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patrimônio natural. Nestas áreas, a fauna e a flora são conservadas assim como os processos
ecológicos que regem os ecossistemas, garantindo a manutenção do estoque da biodiversidade
(Ibama,2003). Conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), entende-se
Unidade de Conservação como o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (MMA, 2002). Entre os
objetivos do Snuc, destacam-se: A degradação de uma área ocorre quando a vegetação nativa
e a fauna são destruídas, removidas ou expulsas; a camada fértil do solo é
C-D#
+(( I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no
território nacional e nas águas jurisdicionais; III - contribuir para a preservação e a restauração
da diversidade de ecossistemas naturais; e IX - recuperar ou restaurar ecossistemas
degradados. 26
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% / 28 paisagem, mas tentar recompor o ambiente com suas características o mais próximo
possível do original. O principal limitante neste caso é que não há horizonte de solo orgânico,
muitas vezes o material é quase inerte, dificultando em muito a recomposição. Será necessário,
então, iniciar a recomposição buscando criar um novo solo, capaz de suportar os ecossistemas
originais. Também pode haver necessidade de ações de descompactação, de modo a reduzir o
risco de limitação ao desenvolvimento das espécies vegetais de interesse. Sua integração à
paisagem local será mais lenta e difícil. b) Com pequena alteração/remoção do solo. Neste caso
a diferença topográfica tenderá a ficar pouco perceptível, mas haverá a necessidade
normalmente de realizar a descompactação do solo e implantar medidas que visem à melhoria
das condições de solo de modo que este suporte os ambientes originais. c) Com as
características originais de relevo, mas solo degradado. Neste caso, muitas vezes poderão não
serem necessárias ações intensivas de melhoria das condições nutricionais do solo, mas sim
corrigir problemas de acidez ou relativo à limitação de matéria orgânica. Pode requerer,
entretanto, conforme o contexto, que se faça o controle do banco de sementes de espécies
exóticas, bem como de espécies invasoras, entre outras ações. d) Com vegetação nativa, mas
em estágio inicial de regeneração secundária. Em geral, não será mais necessário recompor o
solo, mas pode ser preciso plantar espécies pioneiras ou secundárias do ambiente de interesse,
como forma de acelerar a regeneração. Já no caso de áreas com histórico de degradação mais
acentuada, que apresentam as características de sucessão inicial há muito tempo, ou seja, que
se encontram estagnadas, poderá ser necessário adotar também medidas mais intensivas de
recomposição de solo. e) Com vegetação nativa, mas em estágio médio de regeneração
secundária. Neste contexto, seria importante verificar a composição florística e a regeneração
no sub-bosque para identificar a ocorrência ou não de espécies secundárias ou climácicas
específicas, e caso necessário, serem promovidos plantios de adensamento das espécies
desejadas. Para todos os casos citados anteriormente, a revegetação é a técnica mais
empregada como etapa primordial para a recuperação ambiental.
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% /29 Em geral, utiliza-se espécies herbáceas e arbóreas. Em áreas com menor grau de
degradação, tem sido recomendado o uso de serapilheira do entorno, visando à proteção,
adubação e até como medida de agregação de sementes de espécies nativas no solo. No caso
de áreas com maior grau de degradação, são necessárias ações mais intensivas e complexas,
envolvendo a coleta de amostras, a análise de características físico-químicas dos solos e a
promoção da correção específica para cada caso. A germinação e o crescimento das plantas
dependem do estabelecimento de condições apropriadas, definidas por técnicas agronômicas.
A aplicação de formulados à base de nitrogênio-fósforopotássio (NPK) e de um suplemento
adequado de micronutrientes, na composição e proporção indicada por uma análise química
do material a ser recoberto pela revegetação, garantem o desenvolvimento adequado das
plantas (Williams, 1991). O uso de espécies forrageiras (pastagens), para recuperar áreas
degradadas, tem sido motivo de diversos estudos. Nesses trabalhos, demonstra-se que as
forrageiras são uma forma racional de conservação e recuperação dos solos degradados, pois
proporcionam rápida e ampla cobertura do solo, protegem-no contra o impacto da chuva,
evitam a desagregação superficial e atenuam o fenômeno da erosão. Além disso, o
estabelecimento das raízes aumenta a porosidade da subsuperficie do solo, o que contribui
para a infiltração da água (Lucchesi et al.,1992). Vale destacar que as gramíneas são de extrema
importância no controle inicial da erosão, devido ao rápido crescimento e sistema radicular
abundante. A falta de sementes e ausência de conhecimentos sobre a adequação das espécies,
entretanto, além dos problemas de germinação, têm desencorajado o uso das gramíneas
nativas. Apesar de mais exigentes quanto à fertilidade, sobretudo em elementos como cálcio e
fósforo, as espécies leguminosas são recomendadas devido à capacidade em fixar o nitrogênio
da atmosfera (Williams, op. cit.). Além da melhoria da condição física, as espécies forrageiras
interferem em aspectos químicos dos solos degradados. Lucchesi et al. (1992) citam trabalhos
por meio dos quais foram observados aumentos nos teores de matéria orgânica dos solos
cultivados com pastagens. Citam ainda a importância do uso de consórcios de gramíneas e
leguminosas, sendo que a função das primeiras é promover uma rápida e densa cobertura do
solo, e das segundas é manter a suplementação adequada de nitrogênio no solo,
disponibilizando-o às plantas com as quais estão consorciadas.
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