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Restauração florestal

da Caatinga
Equipe: Wistênio Luan,Cristina Torres e Ana Gislaine.
Introdução:
➔ A caatinga é u m bioma exclusivamente brasileiro que está concentrado
na região nordeste do país e está intimamente ligado ao clima semiárido.

➔ A devastação do bioma caatinga vem se tornando


cada vez mais intensa ao passar dos anos.
Portanto,ações de recomposição se fazem cada vez
mais urgentes a fim de revertermos esse cenário.

mapa da abrangência
do bioma caatinga
Conceitos ecológicos importantes para a
Restauração:
➔ Sucessão ecológica: é a evolução do ecossistema indo desde as
primeiras
formas de vida que se estabelecem até atingir o máximo de equilíbrio.
Quando ocorre a sucessão ecológica?
➔ Ocorre quando u m ambiente está começando a ser
colonizado ou
quando acontece alguma perturbação e m u m ambiente estável.
Quais são os tipos de
perturbações?
➜ Perturbação natural: está relacionada a um a
causa natural,como
por exemplo: a queda de u m a árvore no meio da floresta.
Quais são os tipos de perturbações?
➜ Perturbação humana: está relacionada as ações humanas
negativas sobre o
meio ambiente,como por exemplo: a queimada de u m a floresta para
agropecuária.


Espécies pioneiras:
➜ refere-se as espécies vegetais que podem
colonizar ecossistemas inóspitos
para outras espécies de plantas,em que as condições são pouco favoráveis
para a sobrevivência. Elas são capazes de se manterem perfeitamente
desenvolvidas e m locais com poucos nutrientes e água.

Exemplo: Sabiá - Mimosa caesalpiniifolia


Espécies não pioneiras:
➜ refere-se as espécies vegetais que surgem após o estabelecimento das
espécies pioneiras,pois elas precisam de ambientes mais confortáveis
para
seu desenvolvimento inicial,com menor incidência do sol e solos melhores
e m nutrientes e estruturas.

Exemplo: Catingueira - Caelsapinia pyramidalis


Leguminosa nodulífera:
➜ São chamadas de leguminosas as espécies da família
botânica das Leguminosae e,geralmente,a vagem é o seu fruto.

➜ São chamadas de nodulíferas as espécies de leguminosas que produzem


nódulos nas suas raízes,esses nódulos são colonizados por bactérias benéficas
que liberam para as plantas o nutriente nitrogênio,aumentando a fertilidade
do
solo.

Exemplo:
nódulos nas
raízes do feijão
(Leguminosa)
Tipos de recomposição da área:
➜ Ação de restauração da área: a intenção é o reestabelecimento do
equilíbrio da área de forma que ela fique similar a área que existia antes de
ser degradada/perturbada.
Tipos de recomposição da área:
➜ Ação de recuperação da área: a intenção é reverter u m quadro de
degradação para a condição não degradada independentemente d a
forma o u
função original.
Ações de Restauração Florestal da Caatinga:
➜ Após a escolha do tipo de ação que será executado na área (que nesse caso
é a de restauração),o primeiro passo é realizar u m diagnóstico ambiental da
área a ser restaurada e do seu entorno,pois isso possibilitará a tomada das
melhores decisões sobre qual modelo de restauração será implantado:

↳ Quais espécies serão plantadas?


↳ Quais espaçamentos serão usados?
↳ Será necessário adubar ou realizar outro tipo
de intervenção na recuperação do solo?
Diagnóstico Ambiental:
➜ É o processo de caracterização de u m a área ou u m a
paisagem,identificando-se características de solo,vegetação
presente,fauna,flora,corpos d'água,relevo,clima,níveis de
perturbação e contaminação,histórico de uso,ocorrência ou
não
de fragmentos nativos nas proximidades,entre outros.
Situação 1 - Área com presença de fragmento nativo
próximo:
↳ Espécies: Quando houver vegetação e m b o m estado de conservação pode
ser usado u m m enor núm ero de espécies,porém d e v e m ser priorizadas as
espécies que produzem frutos atrativos para as aves,morcegos e outros
animais. C o m a circulação desses animais a procura de alimento e
abrigo,mais
sementes são trazidas das áreas vizinhas pelas fezes ou m e s m o no
bico/boca,potencializando dessa forma a restauração da área.

Corrupião,
e x e m pl o
d e espécie
atrativa da
fauna
↳ Espaçamentos: nessa situação,deve-se adotar espaçamentos mais
adensados no intuito de criar u m microclima mais favorável entre as
mudas plantadas,pois a caatinga possui restrições hídricas e intensa
evaporação,logo,pouca água se acumula no solo.

Exemplo: Núcleo de 5 plantas com 0,5m entre plantas dentro do núcleo


Situação 2 - Área sem fragmentos nativos nas
proximidades: ↳ Quando a área está muito distante de
fragmentos de vegetação
conservados,o ideal é que seja inserido o maior número de espécies de
diferentes grupos ecológicos,a fim de potencializar a recuperação dessa
área.
↳ Caso a área esteja muito degradada c o m solo exposto,a
restauração pode ser dividida e m duas etapas:
↳ Primeira Etapa: deve-se realizar o plantio do máximo de leguminosas
nodulíferas e t a m b é m de espécies que propiciem rapidamente a cobertura do
solo tanto e m termos de sombra quanto e m serapilheira para proteger o solo
do impacto das chuvas e diminuir a perda de solo por erosões.

Exemplo: Mufumbo -
C o m b re t u m Leprosum
é u m a planta capaz de
sobreviver e m condições
e x t re m a s .
↳ Segunda Etapa: deve-se iniciar essa etapa somente após o
estabelecimento
das espécies da primeira etapa,pois u m ambiente mais favorável já teria sido
criado. Nessa etapa,deve ser feito o plantio de espécies pioneiras mais
sensíveis,espécies e m extinção e principalmente as não pioneiras,pois elas
aumentarão a diversidade da área.

Exemplo:
Jatobá -
Hy m e naea
courbaril
↳ Espaçamentos: nessa situação,deve-se adotar
espaçamentos que priorizem a cobertura mais
uniforme da
área.
Distribuição dos grupos de espécies no espaçamento 2 x 2 m
Serapilheira:
↳ É a camada formada pela queda e
acúmulo de matéria orgânica morta
(folhas,ramos,resíduos animais,etc) e m diferentes estágios de
decomposição que cobre superficialmente o solo. É a principal via de
retorno de nutrientes ao solo.
Origem das mudas nativas:
↳ As mudas nativas a serem plantadas na área e modelo de plantio
selecionado devem ser compostas por material genético c o m o
máximo de variabilidade genética possível,já que a finalidade do
plantio é a restauração.

↳ Essa preocupação c o m a origem das mudas é altamente necessária, já


que a utilização de mudas com baixa variabilidade genética, ou mesmo
oriunda de u m a única árvore pode inviabilizar completamente a
restauração
realizada a curto, médio ou longo prazo, independente da técnica
empregada. N ã o sa be m os se as m u d a s resistentes a determinada praga o u
doença que possa vir a atacar o povoamento são as oriundas de árvores
c o m tronco grosso e reto ou aquelas de troncos finos e tortuosos.
↳ Mudas oriunda de u m a única árvore, por exemplo, pode apresentar
anomalias advindas do auto-cruzamento que pode se expressar ainda na fase
de m u d a ou e m fase adulta. U m a restauração c o m árvores irmãs gerará frutos
c o m material genético da m e s m a família que serão dispersos naquela área e
ao longo do tempo diminuirá cada vez mais a variabilidade genética podendo
aparecer cada vez mais problemas, correndo o risco daquele povoamento não
se auto-renovar e m longo prazo e a restauração realizada perecer.

Muda de catingueira (Caelsapinia pyramidalis) apresentando anomalias


possivelmente advindas d a baixa
variabilidade do material genético.
↳ Além disso, é preciso estar atento para as mudanças climáticas que
v e m ocorrendo aceleradamente. S e plantarmos m uda s advindas de
várias matrizes algumas dessas p o d e m ser resistentes a mudanças
bruscas que venha a ocorrer na temperatura, por exemplo, e
repassado
essa característica aos seus filhos.

Exemplo de variabilidade genética


em indivíduos de Jucá (Caesalpinia
ferrea var. ferrea) expressa nas
diferentes arquiteturas d o tronco.
Técnicas de plantio favoráveis na
Caatinga:
↳ As mudas devem ser plantadas logo após o início do período
chuvoso, que na Caatinga ocorrem entre meados de fevereiro e início
de março. As covas que receberão as mudas devem ser amplas (de 30
a 40 c m de profundidade e largura) para favorecer o sistema radicular
no início do seu desenvolvimento, que é a fase decisiva no
estabelecimento d o povoamento.
↳ E m solos pobres e/ou mal estruturados (compactados, por exemplo),
recomenda-se pelo menos 1 litro de esterco bovino curtido dentro de cada
cova,
facilitando o desenvolvimento e estabelecimento das raízes e maior chance de
sobrevivência da muda no campo. N o caso do solo ser fértil, porém esteja
bastante compactado, ao invés de esterco, é recomendável que seja usada
entorno de 1 litro de bagana de carnaúba, preferencialmente e m estado mais
avançado de decomposição (envelhecida), caso se disponha desse material.
↳ Ao redor de cada cova deve ser feito o
coroamento das mudas c o m u m raio de
aproximadamente meio metro e c o m u m a leve
inclinação e m direção ao centro da cova de
forma que facilite o acúmulo de água na planta,
complementando c o m o amontoamento de
folhagem em cima da cova. Essa folhagem pode
ser substituída por resíduos de folhas de
carnaúba picada, conhecida por bagana de
carnaúba (sub produto da extração da cera),
caso tenha-se esse material disponível na
A – tamanho ideal de cova; B retirada
região. Esse material possui uma grande
de saquinho para plantio; C – detalhe
capacidade de manutenção da água das chuvas de coramento e m muda; D – detalhe
dentro da cova por u m maior período de tempo, de bagana de carnaúba; E e F –
mudas
o ideal é que seja usado pelo menos 5 litros de plantadas e m diferentes
bagana e m cima da cova. espaçamentos c o m co ro a me n to e
cobertura morta de bagana.
↳ O hidrogel, também conhecido como condicionador de solo, é u m produto
importante nos plantios de mudas nativas na Caatinga. Ele tem a função de
garantir u m suprimento de água extra por mais algumas semanas, m e s m o
após o encerramento das chuvas, o que irá facilitar o pegamento das
mudas e
maior resistência ao primeiro período de estiagem.

Hidrogel após hidratação e no mome nto de colocação na cova.


↳ C o m o a área a ser restaurada está desequilibrada biologicamente, as
formigas p o d e m ser u m fator de preocupação durante o plantio e
principalmente no período de estiagem. Sendo assim antes e após o plantio
deve ser feito sempre que necessário o controle de formigas cortadeiras, já
que essas q u a n d o ocorrem e m grande quantidade n a área p o d e m destruir
todo o plantio realizado.
Beija-flor-de-gravata-
↳ Espécie Rara e ↳ Espécie em risco
Endêmica da
Caatinga.
vermelha d e extinção.

↳ Augastes
↳ Excelente lumachella
polinizador de
Melocactus,outra ↳ "Ave brilhante
espécie como o
ameaçada m á r m o re de
d e extinção. fogo"

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