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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

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EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

8.2 Meio Biótico

8.2.1 Flora - Métodos

Para a caracterização da flora das áreas de influência do empreendimento, realizou-


se um levantamento bibliográfico prévio dos ecossistemas existentes na região, bem como
na área de entorno. Em seguida, tendo como base cartográfica o levantamento
planialtimétrico e imagem de satélite da área de estudo, foram feitas incursões a campo (19
a 23/07/21) para detalhamento dos componentes bióticos.

O método de caminhamento consistiu em três etapas distintas: reconhecimento dos


tipos de vegetação na área amostrada, elaboração de lista das espécies encontradas a partir
de caminhadas aleatórias ao longo de uma ou mais linhas imaginárias, e análise dos
resultados (FILGUEIRAS et al. 1994).

Foram realizadas caminhadas aleatórias na área com vegetação, buscando-se


percorrer o máximo da área. As espécies identificadas ao longo dos trajetos foram registradas
em tabelas de campo pré-elaboradas constando nome da família, gênero e espécie e hábito.
Quanto ao hábito, as espécies foram classificadas em ervas, subarbustos, arbustos, árvores
ou lianas (herbácea ou lenhosa). Quanto às espécies arbustivas foram consideradas plantas
com até três metros de altura, que se ramificavam desde a base. A análise das condições
fitofisionômicas foi baseada em trabalhos bibliográficos como Ribeiro & Walter (2008) e
Walter (2006).

8.2.1.1 Caracterização da Área de Influência Indireta (AII) – Área de Estudo Regional

O município de Quixeré, município em que a área do projeto está localizada, se insere


de forma ampla na Sub-bacia hidrográfica do Baixo Jaguaribe, juntamente com os municípios
de Limoeiro do Norte, Jaguaruana Russas, Palhano, Itaiçaba, Aracati, Icapuí e Fortim. Para
esta região são descritas 6 unidades fitoecológicas, sendo elas o Manguezal, o Complexo
Vegetacional da Zona Litorânea, a Caatinga Arbustiva Densa, a Caatinga Arbustiva Aberta,

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a Caatinga Arbórea e a Vegetação de Várzea (Floresta mista dicótilo-palmácea), conforme


visto na Figura 8.2-1 a seguir.

Quando analisado apenas o município de Quixeré, pode-se observar a ocorrência de


apenas 4 unidades fitoecológicas, sendo elas a Caatinga Arbórea, Caatinga Arbustiva Densa,
Complexo Vegetacional da Zona Litorânea e Vegetação de Várzea.

Figura 8.2-1 Unidades Fitoecológicas da Bacia Hidrográfica do Baixo Jaguaribe.


Polígono em Vermelho: área registrada na ANM

Fonte: Base de dados da FUNCEME

O Complexo Vegetacional da Zona Litorânea compreende a vegetação de tabuleiros,


vegetação de dunas, mata ciliar e lacustre, tabuleiros e transição tabuleiro-caatinga.

Na Planície Litorânea destacam-se a Vegetação Pioneira Psamófila e a Vegetação de


Mangue. A primeira reveste as feições arenosas de gênese recente e ainda desprovidas de
camadas orgânicas superficiais. Desempenha funções que levam a processos de colonização,
sucessão e bioestabilização de ambientes arenosos costeiros. Sua ocorrência se verifica
preferencialmente nos ambientes de pós-praia, dunas móveis e semifixas. A fauna é composta
de aves, insetos e outros pequenos organismos. (CAVALCANTE, 2002)

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Nas planícies fluviais, lacustres e fluviolacustres, assim como nas áreas de inundação
sazonal ocorre a Vegetação Subcaducifólia de Várzea. Esta formação apresenta uma
fisionomia dominada pela carnaúba (Copernicia prunifera), consorciada com espécies
arbustivas e arbóreas. Compõem a fauna deste ambiente espécies que são também
encontradas nas vegetações de Tabuleiro e Caatinga. (CAVALCANTE, op. cit.)

O uso do solo como matéria-prima para a produção de telhas e tijolos vermelhos, além
de outras atividades minerais, agrícolas e agroextrativistas, contribuiu significativamente
para a degradação da vegetação de várzea. Nos locais de extração percebe-se com clareza a
ausência da vegetação original, com remoção da camada fértil do solo, prejudicando os
mecanismos naturais de regeneração.

Sobrepondo as superfícies tabulares desde o litoral até o contato com o embasamento


cristalino na Depressão Sertaneja, ocorre a Cobertura Vegetal Subcaducifólia de Tabuleiro.
Possui espécies componentes dos estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo. Originalmente
apresentava maior abundância arbórea, havendo agora predomínio das espécies arbustivas
devido à intensa exploração da terra. Em áreas com baixa disponibilidade hídrica, encontram-
se espécies típicas da caatinga misturadas na vegetação de tabuleiro. (CAVALCANTE, op.
cit.)

O levantamento de dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de


Influência Indireta levou em consideração os registros feitos por Ribeiro; Walter (1998),
Aona; Pellegrini (2015); Alves et al. (2015), Cordeiro et al. (2015), Neto (2014), Morim
(2015), Simão-Bianchini; Ferreira (2015) e pela plataforma Flora do Brasil (Reflora), 2020.
Também foram realizados registros de coleta da SEMACE, 2012 e Junior et al.,2015 nas
proximidades de Quixeré, Jaguaruana e Russas. Foram registradas 144 espécies pertencentes
43 famílias, sendo 50 espécies arbóreas, 12 arbustivas, 68 herbáceas e 7 trepadeiras. O
resultado do levantamento, logo abaixo, é apenas um recorte da Região do Baixo Jaguaribe.

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Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Dicliptera ciliares - Herbácea REFLORA, 2020
Harpochilus paraibanus - Herbácea REFLORA, 2020
Acanthaceae
Justicia aequilabris Justicia Herbácea REFLORA, 2020
Ruellia aspérula - Herbácea REFLORA, 2020
Alstroemeriaceae Alstroemeria inodora - Herbácea REFLORA, 2020
Alstroemeria longistaminea - Herbácea REFLORA, 2020
Alternanthera tenella Apaga-fogo Herbácea REFLORA, 2020
Amaranthaceae
Amaranthus spinosus Caruru de espinho Herbácea REFLORA, 2020
Griffinia gardneriana - Herbácea REFLORA, 2020
Anacardium occidentale L. Cajueiro Arbóreo SEMACE, 2012
Astronium sp Aroeira Arbóreo SEMACE, 2012
Anacardiaceae
Astronium urundeuva(M. Allemão) Engl. Aroeira-preta Arbusto REFLORA, 2020
Spondias lutea L. Cajazeira Arbóreo SEMACE, 2012
Allamanda blanchetii Sete-patacas-roxa Herbácea REFLORA, 2020
Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Pereiro Herbácea REFLORA, 2020
Marsdenia sp. - Herbácea REFLORA, 2020
Acanthospermum hispidum Carrapicho-de-carneiro Herbácea REFLORA, 2020
Blainvillea acmella - Herbácea REFLORA, 2020
Chresta pacourinoides Cabeça-de-frade Herbácea REFLORA, 2020
Asteraceae Pectis elongata - Herbácea REFLORA, 2020
Conocliniopsis prasiifolia - Herbácea REFLORA, 2020
Echinocephalum latifolium - Herbácea REFLORA, 2020
Melanthera latifolia Cosmo-amarelo Herbácea REFLORA, 2020

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Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Pectis elongata - Herbácea REFLORA, 2020
Montrichardia sp Aninga Herbácea SEMACE, 2012
Araceae
Lemna minor L. Capa rosa Herbácea SEMACE, 2012
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Macaúba Palmeira SEMACE, 2012
Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore Carbaúba Palmeira SEMACE, 2012
Arecaceae Mauritia vinifera Mart. Buriti Palmeira SEMACE, 2012
Attalea speciosa Mart. ex Spreng. Babaçu Palmeira SEMACE, 2012
Syagrus comosa (Mart.) Mart. Catolé Palmeira SEMACE, 2012
Begonia sp Begônia Herbácea SEMACE, 2012
Bignoniaceae Fridericia dichotoma - Trepadeira REFLORA, 2020
Handroanthus serratifolius (Vahl) S.Grose Pau-d’arco-amarelo Arbóreo SEMACE, 2012
Bixaceae Cochlospermum vitifolium Pacotê Arbóreo REFLORA, 2020
Cordia glazioviana Pau-branco Arbóreo REFLORA, 2020
Cordia oncocalyx Allemão Pau-branco Arbóreo SEMACE, 2012
Boraginaceae
Varronia globosa - Herbácea REFLORA, 2020
Varronia leucocephala - Herbácea REFLORA, 2020
Bromelia laciniosa Mart. ex Schult. &
Macambira Herbácea REFLORA, 2020
Schult.f.
Bromeliaceae Bromelia sp. Macambira Herbácea SEMACE, 2012
Tillandsia sp Samambaia Herbácea SEMACE, 2012
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett Imburana-de-espinho Arbóreo REFLORA, 2020
Burseraceae
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Almecegueira Arbóreo SEMACE, 2012 REFLORA, 2020
Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles
Cactaceae Xique-xique Herbácea REFLORA, 2020
& Rowley

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Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Cereus sp. - Herbácea SEMACE, 2012
Capparaceae Cynophalla hastata Feijão-bravo Arbóreo NETO et al., 2014
Caricaceae Carica papaya L. Mamoeiro Arbusto SEMACE, 2012 REFLORA, 2020
Celastraceae Maytenus rigida Cascuda Arbóreo REFLORA, 2020
Licania rigida Oiticica Arbóreo REFLORA, 2020
Chrysobalanaceae
Moquilea tomentos Benth. Oiti Arbóreo SEMACE, 2012
Combretum lanceolatum Pohl ex Eichler Mofumbo Arbusto SEMACE, 2012 REFLORA, 2020
Combretaceae
Combretum leprosum Mart. Mofumbo Arbóreo REFLORA, 2020
Commelinaceae Commelina obliqua Vahl - Herbácea AONA; PELLEGRINI, 2015.
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea batatoides Choisy Ipomeia Herbácea
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. Jitirana Trepadeira
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Convolvulaceae Ipomoea brasiliana (Choisy) Meisn. Ipomeia Trepadeira
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea bignonioides Sims Ipomeia Trepadeira
2015
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Ipomoea hederifolia L. Jitirana Trepadeira
2015
Distimake aegyptius
- Trepadeira JUNIOR et al., 2012
(L.) A.R. Simões & Staples
SIMÃO-BIANCHINI; FERREIRA,
Jacquemontia saxicola L.B.Sm. - Trepadeira
2015
Cyperus sp - Herbácea SEMACE, 2012
Cyperaceae Cyperus odoratus L. - Herbácea ALVES et al., 2015
Cyperus entrerianus Boeckeler - Herbácea ALVES et al., 2015

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Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Cyperus ligularis L. - Herbácea ALVES et al., 2015
Eleocharis sp. - Herbácea SEMACE, 2012
Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro Arbóreo CORDEIRO et al., 2015
Croton campestris A.St.-Hil. - Arbusto CORDEIRO et al., 2015
Croton conduplicatus Kunth - Arbusto CORDEIRO et al., 2015
Croton heliotropiifolius Kunth Velame Arbusto CORDEIRO et al., 2015
Euphorbia heterophylla L. Amendoim-bravo Herbácea STEINMANN et al., 2015
Euphorbiaceae Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão-bravo Arbóreo SEMACE, 2012

Manihot carthagenensis (Jacq.) Müll.Arg. Maniçoba Arbóreo CORDEIRO et al., 2015

Manihot glaziovii Müll.Arg. Maniçoba Arbóreo CORDEIRO et al., 2015


Manihot sp. - Arbusto SEMACE, 2012
Solanum sp. Jurubeba Arbusto SEMACE, 2012
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico Arbóreo MORIM, 2015
Andira surinamensis (Bondt) Splitg. ex
Angelim Arbusto SEMACE, 2012
Amshoff
Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Imburana-de-cheiro Arbóreo SELEME et al., 2015
Bauhinia cheilantha Pata-de-vaca Arbóreo REFLORA, 2020
Fabaceae Bauhinia forticata Link Pata-de-vaca Arbóreo SEMACE, 2012
Calliandra depauperata Benth. Marizeira Arbóreo REFLORA, 2020
Canavalia brasiliensis Feijão-bravo Herbácea REFLORA, 2020
Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon &
Catingueira Arbóreo SEMACE, 2012
G.P. Lewis
Centrosema pascuorum - Herbácea REFLORA, 2020

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Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Centrolobium robustum (Vell.) Mart. ex
Potumuju Arbóreo SEMACE, 2012
Benth.
Chaetocalyx scandens - Herbácea REFLORA, 2020
Chamaecrista duckeana - Herbácea REFLORA, 2020
Chamaecrista nictitans - Herbácea REFLORA, 2020
Clitoria ternatea Cunhã Herbácea REFLORA, 2020
Copaifra sp Pau-d’oleo Arbóreo SEMACE, 2012
Dimorphandra sp Faveira Arbóreo SEMACE, 2012
Dioclea megacarpa Cipó-de-boi Herbácea REFLORA, 2020
Erytrina sp Mulungu Arbóreo SEMACE, 2012
Hymenaea sp. Jatobá Arbóreo SEMACE, 2012
Indigofera sp Anil Arbusto SEMACE, 2012
Inga sp. Ingá Arbusto SEMACE, 2012
Luetzelburgia auriculata Pau-mocó Arbóreo NOGUEIRA et al. 2012
Libidibia ferrea Jucá Arbóreo REFLORA, 2020
Mimosa caesalpiniifolia Sabiá Arbóreo SEMACE, 2012
Mimosa ophthalmocentra Jurema-de-embira Arbóreo REFLORA, 2020
Mimosa pigra L. Calumbi Arbusto SEMACE, 2012
Mimosa tenuiflora Jurema-preta Arbóreo REFLORA, 2020
Mimosa sp Unha-de-gato Arbusto SEMACE, 2012
Myroxylon sp Bálsamo Arbóreo SEMACE, 2012
Piptadenia stipulacea Jurema-branca Arbóreo REFLORA, 2020
Piptadenia viridiflora Chama-tráia Arbóreo REFLORA, 2020
Pithecellobium diversifolium Mata-fome Arbóreo REFLORA, 2020

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Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Poincianella pyramidalis Caatingueira Arbóreo REFLORA, 2020
Poncianella bracteosa Caatingueira Arbóreo REFLORA, 2020
Rhynchosia minima - Herbácea CÂNDIDO et al., 2019
Senna macranthera Pau-fava Arbóreo REFLORA, 2020
Senna martiana - Herbácea REFLORA, 2020
Senna obtusifolia Mata-pasto Herbácea REFLORA, 2020
Senna uniflora - Herbácea REFLORA, 2020
Tephrosia cinerea (L.) Pers. - Herbácea RIBEIRO et al., 2018
Heliotropium angiospermum Cravo-de-urubu Herbácea REFLORA, 2020
Heliotropiaceae
Heliotropium indicum Cravo-de-urubu Herbácea REFLORA, 2020
Lamiaceae Mesosphaerum suaveolen - Herbácea REFLORA, 2020
Pavonia cancellata - Herbácea REFLORA, 2020
Malvaceae Pseudabutilon spicatum - Herbácea REFLORA, 2020
Pseudobombax marginatum Embiratanha Arbóreo REFLORA, 2020
Artocarpus integrifólia L.f. Jaqueira Arbóreo SEMACE, 2012
Moraceae
Ficus sp. Gameleira Arbóreo SEMACE, 2012
Musaceae Musa sp. Bananeira Herbácea SEMACE, 2012
Nymphaeaceae Nymphaea sp. Flor-branca Herbácea SEMACE, 2012
Plantaginaceae Tetraulacium veroniciforme Turcz. - Herbácea SEMACE, 2012
Poaceae Cenchrus L. Capim-elefante Herbácea SEMACE, 2012
Polygonum punctatum Elliott Pimenta d'água Herbácea SEMACE, 2012
Polygonaceae
Triplaris gardneriana Wedd. Pajeú Arbóreo SEMACE, 2012
Pontederiaceae Eichhornia crassipes (Mart.) Solms Aguapé Herbácea SEMACE, 2012
Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Arbóreo SEMACE, 2012

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Quadro 8.2-1 Dados bibliográficos para espécies florísticas da Área de Influência Indireta
Família Espécie Nome Popular Hábito Referência
Rubiaceae Borreria capitata - Herbácea REFLORA, 2020
Rutaceae Citrus sinensis Laranjeira Arbóreo SEMACE, 2012
Cardiospermum corindum Balãozinho Herbácea REFLORA, 2020
Sapindaceae Serjania glabrata Cipó-timbó Arbóreo REFLORA, 2020
Sapindus saponaria L. Sabonete Arbóreo SEMACE, 2012
Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium Quixabeira Arbóreo REFLORA, 2020
Turnera subulata Chanana Herbácea ROCHA et al., 2018
Turneraceae
Piriqueta racemosa - Herbácea ROCHA et al., 2018
Typhaceae Typha domingensis Pers. Taboa Herbácea SEMACE, 2012
Lippia sidoides Alecrim-pimenta Herbácea REFLORA, 2020
Verbenaceae
Stachytarpheta sessilis - Herbácea REFLORA, 2020
Vitaceae Cissus sicyoides Videira-princesa Herbácea REFLORA, 2020

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A fragmentação de habitats é a ameaça mais séria à diversidade biológica e é a


responsável pela crise de extinção atual (Noss, 1987). Na implantação de empreendimentos
potencialmente impactantes ao ambiente é comum o desmatamento para construção do
sistema viário e das construções propriamente ditas, o que gera a fragmentação do habitat,
resultando em mudanças na composição e diversificação das comunidades que nela habitam.
(Metzger, 1999).

Práticas agrícolas na Caatinga incluem o uso extensivo de agrotóxicos (Gama et al.


2016), os quais podem ser potenciais poluidores de córregos, rios e lençóis freáticos. Outro
problema decorre ocupação por espécies exóticas (Cryptostegia madagascariensis,
Cryptostegia grandiflora, Calotropis procera, Crotalaria retusa, Bidens bipinnata, Tilesia
baccata, Indigofera hirsuta, Macroptilium atropurpureum, Syzygium cumini, Oeceoclades
maculata, Digitaria bicornis e Melinis repens) para a formação de pastagens, ornamentação
e alimentação, o que afeta não apenas a biodiversidade da região como os ciclos de queimadas
e à capacidade produtiva dos ecossistemas (Berardi, 1994; Barcellos, 1996; Klink & Moreira,
2002 Castro et al. 2012).

8.2.1.2 Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA)

Apesar da distância do município de Quixeré ao litoral, verifica-se a ocorrência do


Complexo Vegetacional da Zona Litorânea na porção norte do empreendimento sendo, em
muitos locais, uma transição com a vegetação de Caatinga (arbustiva densa a sudeste e
arbórea a sul e leste). Ao Norte, parte da área requerida tem sua vegetação classificada como
Vegetação de Várzea ou Floresta Mista Dicótilo-Palmácea. Verifica-se também, ao logo de
toda a área de estudo, extensas áreas desprovidas de cobertura vegetal ou ocupadas pelo
plantio de monoculturas como Algodão, Mamão, Banana e Melão.

A Figura 8.2-2 a seguir apresenta a distribuição da vegetação na Área Diretamente


Afetada – ADA.

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Figura 8.2-2 Mapa de Vegetação da Área Diretamente Afetada – ADA

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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Apesar das diferentes classificações de vegetação, devido ao elevado grau de


antropização, a vegetação local apresenta feições semelhantes às da Caatinga, sendo
classificada nesse estudo em quatro categorias, sendo elas a Caatinga Arbórea, a Caatinga
Arbustiva Densa, a Caatinga Arbustiva Aberta e as Áreas Antropizadas (geralmente
utilizadas pela agricultura).
Em locais onde os solos são férteis e com um suprimento de água relativamente alto
(maior que no cristalino) se desenvolve a Caatinga Arbórea. Essa vegetação tem fisionomia
florestal e suporta o estabelecimento de árvores mais altas e mais robustas, muitas das quais
restritas a essa formação como Pseudobombax emarginatum (Embiratanha), Amburana
cearensis (Cumaru), Cochlospermum vitifolium (Pacotê), Licania rigida (Oiticica), Libidibia
ferrea (Jucá), Anadenanthera colubrina (Angico) e Piptadenia stipulacea (Jurema-branca).
Historicamente, a área de estudo vem sendo utilizada para finalidade agrícola,
podendo perceber grandes áreas desmatadas para tal finalidade.

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Figura 8.2-3 Caatinga Arbórea - ocupando a menor parte do terreno, é composta por espécies
arbustivas e arbóreas pouco diversas e bastante espaçadas umas das outras.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Em locais com o solo mais pobre e com recurso hídrico mais escasso se desenvolve
um tipo de vegetação que ainda se discute até que ponto é inteiramente natural ou induzida
pelo homem. Apesar da influência do homem nesta área ser muito acentuada, considerar esta
unidade como uma vegetação completamente secundária seria subestimar sua capacidade de
sucessão ecológica. Esta unidade consiste tipicamente em árvores espalhadas de Spondias
tuberosa, Aspidosperma pyrifolium, em uma matriz arbustiva de Caesalpinia spp., Mimosa
spp., Jatropha spp., e Croton spp.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
348
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-4 Área com feições de Caatinga Arbustiva Aberta localizada na ADA.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Durante o levantamento em campo foram registradas 31 espécies distribuídas em 12


famílias, sendo Fabaceae a família com maior número de espécies registradas. O Quadro
8.2-2 apresenta as principais espécies da flora encontradas na Área de Influência Direta
(AID).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
349
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-2 Principais espécies da flora encontradas na Área de Influência Direta (AID). Hábito: ARV=Arbóreo, ARB= Arbustivo, LI= Liana. Uso: api=
apícola, fru= frutífera, med= medicinal, mad= madeira, ole= óleo ou cera, fib= fibra, orn= ornamental, for= forrageira. STATUS IUCN/MMA: NE: não avaliada;
DD: dados deficientes; LC: pouco preocupante.
Família Nome Científico Nome Popular Hábito Uso Status
Anacardium occidentale. Cajueiro ARV fru, mad LC
Anacardiaceae
Spondias tuberosa Umbuzeiro ARV fru, api LC
Aspidosperma pyrifolium. Pereiro ARV mad, med LC
Apocynaceae
Calotropis procera Hortência ARB med LC
Arecaceae Copernicia prunifera Carnaúba ARV ole, fib LC
Bignoniaceae Handroanthus sp. Pau-d’arco ARV mad, orn LC
Bixaceae Cochlospermum vitifolium Pacotê ARV med, api LC
Boraginaceae Cordia oncocalyx Pau-Branco ARV Mad LC
Bromeliaceae Bromelia laciniosa Macambira HER Med LC
Burseraceae Commiphora leptophloeos Imburana ARV Med LC
Pilosocereus catingicola Xique-Xique HER Med LC
Cactaceae
Cereus jamacaru Mandacaru HER med, fru LC
Chrysobalanaceae Licania rigida Oiticica ARV fru LC
Combretaceae Combretum leprosum. Mofumbo ARV api, med LC
Croton sonderianus Marmeleiro ARV mad, med, LC
Euphorbiaceae Croton heliotropiifolius Velame HER Med LC
Jatropha mollissima Pinhão-Bravo ARV for LC
Libidibia ferrea Jucá ARV mad, med LC
Fabaceae Caesalpinoidae
Caesalpinia spp Catingueira ARV med, for e mad LC
Fabaceae – Faboideae Amburana cearensis Cumaru ARV mad, med, ole LC
Mimosa tenuiflora Jurema-Preta ARV api, mad LC
Fabaceae - Mimosoideae
Mimosa caesalpinifolia Sabiá ARV api, mad LC

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
350
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-2 Principais espécies da flora encontradas na Área de Influência Direta (AID). Hábito: ARV=Arbóreo, ARB= Arbustivo, LI= Liana. Uso: api=
apícola, fru= frutífera, med= medicinal, mad= madeira, ole= óleo ou cera, fib= fibra, orn= ornamental, for= forrageira. STATUS IUCN/MMA: NE: não avaliada;
DD: dados deficientes; LC: pouco preocupante.
Família Nome Científico Nome Popular Hábito Uso Status
Mimosa ophthalmocentra Jurema-de-Embira ARV Med LC
Piptadenia estipulacea Jurema-branca ARB Mad LC
Anadenanthera colubrina Angico ARV mad, med LC
Azadirachta indica Neem-indiano ARV mad, ole LC
Fabaceae - Papilionoideae Amburana cearensis Cumaru ARV Api LC
Lamiaceae Hyptis suaveolens Bamburral ARB ole LC
Malvaceae - Bombacoideae Pseudobombax emarginatum Embiratanha ARV Med LC
Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Juazeiro ARV api, med LC
Solanaceae Physalis sp. Canapum TREP Fru LC
IUCN Red List of Threatened Species. Version 2018. MMA: Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção conforme a portaria
No - 443, de 17 de dezembro de 2014.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
351
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

A riqueza de espécies encontradas pode ser considerada baixa quando comparada


a outras áreas de Caatinga. Além da ação antrópica direta, outro possível fator responsável
pela baixa riqueza encontrada é o uso histórico da área para a agricultura.

Pesquisas indicam a família Fabaceae como uma das principais famílias na


composição da comunidade vegetal, com elevado número de espécies amostradas e valor
de importância, destacando-se na estrutura e dinâmica dessas comunidades (Silva, 2002).

Figura 8.2-5 A - Folha do Angico; B-Caule do Angico; C-Fruto do Angico; D- Árvore Angico
(Anadenanthera colubrina)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
352
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-6 A - Folha da Caatingueira; B - Caule da Caatingueira; C - Inflorescência da


Caatingueira; D- Árvore Caatingueira (Caesalpinia pyramidalis)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Figura 8.2-7 A - Folha da Imburana de Espinho; B-Caule da Imburana de Espinho; C- Árvore


Imburana de Espinho (Commiphora leptophloeos)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
353
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-8 A - Folha do Juazeiro; B-Caule do Juazeiro; C- Árvore Juazeiro (Ziziphus joazeiro)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Figura 8.2-9 A - Folha do Juazeiro; B-Caule do Juazeiro; C- Árvore Juazeiro (Ziziphus joazeiro)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
354
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-10 A - Folha do Jurema-branca; B-Caule da Jurema-branca; C-Fruto da Jurema-branca;


D- Árvore Jurema-branca (Piptadenia stipulacea)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Figura 8.2-11 A – Folha do Mofumbo; B-Caule do Mofumbo; C-Fruto do Mofumbo; D- Árvore


Mofumbo (Combretum leprosum)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
355
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-12 A – Folha do Mulungu; B - Caule do Mulungu; C - Fruto do Mulungu; D - Árvore


Mulungu (Erythrina velutina)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Figura 8.2-13 A – Folha da Mutamba; B-Caule da Mutamba; C-Fruto da Mutamba; D- Árvore


Mutamba (Guazuma ulmifolia)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
356
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-14 A – Folha da Oiticica; B-Caule da Oiticica; C-Árvore Oiticica (Licania rígida)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Figura 8.2-15 A – Caule do Pacotê; B-Flor do Pacotê; C-Árvore Pacotê (Cochlospermum vitifolium)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
357
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-16 A – Folha do Pau-branco; B-Caule do Pau-branco; C-Fruto do Pau-branco; D- Árvore


do Pau-branco (Picconia azorica)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Figura 8.2-17 A – Folha do Pereiro; B-Caule do Pereiro; C-Fruto do Pereiro; D- Árvore do Pereiro
(Aspidosperma pyrifolium).

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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358
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-18 A – Folha do Pinhão-bravo; B-Caule do Pinhão-bravo; C-Fruto do Pinhão-bravo; D-


Árvore do Pinhão-bravo (Jatropha molíssima).

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2 Fauna- Métodos

O levantamento da fauna silvestre foi realizado nas áreas de influência do


empreendimento em uma campanha de amostragem que ocorreu no mês de julho de 2021.
As atividades na área foram realizadas durante um período de cinco dias (19 a 23 de julho
de 2021) e contemplaram seguintes grupos faunísticos: Avifauna, Herpetofauna e
Mastofauna.

A equipe de fauna percorreu diariamente os pontos amostrais durante o período


de levantamento, em busca de sons, pegadas, tocas, ninhos, utilizando os seguintes
métodos de registros:

▪ Busca Ativa- Transecto

▪ Armadilhas de interceptação e queda (pitfalls)

▪ Ponto fixo

▪ Encontros ocasionais

▪ Dispositivo de detecção bioacústica de morcegos (bat detector)

▪ Armadilha fotográfica (Câmera Trap)

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359
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

8.2.2.1 Caracterização dos Pontos Amostrais

Os pontos amostrais foram selecionados de acordo com a fitofisionomia vegetal e


grau de conservação, de modo a apresentarem a maior variedade de habitats possível e
uma heterogeneidade espacial que se reflita na riqueza e diversidade de fauna. Foram
escolhidos quatro pontos para amostragem, que distavam pelo menos 2 km entre si e que
apresentavam diferentes fitofisionomias de Caatinga (Quadro 8.2-3).

Quadro 8.2-3 Pontos Amostrais na área do empreendimento


Coordenadas UTM – WGS84
UUA (Zona 24M) Ambiente
E N
ANT 627180E 9440067N Caatinga Antropizada
CAA 632084E 9448497N Caatinga Arbustiva Aberta
CAD 639443E 9445541N Caatinga Arbustiva Densa
CA 631217E 9441948N Caatinga Arbórea (Reserva Legal- Scatec)
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-19 A- Caatinga Antropizada; B- Caatinga Arbustiva Aberta;


C- Caatinga Arbustiva Densa; D- Caatinga Arbórea.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.1.1 HERPETOFAUNA

Para este trabalho foram utilizados três métodos de coleta para registrar a
herpetofauna da área do empreendimento: Armadilhas de Interceptação e Queda
(pitfalls), Busca Ativa e Encontros Ocasionais, durante cinco dias de coleta concentrados
no período de 19 a 23 de julho de 2021.

8.2.2.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda

As armadilhas de interceptação e queda ou pitfalls-trap são o método de coleta


padrão para anfíbios e répteis de serapilheira (FOGARTY & JONES, 2003) e fornecem
dados quantitativos que podem ser comparados entre diferentes áreas e estudos (BURY
& CORN, 1987). A principal vantagem deste tipo de método é o fato de através dele se
conseguir capturar animais que raramente são amostrados através dos métodos
tradicionais que envolvem procura visual e busca ativa (CECHIN & MARTINS, 2000).

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EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Para este trabalho, foram instaladas seis armadilhas de interceptação e queda


(pitfall trap) no ponto amostral de Caatinga Arbórea (RL Scatec), contendo cada uma,
cinco baldes de plásticos de 30 litros, intercalados com cercas guia, com intervalos de 5
m e altura 50 cm. As armadilhas permaneceram abertas durante 24 horas/dia, durante os
cinco (5) dias consecutivos de trabalho de campo em cada ponto (24 horas x 5 dias x 6
armadilhas x 5 baldes), totalizando 3600 horas de esforço amostral.

A revisão das armadilhas era realizada no período matutino, uma vez a cada 24
horas, e os animais capturados eram identificados em nível de espécie e fotografados.
Após o registro dos dados, os animais foram soltos no próprio local de captura. Para
garantir a integridade dos animais, os baldes foram perfurados em seu fundo, para drenar
a água proveniente da chuva e pedaços de isopor foram inclusos nos baldes, possibilitando
a flutuação de animais em eventos de alagamentos.

8.2.2.1.1.2 Busca Ativa

O método de busca ativa consiste em fazer caminhadas lentas ao longo de trilhas,


de modo a amostrar uma área de aproximadamente 5 metros em cada um dos lados da
trilha, e uma altura de 3 a 5 metros em direção às árvores (DONNELLY et al., 2005).
Todas as áreas onde animais da herpetofauna possam ser encontrados devem ser
vistoriadas. Estas áreas consistem em serapilheira, troncos em decomposição, cavidades
de troncos, buracos no solo, vegetação etc. (HUTCHENS & DePERNO, 2009).

Este método é muito eficiente visto que permite a coleta de grandes animais e
fornece dados de história natural dos organismos que não conseguem ser registrados
através dos métodos passivos (HALSTEAD et al., 2018). Ele também é o método ideal
para áreas de Caatinga onde a instalação de armadilhas de interceptação e queda não é
possível (CASTRO et al., 2018).

Para este trabalho, dois pesquisadores realizaram cinco horas de buscas ativas em
cada uma das quatro Unidades Amostrais durante os cinco dias de campanha. As
atividades de busca se concentraram nos seguintes intervalos: período matutino (08h -
11h), vespertino (14 às 17 h) e noturno (19h até 22h). O esforço amostral do método

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362
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

resultou em 40 horas, calculadas da seguinte maneira: 2 pesquisadores X 4 Unidades


amostrais X 5 horas de buscas em cada Unidade.

A busca ativa foi realizada percorrendo-se lentamente áreas dentro das Unidades
Amostrais, em uma velocidade de aproximadamente 1km/h. Foram explorados diferentes
microhabitats, tais como: fendas em lajedos, troncos caídos, clareiras, rios, lagos,
rochedos, tocas, a própria vegetação, entre outros locais, a fim de se coletar espécies que,
normalmente, não são capturadas pelas armadilhas de interceptação e queda.

Figura 8.2-20 Busca Ativa da Herpetofauna

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.1.1.3 Encontros Ocasionais

Para os Encontros Ocasionais, todos os animais encontrados durante os


deslocamentos entre as unidades amostrais ou fora do horário de amostragem foram
identificados e catalogados, de modo a comporem a lista de espécies qualiquantitativa da
região.

8.2.2.1.1.4 Procedimentos em campo e Análises estatísticas

Os exemplares capturados foram identificados e fotografados para compor um


banco de dados relativo à riqueza e diversidade de anfíbios e répteis da região. A
taxonomia dos anfíbios seguiu Segalla et al., (2021) e Frost (2021) para anfíbios e Costa
& Bérnils (2018) e Uetz (2021) para répteis.

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Para o cálculo da abundância e frequência de ocorrência levou-se em conta a


abundância relativa das espécies e para cada uma delas foi realizado um cálculo levando
em consideração a seguinte fórmula:

AR= (Nesp)/Nt x 100

Onde: Nesp corresponde ao número de indivíduos de cada espécie encontrada e Nt


representa o número total de indivíduos encontrados no período de amostragem.

Para avaliar a eficiência de amostragem, foram construídas curvas de acumulação


de espécies (coletor) utilizando o software PAST versão 3.0 (HAMMER et al., 2001) e o
cálculo da curva levou em consideração a abundância individual das espécies por área e
as amostras foram dispostas em ordem aleatória pelo método Mao Tao (GOTELLI &
COLWELL, 2011).

O cálculo da diversidade da área levou em consideração índices de diversidade


clássicos- Simpson e Shannon. Os parâmetros de diversidade também incluíram a
utilização de um índice de equitabilidade de Piellou e o cálculo de um estimador de
riqueza (Chao 1). Todas as análises foram feitas no Software Past, versão 3.0 (HAMMER
et al., 2001).

Para analisar a similaridade da área no que diz respeito à composição de espécies


foi realizada uma análise de agrupamento pelo método de média não ponderada
(UPGMA) e utilização do algoritmo Bray-Curtis com 10000 aleatorizações, que leva em
conta os dados de abundância e riqueza para analisar a dominância e raridade de espécies
em uma assembleia ecológica (KREBS, 2009).

8.2.2.1.2 AVIFAUNA

Para este trabalho foram utilizados dois métodos de coleta para registrar a
ornitofauna da área do empreendimento: Busca Ativa em Transectos e Encontros
Ocasionais, durante cinco dias de coleta concentrados no período de 19 a 23 de julho de
2021.

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364
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8.2.2.1.2.1 Busca Ativa- Amostragem em transectos

A amostragem em transectos foi realizada ao longo do dia durante os cinco dias


de campo, e os esforços foram concentrados nos períodos matutino (entre 05h e 08h) e
vespertino (entre 15h e 18h). Os transectos consistiram em trilhas de 1 km de extensão
em cada uma das quatro Unidades Amostrais previstas. Cada transecto foi percorrido a
uma velocidade de aproximadamente 1 km/h, no qual foram registrados todos os
indivíduos observados e/ou vocalizando. O esforço amostral do método resultou em 48
horas, calculadas da seguinte maneira: 2 pesquisadores X 4 Unidades amostrais X 6 horas
de buscas em cada Unidade.

Figura 8.2-21 Busca Ativa da Avifauna

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Durante a realização dos transectos, foram gravadas vocalizações de aves para a


elucidação de eventuais dúvidas na identificação de algumas vozes. Para tanto, foi
utilizado equipamento específico (gravadores e microfone unidirecional). A observação
das aves foi feita com auxílio de binóculo e máquina fotográfica profissional.

8.2.2.1.2.2 Encontros Ocasionais

Para os Encontros Ocasionais, todos os animais encontrados durante os


deslocamentos entre as unidades amostrais ou fora do horário de amostragem foram
identificados e catalogados, de modo a comporem a lista de espécies qualiquantitativa da

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região. Foram feitos registros ocasionais através da observação direta, bem como indireta,
através da vocalização dos animais.

8.2.2.1.2.3 Procedimentos em campo e análises estatísticas

Todas as espécies capturadas e algumas observadas foram submetidas ao registro


fotográfico. A nomenclatura taxonômica adotada para as espécies e sua ordem sistemática
seguem Piacentini et al., (2015). As aves encontradas na área foram classificadas de
acordo com a dependência florestal em independentes, semi-dependentes ou dependentes
de habitats florestais (SILVA, 1995). Para a classificação em guildas tróficas seguiu-se a
proposta de Sick (1997) e as espécies foram agrupadas nas seguintes guildas: Insetívoro
(INS), Carnívoros (CAR), Granívoros (GRA), Frugívoros (FRU), Nectarívoros (NEC),
Necrófagos (DET), Onívoros (ONI), Herbívoros (VEG). Dados de importância ecológica
e econômica foram coletados na literatura científica sobre avifauna e o grau de ameaça
seguiu a proposta do MMA (2018) e IUCN (2016).

Para o cálculo da abundância e frequência de ocorrência levou-se em conta a


abundância relativa das espécies e para cada uma delas foi realizado um cálculo levando
em consideração a seguinte fórmula:

AR= (Nesp)/Nt x 100

Onde: Nesp corresponde ao número de indivíduos de cada espécie encontrada e Nt


representa o número total de indivíduos encontrados no período de amostragem.

Para avaliar a eficiência de amostragem, foram construídas curvas de acumulação


de espécies (coletor) utilizando o software PAST versão 3.0 (HAMMER et al., 2001) e o
cálculo da curva levou em consideração a abundância individual das espécies por área e
as amostras foram dispostas em ordem aleatória pelo método Mao Tao (GOTELLI &
COLWELL, 2011).

O cálculo da diversidade da área levou em consideração índices de diversidade


clássicos- Simpson e Shannon. Os parâmetros de diversidade também incluíram a
utilização de um índice de equitabilidade de Piellou e o cálculo de um estimador de

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riqueza (Chao 1). Todas as análises foram feitas no Software Past, versão 3.0 (HAMMER
et al., 2001).

Para analisar a similaridade da área no que diz respeito à composição de espécies


foi realizada uma análise de agrupamento pelo método de média não ponderada
(UPGMA) e utilização do algoritmo Bray-Curtis com 10000 aleatorizações, que leva em
conta os dados de abundância e riqueza para analisar a dominância e raridade de espécies
em uma assembleia ecológica (KREBS, 2009).

8.2.2.1.3 MASTOFAUNA

Para este trabalho foram utilizados quatro métodos de coleta para registrar a
mastofauna da área do empreendimento: Armadilhas Fotográficas (Câmeras traps),
Monitoramento Acústico por Bat Detector, Busca Ativa e Encontros Ocasionais, durante
cinco dias de coleta concentrados no período de 19 a 23 de julho de 2021.

8.2.2.1.3.1 Câmeras trap

Quatro armadilhas fotográficas (Câmeras traps), uma em cada Unidade Amostral,


ficaram ativas por um período de 24 horas ao longo dos cinco dias de campanha
totalizando 120 horas para cada armadilha. O esforço amostral de todas as armadilhas
fotográficas totalizou 480 horas (4 armadilhas X 24 horas X 5 dias).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
367
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-22 Instalação de Câmera trap

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Figura 8.2-23 Câmera trap em funcionamento em uma das unidades amostrais.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.1.3.2 Levantamento acústico- Bat detector

Para amostragem de mamíferos da ordem Chiroptera foi utilizado levantamento


acústico em cada uma das quatro unidades amostrais. Para isto foi utilizado um
dispositivo de gravação da marca Echo Meter Touch Bat Detector, do fornecedor Wildlife
Acoustics, o qual fez gravações de 1 hora em cada Unidade Amostral, totalizando 4 horas

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
368
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

de gravação. As gravações foram realizadas no período noturno, entre 18h00 e 21h00, na


faixa de maior atividade de morcegos na área de estudo.

8.2.2.1.3.3 Busca Ativa

A busca ativa visual consistiu na procura de animais nos habitats e microhabitats


presentes nas áreas de amostragem, em busca por possíveis abrigos de mamíferos como:
ocos de árvores, cavidades e fendas em rochas, construções abandonadas, dentre outros
locais. Para este trabalho, dois pesquisadores realizaram três horas de buscas ativas em
cada uma das quatro Unidades Amostrais durante os cinco dias de campanha. As
atividades de busca se concentraram nos seguintes intervalos: período matutino (08h -
11h), vespertino (14 às 17 h) e noturno (19h até 22h). O esforço amostral do método
resultou em 24 horas, calculadas da seguinte maneira: 2 pesquisadores X 4 Unidades
amostrais X 3 horas de buscas em cada Unidade.

8.2.2.1.3.4 Encontros Ocasionais

Para os Encontros Ocasionais, todos os animais encontrados durante os


deslocamentos entre as unidades amostrais ou fora do horário de amostragem foram
identificados e catalogados, de modo a comporem a lista de espécies qualiquantitativa da
região. Foram feitos registros ocasionais através da observação direta e da visualização
de animais, bem como indireta, através dos vestígios, como carcaças, restos alimentares
e pegadas que são utilizados para identificar espécies.

8.2.2.1.3.5 Procedimentos em campo e análises estatísticas

Os exemplares capturados foram identificados e fotografados para compor um


banco de dados relativo à riqueza e diversidade de mamíferos da região. A taxonomia dos
mamíferos seguiu Abreu et al., (2021).

Para o cálculo da abundância e frequência de ocorrência levou-se em conta a


abundância relativa das espécies e para cada uma delas foi realizado um cálculo levando
em consideração a seguinte fórmula:

AR= (Nesp)/Nt x 100

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
369
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Onde: Nesp corresponde ao número de indivíduos de cada espécie encontrada e Nt


representa o número total de indivíduos encontrados no período de amostragem.

Para avaliar a eficiência de amostragem, foram construídas curvas de acumulação


de espécies (coletor) utilizando o software PAST versão 3.0 (HAMMER et al., 2001) e o
cálculo da curva levou em consideração a abundância individual das espécies por área e
as amostras foram dispostas em ordem aleatória pelo método Mao Tao (GOTELLI &
COLWELL, 2011).

O cálculo da diversidade da área levou em consideração índices de diversidade


clássicos- Simpson e Shannon. Os parâmetros de diversidade também incluíram a
utilização de um índice de equitabilidade de Piellou e o cálculo de um estimador de
riqueza (Chao 1). Todas as análises foram feitas no Software Past, versão 3.0 (HAMMER
et al., 2001).

Para analisar a similaridade da área no que diz respeito à composição de espécies


foi realizada uma análise de agrupamento pelo método de média não ponderada
(UPGMA) e utilização do algoritmo Bray-Curtis com 10000 aleatorizações, que leva em
conta os dados de abundância e riqueza para analisar a dominância e raridade de espécies
em uma assembleia ecológica (KREBS, 2009).

8.2.2.2 FAUNA- RESULTADOS

8.2.2.2.1 HERPETOFAUNA

8.2.2.2.1.1 Herpetofauna da Área de Influência Indireta (AII)

Anfíbios e répteis são organismos chave para estudos de inventários de fauna, em


virtude de serem bioindicadores e pelo fato de mudanças em sua riqueza e diversidade
demonstrarem tendências de alterações no habitat (MEASEY, 2006). Além disso, estes
organismos também atuam na ciclagem de energia e matéria dos ecossistemas, na
regulação do crescimento de populações animais, bem como são presas de várias espécies
de vertebrados e invertebrados (SILVA & FERNANDES, 2006).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
370
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Levando em conta estas questões entender como se distribui a diversidade de


anfíbios e répteis em diferentes ecossistemas é importante para entender os possíveis
impactos de empreendimentos sobre o habitat (LANGEN et al., 2007). O Brasil é um dos
países com maior riqueza de espécies em termos de Herpetofauna apresentando cerca de
1188 espécies de anfíbios e 795 de répteis (COSTA & BÉRNILS, 2018; SEGALLA et
al., 2021), que estão distribuídas em todos os domínios fitogeográficos brasileiros, tais
como a Caatinga (SILVEIRA et al., 2010).

Estudos com a herpetofauna da Caatinga tornaram-se mais frequentes a partir da


década de 80, no entanto, as primeiras listas e inventários do domínio só foram publicadas
a partir dos anos 2000 por Rodrigues (2003) e Albuquerque et al., (2012), e não
consideravam as espécies de todas as fitofisionomias vegetais presentes nas Caatingas.
Mais recentemente, Garda et al., (2018) listaram 98 espécies de anfíbios e 224 espécies
de répteis para o domínio fitogeográfico das Caatingas, no entanto, esta riqueza ainda
pode estar subestimada visto que novas espécies têm sido descritas a cada ano (MÂNGIA
et al., 2019; ANDRADE et al., 2020; NOVAES-E-FAGUNDES et al., 2021; OLIVEIRA
et al., 2021) e ainda existem muitas áreas com lacunas de conhecimento na região
(COSTA & BÉRNILS, 2018).

O Ceará apresenta quase a totalidade do seu território dentro do domínio das


Caatingas (MORO et al., 2015), sendo considerado detentor de sérias lacunas de
conhecimento da riqueza e distribuição da herpetofauna (HEYER et al., 1988; COSTA &
BÉRNILS, 2018). Atualmente são registradas cerca de 133 espécies de répteis
(BORGES-NOJOSA et al., 2021) e 57 de anfíbios (CASSIANO-LIMA et al., 2021) para
o estado. A maioria dos dados amostrais para os anfíbios e répteis do estado estão
concentrados na região metropolitana de Fortaleza e nas áreas de Brejos-de Altitude (Ex:
Araripe, Ibiapaba), enquanto áreas localizadas na região central do estado são pouco
estudadas (ROBERTO & LOEBMANN, 2016).

As regiões da Chapada do Apodi e do Vale do Jaguaribe (onde está localizado o


empreendimento) apesar de serem considerados como áreas de extrema importância
biológica para o estudo da Herpetofauna das Caatingas (RODRIGUES, 2003), ainda

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371
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

apresentam muitas lacunas de conhecimento da riqueza e distribuição de espécies de


anfíbios e répteis. Inventários prévios na região foram realizados por Lima-Verde (1971)
que registrou 22 espécies de serpentes para a Chapada do Apodi e por Santana et al.,
(2015) que registraram 19 espécies de anfíbios anuros para o município de Jaguaribe.
Informações adicionais sobre as espécies da microrregião do Vale do Jaguaribe e Chapada
do Apodi também podem ser encontradas em Roberto & Loebmann (2016). Além disso,
a região da Chapada do Apodi foi amostrada anteriormente durante os processos de
instalação e monitoramento do Complexo Fotovoltaico Apodi I-IV, e apresenta 48
espécies de répteis e anfíbios.

O presente estudo reúne neste tópico dados secundários obtidos na literatura para
a Área de Influência Indireta do Empreendimento. Os dados secundários demonstram que
a área de estudo pode apresentar 48 espécies, sendo nove (9) de anfíbios anuros e 39 de
répteis das ordens Testudines (n=1) e Squamata (n=38) (Quadro 8.2-4).

As espécies encontradas no levantamento secundário são amplamente distribuídas


pela Caatinga, podendo ser encontradas até mesmo em ambientes antropizados, e
apresentam status de conservação “pouco preocupante” nas listas da IUCN (2014) e
MMA (2018). O número de espécies encontradas no levantamento secundário representa
17,41% da fauna de répteis e 9,18% da fauna de anfíbios registrada para as Caatingas por
Garda et al. (2018) (répteis: n=224; anfíbios: n= 98). Quando considerada somente a
herpetofauna do Ceará, o número de espécies encontradas neste levantamento representa
29,32% da fauna de répteis (n=133) (BORGES-NOJOSA et al., 2021) e 15,78% da fauna
de anfíbios (n=57) (CASSIANO-LIMA et al., 2021).

Quadro 8.2-4 Lista de espécies de herpetofauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status
Ordem Família Espécie Nome popular
IUCN/MMA
Rhinella granulosa
Sapo-granuloso LC
Bufonidae (02 (Spix, 1824)
espécies) Rhinella diptycha
Anura Sapo-cururu LC
(Cope, 1862)
Leptodactylidae Leptodactylus fuscus
Rã-assobiadora LC
(05 espécies) (Schneider, 1799)

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
372
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-4 Lista de espécies de herpetofauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status
Ordem Família Espécie Nome popular
IUCN/MMA
Leptodactylus
macrosternum Miranda- Caçote; Rã-Manteiga LC
Ribeiro, 1926
Leptodactylus
Rã, caçote LC
troglodytes Lutz, 1926
Pleurodema diplolister
Sapinho-da-areia LC
(Peters, 1870)
Pseudopaludicola
pocoto Magalhães,
Rãzinha-pocotó LC
Loebmann, Kokubum,
Haddad & Garda, 2014
Scinax x-signatus (Spix,
Perereca-de-banheiro LC
Hylidae (02 1824)
espécies) Boana raniceps (Cope,
Rã-de-bananeira LC
1862)
Amphisbaena alba
Cobra-de-duas-cabeças LC
Linnaeus, 1758
Amphisbaena
Amphisbaenidae vermicularis Wagler, Cobra-de-duas-cabeças LC
(03 espécies) 1824
Leposternon
polystegum (Duméril, Cobra-de-duas-cabeças LC
1851)
Hemidactylus agrius
Lagartixa, Víbora, briba LC
Vanzolini, 1978
Hemidactylus mabouia
Gekkonidae (03 (Moreau de Jonnès, Lagartixa-de-parede, Briba LC
espécies) 1818)
Lygodactylus klugei
(Smith, Martin & Lagartixa-anã-da-caatinga LC
Swain, 1977)
Squamata Micrablepharus
maximiliani (Reinhardt Calango-do-rabo-azul LC
Gymnophthalmid & Lutker, 1862)
ae (02 espécies) Vanzosaura
multiscutata (Amaral, Calango-do-rabo-vermelho LC
1933)
Iguanidae (01
Iguana (Linnaeus, 1758) Iguana, Camaleão LC
espécie)
Phyllodactylidae Gymnodactylus
Lagarto, lagartixa LC
(01 espécie) geckoides Spix, 1825
Polychrotidae (01 Polychrus acutirostris
Calango-cego, papa-vento LC
espécie) Spix, 1825
Copeoglossum
nigropunctatum (Spix, Calango-liso LC
Scincidae (03
1825)
espécies)
Brasiliscincus heathi
Calango-liso LC
Schmidt & Inger, 1951

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373
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-4 Lista de espécies de herpetofauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status
Ordem Família Espécie Nome popular
IUCN/MMA
Psychosaura
agmosticha (Rodrigues, Calango-liso LC
2000)
Coleodactylus
Sphaerodactylida
meridionalis Lagartinho-do-folhiço LC
e (01 espécie)
(Boulenger, 1888)
Ameiva (Linnaeus,
Bico-doce LC
1758)
Teiidae (03 Ameivula ocellifera
Tijubina LC
espécies) (Spix, 1825)
Salvator merianae
Tejo, teiú LC
Duméril & Bibron, 1839
Tropidurus hispidus
Calango-de-parede LC
(Spix, 1825)
Tropiduridae (02
Tropidurus
espécies)
semitaeniatus (Spix, Calango-de-lajeiro LC
1825)
Boidae (01 Boa constrictor
Jiboia, Cobra-de-veado LC
espécie) Linnaeus, 1758
Apostolepis cearensis
Cobra-de-ferrão, Cobra-rainha LC
Gomes, 1915
Chironius flavolineatus
Cobra-cipó LC
(Jan, 1863)
Erythrolamprus
poecilogyrus schotti Casco-de-burro, Cobra-d’água LC
(Schlegel, 1837)
Erythrolamprus viridis
Cobra-verde LC
(Günther, 1862)
Oxybelis aeneus
Cipó-bicuda LC
(Wagler in Spix, 1824)
Oxyrhopus trigeminus
Duméril, Bibron & Coral-da-falsa LC
Duméril, 1854
Colubridae (13
Philodryas nattereri
espécies) Corre-campo LC
Steindachner, 1870
Philodryas olfersii
Cobra-verde LC
(Liechtenstein, 1823)
Squamata
Pseudoboa nigra
Cobra-de-leite, cobra-preta,
(Duméril, Bibron & LC
muçurana
Duméril, 1854)
Taeniophallus
- LC
occipitalis (Jan, 1863)
Thamnodynastes almae
- LC
Franco & Ferreira, 2003
Thamnodynastes
phoenix Franco,
- LC
Trevine, Montingelli &
Zaher, 2017

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EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-4 Lista de espécies de herpetofauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status
Ordem Família Espécie Nome popular
IUCN/MMA
Xenodon
merremii (Wagler, Boipeva LC
1824)
Elapidae (01 Micrurus ibiboboca
Coral-da-verdadeira LC
espécie) (Merrem, 1820)
Leptotyphlopidae Epictia borapeliotes
Cobra-de-chumbinho LC
(01 espécie) (Vanzolini, 1996)
Bothrops erythromelas
Jararaca-da-seca LC
Viperidae (02 Amaral, 1923
espécies) Crotalus durissus
Cascavel LC
Linnaeus, 1758
Mesoclemmys
Chelidae (01
Testudines tuberculata Cágado LC
espécie)
(Lüderwaldt, 1926)
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.1.2 Herpetofauna da Área Diretamente Afetada (ADA)

No presente diagnóstico, realizado através de levantamento primário da


herpetofauna na área objeto deste estudo e proximidades, foram registradas 24 espécies,
divididas em seis espécies de anfíbios anuros (25%), e 18 (dezoito) espécies de répteis
Squamata (75%). Os registros fotográficos das espécies registradas durante a campanha
de amostragem são apresentados na Figura 8.2-24 e Figura 8.2-25.

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375
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Gráfico 8.2-1 Ordens da Herpetofauna


encontradas na área do
empreendimento.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental.


2021.

A região da Chapada do Apodi onde está localizado o empreendimento foi


amostrada anteriormente durante os processos de instalação e monitoramento do
Complexo Fotovoltaico Apodi I-IV, e apresenta 48 espécies de répteis e anfíbios, o que a
torna uma das localidades melhor amostradas no Estado do Ceará, quando considerada a
fitofisionomia de Caatinga Stricto sensu (LIMA-VERDE, 1971; BORGES-NOJOSA &
CASCON, 2005; BORGES-NOJOSA et al., 2010; MESQUITA et al., 2013; SANTANA
et al., 2015; PASSOS et al., 2016; CASTRO et al., 2018; NETA et al., 2018; COSTA et
al., 2019).

A região da Chapada do Apodi e do Vale do Jaguaribe apesar de serem


considerados como áreas de extrema importância biológica para o estudo da Herpetofauna
das Caatingas (RODRIGUES, 2003), ainda apresentam muitas lacunas de conhecimento
da riqueza e distribuição de espécies da herpetofauna. Inventários prévios na região foram
realizados por Lima-Verde (1971) que registrou 22 espécies de serpentes para a Chapada
do Apodi e por Santana et al., (2015) que registraram 19 espécies de anfíbios anuros para
o município de Jaguaribe. Informações adicionais sobre as espécies da microrregião do

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376
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Vale do Jaguaribe e Chapada do Apodi também podem ser encontradas em Roberto &
Loebmann (2016).

Em comparação com outros inventários realizados no estado do Ceará, a área do


empreendimento apresenta um menor número de espécies, o que provavelmente pode
estar ligado ao tempo de amostragem, bem como a fitofisionomia do local visto que os
inventários registrados na literatura apresentam tempo de amostragem igual ou superior
a um ano e alguns estão localizados em ambientes com vegetação diferente da encontrada
no local e com menor grau de antropização (LIMA-VERDE, 1971; BORGES-NOJOSA
& CARAMASCHI, 2003; BORGES-NOJOSA & CASCON, 2005; BORGES-NOJOSA,
2007; RIBEIRO et al., 2009; BORGES-NOJOSA et al., 2010; LOEBMANN &
HADDAD, 2010; RIBEIRO et al., 2012; MESQUITA et al., 2013; BORGES-LEITE et
al., 2014; BOTERO et al., 2014; RIBEIRO et al., 2015; SANTANA et al., 2015;
FERREIRA-SILVA et al., 2016; PASSOS et al., 2016; CASTRO et al., 2018; COSTA et
al., 2018; DA SILVA-NETA et al., 2018; CASTRO et al., 2019; DE OLIVEIRA et al.,
2021).

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Quadro 8.2-5 Espécies de répteis e anfíbios encontradas na área de Reserva Legal do Complexo Solar Apodi I-IV na atual campanha de monitoramento.
Status de
Abundância
ameaça
Nome Caatinga
Ordem Família Espécie Registro Método Caatinga Caatinga Endêmica* FO%
popular Arbórea Caatinga
Arbustiva Arbustiva MMA IUCN
(RL antropizada
Aberta Densa
Scatec)
Rhinella diptycha Sapo-
V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Cope, 1862) Cururu
Bufonidae
Rhinella granulosa Sapinho-
V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Spix, 1824) Granuloso
Boana raniceps Rã-de-
Hylidae v BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Cope, 1862) bananeira
Leptodactylus
macrosternum
Anura Caçote V BA 0 0 1 3 NÃO LC LC 2,11
Miranda-Ribeiro,
1926
Leptodactylus
Leptodactylidae
troglodytes A. Lutz, Caçote V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
1926
Pleurodema Goré;
diplolister (Peters, Sapinho- V PITFALL 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
1870) da-Areia
Iguana (Linnaeus,
Iguanidae Camaleão V BA 0 0 2 1 NÃO LC LC 1,58
1758)
Lagartixa-
Hemidactylus
de-
Squamata mabouia (Moreau de V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
Parede,
Gekkonidae Jonnès, 1818)
Briba
Hemidactylus agrius
Briba V BA 1 0 16 1 NÃO LC LC 9,52
VANZOLINI, 1978

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Quadro 8.2-5 Espécies de répteis e anfíbios encontradas na área de Reserva Legal do Complexo Solar Apodi I-IV na atual campanha de monitoramento.
Status de
Abundância
ameaça
Nome Caatinga
Ordem Família Espécie Registro Método Caatinga Caatinga Endêmica* FO%
popular Arbórea Caatinga
Arbustiva Arbustiva MMA IUCN
(RL antropizada
Aberta Densa
Scatec)
Lygodactylus klugei
Lagartixa-
(SMITH, MARTIN V BA 1 0 1 1 NÃO LC LC 1,58
Anã
& SWAIN, 1977)
Vanzosaura Calango-
Gymnophthalmidae multiscutata do-Rabo- V PITFALL 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Amaral, 1933) Vermelho
Gymnodactylus
Phyllodactylidae geckoides SPIX, Briba V BA 0 0 14 1 NÃO LC LC 7,93
1825
Brasiliscincus heathi
Calango-
Schmidt & Inger, V BA 0 0 3 0 NÃO LC LC 1,58
Liso
1951
Scincidae
Psychosaura
Calango-
agmosticha V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
Liso
(Rodrigues, 2000)
Ameivula ocellifera
Tijubina V BA 1 0 18 4 NÃO LC LC 12,16
(SPIX, 1825)
Teiidae Salvator merianae
Duméril & Bibron, Tejo, Teiú V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
1839
Tropidurus hispidus Calango-
Tropiduridae V BA 4 1 53 7 NÃO LC LC 34,39
(Spix, 1825) de-Parede
Tropidurus Calango-
semitaeniatus do- V BA 0 0 17 18 NÃO LC LC 18,51
(SPIX, 1825) Lageiro

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
379
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-5 Espécies de répteis e anfíbios encontradas na área de Reserva Legal do Complexo Solar Apodi I-IV na atual campanha de monitoramento.
Status de
Abundância
ameaça
Nome Caatinga
Ordem Família Espécie Registro Método Caatinga Caatinga Endêmica* FO%
popular Arbórea Caatinga
Arbustiva Arbustiva MMA IUCN
(RL antropizada
Aberta Densa
Scatec)
Philodryas nattereri Corre-
(STEINDACHNER, Campo, V BA 1 1 0 0 NÃO LC LC 1,05
1870) Tabuleira
Erytthrolamprus
Cobra-
viridis (Günther, V PITFALL 1 0 1 0 NÃO LC LC 1,05
Verde
1862)
Cobra-
Oxybelis aeneus
Colubridae Cipó- V BA 1 0 2 0 NÃO LC LC 1,58
(Wagler, 1824)
Bicuda
Oxyrhopus
trigeminus Duméril, Coral-
V BA 0 0 2 0 NÃO LC LC 1,05
Bibron & Duméril, Falsa
1854
Xenodon merremii
Boipeva V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
(Wagler, 1824)
Crotalus durissus
Viperidae Cascavel V BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,54
Linnaeus, 1758
Legenda: Registro - V = Visualização; A = monitoramento acústico. Método: BA: Busca Ativa; MMA - Portaria 444, 17 de dezembro de 2014, que dispõe sobre a Lista brasileira Oficial das
espécies da fauna ameaçadas de extinção. NC = Não consta IUCN - International Union for Conservation of Nature, que dispõe sobre a Lista Vermelha internacional. LC = Least concern
(Pouco preocupante). Fonte: Biotec Consultoria (2021).
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
380
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-24 Amostra das espécies de anfíbios e répteis encontradas na área do


empreendimento

Legenda: A- Leptodactylus macrosternum Miranda-Ribeiro, 1926; B- Tropidurus


hispidus (Spix, 1825); C- Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825); D- Lygodactylus
klugei (Smith, Martin & Swain, 1977); E- Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978; F-
Ameivula ocellifera (Spix, 1825).
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
381
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-25 Amostra das espécies de anfíbios e répteis encontradas na área do


empreendimento

Legenda: A- Iguana (LINNAEUS, 1758); B- Philodryas nattereri (Steindachner, 1870);


C- Oxybelis aeneus (Wagler, 1824).
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
8.2.2.2.1.2.1 Riqueza, abundância diversidade e esforço amostral

As espécies de anfíbios encontradas neste trabalho pertencem à ordem Anura e


estão divididas em três famílias, a saber: Leptodactylidae (n=3; 50%), Bufonidae (n=2;
33,33%) e Hylidae (n=1; 16,66%) (Gráfico 8.2-2).

As espécies da família Leptodactylidae geralmente são as mais frequentes e


abundantes em inventários realizados em áreas de Caatinga (CASTRO et al., 2018), sendo
em geral comuns em áreas abertas com vegetação arbustiva (CASTRO et al., 2019). As
espécies da família Bufonidae podem ser amostradas durante todo o ano, em virtude de
serem fisiologicamente melhor adaptadas às intempéries climáticas que ocorrem nas

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
382
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Caatingas (ARZABE, 1999). A família Hylidae também apresenta alta riqueza de


espécies na Caatinga e ocorre comumente em áreas com vegetação arbórea (GARDA et
al., 2018). Espécies das três famílias podem ocorrer até mesmo em ambientes
antropizados dentro do domínio.

Gráfico 8.2-2 famílias de anfíbios encontradas na área do empreendimento


durante as atividades de monitoramento.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

A espécie mais abundante na área foi Leptodactylus macrosternum Miranda-


Ribeiro, 1926 (Rã-manteiga) que apresentou quatro indivíduos (44,44%). Todas as outras
espécies de anuros só apresentaram um indivíduo cada. Leptodactylus macrosternum é
conhecida popularmente como rã-manteiga, e amplamente distribuída em boa parte da
América do Sul (FROST, 2020), podendo ser encontrada em diversos tipos de hábitats,
tais como áreas abertas, ambientes florestados, e até mesmo ambientes antropizados
(HEYER et al., 2008). Sua dieta é constituída principalmente por pequenos invertebrados
(insetos) (ZUG et al., 2001), a reprodução ocorre em ninhos de espuma (ARAÚJO, 2015)
e a espécie realiza cuidado parental das larvas (CASTRO et al., 2013).

Provavelmente, a baixa abundância de anfíbios na região esteja relacionada com


o período de coleta (início da estação seca), visto que, na Caatinga, anfíbios apresentam
maior período de atividade durante os meses chuvosos quando a temperatura é mais baixa
e os índices de umidade são mais altos (ARZABE, 1999). Apesar da baixa abundância, o
diagrama de Whittaker para os anfíbios da área do empreendimento apresenta uma

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
383
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

tendência à formação de um J invertido e a continuação das coletas na região poderá


indicar a formação deste padrão (Gráfico 8.2-3).

Gráfico 8.2-3 Distribuição da abundância dos anuros (Whittaker) na área do


Empreendimento.

Legenda: Lm: Leptodactylus macrosternum; Rd: Rhinella diptycha; Rg:


Rhinella granulosa; Br: Boana raniceps; Lt: Leptodactylus troglodytes; Pd:
Pleurodema diplolister.
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
As espécies de anfíbios amostradas na área do empreendimento apresentam ampla
distribuição nas Caatingas e podem ser encontradas até mesmo em ambientes com
intervenções humanas (GARDA et al., 2018). Todas as espécies foram registradas
anteriormente para o estado do Ceará (ROBERTO & LOEBMANN, 2016; CASSIANO-
LIMA et al., 2021), bem como em levantamentos anteriores realizados na região do
empreendimento. O número de anfíbios encontrados neste levantamento primário (n=6)
representa 10,52% da fauna de anfíbios registrada para o Ceará por Cassiano-Lima et al.,
(2021) (n=57) e 6,12% da fauna de anfíbios das Caatingas (GARDA et al., 2018).

Foram encontradas 18 espécies de répteis no levantamento primário realizado na


área do empreendimento. Todas as espécies de répteis amostradas pertencem à ordem
Squamata e estão divididas em nove famílias, pertencentes à subordem Lacertidae:
Gekkonidae (n=3); Scincidae (n=2); Teiidae (n=2); Tropiduridae (n=2); Iguanidae (n=1);
Gymnophthalmidae (n=1); Phyllodactylidae (n=1) e subordem Serpentes: Colubridae
(n=5); Viperidae (n=1).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
384
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

A ocorrência de um maior número de espécies pertencentes à subordem Lacertilia


é algo já esperado, visto que, as espécies deste grupo apresentam uma maior facilidade
de amostragem, e costumam exibir maior riqueza em levantamentos de répteis (DELFIM,
2012). Embora serpentes sejam, em geral, consideradas conspícuas e de difícil
amostragem (MARQUES et al., 2001), nesta etapa de coleta elas foram bem amostradas
e a família com maior número de espécies foi Colubridae (n=5; 44,44%).

Gráfico 8.2-4 famílias de répteis encontradas na área do empreendimento

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

As espécies de répteis mais abundantes na área foram respectivamente:


Tropidurus hispidus (Spix, 1825) (n=65; 36,11%); Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825)
(n=35; 19,44%) e Ameivula ocellifera (Spix, 1825) (n=23; 12,77%). Juntas as três
espécies corresponderam a 68,33% de todas as espécies de répteis encontradas na área do
empreendimento.

Tropidurus hispidus apresenta ampla distribuição no Brasil, sendo encontrado


tanto em ambientes abertos quanto florestados (RIBEIRO & FREIRE, 2010). A espécie
é altamente tolerante à degradação ambiental, e ocorre até mesmo em ambientes urbanos
e agrícolas, distribuindo-se amplamente por toda a Caatinga (UETZ et al., 2020). Além
disso, a espécie é heliofílica, o que favorece sua presença em regiões com baixa
quantidade de chuvas e alta incidência de radiação solar durante o ano inteiro (ABE,
1984). Tropidurus hispidus é predador generalista, do tipo senta-e-espera e os itens mais
frequentes em sua alimentação são formigas, larvas de insetos, cupins e besouros
(KOLODIUK et al., 2009; RIBEIRO & FREIRE, 2011).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
385
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Tropidurus semitaeniatus é uma espécie encontrada em áreas de Caatinga e em


locais de ecótono Caatinga-Cerrado-Mata Atlântica, ocorrendo primariamente no
Nordeste brasileiro (VANZOLINI et al., 1980; FREIRE, 2001). A espécie apresenta
hábito saxícola e possui o corpo achatado dorsoventralmente, uma adaptação aos
ambientes rochosos onde vive (FREITAS & PAVIE, 2002). Quanto à alimentação é
generalista e forrageador do tipo senta-e-espera, podendo atuar inclusive como dispersor
de sementes (RIBEIRO et al., 2008).

Ameivula ocellifera é amplamente distribuída pela Diagonal Seca Sul-Americana,


e no Brasil ocorre em diferentes domínios fitogeográficos incluindo a Caatinga
(ZANCHI-SILVA et al., 2014). A espécie pode ser encontrada em habitats abertos e
costuma forragear em ambientes de bordas florestais (ROCHA & SIQUEIRA, 2008),
alimentando-se primariamente de insetos (SALES & FREIRE, 2015). Ameivula ocellifera
também apresenta dimorfismo sexual de tamanho e forma, com machos maiores tanto no
tamanho do corpo, quanto no tamanho da cabeça (MESQUITA & COLLI, 2003).

As espécies de répteis encontradas na área do empreendimento são amplamente


distribuídas nas Caatingas e podem ser encontradas em ambientes com intervenção
humana (GARDA et al., 2018). Todas as espécies foram registradas anteriormente para o
estado do Ceará (ROBERTO & LOEBMANN, 2016; BORGES-NOJOSA et al., 2021),
bem como em levantamentos anteriores realizados na área do empreendimento. O número
de espécies de répteis amostradas no levantamento primário (n=18) representa 13,53% da
fauna de répteis registrada para o estado do Ceará por Borges-Nojosa et al., (2021)
(n=133) e 8,03% da fauna de répteis das Caatingas (GARDA et al., 2018) (n=224).

O Diagrama de Whittaker para a herpetofauna da área apresenta formato de J


invertido, com a maior parte das espécies apresentando baixa abundância e poucas
espécies muito abundantes ou intermediárias. O formato da curva de abundância é comum
para ambientes tropicais como já explanado por Magurran (2013).

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386
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Gráfico 8.2-5 distribuição de abundância de Whittaker para a fauna de répteis da área do


empreendimento.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

A riqueza total da área de estudo contou com 24 espécies de anfíbios e répteis. O


ponto amostral de Caatinga Arbórea localizado na Reserva Legal da Scatec Solar
apresentou a maior riqueza de espécies (n=23), abundância (n=141), diversidade de
Simpson (0,8034) e de Shannon (2,116). O estimador de riqueza (Chao 1) prevê
acréscimo de espécies em todas as áreas.

Quadro 8.2-6 Parâmetros de riqueza e diversidade para a herpetofauna da Área de Influência do


Empreendimento.
Caatinga Caatinga
Caatinga Arbórea Caatinga
Parâmetros Arbustiva Arbustiva
(RL Scatec) antropizada
Aberta Densa
Riqueza de espécies 7 2 23 8
Abundância 10 2 141 36
Dominância 0,22 0,5 0,1966 0,3102
Simpson 0,78 0,5 0,8034 0,6898
Shannon 1,748 0,6931 2,116 1,514
Equitabilidade de Piellou 0,8983 1 0,6749 0,7283
Estimador de Riqueza- Chao
22 3 45,75 14
1
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Para entender se a área foi bem amostrada, foram feitas curvas de rarefação de
espécies em conjunto para anfíbios e répteis, visto que a abundância de anfíbios foi muito
baixa para obedecer aos critérios da curva individualmente. Para construção da curva foi
levado em consideração os pontos amostrais e o número de indivíduos encontrados para

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
387
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

cada espécie. A curva de rarefação é uma análise muito importante em estudos de


assembleias, visto que pode indicar se o esforço amostral realizado até o presente
momento tem sido efetivo (MAGURRAN, 2006).

Os resultados da análise demonstram que não há tendência à formação de assíntota


em nenhuma das unidades amostrais. A formação de assíntota em estudos de
levantamento de espécies pode indicar que o esforço amostral na área de estudo foi
eficiente, e a fauna da região já é completamente conhecida, no entanto, em estudos
realizados em regiões neotropicais, dificilmente a assíntota é atingida, visto que a riqueza
e diversidade de espécies nestas regiões é alta, e novas espécies são acrescentadas às
assembleias, a cada nova atividade (MAGURRAN, 2003).

Os resultados encontrados corroboram com trabalhos anteriores realizados na


região, visto que os levantamentos realizados na área da Scatec Solar registraram 48
espécies, sendo nove espécies de anfíbios e 39 espécies de répteis. Além disso, dados
secundários para o Vale do Jaguaribe e Chapada do Apodi preveem a existência de pelo
menos 26 espécies de anfíbios e 56 espécies de répteis para (LIMA-VERDE, 1971;
SANTANA et al., 2015; ROBERTO & LOEBMANN, 2016). Os resultados encontrados
também estão de acordo com os parâmetros de riqueza apresentados anteriormente, visto
que o estimador de riqueza adotado ainda prevê acréscimo de espécies em todas as
unidades amostrais.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
388
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Gráfico 8.2-6 Curva de rarefação para a herpetofauna da Área de Influência do Empreendimento.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.1.2.2 Similaridade entre as unidades amostrais

Para testar a similaridade entre as áreas em termos de composição de espécies de


anfíbios e répteis foi realizada uma análise de agrupamento (UPGMA), utilizando o
algoritmo Bray-Curtis com 10000 permutações. Os resultados encontrados demonstram
a formação de dois grupos, com pouco mais de 0,30 de similaridade. O primeiro grupo
foi formado pelas áreas de Caatinga Arbórea (Reserva Legal da Scatec) e Caatinga
Antropizada e o segundo grupo foi formado pelas áreas de Caatinga Arbustiva Aberta e
Caatinga Arbustiva Densa.

Provavelmente, a associação entre a área de Caatinga Arbórea e a área de Caatinga


Antropizada esteja ligada ao fato de as duas áreas apresentarem as maiores riquezas,
respectivamente 23 e 8 espécies, bem como todas as espécies da área antropizada serem
compartilhadas com a área de Caatinga Arbórea. O Coeficiente de Correlação Cofenética
para a área foi de 0,7683, sendo considerado alto e próximo ao real (KOPP et al., 2007),
o que indica que os agrupamentos calculados são semelhantes aos encontrados na
natureza.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
389
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Gráfico 8.2-7 Análise de agrupamento para a herpetofauna da Área de Influência


do Empreendimento levando em consideração a similaridade de espécies entre os
pontos amostrais.

Legenda: Caatinga ARL- Caatinga Arbórea Reserva Legal; Caatinga AN- Caatinga
Antropizada; Caatinga AD- Caatinga Arbustiva Densa; Caatinga AA- Caatinga
Arbustiva Aberta. Fonte: Biotec Consultoria (2021).
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
Os dados de similaridade parecem refletir a distribuição das espécies nas unidades
amostrais, visto que a maior parte das espécies ocorreu em apenas uma unidade amostral
(n=13; 54%) e somente uma espécie foi encontrada em todas as unidades amostrais (4%).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
390
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Gráfico 8.2-8 Ocorrência de


espécies de acordo com o número
de unidades amostrais para a área
do empreendimento

Fonte: Biotec Consultoria


Ambiental. 2021.

8.2.2.2.1.2.3 Espécies Endêmicas, Invasoras, Bioindicadoras e Ameaçadas de


Extinção.

A composição da herpetofauna da área do empreendimento apresenta forte


influência da Caatinga, e inclui espécies que são generalistas de hábitat. Deste modo,
estas espécies também podem ser encontradas em áreas com pouca qualidade ambiental,
e até mesmo em ambientes urbanos, tais como os lagartos Ameivula ocellifera (Spix,
1825) e Tropidurus hispidus (Spix, 1825) e os anfíbios Leptodactylus troglodytes Lutz,
1926 e Rhinella diptchya (Cope, 1862) (RODRIGUES, 2003).

Pelo menos quatro espécies de lagartos e uma espécie de anfíbio encontradas


durante o levantamento de fauna são consideradas pela literatura como espécies
cinegéticas. Os lagartos Iguana, T. hispidus, Tropidurus semitaeniatus e Salvator
merianae e o anfíbio Rhinella diptchya são normalmente utilizados no nordeste brasileiro,
e mais frequentemente em áreas de Caatinga em atividades de alimentação e como
zooterápicos (BARBOSA et al., 2007; FERNANDES-FERREIRA et al., 2013; SOUTO
et al., 2018).

Pelo menos uma espécie de lagarto amostrada (Hemidactylus mabouia (Moreau


de Jonnés, 1818)) é considerada exótica e invasora. A espécie, provavelmente, é

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
391
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

originária da África central e/ou Oriental, e de lá se distribuiu para as Américas, África


subsaariana e Índias Ocidentais (RODDER et al., 2008) após o início das rotas comerciais
entre a África e o Novo Mundo (VANZOLINI, 1968; AGARWAL et al., 2021).

Pelo menos uma espécie de serpente encontrada na área de amostragem é


considerada na literatura como de importância médica, a saber: Crotalus durissus
Linnaeus, 1758. Essa espécie é uma das responsáveis por uma porcentagem significativa
dos acidentes ofídicos que ocorrem no Brasil, e por conta disso é alvo de muitos conflitos
com humanos e abate indiscriminado (CARDOSO et al., 2003).

Os anfíbios e répteis identificados não constam na Lista Nacional Oficial das


Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (MMA, 2018) e estão categorizados como
“Least Concern” (pouco preocupantes) na Lista Vermelha da Internacional Union for
Conservation of Nature (IUCN, 2016).

8.2.2.2.1.3 Considerações Finais

Foram encontradas 24 espécies durante o levantamento de fauna, sendo oito


espécies de anfíbios anuros e 18 espécies de répteis Squamata. O número de espécies
encontradas compreende metade do número de espécies amostrado anteriormente para a
região (n=48).

As espécies encontradas são amplamente distribuídas na Caatinga, e generalistas


de habitat, além de algumas delas constituírem espécies cinegéticas, sendo utilizadas pela
população como alimentação e zooterápicos. Pelo menos uma espécie encontrada na área
do empreendimento é considerada como de importância médica e uma é exótico-invasora.

A curva de rarefação não atingiu a assíntota, no entanto, conforme Magurran


(2006) isto é comum em levantamentos realizados em regiões tropicais e subtropicais.
Esses resultados podem indicar que novos esforços amostrais em momentos posteriores
acrescentarão novas espécies na área, o que é comprovado pelos dados secundários da
região e pelos estimadores de riqueza.

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392
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8.2.2.2.2 AVIFAUNA

8.2.2.2.2.1 Avifauna da Área de Influência Indireta (AII)

O Brasil é o terceiro país com maior riqueza e diversidade de aves do mundo,


apresentando cerca de 1971 espécies de aves, das quais 293 são endêmicas (PACHECO
et al., 2021). Tais espécies estão distribuídas por todos os estados brasileiros (SILVEIRA
& OLMOS, 2007; TELINO JÚNIOR et al., 2010), incluindo o Ceará que apresenta cerca
de 557 espécies (GIRÃO-E-SILVA & CROZARIOL, 2021).

Aves assim como outros grupos zoológicos são sensíveis até mesmo às pequenas
mudanças no habitat (CORRÊA et al., 2011), o que as torna excelentes modelos para
estudos de conservação, monitoramento da fauna e influência de impactos antrópicos
(MARINI & GARCIA, 2005; BELMONT et al., 2019).

O presente estudo reúne neste tópico dados secundários obtidos para o município
de Quixeré, situado na microrregião da Chapada do Apodi e Vale do Jaguaribe. Estudos
anteriores realizados na área do Complexo fotovoltaico Apodi I-IV (Scatec Solar)
demonstram a existência de pelo menos 70 espécies de Aves na região, a maioria delas
pertencentes à ordem Passeriformes (53%) (tabela abaixo).

Quadro 8.2-7 Lista de espécies da Avifauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status de Ameaça
Ordem Família Espécie Nome popular
MMA/IUCN
Pelecanifor
Ardeidae Bubulcus ibis garça-vaqueira LC
mes
Charadriifo Charadriida
Vanellus chilensis quero-quero LC
rme s e
Cathartes urubu-de-cabeça-
LC
burrovianus amarela
Cathartifor urubu-de-cabeça-
Cathartidae Cathartes aura LC
mes vermelha
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta LC
Megascops choliba coruja-do-mato LC
Strigiformes Strigidae Glaucidium
caburé LC
brasilianum
beija-flor-de-garganta-
Amazilia fimbriata LC
verde
Apodiforme Chlorostilbon besourinho-de-bico-
Trochilidae LC
s lucidus vermelho
Chrysolampis
beija-flor-vermelho LC
mosquitus

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Quadro 8.2-7 Lista de espécies da Avifauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status de Ameaça
Ordem Família Espécie Nome popular
MMA/IUCN
beija-flor-tesoura-
Thalurania furcata LC
verde
Cariamifor
Cariamidae Cariama cristata seriema LC
mes
Columbina minuta rolinha-marrom LC
Columbina picui rolinha-picui LC
Columbina talpacoti rolinha-roxa LC
Columbifor Columbida
Leptotila verreauxi juriti-pupu LC
mes e
avoante; pomba-de-
Zenaida auriculata LC
bando
Patagioenas
pomba-asa-branca LC
picazuro
Guira guira anu-branco LC
Crotophaga ani anu-preto LC
Cuculiforme
Cuculidae Piaya cayana alma-de-gato LC
s
Coccyzus
papa-lagarta-acanelado LC
melacoryphus
Falconiform
Falconidae Falco sparverius quiriquiri LC
es
Rupornis
carijó LC
magnirostris
Accipitrifor Accipitrida Heterospizias
gavião-asa-de-telha LC
mes e meridionalis
Geranoaetus
gavião-de-rabo-branco LC
albicaudatus
Galbuliform
Bucconidae Nystalus maculatus rapazinho-dos-velhos LC
es
Dendrocola Lepidocolaptes
arapaçu-de-cerrado LC
ptidae angustirostris
Cyanocorax
Corvidae gralha-cancã LC
cyanopogon
Fringillidae Euphonia chlorotica fim-fim LC
Icterus jamacaii corrupião LC
Icteridae Icterus pyrrhopterus encontro LC
Gnorimopsar chopi pássaro-preto LC
Passeriform Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo LC
es Passerellid Ammodramus
tico-tico-do-campo LC
ae humeralis
Polioptilida balança-rabo-de-
Polioptila plumbea LC
e chapéu-preto
Todirostrum
ferreirinho-relógio LC
cinereum
Rhynchocy Tolmomyias
bico-chato-amarelo LC
clidae flaviventris
Hemitriccus sebinho-de-olho-de-
LC
margaritaceiventer ouro

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
394
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-7 Lista de espécies da Avifauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status de Ameaça
Ordem Família Espécie Nome popular
MMA/IUCN
Formicivora grisea papa-formiga-pardo LC
Myrmorchilus
piu-piu LC
strigilatus
Thamnophi Sakesphorus
choca-do-nordeste LC
lidae cristatus
Taraba major choró-boi LC
Thamnophilus choca-barrada-do-
LC
capistratus nordeste
Coereba flaveola cambacica LC
Conirostrum figuinha-de-rabo-
LC
speciosum castanho
Coryphospingus
tico-tico-rei-cinza LC
pileatus
Thraupidae
Paroaria
cardeal-do-nordeste LC
dominicana
Sporophila
golinho LC
albogularis
Volatinia jacarina tiziu LC
Troglodytes
corruíra LC
Troglodyti musculus
dae Cantorchilus garrinchão-de-bico-
LC
longirostris grande
Turdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeira LC
Camptostoma
risadinha LC
obsoletum
Myiarchus maria-cavaleira-de-
LC
tyrannulus raboenferrujado
Myiarchus ferox maria-cavaleira LC
Myiarchus swainsoni irré LC
Empidonomus varius bem-te-vi-peitica LC
Tyrannidae
Euscarthmus
barulhento LC
meloryphus
Pitangus sulphuratus bem-te-vi LC
Phaeomyias murina bagageiro LC
Tyrannus
suiriri LC
melancholicus
Casiornis fuscus caneleiro-enxofre LC
Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari LC
Piciformes Picidae Picumnus limae pica-pau-da-caatinga LC
Psittaciform
Psittacidae Eupsittula cactorum periquito-da-caatinga LC
es
Caprimulgif Caprimulgi Nyctidromus
bacurau LC
or mes dae albicollis
Tinamiform
Tinamidae Crypturellus tataupa inhambu-chintã LC
es

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
395
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-7 Lista de espécies da Avifauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Status de Ameaça
Ordem Família Espécie Nome popular
MMA/IUCN
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.2.2 Avifauna da Área Diretamente Afetada (ADA)

O levantamento primário na área de estudo registrou 40 espécies de aves,


distribuídas em 11 ordens e 19 famílias, conforme lista apresentada na tabela abaixo. A
ordem Passeriformes apresentou o maior número de espécies (n=19; 47,5%), o que é
comum para inventários realizados em áreas de Caatinga (OLMOS et al., 2005;
FREITAS, 2010), e um reflexo da diversidade de espécies e variação morfológica desta
ordem (OLIVEIRA, 2015; SANTOS & TRECO, 2019).

O número de espécies encontradas na área representa aproximadamente 2,02% do


número de Aves brasileiras (n=1971) (PACHECO et al., 2021), 7,18% da Avifauna
registrada para o estado do Ceará (n=557) (GIRÃO-E-SILVA & CROZARIOL, 2021) e
57,14% da riqueza de espécies do levantamento secundário da AII do empreendimento
(n=70).

As famílias com maior número de representantes foram Columbidae (n=5;


12,5%); Thraupidae (n=4; 10%); e Tyrannnidae (n=4; 10%). Juntas, as três famílias
representaram 32,5% de todas as espécies encontradas no levantamento primário.

Gráfico 8.2-9 Ordens de aves encontradas na área do empreendimento. (Família Ornitofauna)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Gráfico 8.2-10 Ordens de aves encontradas na área do empreendimento. . (Família


Ornitofauna)

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
396
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
397
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-8 Lista de espécies de avifauna registradas na ADA durante a primeira campanha de amostragem
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular GT UH Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
Rupornis magnirostris Gavião-carijó CAR IND BA 1 2 1 2 NÃO LC LC 2,11
Heterospizias
Gavião-caboclo CAR IND BA 2 0 0 0 NÃO LC LC 0,70
Accipitriformes Accipitridae meridionalis
Geranoaetus Gavião-de-rabo-
CAR IND BA 1 0 0 0 NÃO LC LC 0,35
albicaudatus branco
Besourinho-de-
Chlorostilbon lucidus NEC SDE BA 0 1 1 1 NÃO LC LC 1,05
bico-vermelho
Apodiformes Trochilidae
Chrysolampis Beija-flor-
NEC IND BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,35
mosquitus vermelho
Charadriformes Charadriidae Vanellus chilensis Quero-quero ONI IND BA 2 0 2 2 NÃO LC LC 2,11
Urubu-de-
Coragyps atratus DET IND BA 0 0 0 64 NÃO LC LC 22,46
cabeça-preta
Cathartiformes Cathartidae
Urubu-de-
Cathartes aura DET IND BA 2 0 2 0 NÃO LC LC 1,40
cabeça-vermelha
Columbina picui Rolinha-picui GRA IND BA 3 2 0 1 NÃO LC LC 2,11
Columbina talpacoti Rolinha-roxa GRA IND BA 0 0 2 2 NÃO LC LC 1,40
Columbiformes Columbidae Zenaida auriculata Avoante GRA IND BA 0 0 0 30 NÃO LC LC 10,53
Columbina squammata Fogo-apagou GRA IND BA 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,35
Patagioenas picazuro Asa-branca GRA SDE BA 1 0 0 0 NÃO LC LC 0,35
Crothopaga ani Anu-preto CAR IND BA 0 0 0 24 NÃO LC LC 8,42
Guira guira Anu-branco CAR IND BA 0 0 0 5 NÃO LC LC 1,75
Cuculiformes Cuculidae
Coccyzus Papa-lagarta-
CAR IND BA 2 1 0 5 NÃO LC LC 2,81
melacoryphus acanelado
Caracara plancus Caracará ONI IND BA 3 2 0 2 NÃO LC LC 2,46
Falconiformes Falconidae Herpetotheres
Acauã CAR SDE BA 1 0 0 0 NÃO LC LC 0,35
cachinnans

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398
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-8 Lista de espécies de avifauna registradas na ADA durante a primeira campanha de amostragem
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular GT UH Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
Rapazinho-dos-
Galbuliformes Bucconidae Nystalus maculatus ONI SDE BA 1 1 2 1 NÃO LC LC 1,75
velhos
Cyanocorax
Corvidae Cancão ONI SDE BA 2 0 0 8 BRA LC LC 3,51
cyanopogon
Mimidae Mimus saturninus Sabiá-do-campo ONI IND BA 0 1 1 7 NÃO LC LC 3,16
Balança-rabo-de-
Polioptilidae Polioptila plumbea INS SDE BA 0 2 1 2 NÃO LC LC 1,75
chapéu-preto
Coryphospingus Tico-tico-rei-
ONI SDE BA 1 2 1 4 NÃO LC LC 2,91
pileatus cinza
Sporophila albogularis Golinho GRA IND BA 0 0 0 5 NÃO LC LC 1,75
Thraupidae
Cardeal-do-
Paroaria dominicana ONI IND BA 1 1 1 6 NÃO LC LC 3,16
nordeste
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento FRU SDE BA 2 0 0 4 NÃO LC LC 2,11
Thamnophilidae Taraba major Choró-boi INS SDE BA 1 0 1 1 NÃO LC LC 1,05
Passeriformes
Cantorchilus Garrinchão-de-
ONI DEP BA 0 0 1 1 NÃO LC LC 0,70
Troglodytidae longirostris bico-grande
Troglodytes musculus Corruíra INS IND BA 1 2 0 0 NÃO LC LC 1,05
Icterus pyrrhopterus Encontro ONI SDE BA 0 0 0 2 NÃO LC LC 0,7
Icteridae
Icterus jamacaii Corrupião ONI SDE BA 2 0 0 1 NÃO LC LC 1,05
Empidonomus varius Peitica INS SDE BA 1 0 1 1 NÃO LC LC 1,05
Myiarchus swainsoni Irré ONI SDE BA 1 2 1 0 NÃO LC LC 1,40
Tyrannidae Tyrannus
Suiriri ONI IND BA 0 1 1 1 NÃO LC LC 1,05
melancholicus
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi INS IND BA 0 3 0 1 NÃO LC LC 1,4
Tolmomyias Bico-chato-
Rhynchocyclidae INS DEP BA 0 1 1 0 NÃO LC LC 0,7
flaviventris amarelo

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399
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Quadro 8.2-8 Lista de espécies de avifauna registradas na ADA durante a primeira campanha de amostragem
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular GT UH Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
Hemitriccus Sebinho-de-olho-
INS DEP BA 1 2 1 0 NÃO LC LC 1,4
margaritaceiventer de-ouro
Ferreirinho-
Todirostrum cinereum INS DEP BA 0 1 0 2 NÃO LC LC 1,05
relógio
Periquito-da-
Psittaciformes Psittacidae Eupsittula cactorum FRU SDE BA 8 4 1 4 NÃO LC LC 5,96
caatinga
Pica-pau-anão-
Piciformes Picidae Picumnus limae INS DEP BA 1 0 0 0 CAA LC LC 0,35
da-caatinga
Legenda: Dep – Dependência de Ambientes Florestados: IND: independente, SMD: semidependente, DEP: dependente. Gui – Guilda: INS: Insetívoro; CAR: Carnívoro; GRA:
Granívoro; FRU: Frugívoro; NEC: Nectarívoros; DET: Necrófagos; ONI: Onívoros; VEG – Plantas; AQUA: Aquáticos. Imp – Importância Ecológica e Econômica. Ameaça - Categoria
IUCN/MMA: LC: pouco preocupante. FO – Frequência de ocorrência.
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
400
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-26 Registros fotográficos da Ornitofauna na área diretamente afetada –


ADA.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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Figura 8.2-27 Registros fotográficos da Ornitofauna na área diretamente afetada –


ADA.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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402
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Figura 8.2-28 Registros fotográficos da Ornitofauna na área diretamente


afetada – ADA.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.2.2.1 Riqueza, abundância diversidade e esforço amostral

A riqueza total da área de estudo contou com 40 espécies de aves. A maior parte
das espécies ocorreu no ponto amostral de Caatinga Antropizada (n=28; 70%), que
também apresentou a maior abundância de espécies (n=189). A diversidade foi maior na
área de Caatinga Arbustiva Aberta (Shannon= 2,947; Simpson= 0,9444). Provavelmente,
esta área apresentou a maior diversidade em virtude de ter apresentado a maior
equitabilidade (0,9837), visto que os índices tradicionais de diversidade se baseiam na
uniformidade da assembleia e no peso das espécies raras para o cálculo da diversidade
(MAGURRAN, 2013). Os estimadores de riqueza previram acréscimo de espécies em
todos os pontos amostrais.

Quadro 8.2-9 Parâmetros de Riqueza e Diversidade para a assembleia de aves da


área do empreendimento.
Parâmetros CA CAD CAA ANT
Riqueza de espécies 23 18 20 28
Abundância 41 31 24 189

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403
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Quadro 8.2-9 Parâmetros de Riqueza e Diversidade para a assembleia de aves da


área do empreendimento.
Parâmetros CA CAD CAA ANT
Dominância 0,07317 0,06764 0,05556 0,1646
Simpson 0,9268 0,9324 0,9444 0,8354
Shannon 2,91 2,791 2,947 2,406
Equitabilidade de Piellou 0,9282 0,9656 0,9837 0,722
Estimador de riqueza- Chao 1 32,75 21,11 44 32,5
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

As espécies mais abundantes na área foram Coragyps atratus (n=64; 22,46%),


Zenaida auriculata (n=30; 10,53%) e Crotophaga ani (n=24; 8,42%). Juntas, as três
espécies corresponderam a 41,41% dos indivíduos de todas as espécies de aves
encontradas na região. A curva de Whittaker para a área do empreendimento apresenta
um formato de J invertido, com a maioria das espécies apresentando abundância
intermediária e/ou rara, e poucas espécies muito abundantes, o que é comum em estudos
realizados em áreas Neotropicais (MAGURRAN, 2013).

Gráfico 8.2-11 Diagrama de Whittaker para a Área Diretamente Afetada.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Para entender se a área foi bem amostrada, foi feita uma curva de rarefação para
assembleia de aves da área. Para construção da curva foi levado em consideração os
pontos amostrais e o número de indivíduos encontrados para cada espécie. A curva de
rarefação é uma análise muito importante em estudos de assembleias, visto que pode
indicar se o esforço amostral realizado até o presente momento tem sido efetivo
(MAGURRAN, 2006).

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
404
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

A curva de rarefação demonstrou tendência de atingir a assíntota somente na área


de Caatinga antropizada, e as demais áreas continuam em crescimento, o que
provavelmente implicará em acréscimo de espécies para as áreas durante as próximas
campanhas de levantamento. De um modo geral, em estudos realizados nos Neotrópicos,
as curvas de rarefação raramente atingem a assíntota (MAGURRAN, 2013). Os
resultados da curva de rarefação corroboram o que foi previsto pelo estimador de riqueza,
bem como o levantamento de dados secundários da área que previam a existência de pelo
menos 70 espécies na região.

Gráfico 8.2-12 Curva de rarefação para a avifauna da área do empreendimento.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.2.2.2 Similaridade entre as unidades amostrais

Para testar a similaridade entre as áreas em termos de composição de espécies de


Avifauna foi realizada uma análise de agrupamento (UPGMA), utilizando o algoritmo
Bray-Curtis com 10.000 permutações.

Os resultados demonstraram a formação de um grupo com 0,41 de similaridade


formado pelas áreas de Caatinga Arbustiva Aberta, Caatinga Arbustiva Densa e Caatinga
Arbórea. Estas duas últimas áreas também fazem parte de um subgrupo com 0,43 de
similaridade. O Coeficiente de Correlação Cofenética para a área foi de 0,9907, sendo
considerado alto e próximo ao real (KOPP et al., 2007), o que indica que os agrupamentos
calculados são semelhantes aos encontrados na natureza.

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405
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Provavelmente, a formação de um grupo que abrange quase todos os pontos


amostrais e que tem quase 50% de similaridade esteja ligado ao fato de as espécies
apresentarem uma distribuição quase uniforme entre as unidades amostrais, visto que
somente 32% (n=13) das espécies ocorrem em apenas uma unidade amostral, e o
percentual de espécies que ocupam quatro unidades amostrais foi bem maior do que o
que ocorreu para outros grupos da fauna (25%; n=5).

Gráfico 8.2-13 Similaridade entre os pontos amostrais da área do empreendimento levando


em consideração a avifauna.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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406
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Gráfico 8.2-14 Número de espécies de aves


encontradas de acordo com os pontos
amostrais.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.2.2.3 Dependência florestal

Quanto à dependência florestal, a maioria das espécies apresentou independência


de áreas florestais, o que pode estar relacionado ao fato de a maioria das espécies de aves
terem ocorrido na área de Caatinga Antropizada ou nas bordas das demais áreas.

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407
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

Gráfico 8.2-15 Dependência Florestal


das aves da área do empreendimento

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental.


2021.

8.2.2.2.2.2.4 Guildas tróficas

No que diz respeito aos hábitos alimentares, a maior parte das espécies apresentou
dieta onívora (n=12; 30%), seguida por insetívoros (n=9; 22,5%) e carnívora (n=7;
17,5%). Juntas, estas três guildas tróficas representaram 70% de todas as espécies
presentes na assembleia de aves amostrada.

Os onívoros são generalistas, que utilizam a maior parte dos recursos alimentares
presentes no habitat, sendo comuns em regiões com períodos de seca prolongados, como
é o caso das Caatingas (SILVA & FABRICANTE, 2017). De um modo geral, assembleias
com predominância de espécies onívoras podem indicar que este ambiente encontre se
em processo de antropização, visto que é esperado que em locais com alto grau de
conservação haja predomínio de guildas tróficas mais especializadas (SANTOS &
TRECO, 2019). Provavelmente, a maior presença de onívoros na assembleia da área do
empreendimento também esteja relacionada ao fato de a área de Caatinga Antropizada
apresentar o maior número de espécies.

Insetívoros e carnívoros são guildas com grande diversidade de espécies nos


Neotrópicos, sendo favorecidas pela abundância de recursos alimentares (SILVA &

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
408
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

TRECO, 2019). Animais pertencentes a estas guildas podem ocupar ambientes abertos e
fechados, bem como locais com intervenção humana (SICK, 2001).

Gráfico 8.2-16 Distribuição das espécies de aves da área do empreendimento de acordo


com suas guildas tróficas.

Legenda: ONI- Onívoros; INS: Insetívoros; CAR: Carnívoros; GRA: Granívoros;


DET: Detritívoros; FRU: Frutívoros; NEC: Nectarívoros. Fonte: Biotec Consultoria
(2021).
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
8.2.2.2.2.2.5 Espécies Endêmicas, Invasoras, Bioindicadoras e Ameaçadas de
Extinção.

Durante o levantamento não foi registrada nenhuma espécie de ave ameaçada


segundo a Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas (MMA, 2014) e segundo a Lista
Vermelha da IUCN (IUCN, 2018). É importante ressaltar, no entanto, que a lista de
espécies do local contém pelo menos duas espécies endêmicas das Caatingas e Cerrado,
a saber: Cyanocorax cyanopogon e Picumnus limae. Estas espécies, embora não estejam
ameaçadas de extinção, devem ser alvo de estudos conservacionistas e monitoramento,
em virtude da sua endemicidade.

8.2.2.2.2.3 Considerações Finais

O levantamento primário na área de estudo registrou 40 espécies de aves,


distribuídas em 11 ordens e 19 famílias. A ordem Passeriformes apresentou o maior
número de espécies o que é comum para inventários realizados em áreas de Caatinga.

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409
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

As famílias com maior número de representantes foram Columbidae, Thraupidae


e Tyrannnidae. Juntas, as três famílias representaram 32,5% de todas as espécies
encontradas no levantamento primário.

A maior parte das espécies ocorreu no ponto amostral de Caatinga Antropizada


que também apresentou a maior abundância de espécies. A diversidade foi maior na área
de Caatinga Arbustiva Aberta. Os estimadores de riqueza previram acréscimo de espécies
em todos os pontos amostrais.

As espécies mais abundantes na área foram Coragyps atratus, Zenaida auriculata


e Crotophaga ani. Juntas, as três espécies corresponderam a 41,41% dos indivíduos de
todas as espécies de aves encontradas na região. A curva de Whittaker para a área do
empreendimento apresenta um formato de J invertido, com a maioria das espécies
apresentando abundância intermediária e/ou rara, e poucas espécies muito abundantes.

A curva de rarefação demonstrou tendência de atingir a assíntota somente na área


de Caatinga antropizada, e as demais áreas continuam em crescimento, o que
provavelmente implicará em acréscimo de espécies para as áreas durante as próximas
campanhas de levantamento.

A maioria das espécies apresentou independência de áreas florestais. Quanto aos


hábitos alimentares a maior parte das espécies apresentou dieta onívora, seguida por
insetívoros e carnívora. Não foi registrada nenhuma espécie de ave ameaçada segundo a
Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas (MMA, 2014) e segundo a Lista Vermelha da
IUCN (IUCN, 2018).

8.2.2.2.3 MASTOFAUNA

8.2.2.2.3.1 Mastofauna da Área de Influência Indireta (AII)

Os mamíferos são organismos importantes para estudos de inventários faunísticos,


visto que sua presença pode indicar que o habitat apresenta boa qualidade e está bem
conservado (LINNELL et al., 2000; COSTA-PEREIRA et al., 2013). Apesar disso, este
táxon é um dos mais ameaçados do planeta, e tem sofrido diversos declínios
populacionais em virtude da perda de habitat, conflitos com humanos, atropelamentos e

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
410
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

transmissão de doenças (ALMEIDA et al., 2013; AZEVEDO et al., 2013; OLIVEIRA et


al., 2013).

O Brasil apresenta uma alta riqueza e diversidade de mamíferos apresentando


cerca de 759 espécies (ABREU et al., 2020). A mastofauna brasileira, assim como a
mundial também tem sofrido declínios populacionais severos em virtude, por exemplo,
da rápida substituição de florestas e caça predatória (FERNANDES- FERREIRA et al.,
2013). Tais problemas ocorrem em todos os domínios fitogeográficos brasileiros,
incluindo as Caatingas.

As Caatingas apresentam 183 espécies de mamíferos, com pelo menos 11 delas


endêmicas (CARMIGNOTTO & ÁSTÚA, 2017). A maior parte dos mamíferos das
Caatingas é de pequeno porte (Ex: roedores) e/ou morcegos (Ordem Chiroptera), e a
maioria das espécies apresenta comportamento migratório nas épocas de estiagem
(MENDES, 1994; PAIVA, 1997). Dentre os estados que ocorrem na área da Caatinga,
alguns ainda apresentam poucos estudos sobre a mastofauna, tais como o Ceará. Apesar
disso, aproximadamente 115 espécies já foram registradas para o Estado, o que representa
16% do número de mamíferos brasileiros (FERNANDES-FERREIRA et al., 2021).

Este estudo reúne neste tópico dados secundários para o município de Quixeré,
que está localizado na microrregião da Chapada do Apodi e Vale do Jaguaribe. Estudos
anteriores realizados na região preveem a existência de pelo menos 38 espécies de
mamíferos para o Vale do Jaguaribe e Chapada do Apodi (OLIVEIRA, 2003), e os
estudos realizados na área do Complexo fotovoltaico Apodi I-IV (Scatec Solar)
registraram pelo menos 24 espécies de mamíferos para a região da área de influência do
empreendimento (tabela abaixo). O número de espécies registradas no levantamento
secundário (n=24) representa 3,16% da mastofauna brasileira (n=759) (ABREU et al.,
2020) e 13,11% da fauna de mamíferos da Caatinga (n=183) (Garda et al., 2018). A
mastofauna da área do empreendimento representa ainda 20,86% do número de
mamíferos registrados para o estado do Ceará por Fernandes-Ferreira et al., (2021).

Quadro 8.2-10 Lista de espécies de Mastofauna de provável ocorrência na AII do empreendimento.


Nome Status de
Ordem Família Espécie
popular ameaça

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411
EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

MMA IUCN
Carnivora Canidae Cerdocyon thous raposa NC LC
Euphractus
Cingulata Chlamyphoridae tatupeba NC LC
sexcinctus
Didelphis
cassaco NC LC
albiventris
Didelphimorphia Didelphidae Monodelphis
jirita NC LC
domestica
Gracilinanus agilis cuíca NC LC
Caviidae Galea spixii preá NC LC
Rodentia Thrichomys
Echimyidae pumaré NC DD
laurentius
Eptesicus furinalis morcego NC LC
Lasiurus blossevillii morcego NC LC
Lasiurus sp. morcego NC LC
Vespertionidae
Lasiurus ega morcego NC LC
Myotis nigricans morcego NC LC
Myotis riparius morcego NC LC
Eumops perotis morcego NC LC
Molossus molossus morcego NC LC
Molossus rufus morcego NC LC
Molossidae
Nyctinomops
Chiroptera morcego NC LC
laticaudatus
Promops nasutus morcego NC LC
Centronycteris
morcego NC LC
maximiliani
Peropteryx kappleri morcego NC LC
Emballonuridae Peropteryx macrotis morcego NC LC
Saccopteryx
morcego NC LC
bilineata
Diclidurus albus morcego NC LC
Mormoopidae Pteronotus parnellii morcego NC LC
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.3.2 Mastofauna da Área Diretamente Afetada (ADA)

No presente diagnóstico, realizado através de levantamento primário da


mastofauna na área objeto deste estudo e proximidades, foram registradas 19 espécies de
mamíferos, distribuídas em sete (7) ordens (Gráfico 8.2-17).

A ordem Chiroptera apresentou a maior riqueza com 13 espécies (68,42%), e todas


as demais ordens apresentaram somente uma espécie cada. A ordem Chiroptera é o táxon
com maior riqueza de espécies na Caatinga (n=90) (CARMIGNOTTO & ÁSTUA, 2017),
o que torna esperado que em regiões situadas dentro deste domínio fitogeográfico sejam
encontrados um número expressivo de espécies do grupo,

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EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO E ARGILA

O número de espécies registradas no levantamento primário representa 2,50% da


mastofauna brasileira (n=759) (ABREU et al., 2020) e 10,38% da fauna de mamíferos da
Caatinga (n=183) (Garda et al., 2018). A mastofauna da área do empreendimento
representa ainda 13,57% do número de mamíferos registrados para o estado do Ceará por
Fernandes-Ferreira et al., (2021).

As espécies de mamíferos encontradas estão divididas em nove (9) famílias. As


famílias com maior representatividade foram Emballonuridae (n=5; 26,31%), Molossidae
(n=4; 21,05%) e Vespertilionidae (n=4; 21,05%). Juntas, as três famílias corresponderam
a 68,42% de todas as espécies encontradas na área do empreendimento. Todas as demais
famílias apresentaram somente uma espécie cada.

Gráfico 8.2-17 Distribuição das ordens de mamíferos encontradas na Área


Diretamente Afetada do empreendimento. Ordem Mastofauna.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Gráfico 8.2-18 Famílias de mamíferos encontradas na Área Diretamente Afetada pelo


empreendimento.

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Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Dados acerca das espécies são apresentadas no Quadro 8.2-11. Os registros


fotográficos das espécies registradas durante a campanha de amostragem são
apresentados na Figura 8.2-29.

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Quadro 8.2-11 Lista de espécies de mastofauna registradas na ADA durante esta campanha de amostragem.
Status de
N
Ordem Família Espécie Nome popular Registro Método Endêmica* Ameaça FO%
CA CAD CAA ANT MMA IUCN
BA,
Carnivora Canidae Cerdocyon thous Raposa V, F 0 15 6 4 NÃO LC LC 10
CT
Cingulata Dasypodidae Euphractus sexcinctus Tatu-peba V BA 0 0 0 1 NÃO LC LC 0,4
Gambá-de-
Didelphimorphia Didelphidae Didelphis albiventris orelhas- F CT 0 0 0 2 NÃO LC LC 0,8
brancas
Sagui-de-tufos-
Primates Callitrichidae Callithrix jacchus V,F BA 0 0 0 4 NÃO LC LC 1,6
brancos
Rodentia Caviidae Galea spixii Preá F CT 0 0 0 3 NÃO LC LC 1,2
Rodentia Echimyidae Thrichomys laurentius Punaré F CT 0 0 0 7 NÃO LC LC 2,8
Molossus molossus Morcego A BD 15 40 5 34 NÃO LC LC 37,6
Nyctinomops Morcego-de-
A BD 1 0 0 1 NÃO LC LC 0,8
laticaudatus cauda-livre
Molossidae
Morceguiho-
Tadarida brasiliensis A BD 0 0 1 0 NÃO LC LC 0,4
das-casas
Molossos rufus Morcego A BD 0 1 0 1 NÃO LC LC 0,8
Peropteryx macrotis Morcego A BD 24 1 2 0 NÃO LC LC 10,8
Peropteryx kappleri Morcego A BD 1 1 2 4 NÃO LC LC 3,2
Chiroptera
Saccopteryx bilineata Morcego A BD 1 0 1 0 NÃO LC LC 0,8
Emballonuridae
Centronycteris
Morcego A BD 5 0 0 2 NÃO LC LC 2,8
maximiliani
Diclidurus albus Morcego A BD 0 25 0 0 NÃO LC LC 10
Myotis nigricans Morcego A BD 11 0 0 6 NÃO LC LC 6,8
Myotis riparius Morcego A BD 13 0 0 8 NÃO LC LC 8,4
Vespertilionidae
Eptesicus furinalis Morcego A BD 0 0 0 1 NÃO LC LC 0,4
Lasiurus blossevillii Morcego A BD 0 0 0 1 NÃO LC LC 0,4

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Legenda: Reg – Registro: A: Auditivo, V: Visual, Mét. – Método: BA: Busca Ativa, CT: Cameratrap; Ameaça – Categoria IUCN/MMA: LC: Pouco preocupante; FO –
Frequência de ocorrência.
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

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Figura 8.2-29 Amostra das espécies de mamíferos encontradas na área


do empreendimento

A- Cerdocyon thous ; B- Thrichomys laurentius; C- Didelphis


albiventris; D- Callithrix jacchus.
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.
A maior parte dos mamíferos foi registrada por meio de um método passivo de
amostragem: Bat detector (n=13; 68,42%), e pelo menos outras quatro espécies foram
registradas por Câmera Trap (outro método passivo) (21,05%). De um modo geral, a
observação de mamíferos através de métodos ativos e registros visuais é difícil, visto que
a maioria das espécies apresenta hábito noturno e coloração mimética, o que torna visível
sua observação na natureza.

8.2.2.2.3.2.1 Riqueza, abundância diversidade e esforço amostral

A riqueza total da área de estudo foi de 19 espécies de mamíferos. A área de


Caatinga Antropizada apresentou a maior riqueza de espécies (n=15) e as maiores
diversidades de Shannon (2,045) e Simpson (0,7797). A abundância de espécies foi maior
na área de Caatinga Arbustiva Densa (n=83). Quando aplicado um estimador de riqueza
(Chao 1), obteve-se uma estimativa de acréscimo de pelo menos três espécies em todas
as unidades amostrais, com exceção da área de Caatinga Arbustiva Aberta.

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Quadro 8.2 11 Parâmetros de riqueza e diversidade para a mastofauna da Área de Influência do


Empreendimento.
Caatinga Caatinga Caatinga
Caatinga
Parâmetros Arbórea Arbustiva Arbustiva
Antropizada
(RL Scatec) Densa Aberta
Riqueza de espécies 8 6 6 15
Abundância 71 83 17 79
Dominância 0,222 0,3561 0,2457 0,2203
Simpson 0,778 0,6439 0,7543 0,7797
Shannon 1,662 1,182 1,564 2,045
Equitabilidade de Piellou 0,7992 0,6598 0,8731 0,7553
Estimador de riqueza- Chao 1 11 9 6,333 18,33
Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

As espécies mais abundantes na área foram Molossus molossus (n=94; 37,6%),


Peropteryx macrotis (n=27; 10,8%), Diclidurus albus (n=25; 10%) e Cerdocyon thous
(n=25; 10%). Juntas, as quatro espécies representam cerca de 68,4% de todos os
espécimes encontrados na assembleia da área do empreendimento. O diagrama de
Whittaker para a assembleia de mamíferos da Área diretamente afetada apresenta o
formato de “J” invertido, com a maioria das espécies apresentando baixa abundância. Este
resultado é comum para estudos ecológicos e inventários realizados nos Neotrópicos
(MAGURRAN, 2013).

Gráfico 8.2-19 Diagrama de Whittaker mostrando a abundância das espécies de mamíferos


encontradas na Área Diretamente Afetada pelo empreendimento. Mastofauna.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Para testar se o esforço amostral foi eficiente, elaborou-se uma curva de rarefação
para a área. Para construção da curva foi levado em consideração os pontos amostrais e o
número de indivíduos encontrados para cada espécie. A curva de rarefação é uma análise

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muito importante em estudos de assembleias, visto que pode indicar se o esforço amostral
realizado até o presente momento tem sido efetivo (MAGURRAN, 2006).

Os resultados da análise demonstram que há tendência à formação de assíntota em


todas as unidades amostrais. A formação de assíntota em estudos de levantamento de
espécies pode indicar que o esforço amostral na área de estudo foi eficiente, e a fauna da
região já é completamente conhecida. Os resultados encontrados para a área do
empreendimento, no entanto, não são usuais, visto que em estudos realizados nas regiões
neotropicais, dificilmente a assíntota é atingida, visto que a riqueza e diversidade de
espécies nestas regiões é alta, e novas espécies são acrescentadas às assembleias, a cada
nova atividade (MAGURRAN, 2003).

Como dito anteriormente, os estimadores de riqueza preveem o acréscimo de pelo


menos três espécies na maior parte das unidades amostrais, além disso, estudos anteriores
realizados na região preveem a existência de pelo menos 38 espécies de mamíferos para
o Vale do Jaguaribe e Chapada do Apodi (OLIVEIRA, 2003), e os estudos realizados na
área do Complexo fotovoltaico Apodi I-IV (Scatec Solar) registraram pelo menos 24
espécies de mamíferos para a região da área de influência do empreendimento. Deste
modo, provavelmente ainda serão encontradas novas espécies na área.

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Gráfico 8.2-20 curva do coletor para a mastofauna registrada na área do empreendimento.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.3.2.2 Similaridade entre as unidades amostrais

Para testar a similaridade entre as áreas em termos de composição de espécies de


mamíferos foi realizada uma análise de agrupamento (UPGMA), utilizando o algoritmo
Bray-Curtis com 10000 permutações. Os resultados indicam a formação de um
agrupamento com 0,32 de similaridade entre as áreas de Caatinga Antropizada, Caatinga
Arbustiva Densa e Caatinga Arbórea. Além disso, é possível observar a formação de um
subgrupo entre as duas primeiras áreas com 0,5 de similaridade.

O Coeficiente de Correlação Cofenética para a área foi de 0,8218, sendo


considerado alto e próximo ao real (KOPP et al., 2007), o que indica que os agrupamentos
calculados são semelhantes aos encontrados na natureza. Provavelmente, a baixa
similaridade encontrada entre as áreas esteja relacionada ao fato de a maioria das espécies
ocorrerem em apenas uma das unidades amostrais (n= 9; 47%).

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Gráfico 8.2-21 Análise de agrupamento para a mastofauna da


Área de Influência do Empreendimento levando em consideração
a similaridade de espécies entre os pontos amostrais.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

Gráfico 8.2-22 Ocorrência de espécies


de acordo com o número de unidades
amostrais para a área do
empreendimento. (Presença de
Unidades Amostrais)

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental.


2021.

8.2.2.2.3.2.3 Espécies endêmicas, invasoras, bioindicadoras e ameaçadas de


extinção.

A composição da mastofauna da área do empreendimento apresenta forte


influência da Caatinga, e inclui espécies que são generalistas de hábitat.

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Os mamíferos identificados nesta campanha não constam na Lista Nacional


Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (MMA, 2018) e estão
categorizados como “Least Concern” (pouco preocupantes) na Lista Vermelha da
Internacional Union for Conservation of Nature (IUCN, 2016). Para campanhas
anteriores, pelo menos uma espécie de mamífero encontrada na área é considerada
vulnerável, a saber: Herpailurus yagouaroundi (MMA, 2014; IUCN, 2018). Pelo menos
uma espécie da área consta no apêndice I da lista de Comércio Ilegal da CITES, a saber:
Cerdocyon thous.

Em pelo menos uma das áreas de coleta foram registradas espécies domésticas
consideradas pela literatura como exótico-invasoras (gato doméstico). Espécies exóticas
podem impactar direta e/ou indiretamente a fauna, visto que atuam como competidores
por recursos alimentares e de habitat, são predadores de pequenos mamíferos, e
dispersores de zoonoses que podem afetar a fauna silvestre (GALETTI & SAZIMA,
2006).

Figura 8.2-30 Espécie exótico-invasora (gato doméstico) registrada na área de


Caatinga Antropizada.

Fonte: Biotec Consultoria Ambiental. 2021.

8.2.2.2.3.3 Considerações Finais

A fauna de mamíferos da área do empreendimento é composta por espécies


amplamente distribuídas nas Caatingas e generalistas de habitat. A curva de rarefação
apresentou tendência de atingir a assíntota em todos os pontos amostrais, o que parece

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422
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indicar que a área foi bem amostrada apesar de ter uma riqueza menor do que a registrada
para outros trabalhos realizados na região.

Os pontos amostrais apresentam baixa similaridade, o que provavelmente está


relacionado ao fato de a maioria das espécies ocorrerem em apenas uma unidade amostral.
A área de Caatinga Antropizada apresentou a maior riqueza de espécies e as maiores
diversidades de Shannon e Simpson. A abundância de espécies foi maior na área de
Caatinga Arbustiva Densa (n=83). Quando aplicado um estimador de riqueza (Chao 1),
obteve-se uma estimativa de acréscimo de pelo menos três espécies em todas as unidades
amostrais, com exceção da área de Caatinga Arbustiva Aberta.

Os mamíferos identificados nesta campanha não constam na Lista Nacional


Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção e estão categorizados como “Least
Concern” (pouco preocupantes) na Lista Vermelha da Internacional Union for
Conservation of Nature (IUCN).

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