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Sistemas Agroflorestais

em áreas de preservação
permanente e reservas
legais

Universidade Federal de Alagoas – CECA

Professor: Dr. José Roberto

Aluna: Enia Alves

Maceió-AL 2022
A intervenção de vegetação nativa em área de preservação
permanente somente ocorrera em hipótese de utilidade
pública, de interesse social ou baixo impacto ambiental,
previsto em lei de acordo com o Código Florestal (Lei
12.651/2012). A exploração agroflorestal sustentável e
manejo florestal sustentável, comunitário e familiar é de
grande valia, já que visa formas não prejudiciais na função
ambiental da área, tendo atividade de baixo impacto
ambiental e sendo implementada legalmente em APPs, em
sua maioria por agricultores familiares, assentamentos
agrícolas e comunidades tradicionais aptas aos critérios
definidos na lei 11.326/2006 que rege a Política Nacional da
Agricultura.
Plantio de bananeiras em sistemas agroflorestais
O plantio de bananeiras, além da produção, aporta grande quantidade
de fitomassa rica em potássio, serve como fonte de matéria orgânica
para os canteiros depois da poda, e inibe o crescimento de ervas
espontâneas indesejáveis. São plantadas geralmente a cada 5 metros,
em berços de 40x40x40cm, de forma a deixar a superfície levemente
côncava para acumular maior umidade.

A implantação destas áreas pode ser feita de duas maneiras

As mudas arbóreas para as espécies de produção (frutíferas ou


madeireiras) devem ser colocadas no meio do canteiro, ao longo de seu
comprimento, respeitando a recomendação de distância entre as
mudas para cada espécie, que geralmente é de 4 a 5 metros. Uma
possibilidade também é o uso de estacas de amora de um metro,
plantadas ao longo do canteiro para formação de um estrato baixo
inicial para proteger as mudas menores.
Após a introdução dos núcleos de muvuca, das bananeiras, das mudas
de arvores e das estacas de amora, vem a etapa do plantio com
espécies agrícolas e hortaliças nos espaços restantes dos canteiros.

Sistema silvipastoril (SSP)

A área com culturas agrícolas, pastagens e silvicultura abrangem


30% do território brasileiro, a maioria concentrada no Centro-Sul,
principalmente em região de Mata Atlântica que abriga 62% da
população responsável por 80% do produto interno bruto (IBGE,
2012).
O sistema é a combinação intencional de arvores, pastagens e gado
numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada,
com o objetivo de melhorar a produtividade, associada aos princípios e
benefícios da agrofloresta.

O SSP é considerado uma derivação do SAF, com a introdução do


elemento animal no sistema de plantio, fazendo a divisão da área total da
pastagem pelo maior número possível de piquetes menores, permitindo
o capim rebrotar e crescer depois do pastejo.
O sistema deve conter um corredor com acesso ao bebedouro de água e
aos cochos de sal mineral, ou cada piquete deve ter uma fonte de água
individual.

As cercas podem ser:

- Tradicional: Uso de estacas de madeira com distância de 4 metros


entre si e com o uso de cinco fios de arame liso ao longo da
extensão da cerca;
- Elétrica: Consome menos madeira e possui custo reduzido em
comparação com as cercas tradicionais, porém, a atenção deve ser
dada ao processo de aterramento para não ter problemas, em
especial no período seco do ano.

BENEFICIOS DO SSP

A recuperação de uma determinada área depende da trajetória da


degradação e das consequências deste processo no ecossistema em
questão (ARONSON et al., 1995).

Os sistemas agroflorestais apresentam uma nova perspectiva para


sistemas de produção antigos, que envolvem a combinação de árvores
com cultivos agrícolas e/ou animais. Rodrigues e Gandolfi (2000)
sugerem os seguintes termos para diferenciar as formas de recuperação:

• Restauração stricto sensu; restauração lato sensu; reabilitação e


redefinição.
A restauração stricto sensu significa um retorno completo do
ecossistema às condições preexistentes, considerando os aspectos
bióticos, abióticos e a interação entre ambos. Este tipo de recuperação é
praticamente inatingível por vários motivos, entre eles: as condições pós-
distúrbios geralmente são tão drásticas que não permitem o retorno à
condição preexistente; e restaurar um ecossistema, e conseqüentemente
recuperar suas funções, é algo técnica e economicamente questionável.

Segundo EMBRAPA, o SAFs otimiza o uso da terra, conciliando a


preservação ambiental com a produção de alimentos, conservando o solo
e diminuindo a pressão pelo uso da terra para a produção agrícola.

Podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas


degradadas realizando o consorcio com culturas agrícolas, entre
vegetação exótica e nativa, de acordo com um arranjo temporal e
espacial entre espécies e interações. Sistemas Agroflorestais também
podem exercer um importante papel na adaptação a eventos climáticos
extremos e melhora na qualidade da água e solo da área.
Para o solo:
Descompactação, aeração, ciclagem de nutrientes, matéria orgânica,
melhoria da estrutura do solo evitando a erosão, aumento da infiltração e
permanência da água, cobertura, diminuição da temperatura,
favorecimento a vida no solo, entre outros.

Para a pastagem:
Umidade e nutrição através da disponibilidade de matéria orgânica
diversificada e ciclagem de nutrientes pelas diferentes profundidades que
são exploradas pelas raízes (devido a diversidade de espécies),
absorvendo nutrientes em camadas mais profundas e disponibilizando
para a superfície através da queda e decomposição das folhas e galhos
das arvores no solo;

Para o gado:
Conforto térmico, alimentação complementar com preferência para o uso
de espécies arbóreas nativas e/ou de fácil adaptação, além da melhoria
da qualidade de capim, melhorando a alimentação animal.
A implantação do sistema silvipastoril consiste em plantar
mudas/sementes em consorcio a forragem e adubação verde, sendo de
forma aleatória, em faixas ou bosques isolados.

Esse processo pode acontecer ao mesmo tempo do plantio das espécies


forrageiras; com plantio arbóreo antes de entrar com a pastagem
propriamente dita (pouco utilizado) ou até mesmo após a pastagem estar
estabelecida. Pode-se arborizar as pastagens apenas deixando as
espécies que naturalmente crescem nestas áreas se desenvolverem.

Esta é a forma mais barata de se obter sombra para os animais. No


entanto, ao fazer isso, não controlamos com exatidão a distribuição das
arvores no pasto, nem garantimos a diversidade de espécies que, muitas
vezes, podemos querer. Contudo, é notório que há duas maneiras
melhores de implementar esses procedimentos de planejamento e
plantio.

- Ponto importante na decisão de plantar SSP é a distância entre


os corredores que serão isolados para o crescimento das
arvores. Usualmente temos trabalhado com distancias entre 20
a 25 metros. Foi observado que distancias inferiores podem
prejudicar o crescimento das forrageiras e a distancias
superiores acabam diluindo o efeito benéfico das arvores, uma
vez que este efeito é mais efetivo na área de projeção de sua
copa.
❑ Plantio de linhas simples de arvores sempre considerando espécies
de diferentes ciclos e estratos. Para este plantio são feitos
corredores de 2 a 3 metros, com linha de arvores no centro e
espécies de adubação verde nas laterais. Alguns agricultores tem
aumentado a área do corredor (5 ou até 8 metros) e utilizado esta
área como uma agrofloresta convencional até as espécies arbóreas
do centro atingirem uma altura que inviabilize as espécies agrícolas
de ciclo curto.

❑ Plantio em linhas duplas ou mesmo triplas. Neste caso, o


procedimento tem sido o mesmo do anterior, com o uso de
corredores de 5 a 8 metros, sendo que no interior deste corredor,
utiliza-se espécies agrícolas de ciclo curto.

• REFERENCIAS
https://docplayer.com.br/50753931-Restauracao-ecologica-com.html
http://www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2017/janeiro-junho-
5/1725-a-bananeira-brs-conquista-em-sistema-agroflorestal-regenerativo/file.html

https://www.icmbio.gov.br/educacaoambiental/images/stories/biblioteca/permacultura/4_Sistemas_agroflor
estais_e_a_legisla%c2%ba%c3%bao_ambiental.pdf

http://www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2017/janeiro-junho-
5/1725-a-bananeira-brs-conquista-em-sistema-agroflorestal-
regenerativo/file.html#:~:text=A%20bananeira%20%C3%A9%20cultura%20principal,de%20fitomassa%20rica%
20em%20pot%C3%A1ssio.

https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fruralpecuaria.com.br%2Ftecnologia-e-
manejo%2Fagricultura%2Fmetodologia-seleciona-arvores-nativas-para-sistemas-
silvipastoris.html&psig=AOvVaw1P-
_1O3MnfwHvDZAc9yC5i&ust=1664891069526000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCICQ_t6YxP
oCFQAAAAAdAAAAABAI

https://www.embrapa.br/codigo-florestal/sistemas-agroflorestais-
safs#:~:text=SAFs%20otimizam%20o%20uso%20da,florestas%20e%20recuperar%20%C3%A1reas%20degradad
as.

https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.iguiecologia.com%2Fagroflorestas-vantagens-
economicas-e-ambientais%2F&psig=AOvVaw2qgkgBxn5L1LXS5ovGy-
pU&ust=1664893910301000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCICviamjxPoCFQAAAAAdAAAAAB
AM

https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fsuper.abril.com.br%2Fideias%2Fa-revolucao-da-
floresta%2F&psig=AOvVaw3D7dNRk8xhiulVD3vBqKC-
&ust=1664896063833000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCKjawaurxPoCFQAAAAAdAAAAABAk

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