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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

“Memorial descritivo: projeto de reabilitação ambiental e macropaisagismo


dos entornos das represas do condomínio parque Ibiti do Paço/Sorocaba-SP”

Discentes:

Aderlania Pimenta Prado

Fernanda Scarpari Goes

Jenifer Scarlate Santana Domingues

Natália Viana Silva

Disciplina: Recuperação de Áreas Degradadas

Curso: Engenharia Florestal

Docente: Prof. Dr. Silvio Carlos Santos Nagy

BOTUCATU – SP

2022
CONTRATANTE
Associação de Melhoramentos do Parque Ibiti Royal Park
CNPJ: 67.368.050/0001-05
Av Victor Andrew, 4
CEP: 18086-390 - Sorocaba - SP
Telefone: (15)3218-2333

EQUIPE TÉCNICA
Macropaisagismo e Ambiência:
Fernanda Scarpari Goes - CREA/SP:762108996-7.
Recuperação de Áreas Degradadas:
Natália Viana Silva - CREA/SP:456214764-6 e Aderlania Pimenta Prado -
CREA/SP:798651329-6.
Paisagismo:
Jenifer Scarlate Santana Domingues - CREA/SP:632147986-8.
SUMÁRIO

1. Objetivo 4
2. A área 4
3. Análise química de solo 4
4. Calagem, Adubação e Fertilização 5
5. Uso de espécies para recuperação ambiental 6
6. Lista de espécies pioneiras, secundárias e clímaxes 8
7. Referências 11
1. Objetivo

O presente Memorial Descritivo tem como objetivo descrever as ações de


Reabilitação Ambiental e Macropaisagismo dos Entornos das Represas do
Condomínio Parque Ibiti do Paço em Sorocaba, realizadas por um equipe técnica
habilitada, a fim de tornar o local degradado em um espaço de lazer revitalizado,
dentro de parâmetros ambientalmente corretos. Neste documento estão descritas as
etapas, materiais e serviços necessários para atingir o objetivo proposto.

2. A área

O Parque Ibiti do Paço, localizado no município de Sorocaba - SP é


caracterizado pelo clima Tropical Típico, com vegetação composta por Floresta
Estacional Semidecidual e altitude elevada. A área que compreende o condomínio
possui cerca de 5 lagos e toda sua paisagem e vegetação foram obra de
Reabilitação Ambiental, com plantios de diversas espécies vegetais adequadas a
necessidade do ambiente.

O projeto em questão abrange dois desses lagos e configuram-se como


áreas de risco de erosão do tipo laminar. Para a reposição de espécies e
revitalização do lugar foram introduzidas espécies pioneiras, secundárias e clímaxes
que estão descritas neste documento.

2.1 Características da área:

Lago C - Espelho d’água com área de 6382 m2 ou 0,64 ha


Lago C1 - Espelho d’água com área de 865 m2 ou 0,09 ha

Pista de Corrida e Passeio - estabeleceu-se com forração em seixos rolados


pequenos e composição paisagística com grupos de plantas da família Musaceae,
nativas e exóticas ornamentais.

Área de Contemplação e Lazer - Recomposta com espécies vegetais


ornamentais, especialmente da família Musaceae.

3. Análise química de solo

Para avaliar os teores de matéria orgânica, disponibilidade de nutrientes e o


grau de acidez presentes no solo, foi realizada a análise química deste por meio da
coleta aleatória de amostras de solo e posterior análise em laboratório. Através
desse estudo é possível conhecer a fertilidade do solo e aplicar a quantidade de
nutrientes e de calcário necessárias para que as plantas se desenvolvam de forma
saudável e se estabeleçam no local desejado.
A partir da análise de solo realizada próximo às nascentes do corpo da bacia
hidrográfica, foram obtidos os seguintes resultados:

4. Calagem, Adubação e Fertilização

4.1 Recomendação de calagem

Quando não há o poder relativo de neutralização total (PRNT) definido,


utiliza-se o valor médio de 67% para calcários moídos. A aplicação de calcário se
faz necessária quando a saturação por bases (V%) é menor que 40% e
pretendemos elevá-la a 50%. Considerando esta informação e os resultados obtidos
por meio da análise química do solo, pode-se calcular a necessidade de calagem a
partir da fórmula:

NC=(CTC (V2–V1))/(10*PRNT) (t/ha).

Onde a CTC refere-se à capacidade de troca catiônica, o V2 corresponde à


saturação por bases recomendada e o V1 é a saturação por bases existente no solo
analisado. Logo:

NC=(184,4 (50-76))÷(10*67)

NC = -7,2 t/ha

Portanto, confirma-se que não será necessário aumentar o pH do solo com a


aplicação de calcário no local.

4.2. Adubação verde

A princípio, a atividade com que se deve iniciar o trabalho é a prática de


capinagem do terreno, para que este seja limpo e ofereça espaço para a aplicação,
por plantio direto em covas, de adubação verde com mucuna-preta (Mucuna
pruriens), visto que, não possui reação fotoperiódica, suporta sombreamento e se
desenvolve bem em solos secos/arenosos.

A adubação verde com mucuna-preta tem objetivo de proporcionar maior


cobertura inicial de matéria viva e morta, produzindo grandes quantidades de
fitomassa devido ao seu crescimento rápido e decomposição gradual em
comparação com outras espécies leguminosas, produzindo entre 40 e 50 toneladas
de massa verde e 6 a 9 toneladas de massa seca, com 180 a 350kg de nitrogênio
fixado por hectare.

A espécie é muito indicada para recuperação de áreas degradadas já que


controla o desenvolvimento de espécies daninhas.

O plantio da mucuna-preta deve ser realizado do mesmo modo que o plantio


de mudas nativas e também em um método de plantio direto em covas, que
garantirá a uma condição de preservação do solo já adubado.

4.3. Recomendação de adubação

A partir da tabela de recomendação de adubação para o estabelecimento de


reflorestamentos com espécies da Mata Atlântica obtida através do Instituto de
Pesquisa e Estudos Florestais (IPEF), verifica-se se há necessidade de adubação
mineral no plantio em covas ou na cobertura.

Figura 1. Recomendações de adubação para o estabelecimento de


reflorestamentos mistos com espécies da Mata Atlântica.

Com base na análise química de solo, observa-se apenas a necessidade da


aplicação de nitrogênio, entretanto, a adubação verde com mucuna-preta é capaz
de suprir essa demanda, dessa forma, não será necessária adubação mineral com
NPK.

Ainda assim, se recomenda a aplicação de micronutrientes, principalmente B


e Zn. Estes nutrientes podem ser aplicados no ato do plantio em cova, sendo
utilizado 10 g de FTE ("Fritas") por planta.

5. Uso de espécies para recuperação ambiental

Ao planejar a escolha das espécies a serem utilizadas no projeto de


recuperação ambiental é preciso seguir critérios que promovam um papel eficiente
dentro da dinâmica do ecossistema, de forma a colaborar com espécies nativas já
presentes na região. Portanto, para tomada de decisão acerca das espécies que
foram introduzidas na área seguiu-se os seguintes pontos:
1. A Silvicultura da espécie no campo, prezando por suas vantagens como
rusticidade, adaptação a solos marginais e fácil estabelecimento.
2. Vantagens a interesses antrópicos, ou seja, redução de efeitos de erosão,
estabilização de taludes, aspectos ornamentais.
3. A espécie oferece produtos vantajosos a biocenose local, como frutos e
pólen/néctar e é facilitadora da sucessão local ou não a inibe fortemente.
4. A espécie não é invasora de locais onde é indesejada e sua erradicação da
paisagem é fácil.

A partir desses “princípios” estabeleceu-se a escolha dos indivíduos para


compor a vegetação no entorno dos lagos, com espécies pioneiras, secundárias e
climaxes, bem como utilização de plantas ornamentais, distribuídas de maneira
estratégica como ilustra a imagem a seguir.
6. Lista de espécies pioneiras, secundárias e clímaxes

PIONEIRAS

Nome popular Nome científico Família

Acerola Molpighia glabra Malpighiaceae

Amora Morus nigra Moraceae

Angico Vermelho Anadenanthera macrocarpa Mimosaceae


(Benth.) Brenan

Aroeira Myracrodruon urundeuva Anacardiaceae

Capororoca-Cerrado Rapanea guianensis Myrsinaceae

Embaúba Cecropia pachystachya Cecropiaceae

Goiabeira Psidium guajava Myrtaceae

Guaxupita Esenbeckia Grandiflora. Rutaceae

Ipê Amarelo do Cerrado Tabebuia ochracea Bignoniaceae

Mamão Carica papaya Caricaceae

Manduirana Senna spectabilis Caesalpinaceae

Paineira Rosa Chorisia speciosa Bombacaceae

Pau-de-Angu Machaerium Aculeatum Fabaceae

Urucum Bixa orellana Bixaceae

SECUNDÁRIAS

Nome popular Nome científico Família

Araçá-Piranga Eugenia leitonii Myrtaceae

Babosa Branca Cordia superba Boraginaceae

Cambuci Campomanesia phaea Myrtaceae

Copaíba Copaifera langsdorffii Caesalpinoideae

Guabijú Myrcianthes pungens Myrtaceae


Ipê Branco Tabebuia roseo-alba Bignoniaceae

Marinheiro Guarea guidonia (L.) Meliaceae


Sleumer

Guariroba Syagrus oleracea Palmae

Olho-de-cabra Ormosia arborea Fabaceae

Pata-de-Vaca Rosa Bauhinia variegata L. Caesalpinoideae

Pau Formiga Triplaris brasiliana Cham. Polygonaceae

Uvaia Eugenia pyriformis Myrtaceae

CLÍMAXES

Nome popular Nome científico Família

Caviúna Amarela Dalbergia brasiliensis Fabaceae


Vogel.

Grumixama Eugenia brasiliensis Myrtaceae

Ipê-Roxo-da-Mata Handroanthus Bignoniaceae


avellanedae

Jequitibá Branco Carinianna estrellensis Lecythidaceae

Oiti Licania tomentosa Chrysobalanaceae

Pau-Brasil Paubrasilia echinata Caesalpinoideae

Cabreúva Vermelha Myroxylon peruiferum Fabaceae

Coração-de-Negro Poecilanthe parviflora Fabaceae

6.2 Espécies ornamentais

A escolha de inserir plantas ornamentais em um projeto de reabilitação como


no estudado, aumenta o valor estético da paisagem, atraindo visitantes à procura de
lazer e nesse caso em particular servindo como mata ciliar no lago A.

As espécies ornamentais foram introduzidas nas seguintes áreas:


D. Pista de corrida e passeio, forração em seixos rolados pequenos; composição
paisagística com grupos de plantas da família Musaceae, nativas e exóticas
ornamentais; E. Área de contemplação e lazer - recomposição com espécies
vegetais ornamentais especialmente as da família Musaceae.

6.2.1 Lista de espécies ornamentais

Nome popular Nome científico Quantidade (%)

Helicônia - amarela Heliconia aemygdiana 85 (14,8%)

Helicônia - vermelha Heliconia angusta 71 (12,5%)

Helicônia - papagaio Heliconia psittacorum 134 (23,5%)

Helicônia - pêndula Heliconia collinsiana 44 (7,7%)

Helicônia - caete Heliconia rostrata 39 (6,9%)

Flor-ave-do-paraíso Strelitzia reginae 82 (14,4%)

Estrelitzia-de-lança Strelitzia juncea 54 (9,5%)

Árvore-do-viajante Ravenala 18 (3,1%)


madagascariensis

Bananeira - vermelha Musa coccinea 25 (4,4%)

Estrelítzia - branca Strelitzia augusta 18 (3,1%)

Flamboyant Delonyx regia 01 (0,17%)

Grama esmeralda Zoysia japonica -


7. Referências

GONÇALVES, José. Recomendações de Adubação para Eucalyptus, Pinus e


Espécies Típicas da Mata Atlântica. DOCUMENTOS FLORESTAIS, [s. l.], p. 1-23,
14 fev. 1995. Disponível em:
https://www.ipef.br/publicacoes/acervohistoricoexterno/DocumentosFlorestaisNumer
o15.pdf.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ. Memorial


descritivo: Recuperação e Repavimentação de ruas em Concreto Betuminoso
usinado a quente (CBUQ). Secretaria de desenvolvimento econômico e meio
ambiente, [s. l.], 9 set. 2020. Disponível em:
http://www.santoamaro.sc.gov.br/midias/imagens/15998414661.pdf.

Memorial descritivo: Plano de desativação e encerramento do aterro sanitário de


caconde. Hiper Ambiental, [s. l.], 7 mar. 2019. Disponível em:
https://caconde.sp.gov.br/2020/attachments/article/2251/Memorial%20Descritivo.pdf.

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