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Exmo. Sr.
Atenciosamente,
Ao Exmo Sr.
Dr.Yves Duarte Tavares
Procuradoria Gera
Após vistoria técnica realizada no dia quinze de dezembro de dois mil e vinte e dois e, posterior
análise técnica realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), constatou-se
que, de modo geral, a vegetação predominante nas áreas públicas, objeto de interesse do
presente laudo, é caracterizada pela elevada densidade de vegetação herbácea (Brachiaria
sp.) com presença de indivíduos arbóreos distribuídos de maneira isolada no local e em
forma de um pequeno fragmento florestal, conforme disposto na Figura 1.
Figura 1.Mapa de localização das áreas públicas presentes no Condomínio Novo Horizonte.
Fonte: Google Earth.
Desse modo, observou-se um total de 208 indivíduos arbóreos isolados e um fragmento florestal
com área aproximada de 2.147,9 metros quadrados (Figura 2).
Figura 2. Fragmento florestal e árvores isoladas presentes nas áreas públicas do Condomínio
Novo Horizonte. Fonte: Google Earth.
Quanto ao porte dos indivíduos observados, de modo geral estes se encontram em pleno
desenvolvimento vegetativo, apresentando um elevado vigor de crescimento. Entretanto, no
local não foi observado componente regenerante significativo de modo a garantir o processo de
regeneração natural do componente arbóreo, especialmente relacionados aos indivíduos arbóreos
isolados, fato que pode ser explicado pela elevada dominância de Brachiaria sp (Figura 3).
Em relação ao fragmento florestal presente na área pública II, é importante destacar que ao longo
dos últimos doze anos houve um incremento em área de aproximadamente 31% quando
comparado atualmente com o ano de 2010 (Figura 4). Tal fato se deve principalmente pelo plantio
realizado, mesmo aquém do estabelecido, e pela preservação do fragmento florestal existente no local.
Assim, a SMMA entende que qualquer intervenção realizada na área de APP deve ser apreciada
pelo Conselho de Defesa do Meio Ambiente de Três Pontas (CODEMA) ou outro órgão de
competência equivalente, mesmo que não ocorra a supressão de indivíduos arbóreos, conforme
descrito no Art. 8° da Lei Federal nº 12.651/2012 e Art. 12° da Lei Estadual nº 20.922/2013, sendo
respaldado pelo Art. 9° da Lei Federal Complementar nº 140/2011. Cabe salientar que as áreas objeto
desta análise são caracterizadas como áreas públicas e, segundo a cláusula nº 5 do TAC – 2006,
devem ser mantidas como APP, com registro na escritura pública do empreendimento.
À vista disso, ainda de acordo com a cláusula nº 5 do TAC – 2006, às áreas públicas I e II devem
possuir área total equivalente a 23.426,18 metros quadrados, o que corresponde a 36,96 % da área
total do empreendimento. Entretanto, após análise espacial com apoio de técnicas e ferramentas em
sensoriamento remoto (SR) e sistema de informação geográfica (SIG), verificou-se que as áreas
públicas inseridas no empreendimento apresentam total estimado de 18.463,65 metros quadrados
(Figura 6).
Figura 6. Áreas Públicas presentes do Condomínio Novo Horizonte. Fonte: Google Earth.
Conforme a Figura 6 observa-se que ás áreas públicas I e II, inseridas dentro do empreendimento,
apresentam área total menor comparado com o descrito na Escritura Pública do empreendimento e
na Ata da Assembleia Geral do Condomínio Novo Horizonte. Assim, diante do fato apresentado,
constata-se que o projeto de arborização do empreendimento foi executado de modo parcial, não
abrangendo toda área proposta no TAC – 2006. Inclusive, ainda conforme observado, deve ser
considerada a existência de outro empreendimento, denominado Limão Verde Confecções, alocado na
área publica I, não havendo qualquer descrição deste durante todo o processo de loteamento realizado
(Figura 4).
Figura 7. Plantio realizado nas áreas públicas presentes no Condomínio Novo Horizonte. Data da
imagem: 2010. Fonte: Google Earth.
Ademais, é importante destacar que não foram constatadas construções irregulares além das
descritas no presente documento e no inquérito civil nº MPMG 0694.22.000448-5. Segundo a
cláusula nº 7 do TAC – 2006 é proibido construções nas áreas públicas I e II, sendo consideradas
em comum acordo entre as partes como APP.
Cabe salientar que, em relação à área útil do empreendimento, cabe ao departamento de Obras aferir
sobre a atual situação legal do imóvel, visto que área total do empreendimento pode ter sido alterada ao
longo do tempo
Portanto, diante dos fatos apresentado, a SMMA recomenda pela realização do plantio das mudas
restantes prevista no projeto de arborização para as áreas publicas I e II, através da apresentação de
um novo Projeto Técnico de Reconstituição da Flora (PTRF) devidamente aprovado pela SMMA por se
tratar de área pública.
Sendo assim, sem mais para o momento, nos colocamos à disposição para quaisquer
esclarecimentos.
Atenciosamente,
Figura 9. Área Pública I: vista geral da área demonstrando a localização das árvores isoladas.
Figura 10. Registro fotográfico de indivíduos das espécies Ipê do Cerrado à esquerda, e Sucupira
preta.
Figura 12. Presença de indivíduos de Palmeira Imperial na borda interna das áreas públicas.
Figura 13. Registro fotográfico: Angico rajado em contraste com as palmeiras imperiais.
Figura 14. Área Pública II: vista geral da área, demonstrado espaços passíveis de plantio.
Figura 15. Área Pública II: vista geral do fragmento florestal existente no local, demonstrando
indivíduos de porte elevado.
Figura 16. Área Pública II: vista geral de área próxima ao Ribeirão Araras, local de objeto de
interesse de inquérito junto ao MPMG.