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All content following this page was uploaded by Jémison Mattos dos Santos on 24 November 2017.
INTRODUÇÃO
O Nordeste brasileiro é caracterizado por ser uma região com alta variabilidade climática
intra-sazonal e interanual na qual os efeitos climáticos sobre os recursos hídricos são
fatores que influenciam decisivamente no cotidiano das comunidades locais. A maioria da
população enfrenta grave escassez de água e alimentos, repercutindo-se severamente
sobre a saúde das populações, esboçando um cenário de aumento da mortalidade infantil
e de restrições econômicas, que paulatinamente reproduzem condições precárias de
sobrevivência das comunidades mais carentes.
No semi-árido baiano verificou-se, que nos espaços onde a degradação das terras se
intensificou houve a substituição por áreas de pastagem ou as terras são abandonadas
por um longo período de tempo. Possivelmente, a intensificação desse processo
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Geógrafo; Professor da Universidade de Feira de Santana – UEFS; Mestre em Geoquímica e Meio Ambiente; Especialista
em Gerenciamento Ambiental. Coordenador do Laboratório de Estudos da Dinâmica e Gestão do Ambiente Tropical –
GEOTRÓPICOS (UEFS).
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Texto elaborado para documento do SRH – Programa Estadual de Combate à Desertificação do Estado da
Bahia - 2008
A Lei Federal nº. 7.827 de 27 de setembro de 1989, no Art. 5º Parágrafo 4º, discute que o
Semi-Árido como “a região inserida na área de atuação da SUDENE, com precipitação
pluviométrica média anual de 800 mm. A SUDENE destacou o Semi-Árido por todos os
municípios incluídos na parte delimitada pela isoieta mais externa de 800 mm, bem como
aqueles que tiveram seus territórios parcialmente cortados por essa isoieta, na tentativa
de ampliar ao máximo a área delimitada.
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De acordo com a Agenda 21, em seu capítulo 12, a desertificação é definida como sendo a degradação das terras nas
regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de vários fatores, dentre eles as variações climáticas e as
atividades humanas e, para o MMA (1998) significa a “degradação do solo, dos recursos hídricos, da vegetação e da
qualidade de vida das pessoas que habitam o local, sendo considerada uma condição muito pior do que um deserto”.
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Texto elaborado para documento do SRH – Programa Estadual de Combate à Desertificação do Estado da
Bahia - 2008
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Texto elaborado para documento do SRH – Programa Estadual de Combate à Desertificação do Estado da
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Quanto ao regime de chuvas tem-se uma estação úmida com período de duração de 3 a
4 meses, onde se verificam aproximadamente mais de 68% das precipitações durante o
ano. E uma estação seca que engloba o restante dos meses do ano. Caracteriza-se por
um regime variável, podendo ocorrer anos de chuvas excessivas e anos de chuvas
escassas, com períodos de estiagem prolongada.
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O índice de aridez é definido como a razão entre a precipitação e a evapotranspiracão potencial, ou seja, a perda máxima
possível de água pela evaporação e transpiração. O semi-árido está inserido na classe climática que varia entre de 0,21 e
0,5.
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Texto elaborado para documento do SRH – Programa Estadual de Combate à Desertificação do Estado da
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“Os solos assumem uma grande variação, tanto quanto aos tipos, como em relação às
associações. Os de maior fertilidade natural e com melhor potencial de utilização agrícola
situam-se em áreas calcárias, do embasamento cristalino e em faixas de deposição
aluvial. Nas áreas de capeamentos areníticos dos planaltos sedimentares, a fertilidade
natural dos solos é menor, embora sejam boas as propriedades físicas dos mesmos. Os
recursos minerais são ainda deficientemente explorados, embora, em alguns casos, a
produção regional tenha grande participação na economia extrativa do país. Um caso a
ser ressaltado é o forte impulso alcançado pela exploração do granito nos últimos tempos”
(Op. cit).
Para o cotidiano do sertanejo e sobrevivência de sua família o fator mais grave reside nas
irregularidades climáticas periódicas que assolam o espaço social dos sertões secos.
Porém, os sertanejos têm pleno conhecimento das potencialidades produtivas de cada
espaço ou subespaço dos sertões secos. Vinculado a uma cultura de maturação, cada
grupo humano tem sua própria especialidade no pedaço que trabalha (Op.cit).
No domínio dos sertões secos, a somatória dos vales fluviais e suas estreitas planícies
não alcançam mais do que 2% do espaço total da região. Os rios intermitentes sazonários
da área nuclear dos sertões secos estavam sublinhados — na paisagem primária — por
estreitas florestas ciliares perenifólias ou subperenifólias, hoje quase eliminadas ou, pelo
menos, extensivamente degradadas. Estas florestas beiradeiras podem ser designadas
por "matas da c'raíba", pela utilização simbólica do nome da principal espécie arbórea
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Texto elaborado para documento do SRH – Programa Estadual de Combate à Desertificação do Estado da
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Segundo Ab’saber (projeto Floram), é prioritário fixar alguns fatores limitantes e listar
peculiaridades regionais de consideração obrigatória:
— é difícil para uma região semi-árida quente, dotada de índices de precipitação anuais
inferiores a 800 mm em sua área nuclear, competir com áreas tropicais úmidas, mais
favorecida por condições climáticas. Nesse sentido, uma política de florestamento ou
reflorestamento, dirigida para o Nordeste Seco não deve se preocupar, de saída, com a
questão de florestas produtivas (industriais ou energéticas). Em contrapartida, nenhuma
área do país requer uma política, tão imediata e diversificada, de florestas de interesse
social (social forestry), quanto o Nordeste. Fato que, necessariamente, implicará
melhorias de interesse econômico e social, a curtos e médios prazos, se corretamente
conduzidas.
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Trecho sublinhado inserido por SANTOS, J.M. dos. 2007
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O negrito é nosso.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AB' SABER, Aziz. Floram: Nordeste Seco. Estud. av., May/Aug. 1990, vol.4, no.9, p.149-
174.
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Texto elaborado para documento do SRH – Programa Estadual de Combate à Desertificação do Estado da
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LIMA, K.C., PITIÁ, A.M.A. & SANTOS, J.M. dos. Uma contribuição aos estudos de
Geomorfologia Climática em ambiente Semi-Árido na região Sudoeste da Bahia. In:
Simpósio Nacional de Geomorfologia. 6,2006. Anais. Goiânia, 2006. CD-ROM.
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