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INTRODUÇÃO

A degradação ambiental é um dos desafios enfrentados, afetando a


biodiversidade, o solo e a qualidade da água. A recuperação de áreas
degradadas tornou-se uma prioridade, tendo as espécies vegetais como fator
importante, já que desempenham um papel crucial nesse processo, oferecendo
soluções que seja viável para restauração de ecossistemas comprometidos.
A recuperação de áreas degradadas tem sido ponto de vários
estudos, em área de proteção ambiental, setor agrícola e industrial, com o uso
de novas técnicas e tecnologias (Lobô et al. 2021).
Uma das principais estratégias para a recuperação, é baseada no
princípio de regeneração natural, é um processo mais barato e simples, porém
precisa de um longo período e está ligado diretamente ao grau de degradação
(KOBIYAMA et al., 2001). Tendo também, o processo de sucessão ecológica
que consiste na implantação de espécies pioneiras, iniciais e tardias até
alcançar as clímax (RIBASKI et al., 2001).

Espécies Vegetais Utilizadas na Recuperação de Áreas Degradadas

1. Eucalipto: O eucalipto é conhecido por ter uma rápida taxa de


crescimento e resistência a condições adversas, sendo utilizado para a
recuperação de solos degradados, inclusive para fins de reflorestamento
e recuperação de áreas mineradas (Bertoni et al., 2020).
2. Leguminosas: São espécies como Acacia e Mimosa, que são
amplamente utilizadas devido à sua capacidade de fixação biológica de
nitrogênio, melhorando a fertilidade do solo, além de auxiliar na sua
recuperação (FAO, 2017).
3. Gramíneas Nativas: Gramíneas nativas, como Panicum virgatum e
Pennisetum purpureum, são usadas nos processos de revegetação
devido à sua adaptação a diferentes condições climáticas e ao seu papel
na prevenção da erosão do solo (Silva et al., 2019).

O processo da recuperação de uma área, tem seu início com a


implantação de espécies gramíneas superiores para se ter uma rápida fixação
de nutrientes no solo, para com isso termos em sequência o processo da
sucessão primária, secundária e por fim o clímax, no qual, a região recuperada
se encontra totalmente estável, e com característica similares à original,
contudo ao atingir o clímax de uma região o processo é bastante lento,
podendo levar até séculos para se ter um retorno e estabilidade de uma
comunidade inteira (CAMPELLO, et al 1998).

Sistemas de Cultivo e Tecnologias Adotadas

1. Agrofloresta: A implementação de sistemas agroflorestais, combina


árvores, arbustos, cultivos e pastagens, esse sistema tem se mostrado
eficaz na recuperação de áreas degradadas, promovendo uma
diversificação biológica e aumentando a fertilidade do solo (Garrity et al.,
2010).
2. Silvipastoris: Para a manutenção da qualidade do solo e a produção de
alimentos. Esse sistema, tem o componente animal como chave, em
interação com árvores, arbustos e herbáceas, geralmente em pastos, ou
que forneçam forragem no cocho (Lobô et al. 2021).
3. ILPF – Integração Lavoura Pecuária e Floresta: Geralmente são
compostos por uma espécie arbórea incluindo eucalipto (Eucalyptus
spp.), teca (Tectona grandis), mogno africano (Khaya senegalensis),
entre outras, plantadas em fileiras ou amplamente espaçadas e, nas
entrelinhas, grãos e gramíneas para bovinos (Lobô et al. 2021).
4. Técnicas de Plantio Direto: A prática do plantio direto é muito bem-vista,
pois minimiza a perturbação do solo, de forma que, reduz os efeitos
erosivos e aumenta a retenção de água, sendo utilizada na recuperação
de áreas degradadas para restabelecer a vegetação (Derpsch et al.,
2017).
5. Bioengenharia: O uso de técnicas de bioengenharia, como a
bioengenharia de taludes, emprega à algumas espécies vegetais, para
que se estabilize encostas, além de prevenir a erosão do solo em áreas
degradadas (Abbas et al., 2021).
Considerações Finais
As espécies vegetais desempenham papel importante na
recuperação de áreas degradadas, ofertando soluções eficazes para que seja
restaurado ecossistemas destruídos.
A diversidade de espécies e o emprego de diferentes sistemas de
cultivo e tecnologias se tornam fundamentais, para que seja promovida uma
recuperação sustentável desses ambientes.
Referências

Abbas, T., Hussain, M., Adrees, M. et al. (2021). Eco-engineering: a nature-


based solution for soil erosion control and land reclamation. Environmental
Science and Pollution Research, 28(40), 56436-56456.

Bertoni, F., Carvalho, J. L. N., & Rossi, L. C. (2020).Uso de espécies arbóreas


na recuperação de áreas degradadas: revisão sistemática de literatura. Revista
Árvore, 44, e440106.

Derpsch, R., Friedrich, T., Kassam, A., & Hongwen, L. (2017). Current status of
adoption of no-till farming in the world and some of its main benefits.
International Journal of Agricultural and Biological Engineering, 10(4), 17-26.
FAO. (2017). Restoration of Degraded Lands in Latin America and the
Caribbean. Disponível em: http://www.fao.org/documents/card/en/c/9b38b4d2-
6064-41df-ae12-d0e53ba4fe63/

Garrity, D. P., Akinnifesi, F. K., Ajayi, O. C., & Weldesemayat, S. G. (2010).


Evergreen Agriculture: A robust approach to sustainable food security in Africa.
Food Security, 2(3), 197-214.

Silva, F. C., Souza, L. S. M., Pereira, J. R., & Piotto, F. A. (2019). Espécies
vegetais lenhosas para recuperação de áreas degradadas: uma revisão.
Revista Brasileira de Biociências, 17(1), 124-134.

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