ANÁLISE DA ÁREA DE RECUPERAÇÃO

AMBIENTAL DO GARIMPO SANTA RITA

ANDARAÍ – BA1
Ákila Soares de Britto2, Marjorie Cseko Nolasco3
RESUMO: O acompanhamento do Plano de recuperação de áreas degrada (Prad) existente, é
de suma importância para a avaliação da mitigação dos impactos ambientais causados pelo
garimpo, especialmente nesta região que é local de nascentes, dentre elas a do Rio Paraguaçu,
um dos mais importantes da região. Neste trabalho foram utilizados processos comparativos
entre áreas próximas, apesar de distintas (pasto, mata, área de recuperação e garimpo) e como
objeto desta comparação: amostras de solo superficial (primeiros 5 cm) coletadas em julho
2013, registros fotográficos temporais (julho de 2013, agosto de 2014 e junho de 2015) para
comparação da área de recuperação com a identificação de rastros de animais e de forrageio.
As amostras de solos foram processadas para analise granulométrica e as frações observadas
em lupa binocular, para identificação da presença de sementes. Os dados obtidos foram
analisados e os solos apresentaram sementes em percentuais diversos, mostrando potencial de
recuperação da biodiversidade vegetal. Os dados temporais demonstraram um adensamento
da vegetação e a presença de rastros de animais e forrageio na área.

PALAVRAS-CHAVE: Recuperação de Área Degradada. Garimpagem. Ação Antrópica.

INTRODUÇÃO região caracterizada pela realização da

extração de diamante e fica localizada a 10
Os atos degradantes causados pela ação km do PNCD se enquadrando às exigências
antrópica dos garimpeiros nas proximidades referentes à Portaria do Departamento
do Parque Nacional da Chapada Nacional de Produção Mineral (DNPM) nº
Diamantina (PNCD) são fatores que 178/2004 (BRASIL, 2004) e no Decreto nº
pressionaram a criação do mesmo para 97.632/1989 (BRASIL, 1989). Supridas
proteção e preservação da biodiversidade todas as exigências legais, o Plano de
presente e futura da região, a criação do recuperação de áreas degrada (Prad)
PNCD foi legitimada pelo Decreto existente na Coogan é posto em prática para
91.655/95 (BRASIL, 1985). Assim sendo a manutenção e mitigação dos impactos
uma unidade de conservação de proteção ambientais causados pelo garimpo, desde
integral, liberado apenas o uso indireto dos que seja executado com responsabilidade
recursos naturais contidos no PNCD, com o social, estando sempre presentes os
principal objetivo da manutenção e preceitos do desenvolvimento sustentável,
preservação do ecossistema (BRASIL, assim proporcionando um meio ambiente
2000). adequado preservando espécies nativas da
O Garimpo de Santa Rita está localizado no região para as futuras gerações que estão
município de Andaraí, Bahia, sendo por vir. (SILVA, 2007)
gerenciado pela Cooperativa dos O Objetivo deste trabalho foi monitorar
Garimpeiros de Andaraí (Googan), é uma alguns aspectos da aplicação do PRAD e,
1
Artigo elaborado a partir do relatório de iniciação científica no Laboratório de Estudo de Impacto Ambiental
(LEIA), financiada pela instituição de apoio a pesquisa - FAPESB no ano de 2014.
2
Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS akilasbritto@hotmail.com
3
Profª Drª da Área de Geociências na graduação e no Programa de Pós Graduação em Modelagem da
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, Coordenadora do Posto Avançado da UEFS em Lençóis –
BA mcn@uefs.br

observar se é ou não possível a recuperação
desta área de mineração, contribuindo para
a análise real da recuperação desta
atividade.
REFERENCIAL TEÓRICO
A fim de promover a discursão acerca da
recuperação ambiental, em especial, nos
ambientes degradados, em função das
atividades extrativas da garimpagem, a
partir de um elemento conhecido como
bioindicadores, sendo estes na forma animal
ou vegetal.
Deste modo, é preciso compreender
conceitos chaves referentes a discussão
proposta e as dinâmicas existentes no
âmbito acadêmico com base na temática
trabalhada. Nessa perspectiva, inicia-se uma
discussão sobre os conceitos de: Área
Degradada, Bioindicadores, Banco de
Sementes, Monitoramento Ambiental e
Processo de Garimpagem. Sendo os três
primeiros os conceitos centrais da pesquisa.
ÁREA DEGRADADA
O que seria uma área degradada em um
contexto amplo de ciências e sistemas que
definem a sua própria vontade e proveito,
para o Governo Federal área degradada é a
área que sofreu dano ambiental com
consequente perda ou decaimento de
alguma de suas características como
qualidade e capacidade produtiva dos
recursos ambientais (BRASIL, 1989).
Assim sendo, toda a área que sofre uma
alteração de proporções que a impeça de
produzir ou de se recuperar naturalmente é
considerada como uma área que foi, é ou
está sendo degradada.
Com a finalidade de restaurar suas
composições físicas, químicas e biológicas
bem como permitir sua sustentabilidade e
capacidade de manutenção das funções
ambientais é que se propõe a recuperação
de área degradada (JORDAN et al., 1990).
Um dos agentes de grande influência na
formação ou potencialização desta ação de
degradação são as atividades antrópicas,
2
que quando desenvolvidas
desordenadamente, sem tomar em
consideração aspectos conservacionais,
acarretam a degradação dos ecossistemas,
esse desequilíbrio causando aos
ecossistemas pela ação degradante pelo
homem ou impulsionada por ele gera
efeitos deletério não só a natureza, mas para
a sociedade que ali está inserida, estes
efeitos (deslizamentos, enchentes,
processos erosivos acelerados e as áreas de
empréstimo) são evidências do uso
inapropriado dos recursos naturais.
(VALCARCEL, 1999)
A avaliação da extensão de áreas
degradadas é um processo complexo, pois o
conceito de solo degradado não está
claramente definido. [...] um ecossistema
degradado é aquele que após distúrbios,
teve eliminado, com a vegetação, os seus
meios de regeneração biótica. (FERREIRA,
2007)
De acordo com Aquino (2012), área
degradada pode ser conceituada como um
ambiente modificado por uma obra de
engenharia ou submetido a processos
erosivos intensos que alteraram suas
características originais, além do limite de
recuperação natural dos solos, exigindo
assim, a intervenção do homem para sua
recuperação. Recuperação esta por conta de
suas próprias ações que intensificaram os
processos que pré-existentes naquela
localidade, o homem é responsável por
degradar e recuperar o ambiente em que
vive.
BIOINDICADORES
O monitoramento de determinados grupos
os quais são utilizados como indicadores de
toda uma comunidade, são chamados de
bioindicadores. Dentre eles os insetos
possuem atributos desejáveis por
apresentarem uma grande diversidade de
espécies, com grande afinidade ecológica,
são facilmente coletáveis em grande
quantidade e funcionalmente importante no
ecossistema (BROWN, 1991). A utilização
de insetos como elementos bioindicadores,

favorece a especificação das informações
obtidas pela sensibilidade da relação dos
insetos com as alterações da flora local,
insetos característicos ou endêmicos de
vegetações ou regiões são de grande
relevância para indicar positividade ou
negatividade no aspecto recuperação de
uma área degradada.
Para Allaby, (1992); Wink, (2005) e Ré,
(2007), bioindicadores são espécies que
podem ter uma amplitude estreita a respeito
de um ou mais fatores ecológicos, e quando
presentes, podem indicar uma condição
ambiental particular ou estabelecida. Neste
caso ação de resposta a sensibilidade ao
excesso ou escasseeis de elementos
ecológicos, como espécies vegetais e
condições do solo. Características como
densidade e diversidade de populações de
bioindicadores podem demonstrar as
condições de um solo, seus níveis de
equilíbrio ou perturbação. (ROVEDDER,
2009)
BANCO DE SEMENTES
Apoiado em Pessoa (2007) que se baseia
em (THOMPSON & GRIME 1979;
ROBERTS, 1981; BAKER, 1989;
CAETANO, 2001), em que o termo
“banco” de sementes é adotado para
designar as reservas de sementes viáveis no
solo, em profundidade e na sua superfície, o
“banco” ou reserva de sementes é uma
agregação de sementes não germinadas,
mas, potencialmente capazes de substituir
plantas adultas anuais que desapareceram
por causa natural ou não, ou perenes,
susceptíveis a doenças, distúrbios ou
consumo por animais.
Assim como (HARPER, 1977; FENNER,
1985; RODRIGUES e GANDOLFI, 1998;
MARTINS, 2001) Martins (2008) afirma
que o banco de sementes é constituído tanto
por sementes produzidas em determinada
área quanto por aquelas transportadas de
outros locais, sendo esses viáveis, em
estado de dormência real ou impostos,
presentes na superfície ou no interior do
solo [...] Nesse contexto, o banco de
3
sementes do solo, considerando-se sua
composição florística e densidade, pode ser
um bom indicador para a restauração de
ecossistemas. Com base da capacidade de
recuperação do próprio ambiente.
O banco de sementes do solo é um depósito
com elevada densidade de sementes em
estado de latência, armazenando
principalmente espécies pioneiras.
(GONÇALVES et al., 2011). Estas irão
começar a preparar o terreno para facilitar o
acesso às outras diversas sementes
incluindo as de arvores de grande porte.
MONITORAMENTO AMBIENTAL
É o processo de coleta de dados, estudo e
acompanhamento contínuo e sistemático
das variáveis ambientais, com finalidade de
verificar se determinados impactos
ambientais estão ocorrendo, podendo ser
dimensionada sua magnitude e avaliar a
eficiência de possíveis medidas preventivas
(BITAR e ORTEGA, 1998).
Considerado como um importante
instrumento de gerenciamento ambiental
utilizado pela indústria de mineração, o
monitoramento ambiental consiste no
acompanhamento continuo e sistemático de
variações temporais e espaciais dos
parâmetros ou variáveis ambientais, ao
longo e após a vida útil dos projetos. Tendo
objetivo de localizar e avaliar
qualitativamente e quantitativamente, as
condições dos recursos naturais em um
determinado local e momento. (BRANDI,
1994; CAVALCANTI, 2002, OGLIARI,
2005; Ré, 2007)
METODOLOGIA
Os processos metódologicos são
importantes em uma investigação, pois
permitem sistematizar um plano de ação,
com base em uma metodologia pré-
existente, norteando as ações de pesquisa de
dados secundários em gabinete e da coleta
de dados primários em campo
A partir dessa ótica utilizou-se o método
comparativo como procedimental, pois

permite junto aos dados coletados durante a
pesquisa: Sedimentos, Insetos, fotografias e
análise documental, traçar uma comparação
entre as variáveis e estudar semelhanças e
diferenças a fim de explicar as
especificidades.
Para a realização da pesquisa, fôra efetuada
a consolidação de uma base teórica,
embasada na leitura de Livros, Leis, Planos,
Projetos, Pesquisas, dissertações e teses,
que ofereceram os elementos teóricos e
conceituais necessários ao embasamento da
pesquisa como, Área Degradada,
Bioindicadores e Banco de Sementes, para
assim, apresentar um parecer da Área de
Recuperação do Garimpo Santa Rita em
Andaraí-BA.
Além disso, buscou-se um conjunto de
dados secundários coletados em gabinete
referentes a imagens de satélite
(Landsat/Copernicus) da área do garimpo,
através da ferramenta Google Earth
(2017/2018). Esta etapa auxiliou no
processo de avaliação e na espacialização
dos dados posteriormente coletados.
Foram avaliados 3 parâmetros, por
comparação em quatro áreas, mata, área de
recuperação, pasto e garimpo com sete
pontos de coletas na forma de triângulo
partindo da base da direita para esquerda os
pontos 1, 2 e 3 seguidos no centro da
esquerda para direita os pontos 4, 5 e 6 e no
topo o ponto 7 (FIGURA 1):
1) insetos – destacando os bioindicadores
coletados em armadilhas do tipo pit fall
com 4 iscas (carne podre, fezes humanas,
mel e frutas) (Maia e Nolasco, 2014);
2) sementes e Sedimento superficial por
granulometria, segundo metodologia de
Suguio (1980). Este material foi quarteado,
peneirado e lavado, separando as amostras
analisadas em lupa binocular de Mesa
ZEISS Modelo STEMI DV4, para
contagem de sementes no método de 300
grãos, em cada ponto para caracterizar a
área.
3) Seguido do registro fotográfico com a
câmera SONY CYBER SHOT DSC-H9 dos
rastros de animais encontrados em campo,
as fotos dos rastros dos animais de maior
4
porte foram encaminhadas para a
identificação pelo Museu de Zoologia da
Universidade Estadual de Feira de Santana
(UEFS).
Também fora registrado fotograficamente,
com a câmera SONY CYBER SHOT DSC-
H9 a área em recuperação para uma
comparação visual do seu desenvolvimento
em três meses diferentes da mesma estação
climática (inverno) em anos diferentes
((julho de 2013, agosto de 2014 e junho de
2015).
FIGURA 1
ESQUEMA DOS PONTOS DE COLETA
Elaboração Samadhi Gil, 2013
RESULTADOS
O Garimpo Santa Rita localiza-se entre os
Municípios de Andaraí e Nova Redenção na
Chapada Diamantina que encontra-se na
Serra do Sincorá, um planalto de estruturas
dobradas e horizontais cuja rede de
drenagem é constituída por afluentes do Rio
Paraguaçu. Um mosaico vegetacional que
inclui cerrados, campos rupestres, florestas
e caatingas de clima variando do úmido ao
sub-úmido. Sua principal atividade
econômica é historicamente o garimpo de
diamantes, caso do Garimpo Santa Rita.
(MAPA 1)
MAPA 1
LOCALIZAÇÃO DO GARIMPO SANTA RITA
SITUADO ENTRE ANDARAÍ E NOVA
REDENÇÃO, NO ESTADO DA BAHIA,
 5

BRASIL - 2015. Os registros dos rastros de animais de porte

maior foram representados em 2 (FOTOS 1
e 2) e 3 registros da área em recuperação
para comparação. Foram registrados fotos
que demonstram que a área de recuperação
está sendo usada como forrageio (FOTOS 3
e 4).

Elaboração: Ákila Soares de Britto -2018

A área da Cooperativa de garimpeiros a
Coogan, atualmente composta por dois
garimpos um destes o Garimpo Santa Rita,
não ultrapassa duas dezenas de hectares,
tem configuração plana, com espelhos
d’água a superfície, situada sobre um canal
fluvial intermitente, recoberta por mata
secundária, resultado de processos de
recuperação diversos, tanto de
desmatamentos históricos do garimpo
tradicional, como de atividades
agropecuárias, atividade dos atuais
superficiários. Apresenta solo areno-
argiloso, estrutura sedimentar típica de
depósitos fluviais com diversos níveis de Foto 1: Rastro de animal não identificado I.
cascalho de fundo de canal fluvial, objetivo Fonte: Fotografia de Thomas Maia (ago. 2014)
da garimpagem, onde são encontrados os
diamantes.
Os insetos bioindicadores foram
examinados em outro trabalho, sendo das
centenas de insetos capturados, 110 eram
bioindicadores, divididos por área de coleta.
Destes 96 Coleopteras, separados em 2
famílias, 6 Orthopteras e 8 Hymenoptera
ambos de uma única família (TABELA 1).

TABELA 1
DISTRIBUIÇÃO DE INSETOS
POR ÁREA DE COLETA
Foto 2: Rastro de animal não identificado II.
FAMÍLIAS/ÁREAS AR* G P M Fonte: Fotografia de Ákila Britto (jun. 2015).
Coleoptera Sthaphylinidae 5 14 53 12
Coleptera Curculionidae 11 1 0 0
Hymenoptera Formicidae 0 0 7 1
Orthoptera Gryllidae 2 4 0 0
Elaboração: Ákila Soares de Britto – 2015.
*AR – Área de Recuperação, G – Garimpo, P –
Pasto, M – Mata.
 6

recuperação da área com uma formatação o

mais próxima possível da anterior (FOTOS
5, 6 e 7).

Foto 3: Registro de forrageio de fruto I.

Fonte: Fotografia de Thomas Maia (ago. 2014)

Foto 5: Área de recuperação ambiental do

Garimpo Santa Rita I
Fonte: Fotografia de Samadhi Gil (jul. 2013)

Foto 4: Registro de forrageio de fruto II.

Fonte: Fotografia de Ákila Britto (jun. 2015)

A estimativa dos impactos ambientais

causados pelo garimpo e o monitoramento
da área de recuperação é resultado de uma
série de informações coletadas. Os dados
parciais de informações adquiridas até o
momento são de caráter biológico
comparativo e fotográfico temporal entre
áreas próximas do garimpo de Santa Rita, Foto 6: Área de recuperação ambiental do
porém distintas. Garimpo Santa Rita II
Como parte do processo de garimpagem, o Fonte: Fotografia de Thomas Maia (ago. 2014)
decapeamento da área de forma aleatória
(sem um controle das espécies nativas)
pode acarretar no processo de recuperação
uma falha, na diminuição das espécies
nativas, e na inserção (por mudas) de
espécies de fora ou vegetação oportunista,
impossibilitando assim a implantação e
 7

e secagem da amostra em temperatura

ambiente para inicialização do processo de
peneiramento onde a amostra era separada
segundo a classificação das peneiras
trabalhadas, pesadas e preparadas para
análise em lupa para contagem de sementes
e fragmentos de sementes nas frações de 8 a
0,5 mm.
Após a contagem as sementes e fragmentos
foram separados e colados em papel
ÁREAS/
M P G AR
Foto 7: Área de recuperação ambiental do FRAÇÕES
Garimpo Santa Rita III 8mm 0 0 0 0
Fonte: Fotografia de Ákila Britto (jun. 2015) 4mm 0 0 0 0
2mm 10 1 1 1
Os dados coletados em junho de 2015 1mm 94 44 5 4
mostram uma melhora visual no aumento 0,5mm 56 30 13 0
da vegetação e adensamento da área de TOTAL
recuperação e a presença da frequência de 161/11 75/5 19/2 5/3
/TIPOS
animais na área, identificado pelo registro milímetrado para dimensionamento escalar
de rastros e de que é um local de forrageio, (FOTO 8), em conjunto efetuada a
mostrando que a frequência de animais separação da mateia orgânica “estranha”
forrageando na área pode auxiliar na (tudo que não era folha, caule ou raiz)
dispersão de sementes e reflorestamento da como: restos de insetos, conchas e outros
mesma. materiais não identificados (FOTO 9).
O estudo da granulometria dos sedimentos
constitui a base para a descrição precisa do
mesmo, a distribuição granulométrica pode
trazer características deposicionais dos
sedimentos de acordo com o ambiente,
assim como fornece informações sobre os Foto 8: Sementes separadas em papel
processos físicos atuantes durante a milímetrado.
sedimentação; e pode estar relacionada a Fonte: Ákila Soares de Britto - 2015
outros parâmetros, como a permeabilidade,
e modificações desses parâmetros podem
ser previstas da variação granulométrica.
O processo de lavagem em busca do
diamante, faz com que fosse carreado para
fora do sistema, material na faixa Foto 9: Matéria orgânica “estranha” Concha,
granulométrica da areia, com isso os perna e pinça.
Fonte: Ákila Soares de Britto - 2015
espaços vagos onde se encontrava esse
material seja preenchido pelo silte e argila, No processo de recobertura e encerramento
diminuindo a porosidade do solo e sua de uma catra todo o material retirado e
capacidade de infiltração e escoamento. remexido acaba sendo misturado o que vai
Foram trabalhadas 7 amostras por ponto aumentar a dispersão de sementes no
sendo 4 pontos totalizando 28 amostras de “banco de sementes” em questões de
sedimentos e 12 armadilhas. As amostras profundidade no solo dificultando o seu
foram preparados para a contagem através germinar.
do processo de quartil da amostra seguida A presença das sementes por si só não
da lavagem para retirada do silte e da argila demonstram comparativamente uma

melhora na área em recuperação quando
falamos em termos quantitativamente na
questão da quantidade de sementes
encontradas em cada área, mas em termos
de qualidade, referindo-se variedade, a área
em recuperação demonstra uma melhora
positiva se comparado com a área de
garimpo que mesmo com um valor elevado
de sementes apenas dois tipos de sementes
foram encontrados (esta que podem ser
espécies pioneiras no processo de
revegetação, como as gramíneas e outras
espécies) e na área de recuperação mesmo
com poucas sementes possuiu uma
variabilidade maior que 50% do total de
sementes encontradas na área (TABELA 2).
TABELA 2
DADOS QUANTITATIVOS DE SEMENTES E
FRAGMENTOS DE SEMENTES NAS ÁREAS
DE COLETA.
Elaboração: Ákila Soares de Britto – 2015.
GRÁFICO 1
SEMENTES E FRAGMENTOS NAS ÁREAS
DE COLETA.
180 161
160
140
120
100
75
80
60
40 19
20
0
Mata Pasto Garimpo A. Recuperação
Sementes e Fragmentos
Elaboração: Ákila Soares de Britto – 2015.
MAPA 2
INTERPOLAÇÃO DE SEMENTES E
FRAGMENTOS NAS ÁREAS DE COLETA -
2015.
Elaboração: Ákila Soares de Britto - 2018
8
Já que os dados mostram uma discrepância
no número de sementes, exceto pelo
número expressivo de sementes encontradas
na área do garimpo. Este resultado pode ser
explicado pela grande movimentação do
solo que ocorre frequentemente nessa área
podendo assim trazer a superfícies sementes
adormecidas que se encontravam em
profundidade ou pela ação de elementos
dispersores.
CONCLUSÕES
Os resultados comparativos das áreas,
utilizado a análise de sementes mesmo que
indicando dois resultados quantitativo e
qualitativo pela quantidade e diversidade de
sementes ali encontradas que demonstram
uma quantidade de sementes insuficientes,
mas ao mesmo tempo uma relação de
contato e troca de sementes entre as áreas
em especial a mata secundária com a em
recuperação, ainda assim estes resultados
não sustentam uma fundamentação para
confirmar que a área está em recuperação
positiva do seu banco de sementes, sendo
necessária uma nova coleta para
comparação da quantidade e diversidade de
sementes encontradas em cada área após a
inicialização da pesquisa para a fim de
5
notar um crescimento ou estagnação dos
resultados esperados.
O ato de restringir a entrada de certos
animais e um controle de mudas na área
evita que outras vegetações tomem posse do
território, além de controle do
desenvolvimento das atividades que o
compõem. Favorecendo a entrada de
pequenos animais e aves que irão fazer a
troca e o transporte das sementes das áreas
de interesse, e os de grande porte como
gado, cavalo e outros pertencentes à área de
pasto sendo restringido evita assim o
transporte de sementes de gramíneas para a
área de recuperação.
Mudando o foco para os dados fotográficos
que mostra uma área que vem se
reestabelecendo pelo adensamento da
vegetação e presença de animais de médio

porte e do forrageio de aves que
proporcionam a dispersão de sementes.
A pontando em direção à recuperação
positiva é necessária à continuação destes
estudos e acompanhamento, para podermos
afirmar a recuperação total da área ou não.
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BRASIL. Lei n° 9.985, de 18 de julho de
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 10

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