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ANEXO 19 – LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO DA

VEGETAÇÃO – GRAPROHAB
RESERVA MANTIQUEIRA SPE EMPREENDIMENTO
IMOBILIÁRIO LTDA

ART N° 2018/02866

VP ECOLOGIA EMPRESARIAL LTDA


ABRIL 2018
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ........................................3

2. METODOLOGIA ........................................4

3. RESULTADOS ........................................6

3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS ........................................6

4. CONCLUSÃO ........................................10

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................11

ANEXO 1 – RELATÓRIO FOTOGRÁFICO ........................................13

ANEXO 2 – PLANTA DE VEGETAÇÃO COM ÁRVORES ........................................18

ISOLADAS ALOCADAS
ANEXO 19 – LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO

1. APRESENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO

Este laudo apresenta a caracterização da cobertura vegetal e o


levantamento de árvores isoladas do condomínio residencial Reserva
Mantiqueira - SPE – Empreendimentos imobiliários Ltda, localizado no LOTE 2
REMANESCENTE, faz frente para o lado impar da área Desapropriada 1,
destinada a implantação de sistema viário, Bairro Bom Retiro, nesta cidade de
Bragança Paulista-SP, equidistante 245,35 m, da esquina com a Estrada
Municipal Mauro de Próspero (Figura 1Figura 1).

Figura 1. Localização do Lote.

A Gleba possui área total de 30.711,69 m2. Essa área tem o predomínio
de gramíneas e algumas árvores nativas isoladas. (maiores detelhes Anexo 2).
O presente Laudo foi elaborado com base nas legislações Federais,
Estaduais e Municipais, vigentes na data de elaboração deste.
2. METODOLOGIA

A avaliação botânica no local foi realizada em Abril de 2018 através de


caminhadas na área, demarcação de árvores isoladas e anotações, quando
pertinente. Foi feita a descrição geral da cobertura vegetal, classificação
detalhada das fitofisionomias, e o levantamento das espécies arbóreas.
Foram levantadas as seguintes informações:

 Identificação da espécie arbórea: Nome Científico, Família


Botânica e Nome Popular;
 Diâmetro à altura do peito (DAP), dos indivíduos arbóreos;
 Ocorrência da espécie: exótica ou nativa;
 Indicação de espécie arbórea ameaçada de extinção ou objeto de
especial proteção;
 Altura estimada em metros (m);
 Posição geográfica da árvore inserida em planta planialtimétrica
fornecida pelo contratante (Anexo 2).
Para o levantamento das espécies arbóreas isoladas efetuou-se um
levantamento extensivo, através de caminhadas pela área. Foram amostrados
todos os indivíduos arbóreos com diâmetro à altura do peito, iguais ou maiores
que cinco (5) cm. Cada árvore isolada recebeu uma plaqueta de plástico na
cor verde com um número de identificação, tendo medida a sua altura máxima
(m), o DAP, e registradas as observações de campo (características do tronco,
deciduidade, floração, frutificação, presença de seiva, etc.).
Também foi registrada a posição geográfica utilizando aparelho GPS
Garmin maps 62 (Figura 8Figura 8; Anexo1). As placas foram presas às árvores
por meio de pregos (Figura 7Figura 7Figura 7; Anexo 1). Nos casos em que
houve mais de um caule vivo a 1,30 m de altura, foram medidos todos os
caules ao nível do solo, e feita a soma destes para obtenção do diâmetro total.
A altura foi estimada por meio de comparação com a haste da tesoura de poda
que possui 2,80 metros. A identificação dos exemplares foi feita com o auxílio
de bibliografia, comparações com materiais depositados no herbário SPF da
Universidade de

São Paulo, além de consulta a especialistas. Para a apresentação dos táxons,


foi adotado o sistema de classificação do Angiosperm Philogeny GroupII
(2003).
Foi elaborada uma listagem (Tabelas 1 e 2) com os nomes científicos,
família botânica e nomes populares dos exemplares isolados encontrados, de
acordo com a literatura existente; origem da espécie, ou seja, se a mesma é
exótica (de outros países) ou nativa (natural do Brasil) e a classificação
sucessional.
Nas Tabelas quando se diz “Nativas do Bioma da região” significa que
as espécies ocorrem em remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual
da região da bacia hidrografica do PCJ.
Após elaboração da lista de espécies foi verificado se alguma está
ameaçada segundo as listas elaboradas pela secretaria do Meio Ambiente do
Estado de São Paulo para o Estado de São Paulo, e pelo Ministério do Meio
Ambiente para o Brasil. Na Tabela 2 foram organizados os dados dos
indivíduos isolados identificados, onde constam: diâmetro, altura e coordenada
geográfica do exemplar visualizado.
Durante a vistoria buscou-se por vegetação indicadora de áreas úmidas
para identificação de possíveis Áreas de Preservação Permanente (APPs) e
não foi encontrado.
As informações sobre o estágio sucessional de cada uma das espécies,
considerando-se sua exigência de luz e seu ciclo de vida, foram definidas de
acordo com os critérios estabelecidos por Gandolfi (1991; 2000). Foram
consideradas pioneiras, as espécies de ciclo de vida curto completado sob
condições de pleno Sol para estabelecimento e reprodução. As secundárias
iniciais foram consideradas como sendo aquelas que necessitam de plena luz
para o crescimento e reprodução. Secundárias tardias foram consideradas as
espécies longevas, que crescem à sombra, mas necessitam de plena luz para
reprodução. A classificação baseou-se em dados de literatura, principalmente
em Lorenzi 1998 e 2000; Gandolfi 2000; Ivanauskas et al., 2002; Martins et al.,
2002; Catharino et al., 2006). Para as espécies não encontradas na literatura,
a classificação foi baseada em observações em campo, obedecendo aos
critérios de Gandolfi (2000).

3. RESULTADOS

3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA E SUAS


FITOFISIONOMIAS

Pertencente ao Bioma Mata Atlântica, a Gleba, de acordo com o anexo


da resolução SMA 47/2003 da SEMA – SP, apresenta formação vegetacional
classificada como Floresta Estacional Semidecidual.
A cobertura vegetal atual da área é principalmente antrópica, isto é, não
é natural e sim resultante da ação humana (maior detalhamento será feito a
seguir). No local de estudos foram verificadas que não existe Áreas de
Proteção Permanente referentes a recursos hídricos (curso d’água,
represamento e nascente), conforme Anexo 2.

Foi registrado apenas uma Fitofisionomia:

I. Pastagem com predomínio de braquiária com árvores isoladas;


I. PASTAGEM COM PREDOMÍNIO DE BRAQUIÁRIA E ÁRVORES
ISOLADAS

As áreas tipificadas com vegetação do tipo “PASTAGEM” abrangem


basicamente toda a porção da gleba, prolongando-se desde as cotas mais
baixas até as cotas mais altas da gleba.
Essa vegetação é composta predominantemente por espécies de
gramíneas agressivas e invasoras introduzidas, principalmente a Brachiaria sp,
ocorrendo de forma esparsa “touceiras” e de capim barba de bode (Cyperus
compressus) entre outras plantas do caráter herbáceo (14Figura 2Figuras
2,Figura 33,Figura 44,Figura 55,Figura 66; Anexo 1). Ocorrem ainda de forma
bastante esparsa alguns poucos arbustos e árvores de pequeno porte
(diâmetro no colo das plantas menor que 5 cm) de espécies heliófitas e
pioneiras como o tamanqueiro, vassourão e lobeira.
As áreas tipificadas com vegetação do tipo “PASTAGEM COM
ÁRVORES ISOLADAS” abrangem basicamente parte da gleba, prolongando-se
desde as cotas mais baixas junto à propriedade vizinha situada a leste, até a
parte superior do terreno situada a oeste e sul da gleba, não existe
remanescentes florestais na área de trabalho.
O número total de árvores isoladas georreferenciadas foi de 7
indivíduos, pertencente a 4 espécies e 4 famílias. Destas, todas as espécies
são nativas (Tabela 1). A distribuição dessas árvores pode ser visualizada na
planta (Anexo 2) e as respectivas características dos indivíduos arbóreos
(nome científico, nome popular, coordenadas geográficas, etc) podem ser
visualizadas na Tabela 2.
Nenhuma das espécies registradas neste relatório estão presentes na
lista de espécies ameaçadas da flora do Brasil (Forzza, R.C. et al., 2010), ou
nas listas de espécies ameaçadas no estado de São Paulo produzida pela
Secretaria de Meio Ambiente do Estado, e no Brasil, produzida pelo IBAMA
(MMA, 2003).
Essa vegetação ocupa uma área de aproximadamente 30m² da área
total da gleba (sendo aproximadamente 1% da área total).
Tabela 1. Lista das espécies arbóreas isoladas registradas em campo, em ordem
alfabética do nome popular, com seus respectivos nomes científico, família, ocorrência
(nativa do Brasil ou exótica) e Estágio sucessional.
Nº Nome científico Nome Popular Família Exótico/Nativa Estágio
544 Aegiphila integrifolia Tamanqueiro Verbenaceae Nativa Pioneira
506 Aegiphila integrifolia Tamanqueiro Verbenaceae Nativa Pioneira
518 Vernonia discolor Vassourão Asteraceae Nativa Pioneira
519 Vernonia discolor Vassourão Asteraceae Nativa Pioneira
Anadenanthera
547 Angico Fabaceae Nativa
macrocarpa Pioneira
548 Solanum lycocarpum Lobeira Solanaceae Nativa Pioneira
549 Aegiphila integrifolia Tamanqueiro Verbenaceae Nativa Pioneira
Tabela 2. Lista dos indivíduos arbóreos plaqueados, com seus respectivos parâmetros dendrológicos e localização geoespacial.
Nome CAP CAP
N° Nome científico Família Exótico/Nativa Alt. (m) DAP Long. Lat. Volume (m³)
Popular (cm) (m)
544 Aegiphila integrifolia Tamanqueiro Verbenaceae Nativa 3 19 19 0,19 344048 7459497 0,01
506 Aegiphila integrifolia Tamanqueiro Verbenaceae Nativa 2,5 16 16 0,16 344064 7459600 0,01
518 Vernonia discolor Vassourão Asteraceae Nativa 1,8 15 15 0,15 344023 7459586 0,00
519 Vernonia discolor Vassourão Asteraceae Nativa 2 19 19 0,19 344013 7459593 0,01
Anadenanthera
Nativa 0,19
547 macrocarpa Angico Fabaceae 6 63 63 0,63 343996 7459625
548 Solanum lycocarpum Lobeira Solanaceae Nativa 4 26 26 0,26 344016 7459634 0,02
549 Aegiphila integrifolia Tamanqueiro Verbenaceae Nativa 3 16 16 0,16 343965 7459593 0,01

9
4. CONCLUSÕES

 Foram plaqueadas e identificadas 7 árvores isoladas, pertencentes a 4


espécies. Deste total, todas as espécies são nativas;

 Não foram registradas espécies arbóreas que estejam ameaçadas de


extinção nos contextos estadual ou federal;

 A vegetação do terreno poderá ser suprimida desde que atenda a


Resolução SMA 07/17, que disciplina procedimentos para a autorização
de supressão de exemplares nativos isolados;

 A Proposta de Revegetação e Implantação de Áreas Verdes inserida no


Anexo 21 deste processo contribuirá para atender a Resolução SMA
07/17

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AB’ SABER, A.N. & BERNARDES, N. 1958. Vale do Paraíba, Serra da


Mantiqueira e Arredores de São Paulo, in Guia de excursão nº4 (XVIII
Congresso Internacional de Geografia), Edição do conselho Nacional de
Geografia, Rio de Janeiro.
ARAGAKI, S. & MANTOVANI, W. 1998. Estudos estruturais e taxonômicos de
trecho de remanescente de floresta no parque Municipal Alfredo Volpi (São
Paulo). Simpósio de ecossistemas da Costa Brasileira. São Paulo, SP. 1998,
p.25-36.
BARRELLA, W., PETRERE JÚNIOR, M., SMITH, W. MONTAG, L.F.A. 2000. As
relações entre as matas ciliares, os rios e os peixes. In Matas Ciliares:
conservação e recuperação (R.R. Rodrigues & Leitão Filho, eds.). EDUSP, São
Paulo, p.187-207.
COPPETEC (Laboratório de Hidrologia e Estudos de Meio Ambiente), 2006,
Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul – Resumo
Diagnóstico dos Recursos Hídricos, Relatório Final, Relatório Contratual R7,
Resende, RJ.
FERREIRA, P.C. & FISCH, S.T.V. 2007. Formações Vegetacionais. Coord.
Potiguara C. Ferreira. A biologia e a geografia do Vale do Paraíba: trecho
paulista. São José dos Campos: IEPA.
FIDALGO, O & BONONI, V.L.R. 1989. Técnicas de coleta, preservação e
herborização de material botânico, São Paulo: Instituto de Botânica. 62p.
FORZZA, R.C. et al. 2010. Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil. Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Volumes 1 e 2.
GOMES, E.P.C. 1992. Fitossociologia do componente arbóreo de um trecho de
mata em São Paulo, SP. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo,
São Paulo.
SÃO PAULO: SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE / INSTITUTO FLORESTAL
2005. Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo.
Imprensa oficial, p. 200.
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO 2004.
Recuperação Florestal: da muda à floresta. Instituto de Botânica, São Paulo.
11
SILVA, A.F. 1989. Composição florística e estrutura fitossociológica do estrato
arbóreo da Reserva Florestal Prof. Augusto Ruschi, São José dos Campos –
SP. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
SOARES, J.C.M. et al. Níveis glicêmicos de colesterol em ratos com Diabetes
Mellitus aloxano induzido, tratados com infusão de Bauhinia candicans ou
Syzygium jambolanum.Ciência Rural, Santa Maria, v.30, n.1, p.113-118, 2000.
TOMASULO, P.L.B. 1995. Análise da composição florística e estrutura da
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Serra do Itapety, Mogi das Cruzes, SP. Dissertação de mestrado, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
VASCONCELOS, P.C.S. 1992. Fitossociologia de uma vegetação em sucessão
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VELOSO, H.P., RANGEL FILHO, A.L.R. & LIMA, J.C.A. 1991. Classificação da
vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro.

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ANEXO 1

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

13
Figura 2. Imagem representativa da área objeto deste laudo demarcado em vermelho.

Figura 3. Vista da área com predomínio de gramineas e algumas árvores isoladas, foto com
visada para norte.

14
Figura 4. Vista da área de pastagem, foto com visada para leste.

Figura 5. Vista da área de pastagem fazendo divisa com uma cerca de alambrado, foto com
visada para sul.

15
Figura 6. Vista da área de pastagem com algumas árvores regenerantes fora da gleba de
trabalho, foto com visada para sul.

Figura 7. Marcação com placas de identificação das árvores a serem suprimidas.

16
Figura 8. Uso de GPS para marcação das árvores isoladas do terreno.

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ANEXO 2

PLANTA COM VEGETAÇÃO E ÁRVORES ISOLADAS


ALOCADAS

18
VP ECOLOGIA EMPRESARIAL LTDA
CNPJ: 12.627.963/0001-07

Dr. Paulo José Pyles Cicchi


CPF: 222685408-80
Sócio Diretor
Responsável Técnico

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