
seguindo os dados da tabela abaixo:

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Tabela 86. Divisão dos entrevistados por ocupação na semana de referência da pesquisa por município.
Pessoas que trabalhavam por município
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência que 2.991 pessoas
exerciam o trabalho principal no município de residência
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência que 605 pessoas
exerciam o trabalho principal em outro município
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência que 6 pessoas
exerciam o trabalho principal em mais de um município ou país
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014)

Identificamos que 83% dos entrevistados, ou seja, 2.991 indivíduos são


residentes do município e desenvolvem sua atividade de trabalho principal em Lucena,
enquanto 16,79% dos entrevistados, ou seja, 605 entrevistados residem em Lucena, porém
desenvolver sua atividade de trabalho no município. Com a instalação do Complexo
Portuário da Seaport em Cabedelo, deverá ocorrer um aumento do número de postos de
trabalho no município de Lucena, através de empresas que venham a prestar serviços para
o empreendimento ou se beneficiem pela dinâmica da cadeia produtiva.
Devido à localização e proximidade dos municípios e os baixos custos
de transporte e moradia, Lucena se configura como uma opção econômica viável para
moradia de futuros trabalhadores que venham a desenvolver suas atividades nas fases de
implantação ou operação do empreendimento.
É possível observar que para um município com o PIB e o IDH ficam na
média em nível estadual, R$ 7.929,94 e 0,583 respectivamente, dentre os entrevistados
nenhum se declarou desempregado, tendo em vista a pesca artesanal como atividade
principal de ocupação (Tabela 87)

Tabela 87. Quantificação da população por trabalho na agropecuária, florestais, caça e pesca.

Trabalhadores da agropecuária, florestais, da caça e da pesca


Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência com 462 pessoas
ocupação no trabalho principal de trabalhadores qualificados da agropecuária,
florestais, da caça e da pesca – homens
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência com 70 pessoas
ocupação no trabalho principal de trabalhadores qualificados da agropecuária,
florestais, da caça e da pesca – mulheres
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014)

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Outro item que deve ser destacado com relação à pesquisa realizada foi
o horário de sua execução, período comercial, onde foram entrevistados apenas
moradores que trabalhando no município de Lucena. A pesquisa não se ateve a entrevistar
os moradores que utilizam a balsa – ferry boat – para se deslocar até Cabedelo para
trabalhar ou utilizam a BR – 025 para se deslocar até o município de Santa Rita e
desenvolver suas atividades.
Para a caracterização da infraestrutura de Lucena foram considerados os
itens: saneamento básico, abastecimento de água, coleta de resíduos – sólidos e líquidos –
e abastecimento de energia, devido à falta de dados disponibilizados pelas
concessionárias oficiais – CAGEPA e ENERGISA (VER ANEXO), foram adotados
dados do Censo IBGE – 2010, comparando-os com a percepção da população.
O fornecimento do serviço de abastecimento de água é um indicador do
nível de salubridade e desenvolvimento urbano, na pesquisa podemos observar que 91%
dos entrevistados afirmam está ligados à rede oficial de abastecimento, o que garante a
qualidade do produto utilizado e colabora para os índices de qualidade pública de saúde e
prevenção a propagação de doenças de veiculação hídrica (Gráfico 43).

Sua residência recebe água através da Cagepa?

9%

91%

Sim Não

Gráfico 43. Identificação da forma de abastecimento hídrico. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

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Os demais, ou seja, 9% dos entrevistados não especificaram qual a
forma de abastecimento hídrico a que tem acesso, porém destes, 28% afirma fazer o uso
de métodos caseiros para garantir um tratamento deste recurso, sendo o filtro utilizado por
55% dos entrevistados, seguido do uso do cloro apontado por 18% dos pesquisados e
adição de água sanitária foi apontado por 9%. (Gráfico 44 e 45).

Gráfico 44. Identificação da existência de tratamento domiciliar da água. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

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Gráfico 45. Identificação do tipo de sistema de tratamento da água. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Demais formas de acesso ao recurso – poço, carro pipa – não forma


pontuados na pesquisa. Em consulta aos dados da Agência Executiva de Gestão das
Águas do Estado da Paraíba - AESA constam 43 usuários cadastrados com licença de
outorga de captação de água, dentro da Região da Bacia do Baixo Paraíba, sub-bacia do
rio Miriri, tendo os mais diversos fins como, irrigação, abastecimento comunitário,
abastecimento rural. A instalação do empreendimento não irá gerar um impacto
significativo sobre o sistema hídrico da cidade, visto a baixa demanda hídrica que sua
instalação e operação irão causar, além de não desenvolver suas atividades diretamente no
município de Lucena. A implantação do Complexo Portuário Seaport contará com a
outorga para captação de água, fornecida pela AESA e licenciado pela Sudema, dentro da
Bacia do Baixo Paraíba.
Atrelado ao abastecimento hídrico, a coleta de esgoto através de rede
pública e não tratamento individual, também se configura como um índice de qualidade
ambiental e saúde pública. Na pesquisa de percepção da população sobre este parâmetro
foi identificado que 100% da população atestam utilizar o sistema de fossa como forma
de tratamento do seu esgoto domestico
Outras formas de coleta e tratamento desse resíduo não foram
mencionadas na pesquisa, saneamento básico, despejo direto no rio, o que podemos
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caracterizar de forma positiva, visto que o sistema de fossa e sumidouro, mesmo sendo
um sistema rudimentar e podendo causar a poluição do lençol freático, tendo as
características geomorfológicas de do município se configura como a forma mais
eficiente com baixo custo de investimento por parte do poder público (Gráfico 46).

Como é tratado o esgoto da sua casa

0% 2%
0%

0%

0%

98%

Saneamento básico Fossa Fossa com vala de infiltração Rede Pluvial Rio Não sabe

Gráfico 46. Identificação da forma de tratamento dos esgotos. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

Comparando com os dados disponibilizados pelo Censo IBGE 2010, o


número de domicílios atendidos pela rede de abastecimento geral é de 2.385 domicílios,
não sendo apresentado nenhum domicílio sem abastecimento de água, também não há
caracterização da origem do abastecimento.
A forma de tratamento do efluente também não é caracterizada pelo
Censo – 2010 IBGE sendo classificado, entretanto se ele é tratado de forma adequada ou
inadequada, classificando se o domicilio se encontra em zona urbana ou rural que
podemos identificar que dos 2.720 domicílios pesquisados para este parâmetro, 25%
contavam com tipo de saneamento adequado, 72% semi-adequado e 2,4% inadequado no
perímetro urbano. Analisando os dados referentes à zona rural foi identificado 382
domicílios, onde destes, 0,5% foram classificados como adequados, 68,9% semi-
adequado e 30,6% inadequado (Tabela 88).

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Tabela 88. Quantificação da rede de saneamento básico urbano e rural.
Rede de tipo de saneamento
Domicílios particulares permanentes - urbano - tipo de saneamento - total 2.720 domicílio
s
Domicílios particulares permanentes - urbano - tipo de saneamento – 25 %
adequado
Domicílios particulares permanentes - urbano - tipo de saneamento - semi- 72,6 %
adequado
Domicílios particulares permanentes - urbano - tipo de saneamento – 2,4 %
inadequado
Domicílios particulares permanentes - rural - tipo de saneamento - total 382 domicílio
s
Domicílios particulares permanentes - rural - tipo de saneamento – 0,5 %
adequado
Domicílios particulares permanentes - rural - tipo de saneamento - semi- 68,9 %
adequado
Domicílios particulares permanentes - rural - tipo de saneamento – 30,6 %
inadequado
(Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2014)

Ainda sobre a caracterização e percepção da população da AID no que


diz respeito à qualidade ambiental, a coleta de resíduos sólidos é um indicativo. Onde
foram verificados que 98% dos entrevistados têm acesso à coleta regular e 2% identifica
não ser atendido por este serviço (Gráfico 47)

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Existe coleta de lixo na região?
2%

98%

Sim Não

Gráfico 47. Identificação da existência de coleta de lixo. (Fonte: Real C Soluções 2014).

Podemos destacar no municpio de Lucena a coleta seletiva do lixo como um


indice que obteve um conjuntos significativo de respostas, se comparada com o município de
Cabedelo, (Grafico 48) onde 71% da populção afirmam ter acesso ao serviço de coleta seletiva e
29% não são atendidos. Um diferencial deste dado se deve ao fato de que, segundo 100% dos
entrevistados que tem acesso a coleta seletiva, afirmam que ela é feita por pessoal autonomas,
catadores sem vinculos com qualquer tipo de organização – associação, cooperativa ou poder
público – o que demonstra que a existencia dessa atividade se deve mais ao grau de pobreza de
uma camada da população do que com a preocupação ambiental e qualidade de vida (Gráfico 48).

Existe coleta de lixo reciclável?

29%

71%

Sim Não

Gráfico 48. Identificação da existência de coleta de lixo reciclável. (Fonte: Real C Soluções 2014.)

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