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INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ – IFPI

CAMPUS AVANÇADO JOSÉ DE FREITAS


CURSO TÉCNICO EM AGROECOLOGIA - MÓDULO II
Disciplina: Sistemas Agroflorestais
Professor: José Cláudio Barros Ferraz

PROJETO AGROFLORESTA

Alunos:
Maria da Anunciação de Araújo Alves
Marta Heloiza Alves da Rocha
Francisca Maria de Oliveira Costa
Joana D'arc de Oliveira Costa

José de Freitas/PI
2022
1. OBJETIVO GERAL

Os sistemas agroflorestais são consórcios de culturas agrícolas com espécies


arbóreas que podem ser utilizados para restaurar florestas como vemos na (Imagem 1) e
produzir alimentos de forma ecológica. Os (SAF's) são formas de cultivo que buscam o
equilíbrio entre a produção de alimento e a natureza. De uma maneira muito particular,
esta prática olha os ecossistemas naturais como aliados da agricultura, que ajudam no
restabelecimento da saúde ecológica de lavouras. Combinam num mesmo local, o
plantio de árvores, arbustos e ervas com espécies variadas para consumo e
comercialização.     
Quando se tem a natureza como aliada da produção de alimentos, já
considerando o seu importante papel no fornecimento de água, têm-se muitos benefícios
para as propriedades e comunidades produtoras de alimentos. Dentre os benefícios
estão: sombra para o gado, proteção de ventos, produção de madeira, equilíbrio do
microclima e do clima, material para a fabricação de artesanato, entre outros.
Tendo em vista o exposto, pode-se dizer que para a iniciação de um Sistema
Agroflorestal (SAF) é necessário o resgate de técnicas primordiais, cuja sabedoria
permitia aproveitar os benefícios do meio ambiente.

(Imagem 1) Área degradada no município de Colniza, noroeste de Mato Grosso.


Foto/Marcelo Camargo – Agencia Brasil.
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

O local de implantação, tem cerca de 2 hectares e fica localizado na


comunidade Palheiro, zona rural de Cabeceiras-PI. O terreno está localizado na
microrregião do Baixo Parnaíba Piauiense, tendo como limites ao norte o município de
Barras, ao sul Boqueirão do Piauí, José de Freitas, Nossa Senhora de Nazaré e Campo
Maior, a leste Boa Hora e Boqueirão do Piauí, e a oeste Miguel Alves, Lagoa Alegre e
José de Freitas. O acesso se dá pela rodovia PI-113 (via José de Freitas) e em seguida
por estrada vicinal via Povoado Baixa Funda - não asfaltado).

(Imagem 2) Área escolhida para implementação da Agrofloresta.

(Imagem 3) Imagem de satélite da área escolhida.


Os solos da região compreendem principalmente plintossolos álicos de textura
média, fase complexo campo maior. Solos podzólicos vermelho-amarelos, plínticos e
não plínticos com transições vegetais caatinga/cerrado caducifólio, floresta ciliar de
carnaúba e caatinga de várzea e, secundariamente, solos arenosos essencialmente
quartzosos, profundos, drenados, desprovidos de minerais primários, de baixa
fertilidade, com transições vegetais, fase caatinga hiperxerófila e/ou cerrado sub-
caducifólio/floresta sub-caducifólia e/ou carrasco. Estas informações foram obtidas a
partir do Projeto Sudeste do Piauí II (CPRM – 1973), Levantamento Exploratório -
Reconhecimento de solos do Estado do Piauí (1986) e Projeto Radam (1973).

Local escolhido

(Imagem 4) Esboço geológico do município de Cabeceiras. O alfinete inserido indica a localização


do terreno escolhido.

As condições climáticas do terreno apresentam temperaturas mínimas de 22 °C


e máximas de 35 ºC, com clima quente tropical. A precipitação pluviométrica média
anual é definida no Regime Equatorial Marítimo, com isoietas anuais entre 800 a 1.600
mm, cerca de 5 a 6 meses como os mais chuvosos, e período restante do ano de estação
seca. Os meses de fevereiro, março e abril correspondem ao trimestre mais úmido da
região. Estas informações foram obtidas a partir do Projeto Radam (1973), Perfil dos
Municípios (IBGE – CEPRO, 1998) e Levantamento Exploratório - Reconhecimento de
solos do Estado do Piauí (1986).
3. ESPÉCIES VEGETAIS ESCOLHIDAS

É importante que se reconheça o potencial do local e da comunidade. É


importante que seja escolhido espécies conhecidas, com as quais já se possui alguma
familiaridade. Aumentar a biodiversidade é importante, pois somente assim pode se
encontrar o equilíbrio que é preciso.

ESPÉCIES UTILIDADE
Abacaxi (Ananas comosus) Produzir alimento
Timbaúva (Enterolobium Fornecer biomassa
contortisiliquum) e fixar nitrogênio
Manga (Mangifera indica) Produzir Frutos
Mandioca (Manihot esculenta) Produzir alimento

Espécies Arbóreas e Frutíferas: foi adotada como espécie arbórea a


Timbaúva e como frutífera a Mangueira. Pois já tinham sido cultivados
previamente no lote. O porte das plantas também foi considerado, em virtude de
ocuparem diferentes estratos no sistema de acordo com a altura que possam vir a
atingir.
Por ser uma leguminosa arbórea, a Timbaúva atenderá as necessidades do
sistema agroflorestal quanto a ciclagem de nitrogênio, com estabelecimento da
cobertura vegetal, associado ao aumento da população microbiana, elevação da
deposição de material orgânico de decomposição rápida, além de fornecer sombra,
retenção da umidade e redução de temperatura.
A Mandioca atende às condições existentes na região, pois segundo Daronco et
al (2012), quando plantada entre linhas de culturas arbóreas apresenta resultados
satisfatórios na floresta estacional semidecidual. Propõe-se o consórcio da mandioca
com o abacaxi, porque, de acordo com Custódio et al (2014), além do alto rendimento
produtivo, são produtos com dupla finalidade, ou seja, podem ser produzidos tanto para
consumo quanto para venda ou troca.
A Mangueira se adapta bem em áreas onde as estações seca e chuvosa se
apresentam bem definidas. O período seco deve ocorrer bem antes do florescimento, de
modo a permitir à planta um período de repouso vegetativo e prolongar-se até a
frutificação. Após a frutificação, é benéfica a ocorrência de chuva, pois estimula o
desenvolvimento dos frutos e impede sua queda.
O abacaxizeiro é uma planta tropical, originária de regiões de clima quente e
seco ou com chuvas irregulares. Há poucos anos, era cultivado em áreas virgens, recém
desmatadas, e por isso considerado rústico, pouco exigente de tratos culturais.
4. CROQUI

O croqui do desenho do SAF será construído de espaçamento entre as mudas


de Timbaúva de 5 por 5 m; com as Mangueiras plantadas nas ruas da Timbaúva,
também com um espaçamento de 5 por 5 m. O Abacaxi será plantado nas linhas da
Mangueira e Timbaúva, entre as mudas de cada uma e a Mandioca será plantada em
linhas duplas, com espaçamento de 1 m, nas ruas que separam as mudas de Timbaúva
das mudas de Mangueira.

(Imagem 5) Croqui detalhado da área.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARMANDO M.S.; BUENO, Y.M.; ALVES, E.R.S. e CAVALCANTE, E.H.,


2002.
Brasília. Colombo: EMBRAPA, 2002 (Circular Técnica).

BRASIL. Presidência da República. LEI No 12.651, DE 25 de maio de 2012.


Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. 2012. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso
em 10 de agosto de 2016.

CUSTÓDIO, R. A.; ARAUJO NETO, S. E.; FERREIRA, R. L. F.; ANDRADE


NETO,
R. C.; SILVA, I. F. Produção orgânica de abacaxi e mandioca consorciados.
XXIII Congresso Brasileiro de Fruticultura. 24 a 29 de agosto de 2014, Cuiabá
(MT), 5 p.

DARONCO, C; MELO, A.C.G. DE; MACHADO, J.A. Consórcio de espécies


nativas da floresta estacional semidecidual com mandioca (Manihot sculenta
Crantz) para restauração de mata ciliar. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.36, n.2,
p.291-299, 2012.

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