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02/05/2020
Número: 0833441-34.2015.8.15.2001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara Cível da Capital
Última distribuição : 27/11/2015
Valor da causa: R$ 575,00
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer, Cobrança de Aluguéis - Sem despejo
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
REAL CONSULTORIA E SOLUCOES LTDA - ME (AUTOR) THIAGO SILVEIRA GUEDES PEREIRA (ADVOGADO)
LUIZ CARLOS ERNESTO DE BARROS (ADVOGADO)
HILTON SOUTO MAIOR NETO (ADVOGADO)
ALEXANDRE SOARES DE MELO (ADVOGADO)
SEAPORT SERVICOS DE APOIO PORTUARIO LTDA (REU) ADRIANO DE MATOS FEITOSA (ADVOGADO)
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Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25204 27/11/2015 16:34 Vol 2 Outros Documentos
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das Plantas Vasculares de Uma Floresta de Terra-Firme na Amazônia Central. INPA,
1999, na Região da Paraíba (PB), as espécies que compõem a Vegetação com Influência
Marinha (Restinga), principalmente em Estágios Inicial, Médio e Avançado de
Regeneração e Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal) são do domínio da
Mata Atlântica.
No entanto, vale considerar que este levantamento vem corrobar com
vários autores, tais como Oliveira-Filho e Ratter (1995); Tropmair & Machado (1974);
Fernandes e Bezerra (1990); Coutinho (1978), Eiten (1994) e Santos (1996), sobre a
teoria das formações florestais do Cerrado associados a cursos d'água (perenes ou não)
que são tidas como tipos de vegetação extra-cerrado, devido à forte ligação que têm com
as linhas de drenagem naturais, tais como ambientes aluviais, mesmo com a
predominância de Restingas e Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas
(Tabuleiro), ambas de domínio Mata Atlântica, nos municípios em torno do futuro
empreendimento, diante de várias espécies de Tabuleiro encontradas nos remanescentes
florestais e fitofisionomias de Restinga (Figuras 156 à 161).
As famílias Orchidaceae, Bromeliaceae e Amaranthaceae apresentam
flora relativamente pobres, em todas as formações florestais amostradas no levantamento
realizado, e são pouco conhecidas floristicamente, aparecendo somente em 4 parcelas
deste levantamento.
Figura 156. Vista de exemplar de Hymenaea courbaril Figura 157. Detalhe de frutificação de
L. em área de reserva legal na AID do empreendimento Hymenaea courbaril L.(Imagem: Marcelo
no município de Lucena.(Imagem: Marcelo Santos, Santos, 2015).
2015).
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Figura 158. Vista de floração de Calotropis gigantea Figura 159. Outra vista de frutos de Calotropis
(Apocynaceae), espécie típica de ambiente árido de gigantea (Apocynaceae) em áreas de antigos
origem africana, a qual ocorre abundantemente em tanques abandonados de
todos os ambientes estudados, principalmente carcinicultura.(Imagem: Marcelo Santos, 2015).
antropizados.(Imagem: Marcelo Santos, 2015).
Figura 160. Vista de inflorescência de Ipomea pes- Figura 161. Outra vista da dominância de
caprae em área de AID na enseada de Lucena.(Imagem: plantas halófitas (Ipomea pes-caprae) em
Marcelo Santos, 2015). ambiente dunar na área de AID na enseada de
Lucena.(Imagem: Marcelo Santos, 2015).
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Diante da amostragem do inventário florestal realizado para a área do
Complexo Portuário Seaport para os dois principais ambientes, os quais: Vegetação
com Influência Marinha (Restinga) em Estágios Inicial, Médio e Avançado de
Regeneração e Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal),verificou-se a
suficiência amostral no levantamento das 24 parcelas lançadas para estes dois ambientes a
partir da 6º parcela, quando houveà estabilização das amostragens.
Verificou-se que através do lançamento de 24 parcelas a estabilização
com cerca de 51 espécies encontradas das 53 espécies totais neste inventário florestal para
os dois ambientes amostrados.
Uma das causas desta suficiência amostral provavelmente deve-se a
especificidade do ambiente ciliar (umidade) pela ocorrência de espécies da Vegetação
com Influência Marinha (Restinga) em Estágios Inicial, Médio e Avançado de
Regeneração e Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal), em relação aos
ambientes, as quais mais homogênas entre si. O padrão de ocorrência das espécies nestes
ambientes é de um menor número das mesmas em função da adaptabilidade genética das
mesmas em ambiente de constantes inundações diárias pelas marés ocorrentes do Rio
Paraíba, e também a influência marinha pela proximidade do Oceano.
Outro fator que pode explicar esta suficiência amostral para os
ambientes de Vegetação com Influência Marinha (Restinga) em Estágios Inicial, Médio e
Avançado de Regeneração e Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal), é a
forte pressão antrópica pela retirada de madeira nas ilhas da Restinga/Stuart e nos
manguezais na região, através dos produtores rurais e presença do gado, fogo, e pelos
próprios pescadores, que se utilizam de várias espécies florestais para construção de
armadilhas para caça de caranguejo, siri, lagosta, etc bem como a forte pressão que estes
ambientes de Floresta Atlântica vêm sofrendo ao longo da última década nesta região.
A Figura 162 a seguir ilustra a curva de acúmulo da Curva Coletora
para área do empreendimento, demostrando que na 6° parcela houve a estabilização da
curva e suficiência amostral dos remanescentes florestais amostrados.
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Figura 162. Curva do número de espécies por incremento de unidade
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condições de solos bem drenados, onde se encontra um maior número de espécies neste
ambiente (53 espécies) em relação a Vegetação com Influência Fluviomarinha
(Manguezal- 3 espécies). As espécies da Vegetação com Influência Fluviomarinha
(Manguezal), possuem mecanismos de adaptação e de sobrevivência (raízes aéreas) em
relação à salinidade e também em relação à variação diária dos níveis de marés
fluviomarinhas, as quais sobrevivem em condições de submersão total ou parcial. Desta
forma, já era esperada a baixa diversidade para este ambiente, comprovado pela
ocorrência de somente 3 espécies em 19 parcelas amostradas nos 16.583 hectares na
AID. Estudos mais específicos neste sentido seriam importantes para estudar a dinâmica
destas comunidades, o que deve estar associado a constância de umidade do solo e sua
fertilidade em relação à sazonalidade fluviomarinha das marés, o que beneficia no
conjunto das espécies ocorrentes de manguezal em ambas as ilhas e margens em áreas
mais preservadas do Rio Paraíba para este ambiente específico de formação pioneira.
A Tabela 26 a seguir ilustra os valores de diversidade para a AID do
empreendimento, demostrando os parâmetros e outras diversidades comparadas em
relação à suficiência amostral e aos remanescentes florestais amostrados nos dois
ambientes.
Tabela 26. Valores de diversidade para a AID do Complexo Portuário Seaport, seus parâmetros e outras
diversidades comparadas dos remanescentes florestais amostrados e tipologia florestal (Fitosionomia) de
ambiente de Mata Atlântica.
Parcela N S ln(S) H' C J QM
1 159 30 3,4 2,71 0,9 0,8 01:05,3
2 176 25 3,22 2,17 0,79 0,67 01:07,0
3 90 22 3,09 2,08 0,77 0,67 01:04,1
4 101 10 2,3 1,42 0,68 0,62 01:10,1
5 43 3 1,1 0,84 0,5 0,76 01:14,3
6 43 3 1,1 0,85 0,51 0,77 01:14,3
7 54 2 0,69 0,39 0,23 0,57 01:27,0
8 57 1 0 0 0 - 01:57,0
9 30 1 0 0 0 - 01:30,0
10 43 1 0 0 0 - 01:43,0
11 43 1 0 0 0 - 01:43,0
12 37 1 0 0 0 - 01:37,0
13 43 1 0 0 0 - 01:43,0
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14 66 3 1,1 0,38 0,2 0,35 01:22,0
15 91 2 0,69 0,11 0,04 0,16 01:45,5
16 95 15 2,71 1,97 0,81 0,73 01:06,3
17 29 1 0 0 0 - 01:29,0
18 110 3 1,1 0,57 0,32 0,52 01:36,7
19 55 3 1,1 0,35 0,17 0,32 01:18,3
20 58 4 1,39 0,85 0,51 0,61 01:14,5
21 32 3 1,1 0,91 0,57 0,83 01:10,7
22 54 3 1,1 0,32 0,14 0,29 01:18,0
23 59 3 1,1 0,62 0,36 0,56 01:19,7
24 45 3 1,1 0,29 0,13 0,26 01:15,0
Geral 1613 53 3,99 1,87 0,8 0,47 01:29,9
Jackknife T (90%) = 1,71 1,40 a 2,57
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a Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal), e que juntas, as 10 maiores
IVI´s das principais espécies correspondem a aproximadamente 61,0 e 26,0 % nestas
formações. Também é apresentado os dados totais fitossociológicos das espécies para
cada uma destas formações florestais.
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Tabela 27. Parâmetros fitossociológicos das 53 espécies com os maiores valores de importância (IVI) nas comunidades de Vegetação com Influência Marinha (Restinga) em Estágios Inicial,
Médio e Avançado de Regeneração e a Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal) amostradas na AID.
VC VI
N. Nome Científico Nome Vulgar N U AB DA DR FA FR DoA DoR VC VI
(%) (%)
1 Rizophora mangle Mangue Vermelho 562 17 12,4952 387,586 34,84 70,83 11,81 8,617 38,3273,164 36,58 84,97 28,32
2 Conocarpus erectus Mangue de botão 373 12 2,8781 257,241 23,12 50 8,33 1,985 8,83 31,952 15,98 40,285 13,43
3 Protium heptaphyllum Amescla 206 5 4,7801 142,069 12,77 20,83 3,47 3,297 14,66 27,432 13,72 30,904 10,3
4 Pterocarpus violaceus Pau de sangue 57 3 2,7769 39,31 3,53 12,5 2,08 1,915 8,52 12,05 6,03 14,134 4,71
5 Morta Morta 40 11 0,5463 27,586 2,48 45,83 7,64 0,377 1,68 4,155 2,08 11,794 3,93
6 Laguncularia racemosa Mangue branco 44 7 0,379 30,345 2,73 29,17 4,86 0,261 1,16 3,89 1,95 8,751 2,92
7 Myrciaria sp Araçá piroca 59 3 0,4248 40,69 3,66 12,5 2,08 0,293 1,3 4,961 2,48 7,044 2,35
8 Tapirira guianensis Cupiúba 21 2 1,2564 14,483 1,3 8,33 1,39 0,866 3,85 5,155 2,58 6,544 2,18
9 Guapira noxia João mole 18 4 0,6672 12,414 1,12 16,67 2,78 0,46 2,05 3,162 1,58 5,94 1,98
10 Prunus sp Espeteiro 16 3 0,5766 11,034 0,99 12,5 2,08 0,398 1,77 2,76 1,38 4,844 1,61
11 Manilkara salzmannii Massaranduba 10 3 0,5439 6,897 0,62 12,5 2,08 0,375 1,67 2,288 1,14 4,372 1,46
12 Hymenaea courbaril Jatobá 31 2 0,3198 21,379 1,92 8,33 1,39 0,221 0,98 2,903 1,45 4,292 1,43
13 Chamaecrista bahiae Pau ferro 16 3 0,3087 11,034 0,99 12,5 2,08 0,213 0,95 1,939 0,97 4,022 1,34
14 Nectandra oppositifolia Canela espirradeira 7 3 0,3105 4,828 0,43 12,5 2,08 0,214 0,95 1,386 0,69 3,47 1,16
15 Astronium graveolens Aroeira 10 2 0,4358 6,897 0,62 8,33 1,39 0,301 1,34 1,956 0,98 3,345 1,12
16 Duguetia gardneriana Pinha 2 4 3 0,2837 2,759 0,25 12,5 2,08 0,196 0,87 1,118 0,56 3,201 1,07
17 Alibertia sp Schumann Laranjinha 7 3 0,1762 4,828 0,43 12,5 2,08 0,122 0,54 0,974 0,49 3,058 1,02
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18 Matayba elaeagnoides Caboatã-de-leite 8 3 0,1141 5,517 0,5 12,5 2,08 0,079 0,35 0,846 0,42 2,929 0,98
19 Humiria balsamifera Pau cinza 5 3 0,1559 3,448 0,31 12,5 2,08 0,108 0,48 0,788 0,39 2,872 0,96
20 Manilkara zapota Sapoti 3 2 0,3954 2,069 0,19 8,33 1,39 0,273 1,21 1,399 0,7 2,788 0,93
21 Rollinia sp Pinha 4 3 0,1257 2,759 0,25 12,5 2,08 0,087 0,39 0,634 0,32 2,717 0,91
22 Bowdichia virgilioides Sucupira 2 2 0,398 1,379 0,12 8,33 1,39 0,275 1,22 1,345 0,67 2,734 0,91
23 Myrcia sylvatica Murta branca 15 2 0,0635 10,345 0,93 8,33 1,39 0,044 0,19 1,125 0,56 2,513 0,84
24 Guettarda angélica Angélica 5 3 0,0279 3,448 0,31 12,5 2,08 0,019 0,09 0,396 0,2 2,479 0,83
ContinuaçãoTabela 27. Parâmetros fitossociológicos das 53 espécies com os maiores valores de importância (IVI) nas comunidades de Vegetação com Influência Marinha (Restinga) em
Estágios Inicial, Médio e Avançado de Regeneração e a Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal) amostradas na AID.
VC VI
N. Nome Científico Nome Vulgar N U AB DA DR FA FR DoA DoR VC (%) VI (%)
25 Anacardium spruceanum Cajueiro do mato 2 1 0,5417 1,379 0,12 4,17 0,69 0,374 1,66 1,785 0,89 2,48 0,83
26 Myrciaria sp 2 Guamirim 14 2 0,0589 9,655 0,87 8,33 1,39 0,041 0,18 1,048 0,52 2,437 0,81
27 Byrsonima sericea Murici da praia 18 1 0,0931 12,414 1,12 4,17 0,69 0,064 0,29 1,401 0,7 2,096 0,7
28 Anacardium occidentale Cajueiro 2 2 0,1674 1,379 0,12 8,33 1,39 0,115 0,51 0,637 0,32 2,026 0,68
29 Psidium cattleianum Araçazeiro 5 2 0,0722 3,448 0,31 8,33 1,39 0,05 0,22 0,531 0,27 1,92 0,64
30 Cupania racemosa Caboatã-lisa 3 2 0,0702 2,069 0,19 8,33 1,39 0,048 0,22 0,401 0,2 1,79 0,6
31 Prunus myrtifolia Marzipan 3 2 0,0505 2,069 0,19 8,33 1,39 0,035 0,16 0,341 0,17 1,73 0,58
32 Ocotea SP Louro cheiroso 2 2 0,0725 1,379 0,12 8,33 1,39 0,05 0,22 0,346 0,17 1,735 0,58
33 Cordia trichotoma Cascudo 2 2 0,063 1,379 0,12 8,33 1,39 0,043 0,19 0,317 0,16 1,706 0,57
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34 Casearia sylvestris Guaçatonga 2 2 0,0571 1,379 0,12 8,33 1,39 0,039 0,18 0,299 0,15 1,688 0,56
35 Luehea ochrophylla Açoita Cavalo 2 2 0,023 1,379 0,12 8,33 1,39 0,016 0,07 0,194 0,1 1,583 0,53
36 Casearia javitensis Pau de espeto 2 2 0,0183 1,379 0,12 8,33 1,39 0,013 0,06 0,18 0,09 1,569 0,52
37 Apeipa tiboubou Pau de jangada 2 1 0,1928 1,379 0,12 4,17 0,69 0,133 0,59 0,715 0,36 1,41 0,47
38 Thyrsodium spruceanum Caboatã-de-rego 3 1 0,1628 2,069 0,19 4,17 0,69 0,112 0,5 0,685 0,34 1,38 0,46
39 Aspidosperma cuspa Peroba 1 1 0,1673 0,69 0,06 4,17 0,69 0,115 0,51 0,575 0,29 1,269 0,42
40 Duguetia sp2 Pinha 3 4 1 0,0509 2,759 0,25 4,17 0,69 0,035 0,16 0,404 0,2 1,099 0,37
41 Byrsonima gardneriana Murici 3 1 0,0605 2,069 0,19 4,17 0,69 0,042 0,19 0,372 0,19 1,066 0,36
42 Sapium glandulatum Leiteiro 3 1 0,0549 2,069 0,19 4,17 0,69 0,038 0,17 0,354 0,18 1,049 0,35
43 Erythroxylum Andrei Cumichá preto 2 1 0,0616 1,379 0,12 4,17 0,69 0,042 0,19 0,313 0,16 1,007 0,34
ContinuaçãoTabela 27. Parâmetros fitossociológicos das 53 espécies com os maiores valores de importância (IVI) nas comunidades de Vegetação com Influência Marinha (Restinga) em
Estágios Inicial, Médio e Avançado de Regeneração e a Vegetação com Influência Fluviomarinha (Manguezal) amostradas na AID.
VC VI
N. Nome Científico Nome Vulgar N U AB DA DR FA FR DoA DoR VC VI
(%) (%)
44 Psidium guineense Goiabinha 4 1 0,011 2,759 0,25 4,17 0,69 0,008 0,03 0,282 0,14 0,976 0,33
45 Pterodon polygalaeflorus Sucupira branca 1 1 0,0616 0,69 0,06 4,17 0,69 0,042 0,19 0,251 0,13 0,945 0,32
46 Eugenia punicifolia Cereja da praia 2 1 0,0049 1,379 0,12 4,17 0,69 0,003 0,01 0,139 0,07 0,833 0,28
47 Coccoloba polystachya Cavaçu 1 1 0,0135 0,69 0,06 4,17 0,69 0,009 0,04 0,103 0,05 0,798 0,27
48 Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo 1 1 0,0062 0,69 0,06 4,17 0,69 0,004 0,02 0,081 0,04 0,776 0,26
49 Nectandra cuspidata Canela cheirosa 1 1 0,0038 0,69 0,06 4,17 0,69 0,003 0,01 0,074 0,04 0,768 0,26
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50 Rapanea guianensis Capororoca 1 1 0,0092 0,69 0,06 4,17 0,69 0,006 0,03 0,09 0,05 0,785 0,26
51 Spondia dulcis Cajá 1 1 0,0097 0,69 0,06 4,17 0,69 0,007 0,03 0,092 0,05 0,786 0,26
52 Eugenia luschnathiana Curuiri 1 1 0,0023 0,69 0,06 4,17 0,69 0,002 0,01 0,069 0,03 0,763 0,25
53 Lecythis pisonis Sapucaia 1 1 0,0026 0,69 0,06 4,17 0,69 0,002 0,01 0,07 0,03 0,764 0,25
54 Roupala brasiliensis Carne de vaca 1 1 0,0023 0,69 0,06 4,17 0,69 0,002 0,01 0,069 0,03 0,763 0,25
TOTAL 1613 24 32,6053 1112,414 100 600 100 22,486 100 200 100 300 100
Observação: N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; DA: densidade absoluta (N/ha); DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta (AB/ha); DoR: dominância
relativa; FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; VI: índice de valor de importância; VC: índice de valor de cobertura; AB: área basal (m2).
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Destaca-se que são espécies com densidade elevada para os dois
ambientes estudados. Verifica-se que as espécies dominantes para cada ambiente,
tanto em abundância, freqüência e dominância são específicas para cada um deles, no
entanto, havendo predominância de Rizophora mangle e Protium heptaphyllum em
ambos os ambientes.
As espécies Rizophora mangle, Conocarpus erectus, Protium
heptaphyllum, Pterocarpus violaceus,incluindo as árvores mortas, as quais entraram
na análise,ocuparam posição de destaque nas duas formações consideradas no
levantamento fitossociológico, e dominam em 77,0% do total de espécies
encontradas em ambos os ambientes. A espécie Rizophora mangle foi uma espécie
importante em ambas as formações na área do empreendimento, o que confere a
baixa diversidade dos ambientes e resistência desta espécie a ação da retirada de
madeira pelos pescadores e caçadores de caranguejo.
A seguir serão apresentados todos os parâmetros fitossociológicos
calculados para as duas formações florestais consideradas em que foi realizado o
inventário florestal, diante da predominância destas 4 espécies e árvores mortas.
Desta forma, serão apresentados os resultados para as espécies com maior
predominância das 53 encontradas nestas duas formações florestais (Tabela 28).
Tabela 28. Quantidade de indivíduos por família na Restinga e Mangue na área de influência direta
(AID) do Complexo Portuário Seaport.
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Sapindaceae 11 0,68
Lauraceae 10 0,62
Humiriaceae 5 0,31
Flacourtiaceae 4 0,25
Euphorbiaceae 3 0,19
Continuação Tabela 28. Quantidade de indivíduos por família na Restinga e Mangue na área de
influência direta (AID) doComplexo Portuário Seaport.
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163 e 164).
Figura 163. Quantidade de indivíduos das 10 espécies com maiores VI´s, incluindo os
indivíduos mortos e dominantes nos ambientes de Restinga e Mangue da Área de Influência
Direta (AID) do Complexo Portuário Seaport. (Fonte: Real Consultoria).
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As atividades humanas comuns de interferência e interveniência em
ambos os remanescentes florestais existentes nos 2 ambientes avaliados (Restingas e
Mangues) na AID, sofrem efeitos imediatos devido as características de subsistência
total da população (pescadores artesanais, coletores de mariscos, caranguejo, sururu e
siri) para uso da madeira para diversos fins nos três municípios diagnosticados de Santa
Rita, Cabedelo e Lucena.
Verifica-se também que estas atividades estão 100% correlacionadas
na intervenção dos últimos remanescentes florestais dos dois ambientes (Restingas e
Mangues), com 1.222 hectares de mangues e 216 hectares de Restingas, à vários outros
fatores, entre eles: evidências de fogo nas cascas de árvores em todos os remanescentes de
Restinga amostrados em 5 áreas nos 1.438 hectares totais de formações de Restingas na
AID, inclusive nas duas principais Ilhas (Stuart e Restinga) sob forte pressão pela retirada
de madeira para consumo em fogões à lenha; construção de mourões para confecção de
cercas rurais; uso dos pescadores artesanais para confecção de armadilhas, instrumentos
rurais (ex. cabos de enxada, martelo, ancinhos etc); atividades agropecuárias através da
constante presença de gado nos remanescentes florestais associados aos Campos Aluviais e
Campos Salinos nos principais remanescentes florestais mais preservados, principalmente
os Campos Salinos na Ilha da Restinga, típicos de uso antrópico na região.
Assim, a análise do volume de madeira, foi adotado com erro de 30%
no Estado da Paraíba, e os parâmetros estatísticos analisados fizeram referência as 24
parcelas em conjunto, considerando que dos 1.438 hectares totais de formações de
Restingas na AID amostrados, nenhuma área dos remanescentes florestais avaliados
serão destinadas à futuras instalações do Complexo Portuário Seaport nestas duas
áreas (Restingas e Mangues).
Verificou-se nestas áreas também o baixo de rendimento lenhoso, que
além da pressão antrópica, pela grande presença de gramíneas de Campos Aluviais e
Campos Salinos correspondentes à um total de 397 hectares, restando para estes dois
ambientes de Restingas e Mangues, somente 1.438 hectares com rendimento lenhoso,
de uma área total de 16.837 hectares na AID (Mapas 1 a 7 – Fitofisionomias e
Mapas 1 e 2 – Inventário Florestal). Para realização dos cálculos de volumetria e
estatísticos os ambientes foram separados para avaliação do rendimento lenhoso e foi
realizada a comparação com a área total de 1.438 hectares, diante da suficiência
amostral atingida na 6° parcela através da Curva Coletora (Figura 162) em relação ao
estudo fitossociológico.
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A seguir são apresentadas as áreas para cada ambiente para realização
dos cálculos da volumetria (m3) de madeira existentes na áreada AID:
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Tabela 29. Parâmetros fitossociológicos, diversidade e volumetria das formações florestais das Restingas e Mangues na área de influência
direta (AID) do Complexo Portuário Seaport.
ltura
Formação ltura total
AP médio comercial
Florestal /ha amílias spécies ´ média B (m2) B/ha T (m3) T/ha
(cm) média
(metros)
(metros)
Vegetação
com Influência Marinha
(Restinga) em Estágios
34 268 5 0 ,07 2,21 8,7 2,2 6,86 3,72 11,0 22,0
Inicial, Médio e Avançado de
Regeneração
Vegetação
com Influência Fluviomarinha 2,02 6,58
79 030 ,34 ,50 ,53 5,75 5 9
(Manguezal)
Observação: N: Número de Indivíduos; H': Índice de diversidade de Shannon-Wiener; AB: Área Basal (m2); AB/ha: Área Basal por Hectare (m2/ha); VT:
Volume Total (m3); VT/ha: Volume Total por hectare (m3/ha).
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Tabela 30 - Parâmetros fitossociológicos, estatísticos e de diversidade das formações florestais das Restingas e Mangues na área de influência
direta (AID) do Complexo Portuário Seaport.
Formação
Florestal T/ha esvio ariância oeficiente este t rro rro de úmero de úmero Intervalo de
padrão de padrão amostrag parcelas ótimo de confiança (p> 0,10)
Variação da média em (%) mensuradas parcelas
Vegetação 45,1016 <= X <=
com Influência Marinha 22,0 7,9 22,0 8,8 ,1 ,02 7,5 79,3296
(Restinga) em Estágios Inicial,
Médio e Avançado de
Regeneração
Vegetação 2,6013 <= X <=
com Influência Fluviomarinha 9 ,45 1,95 6,9 ,7 ,8 4,5 9 5 5,3524
(Manguezal)
2 formações 7,1967 <= X <=
florestais (Restingas e 66,6 44,9 49,1 58,15 ,7 ,2 ,91 4 7 25,0231
Mangues)
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4.2.1.11 - Estrutura diamétrica
Tabela 31. Distribuição dos parâmetros por classe de diâmetro na Restinga e Manguezais nas áreas de
influência direta (AID) do Complexo Portuário Seaport.
Classe N AB VT VT/ha
5,0 |- 15,0 1125 7,902 50,1907 34,6143
15,0 |- 25,0 339 10,4828 96,4706 66,5314
25,0 |- 35,0 115 7,3742 95,3462 65,756
35,0 |- 45,0 22 2,7105 45,2299 31,193
45,0 |- 55,0 6 1,0328 16,7542 11,5546
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55,0 |- 65,0 2 0,5905 16,9467 11,6873
65,0 |- 75,0 2 0,8199 22,6248 15,6033
75,0 |- 85,0 1 0,5243 9,5425 6,581
85,0 |- 95,0 0 0 0 0
95,0 |- 105,0 0 0 0 0
105,0 |- 115,0 0 0 0 0
>= 125,0 1 1,1684 33,5323 23,1257
*** Total 1613 32,6053 386,638 266,647
*** Média 134,417 2,7171 32,2198 22,2206
*** Desv. Pad. 327,176 3,6828 34,1123 23,5257
Observação: N: Número de indivíduos; AB: Área Basal; VT: Volume Total (m3); VT/ha: Volume Total por
hectare (m3/ha)
Figura 165. Distribuição Vertical da Altura dos indivíduos e seu número dos indivíduos por classe de diâmetro na
Restinga e Manguezais nas áreas de influência direta (AID) do Complexo Portuário Seaport. (Fonte: Real Consultoria).
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Figura 166. Distribuição diamétrica do volume total de madeira por hectare por classe de diâmetro dos indivíduos
arbóreos amostrados na Restinga e Manguezais nas áreas de influência direta (AID) do Complexo Portuário Seaport.
(Fonte: Real Consultoria).
Figura 167. Vista de parcela amostral em Vegetação de Figura 168. Outra vista de indíduo arbóreo sendo
Influência Fluviomarinha (Restinga) na Ilha da Restinga, mensurado o CAP em parcela amostral na vegetação de
na área da AID e evidências de retirada de árvores de Restinga em estágio médio e avançado de regeneração na
grande porte.(Imagem: Marcelo Santos, 2015). área da AID.(Imagem: Marcelo Santos, 2015).
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Figura 169. Vista de parcela amostral de vegetação de Figura 170. Outra vista de baixo recrutamento da
Restinga na Ilha da Restinga e a dominância de espécies regeneração natural e abundante serrapilheira em parcela
típicas de estágios médio e avançado de regeneração. amostral na Vegetação de Restinga na Ilha da Restinga
(Imagem: Marcelo Santos, 2015). em área de AID.(Imagem: Marcelo Santos, 2015).
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Figura 173. Vista de raízes pneumatóforas, responsáveis Figura 174. Outra vista de ambiente de Vegetação com
pela respiração de Rizophora mangle em área amostral as Influência Fluviomarinha (Manguezal) em áreas
margens do Rio Paraíba, e em frente a Ilha da Restinga amostrais no município de Lucena na área de AID do
em AID do empreendimento.(Imagem: Marcelo Santos, empreendimento.(Imagem: Marcelo Santos, 2015).
2015).
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Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA) do Complexo Portuário Seaport, a
partir da interpretação de imagens dos Projetos Executivos e sobre imagens geradas por satélite
Esri, DigitalGlobe, GeoEye, i-cubed, USDA, USGS, AEX, Getmapping, Aerogrid, IGN, IGP,
Swisstopo and the GIS User Community (2012), nos projetos executivos em escalas 1:2.000 (Fases 1 e
2) e 1:10.000 (AID) com objetivo de localizar geograficamente os remanescentes florestais e cada
indivíduo arbóreo na área da plataforma do porto, conforme DATUM Sirgas (2000), onde foram
identificadas três tipologias vegetais entre as fitofisionomias nativas inventariadas:
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florestais, a influência negativa antrópica nestas formações, são corrobadas pelos resultados deste
inventário florestal e estudo fitossociológico, em que 99,25% das árvores apresentaram troncos de 5
cm de diâmetro até 45 cm de diâmetro e concentram-se nas classes dos troncos com até 15 cm de
diâmetro.
Desta forma, evidencia-se o uso inadequado destas formações, em que apenas
0,8% das árvores possuem troncos com diâmetros superiores a 45cm. Estes resultados confirmam o
reduzido potencial de produção lenhosa destas formações, cujos dados volumétricos obtidos no
inventário florestal indicaram a produção de volume médio de somente 22,22 m3 por hectare para as
duas formações florestais.
É apresentado no Anexo deste levantamento florístico e fitossociológico do
Complexo Portuário Seaport, um Registro Fotográfico com 3 fotos para cada espécie das 53
amostradas nas 24 parcelas, descrevendo as características botânicas ou dendrométricas, porém,
somente para aquelas em que se identificou-se o epípito específico ou morfoespécie.
Também é apresentado no Anexo deste levantamento florístico e fitossociológico
do Complexo Portuário Seaport, um Registro Fotográfico com as características dos principais
remanescentes florestais amostrados nos dois ambientes (Restinga e Mangue), além de um
levantamento florístico específico, onde foi realizado um caminhamento em 37 pontos
estratégicos (cerca de 6 km cada) na AID, registrando-se fotograficamente o estado de
conservação e características biofísicas, além das espécies que estavam em estágio de
inflorescência, floração ou frutificação, além de percorrer cerca de 500 metros para ambos as direções
em torno de cada parcela amostrada, sob o mesmo objetivo.
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4.3. FAUNA
4.3.1. INTRODUÇÃO
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proncipalmente por representarem áreas de desova e berçário, local de proteção contra predadores e
áreas de alimentação (BLABER, 2000).
O rio Paraíba do Norte é um dos rios mais importantes do estado da Paraíbadevido
a sua extensão e relevância econômica. É um rio parcialmente intermediário, já que parte de seu
leito desaparece em épocas de seca, embora a partir de seu médio curso seja sempre perene. O rio
Paraíba do Norte nasce a mais de mil metros de altitude na Serra de Jabitacá, município de
Monteiro, divisa com Pernambuco, percorrendo toda a região centro-sul do estado e banhando uma
área de 20.071,83 km², compreendida ente as latitudes 6°51'31" e 8°26'21" sul e as longitudes
34°48'35" e 37°2'15" a oeste do meridiano de Greenwich. Seu curso total tem 380 km e segue o
sentido sudoeste-leste, quando então deságua no oceano Atlântico, entre os municípios de
Cabe\delo, Lucena, Santa Rita, Bayeux e João Pessoa, formando uma foz do tipo mista. Em seu
estuário encontram-se dezenas de desembocaduras de outros rios, manguezais, o Porto de Cabedelo
(escoadouro da capital paraibana) e também diversas ilhas, como Restinga, Stuart e Tiriri
(NISHIDA, NORDI, ALVES, 2008).
O estuário do rio Paraíba do Norte localiza-se em uma área estratégica no estado
da Paraíba, onde está instalada uma série de empreendimentos intimamente vinculados à vocação
náutica, incluindo o atual terminal portuário do estado, o Porto de Cabedelo. Essa região recebe
intensa carga de sedimentos trazidos pelo rio, bem como efluentes domésticos e industriais
provenientes das cidades situadas no seu entorno que não possuem sistema de coleta e tratamento
de esgoto (G2 - Meio Ambiente, 2012). Soma-se a isso a alta taxa de eutrofização e uma série de
outros problemas ambientais (NEPREMAR, 1980).
Um dos maiores desafios deste final de século é a conservação da biodiversidade,
em função do elevado nível de perturbações antrópicas dos ecossistemas naturais. Uma estratégia
para avaliar o estado de conservação de um ecossistema envolve o monitoramento de informações
sobre determinados grupos de organismos, os quais são empregados como indicadores de toda a
comunidade. As comunidades de vertebrados são comumente utilizadas para monitorar o estado de
conservação ambiental. Dentre elas, os mamíferos, as aves, os répteis e os anfíbios constituem os
grupos mais adotados em todo o mundo. Esses grupos costumam fornecer respostas rápidas e
eficientes na indicação de alterações no ambiente, sendo considerados como bioindicadores
ambientais (RODRIGUES, 1990; COLE, WILSON,1996).
Os organismos presentes nos ecossistemas aquáticos são interligados através da
cadeia trófica, sendo o fitoplâncton a base da teia alimentar e comumente utilizado como
discriminante ambiental, devido às rápidas alterações sofridas decorrentes de alterações físicas e
químicas do meio (LOBO et al., 2002). Ainda nos ambientes aquáticos, as comunidades de
macroinvertebrados bentônicos exercem um papel central, por muitos grupos de espécies estarem
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relacionados de forma direta a um determinado tipo de agente poluidor e/ou a um fator natural
potencialmente poluente (CALLISTO, ESTEVES, 1996). É evidente, que qualquer área que vier a
sofrer algum impacto somente poderá ser satisfatoriamente preservada e manejada mediante o
conhecimento prévioe o monitoramento faunístico, no que diz respeito à riqueza de espécies,
abundância e modo de utilização da área pelas mesmas.
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Figura 174. Delimitação sócio-econômico da área que acomoda os impactos,
constituída pleos municípios de Cabedelo, Lucena, João Pessoa e Santa Rita. (Fonte:
Real Soluções).
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4.3.2.3. Área de Influência Direta - AID
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4.3.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS GERAIS AOS COMPONENTES
FAUNÍSTICOS
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Tabela 32. Coordenadas geográficas das estações de amostragem distribuídas na ADA e AID da obra de implantação do
Complexo Portuário Seaport, no estuário do rio Paraíba do Norte, em Cabedelo-PB (Datum Sirgas 2000).
Projeções plana
Estações Descrição da localização
Zona Oeste Sul
Ponto no rio Paraíba próximo à desembocadura do rio
SEA-01 25 M 294275 9219756
Mandacaru.
SEA-02 25 M 294046 9223475 Ponto no rio Paraíba próximo à ilha do Stuart
Ponto no rio Paraíba em frente ao Complexo Portuário
SEA-03 25 M 296795 9227916
Seaport e ilha da Restinga
SEA-03A 25 M 297165 9227925 Ponto no rio Paraíba à montante do pier da Seaport
SEA-03B 25 M 297140 9228057 Ponto no rio Paraíba à jusante do pier da Seaport
Ponto no rio Paraíba próximo à desembora do rio da
SEA-04 25 M 293632 9228377
Guia e ilha da Restinga
Ponto na foz do rio Paraíba com limite e vista para o
SEA-05 25 M 296141 9230164
mar
Ponto na praia de Fagundes à 1700 m da foz do rio
SEA-06 25 M 294655 9231432
Paraíba
Ponto na praia de Fagundes à 3700 m da foz do rio
SEA-07 25 M 294012 9233567
Paraíba
Ponto na praia de Fagundes à 5700 m da foz do rio
SEA-08 25 M 294890 9235764
Paraíba
Ponto interno no limite Norte do Parque Estadual Areia
SEA-09 25 M 298484 9226730
Vermelha
Ponto interno no limite Sul do Parque Estadual Areia
SEA-10 25 M 298510 9224768
Vermelha
Ponto externo no limite Norte do Parque Estadual Areia
SEA-11 25 M 299903 9226658
Vermelha
Ponto externo no limite Sul do Parque Estadual Areia
SEA-12 25 M 299916 9224803
Vermelha
SEA-13 25 M 295899 9227441 Ilha da Restinga (em frente a Seaport)
SEA-14 25 M 295686 9225874 Ilha da Restinga (centro)
SEA-15 25 M 295025 9224596 Ilha da Restinga
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Figura 175. Localização das estações de coletas na ADA e AID da obra de implantação do Complexo
Portuário Seaport, no estuário do rio Paraíba do Norte, em Cabedelo-PB. Os pontos destacados
correspondem aos pontos extras adicionados para realização das coletas. (Fonte: Real Soluções).
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conforme parâmetros indicados por Krebs (1989). A frequência de ocorrência (FO) representa o
percentual (%) da presença dos taxa entre pontos amostrais da área de amostragem, calculada
através da fórmula abaixo, conforme Dajoz (1978). E classificado quanto aos percentuais máximo
de ocorrência: Esporádica (≤ 25%), Pouco frequente (≤ 50%), Frequente (≤ 75%) e Muito frequente
(≤ 100%).
Frequância de Ocorrência = NA x 100 / NTA
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Densidade (indivíduos / estação) = Σ (NO)
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4.3.4 ANÁLISE HIDROLÓGICA DA AID E ADA
Para relização das coletas de fauna aquática foram feitas análises da qualidade da
água onde seria retiradas as amostras com a finalidade de otimização e complementação dos dados.
Assim, a determinação das variáveis físico-químicas da água foi realizada em
campo utilizando-se um medidor multiparâmetro (Figura 9.1), com o qual aferiu-se: temperatura
(°C), pH, concentração de oxigênio dissolvido (mg/L), condutividade elétrica (µS/cm), salinidade,
transparência (m) e turbidez (NTU).
Figura 176. Medidor multiparâmetro de qualidade de água sendo utilizado para aferir os parâmetros
hidrológicos na ADA e AID da obra de implantação do Complexo Portuário Seaport, no estuário do rio
Paraíba do Norte, em Cabedelo-PB. (Fonte: Real Consultoria, 2014).
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Figura 177. Disco de Sechi sendo utilizado para aferir a transparência da água na ADA e AID da obra de implantação
do Complexo Portuário Seaport, no estuário do rio Paraíba do Norte, em Cabedelo-PB. (Fonte: Real Consultoria,
2014).
4.3.4.1. RESULTADOS
4.3.4.1.1. Temperatura
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relacionadas à presença de íons em solução e, por esta razão, suas variações temporais e espaciais
apresentam comportamento semelhante.
A condutividade elétrica apresentou valores de 28.380 µS/cm em SEA-01 com
17,4 de salinidade, ponto mais interno do estuário, a 55.720 µS/cm em SEA-05 com 37,0 de
salinidade na foz do rio Paraíba, ambas coletadas durante o período da baixamar. De maneira geral
apresentou padrão espacial crescente na direção da foz e na região costeira.
A salinidade da água nas diferentes estações está em conformidade com a
Resolução CONAMA 357, no que se refere à água salobra e salina, respectivamente. A Área
Diretamente Afetada (ADA) apresentou uma média de 52.974 µS/cm de condutividade e 35 de
salinidade. Exceto pela estação SEA-01, as demais estações apresentaram-se análogaa a estação
SEA-03 (Figura 178).
4.3.4.1.4. pH
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4.3.4.1.5. Transparência e Turbidez
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29,5
29,0
28,5
Temperatura (°C)
28,0
27,5
27,0
26,5
26,0
25,5
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
Baixamar Preamar
40,0
35,0
30,0
Salinidade
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
Baixamar Preamar
429
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8,60
8,40
8,20
8,00
7,80
pH
7,60
7,40
7,20
7,00
6,80
6,60
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
Baixamar Preamar
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
0,0
0,2
0,4
Transparência (m)
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
Baixamar Preamar
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60000
Condutividade elétrica (µS/cm)
50000
40000
30000
20000
10000
0
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
Baixamar Preamar
10,0
9,0
Oxigênio dissolvido (mg/L)
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
Baixamar Preamar
431
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100,0
90,0
80,0
70,0
Turbidez (NTU)
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
Baixamar Preamar
SEA-01 SEA-02 SEA-03 SEA-04 SEA-05 SEA-06 SEA-07 SEA-08 SEA-09 SEA-10 SEA-11 SEA-12
0,0
1,0
2,0
Profunidade (m)
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
Baixamar Preamar
Figura 178. Variáveis físico-químicas da qualidade de água na ADA e AID da obra de implantação do Complexo
Portuário Seaport, no estuário do rio Paraíba do Norte, em Cabedelo-PB. (Fonte: Real Soluções).
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4.3.4.1.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.3.5.1. ICTIOFAUNA
4.3.5.1.1. Metodologia de Amostragem
433
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