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Tribunal de Justiça da Paraíba

PJe - Processo Judicial Eletrônico

02/05/2020

Número: 0833441-34.2015.8.15.2001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara Cível da Capital
Última distribuição : 27/11/2015
Valor da causa: R$ 575,00
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer, Cobrança de Aluguéis - Sem despejo
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
REAL CONSULTORIA E SOLUCOES LTDA - ME (AUTOR) THIAGO SILVEIRA GUEDES PEREIRA (ADVOGADO)
LUIZ CARLOS ERNESTO DE BARROS (ADVOGADO)
HILTON SOUTO MAIOR NETO (ADVOGADO)
ALEXANDRE SOARES DE MELO (ADVOGADO)
SEAPORT SERVICOS DE APOIO PORTUARIO LTDA (REU) ADRIANO DE MATOS FEITOSA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25205 27/11/2015 16:34 Vol 3 Outros Documentos
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O Hotel Globo (Coordenadas: 0291386 9213368) teve a sua construção de
1928 localizada no pátio de São Frei Pedro Gonçalves, com vista privilegiada do porto do
capim. Sua arquitetura remonta ao movimento eclético apresentando traços influentes dos
estilos Art Nouveau, Art Decó e Neoclássico. Quando inaugurado, em 1929, a região era de
grande representatividade econômica devido à proximidade do Porto, o hotel foi o primeiro de
categoria mais elevada da cidade, pois abrigou eventos e bailes. Com a instalação do Porto de
Cabedelo em 1935 e a desativação do porto do Capim, o hotel entrou em falência. Funcionou
como hotel até a década de 50. Foi tombado pelo IPHAN em 1980, Em 1994 passou por uma
restauração pelo convênio Brasil/Espanha, dentro do projeto de revitalização do centro
histórico de João Pessoa. O espaço ficou por um tempo destinado a receber eventos culturais,
hoje se encontra interditado (Figura 280, 281).

Figura 280. Fachada do Hotel Globo, 2014. Fonte: Real Consultoria.

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Figura 281: Placa de Tombo do Hotel Globo, 2014 . Fonte: Real
Consultoria.

A Igreja da Misericórdia (Coordenadas: 0291948 / 942701), foi construída


durante o século XVII, aproximadamente em 1612, e representa o estilo maneirista,
correspondente à primeira fase do barroco. Apresenta simplicidade em sua arquitetura,
utilizando em suas formas pedra calcária e argamassa. Em 1938, o IPHAN o tombou. Sua
fachada é original, as intervenções sofridas se detiveram ao interior. A igreja faz parte da
Santa Casa de Misericórdia (Figura 282, 283).

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Figura 282. Fachada da Igreja da Misericordia, 2014. Fonte: Real Consultoria.

Figura 283. Altar da Igreja da Misericórdia, 2014. Fonte: Real Consultoria.

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O Mosteiro e Igreja de São Bento (Coordenadas: 0291885 / 9212953) possui
estruturas de estilo barroco beneditino, sua construção remete ao século XVII e a da igreja ao
século XVIII. O conjunto invoca Nossa Senhora do Monte Serrat, essas construções foram
realizadas quando da chegada dos monges beneditinos à Capitania da Paraíba. O
funcionamento com os cultos desta ordem aconteceu até 1921, consequências de conflitos
com o 1° bispo da Paraíba, após esse momento a igreja se manteve fechada por longos anos.
O IPHAN tombou o conjunto em 1957, e em 1995 passou por restauro e hoje apresenta
eventos e concertos musicais (Figura 284, 285, 286).

Figura 284. Fachada do mosteiro de São bento.


Fonte: http://www.panoramio.com/photo/73545299, acesso em 10/09/2014.

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Número do documento: 15112716283780200000002494790
Figura 285. Imagem de São Bento, 2014.
Fonte: Real Consultoria.

Figura 288. Altar do Mosteiro de São Bento, 2014


Fonte: Real Consultoria

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O Parque Solón de Lucena (Coordenadas: 292323 / 92125265) é
considerado o cartão postal da cidade de João Pessoa, também conhecido popularmente como
Lagoa. No inicio do século o espaço correspondia a um sítio dos jesuítas, logo após passou a
funcionar o Engenho da Lagoa. Só na década de 1920 que foi transformado em espaço
público, durante o governo de Sólon de Lucena, o que explica a denominação do parque.
Apresenta jardins com espécies da mata atlântica entre outras, obras do paisagista Burle Marx
e traços da arquitetura contemporânea brasileira. Atualmente, o parque passa por
revitalização, a qual tem como projeto diversificar mais espaços culturais voltados para o
publico. A responsabilidade do patrimônio corresponde ao Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) (Figuras 287, 288).

Figura 287. Parque Solón de Lucena (Lagoa)., 2014


Fonte: Real Consultoria.

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Figura 288. Vista do Parque Solón de Lucena (Lagoa).
Fonte: Blog do Gordinho. http://www.blogdogordinho.com.br/alerta-aos-motoristas-semob-interdita-faixa-
esquerda-do-anel-interno-da-lagoa-para-retirada-de-entulho/. Acesso em 11/09/14

O Porto do Capim (Coordenadas: 02911268 / 9213692.) é o nome popular


designado ao Porto do Varadouro. Este é o porto responsável pela entrada da colônia no
espaço hoje conhecido como Estado da Paraíba. Assim, foi durante os longos anos da
colonização, o principal porto da capitania e, depois, do estado. Apenas no século XX, em
1935, com a criação do Porto de Cabedelo, que ele foi lentamente desativado. Sua localização
fica às margens do rio Sanhauá. O termo capim foi dado em alusão a grande quantidade da
grama que desembarcava no porto para alimentação do gado e que era responsável pelo
transporte da época (Figura 289).

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Figura 289. Construções no Porto do Capim, 2014.
Fonte: Real Consultoria.

As comunidades ribeirinhas que ali residiam foram desfavorecidos com a


decadência do porto e consequentemente da área, as moradias e investimentos foram recuadas
cada vez mais para as margens da sociedade. No momento são diversas famílias que
convivem com a falta de infraestrutura e em área de risco. A prefeitura da cidade tem projetos
de revitalização da área e do rio, como a construção do Complexo Porto do Capim.
É possível identificar prédios remanescentes do período colonial, como
armazéns, casa da Câmera e Cadeia, casarões, entre outros, que, atualmente, possuem outras
utilidades para a comunidade, principalmente para fabricação e estocagem madeireira. Existe
ainda um píer que leva ao rio Sanhauá, com pequenas embarcações utilizadas pela população
local (Figura 290, 291).

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Figura 290. Píer do rio Sanhauá. Porto do Capim, 2014.
Fonte: Real Consultoria

Figura 291. Casa da Câmera e Cadeia no Porto do Capim, 2014.


Fonte: Real Consultoria

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A praça (Coordenadas: 291430 / 9213285) localizada no centro histórico de
João Pessoa recebeu este nome em homenagem ao político Antenor Navarro, um paraibano
que, juntamente com João Pessoa, participou da emblemática Revolução de 1930. Antenor é
considerado a grande figura humanista da revolução.
Após a subida de Vargas ao poder, através do sistema ditatorial, a Paraíba
teve como interventor esse nome durante a revolução de 1930. O político recebeu como
homenagem uma praça com seu nome e seu busto, e no cemitério da Boa Sentença um
monumento, onde geralmente as pessoas lá acendem velas e levam flores. A praça foi
inaugurada em 1933 e faz parte do complexo do centro histórico da cidade (Figura 292, 293,
294).

Figura 292. Praça Antenor Navarro, 2014


Fonte: Real Consultoria.

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Figura 293. Busto de Antenor Navarro, 2014
Fonte: Real Consultoria.

Figura 294. Praça Antenor Navarro, 2014


Fonte: Real Consultoria.

A Praça Barão do Rio Branco (Coordenadas: 0291946 / 9212833) está


localizada no centro histórico de João Pessoa, entre as avenidas Visconde de Pelotas e Duque
de Caxias. A praça passou pelo processo de tombamento pelo IPHAN em 2008, juntamente
com o centro. A praça abriga prédios históricos de grande importância para o funcionamento

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da Capitania Real da Paraíba no inicio do século XVII, sendo estes prédios administrativos,
como: Casa de Câmara e Cadeia, Mercado publico, Repartição dos correios e Cadeia pública.
No local também residiu o capitão-mor, e funcionou o primeiro açougue, com isso é possível
pensar no local como concentrador da elite.
O nome Barão do Rio Branco refere-se a José Maria da Silva Paranhos
Júnior, o qual em 1888 recebeu o título de barrão pela sua trajetória de vida, este foi: político,
professor, jornalista, diplomata, historiador e biografo. O barão do Rio Branco foi Ministro do
Exterior por 10 anos, trabalhou nas negociações e relações internacionais com o Brasil,
anteriormente a praça era conhecida como Largo do Erário.
Encontra-se sob a responsabilidade do IPHAN. Durante a revitalização da
área, a Casa do Patrimônio ofereceu ações educativas sobre patrimônio para os operários da
obra contextualizando os artefatos encontrados na obra com o cotidiano e a importância da
preservação patrimonial, e uma exposição para toda a comunidade (Figura 295).

Figura 295. Praça Barão do Rio Branco, 2014


Fonte: Real Consultoria

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A Praça João Pessoa (Coordenadas: 291962 / 92124004) recebe este nome
em homenagem ao político que também deu nome à cidade. Anteriormente, recebeu outras
denominações, como: Jardim Público, Praça Felizardo Toscano, Largo do Comendador
Felizardo, Pátio do Palácio e Largo da Igreja do Colégio. Sua inauguração aconteceu em
1803. Possuía um coreto no local onde hoje fica o busto. No ano de 1881 foi instalado um
gradil de ferro. Em toda sua história tem como característica um local de ponto de encontros
entre estudantes, intelectuais e a comunidade geral. No seu entorno foram construídos prédios.
No contexto se encontram os prédios que reúnem a Assembleia Legislativa, o Palácio do
Governo e o Tribunal da Justiça, sendo por este motivo também conhecida pela Praça dos
Três Poderes.
O nome de João Pessoa foi dado a esta praça em 1933, sendo implantado o
busto em homenagem ao político paraibano morto em Recife em 1930, ano em que acontece
da Revolução de 1930, quando da instalação do busto o então presidente Getúlio Vargas
participou da celebração. A praça hoje passa por reformas (Figura 296).

Figura 296. Praça João Pessoa, 2014


Fonte: Real Consultoria

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A praça que possui um charme oriental diferenciado das demais praças da
cidade foi construída em 1931, a Venâncio Neiva (Coordenadas: 291853 / 9212300)
historicamente recebeu outro nome, o Pavilhão do Chá. Um espaço público adotado pela
população em diferentes tempos tem grande representatividade na cidade, em um momento o
predomínio foi da comercialização do chá, assim a sociedade adquiriu um hábito inglês do chá das
cinco, o que justifica o nome popular. A praça passou por duas reformas, as quais objetivavam a
revitalização do espaço para a sua reutilização, visto que esta foi abandonada. Atualmente,
moradores de rua e drogados utilizam o espaço como abrigo (Figura 297).

Figura 297. Praça Venâncio Neiva (Pavilhão do Chá), 2014.


Fonte: Real Consultoria.

O Teatro Santa Rosa (Coordenadas: 291699 / 9212688) está localizado em


frente às praças Aristides Lobo e Pedro Américo, o prédio do Teatro Santa Rosa é uma
representação na cidade do estilo neoclássico na cidade, recebeu influências de traços do
barroco italiano. A construção iniciou em 1873, porém, a inauguração só aconteceu em 1889
com a obra “O Jesuíta ou O Ladrão da Honra”. Antes dessa construção funcionava um teatro

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no antigo Largo das Mercês. O Santa Rosa passou por restauro. Por sua importância artístico-
cultural foi tombado pelo IPHAN (Figura 298, 299).

Figura 298. Teatro Santa Rosa, 2014


Fonte: Real Consultoria

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Figura 299. Proposta para tombamento nacional do Centro Histórico de João Pessoa: Identificação das principais ruas, praças e parques de João Pessoa.
Fonte: IPHAN/PB
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Outra cidade que faz parte da AII deste empreendimento é a cidade de
Bayeux. Era um distrito criado com a denominação de Barreiras, um ex-povoado, pelo
decreto estadual n° 454, de 20 de Junho de 1944 e subordinado ao município de Santa Rita.
Posteriormente, esse distrito passou a denominar-se de Bayeux.
A região onde atualmente se situa o município de Bayeux era ocupada pelos
índios Tabajaras e Potiguares, contudo, sua formação urbana tem origem relacionada à
proximidade da cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, fundada
em 1585, e do município de Santa Rita, fundado em 1890. Sua denominação atual foi
sugerida pelo jornalista Assis Chateaubriand em homenagem a primeira cidade francesa
libertada dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Porém, a criação efetiva do
município só ocorreu através da Lei 2.148, de 28 de junho de 1959. No dia 14 de julho de
2008 esta aliança foi marcada pela realização de um evento simbolizando o pacto entre as
cidades Bayeux brasileira e a cidade Bayeux francesa (Figura 300).

Figura 300. Capela na Av Liberdade localizada nas coordenadas: 290574.71 m E / 9212505.53 m S


Fonte: Real Consultoria

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O município está inserido na Microrregião da Zona da Mata Paraibana e na
Região Metropolitana de João Pessoa. Sua população em 2012 foi estimada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 100.543 habitantes distribuídos em uma
área de 32 km², sendo o segundo município mais densamente povoado do estado. Também,
segundo o IBGE, Bayeux é formada por um único distrito, o distrito-sede, e constam 15
bairros em suas subdivisões, são eles: Alto da Boa Vista, Baralho, Brasília, Centro, Comercial
Norte, Imaculada, Manguinhos, Jardim Aeroporto, Jardim São Severino, Jardim São Vicente,
Mário Andreazza, Rio do Meio, São Bento, SESI, Tambay.
Sua área é composta de 60% do ecossistema de resquícios de mata atlântica
e manguezal, reconhecidamente relevante para a preservação da fauna e da flora ameaçadas
no estuário do Rio Paraíba protegidos através do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação - SNUC, o qual está inserido a Unidade de Conservação Estadual da Mata do
Xem-xem, com 181,22 hectares.
Um destaque dentro do enfoque dos aspectos econômicos está à estratégica
localização do Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, principal do estado da
Paraíba com acessos definidos por rodovias federais e estaduais. Afora esta referência, é
relevante considerar a diversidade paisagística e faunística proporcionada pelos extensos rios
navegáveis, além da Ilha do Eixo, potenciais que podem ser exploradas pelo ecoturismo
(Figura 301).

Figura 301. Aeroporto Castro Pinto


Fonte: http://www.bayeux.pb.gov.br/wp-content/uploads/2014/09/Caranga-Fest-2014-Bayeux-sucesso-de-
publico.jpg

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O município de Bayeux insere-se na unidade geoambiental dos Tabuleiros
Costeiros. A vegetação que predomina é a Floresta Subperenifólia, com partes de Floresta
Subcaducifólia e transição Cerrado/ Floresta. Bayeux está situado nos domínios da bacia
hidrográfica do rio Paraíba, região do Baixo Paraíba e tem como principais tributários os rios
Paroeira, Manhaú e Marés, além do riacho do Meio, todos de regime perene. Como recursos
hídricos conta ainda com os açudes Santo Amaro e Marés.
Culturalmente, o município dispõe de diversas manifestações culturais
religiosas e profanas. Entre as religiosas está a Festa de São Sebastião, padroeiro da cidade,
realizada em 20 de janeiro, a Festa de São Pedro, realizada em 25 de julho, a Festa de São
Bento em novembro e a de Nossa Senhora da Conceição em Dezembro. As manifestações
culturais tradicionais profanas são representadas pelas quadrilhas juninas, grupos teatrais,
Festival do Caranguejo, Carreata do Fusca, Corrida de Canoas, comidas típicas e artesanatos.
Bayeux tem a maior produção de caranguejo do Estado da Paraíba. No ano de 1996, sua
produção chegou a 114,7 toneladas, o que correspondeu a 24,62% da produção estadual
(Figura 302).

Figura 302. Festival do Caranguejo


Fonte: http://www.bayeux.pb.gov.br/wp-content/uploads/2014/09/Caranga-Fest-2014-Bayeux-sucesso-de-
publico.jpg

O caranguejo é um dos motivos que proporcionaram a realização do ‟‟I


Caranga Fest – Festival do Caranguejo‟‟, no ano de 1997. O festival é aberto com o Love ao
Fusca, uma carreata que já se tornou tradicional e conta com a participação de
aproximadamente 200 Fuscas de vários modelos e anos. É realizada sempre no dia 29 de
agosto e uma grande variedade de pratos feitos à base de caranguejo é servida nessa festa,
como: "ensopado de caranguejo", "caranguejo ao coco", "patola de caranguejo", "casquinha
de caranguejo" e "pirão de caranguejo".
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Um local de relevância histórica e que faz parte do Patrimônio Cultural da
cidade é a Ponte sobre o Rio Sanhauá, tombada pelo IPHAEP (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico do Estado da Paraíba), através do Decreto 21.222, de 07 de Agosto de
2000, com data de publicação de 08 de agosto de 2000 (Figura 303, 304, 305).

Figura 303. Ponte sobre o Rio Sanhauá localizada sob as coordenadas: 290798.29 m E/9212476.25 m S
Fonte: http://static.panoramio.com/photos/large/30565158.jpg

Figura 304. Imagem do Rio Sanhauá, 2014.


Fonte: Real Consultoria
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Figura 305. Imagem sobre a ponte do Rio Sanhauá, 2014.
Fonte: Real Consultoria

O terceiro município que faz parte da AII é o de Santa Rita. De uma forma
geral, este município está inserido dentro da Grande João Pessoa, na sua área considerada
como região metropolitana.
A colonização de Santa Rita teve início onde atualmente se localiza o
distrito de Forte Velho, às margens do Rio Paraíba, que já no século XVI guardava um dos
primeiros entrepostos comerciais - junto a Baía da Traição - na América Portuguesa de
normandos e bretões.
Neste período, eram frequentes os combates entre portugueses, tabajaras e
potiguaras, estes últimos auxiliados pelos franceses. Em 1585 foi erigido o primeiro forte da
região, o Mirante do Atalaia, conhecido como Forte Velho, era utilizado como ponto de
observação pelos portugueses para identificarem possíveis corsários franceses em busca dos
recursos naturais cobiçados, como o pau-brasil, cedro e outras matérias primas visadas na
época.
Logo a cana de açúcar teve destaque nas várzeas do rio Paraíba, pela sua
qualidade, em uma época em que o açúcar trazia muito lucro, não se esperou muito para se

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instalarem os primeiros engenhos. Pode-se afirmar que a história do distrito de Santa Rita e de
toda várzea do rio Paraíba se dá pela grande produção de cana e pelos engenhos que ali se
encontravam.
No mesmo período da construção do Mirante do Atalaia, os portugueses
construíram o Engenho Real Tibiry, nas proximidades de onde hoje fica os bairros de Várzea
Nova e Tibirí Fábrica. O engenho se destacava pela tecnologia de ponta movida à água, uma
inovação para a época.
Atualmente, onde se encontrava o engenho se consolidou o bairro de Várzea
Nova que representa 30% da população do município de Santa Rita, o que representa 30.000
habitantes, segundo o IBGE (Figura 306).

Figura 306. Engenho Real Tibirí, s/d.


Fonte: www.santaritahoje.com.br

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Ainda em Tibirí, foi construído o Forte de São Sebastião, em 1771, e
próximo a ele foi edificada a capela que, juntamente com o primeiro engenho de açúcar, se
tornaram o marco para a formação do povoado.
Fora dos engenhos, a população de Santa Rita se desenvolveu a partir de um
acampamento de tropas, ou ponto de partida, ou estacionamento de comboios de almocreves
de matutos, tendo sido à atual cidade, primeiramente, um local de "pouso" das pessoas que
viajavam da capital da Província para o interior, e vice-versa, onde, geralmente, pernoitavam.
Naquele tempo, para chegar à Paraíba, fazia-se um grande rodeio, contornando o vasto
alagadiço existente entre Santa Rita e Tibirí, para então alcançar a estrada que ligava o
Engenho Tibirí à Paraíba.
A capela de São Sebastião (Coordenadas 280826.87 / 9212546.07) foi
construída juntamente com o forte e o engenho Tibirí, em 1587, por ordem de Martin Leitão
antes de voltar a Portugal, na várzea do Rio Paraíba (Figura 307).

Figura 307. Capela de São Sebastião, 2014.


Fonte: http://www.paraibaurgente.com.br/s/colunistas/santa-rita-patrimonio-historico.

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Sua construção é provavelmente no ano de 1700, a mando do então senhor
de engenho Mathias Soares Taveira. As características arquitetônicas seguem o estilo da
época, conhecido como estilo chão e talhada em pedra calcária. Destaca-se por sua nave de
seis faces, com cúpula em forma de abóboda, refletindo simultaneamente a tradição
renascentista e a tradição portuguesa de capelas de planta centralizada. Sua conservação está
em péssimo estado (Figura 308).

Figura 308. Capela de N. Sra. Do Patrocínio, 2014.


Fonte: http://patrimonioparaiba.blogspot.com.br/2013/07/capela-de-nossa-senhora-do-patrocinio.html.

A estação ferroviária de Santa Rita (Coordenadas 280987.98 / 9211788.33)


foi inaugurada em 1883 pela The Conde D'Eu Railway Company Limited, e ligava a estação
de entroncamento (atual Paula Cavalcanti) à Paraíba, então nome da capital do estado na
época. Somente em 1889 o ramal chegou ao seu destino final, o porto de Cabedelo. O
município de Santa Rita se destaca principalmente no cultivo e comercialização de cana de
açúcar, principal produto da economia paraibana no século XIX e XX, quando a ferrovia teve

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maior destaque no município. Atualmente existem varias usinas de transformação da cana de
açúcar em álcool, mas os cargueiros não passam mais pelo município.
A estação foi tombada pelo Decreto Estadual do IPHAEP Nº. 22 082 de 03
de agosto de 2001, no entanto apesar de sua importância histórica não é possível perceber os
cuidados necessários para a manutenção do prédio visto que são visíveis os reparos que
deveriam ser feitos em sua estrutura.
Atualmente possui a função de transportar passageiros para João Pessoa
através da companhia CBTU. Trata-se de uma construção contemporânea, simples, com
telhas de amianto, sem alusão as antigas estações de trens de longo percurso (Figura 309).

Figura 309. Estação Ferroviária de Santa Rita.


Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/paraiba/starita.htm. http://patrimonioparaiba.blogspot.com.br/

Criada pela irmandade dos pardos por não poderem frequentar a igreja dos
brancos, a igreja da Conceição ( Coordenadas 281630/ 9212337.62) foi erguida em 1851.

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Após a abolição da escravidão no Brasil, a irmandade dos pardos vai desaparecendo até ser
totalmente diluída, sendo inserida na comunidade católica branca (Figura 310).

Figura 310. Igreja de Nossa Senhora da Conceição, 2014.


Fonte: Real Consultoria.

Construída na mesma época e situada próxima à capela de Nossa Senhora


do Socorro, foi erguida a Igreja de Nossa Senhora das Batalhas (Coordenadas 0273584 /
9211342) para simbolizar o local das lutas dos portugueses contra os holandeses. Esta
construção se deve a promessa do proprietário, pela vitória dos portugueses contra os
holandeses. É uma capela pequena com duas janelas e uma porta, sendo tombada pelo IPHAN
em 15 de Julho de 1938 (Figura 311).

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Figura 311. Igreja de Nossa Senhora das Batalhas, 2014.
Fonte: Real C Soluções.

Os holandeses quando desembarcaram na Paraíba em 1634, em sua quarta


expedição, atacaram os portugueses que ali habitavam, e dominaram a faixa que ia do Forte
de Cabedelo até onde se encontravam os engenhos em Cruz do espírito Santo, tomando posse
deles. Em 1636 as tropas rebeldes queriam suas terras de volta e começaram a reagir atacando
a faixa de domínio holandês. Francisco Rabelo foi o principal líder dessas tropas. A batalha
entre elas ocorreu onde hoje se encontra a divisa entre os municípios de Cruz do Espírito
Santo e Santa Rita, na margem esquerda do Rio Paraíba.
De acordo com alguns pesquisadores as tropas portuguesas estavam
perdendo, desta forma o capitão das tropas portuguesas mandou que seus soldados rezassem a
Nossa Senhora, pois ele era devoto da Santa. Distante aproximadamente 1 km do local da
batalha, o capitão Rabelo recebe auxilio de tropas portuguesas de Henrique Dias e Sebastião
Souto e nesse local foi erguida a capela dedicada à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
(Coordenadas 0274781 / 9211666). A capela foi tombada pelo IPHAN em 15 de Julho de
1938 (Figura 312, 313).

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