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EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA
Nas planícies fluviais, lacustres e fluviolacustres, assim como nas áreas de inundação
sazonal ocorre a Vegetação Subcaducifólia de Várzea. Esta formação apresenta uma
fisionomia dominada pela carnaúba (Copernicia prunifera), consorciada com espécies
arbustivas e arbóreas. Compõem a fauna deste ambiente espécies que são também
encontradas nas vegetações de Tabuleiro e Caatinga. (CAVALCANTE, op. cit.)
O uso do solo como matéria-prima para a produção de telhas e tijolos vermelhos, além
de outras atividades minerais, agrícolas e agroextrativistas, contribuiu significativamente
para a degradação da vegetação de várzea. Nos locais de extração percebe-se com clareza a
ausência da vegetação original, com remoção da camada fértil do solo, prejudicando os
mecanismos naturais de regeneração.
Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Dicliptera ciliares - Herbácea REFLORA, 2020
Harpochilus paraibanus - Herbácea REFLORA, 2020
Acanthaceae
Justicia aequilabris Justicia Herbácea REFLORA, 2020
Ruellia aspérula - Herbácea REFLORA, 2020
Alstroemeriaceae Alstroemeria inodora - Herbácea REFLORA, 2020
Alstroemeria longistaminea - Herbácea REFLORA, 2020
Alternanthera tenella Apaga-fogo Herbácea REFLORA, 2020
Amaranthaceae
Amaranthus spinosus Caruru de espinho Herbácea REFLORA, 2020
Griffinia gardneriana - Herbácea REFLORA, 2020
Anacardium occidentale L. Cajueiro Arbóreo SEMACE, 2012
Astronium sp Aroeira Arbóreo SEMACE, 2012
Anacardiaceae
Astronium urundeuva(M. Allemão) Engl. Aroeira-preta Arbusto REFLORA, 2020
Spondias lutea L. Cajazeira Arbóreo SEMACE, 2012
Allamanda blanchetii Sete-patacas-roxa Herbácea REFLORA, 2020
Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Pereiro Herbácea REFLORA, 2020
Marsdenia sp. - Herbácea REFLORA, 2020
Acanthospermum hispidum Carrapicho-de-carneiro Herbácea REFLORA, 2020
Blainvillea acmella - Herbácea REFLORA, 2020
Chresta pacourinoides Cabeça-de-frade Herbácea REFLORA, 2020
Asteraceae Pectis elongata - Herbácea REFLORA, 2020
Conocliniopsis prasiifolia - Herbácea REFLORA, 2020
Echinocephalum latifolium - Herbácea REFLORA, 2020
Melanthera latifolia Cosmo-amarelo Herbácea REFLORA, 2020
Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Pectis elongata - Herbácea REFLORA, 2020
Montrichardia sp Aninga Herbácea SEMACE, 2012
Araceae
Lemna minor L. Capa rosa Herbácea SEMACE, 2012
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Macaúba Palmeira SEMACE, 2012
Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore Carbaúba Palmeira SEMACE, 2012
Arecaceae Mauritia vinifera Mart. Buriti Palmeira SEMACE, 2012
Attalea speciosa Mart. ex Spreng. Babaçu Palmeira SEMACE, 2012
Syagrus comosa (Mart.) Mart. Catolé Palmeira SEMACE, 2012
Begonia sp Begônia Herbácea SEMACE, 2012
Bignoniaceae Fridericia dichotoma - Trepadeira REFLORA, 2020
Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose Pau-d’arco-amarelo Arbóreo SEMACE, 2012
Bixaceae Cochlospermum vitifolium Pacotê Arbóreo REFLORA, 2020
Cordia glazioviana Pau-branco Arbóreo REFLORA, 2020
Cordia oncocalyx Allemão Pau-branco Arbóreo SEMACE, 2012
Boraginaceae
Varronia globosa - Herbácea REFLORA, 2020
Varronia leucocephala - Herbácea REFLORA, 2020
Bromelia laciniosa Mart. ex Schult. &
Macambira Herbácea REFLORA, 2020
Schult.f.
Bromeliaceae Bromelia sp. Macambira Herbácea SEMACE, 2012
Tillandsia sp Samambaia Herbácea SEMACE, 2012
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett Imburana-de-espinho Arbóreo REFLORA, 2020
Burseraceae
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Almecegueira Arbóreo SEMACE, 2012 REFLORA, 2020
Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles
Cactaceae Xique-xique Herbácea REFLORA, 2020
& Rowley
Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Cereus sp. - Herbácea SEMACE, 2012
Capparaceae Cynophalla hastata Feijão-bravo Arbóreo NETO et al., 2014
Caricaceae Carica papaya L. Mamoeiro Arbusto SEMACE, 2012 REFLORA, 2020
Celastraceae Maytenus rigida Cascuda Arbóreo REFLORA, 2020
Licania rigida Oiticica Arbóreo REFLORA, 2020
Chrysobalanaceae
Moquilea tomentos Benth. Oiti Arbóreo SEMACE, 2012
Combretum lanceolatum Pohl ex Eichler Mofumbo Arbusto SEMACE, 2012 REFLORA, 2020
Combretaceae
Combretum leprosum Mart. Mofumbo Arbóreo REFLORA, 2020
Commelinaceae Commelina obliqua Vahl - Herbácea AONA; PELLEGRINI, 2015.
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea batatoides Choisy Ipomeia Herbácea
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. Jitirana Trepadeira
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Convolvulaceae Ipomoea brasiliana (Choisy) Meisn. Ipomeia Trepadeira
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea bignonioides Sims Ipomeia Trepadeira
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea hederifolia L. Jitirana Trepadeira
2015
Distimake aegyptius
- Trepadeira JUNIOR et al., 2012
(L.) A.R. Simões & Staples
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Jacquemontia saxicola L.B.Sm. - Trepadeira
2015
Cyperus sp - Herbácea SEMACE, 2012
Cyperaceae Cyperus odoratus L. - Herbácea ALVES et al., 2015
Cyperus entrerianus Boeckeler - Herbácea ALVES et al., 2015
Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Cyperus ligularis L. - Herbácea ALVES et al., 2015
Eleocharis sp. - Herbácea SEMACE, 2012
Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro Arbóreo CORDEIRO et al., 2015
Croton campestris A.St.-Hil. - Arbusto CORDEIRO et al., 2015
Croton conduplicatus Kunth - Arbusto CORDEIRO et al., 2015
Croton heliotropiifolius Kunth Velame Arbusto CORDEIRO et al., 2015
Euphorbia heterophylla L. Amendoim-bravo Herbácea STEINMANN et al., 2015
Euphorbiaceae Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão-bravo Arbóreo SEMACE, 2012
Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Centrolobium robustum (Vell.) Mart. ex
Potumuju Arbóreo SEMACE, 2012
Benth.
Chaetocalyx scandens - Herbácea REFLORA, 2020
Chamaecrista duckeana - Herbácea REFLORA, 2020
Chamaecrista nictitans - Herbácea REFLORA, 2020
Clitoria ternatea Cunhã Herbácea REFLORA, 2020
Copaifra sp Pau-d’oleo Arbóreo SEMACE, 2012
Dimorphandra sp Faveira Arbóreo SEMACE, 2012
Dioclea megacarpa Cipó-de-boi Herbácea REFLORA, 2020
Erytrina sp Mulungu Arbóreo SEMACE, 2012
Hymenaea sp. Jatobá Arbóreo SEMACE, 2012
Indigofera sp Anil Arbusto SEMACE, 2012
Inga sp. Ingá Arbusto SEMACE, 2012
Luetzelburgia auriculata Pau-mocó Arbóreo NOGUEIRA et al. 2012
Libidibia ferrea Jucá Arbóreo REFLORA, 2020
Mimosa caesalpiniifolia Sabiá Arbóreo SEMACE, 2012
Mimosa ophthalmocentra Jurema-de-embira Arbóreo REFLORA, 2020
Mimosa pigra L. Calumbi Arbusto SEMACE, 2012
Mimosa tenuiflora Jurema-preta Arbóreo REFLORA, 2020
Mimosa sp Unha-de-gato Arbusto SEMACE, 2012
Myroxylon sp Bálsamo Arbóreo SEMACE, 2012
Piptadenia stipulacea Jurema-branca Arbóreo REFLORA, 2020
Piptadenia viridiflora Chama-tráia Arbóreo REFLORA, 2020
Pithecellobium diversifolium Mata-fome Arbóreo REFLORA, 2020
Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Poincianella pyramidalis Caatingueira Arbóreo REFLORA, 2020
Poncianella bracteosa Caatingueira Arbóreo REFLORA, 2020
Rhynchosia minima - Herbácea CÂNDIDO et al., 2019
Senna macranthera Pau-fava Arbóreo REFLORA, 2020
Senna martiana - Herbácea REFLORA, 2020
Senna obtusifolia Mata-pasto Herbácea REFLORA, 2020
Senna uniflora - Herbácea REFLORA, 2020
Tephrosia cinerea (L.) Pers. - Herbácea RIBEIRO et al., 2018
Heliotropium angiospermum Cravo-de-urubu Herbácea REFLORA, 2020
Heliotropiaceae
Heliotropium indicum Cravo-de-urubu Herbácea REFLORA, 2020
Lamiaceae Mesosphaerum suaveolen - Herbácea REFLORA, 2020
Pavonia cancellata - Herbácea REFLORA, 2020
Malvaceae Pseudabutilon spicatum - Herbácea REFLORA, 2020
Pseudobombax marginatum Embiratanha Arbóreo REFLORA, 2020
Artocarpus integrifólia L.f. Jaqueira Arbóreo SEMACE, 2012
Moraceae
Ficus sp. Gameleira Arbóreo SEMACE, 2012
Musaceae Musa sp. Bananeira Herbácea SEMACE, 2012
Nymphaeaceae Nymphaea sp. Flor-branca Herbácea SEMACE, 2012
Plantaginaceae Tetraulacium veroniciforme Turcz. - Herbácea SEMACE, 2012
Poaceae Cenchrus L. Capim-elefante Herbácea SEMACE, 2012
Polygonum punctatum Elliott Pimenta d'água Herbácea SEMACE, 2012
Polygonaceae
Triplaris gardneriana Wedd. Pajeú Arbóreo SEMACE, 2012
Pontederiaceae Eichhornia crassipes (Mart.) Solms Aguapé Herbácea SEMACE, 2012
Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Arbóreo SEMACE, 2012
Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Rubiaceae Borreria capitata - Herbácea REFLORA, 2020
Rutaceae Citrus sinensis Laranjeira Arbóreo SEMACE, 2012
Cardiospermum corindum Balãozinho Herbácea REFLORA, 2020
Sapindaceae Serjania glabrata Cipó-timbó Arbóreo REFLORA, 2020
Sapindus saponaria L. Sabonete Arbóreo SEMACE, 2012
Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium Quixabeira Arbóreo REFLORA, 2020
Turnera subulata Chanana Herbácea ROCHA et al., 2018
Turneraceae
Piriqueta racemosa - Herbácea ROCHA et al., 2018
Typhaceae Typha domingensis Pers. Taboa Herbácea SEMACE, 2012
Lippia sidoides Alecrim-pimenta Herbácea REFLORA, 2020
Verbenaceae
Stachytarpheta sessilis - Herbácea REFLORA, 2020
Vitaceae Cissus sicyoides Videira-princesa Herbácea REFLORA, 2020
Figura 8.2-3 Caatinga Arbórea - ocupando a menor parte do terreno, é composta por espécies
arbustivas e arbóreas pouco diversas e bastante espaçadas umas das outras.
Em locais com o solo mais pobre e com recurso hídrico mais escasso se desenvolve
um tipo de vegetação que ainda se discute até que ponto é inteiramente natural ou induzida
pelo homem. Apesar da influência do homem nesta área ser muito acentuada, considerar esta
unidade como uma vegetação completamente secundária seria subestimar sua capacidade de
sucessão ecológica. Esta unidade consiste tipicamente em árvores espalhadas de Spondias
tuberosa, Aspidosperma pyrifolium, em uma matriz arbustiva de Caesalpinia spp., Mimosa
spp., Jatropha spp., e Croton spp.
Figura 8.2-4 Área com feições de Caatinga Arbustiva Aberta localizada na ADA.
Quadro 8.2-2 Principais espécies da flora encontradas na Área de Influência Direta (AID). Hábito: ARV=Arbóreo, ARB= Arbustivo, LI= Liana. Uso: api=
apícola, fru= frutífera, med= medicinal, mad= madeira, ole= óleo ou cera, fib= fibra, orn= ornamental, for= forrageira. STATUS IUCN/MMA: NE: não avaliada;
DD: dados deficientes; LC: pouco preocupante.
Família Nome Científico Nome Popular Hábito Uso Status
Anacardium occidentale. Cajueiro ARV fru, mad LC
Anacardiaceae
Spondias tuberosa Umbuzeiro ARV fru, api LC
Aspidosperma pyrifolium. Pereiro ARV mad, med LC
Apocynaceae
Calotropis procera Hortência ARB med LC
Arecaceae Copernicia prunifera Carnaúba ARV ole, fib LC
Bignoniaceae Handroanthus sp. Pau-d’arco ARV mad, orn LC
Bixaceae Cochlospermum vitifolium Pacotê ARV med, api LC
Boraginaceae Cordia oncocalyx Pau-Branco ARV Mad LC
Bromeliaceae Bromelia laciniosa Macambira HER Med LC
Burseraceae Commiphora leptophloeos Imburana ARV Med LC
Pilosocereus catingicola Xique-Xique HER Med LC
Cactaceae
Cereus jamacaru Mandacaru HER med, fru LC
Chrysobalanaceae Licania rigida Oiticica ARV fru LC
Combretaceae Combretum leprosum. Mofumbo ARV api, med LC
Croton sonderianus Marmeleiro ARV mad, med, LC
Euphorbiaceae Croton heliotropiifolius Velame HER Med LC
Jatropha mollissima Pinhão-Bravo ARV for LC
Libidibia ferrea Jucá ARV mad, med LC
Fabaceae Caesalpinoidae
Caesalpinia spp Catingueira ARV med, for e mad LC
Fabaceae – Faboideae Amburana cearensis Cumaru ARV mad, med, ole LC
Mimosa tenuiflora Jurema-Preta ARV api, mad LC
Fabaceae - Mimosoideae
Mimosa caesalpinifolia Sabiá ARV api, mad LC
Quadro 8.2-2 Principais espécies da flora encontradas na Área de Influência Direta (AID). Hábito: ARV=Arbóreo, ARB= Arbustivo, LI= Liana. Uso: api=
apícola, fru= frutífera, med= medicinal, mad= madeira, ole= óleo ou cera, fib= fibra, orn= ornamental, for= forrageira. STATUS IUCN/MMA: NE: não avaliada;
DD: dados deficientes; LC: pouco preocupante.
Família Nome Científico Nome Popular Hábito Uso Status
Mimosa ophthalmocentra Jurema-de-Embira ARV Med LC
Piptadenia estipulacea Jurema-branca ARB Mad LC
Anadenanthera colubrina Angico ARV mad, med LC
Azadirachta indica Neem-indiano ARV mad, ole LC
Fabaceae - Papilionoideae Amburana cearensis Cumaru ARV Api LC
Lamiaceae Hyptis suaveolens Bamburral ARB ole LC
Malvaceae - Bombacoideae Pseudobombax emarginatum Embiratanha ARV Med LC
Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Juazeiro ARV api, med LC
Solanaceae Physalis sp. Canapum TREP Fru LC
IUCN Red List of Threatened Species. Version 2018. MMA: Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção conforme a portaria
No - 443, de 17 de dezembro de 2014.
Figura 8.2-5 A - Folha do Angico; B-Caule do Angico; C-Fruto do Angico; D- Árvore Angico
(Anadenanthera colubrina)
Figura 8.2-8 A - Folha do Juazeiro; B-Caule do Juazeiro; C- Árvore Juazeiro (Ziziphus joazeiro)
Figura 8.2-9 A - Folha do Juazeiro; B-Caule do Juazeiro; C- Árvore Juazeiro (Ziziphus joazeiro)
Figura 8.2-14 A – Folha da Oiticica; B-Caule da Oiticica; C-Árvore Oiticica (Licania rígida)
Figura 8.2-15 A – Caule do Pacotê; B-Flor do Pacotê; C-Árvore Pacotê (Cochlospermum vitifolium)
Figura 8.2-17 A – Folha do Pereiro; B-Caule do Pereiro; C-Fruto do Pereiro; D- Árvore do Pereiro
(Aspidosperma pyrifolium).
▪ Ponto fixo
▪ Encontros ocasionais
8.2.2.1.1 HERPETOFAUNA
Para este trabalho foram utilizados três métodos de coleta para registrar a
herpetofauna da área do empreendimento: Armadilhas de Interceptação e Queda
(pitfalls), Busca Ativa e Encontros Ocasionais, durante cinco dias de coleta concentrados
no período de 19 a 23 de julho de 2021.
A revisão das armadilhas era realizada no período matutino, uma vez a cada 24
horas, e os animais capturados eram identificados em nível de espécie e fotografados.
Após o registro dos dados, os animais foram soltos no próprio local de captura. Para
garantir a integridade dos animais, os baldes foram perfurados em seu fundo, para drenar
a água proveniente da chuva e pedaços de isopor foram inclusos nos baldes, possibilitando
a flutuação de animais em eventos de alagamentos.
Este método é muito eficiente visto que permite a coleta de grandes animais e
fornece dados de história natural dos organismos que não conseguem ser registrados
através dos métodos passivos (HALSTEAD et al., 2018). Ele também é o método ideal
para áreas de Caatinga onde a instalação de armadilhas de interceptação e queda não é
possível (CASTRO et al., 2018).
Para este trabalho, dois pesquisadores realizaram cinco horas de buscas ativas em
cada uma das quatro Unidades Amostrais durante os cinco dias de campanha. As
atividades de busca se concentraram nos seguintes intervalos: período matutino (08h -
11h), vespertino (14 às 17 h) e noturno (19h até 22h). O esforço amostral do método
A busca ativa foi realizada percorrendo-se lentamente áreas dentro das Unidades
Amostrais, em uma velocidade de aproximadamente 1km/h. Foram explorados diferentes
microhabitats, tais como: fendas em lajedos, troncos caídos, clareiras, rios, lagos,
rochedos, tocas, a própria vegetação, entre outros locais, a fim de se coletar espécies que,
normalmente, não são capturadas pelas armadilhas de interceptação e queda.
8.2.2.1.2 AVIFAUNA
Para este trabalho foram utilizados dois métodos de coleta para registrar a
ornitofauna da área do empreendimento: Busca Ativa em Transectos e Encontros
Ocasionais, durante cinco dias de coleta concentrados no período de 19 a 23 de julho de
2021.
região. Foram feitos registros ocasionais através da observação direta, bem como indireta,
através da vocalização dos animais.
riqueza (Chao 1). Todas as análises foram feitas no Software Past, versão 3.0 (HAMMER
et al., 2001).
8.2.2.1.3 MASTOFAUNA
Para este trabalho foram utilizados quatro métodos de coleta para registrar a
mastofauna da área do empreendimento: Armadilhas Fotográficas (Câmeras traps),
Monitoramento Acústico por Bat Detector, Busca Ativa e Encontros Ocasionais, durante
cinco dias de coleta concentrados no período de 19 a 23 de julho de 2021.
8.2.2.2.1 HERPETOFAUNA
O presente estudo reúne neste tópico dados secundários obtidos na literatura para
a Área de Influência Indireta do Empreendimento. Os dados secundários demonstram que
a área de estudo pode apresentar 48 espécies, sendo nove (9) de anfíbios anuros e 39 de
répteis das ordens Testudines (n=1) e Squamata (n=38) (Quadro 8.2-4).
Vale do Jaguaribe e Chapada do Apodi também podem ser encontradas em Roberto &
Loebmann (2016).
Quadro 8.2-5 Espécies de répteis e anfíbios encontradas na área de Reserva Legal do Complexo Solar Apodi I-IV na atual campanha de monitoramento.
Status de
Abundância
ameaça
Nome Caatinga
Ordem Família Espécie Registro Método Caatinga Caatinga Endêmica* FO%
popular Arbórea Caatinga
Arbustiva Arbustiva MMA IUCN
(RL antropizada
Aberta Densa
Scatec)
Rhinella diptycha Sapo-
V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Cope, 1862) Cururu
Bufonidae
Rhinella granulosa Sapinho-
V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Spix, 1824) Granuloso
Boana raniceps Rã-de-
Hylidae v BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Cope, 1862) bananeira
Leptodactylus
macrosternum
Anura Caçote V BA 0 0 1 3 NÃO LC LC 2,11
Miranda-Ribeiro,
1926
Leptodactylus
Leptodactylidae
troglodytes A. Lutz, Caçote V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
1926
Pleurodema Goré;
diplolister (Peters, Sapinho- V PITFALL 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
1870) da-Areia
Iguana (Linnaeus,
Iguanidae Camaleão V BA 0 0 2 1 NÃO LC LC 1,58
1758)
Lagartixa-
Hemidactylus
de-
Squamata mabouia (Moreau de V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
Parede,
Gekkonidae Jonnès, 1818)
Briba
Hemidactylus agrius
Briba V BA 1 0 16 1 NÃO LC LC 9,52
VANZOLINI, 1978
Quadro 8.2-5 Espécies de répteis e anfíbios encontradas na área de Reserva Legal do Complexo Solar Apodi I-IV na atual campanha de monitoramento.
Status de
Abundância
ameaça
Nome Caatinga
Ordem Família Espécie Registro Método Caatinga Caatinga Endêmica* FO%
popular Arbórea Caatinga
Arbustiva Arbustiva MMA IUCN
(RL antropizada
Aberta Densa
Scatec)
Lygodactylus klugei
Lagartixa-
(SMITH, MARTIN V BA 1 0 1 1 NÃO LC LC 1,58
Anã
& SWAIN, 1977)
Vanzosaura Calango-
Gymnophthalmidae multiscutata do-Rabo- V PITFALL 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Amaral, 1933) Vermelho
Gymnodactylus
Phyllodactylidae geckoides SPIX, Briba V BA 0 0 14 1 NÃO LC LC 7,93
1825
Brasiliscincus heathi
Calango-
Schmidt & Inger, V BA 0 0 3 0 NÃO LC LC 1,58
Liso
1951
Scincidae
Psychosaura
Calango-
agmosticha V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
Liso
(Rodrigues, 2000)
Ameivula ocellifera
Tijubina V BA 1 0 18 4 NÃO LC LC 12,16
(SPIX, 1825)
Teiidae Salvator merianae
Duméril & Bibron, Tejo, Teiú V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
1839
Tropidurus hispidus Calango-
Tropiduridae V BA 4 1 53 7 NÃO LC LC 34,39
(Spix, 1825) de-Parede
Tropidurus Calango-
semitaeniatus do- V BA 0 0 17 18 NÃO LC LC 18,51
(SPIX, 1825) Lageiro
Quadro 8.2-5 Espécies de répteis e anfíbios encontradas na área de Reserva Legal do Complexo Solar Apodi I-IV na atual campanha de monitoramento.
Status de
Abundância
ameaça
Nome Caatinga
Ordem Família Espécie Registro Método Caatinga Caatinga Endêmica* FO%
popular Arbórea Caatinga
Arbustiva Arbustiva MMA IUCN
(RL antropizada
Aberta Densa
Scatec)
Philodryas nattereri Corre-
(STEINDACHNER, Campo, V BA 1 1 0 0 NÃO LC LC 1,05
1870) Tabuleira
Erytthrolamprus
Cobra-
viridis (Günther, V PITFALL 1 0 1 0 NÃO LC LC 1,05
Verde
1862)
Cobra-
Oxybelis aeneus
Colubridae Cipó- V BA 1 0 2 0 NÃO LC LC 1,58
(Wagler, 1824)
Bicuda
Oxyrhopus
trigeminus Duméril, Coral-
V BA 0 0 2 0 NÃO LC LC 1,05
Bibron & Duméril, Falsa
1854
Xenodon merremii
Boipeva V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Wagler, 1824)
Crotalus durissus
Viperidae Cascavel V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
Linnaeus, 1758
Legenda: Registro - V = Visualização; A = monitoramento acústico. Método: BA: Busca Ativa; MMA - Portaria 444, 17 de dezembro de 2014, que dispõe sobre a Lista brasileira Oficial das
espécies da fauna ameaçadas de extinção. NC = Não consta IUCN - International Union for Conservation of Nature, que dispõe sobre a Lista Vermelha internacional. LC = Least concern
(Pouco preocupante). Fonte: Biotec Consultoria (2021).
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
Para entender se a área foi bem amostrada, foram feitas curvas de rarefação de
espécies em conjunto para anfíbios e répteis, visto que a abundância de anfíbios foi muito
baixa para obedecer aos critérios da curva individualmente. Para construção da curva foi
levado em consideração os pontos amostrais e o número de indivíduos encontrados para
Legenda: Caatinga ARL- Caatinga Arbórea Reserva Legal; Caatinga AN- Caatinga
Antropizada; Caatinga AD- Caatinga Arbustiva Densa; Caatinga AA- Caatinga
Arbustiva Aberta. Fonte: Biotec Consultoria (2021).
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
Os dados de similaridade parecem refletir a distribuição das espécies nas unidades
amostrais, visto que a maior parte das espécies ocorreu em apenas uma unidade amostral
(n=13; 54%) e somente uma espécie foi encontrada em todas as unidades amostrais (4%).
8.2.2.2.2 AVIFAUNA
Aves assim como outros grupos zoológicos são sensíveis até mesmo às pequenas
mudanças no habitat (CORRÊA et al., 2011), o que as torna excelentes modelos para
estudos de conservação, monitoramento da fauna e influência de impactos antrópicos
(MARINI & GARCIA, 2005; BELMONT et al., 2019).
O presente estudo reúne neste tópico dados secundários obtidos para o município
de Quixeré, situado na microrregião da Chapada do Apodi e Vale do Jaguaribe. Estudos
anteriores realizados na área do Complexo fotovoltaico Apodi I-IV (Scatec Solar)
demonstram a existência de pelo menos 70 espécies de Aves na região, a maioria delas
pertencentes à ordem Passeriformes (53%) (tabela abaixo).
Quadro 8.2-8 Lista de espécies de avifauna registradas na ADA durante a primeira campanha de amostragem
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular GT UH Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
Rupornis magnirostris Gavião-carijó CAR IND BA 1 2 1 2 NÃO LC LC 2,11
Heterospizias
Gavião-caboclo CAR IND BA 2 0 0 0 NÃO LC LC 0,70
Accipitriformes Accipitridae meridionalis
Geranoaetus Gavião-de-rabo-
CAR IND BA 1 0 0 0 NÃO LC LC 0,35
albicaudatus branco
Besourinho-de-
Chlorostilbon lucidus NEC SDE BA 0 1 1 1 NÃO LC LC 1,05
bico-vermelho
Apodiformes Trochilidae
Chrysolampis Beija-flor-
NEC IND BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,35
mosquitus vermelho
Charadriformes Charadriidae Vanellus chilensis Quero-quero ONI IND BA 2 0 2 2 NÃO LC LC 2,11
Urubu-de-
Coragyps atratus DET IND BA 0 0 0 64 NÃO LC LC 22,46
cabeça-preta
Cathartiformes Cathartidae
Urubu-de-
Cathartes aura DET IND BA 2 0 2 0 NÃO LC LC 1,40
cabeça-vermelha
Columbina picui Rolinha-picui GRA IND BA 3 2 0 1 NÃO LC LC 2,11
Columbina talpacoti Rolinha-roxa GRA IND BA 0 0 2 2 NÃO LC LC 1,40
Columbiformes Columbidae Zenaida auriculata Avoante GRA IND BA 0 0 0 30 NÃO LC LC 10,53
Columbina squammata Fogo-apagou GRA IND BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,35
Patagioenas picazuro Asa-branca GRA SDE BA 1 0 0 0 NÃO LC LC 0,35
Crothopaga ani Anu-preto CAR IND BA 0 0 0 24 NÃO LC LC 8,42
Guira guira Anu-branco CAR IND BA 0 0 0 5 NÃO LC LC 1,75
Cuculiformes Cuculidae
Coccyzus Papa-lagarta-
CAR IND BA 2 1 0 5 NÃO LC LC 2,81
melacoryphus acanelado
Caracara plancus Caracará ONI IND BA 3 2 0 2 NÃO LC LC 2,46
Falconiformes Falconidae Herpetotheres
Acauã CAR SDE BA 1 0 0 0 NÃO LC LC 0,35
cachinnans
Quadro 8.2-8 Lista de espécies de avifauna registradas na ADA durante a primeira campanha de amostragem
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular GT UH Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
Rapazinho-dos-
Galbuliformes Bucconidae Nystalus maculatus ONI SDE BA 1 1 2 1 NÃO LC LC 1,75
velhos
Cyanocorax
Corvidae Cancão ONI SDE BA 2 0 0 8 BRA LC LC 3,51
cyanopogon
Mimidae Mimus saturninus Sabiá-do-campo ONI IND BA 0 1 1 7 NÃO LC LC 3,16
Balança-rabo-de-
Polioptilidae Polioptila plumbea INS SDE BA 0 2 1 2 NÃO LC LC 1,75
chapéu-preto
Coryphospingus Tico-tico-rei-
ONI SDE BA 1 2 1 4 NÃO LC LC 2,91
pileatus cinza
Sporophila albogularis Golinho GRA IND BA 0 0 0 5 NÃO LC LC 1,75
Thraupidae
Cardeal-do-
Paroaria dominicana ONI IND BA 1 1 1 6 NÃO LC LC 3,16
nordeste
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento FRU SDE BA 2 0 0 4 NÃO LC LC 2,11
Thamnophilidae Taraba major Choró-boi INS SDE BA 1 0 1 1 NÃO LC LC 1,05
Passeriformes
Cantorchilus Garrinchão-de-
ONI DEP BA 0 0 1 1 NÃO LC LC 0,70
Troglodytidae longirostris bico-grande
Troglodytes musculus Corruíra INS IND BA 1 2 0 0 NÃO LC LC 1,05
Icterus pyrrhopterus Encontro ONI SDE BA 0 0 0 2 NÃO LC LC 0,7
Icteridae
Icterus jamacaii Corrupião ONI SDE BA 2 0 0 1 NÃO LC LC 1,05
Empidonomus varius Peitica INS SDE BA 1 0 1 1 NÃO LC LC 1,05
Myiarchus swainsoni Irré ONI SDE BA 1 2 1 0 NÃO LC LC 1,40
Tyrannidae Tyrannus
Suiriri ONI IND BA 0 1 1 1 NÃO LC LC 1,05
melancholicus
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi INS IND BA 0 3 0 1 NÃO LC LC 1,4
Tolmomyias Bico-chato-
Rhynchocyclidae INS DEP BA 0 1 1 0 NÃO LC LC 0,7
flaviventris amarelo
Quadro 8.2-8 Lista de espécies de avifauna registradas na ADA durante a primeira campanha de amostragem
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular GT UH Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
Hemitriccus Sebinho-de-olho-
INS DEP BA 1 2 1 0 NÃO LC LC 1,4
margaritaceiventer de-ouro
Ferreirinho-
Todirostrum cinereum INS DEP BA 0 1 0 2 NÃO LC LC 1,05
relógio
Periquito-da-
Psittaciformes Psittacidae Eupsittula cactorum FRU SDE BA 8 4 1 4 NÃO LC LC 5,96
caatinga
Pica-pau-anão-
Piciformes Picidae Picumnus limae INS DEP BA 1 0 0 0 CAA LC LC 0,35
da-caatinga
Legenda: Dep – Dependência de Ambientes Florestados: IND: independente, SMD: semidependente, DEP: dependente. Gui – Guilda: INS: Insetívoro; CAR: Carnívoro; GRA:
Granívoro; FRU: Frugívoro; NEC: Nectarívoros; DET: Necrófagos; ONI: Onívoros; VEG – Plantas; AQUA: Aquáticos. Imp – Importância Ecológica e Econômica. Ameaça - Categoria
IUCN/MMA: LC: pouco preocupante. FO – Frequência de ocorrência.
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
A riqueza total da área de estudo contou com 40 espécies de aves. A maior parte
das espécies ocorreu no ponto amostral de Caatinga Antropizada (n=28; 70%), que
também apresentou a maior abundância de espécies (n=189). A diversidade foi maior na
área de Caatinga Arbustiva Aberta (Shannon= 2,947; Simpson= 0,9444). Provavelmente,
esta área apresentou a maior diversidade em virtude de ter apresentado a maior
equitabilidade (0,9837), visto que os índices tradicionais de diversidade se baseiam na
uniformidade da assembleia e no peso das espécies raras para o cálculo da diversidade
(MAGURRAN, 2013). Os estimadores de riqueza previram acréscimo de espécies em
todos os pontos amostrais.
Para entender se a área foi bem amostrada, foi feita uma curva de rarefação para
assembleia de aves da área. Para construção da curva foi levado em consideração os
pontos amostrais e o número de indivíduos encontrados para cada espécie. A curva de
rarefação é uma análise muito importante em estudos de assembleias, visto que pode
indicar se o esforço amostral realizado até o presente momento tem sido efetivo
(MAGURRAN, 2006).
No que diz respeito aos hábitos alimentares, a maior parte das espécies apresentou
dieta onívora (n=12; 30%), seguida por insetívoros (n=9; 22,5%) e carnívora (n=7;
17,5%). Juntas, estas três guildas tróficas representaram 70% de todas as espécies
presentes na assembleia de aves amostrada.
Os onívoros são generalistas, que utilizam a maior parte dos recursos alimentares
presentes no habitat, sendo comuns em regiões com períodos de seca prolongados, como
é o caso das Caatingas (SILVA & FABRICANTE, 2017). De um modo geral, assembleias
com predominância de espécies onívoras podem indicar que este ambiente encontre se
em processo de antropização, visto que é esperado que em locais com alto grau de
conservação haja predomínio de guildas tróficas mais especializadas (SANTOS &
TRECO, 2019). Provavelmente, a maior presença de onívoros na assembleia da área do
empreendimento também esteja relacionada ao fato de a área de Caatinga Antropizada
apresentar o maior número de espécies.
TRECO, 2019). Animais pertencentes a estas guildas podem ocupar ambientes abertos e
fechados, bem como locais com intervenção humana (SICK, 2001).
8.2.2.2.3 MASTOFAUNA
Este estudo reúne neste tópico dados secundários para o município de Quixeré,
que está localizado na microrregião da Chapada do Apodi e Vale do Jaguaribe. Estudos
anteriores realizados na região preveem a existência de pelo menos 38 espécies de
mamíferos para o Vale do Jaguaribe e Chapada do Apodi (OLIVEIRA, 2003), e os
estudos realizados na área do Complexo fotovoltaico Apodi I-IV (Scatec Solar)
registraram pelo menos 24 espécies de mamíferos para a região da área de influência do
empreendimento (tabela abaixo). O número de espécies registradas no levantamento
secundário (n=24) representa 3,16% da mastofauna brasileira (n=759) (ABREU et al.,
2020) e 13,11% da fauna de mamíferos da Caatinga (n=183) (Garda et al., 2018). A
mastofauna da área do empreendimento representa ainda 20,86% do número de
mamíferos registrados para o estado do Ceará por Fernandes-Ferreira et al., (2021).
MMA IUCN
Carnivora Canidae Cerdocyon thous raposa NC LC
Euphractus
Cingulata Chlamyphoridae tatupeba NC LC
sexcinctus
Didelphis
cassaco NC LC
albiventris
Didelphimorphia Didelphidae Monodelphis
jirita NC LC
domestica
Gracilinanus agilis cuíca NC LC
Caviidae Galea spixii preá NC LC
Rodentia Thrichomys
Echimyidae pumaré NC DD
laurentius
Eptesicus furinalis morcego NC LC
Lasiurus blossevillii morcego NC LC
Lasiurus sp. morcego NC LC
Vespertionidae
Lasiurus ega morcego NC LC
Myotis nigricans morcego NC LC
Myotis riparius morcego NC LC
Eumops perotis morcego NC LC
Molossus molossus morcego NC LC
Molossus rufus morcego NC LC
Molossidae
Nyctinomops
Chiroptera morcego NC LC
laticaudatus
Promops nasutus morcego NC LC
Centronycteris
morcego NC LC
maximiliani
Peropteryx kappleri morcego NC LC
Emballonuridae Peropteryx macrotis morcego NC LC
Saccopteryx
morcego NC LC
bilineata
Diclidurus albus morcego NC LC
Mormoopidae Pteronotus parnellii morcego NC LC
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
Quadro 8.2-11 Lista de espécies de mastofauna registradas na ADA durante esta campanha de amostragem.
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular Registro Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
BA,
Carnivora Canidae Cerdocyon thous Raposa V, F 0 15 6 4 NÃO LC LC 10
CT
Cingulata Dasypodidae Euphractus sexcinctus Tatu-peba V BA 0 0 0 1 NÃO LC LC 0,4
Gambá-de-
Didelphimorphia Didelphidae Didelphis albiventris orelhas- F CT 0 0 0 2 NÃO LC LC 0,8
brancas
Sagui-de-tufos-
Primates Callitrichidae Callithrix jacchus V,F BA 0 0 0 4 NÃO LC LC 1,6
brancos
Rodentia Caviidae Galea spixii Preá F CT 0 0 0 3 NÃO LC LC 1,2
Rodentia Echimyidae Thrichomys laurentius Punaré F CT 0 0 0 7 NÃO LC LC 2,8
Molossus molossus Morcego A BD 15 40 5 34 NÃO LC LC 37,6
Nyctinomops Morcego-de-
A BD 1 0 0 1 NÃO LC LC 0,8
laticaudatus cauda-livre
Molossidae
Morceguiho-
Tadarida brasiliensis A BD 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,4
das-casas
Molossos rufus Morcego A BD 0 1 0 1 NÃO LC LC 0,8
Peropteryx macrotis Morcego A BD 24 1 2 0 NÃO LC LC 10,8
Peropteryx kappleri Morcego A BD 1 1 2 4 NÃO LC LC 3,2
Chiroptera
Saccopteryx bilineata Morcego A BD 1 0 1 0 NÃO LC LC 0,8
Emballonuridae
Centronycteris
Morcego A BD 5 0 0 2 NÃO LC LC 2,8
maximiliani
Diclidurus albus Morcego A BD 0 25 0 0 NÃO LC LC 10
Myotis nigricans Morcego A BD 11 0 0 6 NÃO LC LC 6,8
Myotis riparius Morcego A BD 13 0 0 8 NÃO LC LC 8,4
Vespertilionidae
Eptesicus furinalis Morcego A BD 0 0 0 1 NÃO LC LC 0,4
Lasiurus blossevillii Morcego A BD 0 0 0 1 NÃO LC LC 0,4
Legenda: Reg – Registro: A: Auditivo, V: Visual, Mét. – Método: BA: Busca Ativa, CT: Cameratrap; Ameaça – Categoria IUCN/MMA: LC: Pouco preocupante; FO –
Frequência de ocorrência.
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
Para testar se o esforço amostral foi eficiente, elaborou-se uma curva de rarefação
para a área. Para construção da curva foi levado em consideração os pontos amostrais e o
número de indivíduos encontrados para cada espécie. A curva de rarefação é uma análise
muito importante em estudos de assembleias, visto que pode indicar se o esforço amostral
realizado até o presente momento tem sido efetivo (MAGURRAN, 2006).
Em pelo menos uma das áreas de coleta foram registradas espécies domésticas
consideradas pela literatura como exótico-invasoras (gato doméstico). Espécies exóticas
podem impactar direta e/ou indiretamente a fauna, visto que atuam como competidores
por recursos alimentares e de habitat, são predadores de pequenos mamíferos, e
dispersores de zoonoses que podem afetar a fauna silvestre (GALETTI & SAZIMA,
2006).
indicar que a área foi bem amostrada apesar de ter uma riqueza menor do que a registrada
para outros trabalhos realizados na região.